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Artigo de concreto com agregado graúdo

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  • UNIVERSIDADE DE SO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SO CARLOS

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ESTRUTURAS

    CCOONNCCRREETTOO CCOOMM AAGGRREEGGAADDOOSS GGRRAADDOOSS RREECCIICCLLAADDOOSS DDEE CCOONNCCRREETTOO IINNFFLLUUNNCCIIAA DDAA IIDDAADDEE DDEE RREECCIICCLLAAGGEEMM NNAASS

    PPRROOPPRRIIEEDDAADDEESS DDOOSS AAGGRREEGGAADDOOSS EE CCOONNCCRREETTOOSS RREECCIICCLLAADDOOSS

    ALEXANDRE MARQUES BUTTLER

    Dissertao apresentada Escola de Engenhariade So Carlos da Universidade de So Paulo,como parte dos requisitos para obteno do Ttulode Mestre em Engenharia de Estruturas Orientador: Prof. Dr. Eloy Ferraz Machado Jr.

    So Carlos

    2003

  • A meus pais, Flix Buttler e Maria Amlia

    Marques Buttler, que sempre estiveram ao

    meu lado nos momentos difceis;

    manifestando companheirismo, amor e

    compreenso.

  • AAGGRRAADDEECCIIMMEENNTTOOSS

    A Deus, que sempre esteve ao meu lado, guiando-me em todos os

    momentos e iluminando meu caminho.

    Ao Professor Dr. Eloy Ferraz Machado Jr., pela sua orientao e

    contribuies durante o desenvolvimento da pesquisa.

    minha companheira, Eliandra, que sempre esteve ao meu lado

    demonstrando apoio, compreenso e, acima de tudo, amor.

    Aos professores, Mrcio Corra e Almir Sales pelas valiosas

    contribuies no exame de defesa.

    Ao Eng. Lus Vareda, pela prestimosa ajuda durante os ensaios

    laboratoriais e disponibilidade para resolver os problemas que surgiram no

    desenvolvimento experimental.

    Aos funcionrios do Laboratrio de Engenharia de Estruturas; Amauri,

    Mrio, Fabiano, Juliano e Vladimir pela colaborao durante os ensaios.

    Ao amigo Z Lus do Departamento de Geotecnia, pela ajuda durante

    a britagem do material.

    s funcionrias do Departamento de Estruturas pelas valiosas

    colaboraes.

    Aos amigos; principalmente a Freitas e Fabiana, Jlio, Andr, Srgio,

    Mrcio, Daniel, Glauco, Marcelo, Gustavo, Regiane, Fernanda e Isabela,

    pelos momentos de descontrao que passamos juntos.

  • i

    SSUUMMRRIIOO

    SUMRIO .................................................................................................

    I

    LISTA DE FIGURAS ................................................................................ V

    LISTA DE TABELAS ................................................................................ VIII LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................. XIII LISTA DE SMBOLOS ............................................................................. XIV RESUMO .................................................................................................. XVI ABSTRACT .............................................................................................. XVII

    1. INTRODUO ..................................................................... 1

    1.1. INTRODUO ..................................................................................

    1

    1.2. OBJETIVO PRINCIPAL ....................................................................

    5

    1.3. OBJETIVOS ESPECFICOS ............................................................. 6

    1.4. JUSTIFICATIVA ................................................................................ 7

    1.5. ORGANIZAO DO TRABALHO .................................................... 10

    2. AGREGADOS RECICLADOS DE CONCRETO - REVISO BIBLIOGRFICA ....................................................

    12

    2.1. RECICLAGEM DE CONCRETO .......................................................

    12

    2.1.1. GERAO ............................................................................. 12 2.1.2. DEPOSIO .......................................................................... 15 2.1.3. PROCESSOS UTILIZADOS PARA RECUPERAO DOS RESDUOS DE CONCRETO ...........................................................

