Con Strut Ores Da Guitarra Portuguesa

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PORTAL DA GUITARRA PORTUGUESA Consulta 15/9/2011 http://www.guitarraportuguesa.org/index.php?option=com_content&task=view &id=35&Itemid=93 Construtores da Guitarra Portuguesa Escrito por Pedro Caldeira Cabral 09/06/2007 Introdução: A sociedade ocidental contemporânea vive um processo acelerado de uniformização cultural resultante da vontade política de globalização gradual dos mercados, da rapidez da comunicação e de estratégias de massificação do conhecimento em geral, e é neste quadro que se torna necessário e urgente a afirmação da singularidade cultural característica das pequenas regiões. Propomos deste modo com a presente exposição, um olhar de descoberta sobre um instrumento musical que assume por vezes a dimensão de símbolo identitário, decorrente da sua associação com o universo mítico do fado e da sua presença multissecular na música em Portugal. Descobrir a Guitarra Portuguesa é, portanto, conhecer as suas várias designações, a história do seu passado e os nomes dos artesãos que, de geração em geração, ao longo de séculos a têm fabricado. O instrumento a que damos hoje o nome de Guitarra Portuguesa, foi conhecido até ao século XIX em toda a Europa sob os nomes de Cítara (Portugal e Espanha), Cetra e Cetera (Itália e Córsega), Cistre (França), Cittern (Ilhas Britânicas), Zither e Cithren (Alemanha e Países Baixos). Tendo como origem directa a Cítara europeia do Renascimento, por sua vez filiada na Cítola Medieval, a Guitarra Portuguesa tal como a conhecemos hoje, sofreu importantes modificações técnicas no último século ( no aumento das dimensões da caixa de ressonância, no sistema mecânico de afinação, etc.), tendo no entanto conservado a afinação peculiar das cítaras, igual número de cordas e a técnica de dedilho própria deste género de instrumentos. Desde o século XVIII, chegam-nos noticias diversas do uso da Guitarra, com alusão ao reportório partilhado com outros instrumentos como o Cravo ou a Viola e que incluem Sonatas, Minuetos, Marchas, Contradanças, Modinhas e Lunduns etc. Conhecemos deste período apenas dois instrumentos de Joaquim Pedro dos Reis (1764) e de João Correa d’ Almeida (1776), ambos de Lisboa.  É nesta época (c.1760) que chega a Portugal a chamada Guitarra “Inglesa”, um tipo de Cítara europeia modificada por construtores ingleses, alemães e holandeses e acolhida com grande entusiasmo pela nova sociedade burguesa mercantil instalada na cidade do Porto, como se infere dos textos de António da Silva Leite (1759-1833), autor do único método para este instrumento publicado no nosso país em 1796 e também das Seis Sonatas para Guitarra, com acompanhamento de Violino e duas Trompas (1792). Além deste autor, são de referir os nomes de António Pereira da Costa (XII Serenatas para Guitarra, Londres 1759) , Manuel José Vidigal (Seis Minuetos dedicados a Lisboa) e numerosas obras manuscritas de João Gabriel Legras (Liçoens para Guitarra), Frei Francisco de São Boaventura (Sonatas para duas Guitarras e dois Violinos, 1789) Bartolomeu José V.P.Geraldes (Sonata para Guitarra e transcrição de 18 Sinfonias ou Aberturas de celebradas óperas de Rossini, Marcos Portugal, etc.) e António Justiniano Botelho (Variações para Guitarra Ingleza) Este tipo de Guitarra ( baseado na imitação livre de alguns instrumentos estrangeiros introduzidos em Portugal), do qual conhecemos exemplares construidos por Jacó Vieira da Silva, de Lisboa (c.1790) e por Domingos José d’Araujo na cidade de Braga, ( entre 1804 e 1820 ) tem uma difusão limitada às classes mais elevadas da sociedade, nunca se popularizando e acaba por desaparecer no fim do século XIX com a revitalização da Cítara popular, causada pela associação desta com o Fado de Lisboa, entretanto convertido em

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PORTAL DA GUITARRA PORTUGUESA

Consulta 15/9/2011

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&id=35&Itemid=93

Construtores da

Guitarra Portuguesa

Escrito por Pedro Caldeira Cabral

09/06/2007

Introdução:

A sociedade ocidental contemporânea vive um processo acelerado de uniformização culturalresultante da vontade política de globalização gradual dos mercados, da rapidez dacomunicação e de estratégias de massificação do conhecimento em geral, e é neste quadroque se torna necessário e urgente a afirmação da singularidade cultural característica daspequenas regiões.Propomos deste modo com a presente exposição, um olhar de descoberta sobre uminstrumento musical que assume por vezes a dimensão de símbolo identitário, decorrente dasua associação com o universo mítico do fado e da sua presença multissecular na músicaem Portugal.Descobrir a Guitarra Portuguesa é, portanto, conhecer as suas várias designações, a históriado seu passado e os nomes dos artesãos que, de geração em geração, ao longo de séculosa têm fabricado.O instrumento a que damos hoje o nome de Guitarra Portuguesa, foi conhecido até ao séculoXIX em toda a Europa sob os nomes de Cítara (Portugal e Espanha), Cetra e Cetera (Itália eCórsega), Cistre (França), Cittern (Ilhas Britânicas), Zither e Cithren (Alemanha e PaísesBaixos).Tendo como origem directa a Cítara europeia do Renascimento, por sua vez filiada na Cítola

Medieval, a Guitarra Portuguesa tal como a conhecemos hoje, sofreu importantesmodificações técnicas no último século ( no aumento das dimensões da caixa deressonância, no sistema mecânico de afinação, etc.), tendo no entanto conservado aafinação peculiar das cítaras, igual número de cordas e a técnica de dedilho própria destegénero de instrumentos.Desde o século XVIII, chegam-nos noticias diversas do uso da Guitarra, com alusão aoreportório partilhado com outros instrumentos como o Cravo ou a Viola e que incluemSonatas, Minuetos, Marchas, Contradanças, Modinhas e Lunduns etc.Conhecemos deste período apenas dois instrumentos de Joaquim Pedro dos Reis (1764) ede João Correa d’ Almeida (1776), ambos de Lisboa. É nesta época (c.1760) que chega a Portugal a chamada Guitarra “Inglesa”, um tipo deCítara europeia modificada por construtores ingleses, alemães e holandeses e acolhida comgrande entusiasmo pela nova sociedade burguesa mercantil instalada na cidade do Porto,

como se infere dos textos de António da Silva Leite (1759-1833), autor do único método paraeste instrumento publicado no nosso país em 1796 e também das Seis Sonatas paraGuitarra, com acompanhamento de Violino e duas Trompas (1792).Além deste autor, são de referir os nomes de António Pereira da Costa (XII Serenatas paraGuitarra, Londres 1759) , Manuel José Vidigal (Seis Minuetos dedicados a Lisboa) enumerosas obras manuscritas de João Gabriel Legras (Liçoens para Guitarra), FreiFrancisco de São Boaventura (Sonatas para duas Guitarras e dois Violinos, 1789)Bartolomeu José V.P.Geraldes (Sonata para Guitarra e transcrição de 18 Sinfonias ouAberturas de celebradas óperas de Rossini, Marcos Portugal, etc.) e António JustinianoBotelho (Variações para Guitarra Ingleza)Este tipo de Guitarra ( baseado na imitação livre de alguns instrumentos estrangeirosintroduzidos em Portugal), do qual conhecemos exemplares construidos por Jacó Vieira daSilva, de Lisboa (c.1790) e por Domingos José d’Araujo na cidade de Braga, ( entre 1804 e

1820 ) tem uma difusão limitada às classes mais elevadas da sociedade, nunca sepopularizando e acaba por desaparecer no fim do século XIX com a revitalização da Cítarapopular, causada pela associação desta com o Fado de Lisboa, entretanto convertido em

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canção “nacional”.Segue-se um período de requalificação social do instrumento, passando este a serdesignado por Guitarra Portuguesa e envolvendo na sua produção os nomes de construtorescélebres como Manuel Pereira (Lisboa), António Duarte (Porto), Augusto dos Santos(Coimbra), Manuel Pereira dos Santos (Alfena), Augusto Vieira e António Victor Vieira(Lisboa).

É na última década do século XIX que assistimos à importação de guitarras de Portugal paraInglaterra (caso da firma Alban Voigt & Co. de Londres, a qual edita também um método daautoria de Havelock Mason, em 1892) e para Alemanha (como no caso da firma BOEHM deHamburgo, que utiliza o tipo português como modelo de base para a criação da Waldzither).No século XX, o número de fabricantes aumentou consideravelmente com os contributosvaliosos de Álvaro Merceano da Silveira (Lisboa), Francisco Januário da Silva, (Lisboa)Domingos Cerqueira da Silva (Porto), João Pedro Grácio Junior (Cacém), Kim Grácio(Lisboa), Manuel Cardoso (Odivelas), Gilberto Grácio (Cacém) e, mais recentemente, OscarCardoso (Odivelas) e Fernando Meireles (Coimbra), para citar alguns dos mais consideradosno meio dos guitarristas profissionais.É pois o testemunho do talento e do trabalho destes artesãos violeiros que nos propomosapresentar nesta mostra antológica sob o título “À Descoberta da Guitarra Portuguesa”, como objectivo de fornecer mais um contributo crítico para futuros trabalhos de estudo sobre esta

matéria.

