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Estatísticas da CPLP – 2003-2010
2013: Ano Internacional da Estatística
Promover, à escala mundial, o reconhecimento da Estatística ao serviço da Sociedade
www.statistics2013.org
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12 de julho de 2013
Estatísticas da CPLP
2003-2010
Comunidade de Países de Língua Portuguesa: breve retrato estatístico
A população residente no conjunto dos oito países1 da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) estimava-se
em cerca de 244 milhões de habitantes, em 2010, tendo registado uma taxa de crescimento média anual de 1,1%,
durante o período 2003-2010. A população de Moçambique foi a que teve um crescimento mais intenso (2,7% ou mais
por ano) nesse período.
Todos os países africanos de língua portuguesa (à exceção de Cabo Verde) e Timor-Leste registavam uma percentagem
de população jovem superior a 40% da população total. No Brasil, o peso relativo dos jovens situava-se em 24,1% e
em Portugal apenas nos 15,1%. A maior percentagem de população “potencialmente ativa” (15-64 anos) vivia no Brasil
(68,5%) e a menor em Angola (50,1%).
A esperança de vida à nascença aumentou em todos países da CPLP, durante o período 2003-2010. Os maiores
progressos ocorreram em Timor-Leste (crescimento de 5,4 anos, entre 2004 e 2010), seguido de Moçambique (4,6
anos, de 2003 a 2010). A esperança de vida à nascença é superior nas mulheres, em todos os países da CPLP.
Em 2010, o índice sintético de fecundidade (ISF) em Angola era o mais elevado (6,2 filhos por mulher), sendo 4,5 vezes
maior do que em Portugal, que apresenta o valor mais baixo da CPLP (1,37). Tal como Portugal, também o Brasil tem
um ISF (1,9) abaixo do valor mínimo para a reposição da população.
O Produto Interno Bruto a preços correntes (nominal) do conjunto dos países da CPLP estimou-se em 2 470 625
milhões de dólares americanos, dos quais 86,72% diziam respeito ao Brasil. Em segundo lugar, mas bastante
distanciado, situava-se Portugal com 9,28% e, em terceiro, Angola com 3,34%.
Em termos reais, as taxas mais elevadas de crescimento médio anual da atividade económica observaram-se em Timor-
Leste (17,2%), Angola (13,3%) e Moçambique (7,4%).
O ramo da Indústria, Energia e Construção, em grande parte devido à produção de petróleo e gás, encontra maior
expressão em Timor-Leste (cerca de 81% do Valor Acrescentado Bruto) e em Angola (60%), seguindo-se o Brasil
(cerca de 28%).
1 Designação/código internacional: Angola/AO; Brasil/BR; Cabo Verde/CV; Guiné-Bissau/GW; Moçambique/MZ; Portugal/PT; São Tomé e Príncipe/ST; Timor-Leste/TL.
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Nos serviços, destacam-se Cabo Verde e Portugal, com um peso relativo deste ramo em torno de três quartos do VAB
total de cada um dos países.
As exportações de bens e serviços, a preços correntes, apresentam uma taxa de variação média anual positiva em
todos os países da CPLP, no período de 2003 a 2010.
A edição de 2012 das Estatísticas da CPLP constitui a terceira destas publicações, com indicadores estatísticos
relativos aos oito países membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste.
A informação encontra-se disponibilizada em séries temporais (nesta edição de 2003 a 2010, último ano comum
disponível) de modo a possibilitar a análise dos desenvolvimentos dos indicadores observados ao longo do período de
referência.
As Estatísticas da CPLP disponibilizam informação estatística aos utilizadores dos países de língua portuguesa,
contribuindo para um maior conhecimento mútuo da situação de cada país. Esta terceira edição é composta por 123
quadros, agrupados em 19 capítulos ou áreas estatísticas, correspondentes, em termos gerais, ao território, à
população e à economia. Os dados disponibilizados são acompanhados de análise e gráficos (Estatísticas da CPLP - 2012).