    17

    2.1.4. BRITAGEM DO CONCRETO ................................................. 25 2.1.5. APLICABILIDADE ................................................................. 32 2.1.6. ALGUNS CASOS PRTICOS SOBRE A UTILIZAO DE AGREGADOS RECICLADOS .........................................................

    33

  • ii

    2.2. CONCRETO COM AGREGADOS RECICLADOS DE CONCRETO

    35

    2.2.1. A ESTRUTURA DO CONCRETO .......................................... 35 2.2.1.1. AGREGADO ................................................................... 36 2.2.1.2. MATRIZ (PASTA DE CIMENTO) .................................... 37

    2.2.2. PROCEDIMENTOS PARA PRODUO DO CONCRETO ... 39 2.2.3. PROPRIEDADES DO MATERIAL - PESQUISAS COM AGREGADOS RECICLADOS ..........................................................

    40

    2.2.4. RECOMENDAES NORMATIVAS ..................................... 62

    3. RETRAO - REVISO BIBLIOGRFICA ........................ 70

    3.1. CLASSIFICAO DOS TIPOS DE RETRAO .............................

    71

    3.1.1. AVALIAO TERICA DA RETRAO (ACI 209R-92) ....... 75

    3.2. RETRAO POR SECAGEM ...........................................................

    77

    3.2.1. FATORES QUE AFETAM A RETRAO POR SECAGEM .. 79 3.2.2. COMO MINIMIZAR A RETRAO POR SECAGEM ............ 82 3.2.3. RETRAO POR SECAGEM - CONCRETOS COM AGREGADOS RECICLADOS DE CONCRETO ..............................

    84

    4. CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS ............................. 90

    4.1. AGLOMERANTE ............................................................................... 91

    4.2. AGREGADO MIDO NATURAL ...................................................... 92

    4.3. AGREGADO GRADO NATURAL .................................................. 94

    4.4. AGREGADO MIDO RECICLADO .................................................. 96

    4.5. AGREGADO GRADO RECICLADO .............................................. 97

    5. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL ............................ 99

    5.1. METODOLOGIA ............................................................................... 99

    5.1.1. TRAO EMPREGADO .......................................................... 100 5.1.2. PROCESSO PRODUTIVO .................................................... 101

    5.2. PRIMEIRA FASE DA PESQUISA ..................................................... 103

    5.2.1. CARACTERSTICAS DA PRIMEIRA FASE ........................... 103 5.2.2. RESULTADOS OBTIDOS NA PRIMEIRA FASE ................... 105

  • iii

    5.2.2.1. AGREGADOS ................................................................. 105 5.2.2.2. CONCRETO .................................................................... 109

    A - CONCRETO COM AGREGADOS NATURAIS .............. 113 A.1 - CONCRETO FRESCO ................................................ 113 A.2 - CONCRETO ENDURECIDO ...................................... 114 B - CONCRETO RECICLADO - CR1 .................................. 115 B.1 - CONCRETO FRESCO ................................................ 115 B.2 - CONCRETO ENDURECIDO ...................................... 116 C - CONCRETO RECICLADO - CR7 .................................. 117 C.1 - CONCRETO FRESCO ............................................... 117 C.2 - CONCRETO ENDURECIDO ...................................... 118 D - CONCRETO RECICLADO - CR28 ............................... 119 D.1 - CONCRETO FRESCO ............................................... 119 D.2 - CONCRETO ENDURECIDO ...................................... 120 E - CONCRETO RECICLADO - CRNA28 ........................... 121 E.1 - CONCRETO FRESCO ................................................ 121 E.2 - CONCRETO ENDURECIDO ...................................... 122

    5.2.3. ANLISE DOS RESULTADOS DA PRIMEIRA FASE ........... 123 5.2.3.1. AGREGADOS ................................................................. 123

    A - AGREGADOS MIDOS ................................................. 124 B - AGREGADOS GRADOS ............................................. 126

    B.1 - GRANULOMETRIA ............................................ 127 B.2 - MASSA ESPECFICA E MASSA UNITRIA ...... 128 B.3 - ABSORO DE GUA E NDICE DE VAZIOS . 131 B.4 - ABRASO LOS ANGELES ................................ 134