 © Pedro Caldeira Cabral

Os Construtores da Guitarra

A história do fabrico da guitarra está ainda no seu início, [vide, CABRAL 1999] com lacunasimportantes no que diz respeito aos construtores anteriores ao século XIX, pela falta dedocumentação específica que registe a actividade dos vários nomes conhecidos de violeirose pela escassez de instrumentos portugueses de períodos anteriores à primeira metade doséculo XVIII.No seu estudo pioneiro sobre o fabrico de instrumentos musicais, intitulado “Indústria

Instrumental Portuguesa” (Lisboa 1914), faz Michel’Angelo Lambertini uma listagem denomes com referências a alguns dos instrumentos que construiam, não porque não tivessemfabricado outros nenhuns, mas porque apenas encontrara referência histórica àqueles.Essa pequena obra (baseada em informações recolhidas pelo Dr.Sousa Viterbo em fontesprimárias) é ainda hoje uma referência fundamental para quem queira estudar a Arte daViolaria em Portugal, oficio com tradição certamente multisecular e cujos registos sãoinfelizmente pouco numerosos e imprecisos nas informações que contêm.Por outro lado , o facto de não haver referência à Cítara no Regimento dos OfíciosMecânicos da Cidade de Lisboa ( 1572) ou em qualquer dos outros posteriores de outrascidades do país, não prova coisa nenhuma, uma vez que estes documentos não inventariama produção dos oficiais mecânicos mas tão só estabelecem as regras para a prática genéricado seu ofício, tomando como exemplo, no caso dos violeiros, as violas de mão e de arco, ouestabelendo uma especialização de actividade no caso dos carpinteiros de orgãos e cravos,nos fabricantes de cordas, nos adufeiros e nos atabaqueiros (construtores de tambores).Fica de fora a restante produção da época que incluia certamente instrumentos como ossaltérios, os arrabis, as bandurras, as harpas, os alaúdes e as cítaras, cujas referênciaspodemos encontrar noutras fontes históricas, iconográficas e literárias dos séculos XV e XVI.

O mais antigo nome de “Guitarreiro” constante dos arquivos portugueses parece ser o deMartim Vasques Coelho, activo entre 1424/1462 o qual poderá ter sido igualmente (comoera costume na época) construtor de violas (de mão e de arco), de cítaras, de harpas e dealaúdes.O nome mais usual para designar o ofício era o de “Violeiro” (que corresponde ao nomefrancês de “Luthier”), podendo também aparecer a forma “Guitarreiro” para os séculos XV eXVI, pela simples razão de que a palavra Guitarra, designava nessa época uma dasvariantes da Viola de mão.No século XVI (a partir de 1521, durante os reinados de D.João III e D.Sebastião), aparecemos nomes de Álvaro Fernandes, Diogo Dias (nomeado por alvará real em 1551) e Belchior

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Dias, todos eles de Lisboa.Deste último conhecem-se três exemplares belíssimos de violas de mão de cinco e seisordens, estando um deles no Royal College of Music de Londres ( datado de 1581) e osrestantes no Shrine to the Music Museum, South Dakota e nas reserrvas do Musée de laMusique, em Paris.Para além destes, temos os seguintes nomes abrangendo já o século XVII:

Gaspar d’Almeida Francisco GonçalvesDomingos Fernandes (nascido antes de 1570)João Coelho (nascido em 1575)Thomé Fernandes (nascido em 1576)Luis Ribeiro (nascido em 1589)Jerónimo Lopes (violeiro, activo em Coimbra em 1619)Domingos da Costa (activo em 1643)Jeronymo Gomes (nascido em 1647, activo entre 1670/77)Luiz de Lemos (activo em 1674)Mathias de Lemos (nascido em 1648,em 1678 oficial da Casa Real)

Embora ainda não se tenham encontrado obras destes autores, sabemos que estes artesãostinham as suas oficinas na Rua dos Escudeiros, na freguesia de São Nicolau e, como notaLambertini, no século seguinte, passaram alguns para o Poço do Borratem, em Lisboa.Registamos aqui alguns violeiros do século XVIII com menção do tipo de instrumentos quesobreviveram , ou que foram assinalados em fontes documentais da época:

Manuel Correa de Almeida (1693, “violeiro da Raynha N/S”, R.Dta. da Esperança, LXa.)Manuel Francisco (em 1710 violeiro da Casa das Senhoras Rainhas)Domingos Álvares (nomeado em 1711 violeiro da Rainha D. Mariana )Miguel Ancho (fl. Em 1717 em Lisboa)Francisco Ferreira (activo 1714/1764 em Braga, violeiro)Domingos Rodrigues Galrão (activo 1727/1731, violinos, violas de arco)José Ferreira (activo em 1731, violeiro)Pedro Ferreira de Oliveira (1702-1767, violinos, violas de arco)António Cypriano (fl em Lisboa em 1753)Joaquim José Galrão (activo em Lisboa em 1769-1825, violinos, violas de arco)Manuel da Costa (activo em Braga em 1764, violas de mão, violas de arco)Bernardo Zeferino Monteiro (violeiro)Gregório José (activo em 1764 em Braga, violas, etc.)Joaquim Pedro dos Reis (activo em Lisboa em 1764, guitarras)João Domingues (activo em 1764 em Braga, violas,etc.)Bento Francisco Fajardo (activo em 1764 em Braga, violeiro)Domingos Pereira (activo em 1764 em Braga, violeiro)João, António, José e Giraldo Francisco (activos em 1764 em Braga, violas)José Francisco do Valle (Lisboa, activo em 1774, saltérios)João Correa de Almeida (fl. 1776-1794, Poço do Borratem, Lisboa, violas, guitarras)Jacó Vieyra da Silva (fl. 1780-1800 , Praça da Alegria, em Lisboa, guitarras)Manuel José Fajardo (mestre violeiro em 1795 em Braga)Luiz Felix da Cruz (activo em 1795 em Ferreiros, Braga, violas)Inácio José de Carvalho (activo em 1795 em Braga)António Caetano de Carvalho (activo em 1795 em Braga)Domingos José Rodrigues (activo em 1795 em Braga)Luiz Cardoso Soares Sevilhano (activo no Porto em 1796, guitarras)

As informações referentes a violeiros do século XVIII, são hoje bastante mais completas doque no tempo de Lambertini e nalguns casos foi possivel encontrar provas da actividadedestes nomes acima expostos, pelo exame de “oficial mecânico” a que foram sujeitos e, claroestá, pela observação directa das peças que produziram e que chegaram até nós.Devemos a lista de nomes referentes à cidade de Braga, ao trabalho excelente do DoutorAurélio de Oliveira, que investigou também com minúcia a história do violeiro Domingos José

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de Araújo, natural desta cidade.No século XIX é claro o desenvolvimento de núcleos com intensa actividade em váriascidades cobrindo as principais regiões do país, dando origem a verdadeiras “escolas” deviolaria, geralmente conhecidas como a “escola” do Porto, a de Coimbra e a de Lisboa.Apresentamos em seguida os nomes mais importantes com as datas de fundação ouperiodos de actividade das suas oficinas:

Na região do Norte:

Domingos José d’Ar aujo (activo entre 1800/1830, em Braga, guitarras)Francisco Lourenço da Cunha (activo em 1802, em Martim, Barcelos, guitarras)J.M.Pereira Manga (activo em 1805 em Braga, guitarras, etc,)Manuel Gonçalves (activo a partir de 1805 em Braga, guitarras)Clemente José Ferreira (activo a partir de 1806 em Braga, guitarras)António José Ferreira (activo a partir de 1806 em Braga, guitarras)Eusébio António de Oliveira (activo a partir de 1811 em Braga, violeiro)Lourenço Felix (activo a partir de 1811 em Braga, violeiro)António Teixeira ( 1817-1820, R.Nova do Almada, Porto, guitarras)Irmãos Antunes (activos em 1850, Porto)

Sebastião Sanhudo (activo em 1860, violas, rabecas e guitarras)Custódio Cardoso Pereira & Cia (Porto, desde 1861)António J.da Cruz Moura (fl. Em 1867, no Porto, guitarras)António Duarte (Porto, desde 1870/1919, guitarras, violas, rabecas, etc.)Joaquim da Cunha Mello (Porto, activo de 1870 a 1895)Roberto Joaquim da Rocha (Viana do Castelo, desde 1885)Manuel Pereira dos Santos (Alfena/Gondomar e Matosinhos activo 1870-1888, guitarras)Júlio Thomaz da Silva (fl. em 1890-1910, Porto, guitarras, violas, etc.)Manuel José Gomes (Braga, activo em 1893, guitarras)A.Rodrigues do Amaral (fl 1890, Porto, guitarras, etc.)Francisco António Teixeira de Carvalho (Braga, activo c.1895)Luis da Cunha Mello (Porto, activo de 1895 até 1912)Manuel da Silva Espírito Santo (Porto, activo desde 1895)

