Conceitos Iniciais
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MEDIÇÃO DE PRESSÃO Hidrostática (revisão)
Instrumentação Industrial
Pressão atmosférica (Patm) é a pressão exercida pela atmosfera
terrestre, variando de acordo com as condições de tempo e altitude.
Seu valor de referência ao nível do mar é 1atm (atmosfera), que
equivale a 101325 Pa (Pascal).
1 atm = 1,013*105 Pa = 1,013 bar = 1013 milibar
Pressão absoluta e
manométrica
Pressão absoluta
É a pressão positiva a partir do vácuo perfeito, ou seja, a soma da
pressão atmosférica do local e a pressão manométrica. Geralmente
coloca-se a letra (A) após a unidade. Mas quando representamos
pressão abaixo da pressão atmosférica por pressão absoluta, esta é
denominada grau de vácuo ou pressão barométrica.
Pressão absoluta e
manométrica
Pressão manométrica
É a pressão medida em relação à pressão atmosférica existente no
local, podendo ser positiva ou negativa. Geralmente se coloca a letra
“G” após a unidade para representá-la. Quando se fala em uma
pressão negativa, em relação a pressão atmosférica chamamos
pressão de vácuo.
Pressão absoluta e
manométrica
Pressão absoluta e
manométrica
Pressão absoluta
Grau de vácuo
Pressão manométrica Pressão
de vácuo
Pressão diferencial
Referência
Qualquer valor 0mmHg abs
Vácuo perfeito
760mmHg abs
0 mmHg G
Pressão Atmosférica
Teorema de Stevin
Este teorema relaciona a pressão hidrostática com a altura da coluna
de liquido, estabelecendo que a pressão absoluta em um ponto de um
líquido homogêneo e incompressível, de densidade (ρ) e profundidade
(h), é igual a pressão atmosférica (exercida sobre a sua superfície),
acrescida da pressão efetiva neste ponto, não dependendo da forma
do recipiente.
Pabs = Patm + Pef → Pabs = Patm + ρ*g*h
Deduzindo a fórmula da pressão temos:
P = F / A, substituindo F, por (m*a):
P = (m*a) / A. Sendo m = ρ*V e V = A*h, temos:
P = (ρ*A*h*g) / A, resultando em:
P = ρ*g*h, onde:
ρ = densidade da substância;
g = aceleração da gravidade;
h = altura da coluna de líquido
Teorema de Stevin
Sendo Δh, a diferença de nível entre dois pontos quaisquer no interior
de um líquido de densidade ρ em repouso, pode-se demonstrar que a
diferença de pressão entre esses dois pontos é:
ΔP = ρ*g* Δh
Teorema de Stevin
Figura 1: dois pontos no interior de um líquido
Uma importante aplicação do teorema de Stevin é o entendimento
dos vasos comunicantes. Inicialmente, observemos a figura a
seguir:
Observe que independente do formato do tubo a pressão é igual
aos outros desde que estejam no mesmo nível e no mesmo fluido.
Vasos Comunicantes
Figura 2: Vasos comunicantes
1. A figura representa uma caixa d´água e parte
dos encanamentos que saem dela em um
momento de repouso. Sabe-se que o desnível
vertical entre os pontos A, na superfície da água,
e B, no meio do encanamento inferior é de 12 m.
Sendo dados: pressão atmosférica local Patm
(1*105 Pa), densidade da água (1*103 kg/m3),
aceleração da gravidade (10 m/s2), determine:
a. A diferença de pressão entre os pontos A e B, e
a pressão manométrica em B;
b. A pressão absoluta em B.
Aplicações
A
B
2. Em um local onde a pressão atmosférica é 102x10³ Pa e a aceleração
gravitacional é 10m/s², um mergulhador desce no mar até uma profundidade de
20m. Sendo a densidade da água do mar 1,02x10³ Kg/m³, determine a pressão
suportada pelo mergulhador.
Aplicações
Um tubo em forma de U, aberto em ambas as extremidades, contém
dois líquidos A e B que não se misturam, em repouso. Se as
densidades ρA e ρB desses líquidos forem diferentes, pode-se
demonstrar que as superfícies livres desses líquidos estão em
diferentes níveis, hA e hB, em relação a superfície de separação, de
acordo com a relação:
ρA*hA = ρB*hB
Líquidos não miscíveis em
equilíbrio
Líquidos não miscíveis em
equilíbrio
Figura 3: líquidos que não se misturam em equilíbrio
Exemplo
Na figura abaixo, está representado um tubo em U com água e
determinado óleo em equilíbrio. Determine a densidade deste óleo.