    5.2.3.2. CONCRETO .................................................................... 136 A - CONCRETO FRESCO ................................................... 137

    A.1 - CONSISTNCIA ................................................. 137 A.2 - MASSA ESPECFICA ......................................... 139

    B - CONCRETO ENDURECIDO ......................................... 140 B.1 - MASSA ESPECFICA ......................................... 140 B.2 - ABSORO DE GUA E NDICE DE VAZIOS . 141 B.3 - RESISTNCIA COMPRESSO ..................... 144 B.4 - RESISTNCIA TRAO ................................ 150 B.5 - MDULO DE DEFORMAO ........................... 153

    5.3. SEGUNDA FASE DA PESQUISA ..................................................... 156

    5.3.1. RESULTADOS DA SEGUNDA FASE .................................... 167

    5.3.1.1. CONCRETO COM AGREGADOS NATURAIS - REFERNCIA ......................................................................

    167

    5.3.1.2. CONCRETO RECICLADO - R1 ............................. 168 5.3.1.3. CONCRETO RECICLADO - R7 ............................. 169 5.3.1.4. CONCRETO RECICLADO - R28 ........................... 170 5.3.1.5. CONCRETO RECICLADO - RNA28 ...................... 171

    5.3.2. ANLISE DOS RESULTADOS DA SEGUNDA FASE ........... 171

  • iv

    6. CONCLUSO ...................................................................... 181 7. SUGESTES PARA O PROSSEGUIMENTO DA PESQUISA ...............................................................................

    185 8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................... 187

  • v

    LLIISSTTAA DDEE FFIIGGUURRAASS

    FIGURA 2.1 Equipamento utilizado para a reciclagem do concreto

    fresco ...........................................................................................................

    18

    FIGURA 2.2 Concreto residual sendo entregue a planta de reciclagem . 19

    FIGURA 2.3 Tanque com agitadores ....................................................... 20

    FIGURA 2.4 Sada dos agregados na calha de descarga ....................... 20

    FIGURA 2.5 Britador porttil de baixa capacidade de produo ............. 26

    FIGURA 2.6 Britador porttil de mdia capacidade de produo ............ 26

    FIGURA 2.7 Britador autopropelido de alta capacidade de produo ..... 27

    FIGURA 2.8 Britador de cones ................................................................ 27

    FIGURA 2.9 Britador de mandbula ........................................................ 28

    FIGURA 2.10 Britador de mandbula com alta capacidade de produo. 28

    FIGURA 2.11 Circuito fechado de britagem ............................................. 29

    FIGURA 2.12 Planta mvel para a produo de reciclados ..................... 30

    FIGURA 2.13 Esquema de funcionamento da planta mvel .................... 31

    FIGURA 2.14 Planta fixa para a produo de agregados reciclados ....... 31

    FIGURA 2.15 Microestrutura do concreto ................................................ 35

    FIGURA 2.16 Microestrutura do concreto reciclado ................................. 36

    FIGURA 2.17 Relao entre a resistncia compresso do concreto

    original e a resistncia compresso do concreto reciclado ......................

    50

    FIGURA 2.18 Painel acstico confeccionado com concreto reciclado .... 55

    FIGURA 3.1 Comparao entre o concreto de cimento Portland e o

    concreto com retrao compensada ...........................................................

    84

    FIGURA 4.1 Curva granulomtrica do agregado mido natural .............. 93

    FIGURA 4.2 Curva granulomtrica do agregado grado natural ............. 95

    FIGURA 5.1 Betoneira utilizada na pesquisa ........................................... 102

    FIGURA 5.2 Mquina Los Angeles (Departamento de Transportes) .... 109

  • vi

    FIGURA 5.3 Prensa hidrulica utilizada nos ensaios ............................... 111

    FIGURA 5.4 Sistema de aquisio de dados Ensaio de mdulo de

    deformao .................................................................................................