Na região do Centro: 

Joaquim Wladisláo Bruno & Irmão (Paço do Conde, Coimbra, c.1820)José Rodrigues Bruno (Coimbra, Paço do Conde, act. desde 1830, violas, guitarras, etc.)António dos Santos (Rua Direita, Coimbra, activo desde 1845 até 1880, guitarras, violas,etc.)Bernardo da Costa (Mangualde, activo desde c.1870 até c.1890, guitarras, etc.)Augusto Nunes dos Santos (Coimbra, activo c. 1880, guitarras, violas, etc.)Bento Martins Lobo (Coimbra, R.das Parreiras, activo c.1880, guitarras, violas etc.)Joaquim dos Santos Couceiro (Coimbra, activo c.1884, guitarras e violas)Alfredo dos Santos Couceiro (Coimbra/Rio de Janeiro em 1871, guitarras, etc.)João dos Santos Couceiro (Coimbra/Rio de Janeiro até 1905, guitarras, bandolins, etc.)Joaquim da Silva Bica (Coimbra/Rio de Janeiro, desde 1880, guitarras, bandolins, etc.)Ladislau Pinto de Magalhães (Coimbra, activo c. 1880, violas, guitarras,etc)Manuel Ferreira Neves (Coimbra, act. c. 1890, violas ,guitarras, bandolins, etc.)Adriano Freitas dos Santos (Coimbra, activo c. 1890, guitarras, rabecas, etc.)Manuel Loureiro Rafael de Carvalho (Coimbra, r.dta.337, act. c.1880, guitarras, violas,etc.)António Duarte Mendes (fl.1880/1916, R.Correio Geral, Fig.da Foz, guitarras, etc.)Ignácio Joaquim Delgado (Figueira da Foz ,activo em 1894, guitarras)

Na região do Sul: 

José Pereira Coelho(fl.1805, Poço dos Negros/Cruz da Esperança, Lisboa, guitarras)Manuel Joaquim de Castro (fl. 1820 em Lisboa, guitarras, etc.)Felix António Dinis (fl. 1807-1858, em Lisboa, violas, guitarras, etc.)António dos Santos Vieira (activo em Lisboa até c.1850)Estevão Xavier dos Reis (activo em Lisboa até c.1850)

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Felix do Espírito Santo (activo em Lisboa até c.1850)Henrique Rofino Ferro (activo em Lisboa até c.1850)Daniel Pedro Ferro (activo em Lisboa até c.1850)Ignácio da Palma (activo em Lisboa c.1850)J.A.Gonçalves (activo em Lisboa c. 1850)Jeronymo José dos Santos ( c.1850, Lg. Anunciada em Lisboa, guitarras, cavaquinhos)

João José de Sousa (activo em Lisboa até c.1850)António José de Sousa (Lisboa, Paço do Bemformoso, nº 13, activo c.1870 )Manuel Pereira (Lisboa 1840-1889)João Januário Rodrigues ( activo em Lisboa c. 1870)Salvador José dos Santos (em Lisboa , Rua da Caridade nº 40, até 1899)João da Silva (Lisboa , Rua de S.Antão 18/20 desde 1870 até c.1910)Phillippe José Rodrigues (Lisboa, Rua .de S.José 31, activo em 1880, guitarras)João Miguel Andrade (Lisboa, Rua da Trindade, activo em 1890, guitarras)Joaquim d’Almeida (Lisboa, activo em 1894, guitarras) 

Na Região Autónoma dos Açores: 

Damião de Sousa Azevedo (Açores, século XIX)

José Vieira Maciel (Degraus de S.Jorge, Açores, século XIX, violas, guitarras, etc.)

Na Região Autónoma da Madeira:

João Nunes “Diabinho” (Funchal, século XIX) Rufino Telles (fl.1889 na R.da Carreira, 56, Funchal, machetes, violas, guitarras,etc.)António Quintal (Funchal, século XIX)Octaviano João Nunes (Funchal 1812-1870/ Lisboa 1881,violas, guitarras, machetes, etc.)João Gonçalves Jardim (Funchal- Lisboa,1889/1912, guitarras, etc.)Francisco Augusto Camacho (Funchal-Lisboa, desde 1890, guitarras, etc.)

A esta lista e seguindo o mesmo critério juntaremos os nomes dos seguintes construtores,activos a partir da primeira metade do século XX :

Na região do Norte:

António de Sousa (Luzinde, activo em 1902, guitarras )José do Nascimento Lopes (Porto, fl.1890-1905, guitarras, violas, etc.)António Pereira Cattão (Porto, activo em 1903, guitarras)António Fernandes Leite (Vila Nova de Gaia, fl.1890-1906, guitarras, bandurrinhos, etc.)Agostinho Ferreira Couto (n.1894- Gondomar, m.1973, Porto, guitarras, violas, etc.)António Gonçalves (Braga, R. da Boavista 69/71, guitarras, violas,etc.)Júlio Teixeira (Rua.Alexandre Herculano,198, Porto, act.1920, guitarras, etc.)Joaquim J. Machado (Vimieiro, Braga, act. em 1930, guitarras, etc.)Maurício de Magalhães (Braga, R.de São Marcos, act. 1934, guitarras, violas, etc.)José Maria Miranda (Braga,rua dos Biscainhos 39, act.1945, guitarras, etc.)Américo de Paiva Souza (Alfena, activo em 1955, guitarras, bandolins, etc.)José António Miranda ( Viela do Anjo, nº 1 Porto, activo em 1955, guitarras)José Joaquim Machado (Aveleda, Braga, act.até c.1980, guitarras, cavaquinhos violas, etc.)Domingos Ferreira Capela (Anta-Espinho, 1904-1976, violinos, guitarras, violas, etc.)Domingos Cerqueira da Silva (R.Costa Cabral 388, Porto,1901-1980, guitarras, violas, etc.)

Na região do Centro:

José Caetano da Cruz Abrantes (Vila N. de Tázem, até 1900-Brasil até c.1930 )António Caetano da Cruz Abrantes (V. N. de Tázem, activo desde 1899 até c.1950)Joaquim Luis Sequeira (Coimbrão, activo c.1900)Joaquim Gomes do Paço (Viseu, inactivo a partir de 1914)Manuel dos Santos Felgueiras (Marzovelos, Viseu , c.1910)Manuel Pedro Pinheiro (Vale Centeio, Rabaçal, act. 1915, guitarras, etc.)

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Francisco Duarte (Santarém, act. em 1920)Francisco da Silva Aleixo (Zibreira, Torres Novas, guitarras)José Rodrigues da Costa Pinto ( 1886-1973, V.N.Tázem)António da Costa Pinto (Vila Nova de Tázem, 1910)Armando Neves (Coimbra,1876, activo entre 1904-1936)Raul Simões (Coimbra, 1903-1967)

Na região do Sul: 

Augusto Vieira ( Funchal e Lisboa desde 1888 até c.1925)João Nunes dos Santos (Lisboa até 1908)António Monteiro (Lisboa,Tv do Abarracamento de Peniche, 7, guitarras, harpas, etc.)Manuel C.Teixeira (Lisboa 1889-1912)José Maria dos Santos (Lisboa,até 1901)Rosa & Caldeira (Lisboa,R. de Sto.Antão 155/157, activos entre 1891 e 1904)Alfredo dos Santos Carvalho (activo em Lisboa entre 1897/1910)Luiz Baptista (Lisboa até 1900)António Maria Rodrigues (Lisboa, Rua da Páschoa n15, act.c.1900, guitarras, violas,etc.)Silvestre Damião (Setúbal, act. c.1900)