Território e População
Superfície
A superfície total da CPLP é, aproximadamente, de 10,7 milhões de quilómetros-quadrados (km2).
O desequilíbrio, quanto à extensão dos países membros, é notório. O Brasil apresenta a maior superfície territorial,
cerca de 79,51%, enquanto São Tomé e Príncipe representa apenas com 0,01%, o país membro com menor superfície
da CPLP.
Superfície territorial (km2)
CPLP
Países membros (ranking decrescente)
Brasil Angola Moçambique Portugal Guiné-Bissau
Timor-Leste
Cabo Verde
São Tomé e Príncipe
10 709 277,4 8 514 876,6 1 246 700,0 799 380,0 92 207,4 36 125,0 14 954,4 4 033,0 1 001,0
100,00% 79,51% 11,64% 7,46% 0,86% 0,34% 0,14% 0,04% 0,01%
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População
A população total dos países da CPLP, em 2010, passava os 244,4 milhões de habitantes. À semelhança do território,
o Brasil possuía a maior população estimada, 190,7 milhões de habitantes (78,0%); consequentemente, em cada 10
residentes no espaço territorial da CPLP, aproximadamente 8 residem no Brasil.
População residente
2010
CPLP
Países membros (ranking decrescente)
Brasil Moçambique Angola Portugal Guiné-Bissau
Timor-Leste
Cabo Verde
São Tomé e Príncipe
24 447 8 753 190 755 799 22 416 881 17 429 637 10 636 979 1 515 224 1 066 409 494 040 163 784
100,0% 78,0% 9,2% 7,1% 4,4% 0,6% 0,4% 0,2% 0,1%
A densidade populacional mais elevada, em 2010, observava-se em São Tomé e Príncipe, com 163,6 habitantes por
km2, seguindo-se Cabo Verde (122,5) e Portugal (115,4).
Abaixo dos 100 habitantes por km2, encontravam-se Timor-Leste (71,3), Guiné-Bissau (41,9), Moçambique (28,0),
Brasil (22,4) e, por último, Angola (14,0).
Gráfico 1
163,6
122,5 115,4
71,3
41,9
28,0 22,4
14,0
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
ST CV PT TL GW MZ BR AO
Hab/km2
Densidade populacional (2010) CPLP /Países membros
Países CPLP
22,8
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Entre 2003 e 2010, a população residente no conjunto dos oito países da CPLP teve uma taxa de crescimento de
1,1% (média anual). No entanto, existem fortes disparidades entre os países membros.
A população residente cresceu mais rapidamente2 em Moçambique (2,7%) – país onde foi observada a maior taxa de
crescimento anual da CPLP -, em Angola (2,5%) e na Guiné-Bissau (2,0%). Entre 1,0% e 1,9%, encontravam-se São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste, ambos com 1,9% e Cabo Verde com 1,2%. Com uma taxa de crescimento da
população anual abaixo de 1,0%, entre 2003 e 2010, situava-se o Brasil (0,9%) e, na última posição, Portugal (0,2%)
com uma variação positiva mínima, praticamente estacionária.
Gráfico 2
A estrutura etária da população residente, distribuída em três grandes grupos etários3, mostrou uma grande
variabilidade nos países membros da CPLP. No Brasil, o peso relativo dos jovens situava-se nos 24,1% e em Portugal
apenas nos 15,1%. Em oposição, a faixa etária mais jovem representava, em 2010, 47,4% (quase metade) da
população angolana e 45,4% da moçambicana.
2 Taxa de crescimento anual igual ou superior a 2,0% por ano. 3 População jovem (dos 0 aos 14 anos); população adulta (dos 15 aos 64 anos) e população idosa (a partir dos 65 anos).
