CONCEPÇÕES ATOMÍSTICAS DE ESTUDANTES DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO.

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CONCEPÇÕES ATOMÍSTICAS DE ESTUDANTES DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO. Anderson de Oliveira Santos 1 * (IC), Marlene Rios Melo 1 (PQ). 1) Departamento de Química Universidade Federal de Sergipe - Av Marechal Rondon, s/n-Jardim Rosa Elze - CEP 49100-000 - São Cristóvão-SE. [email protected] Palavras-Chave: modelos atômicos, concepções alternativas, pesquisa no ensino de química. Introdução e Metodologia Pesquisas no ensino de química têm demonstrado que, os alunos têm concepções muito diferentes das que são aceitas pela comunidade científica sobre conceitos de grande importância no Ensino de Química, como por exemplo, as reações químicas, equilíbrio químico, soluções, e em especial o átomo, esse ultimo devido à grande dificuldade de abstração dos alunos, interferindo no processo de ensino-aprendizagem dos mesmos. A metodologia de pesquisa foi aplicada em um colégio da rede pública estadual de ensino do município de Lagarto/SE, e envolveu uma turma de 35 alunos do 1° ano do ensino médio, durante duas aulas de Química com duração de 50 minutos cada. Em grupos com até 4 integrantes, os alunos foram orientados que iriam receber um questionário contendo 5 perguntas, sendo que eles deveriam discutir as questões e em seguida deveriam responde-las. As perguntas abordaram temas como: 1) se acreditam na existência do átomo, e ainda se é visível de alguma forma, citando exemplos do dia-a-dia onde podemos encontrar átomos; 2) desenhar figuras que representassem um átomo, o sal de conzinha e o açúcar microscopicamente. Resultados e Discussão Com a análise dos dados observaram-se que - ao responder a primeira pergunta 100% dos participantes acreditam na existência do átomo e que ainda é visível por um microscópio, 28,57% dos alunos representaram nos seus desenhos um átomo semelhante a uma célula; 22,85% dos desenhos se assemelharam ao modelo de Dalton; 14,28% ao sistema planetário de Rutherford; 31,42% a nenhum modelo aceito cientificamente, e 2,88% não desenharam modelos para o átomo, como mostrado na tabela 1. Tabela 1: Categorias para os modelos atômicos propostos pelos alunos: I modelo semelhante a uma célula; II modelo semelhante ao de Dalton; III modelo do sistema planetário e IV modelo que não se assemelha a nenhum modelo cientifico. Portanto no momento em que professores de química afirmam nas suas aulas que o átomo é a menor parte da matéria, e o professor de ciências ou biologia, que a célula é a menor parte constituinte do seres vivos, podem ter contribuído para a construção de uma concepção cientificamente incorreta, assemelhando o aluno átomo com célula, visto ainda que no ensino fundamental, a disciplina química geralmente é ministrada por professores com formação em ciências. 2,85% dos estudantes acreditam que o átomo possa ser divisível e 8,57% afirmaram que não. Tabela 2: I modelos para o açúcar; e II modelos para o sal. Dos modelos propostos pelos alunos, perceberam- se que, 40% e 71,42% das figuras representadas para o açúcar e sal de conzinha respectivamente, eram na verdade os cristais que estavam sendo desenhados , ao invés de modelos cientificamente corretos, visto ainda que 2,85% dos entrevistados afirmaram que os átomos estavam dentro das bolinhas de sal é açúcar, ou seja, nos cristais. 34,28% afirmaram que as principais diferenças entre o sal e o açúcar estão no gosto, ou seja, salgado e o outro doce, 14,28% afirmaram que seriam as formas as diferenças entre os dois, ou seja, um é quadrado e o outro redondo, e 8,57% afirmaram que os grãos de sal são maiores que os grão de açúcar, sendo assim nenhum dos modelos propostos para a sal e o açúcar, se aproximaram de modelos aceito cientificamente. Conclusões A pesquisa demonstrou que: a) os estudantes têm grandes dificuldades de abstração referentes a tema como modelos atômicos, principalmente a nível microscópico. b) a linguagem que o professor utiliza em sala de aula é um fator importante a ser observado, a fim de transformar as concepções de senso comum dos estudantes, sobre conceitos químicos diversos, em definições cientificamente coerentes. Agradecimentos Agradecemos a professora Lucia Prata por ter concedido os horários de aula para a aplicação da pesquisa, ao colégio estadual Luis Alves de Oliveira e alunos participantes, pela oportunidade de reflexão sobre o ensino de química, e ao acadêmico Jadson Luan dos Santos pelas correções ortográficas. _________________________________________ 1- MORTIMER, E. F. Concepções Atomistas dos Estudantes. Química Nova na Escola. N° 1, Maio 1995, p. 23-26. I 28,57% II 22,85% III 14,28% IV 31,42% I 40% II 71,42%

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CONCEPÇÕES ATOMÍSTICAS DE ESTUDANTES DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO.