João Pedro Grácio (Coimbrão, 1872 / Lisboa, 1962)José Paulo Ferreira (Lisboa, activo de 1880 / 1891 a 1905, guitarras)Francisco Coelho (Lisboa desde 1894 até 1908)Carlos França (Lisboa desde 1896 até 1912)Amador Valente Brito (Lisboa desde 1898 )Arthur de Albuquerque (Lisboa, desde 1898 a 1910 ?)Santos & Silva Vieira (r,da Boavista,16- Lisboa, guitarras, bandolins,etc.)Augusto de França (Lisboa 1894 até 1906)António das Neves (Lisboa a partir de 1900)Thomé & Jayme (Lisboa, desde 1909 até 1915)António Bernardo dos Santos (Lisboa, de 1910 a 1913)João Gomes (Lisboa, inactivo a partir de 1902)Francisco Silvério (Lisboa, premiado em 1900 na Expo Universal de Paris, violas, guitarras,etc.)João da Câmara (Lisboa, activo c.1900, guitarras, etc.)Francisco Nunes (Lisboa, activo em 1902, guitarras)Augusto Carmo (R.Garret, 36, Lisboa, guitarras)Júlio Paulo Ferreira ( Lisboa, Rua do Guarda-Mor,10 - A, guitarras,etc.)Luiz Ferreira (Lisboa, R.do Crucifixo,137-2º, guitarras, bandolins,etc.)Eduardo D. Rodrigues (Lisboa, R.Eugénio dos Santos, activo desde1904, guitarras, etc.)João Rodrigues da Rosa (Lisboa 1904 /1922, guitarras, violas, etc.)António da Silva e Filho (Lisboa 1906, guitarras)Samuel Benzaquen (Largo de S.Paulo, 12, Lisboa 1905/1930, guitarras, bandolins, etc.)Gaudêncio de Albuquerque & Cia. (Lisboa,1909, guitarras)Augusto da França Camacho (R. do Benformoso, 86, Lisboa, activo c.1910, guitarras, etc.)Henrique Braga (Lisboa,R.Marcos Barreiro, 8-2º,act. 1930, guitarras, violas,etc.)António Victor Vieira (Lisboa , desde 1895 até 1935, guitarras, violas, etc.)José da Silva Olysiário (Lisboa, Tv.do Barbosa , 23, a Sta. Isabel, guitarras)Elisiário da Silva (Lisboa, Tv do Barbosa 23, guitarras, bandolins, violas etc.)Belmiro dos Santos (Lisboa,1910, guitarras)António Maria da Costa Feio (Lisboa,1912)Francisco Valente & Cia. (Beja, 1910) (violas, guitarras, etc.)António M.Soares (Viana do Alentejo,1909, guitarras, violas, etc)Manuel Lopes Vedor (Lisboa,,Tv da Cruz aos Anjos, nº8-2º esq.c.1900 até 1935, guitarras)António Maria Pereira (Lisboa, activo em 1935, guitarras, etc.)Joaquim Saraiva (Lisboa, R. Nova do Almada 116/118, guitarras, violas,etc.)Costa & Saraiva (Rua dos Remédios, 116, Lisboa, guitarras, etc.)Álvaro Vieira (Lisboa, ca. 1910 até 1935, guitarras, violas, bandolins, etc.)João Pedro Grácio Junior (Lisboa/Cacém,25/7/1903-1967, guitarras etc.)Manuel Pedro Grácio (Lisboa,26/2/1909, guitarras, etc.)Joaquim (Kim) Grácio (Lisboa,21/51912-Sobreda,1994, guitarras, etc.)

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José Pedro Grácio (Lisboa,12/12/1913, guitarras, etc.)Ulisses Grácio (Queluz,18/5/1916 , guitarras, etc.)Manuel Cardoso (Cinfães,1933-Lisboa 1991, guitarras, violas, etc.)João Palmeiro (Montijo, n.1928 ,act. até 1995, violas, guitarras, etc.)

Na Região Autónoma da Madeira

Alfredo H.Camacho (Funchal-Lisboa, activo c.1900, guitarras, etc.)António Quintal Junior (Funchal, braguinhas, machetes, violas e guitarras)Vicente de Menezes (Funchal, guitarras)Mateus Januário da Silva (Funchal, guitarras)Francisco Januário da Silva (Funchal / Lisboa, desde 1909 até 1955, guitarras)Augusto Merceano.da Costa (Funchal, guitarras)Luis de Abreu (Funchal, act.c1890, violas, guitarras, etc.) Álvaro Luis d’Abreu (Funchal, c.1910, guitarras) Álvaro Merceano da Silveira (Funchal,1883, Lisboa,1903 / 1972, guitarras)José de Mendonça Cambé (Funchal ,1896-1977, guitarras)José Merceano da Silveira (c.1900 -1970, Sto António, Funchal, Madeira)

Francisco Mendonça Rodrigues “Cambé” (15-8-1924- 2004, Tv. dos Reis, 9, Funchal,Madeira)

Na Região Autónoma dos Açores:

João de Sá e Silva (Angra do Heroísmo, Terceira, Açores, violas guitarras, etc.)Seraphim Thomaz do Canto (Angra do Heroísmo, Terceira, Açores)Manuel Henrique Bettencourt (S.Miguel, Açores, violas e guitarras)Agostinho Jacinto dos Reis (Ribeira Grande, S.Miguel, Açores, guitarras, etc.)Jacintho D’Oliveira (Ponta Delgada, S.Miguel, Açores, Guitarras, violas, etc.) Manuel Pacheco Carreiro (Ponta Delgada, S.Miguel, Açores, violas e guitarras)Manuel Teixeira de Sousa (Faial, Pedro Miguel, Açores, guitarras, violões e violas)Mariano Jacinto de Melo (Vila Franca do Campo, S.Miguel, Açores, violas e guitarras)José Juventino (Sta.Cruz da Graciosa, Açores, violas, guitarras, etc.)Cirino da Cunha Santos (Santa.Cruz, Graciosa, Açores, violas, guitarras, etc.)Luis José Nunes (Ponta Delgada, R.direita da Fonte 44 a 48, guitarras)

No Brasil:

Alfredo dos Santos Couceiro (Rio de Janeiro, desde 1871, violas, etc.)Joaquim dos Santos Couceiro ( Rio de Janeiro, desde c.1875, guitarras, violas, etc.)João dos Santos Couceiro (Rio de Janeiro, desde 1871 até 1905, guitarras,violas, etc.)Alberto dos Santos Couceiro (Rio de Janeiro, filho do precedente)Joaquim da Silva Bica (Rio de Janeiro, desde c. 1890 )José Caetano da Cruz Abrantes (Rio de Janeiro, desde 1900, guitarras, violas, bandolins)

Em Goa (India):

Inácio Caetano Rodrigues ( Goa, Fund.1885 até ca. 1925, violinos, guitarras)

Em Angola: 

António dos Santos (activo em Luanda em 1926, guitarras)

Nos Estados Unidos da América:

Frank Borges (110, Wickenden st, Providence, act. 1919, Guitarras, violas de arame, etc.)Manuel A. Ferreira da Silva (New Bedford, Massachussets, act. c.1900, guitarras e violas )

Na segunda metade do século XX, assistimos a uma súbita diminuição do número deconstrutores de guitarras em actividade, devendo ser mencionados entre outros, os

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seguintes nomes:

Na região Norte:

Domingos Martins Machado (Tebosa, Linhares, 4700, Braga, guitarras, etc.)Alfredo Machado (Tebosa, Lugar de Linhares, 4700, Braga, guitarras, etc.)António Pinto de Carvalho (Celeirós, Braga, guitarras, etc.)Manuel de Carvalho (Celeirós, Braga, guitarras, etc.)Horácio Pereira (Vila Verde)Horácio Nuno Russel (Av.Dr.A.Ribeiro Guimarães,1173, 4730-770, Vila Verde)Álvaro Ferreira (R.Couto Paredes, 11, r/c Dto. 4900 Meadela, Viana do Castelo)Joaquim Pereira Rodrigues (S.Martinho, Famalicão, guitarras, etc.)José Maria Miranda (Rua do Alcaide,41 , Braga)Lourenço Alves de Sousa (Cruz, Soutelo, 4730, Vila Verde)Alberto Moreira (Rebela, Lugar da Varzea, 4610 Felgueiras)Alvarinho de Castro Pereira (R. de D.Miguel, 1033, S.Cosme, 4420 Gondomar, guitarras,etc.)

António Faria Vieira (Lugar de Várzea, Varzea, 4610-821, Felgueiras, guitarras, etc.)António Manuel Santos Silva (R.Direita, 69, 5100-344, Britiande, Lamego, guitarras, etc.)Fernando Portela (R. de Olivença, 104, r/c, 4900-334, Viana do Castelo, cordofones)

Na região do Centro:

Fernando Meireles (Paço de Sousa, Penafiel 14/3/1959, Coimbra, cordofones)José da Costa Santos (Trouxemil , Coimbra, guitarras, violas, etc.)António Almeida Alves (Pampilhosa da Serra, cordofones)Luis Filipe Rôxo (Coimbra, guitarras, violas, etc.)Orlando Trindade (Caldas da Rainha, violas, instrumentos antigos, etc.)

Na região do Sul: 

Miguel Rodrigues (Lisboa,/ Almornos, Sabugo 1914, violas, guitarras, etc.)António Guerra (Lisboa 1924, desde 1973 no Samouco, guitarras)José Fontes Rocha (Porto, 1926, act. em Lisboa desde 1973, guitarras, cavaquinhos)Acácio Leal (Lisboa, 1930, guitarras)Gilberto Marques Grácio (Lisboa / Cacém 12-5-1936, violas, guitarras, etc.)Manuel Mendes (Lisboa, 1943, guitarras )Jorge Pinto (Lisboa, 1949, guitarras)Fernando Silva (Lisboa, Estr.da Damaia, 23-1º esq.,guitarras, acessórios)Raimundo Tereso (Vialonga, Lisboa, guitarras)Victor Lopes (Rua do Prioste, Cartaxo, guitarras, etc.)Daniel Luz (Seisseiras,7630-675-S.Teotónio, cordofones)José Manuel da Rocha Amorim (Faro, guitarras, bandolins, etc.)Oscar Manuel Barbedo Cardoso (Montão, Cinfães, 1960 /Odivelas, guitarras, violas, etc.)João Pessoa (Olhão, guitarras, etc.)