Dados (ρágua=1*103 kg/m3; hóleo=0,15m; hágua=0,12m)
Líquidos não miscíveis em
equilíbrio
háguahóleo
Pressão Manométrica
PG
PO
h1 2
3
Situação A
PG
PO
h
1
2 3
Situação B
A linha tracejada inferior marca os pontos do líquido à mesma pressão. Na situação
A, a pressão do gás é maior que a pressão atmosférica. Na situação B, a pressão
do gás é menor que a pressão atmosférica.
Situação A:
p1=p2 Pgás= Patm + ρgh
Situação B:
p2=p3 Pgás + ρgh = Patm Pgás=Patm - ρgh
Pressão Manométrica
Exemplo
Nas figuras que seguem, uma manômetro de mercúrio é representado, ligado a um
recipiente fechado que contém um gás a determinada pressão. Sendo dados:
Patm (1,01*105 Pa) / ρHg (13,6*103 kg/m3) / g (9,81 m/s2), determine a pressão do gás
para cada situação apresentada.
Pressão Manométrica
h = 0,250m
Exemplo
Nas figuras que seguem, uma manômetro de mercúrio é representado, ligado a um
recipiente fechado que contém um gás a determinada pressão. Sendo dados:
Patm (1,01*105 Pa) / ρHg (13,6*103 kg/m3) / g (9,81 m/s2), determine a pressão do gás
para cada situação apresentada.
Pressão Manométrica
h = 0,100m
Neste tipo de medição usamos a pressão exercida pela altura da
coluna líquida, para medirmos indiretamente o nível, como mostra
abaixo o Teorema de Stevin:
P = h . d
Onde:
P = Pressão em mm H2O ou polegada H2O
h = nível em mm ou em polegada
d = densidade relativa do líquido em relação a água na temperatura ambiente
Obs.: A medida mais apropriada para esse tipo de medição é o mm ou polegada de
H2O.
Medição de Nível por Pressão
Figura 4: Exemplo de Medição de Nível por Pressão
Medição de Nível por Pressão
Para maior facilidade de manutenção e acesso ao instrumento, muitas
vezes o transmissor é instalado abaixo do tanque. Outras vezes a falta de
plataforma fixadora em torno de um tanque elevado resulta na instalação
de um instrumento em um plano situado em nível inferior à base do
tanque.
Em ambos os casos, uma coluna líquida se formará com a altura do
líquido dentro da tomada de impulso, se o problema não for contornado, o
transmissor indicaria um nível superior ao real.
Medição de Nível por Pressão
Medição de Nível por Pressão
Figura 5: Medição de Nível com Supressão do Zero
H L
altura da supressão
alturamáxima
Densidade relativa do fluido
Medição de Nível por Pressão
Para a figura abaixo, calcule em mmH20, a pressão quando o tanque estiver
vazio e totalmente cheio.
H L
altura da supressão
1 metro
alturamáxima2 metros
Densidade relativa do fluido
1,2
Medição de Nível por Pressão
a) Quando o nível estiver em 0%:
P0% = h . d
P0% = 1000 . 1,2
P0% = 1200 mmH2O
b) Quando o nível estiver em 100%:
P100% = h . d
P100% = ( 2000 + 1000 ) . 1,2
P100% = 3000 . 1,2
P100% = 3600 mmH2O
Medição de Nível por Pressão
Medição de Nível por Pressão Diferencial em Tanques Fechados e
Pressurizados.
Neste tipo de medição, a tubulação de impulso da parte de baixo do tanque é
conectada à câmara de alta pressão do transmissor de nível. A pressão
atuante na câmara de alta é a soma da pressão exercida sob a superfície do
líquido e a pressão exercida pela coluna de líquido no fundo do reservatório.
A câmara de baixa pressão do transmissor de nível, é conectada na
tubulação de impulso da parte de cima do tanque onde mede somente a
pressão exercida sob a superfície do líquido.
Medição de Nível por Pressão
Medição de Nível por Pressão Diferencial em Tanques Fechados e
Pressurizados.
Selante
Figura 6: Exemplo medição de nível em tanques fechados
Medição de Nível por Pressão
Elevação do Zero
Quando o fluído do processo possuir alta viscosidade, ou quando o fluído se
condensa nas tubulações de impulso, ou ainda no caso do fluído ser
corrosivo, devemos utilizar um sistema de selagem nas tubulações de
impulso, das câmaras de baixa e alta pressão do transmissor de nível.