    112

    FIGURA 5.5 Extensmetros eltricos posicionados no corpo-de-prova .. 112

    FIGURA 5.6 Curvas granulomtricas dos agregados midos ................. 125

    FIGURA 5.7 Curvas granulomtricas dos agregados grados ................ 127

    FIGURA 5.8 Resultados relativos para as propriedades de massa

    unitria e especfica ....................................................................................

    129

    FIGURA 5.9 Absoro dos agregados ..................................................... 132

    FIGURA 5.10 Abraso Los Angeles ........................................................ 134

    FIGURA 5.11 Resultados relativos para as propriedades de absoro

    de gua, ndice de vazios e abraso Los Angeles ......................................

    135

    FIGURA 5.12 Comportamento da massa especfica em funo da

    absoro de gua ........................................................................................

    143

    FIGURA 5.13 Grfico de resistncia compresso para as dosagens ... 145

    FIGURA 5.14 Microestrutura do concreto reciclado ................................. 147

    FIGURA 5.15 Resultados relativos para as propriedades do concreto no

    estado endurecido .......................................................................................

    155

    FIGURA 5.16 Prismas dispostos na cmara mida ................................. 157

    FIGURA 5.17 Frmas utilizadas para a moldagem dos prismas ............. 157

    FIGURA 5.18 Insertos utilizados .............................................................. 158

    FIGURA 5.19 Insertos posicionados nas frmas ..................................... 159

    FIGURA 5.20 Aparelho comparador de comprimentos ............................ 159

    FIGURA 5.21 Diferenas entre a leitura do aparelho e quela que ser

    utilizada para a retrao ..............................................................................

    160

    FIGURA 5.22 Prisma disposto no aparelho comparador de

    comprimentos ..............................................................................................

    161

    FIGURA 5.23 Cmara climatizada do Departamento de Estruturas ........ 161

    FIGURA 5.24 Layout da cmara climatizada ........................................... 162

    FIGURA 5.25 Equipamentos de refrigerao aquecimento da cmara ... 163

    FIGURA 5.26 Desumidificadores da cmara climatizada ........................ 163

    FIGURA 5.27 Sensores da cmara climatizada ....................................... 164

  • vii

    FIGURA 5.28 Tela principal do programa de controle ............................. 164

    FIGURA 5.29 Sistema de controle e quadro analgico ........................... 165

    FIGURA 5.30 Vista dos prismas logo aps a moldagem ......................... 165

    FIGURA 5.31 Prismas dispostos na cmara climatizada ......................... 166

    FIGURA 5.32 Desenvolvimento da retrao por secagem para os

    concretos estudados ...................................................................................

    175

    FIGURA 5.33 Resultados relativos para a propriedade de retrao por

    secagem ......................................................................................................

    177

    FIGURA 5.34 Resultados de retrao obtidos experimentalmente x

    Resultados tericos do ACI .........................................................................

    178

  • viii

    LLIISSTTAA DDEE TTAABBEELLAASS

    TABELA 2.1 Composio de agregados nas dosagens dos concretos

    (GONALVES, 2000) ..................................................................................

    52

    TABELA 2.2 Propriedades fsicas dos agregados reciclados e do

    agregado natural (PADMINI et al., 2002) ....................................................

    56

    TABELA 2.3 Resultados obtidos para os blocos de concreto (POON et

    al., 2002) .....................................................................................................

    58

    TABELA 2.4 Resultados obtidos para os blocos de pavimentao

    (POON et al., 2002) .....................................................................................

    58

    TABELA 2.5 Resultados obtidos para os blocos de pavimentao com

    a adio de cinza volante (POON et al., 2002) ...........................................

    59

    TABELA 2.6 Propriedades dos resduos de concreto (RYU, 2002) ......... 60

    TABELA 2.7 Classe de resistncia permitida (RILEM, 1994) .................. 63

    TABELA 2.8 Coeficientes de projeto para o concreto reciclado (RILEM,

    1994)

    64

    TABELA 3.1 Fatores de correo com relao espessura mdia do

    prisma ..........................................................................................................