Na Região Autónoma da Madeira :

Agostinho de Freitas Menezes ( 1897-1987, Clç. da Cabouqueira, Funchal, Madeira)César Vieira (1892- 1982, Rua 31 de Janeiro, 103, Funchal, Madeira)José Merceano da Silveira (c.1900 -1970, Sto António, Funchal, Madeira)José Gomes Henriques (n. 1910 ,Tv. dos Capuchinhos, 37, Funchal, Madeira)Francisco Mendonça Rodrigues “Cambé” (1924-2004), Tv. dos Reis, 9, Funchal, Madeira)Carlos Jorge Rodrigues (Rua dos Frias, 2A,9000-032, Funchal, Madeira, violas, etc.)

Na Região Autónoma dos Açores:

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 José Gil D’Ávila (Santa Cruz da Graciosa, Açores, guitarras e violas) Manuel Augusto Lobão Jr. (1910-2006, Sta.Cruz da Graciosa/Terceira, guitarras e violas)Adelino Vicente (Rua da Paz nº 1 (Vila Franca do Campo, S.Miguel, Açores)Francisco Pinheiro (Rua Juiz Macedo, nº 5, Horta, Faial, Açores)Miguel Jacinto de Melo (Rua do Penedo, nº 13, Vila Franca do Campo, S.Miguel, Açores)

António José Sousa Melo (R. do Penedo, nº 13, Vila Franca do Campo, S.Miguel, Açores)Ernesto Goulart da Costa (Vale Farto, Praia da Vitória, Terceira, Açores)José Augusto Lobão (n.1937 em Sta Cruz, Graciosa, act. na Terceira, violas, guitarras, etc)José Tubana (Guadalupe, Graciosa, Açores, violas, violões, guitarras, etc.)José Freitas Serpa (Costa, Lages, Flores, Açores, guitarras, T 292 552112)

Com a popularização da Guitarra Portuguesa no último quartel do século XIX, e verificando-se um incremento do comércio geral de instrumentos musicais, vemos surgir o conjuntoimportante de firmas de Fabricantes e Depositários de Guitarras Portuguesas, alguns aindaem actividade e dos quais referiremos, de entre os mais conhecidos, os seguintes :

Joaquim Wladisláo Bruno & Irmão (Paço do Conde, Coimbra, s.XIX)Custódio Cardoso Pereira & Cia (R. do Almada 200, Porto, R. do Carmo 9/11, Lisboa, desde

1861)Casa António Duarte, Sucr. (Rua Mousinho da Silveira,157, Porto, desde 1870 até 2002)Casa Augusto Vieira (Lisboa e Funchal desde 1888 até c.1935)Rosa & Caldeira (Lisboa, R. de Sto.Antão 155/157, activos entre 1891 e 1904)Luiz Ferreira (Lisboa, R.Nova do Almada, 11, Lisboa, activo entre 1886 e 1892)Viúva de Luiz Ferreira & Cia.( R.Crucifixo, 137-2º, Lisboa a partir de 1892)Francisco Guimarães, Filho & C.ª (Rua do Almada,128, Porto, fundada em 1898)Casa Castanheira (Rua do Almada, 170, Porto)Santos & Silva Vieira (R. da Boavista, 16- Lisboa activos c. 1910.)Thomé & Jayme (Lisboa, desde 1909 até 1915)Gaudêncio de Albuquerque & Cia.(Lisboa,1909)Francisco Valente & Cia. (Beja, c.1910, violas, guitarras, etc.)Silva Nápoles, Videira & Cia. (177/181, R. Sá da Bandeira, Porto, c.1900)António Maria Pereira & Cia. (Lisboa, activo em 1935)Costa & Saraiva (R.dos Remédios., 116, Lisboa )Samuel Mucznic (R.da Madalena, 249-2º, Lisboa)Casa Gouveia Machado (R.de S.José, 152, activos até 1976)Vitor Silva (R. de S.José 148, Lisboa, activos desde 1977)Rangel & Simões (103/105,R.do Carmo e R.1º de Dezembro, nº 1/1 C)Viuva Rangel, Maia, Lda. ( R. do Carmo 103/5 e R. 1º de Dezembro nº 1/1 C )Santos Beirão, Lda. (R.1º de Dezembro, nº 2- c, activos até 1985)Casa Olímpio Medina (Praça 8 de Maio nº 28, Coimbra, fundada em 1930)Salão Musical de Lisboa ( R.dos Anjos,37 C, Lisboa, activos desde 1958)Biblioteca Musical (Rua Cândido dos Reis,115/119, Porto, activos em 1970)Somúsica-Instrumentos Musicais, Lda. (Rua Formosa, 224, Porto)Caiús Alves de Sousa (Rua Chã, nº 111, Porto)Casa Daniel Ruvina,Sucr. (Rua Formosa 173, Porto)IOP-Música Tinoco, Lda. (Centro Comercial Rossio, Loja 415, Lx.)IOP-Música Tinoco, Lda. (Rua da Madalena 164, Lisboa, desde 2005)Diapasão (Av.João XXI,45-a, Lisboa)Violino (Calçada do Sacramento, 48, Lisboa, em actividade desde 1986)Artimúsica (Celeirós, Braga)Euromúsica (Av. Aliança PovoMFA, 11 E, Cacilhas, Almada)Real Musical (Av. de Berna, Lisboa e Rua de.Sta.Catarina 1212, Porto)

Este vasto registo de construtores e comerciantes, apesar de não se pretender exaustivo, éabsolutamente necessário para comprreensão da importância da difusão do instrumento noterritório nacional, pois fornece--nos uma perspectiva clara da implantação geográfica dosartesãos que trabalharam para a criação da moderna Guitarra Portuguesa, dando-nossimultâneamente alguns dados sobre os períodos de maior oferta e procura do instrumento edos agentes da sua comercialização profissional.

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Este longo caminho fez-se de pequenos e grandes contributos, da inteligência e da arte defabricantes e músicos que, de geração em geração, foram transmitindo o seu saber de formadirecta aos seus sucessores até chegarem à actual situação, que poderemos designar porindústria artesanal de pequena dimensão, resultante de esforços isolados e poucacomunicação entre os que praticam a construção e os que utilizam posteriormente osinstrumentos, bem como da limitadíssima área de mercado disponível para a Guitarra

Portuguesa no nosso país.A escassez de informações concretas relativas aos construtores anteriores ao século XVIII,bem como aos instrumentos que construiram e que não chegaram até aos nossos dias,sugere-nos uma análise cuidada sobre o trabalho dos restantes construtores, cuja produçãopodemos observar ainda hoje.

Comecemos então por Joaquim Pedro dos Reis, de Lisboa cujo único exemplar de Guitarrafeito em 1764 (supostamente pertencente à Severa), apresenta características de uma artecom algum cuidado nos acabamentos (friso e embutidos de pau-santo), apesar de se tratarde instrumento de características populares com o corpo, o braço e o cravelhal feitos emcasquinha (Pinus silvestris ), por isso mesmo de uma grande leveza, de boa ressonância evolume de som.O instrumento com seis ordens em doze cordas, apresenta ainda o ponto em pau-santo, com