2,7
2,5
2,0 1,9 1,9
1,2
0,9
0,2
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
MZ AO GW ST TL CV BR PT
População residente (2003 - 2010) Taxa de crescimento anual (%)
Países CPLP
1,1
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Aliás, à exceção de Cabo Verde (32,1%), todos os países africanos de língua portuguesa e Timor-Leste registavam uma
proporção de população jovem superior a 40% da população total, o que significa que estes países são os mais jovens
da CPLP.
Gráfico 3
Em 2010, no espaço da CPLP, a proporção da população com idade dos 15 aos 64 anos foi maior no Brasil, com 68,5%
contra 66,3% em 2005. No segundo lugar situava-se Portugal com 66,7%, contra 67,3% em 2005. O menor peso
relativo da população “potencialmente ativa”, entre os 15 e os 64 anos, verificava-se em Angola com 50,1% em 2010
contra 49,9% em 2005.
Sobre a população idosa (65 ou mais anos), a maior proporção deste grupo etário pertencia a Portugal com 18,2% e
17,1% para 2010 e 2005, respetivamente. Estes resultados demonstram que Portugal é o país mais envelhecido da
CPLP. No segundo lugar, em escala descendente e muito mais abaixo, aparecia o Brasil com uma percentagem de
idosos na população total de 7,4 e 6,1, respetivamente. Angola encontrava-se na situação oposta, com a menor
proporção de população idosa (2,5% em 2010).
27,5
47,4
24,1 32,1
41,3 45,4
15,1
40,8 41,4
65,4
50,1
68,5 61,8
55,4 51,5
66,7
55,4 53,9
7,1 2,5 7,4 6,1 3,3 3,1
18,2
3,8 4,7
0
20
40
60
80
100
CPLP AO BR CV GW MZ PT ST TL
Estrutura da população: grandes grupos etários (%) CPLP/Países membros (2010)
0 - 14 15 - 64 65+anos
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Esperança de vida à nascença
Em 2010, a esperança de vida à nascença nos oito países da CPLP apresentou os valores mais baixos na Guiné-Bissau
(46,8 anos) e em Angola (48,4 anos).
No ranking seguiu-se Moçambique (52,1 anos), Timor-Leste (64,2 anos), São Tomé e Príncipe (67,6 anos), Brasil (73,4
anos), Cabo Verde (74,5 anos) e Portugal, que se encontrava no topo, com 79,2 anos de esperança de vida à
nascença, no conjunto de ambos os sexos.
As maiores diferenças da esperança de vida entre mulheres e homens verificam-se em Cabo Verde. Em 2010, a
esperança de vida à nascença das mulheres residentes em Cabo Verde era de 79,2 anos, enquanto nos homens era de
69,8 anos; ou seja, ao nascer as cabo-verdianas tinham uma probabilidade de vida superior em 9,4 anos à dos cabo-
verdianos.
Esta diferença, favorável às mulheres, está generalizada em todos os países da CPLP. Aliás, em alguns países, como
Angola, Cabo Verde e Moçambique, entre 2003 e 2010, acentuou-se essa diferença vantajosa para as mulheres.
Diferença da esperança de vida à nascença entre mulheres e homens
Ano
Países CPLP (ranking decrescente/2010)
Cabo Verde Brasil Portugal São Tomé e
Príncipe Moçambique Angola
Guiné-Bissau
Timor-Leste
2010 9,4 7,6 5,9 5,0 4,2 3,2 2,9 1,7
2003 8,8 7,6 6,4 5,1 3,8 2,7 2,9 1,7
A esperança de vida à nascença aumentou em todos países da CPLP durante o período 2003-2010. Os maiores
progressos ocorreram em Timor-Leste, onde este indicador demográfico teve um crescimento médio anual de 1,5%,
seguido de Moçambique, com uma subida de 1,3%.
