Conceitos de Gêneros Literários

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UNEMAT - Universidade Estadual do Mato Grosso Núcleo Pedagógico de Confresa Licenciatura em Letras/Habilitação em Espanhol Conceitos de Gêneros Literários Disciplina: Introdução aos Estudos Literários Prof. Esp. José Luis Nunes dos Santos Luciene de Oliveira Maciel

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UNEMAT - Universidade Estadual do Mato Grosso

Núcleo Pedagógico de Confresa

Licenciatura em Letras/Habilitação em Espanhol

Conceitos de Gêneros Literários

Disciplina: Introdução aos Estudos LiteráriosProf. Esp. José Luis Nunes dos Santos

Luciene de Oliveira Maciel

Novembro2012

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Responda:

1. De forma fixada, mostre os conceitos sobre os gêneros expressos por:

a.Benedetto Croce;O conceito spbre os gêneros é expresso por Croce por meio de uma reflexão estética, combatendo as ideias anteriores em que a influência positivista e determinista era presente para classificar os gêneros literários. A intuição é o objeto de estudo de Croce, sendo a expressão a forma em que a intuição é revelada, desta forma, ele afirma que não somente a poesia, mas a arte é única e indivisível.Sua teoria não descarta a diversidade de criação poética, porém ele defende que nenhum gênero deve existir de forma normativa e que o que a poesia quer expressar em seu conteúdo é muito mais importante do que ela procurar se adequar à leis de composições formais que o fará se encaixar em um gênero em particular.

b. Lukács;Este autor demonstra muito interesse pelos gêneros literários quanto às diferenciações dos termos lírico, narrativo e drama, juntamente com a epopeia e o romance. Ele diferencia o drama do romance, pois acreditava que ambos correspondiam a visões diferentes da realidade, reconhecendo a diversidade do conteúdo e da forma.Lukács levava em consideração fatores de odem sociocultural, pois o público a que se destina a literatura pode definir o gênero e a estrutura da sociedade define o que o público quer, sendo assim, o tempo e as pessoas mudam e os gêneros podem ser extintos ou outros gêneros nascerem.c.Roman Jakobson;Este autor publicou um estudo em que relacionou as particularidade dos gêneros literários com a participação da função poética, como a mais evidente.Jakobson identificou os gêneros a partir das pessoas envolvidas e classificou as suas funções de linguagem. A poesia épica está centrada na 3ª pessoa e sua função é referencial; a lírica, na 1ª pessoa e com a função emotiva e a dramática, estando na 2ª pessoa, revelando a função apelativa.

2.O que Victor Manuel apregoa do Gênero Lírico, Dramática e Narrativo: Faça em forma de texto expositivo.

O texto de Victor Manuel vem descrevendo as características e peculiaridades de cacda gênero literário. A começar pela Lírica, ele cita a fala de Hegel em seu livro Estética, o qual afirma que o conteúdo da poesia lírica foca-se na carga subjetiva do sujeito, por isso mesmo Victor afirma que ela não revela o mundo exterior objetivo, nem mesmo a interação do homem neste mundo, mas a revelação e o aprofundamento do próprio eu, por meio do ritmo, tonalidade, dimensões e da realidade interior.O mundo exterior não é descartado, pois ele está presente no poema lírico como um pretexto impulsionador para a criação emotiva e sentimental vindas da subjetividade do poeta. Podemos então afirmar que há elementos narrativos e descritivos na poesia lírica para descrever situações em que serão utilizadas como um trampolim para as reflexões da alma do autor por meio de um simbolismo interior.

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A poesia lírica tem um caráter estático por não se atentar à mudanças exteriores, não acompanhando-as, mas mergulhando em um universo paralelo em que a estética muda de acordo com a sua linguagem, sem perder as características.Um bom exemplo é como a poesia lírica se mostra no período parnasiano e no período simbolista.De forma rigorosa, o parnasianismo utilizou-se de uma linguagem formal, objetiva e descritiva, enquanto o simbolismo não seguiu exatamente esta estética e percorreu caminhos em que as palavras tinham uma carga semântica muito forte, além da própria descrição.É notável que a narrativa e o drama são diferentes da lírica, pois representam o mundo objetivo e a ação do homem é considerada nas suas relações externas.Segundo Hegel, a forma narrativa se define pela totalidade dos objetos, representando uma esfera da vida real, com os aspectos, direções, acontecimentos e deveres...Diferente da lírica, a narrativa traz o mundo objetivo e as suas relações com o homem. O romance é um bom exemplo de narrativa em que há várias relações de ódio, ternura, nostalgia, dando espaço à criação, permitindo a subjetividade, porém esse é um tema de grande debate.Há vários argumentos que mostram a conexão entre o narrador e o mundo objetivo, como os tipos de personagens, os quais são muitas vezes o oposto do próprio autor, revelando que não há nenhuma subjetividade; outro argumento reside pelas descrições do meio social, local, hábitos, vestuários, etc.., dos personagens e não exatamente de seus pensamentos, sendo elementos que nos fazem imaginar como seria a mente dos personagens, os quais criam viva própria por meio de tais descrições tão acuradas.A narrativa romancista valoriza o mundo externo e chama a atenção para ela, o que o faz se distanciar da poesia lírica e consequentemente do drama.Dentro da narrativa, o romance é muito valorizado, mas o poema épico se constitui numa narrativa com características diferentes quanto à função do tempo, pois o épico não se preocupa com isso, porém o romance dá importância ao fluir temporal, sendo de caráter dinâmico, pois ao longo da história há várias reviravoltas e novas descobertas ao longo do tempo.

O romance narrativo e o drama não parecidos quanto ao contexto dos personagens em questão de épocas e lugares, em que acontecem várias situações por meio da história. Apesar disso, há muitas características diferentes entre eles quanto à estrutura interna e externa.Hegel define essa diferença dizendo que a narrativa contrapõe a totalidade dos objetos e o drama contrapõe à totalidade do movimento.A narrativa valoriza o ambiente em que o homem está inserido, históricamente e socialmente, por isso há episódios para aos poucos desvendar-se a história.Porém, o drama representa as ações humanas por meio da colisão, dos conflitos dramáticos entre os homens e não exatamente entre o ambiente em que estão, e sim as circunstâncias.O que rege a dinâmica do drama é o conflito e os personagens são necessários para que haja os desvios deste conflito e os elementos citados giram em tornno do propósito de figurar o estilo de vida dos personagens que estão na posição necessária para ocorre a intriga, pois conforme o autor: “a vida é assim representada nos seus momentos de exaltação e de crise; as relações humanas são apreendidas nos seus momentos de tensão antagônica”.