17 trastes de alpaca e divisão em temperamento igual, característica bastante avançadapara a época, quando comparada com a realidade encontrada em violas de arame domesmo período.Da mesma época, do mesmo tipo e dimensões surge a Guitarra de João Correa d’Almeida ,construida em 1776, com o fundo e ilhargas em Acer (Acer pseudoplatanus ) e o tampo emespruce (Picea abies) de boa qualidade.Este exemplar apresenta caracteristicas já presentes nas cítaras dos séculos XVI/XVII comapenas duas travessas sob o tampo harmónico, nos dois lados da boca do instrumento.O braço e o cravelhal são feitos em Amieiro numa só peça, sendo ligados ao corpo por ummalhete em rabo de andorinha, caracteristico ainda hoje da técnica de construção de Lisboa.Uns anos mais tarde encontramos nos instrumentos de, Estêvão Xavier dos Reis, João Joséde Sousa, e Henrique Rofino Ferro os sinais de que o tipo de características mencionadasacima já se tinha vulgarizado entre os construtores de Lisboa, dando assim lugar ao quepodemos chamar a fase de emancipação do instrumento.Todavia, ao mesmo tempo que se desenvolvia um tipo popular e autónomo de Cítara emLisboa, alguns destes construtores copiavam aspectos exteriores dos modelos importadosde inglaterra, satisfazendo uma procura mais exigente em termos de materiais eacabamentos e , provavelmente destinada à execução do reportório musical escrito para aGuitarra “Inglesa”. É este o caso do instrumento que se encontra hoje em Londres, no Victória and AlbertMuseum, o qual foi construido em Lisboa, na Praça da Alegria, por Jacó Vieyra da Silva porvolta de 1790.O corpo é de casquinha (Pinus sylvestris ), o braço é de amieiro (Alnus glutinosa ) e apresentauma bela rosácea em rede metálica com uma estrela de 9 pontas em madrepérola embutidano centro. O ponto apresenta-se coberto por escama de tartaruga sobre fundo vermelho decochonilha.Esta peça de nítida influência inglesa, apresenta algumas características que encontramosna violaria portuguesa da época, como seja o gosto exuberante pelos embutidos de madre-pérola e ainda o cuidado nos acabamentos, mas apesar disso com um verniz pobre feito àbase de goma-laca e sangue de drago, de pouca transparência.É neste período que encontramos a primeira tentativa de fabrico industrial da Guitarra, nacidade de Braga, por iniciativa de Domingos José d’Araujo sediado na Rua dos Chãos deCima, nesta cidade.Braga era no final do século XVIII um importante centro cultural, com uma verdadeira “CorteEclesiástica”, cultivando a música em diversos géneros e promovendo as artes e oficiosmanuais, em especial aqueles que de algum modo estivessem relacionadas com a Igreja,como é o caso dos trabalhos de madeira, (carpinteiros, entalhadores, marceneiros,santeiros,etc.)Podemos também verificar ainda hoje o gosto especial dos minhotos pelas festas de todo otipo, nas quais predominava o uso dos instrumentos de corda , os quais, apesar de emprincipio serem excluidos de funções cerimoniais de âmbito litúrgico, gradualmente

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participam na laicização dos festejos, associando-se aos momentos lúdicos de determinadosgrupos da sociedade bracarense.A tradição da violaria bracarense remonta pelo menos ao século XVI e está claramenteassociada ás festividades religiosas cíclicas e em particular às necessidades específicas daIgreja, como o fabrico e construção de orgãos, a decoração destes bem como a preparaçãodos restantes instrumentos musicais intervenientes em momentos especiais (como a

procissão do Corpus Christi, o ciclo do Natal, etc.).Como parte desta tradição, é possível que em Braga já houvesse construtores decítaras/guitarras nos séculos XVI e XVII, mas é apenas no século XVIII que encontramos osregistos dos ofícios mecânicos, que dão prova cabal da sua existência.Em 13 de Março de 1804, surge o pedido de Domingos José d’Araujo para o registo naconcessão de Privilégios Reais, obtidos para a fàbrica de “Guitarras, Rabecoins, Rabecas eVioletas”, segundo a provisão do príncipe regente D.João (futuro rei D.João VI). Das muitas guitarras produzidas nessa fábrica, conhecemos sete exemplares, utilizandotodos a mesma forma, variando apenas em aspectos relacionados com a decoração e queclaramente podemos associar a modelos importados da Guitarra inglesa, então aindafortemente em voga junto das camadas altas da sociedade nortenha.Um olhar atento sobre os documentos apresentados por Araújo para a concessão dosprivilégios acima mencionadas, revela-nos que a fábrica só produzia instrumentos para uso

musical culto (principalmente de arco) e cuja preocupação era a de garantir a qualidade,quando comparada com os de importação, como se pode verificar pela frase “...Instrumentosque fabricava com a maior perfeição Excedendo os Estrangeiros não Só nos bonsvernizes,como na Escolha das Madeiras...” É portanto um caso bastante isolado no contexto nacional dos construtores de guitarras eporventura um exemplo português tentando imitar o sucesso das produções industriaisinglesas de John Preston, construtor ao qual é atribuida a invenção do sistema mecânico deafinação com chapa metálica quadrada de 10 tarrachas e parafuso-sem-fim, accionadas poruma chave de relógio de bolso.Em Lisboa fabricavam-se preferencialmente um modelo com cravelhal em espátula e dozecravelhas dorsais e outro com chapa de doze parafusos-sem-fim e chave de relojoeiro.Ao primeiro dava-se o nome de Cítara (até ao final do século XIX) e ao segundo o deGuitarra, sendo muitas vezes a mesma forma da caixa a servir os dois modelos embora onúmero de cordas e a afinação fossem diferentes para cada modelo, bem como as técnicasde execução da mão direita (a cítara tocava-se preferencialmente com uma palheta ou  plectrum e a guitarra com as unhas e polpa dos dedos).Muitos dos exemplares de guitarras que sobreviveram com o sistema de chave e chapametálica, foram originalmente construidos com cravelhal espatular e cravelhas de madeira ,tendo sido objecto de transformação posterior, com o corte do braço e adição do novocravelhal e, geralmente cobertos com tinta negra (tipo “verniz de piano”) para disfarçar a junta praticada no braço.João José de Sousa construiu dezenas de instrumentos destes dois modelos em Lisboa, nasua oficina da Calçada do Caldas nº 86, sendo eventualmente o primeiro a utilizar as chapasde chave em substituição do cravelhal de pá nas guitarras que construiu. António José de Sousa “O Mudo” (filho do anterior), João Gomes e ma is tarde ManuelPereira foram destacados fabricantes de cítaras de cravelhal de pá e cravelhas de madeira,tendo também construido guitarras com sistema de chave e com as primeiras chapas deleque criadas cerca de 1870, utilizando boas madeiras e embutidos de madre-pérola edividindo cuidadosamente os trastes sobre o ponto.Manuel Pereira (1840-1889) foi o construtor mais afamado do seu tempo, tendo construidoguitarras que se encontram nos museus de Bruxelas, Milão, Roma e Lisboa .O sucessor de Manuel Pereira na Rua das Portas de Santo Antão nº 189/191, foi Manuel C.Teixeira (activo a partir de 1880) autor da belíssima Guitarra, hoje em exibição na Casa-Museu Amália Rodrigues, em Lisboa e que apresenta embutidos de Pau-Santo sobre basede Ácer, representando figuras de sátiros e musas tocando instrumentos, figuraçãofitomorfica estilizada e cujo cravelhal em leque, em latão niquelado e gravado é encimadopor uma cabeça de Leão entalhada e pintada de cor dourada.Esta peça, das mais decoradas que conheço, destinou-se certamente a satisfazer umaencomenda especial ou talvez a figurar na Exposição Universal de Paris em 1900, éconstruida com os melhores materiais (fundo e ilhargas de pau-santo, recoberto a folha deácer e tampo harmónico de spruce, recoberto a folha de ácer).

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Os irmãos Augusto Vieira e António Victor Vieira, talvez originários da ilha da Madeira, masambos instalados em Lisboa a partir de 1888 (o segundo foi o herdeiro da oficinaanteriormente referida), foram dos mais notáveis e férteis construtores , sendo autores denumerosas guitarras de boa qualidade premiadas nas exposições Universais de Paris (1900)e St,Louis, USA (1904) e na Industrial de S.Miguel (Açores) em 1901.Interessados pela pesquisa de novas formas, alteração de dimensões e até construção de

modelos diferentes (veja-se o guitarrão de 1932, com o corpo em forma de cítara clássica,em exibição no Musu Nacional de Etnologia), chegaram a ter várias oficinas em produçãosimultânea, sendo os únicos a numerar, datar e inventariar a sua produção.Outro herdeiro desta tradição de qualidade foi João Rodrigues da Rosa, o qual funcionou namesma oficina no princípio do século XX e depois no Largo de S.Martinho e punha nas suasetiquetas impressas: “João Rosa, único discípulo de Manuel Pereira”, reclamando para elepróprio o mesmo estatuto que M.C.Teixeira e a empresa Rosa & Caldeira, os quais herdaramefectivamente as oficinas do grande mestre lisboeta.Parte do espólio de formas, ferramentas, materiais diversos e maquinaria específica para aconstrução de leques, cravelhas e atadilhos passou para a oficina de Álvaro da Silveira emais tarde para a de Manuel Cardoso , sendo actualmente distribuido pelas oficinas ÓscarCardoso e de Fernando Silva.Na mesma época teve actividade florescente no Porto o construtor António Duarte, do qual