    76

    TABELA 3.2 Efeito da composio da pasta de cimento com agregados

    de dolomita de diversas granulometrias (FURNAS, 1997) .........................

    80

    TABELA 3.3 Influncia do plano de cura na retrao por secagem

    (FURNAS, 1997) .........................................................................................

    81

    TABELA 3.4 Resultados de retrao por secagem para blocos de

    concreto e pavimentao (POON et al., 2002) ...........................................

    89

    TABELA 4.1 Teores dos componentes do cimento Portland com escria

    NBR 5732 .................................................................................................

    91

    TABELA 4.2 Exigncias qumicas prescritas para o cimento Portland

    com escria NBR 5732 ............................................................................

    91

    TABELA 4.3 Exigncias fsicas e mecnicas (HOLCIM, 2003 e NBR

  • ix

    5732) ........................................................................................................... 92

    TABELA 4.4 Composio granulomtrica do agregado mido natural

    NBR 7217/87 ...............................................................................................

    93

    TABELA 4.5 Composio granulomtrica do agregado grado natural

    NBR 7217/87 ...............................................................................................

    94

    TABELA 4.6 Propriedades fsicas do agregado grado natural ............... 95

    TABELA 4.7 Composies granulomtricas dos agregados midos

    reciclados analisados ..................................................................................

    97

    TABELA 5.1 Dosagens utilizadas nas pesquisas .................................... 101

    TABELA 5.2 Ordem de colocao dos materiais na betoneira e tempo

    de mistura ....................................................................................................

    101

    TABELA 5.3 Ensaios referentes aos agregados ...................................... 105

    TABELA 5.4 Propriedades mecnicas do concreto original referncia . 106

    TABELA 5.5 Porcentagens de agregados grados e midos para cada

    agregado reciclado ......................................................................................

    106

    TABELA 5.6 Composies granulomtricas dos agregados grados

    reciclados ....................................................................................................

    107

    TABELA 5.7 Propriedades fsicas dos agregados grados reciclados .... 108

    TABELA 5.8 Ensaios referentes ao concreto fresco e endurecido .......... 109

    TABELA 5.9 Massa especfica dos materiais utilizados na pesquisa ...... 110

    TABELA 5.10 Consumo terico de cimento e teor de argamassa seca .. 111

    TABELA 5.11 Resultados dos ensaios para o concreto de referncia no

    estado fresco ...............................................................................................

    113

    TABELA 5.12 Propriedades do concreto de referncia no estado

    endurecido ...................................................................................................

    114

    TABELA 5.13 Resistncia compresso Concreto com agregados

    naturais ........................................................................................................

    114

    TABELA 5.14 Resistncia trao por compresso diametral

    Concreto com agregados naturais ..............................................................

    115

    TABELA 5.15 Mdulo de deformao secante para o concreto com

    agregados naturais ......................................................................................

    115

  • x

    TABELA 5.16 Resultados dos ensaios para o concreto reciclado CR1

    no estado fresco...........................................................................................

    116

    TABELA 5.17 Propriedades do concreto reciclado CR1 no estado

    endurecido ...................................................................................................

    116

    TABELA 5.18 Resistncia compresso Concreto reciclado CR1 ...... 116

    TABELA 5.19 Resistncia trao por compresso diametral

    Concreto reciclado CR1...............................................................................

    117

    TABELA 5.20 Mdulo de deformao secante para o concreto reciclado

    CR1 ...................... ......................................................................................

    117

    TABELA 5.21 Resultados dos ensaios para o concreto reciclado CR7

    no estado fresco ..........................................................................................

    118

    TABELA 5.22 Propriedades do concreto reciclado CR7 no estado

    endurecido ...................................................................................................

    118

    TABELA 5.23 Resistncia compresso Concreto reciclado CR7 ...... 118

    TABELA 5.24 Resistncia trao por compresso diametral

    Concreto reciclado CR7 ..............................................................................