Gráfico 4
77,7
71,9 71,3
64,7
58,8
47,5 47,2 45,6
79,2
74,5 73,4
67,6 64,2
52,1 48,4
46,8
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
PT CV BR ST TL MZ AO GW
Nº de anos Esperança de vida à nascença
2003 2010 (a) 2004 (b) 2009
a b
b
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Índice Sintético de Fecundidade
O índice sintético de fecundidade (ISF) expressa a estimativa do número médio de crianças nascidas vivas, por mulher
em idade fértil, e corresponde aos níveis de fecundidade observados durante um ano. O número de 2,1 crianças por
mulher é considerado o nível mínimo de substituição de gerações.
Em 2010, o índice sintético de fecundidade em Angola (6,2 filhos por mulher) era o mais elevado de todos os países da
CPLP, sendo 4,5 vezes maior do que em Portugal, que apresenta o valor mais baixo no conjunto dos países desta
Comunidade (1,37).
Para além de Angola, mais três países registaram valores acima de 5 filhos por mulher: Timor-Leste (5,8), Moçambique
(5,6) e Guiné-Bissau (5,3).
Em 2010, o ISF em Cabo Verde foi de 2,6 e de 1,9 no Brasil. Neste último país, o ISF está abaixo do valor mínimo para
a reposição da população desde 2006.
Portugal foi o país da CPLP que, no período de observação, sempre apresentou o menor número de filhos por mulher,
oscilando ente 1,44 em 2003 e 1,37 em 2010.
De 2003 a 2010, a tendência para a baixa do índice sintético de fecundidade tornou-se geral nos oito países da CPLP.
Durante o período em análise, de acordo com os dados obtidos, o maior decréscimo relativo anual decorreu em Timor-
Leste (-2,7%); seguiu-se São Tomé e Príncipe (-2,4%), Brasil (-2,1%), Cabo Verde (-1,8%), Guiné-Bissau (-1,3%),
Angola (-1,0%), Portugal (-0,7%) e Moçambique (-0,5%).
Gráfico 5
6,6 7,0
5,8 5,7
4,5
2,9
2,2
1,44
6,2 5,8
5,6 5,3
3,8
2,6
1,9
1,37
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
AO TL MZ GW ST CV BR PT
Índice sintético de fecundidade (nº de filhos por mulher)
2003 2010 a) 2009
a
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Mortalidade Infantil
A taxa de mortalidade infantil (n.º de óbitos de crianças com menos de um ano, por mil nados-vivos) apresenta
grandes disparidades nos países da CPLP.
Os últimos dados disponíveis, sobre este indicador do desenvolvimento social, mostram existir uma taxa altamente
elevada na Guiné-Bissau (118,7‰), em 2009 e Angola (114,9‰), em 2010.
Por ordem decrescente (2010), segue-se Moçambique (88,0‰), Timor-Leste (63,7‰), São Tomé e Príncipe (37,4‰),
Brasil (15,6‰), Cabo Verde (14,8‰). Por último, com valores mínimos, encontra-se Portugal (2,5‰), uma das mais
baixas taxas de mortalidade infantil ao nível mundial.
Gráfico 6
O declínio da taxa mortalidade infantil, no período de referência, é geral a todos os países da CPLP. No entanto, uns
baixaram mais rapidamente que outros. As descidas da taxa de mortalidade infantil foram mais acentuadas no Brasil,
com uma baixa média anual de -7,8% e em Portugal (-6,7%). Cabo Verde e São Tomé e Príncipe obtiveram uma taxa
de decrescimento anual de -4%, seguindo-se Moçambique (-3,7%), Timor-Leste (-2,5%), Guiné-Bissau (-0,9%) e
Angola (-0,1%), a menor variação negativa dos países da CPLP.
125,6
116,0 114,3
75,8
49,7
27,5
19,7
4,1
118,7
114,9
88,0
63,7
37,4
15,6 14,8
2,5
0
25
50
75
100
125
GW AO MZ TL ST BR CV PT
‰
Taxa de Mortalidade infantil (permilagem)
2003 2010 a) 2009
a
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Desemprego
Gráfico 7
A cobertura estatística relativa à taxa de desemprego existe para seis dos oito países da CPLP (Angola e Guiné-Bissau
não dispunham de valores para este indicador, de 2003 a 2010). Para além disso, dos países que possuem dados, nem
todos dispõem de dados para toda a série. Por exemplo, para Timor-Leste a taxa de desemprego apenas está
disponível para 2010, o que confere a Timor-Leste o estatuto de país com a menor taxa de desemprego (3,6%) da
CPLP, naquele ano.