Anderson de Oliveira Santos1* (IC), Marlene Rios Melo

1(PQ).

1) Departamento de Química – Universidade Federal de Sergipe - Av Marechal Rondon, s/n-Jardim Rosa Elze - CEP 49100-000 - São Cristóvão-SE. [email protected]

Palavras-Chave: modelos atômicos, concepções alternativas, pesquisa no ensino de química.

Introdução e Metodologia

Pesquisas no ensino de química têm demonstrado que, os alunos têm concepções muito diferentes das que são aceitas pela comunidade científica sobre conceitos de grande importância no Ensino de Química, como por exemplo, as reações químicas, equilíbrio químico, soluções, e em especial o átomo, esse ultimo devido à grande dificuldade de abstração dos alunos, interferindo no processo de ensino-aprendizagem dos mesmos. A metodologia de pesquisa foi aplicada em um colégio da rede pública estadual de ensino do município de Lagarto/SE, e envolveu uma turma de 35 alunos do 1° ano do ensino médio, durante duas aulas de Química com duração de 50 minutos cada. Em grupos com até 4 integrantes, os alunos foram orientados que iriam receber um questionário contendo 5 perguntas, sendo que eles deveriam discutir as questões e em seguida deveriam responde-las. As perguntas abordaram temas como: 1) se acreditam na existência do átomo, e ainda se é visível de alguma forma, citando exemplos do dia-a-dia onde podemos encontrar átomos; 2) desenhar figuras que representassem um átomo, o sal de conzinha e o açúcar microscopicamente.

Resultados e Discussão

Com a análise dos dados observaram-se que - ao responder a primeira pergunta 100% dos participantes acreditam na existência do átomo e que ainda é visível por um microscópio, 28,57% dos alunos representaram nos seus desenhos um átomo semelhante a uma célula; 22,85% dos desenhos se assemelharam ao modelo de Dalton; 14,28% ao sistema planetário de Rutherford; 31,42% a nenhum modelo aceito cientificamente, e 2,88% não desenharam modelos para o átomo, como mostrado na tabela 1.

Tabela 1: Categorias para os modelos atômicos propostos pelos alunos: I modelo semelhante a uma célula; II modelo semelhante ao de Dalton; III modelo do sistema planetário e IV modelo que não se assemelha a nenhum modelo cientifico.

Portanto no momento em que professores de química afirmam nas suas aulas que o átomo é a menor parte da matéria, e o professor de ciências ou biologia, que a célula é a menor parte constituinte do seres vivos, podem ter contribuído para a construção de uma concepção

cientificamente incorreta, assemelhando o aluno átomo com célula, visto ainda que no ensino fundamental, a disciplina química geralmente é ministrada por professores com formação em ciências. 2,85% dos estudantes acreditam que o átomo possa ser divisível e 8,57% afirmaram que não.

Tabela 2: I modelos para o açúcar; e II modelos para o sal.

Dos modelos propostos pelos alunos, perceberam-se que, 40% e 71,42% das figuras representadas para o açúcar e sal de conzinha respectivamente, eram na verdade os cristais que estavam sendo desenhados , ao invés de modelos cientificamente corretos, visto ainda que 2,85% dos entrevistados afirmaram que os átomos estavam dentro das bolinhas de sal é açúcar, ou seja, nos cristais. 34,28% afirmaram que as principais diferenças entre o sal e o açúcar estão no gosto, ou seja, salgado e o outro doce, 14,28% afirmaram que seriam as formas as diferenças entre os dois, ou seja, um é quadrado e o outro redondo, e 8,57% afirmaram que os grãos de sal são maiores que os grão de açúcar, sendo assim nenhum dos modelos propostos para a sal e o açúcar, se aproximaram de modelos aceito cientificamente.

Conclusões

A pesquisa demonstrou que: a) os estudantes têm grandes dificuldades de abstração referentes a tema como modelos atômicos, principalmente a nível microscópico. b) a linguagem que o professor utiliza em sala de aula é um fator importante a ser observado, a fim de transformar as concepções de senso comum dos estudantes, sobre conceitos químicos diversos, em definições cientificamente coerentes.

Agradecimentos

Agradecemos a professora Lucia Prata por ter concedido os horários de aula para a aplicação da pesquisa, ao colégio estadual Luis Alves de Oliveira e alunos participantes, pela oportunidade de reflexão sobre o ensino de química, e ao acadêmico Jadson Luan dos Santos pelas correções ortográficas. _________________________________________ 1-

MORTIMER, E. F. Concepções Atomistas dos Estudantes.

Química Nova na Escola. N° 1, Maio 1995, p. 23-26.

I 28,57%

II 22,85%

III 14,28%

IV 31,42%

I 40%

II 71,42%