Selam-se então ambas as tubulações de impulso, bem como as câmaras do
instrumento.
Medição de Nível por Pressão
Exemplo de aplicação
d=2
2 metros 2,8 metros
0,8 metros
d(selante)=1
Medição de Nível por Pressão
Quando o nível estiver em 0%:
P0% = PH - PL
P0% = (hH . dH) - (hL . dL )
P0% = (800 . 1) – (2800 . 1)
P0% = (800) – (2800)
P0% = - 2000 mmH2O Sendo
PH = pressão na câmara de alta
PL = pressão na câmara de baixa
hH = altura da coluna líquida na câmara de alta
dH = densidade do líquido da câmara de alta
hL = altura da coluna líquida na câmara de baixa
dL = densidade do líquido da câmara de baixa
Medição de Nível por Pressão
Quando o nível estiver em 100%:
P100% = PH - PL
P100% = [ ( hCLP . dCLP ) + ( hH . dH ) ] - ( hL . dL )
P100% = [ ( 2000 . 2 ) + ( 800 . 1 ) ] – ( 2800 . 1 )
P100% = [ ( 4000 + 800 ) ] – ( 2800 )
P100% = 4800 – 2800
P100% = 2000 mmH2O
Sendo
PH = pressão na câmara de alta
PL = pressão na câmara de baixa
hH = altura da coluna líquida na câmara de alta
dH = densidade do líquido da câmara de alta
hL = altura da coluna líquida na câmara de baixa
dL = densidade do líquido da câmara de baixa
hCLP = altura da coluna líquida do processo
dCLP = densidade do líquido do processo
O Princípio de Pascal pode ser considerado uma das contribuições
mais significativas para a mecânica dos fluidos, abordando aspectos
que envolvem a ampliação e transmissão de forças através da pressão
aplicada a um fluido.
O seu enunciado diz que: “quando um ponto de um líquido em
equilíbrio sofre uma variação de pressão, todos os outros pontos
também sofrem a mesma variação”.
Princípio de Pascal
Pela lei de Stevin, a diferença de pressão entre dois pontos em um líquido
homogêneo em equilíbrio é constante, dependendo apenas do desnível entre
os pontos. Portanto se produzimos uma variação de pressão num ponto de um
líquido em equilíbrio essa variação se transmite a todo líquido, ou seja, todos
os pontos sofrem a mesma variação de pressão.
Princípio de Pascal
Pascal, descobriu que, ao se aplicar uma pressão em um ponto
qualquer de um líquido em equilíbrio, essa pressão se transmite a
todos os demais pontos do líquido, bem como às paredes do
recipiente.
Essa propriedade dos líquidos, expressa pela lei de Pascal, é utilizada
em diversos dispositivos, tanto para amplificar forças como para
transmiti-las de um ponto a outro. Um exemplo disso é a prensa
hidráulica e os freios hidráulicos dos automóveis.
Princípio de Pascal
Pascal, descobriu que, ao se aplicar uma
pressão em um ponto qualquer de um líquido
em equilíbrio, essa pressão se transmite a todos
os demais pontos do líquido, bem como às
paredes do recipiente.
Essa propriedade dos líquidos, expressa pela lei
de Pascal, é utilizada em diversos dispositivos,
tanto para amplificar forças como para transmiti-
las de um ponto a outro. Um exemplo disso é a
prensa hidráulica e os freios hidráulicos dos
automóveis.
Princípio de Pascal
Os elevadores para veículos automotores, baseiam-se nos princípios da prensa
hidráulica. Ela é constituída de dois cilindros de seções diferentes. A prensa hidráulica
permite equilibrar uma força muito grande a partir da aplicação de
uma força pequena. Isso é possível porque as pressões sobre as duas superfícies são
iguais (Pressão = Força / Área). Assim, a grande força resistente (F2) que age na
superfície maior é equilibrada por uma pequena força motora (F1) aplicada sobre a
superfície menor (F2 /A2 = F1/A1) como pode se observar na figura.
Princípio de Pascal
Considere o arranjo da figura a seguir, em que um líquido está
confinado na região delimitada pelos êmbolos A e B, de áreas
a = 80 cm2 e b = 20 cm2, respectivamente. O sistema está em
equilíbrio. Despreze os pesos dos êmbolos e os atritos. Se mA = 4,0 kg,
qual o valor de mB?