Moçambique foi o país da CPLP que apresentou a taxa de desemprego mais elevada, com 18,7% em 2005, a
informação mais recente para este país.
Relativamente a 2010, este indicador situava-se em 11,7% para São Tomé e Príncipe, em 10,8% para Portugal e em
10,7% para Cabo Verde. As taxas de desemprego mais baixas registaram-se no Brasil (6,7%) e em Timor-Leste
(3,6%).
A evolução relativa da taxa de desemprego, durante o período considerado, foi tendencialmente decrescente nos países
da CPLP, à exceção de Portugal. Cabo Verde foi o país da CPLP onde se registou o maior decréscimo anual da taxa de
desemprego, cerca de -12,9%. Logo a seguir, encontrava-se São Tomé e Príncipe (-3,6%) e o Brasil (-2,5%).
Portugal evoluiu em sentido inverso, tendo a taxa de desemprego passado de 6,3% em 2003, para 10,8% em 2010, ou
seja um ritmo de crescimento médio anual do desemprego de 8,0%.
9,7
6,7
21,4
10,7
18,7
6,3
10,8
15,1
11,7
3,6
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
2003 2010 2005 2010 2005 2003 2010 2003 2010 2010
BR CV MZ PT ST TL
% Taxas de desemprego
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Despesas em Saúde
Os dados sobre as despesas correntes em saúde, nos oito países da CPLP, têm por base as estimativas da
Organização Mundial de Saúde (recolha em 2012). A série histórica compreende os anos de referência de 2003 a 2009.
Com base nos dados referentes a 2009, disponíveis para a função “saúde”, as maiores proporções em relação ao
PIB tiveram lugar em Timor-Leste (12,3%) e Portugal (11,0%).
Em oposição, as menores proporções relativamente ao PIB registaram-se em Angola (4,6%) e em Cabo Verde (3,9%).
De 2003 a 2009, as despesas com saúde, em termos proporcionais do PIB, tiveram uma evolução positiva em cinco dos
oito países da CPLP, com as seguintes taxas de crescimento anual: Angola (10,0%); Brasil (4,3%); Timor-Leste (4,0%);
Portugal (2,7%) e Moçambique (1,4%). Nos restantes três países, verificou-se uma evolução decrescente das taxas
médias anuais: São Tomé e Príncipe (-10,7%); Guiné-Bissau (-2,9%) e Cabo Verde (-2,7%).
Gráfico 8
Sobre o rácio das despesas públicas correntes na função saúde, em relação ao total das despesas públicas correntes,
não existiam dados disponíveis para Timor-Leste. Nos restantes sete países membros da CPLP, em 2009, o maior
contributo do estado para esta função pertencia a Moçambique (16,6%), seguindo-se Portugal (15,4%), enquanto o
menor contributo pertencia à Guiné-Bissau (4,0%).
9,7 9,4
7,0
14,0
5,7
7,3
2,6
4,6
12,3
11,0
9,0
7,1 6,2 6,1
4,6 3,9
0,0
3,0
6,0
9,0
12,0
15,0
TL PT BR ST MZ GW AO CV
%
Despesas em saúde (em %) do PIB/Nominal (ranking decrescente/2009)
2003 2009
Estatísticas da CPLP – 2003-2010
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Numa ótica plurianual, de 2003 a 2009, observou-se um acréscimo das despesas do sector público em saúde nos
seguintes países: Angola (9,4%); Moçambique (8,6%); Brasil (5,6%) e Portugal (0,8%). Pelo contrário, nos restantes
três países houve um decréscimo do peso das despesas públicas de saúde nas despesas públicas totais do estado. A
Guiné-Bissau foi onde este decréscimo teve maior expressão (-8,5%).