possuímos três exemplares de construção esmerada, embora com modelos decaracterísticas diferentes.António Duarte teve a primeira oficina na Rua da Bainharia, fundada em 1870 e mais tardemudou-se para a Rua Mouzinho da Silveira nº 165/167 (cuja oficina ainda existe,actualmente gerida por António Couto) .Construia 3 modelos com comprimentos de corda vibrante de 470 mm, 440 mm e 420 mm eutilizava também medidas diferentes para os corpos (35 cm a 27 cm ) e ilhargas que podiamvariar entre os 8,5 cm e os 7 cm (máximo) e os 5,5 cm e 4 cm (mínimo). António Duarte é também conhecido como bom construtor de violinos, rabecas “chuleiras”,violas “braguesas” e bandolins, sendo justamente considerado o criador do “modelo” deGuitarra do Porto, o qual se distinguia do de Lisboa pela sua forma mais arcaica (próxima doperfil das cítaras italianas) e pela cabeça geralmente ornamentada com motivos fitomorficos.Construiu entre muitas outras, a guitarra da célebre cantora e actriz Adelina Fernandes, ondese pode notar o esmerado fabrico em pau-santo, cercadura da boca com embutidos demadre-pérola e cravelhal em chapa de leque, encimado por escultura representando umacabeça de bacante, com o cabelo envolto em cachos de uva.Joaquim da Cunha Mello, também do Porto, foi contemporâneo do anterior, tendo sidosobretudo fornecedor dos estudantes de Coimbra, para os quais realizava guitarras emmateriais baratos, fabricando segundo os modelos e medidas de António Duarte.Criou uma firma, cuja gerência passou a seu filho Luis da Cunha Mello tendo esteabandonado a actividade em 1910. Ainda inserido na chamada “escola do Porto” encontramos Manuel Pereira dos Santos, comoficina em Alfena e mais tarde em Matosinhos, o qual foi premiado com medalha de prata naExpo Universal de Paris em 1889.Este violeiro, não deve ser confundido com o seu homónimo de Lisboa pois além do mais,tem como características distintivas do seu trabalho, a aplicação de embutidos demadrepérola gravada e tingida, a escolha muito criteriosa de madeiras de pau-santo eespruce e acabamentos em verniz de muito boa qualidade.Conhecemos vários exemplares de guitarras, violas e bandolins deste autor e todosconfirmam a mestria e imaginação com que inova particularmente o desenho das guitarras,com inclusão de rosáceas na boca e a chapa de leque dupla, sistema de cravelhas metálicascom parafuso sem fim integrado, além das cabeças entalhadas com motivos fitomorficos.Dentro dos construtores do Porto do inicio do século XX salientamos José do NascimentoLopes e António Pereira Cattão fabricantes de guitarras de boa qualidade, esmeradoacabamento de verniz e decoração cuidada.José Paulo Ferreira (activo entre 1880-1905) foi um dos construtores de Lisboa que marcoupela qualidade do seu trabalho e cuidadosa escolha das madeiras, como se pode ver pelaguitarra com cravelhal de pá que apresentamos, a qual não fica atrás dos trabalhos deManuel Pereira.Salvador José dos Santos e António Maria da Costa Feio foram dois fabricantes de Lisboado século XIX que se tornaram notados pela qualidade dos instrumentos que nos deixaram e

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pelas inovações introduzidas.Ao primeiro é atribuida a invenção de uma guitarra-harpa, construida em 1899, em raíz defreixo e embutidos de prata na rosácea com figuras de instrumentos (guitarra,violino e viola)em miniaturas recortadas de grande perfeição e ao segundo são creditadas as invenções doGuitabando,Guidim e Bandolinete que combinam processos acústicos e mecânicos de outrosinstrumentos (bandolim, viola, bandola) com os da Guitarra Portuguesa.

João Pedro Grácio (1872-1962) foi o patriarca de uma grande família de guitarreiros (cincodos seus doze filhos foram construtores) tendo fundado a sua oficina em Lisboa, na Rua daBoavista, em 1890 e criado a marca “A Lusitânia”, fábrica de guitarras, bandurras, bandolins,bandoletas, violas francesas, violões, cavaquinhos, etc. tendo alguns dos seus instrumentossido premiados na Exposição Universal de Paris em 1900.Com eclodir da Guerra de 1914-18, Grácio vê-se obrigado a regressar à sua terra natal(Coimbrão, perto de Leiria) continuando a produzir instrumentos para as tunas da região epara os estudantes de Coimbra.Os instrumentos produzidos por João Pedro Grácio, rivalizam em qualidade com os dosirmãos Vieira, de Lisboa e este facto bem como o desejo de conquistar uma clientela maisexigente de profissionais, leva-o mais tarde ao restabelecimento duma oficina na capital, aGuitarraria Leiriense do Largo de São Martinho (ao Limoeiro), fundada cerca de 1922.Esta velha oficina, fundada no princípio do século por João R. Rosa, atraía alguns

guitarristas célebres da época que residiam nas imediações, como era o caso de Petrolino eArmandinho, bem como de outros que ali convergiam para um convivio interessado, mudarcordas ou fazer pequenos arranjos nas guitarras , como Artur Paredes, Francisco Menano,etc.Aqui foram iniciados na arte os filhos João Pedro, Joaquim, José Pedro, Manuel, Ulisses eVictor (que mais tarde abandonou a arte, estabelecendo-se como relojoeiro) e em convíviopermanente com várias gerações de guitarristas se foi aperfeiçoando, experimentando eprogredindo na construção do nosso actual instrumento.Um aspecto único e original desta família, foi o facto de todos serem executantes, tendomesmo formado sobre a direcção atenta de João Pedro, a “Troupe Musical Os Grácios”. Segundo Gilberto Grácio (neto de João Pedro), a excelente guitarra fabricada paraArmandinho em 1925 e apresentada nesta exposição, terá sido realizada nesta oficina eresta como exemplo do notável trabalho aí então produzido.Em Lisboa surge pela mesma época o guitarreiro Arthur de Albuquerque, autor da belaguitarra que apresentamos e que revela excelente escolha de madeiras (fundo e ilhargas deÁcer olho-de-perdiz,tampo em spruce e braço em tília), cuidadoso acabamento com trabalhomuito apurado de embutidos em madeira (frisos) e em madre-pérola (boca).As guitarrasdeste autor revelam uma forma mais próxima do círculo que viria a ser a característica dasactuais guitarras de Lisboa.Arthur de Albuquerque fundou a sua oficina em Lisboa em 1898, tendo como seu discípulo oguitarreiro madeirense Álvaro Marciano da Silveira,o qual foi seu empregado entre 1903 e1907.Álvaro da Silveira nasceu no Funchal a 3 de Julho de 1883, tendo vindo para Lisboa aos 20anos. Na sua terra natal, terá começado a aprender a arte com o construtor de violinosAugusto M.da Costa, vindo mais tarde a especializar-se no fabrico da Guitarra com oconstrutor acima mencionado, chegando a ser encarregado da sua oficina na Rua daBoavista, antes de se estabelecer por conta própria no Conde Barão em 1907.Mais tarde transferiu-se para o Bairro-Alto, onde teve oficina na Travessa dos Inglesinhos,nº35-2º, até se mudar,já na década de sessenta para a sua casa-oficina no Beco de SãoLázaro nº20-2º, onde veio a falecer cerca de 1972.Silveira, conhecido no meio como Álvaro “ilhéu”, teve apoio do Instituto para a Alta Culturanos anos trinta para realizar um estágio em Cremona numa escola de construtores deviolino, instrumento que tornou a construir na década 50/60.Teve também encomendas de Alaúdes e outros instrumentos antigos por parte de umcurioso grupo inglês de música antiga que trabalhava na BBC de Londres no final dos anostrinta.As Guitarras de Álvaro da Silveira foram, e são ainda hoje, muito apreciadas pelosprofissionais de Lisboa, tendo sido usadas por Armando Freire, Salgado do Carmo e JulioSilva, no princípio do século e mais tarde por José Nunes, Fontes Rocha e Carlos Gonçalvesque as preferiam entre todas as outras.Uma das marcas distintivas do fabrico de Silveira, é o cuidado posto na junção do braço com

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a caixa, fazendo terminar o braço por uma linha oblíqua em arco, em vez da tradicionaloblíqua recta.Outro contemporâneo do guitarreiro anterior e, curiosamente seu conterrâneo também, foiFrancisco Januário da Silva o qual ficou conhecido como Chico “ilheu”. Francisco da Silva foi empregado de Álvaro até cerca de 1920 tendo-se estabelecido nessaaltura por conta própria em oficina na Rua do Diário de Notícias nº 60. Fez várias guitarras

de duas bocas, segundo o modelo de Júlio Silva e foi autor da magnífica guitarra do escritor-guitarrista Barata Dias.Avelino Coutinho foi outro dos construtores de guitarras de Lisboa que se distinguiu noprimeiro quartel do século, pela perfeição dos seus instrumentos, tendo a sua oficina nasEscadinhas da Costa do Castelo, 6.Fabricou em 1915 a Guitarra do célebre concertista Carmo Dias, o qual tocava por música ena afinação “natural”, segundo atradição novecentista da guitarra “inglesa”.  Domingos Cerqueira da Silva (1901-1980) foi o melhor construtor de guitarras da cidade doPorto, tendo realizado instrumentos para José Nunes, Fontes Rocha, Álvaro Martins, etc.Herdeiro de uma tradição familiar que remonta ao seu avô Cerqueira ,tinha oficina na RuaCosta Cabral 388, na mesma rua onde seu pai e seu avô tinham possuido outras casas deinstrumentos, nomeadamente em sociedade com Artur Barbosa.Com apenas 16 anos, Domingos Cerqueira veio para Lisboa trabalhar para a casa de