Princípio de Pascal
Quando se mergulha um corpo em um líquido, seu peso aparente
diminui, chegando às vezes a parecer totalmente anulado (quando o
corpo flutua). Esse fato se deve à existência de uma força vertical de
baixo para cima, exercida no corpo pelo líquido, a qual recebe o nome
de empuxo.
O empuxo se deve à diferença das pressões exercidas pelo fluido nas
superfícies inferior e superior do corpo. Sendo as forças aplicadas pelo
fluido na parte inferior maiores que as exercidas na parte superior, a
resultante dessas forças fornece uma força vertical de baixo para cima,
que é o empuxo.
Empuxo
A teoria para obtenção da força de empuxo está diretamente
relacionada ao Princípio de Arquimedes que diz:
“Todo corpo imerso, total ou parcialmente, num fluido em equilíbrio,
dentro de um campo gravitacional, fica sob a ação de uma força
vertical, com sentido ascendente, aplicada pelo fluido. Esta força é
denominada empuxo (E), cuja intensidade é igual ao peso do líquido
deslocado pelo corpo.”
Princípio de Arquimedes
O Princípio de Arquimedes permite calcular a força que um fluido (líquido ou
gás) exerce sobre um sólido nele mergulhado.
Para entender o Princípio de Arquimedes, imagine a seguinte situação: um
copo totalmente cheio d’água e uma esfera de chumbo. Se colocarmos a esfera
na superfície da água, ela vai afundar e provocar o extravasamento de uma
certa quantidade de água. A força que a água exerce sobre a esfera terá
direção vertical, sentido para cima e módulo igual ao do peso da água que foi
deslocada como mostra a figura.
Princípio de Arquimedes
Um exemplo clássico da aplicação do Princípio de Arquimedes são os
movimentos de um submarino. Quando o mesmo estiver flutuando na
superfície, o seu peso terá a mesma intensidade do empuxo recebido.
Para que o submarino afunde, deve-se aumentar o seu peso, o que se
consegue armazenando água em reservatórios adequados em seu
interior. Controlando a quantidade de água em seus reservatórios, é
possível ajustar o peso do submarino para o valor desejado.
Aplicação Empuxo
Aplicação Empuxo
Para que o submarino volte a flutuar, a água deve ser expulsa de seus
reservatórios para reduzir o peso do submarino e fazer com que o
empuxo se torne maior que o peso.
Aplicação Empuxo
Como citado, o Princípio de Arquimedes diz que o empuxo é igual ao
peso do líquido deslocado, portanto, pode-se escrever que:
E = PL E = mL . g
Na equação apresentada, E representa o empuxo e mL a massa do
líquido deslocado. Essa mesma equação pode ser reescrita utilizando
se considerações de massa específica:
E = ρL . VL . g
Empuxo
E = ρL . VL . g
Nesta equação, ρL representa a massa específica do líquido e VL o
volume de líquido deslocado. Pela análise realizada é possível
perceber que o empuxo será tento maior quanto maior for o volume de
líquido deslocado e quanto maior for a densidade deste líquido.
E = ρL . Vc . g
E = ρL . Vc . g
Empuxo
Três importantes considerações podem ser feitas com relação ao
empuxo:
Se ρL < ρC, tem-se E < P, neste caso o corpo afunda no líquido;
Se ρL = ρC, tem-se E = P, neste caso, o corpo ficará em equilíbrio
quando estiver totalmente mergulhado no líquido;
Se ρL > ρC, tem-se E > P, neste caso, o corpo permanecerá boiando na
superfície do líquido.
Considerações
1) Um objeto com massa de 10kg e volume de 0,002m³ está totalmente
imerso dentro de um reservatório de água (ρH2O=1000kg/m³),
determine:
a) Qual é o valor do peso do objeto? (utilize g = 10m/s²)
b) Qual é a intensidade da força de empuxo que a água exerce sobre o
objeto?
c) Qual o valor do peso aparente do objeto quando imerso na água?
Exercício
1) Um bloco cúbico de madeira com peso específico g = 6500N/m³,
com 20 cm de aresta, flutua na água (ρH2O = 1000kg/m³). Determine a
altura do cubo que permanece dentro da água. (0,13 metros)
2) Um bloco pesa 50N no ar e 40N na água. Determine a massa
específica do material do bloco. Dados: ρH2O = 1000kg/m³ e g = 10m/s².
3) Um corpo com volume de 2,0m³ e massa 3000kg encontra-se
totalmente imerso na água, cuja massa específica é (ρH2O =
1000kg/m³). Determine a força de empuxo sobre o corpo.
Exercício