No tocante ao peso das despesas de saúde do sector privado no total das despesas de saúde (2009), Angola
encontrava-se à cabeça desta proporção (89,0%), seguida de Moçambique (75,5%) e Cabo Verde (74,0%). Com o
menor peso relativo do sector privado, situava-se São Tomé e Príncipe (41,0%) e Guiné-Bissau (25,5%). Quanto à
evolução das despesas do sector privado na saúde (2003-2009), foi positiva em Angola (1,6%), Moçambique (0,7%),
Brasil e São Tomé e Príncipe (0,5%) e Portugal (0,2%), estacionária em Cabo Verde e negativa em Timor-Leste
(-0,8%) e Guiné-Bissau (-5,6%).
Agregados macroeconómicos4
Gráfico 9
4 A informação sobre os agregados macroeconómicos, referente a Portugal, por motivo de atualização, é mais recente que a que consta nos dados da publicação “Estatísticas da CPLP 2012”.
17 677
3 664
1 207 1 117 2 030
719 390 300
21 561
11 086
4 732 3 615 3 378
1 307 547 426
0
2500
5000
7500
10000
12500
15000
17500
20000
PT BR AO TL CV ST GW MZ
USD
PIB (Nominal) per capita (Dólares americanos)
2004 2010
Estatísticas da CPLP – 2003-2010
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Produto interno bruto (PIB)
Em 2010, o PIB a preços correntes (nominal) do conjunto de países da CPLP estimou-se em 2 470 625 milhões de
dólares americanos (USD), dos quais 2 142 418 USD (86,72%) diziam respeito ao Brasil. Em segundo lugar, mas
bastante distanciado, situava-se Portugal com 229 351 USD (9,28%) e, em terceiro lugar, Angola com 82 471 USD
(3,34%). Os outros países membros não atingiram 1,0% do PIB global da CPLP.
Quanto ao PIB per capita, em 2010, a média da CPLP era de 10 105,7 USD. Os valores acima desta média
registaram-se em Portugal e no Brasil, respetivamente, com 21 561,0 USD e 11 086,1 USD. Em contrapartida, os países
com o menor PIB per capita foram a Guiné-Bissau (547,2 USD) e Moçambique (426,0 USD).
De 2003 a 2010, o PIB em volume (real) apresentou uma taxa de variação média anual positiva em todos os países da
CPLP.
No entanto, verificaram-se grandes contrastes entre os países membros. As taxas mais elevadas de crescimento médio
anual observaram-se em Timor-Leste (17,2%) e Angola (13,3%). O crescimento da atividade económica foi também
bastante acentuado em Moçambique (7,4%), Cabo Verde (6,4%) e São Tomé e Príncipe (5,6%); mais moderada foi a
taxa de crescimento médio no Brasil (4,4%) e na Guiné-Bissau (3,1%). Portugal foi o país da CPLP com o crescimento
médio anual do PIB em volume mais reduzido (0,7%).
Gráfico 10
17,2
13,3
7,4 6,4
5,6
4,4
3,1
0,7
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
TL AO MZ CV ST BR GW PT
PIB/Real (2003 - 2010) Taxa de crescimento médio anual (%)
Países CPLP
3,8
Estatísticas da CPLP – 2003-2010
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A decomposição do VAB a preços base por ramos de atividade (2010), revela que o peso da Agricultura, Silvicultura e
Pescas é particularmente importante na Guiné-Bissau e em Moçambique, próximo dos 48% e 27%, respetivamente.
O ramo da Indústria, Energia e Construção, em grande parte devido à produção de petróleo e gás, encontra maior
expressão em Timor-Leste (cerca de 81%) e em Angola (cerca de 60%), seguindo-se o Brasil (cerca de 28%).