António Victor Vieira na Rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa e em 1919, empregou-sena casa Custódio Cardoso Pereira & Cia.Lda., vindo mais tarde em 1926 a trabalhar para aCasa Castanheira, do Porto, cidade onde se estabeleceu por conta própria em 1962, criandoa célebre oficina atrás mencionada, que reunia em tertúlia muitos dos melhoresinstrumentistas portuenses.João Pedro Grácio Junior (1903-1967) foi sem dúvida, de entre os filhos de João PedroGrácio, aquele que conquistou maior fama entre os construtores de guitarras de todos ostempos. Para tal fama, para além de trabalho de notável qualidade e perfeição ,contribuiutambém o facto de estar sempre aberto a sugestões dos seus clientes e amigos, entre osquais se contaram Artur Paredes, que de forma persistente e em diálogo constante com omestre Grácio, aperfeiçoou a Guitarra de Coimbra. João Pedro foi igualmente executante deGuitarra e admirador de Petrolino e Armandinho com quem igualmente dialogou sobre ascaracterísticas do modelo de Lisboa, o qual foi desenvolvido principalmente nas suasoficinas.João Pedro Grácio Junior, fundou a sua oficina nas Escadinhas da Ponte Nova, nº8,Agualva, Cacém e aí fabricou guitarras,bandolins e violas para os mais célebres executantesdo nosso século, incluindo os nomes de Artur e Carlos Paredes, João Bagão, José Nunes,Jaime Santos, Raul Néry, Carvalhinho e Fontes Rocha (guitarras) e Santos Moreira, JulioGomes, Pedro Leal, Pais da Silva, José Inácio e Fernando Alvim (violas).Joaquim Grácio (1912-1994), foi o outro dos filhos de João Pedro Grácio que se distinguiu nofabrico de guitarras, violas, bandolins, violinos e arcos de violino.Tendo uma atitude de experimentalismo constante e vontade de inovação nas técnicas deconstrução, Kim Grácio (como era conhecido no meio) cedo se distinguiu dos irmãos,separando-se da oficina paterna na década de 50, para, em conjunto com José Duarte Costafundar uma oficina para dar apoio a uma escola de Guitarra Clássica (viola) que este haviacriado na Av.João XXI.Kim Grácio fez experiências várias, em colaboração com os guitarristas Artur Paredes e JoãoBagão (para o qual construiu uma Guitarra em madeira de Plátano, com boca oval e fundofacetado, para além das travessas que eram talhadas em cunha de forma a reduzirem asuperfície de colagem ao tampo harmónico) e com ambos tinha longas e profundasdiscussões sobre as possíveis melhorias a introduzir na construção das suas guitarras.Dotado de um espírito afirmativo e de um carácter emotivo, Kim viría a sofrer algumabandono por parte de clientes em favor dos seus irmãos, especialmente do João Pedro.Mais tarde foi para Chicago, E.U.A., trabalhando na oficina de um construtor de violinos earcos, com quem aperfeiçoou as suas técnicas, regressando a Portugal no início da décadade setenta para se estabelecer primeiro na Av.do Mar, Costa da Caparica e mais tarde naSobreda da Caparica, dedicando-se sobretudo ao restauro de instrumentos de arco dasorquestras e ocasionalmente construindo uma guitarra e uma viola para Octávio Sérgio e seufilho Sérgio de Azevedo.Manuel Cardoso (1933-1991) foi outro dos notáveis artífices da Guitarra deste século, tendocriado a sua oficina de Odivelas no início da década de setenta.

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Cardoso trabalhou inicialmente no Minho (Cinfães) como carpinteiro e marceneiro vindo maistarde (1960) para Lisboa ,onde se empregou no Salão Musical Lisboa, na Rua dos Anjos,nº37-C, fabricando então estojos para instrumentos de sopro.Em seguida foi trabalhar com Álvaro da Silveira, tendo com ele aprendido os “segredos” dofabrico de instrumentos de corda, entre os quais as guitarras.Nos últimos vinte anos da sua vida, Manuel Cardoso produziu centenas de guitarras, violas,

banjos e bandolins de boa qualidade, tendo também sido exímio na execução de restauros,assistido pelo seu filho Oscar que continua a tradição familiar.Gilberto Marques Grácio (1936) é o actual membro em evidência, da destacada família deconstrutores de guitarras com origem em Coimbrão (Leiria),tendo iniciado a sua actividadecom apenas doze anos de idade.Herdeiro desta tradição familiar, Gilberto recebeu influência directa do seu pai, de quem foiassistente até ao seu falecimento em 1967, terminando algumas das suas guitarras queficaram inacabadas.A partir dessa data e assistido por seu tio Manuel Pedro Grácio e Álvaro Ferreira, GilbertoGrácio manteve em funcionamento a oficina do Cacém onde mais e melhores guitarras seconstruiram.Grácio constrói também muitos bandolins e violas de fado (consideradas por muitos comosendo a sua grande especialidade) e por sugestão do guitarrista Fontes Rocha realiza em

1969 um primeiro modelo híbrido de Guitarra (forma e tiro de corda de Coimbra, mas combarras harmónicas, cabeça em voluta e ornamentos, do tipo de Lisboa) e mais tarde em1972, por sugestão de Carlos Paredes constrói um “Guitarrão” (com o corpo de uma guitarrade Coimbra, mas com o comprimento vibrante de corda da viola).Ainda nesta década, decide reactivar a sua oficina de Coimbrão onde passa largastemporadas, fazendo todo o processo de preparação das madeiras, a dobragem dasilhargas, assemblagem nas formas e corte dos braços, realizando apenas os acabamentosna sua oficina de Agualva ,onde atende os clientes e convive com os amigos, que acorremem grande número, formando uma tertúlia permanente em torno das questões relacionadascom a Guitarra e o fado, do qual é grande apreciador.Foi homenageado em sessão pública no Casino do Estoril e pela Academia da GuitarraPortuguesa e do Fado em 1998.Na mais nova geração, surgem em destaque os nomes de José Fernando Meireles Pinto,natural de Penafiel em 1959 e Oscar Manuel Barbedo Cardoso, nascido em Montão, Cinfãesdo Douro em 1960.Fernando Meireles ( como é conhecido no meio artístico) começou os seus estudos musicaisno Conservatório de Música de Coimbra em 1983 e no ano seguinte, inicia a sua actividadecomo construtor autodidata de cavaquinhos, violas, bandolins e guitarras.Pouco tempo depois inicía a construção de sanfonas (instrumento de corda friccionada comroda, do qual foi pioneiro na construção em Portugal, nos tempos modernos), tendo obtidogrande sucesso com a construção deste instrumento na Galiza, em França e em Portugal.A partir dos anos 90, constrói regularmente guitarras portuguesas para os estudantes dacidade onde habita (Coimbra), tendo a sua oficina instalada no edificio da AssociaçãoAcadémica de Coimbra.Em 1995-96 realizou um curso de Construção de Instrumentos Populares Portugueses,promovido pela Direcção Regional de Cultura do Centro, pela Universidade de Coimbra esubsidiado pelo Instituto do emprego e Formação Profissional de Coimbra .Funda em 1990 o grupo Realejo, que utiliza instrumentos da sua autoria, comosanfonas,bandolins, concertinas, violas braguesas e cavaquinhos, com grande sucesso nopanorama renovador da música tradicional portuguesa.Em 1995 foi agraciado com a Medalha de Mérito da Cidade de Coimbra, a qual lhe foientregue em sessão solene no Salão Nobre da Câmara Municipal, nas comemorações do 25de Abril.Em 1998, construiu a Guitarra que possuímos (modelo de Coimbra) onde são visíveisalgumas alterações de pormenor (desenho da caixa, dimensões da espessura do tampoharmónico,etc.) que apontam novas soluções para a construção deste instrumento,verificáveis através das características deste exemplar, dotado de grande volume sonoro,ressonância igual em todas as cordas e excelente qualidade tímbrica.Oscar Cardoso continua a tradição de seu pai, Manuel Cardoso, com o qual se iniciou naarte da construção de guitarras aos 18 anos.Oscar frequentou o curso de Guitarra Clássica da Escola Victorino Matono entre os anos de

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1980-86 tendo nesse ano recebido uma bolsa da Secretaria de Estado da Cultura paraestudar as técnicas de construção na Scuola Internationale de Liuteria em Cremona, Itália,sob a direcção do mestre Scarpini.Regressado a Portugal em 1990, inicia a colaboração com seu pai e por morte deste em1991, herda a oficina no Casal do Privilégio, em Odivelas.Recebeu a medalha de mérito do Município de Odivelas no ano 2000.

Tem realizado interessantes modelos experimentais e híbridos (p.ex. Viola com corpo deGuitarra) e construido guitarras para Arménio de Melo, Carlos Gonçalves, João Alvarez,Ricardo Dias e Mário Pacheco, entre outros, sendo por todos eles considerado como um dosmelhores construtores de guitarras portuguesas da actualidade.

 © Pedro Caldeira Cabral 2007“À Descoberta da Guitarra Portuguesa” - Texto do Catálogo da Exposição de 2002 

www.pedrocaldeiracabral.com 

Actualizado em ( 02/08/2007 )