Nos Serviços, destacam-se Cabo Verde e Portugal, com um peso relativo deste ramo em torno de três quartos do VAB
total de cada um dos países.
No período de referência (2003-2010), o peso dos três principais ramos de atividade não sofreu alterações significativas
em termos estruturais.
No ramo da Agricultura, Silvicultura e Pescas, à exceção de Angola onde se registou um crescimento médio anual
positivo de 2,4%, a taxa de variação média anual foi negativa em todos os países, verificando-se uma redução mais
acentuada em Timor-Leste (-12,2%), seguindo-se Cabo Verde (-8,3%) e Portugal (-1,7%).
O ramo da Indústria, Energia e Construção cresceu particularmente em Timor-Leste, com uma taxa média anual de
3,5% e em menor escala em Cabo Verde (1,7%), na Guiné-Bissau (0,2%) e no Brasil (0,1%). Nos outros quatro países
assistiu-se a um decréscimo do peso deste ramo.
Nas atividades de serviços, de 2003 a 2010, verificou-se uma taxa de variação média anual positiva na generalidade
dos países; a única exceção ocorreu em Timor-Leste (-7,0%).
Gráfico 11
10,1 5,3 7,2
48,0
27,2
2,3
18,7
4,5
61,4
28,1 15,8
13,3
20,1
23,9
19,4
81,2
28,5
66,6 77,0
38,7
52,7
73,8 61,9
14,3
0
20
40
60
80
100
AO BR CV GW MZ PT ST TL
Estrutura do VAB (nominal) pelos principais ramos de atividade (%)
[2007: CV; 2009: ST; 2010: Outros]
Agricultura, Silvicultura e Pesca Indústrias, Energia e Construção Serviços
Estatísticas da CPLP – 2003-2010
14/17
As exportações a preços correntes (de bens e serviços), no período de 2003 a 2010, apresentaram uma taxa de
variação média anual positiva em todos os países da CPLP.
Timor-Leste foi o país da CPLP onde se observou a maior taxa de crescimento médio anual (32,7%), seguido de Angola
(25,6%) e do Brasil (15,9%). Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau encontravam-se numa posição intermédia, com
uma taxa de crescimento médio anual de 11,7%, 10,3% e 8,3%, respetivamente. Portugal ocupava a penúltima
posição (4,5%) e São Tomé e Príncipe a última (1,4%).
Relativamente ao peso das exportações no PIB (nominal), de acordo com as respetivas médias, Timor-Leste destacou-
se fortemente com 93,9% do peso das exportações no PIB; o segundo lugar pertenceu a Angola (69,4%) e o terceiro e
quarto lugares, a Portugal (29,8%) e a Moçambique (29,3%), respetivamente.
Gráfico 12
As importações a preços correntes, no mesmo período (2003-2010), também registaram uma evolução positiva em
todos os países da CPLP. As taxas de crescimento médio anual mais significativas ocorreram em Timor-Leste (28,3%),
Angola (24,2%) e Brasil (21,1%). Pelo contrário, em Portugal e em Moçambique o crescimento foi mais atenuado,
respetivamente 4,6% e 5,9%.
Quanto ao peso das importações (média dos anos de referência) no PIB (nominal), há uma significativa
heterogeneidade nos países da CPLP. Por ordem decrescente o ranking foi o seguinte:
25,6
15,9
10,3 8,3
11,7
4,5
1,4
32,7
24,2
21,1 20,1
12,9
5,9 4,6
12,9
28,3
0
5
10
15
20
25
30
35
AO BR CV GW MZ PT ST TL
Exportações e Importações de bens e serviços* (2003 - 2010) Taxa de crescimento anual (%)
Exportações Importações * preços correntes
Estatísticas da CPLP – 2003-2010
15/17
Cabo Verde 59,5%; São Tomé e Príncipe 57,5%; Moçambique 40,5%; Timor-Leste 38,9%; Portugal 38,1%; Guiné-
Bissau 28,9%; Angola 22,8% e Brasil 12,0%.
Gráfico 13
O saldo da balança comercial, resultante da diferença entre o valor das exportações e o das importações, em
preços correntes, constituiu um contributo direto (aumento ou diminuição) para a evolução do PIB nominal. O saldo
externo de bens e serviços em percentagem do PIB, entre 2003 e 2010, foi positivo e teve grande intensidade em
Timor-Leste (72,9%), intensidade média em Angola (46,6%) e foi menor no Brasil (2,6%).
Nos restantes países da CPLP, este saldo foi negativo, tendo sido mais acentuado em Cabo Verde (-45,9%) e São Tomé
e Príncipe (-38,6%) e menos acentuado na Guiné-Bissau (-12,7%), Moçambique (-12,2%) e Portugal (-8,3%).
69,4
13,0 13,7 16,2
29,3 29,8
12,5
93,9
22,8
12,0
59,5
28,9
40,5 38,1
57,5
38,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
AO BR CV GW MZ PT ST TL
Peso das exportações e das importações no PIB/nominal (%) (2003 - 2010)
Exportações Importações
Estatísticas da CPLP – 2003-2010
16/17
Gráfico 14
Entre 2003 e 2010, observaram-se taxas de cobertura das importações pelas exportações superiores a 100% (média
anual) em 3 países da CPLP: Timor-Leste (511,4%), Angola (327,0%) e Brasil (136,9%). As taxas de cobertura (média
anual) inferiores a 100%, por ordem decrescente, tiveram lugar em Moçambique (69,0%), Portugal (67,9%), Guiné-
Bissau (58,0%), São Tomé e Príncipe (12,5%) e Cabo Verde (4,2%).
Gráfico 15
72,9
46,6
2,6
-10,7 -12,2 -12,7
-38,6 -45,9
-50
-30
-10
10
30
50
70
TL AO BR PT MZ GW ST CV
Saldo externo de bens e serviços (% do PIB) (2003 - 2010)
Países
511,4
327,0
136,9
69,0 67,9 58,0
12,5 4,2 0
100
200
300
400
500
TL AO BR MZ PT GW ST CV
Taxa de cobertura das importações pelas exportações (%) (2003 - 2010)
Países CPLP
118,
Estatísticas da CPLP – 2003-2010
17/17
Comparativamente, em 2004 e 2010, a taxa de cobertura das importações pelas exportações, por ordem de
grandeza, foi decrescente no Brasil, Timor-Leste, Moçambique e Guiné-Bissau. Em contrapartida, nos restantes quatro
países da CPLP foi crescente, pela seguinte ordem de intensidade: Angola, Cabo Verde, Portugal e São Tomé e Príncipe.
Gráfico 16
465,3
271,5
153,7
68,1 73,9 65,6
10,0 3,5
427,8
290,1
111,2
69,3 60,4 53,2
11,1 6,3
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
TL AO BR PT MZ GW ST CV
% Taxa de Cobertura das Importações pelas Exportações (fob/fob)
2004 2010
Fontes de dados:
Território, População e Densidade populacional: INE/AO (Angola); IBGE (Brasil); INE/CV (Cabo Verde); INE/GB (Guiné-Bissau); INE/MZ
(Moçambique); INE/PT (Portugal); INE/STP (São Tomé e Príncipe); DNE/TL (Timor-Leste).
Emprego/Desemprego: IBGE; INE/CV; INE/MZ; INE/PT; DNE/TL; FMI (Fundo Monetário Internacional).
Despesas em saúde: OMS (Organização Mundial de Saúde).
Agregados macroeconómicos: BNA (Banco Nacional de Angola) / AO; IBGE; INE/CV; INE/MZ; INE/PT; DNE/TL; FMI.
Comércio internacional: INE/AO; IBGE; INE/CV; INE/MZ; INE/PT; DNE/TL; BdP/Banco de Portugal (Evolução das Economias dos PALOP e
Timor-Leste).