    119

    TABELA 5.25 Mdulo de deformao secante para o concreto reciclado

    CR7 ...................... ......................................................................................

    119

    TABELA 5.26 Resultados dos ensaios para o concreto reciclado CR28

    no estado fresco ..........................................................................................

    120

    TABELA 5.27 Propriedades do concreto reciclado CR28 no estado

    endurecido ...................................................................................................

    120

    TABELA 5.28 Resistncia compresso Concreto reciclado CR28 .... 120

    TABELA 5.29 Resistncia trao por compresso diametral

    Concreto reciclado CR28 ...........................................................................

    121

    TABELA 5.30 Mdulo de deformao secante para o concreto reciclado

    CR28 .................... ......................................................................................

    121

    TABELA 5.31 Resultados dos ensaios para o concreto reciclado

    CRNA28 no estado fresco ...........................................................................

    122

    TABELA 5.32 Propriedades do concreto reciclado CRNA28 no estado

    endurecido ..................................................................................................

    122

    TABELA 5.33 Resistncia compresso Concreto reciclado CRNA28 122

  • xi

    TABELA 5.34 Resistncia trao por compresso diametral

    Concreto reciclado CRNA28 .......................................................................

    123

    TABELA 5.35 Mdulo de deformao secante para o concreto reciclado

    CRNA28 ......................................................................................................

    123

    TABELA 5.36 Porcentagens de agregados grados e midos para cada

    agregado reciclado ......................................................................................

    126

    TABELA 5.37 Massa unitria e massa especfica dos agregados

    grados (kg/dm3) .........................................................................................

    128

    TABELA 5.38 Absoro de gua e ndice de vazios ................................ 131

    TABELA 5.39 Principais caractersticas das dosagens da pesquisa ....... 136

    TABELA 5.40 Relaes gua/cimento e valores de consistncia pelo

    abatimento de tronco de cone para cada uma das dosagens ....................

    137

    TABELA 5.41 Massa especfica do concreto no estado fresco ............... 139

    TABELA 5.42 Massa especfica do concreto no estado endurecido ....... 140

    TABELA 5.43 Absoro de gua e ndice de vazios ................................ 142

    TABELA 5.44 Valores de resistncia compresso aos 7 e 28 dias

    para as dosagens ........................................................................................

    145

    TABELA 5.45 Comparao entre os resultados de resistncia

    compresso para os concretos CR1 e CR28 ..............................................

    147

    TABELA 5.46 Relao entre a resistncia compresso dos concretos

    com agregados grados reciclados pelos naturais .....................................

    149

    TABELA 5.47 Valores de resistncia trao aos 7 dias e 28 dias para

    as dosagens ..............................................................................................

    150

    TABELA 5.48 Comparao entre os resultados de resistncia trao

    para os concretos R1 e R28 ........................................................................

    151

    TABELA 5.49 Valores do mdulo de deformao para as dosagens

    utilizadas .....................................................................................................

    153

    TABELA 5.50 Retrao por secagem do concreto com agregados

    naturais ........................................................................................................

    167

    TABELA 5.51 Retrao por secagem do concreto reciclado CR1............ 168

    TABELA 5.52 - Retrao por secagem do concreto reciclado CR7............. 169

    TABELA 5.53 - Retrao por secagem do concreto reciclado CR28......... 170

  • xii

    TABELA 5.54 - Retrao por secagem do concreto reciclado CRNA28...... 171

    TABELA 5.55 Fatores de correo e suas respectivas equaes ........... 172

    TABELA 5.56 Fatores de correo para cada uma das dosagens .......... 172

    TABELA 5.57 Deformao ltima terica para as dosagens estudadas . 173

    TABELA 5.58 Resultados tericos de retrao aplicando as prescries

    do ACI 209R-92 ...........................................................................................

    173

    TABELA 5.59 Valores de retrao obtidos experimentalmente ............... 174

  • xiii

    LLIISSTTAA DDEE AABBRREEVVIIAATTUURRAASS EE SSIIGGLLAASS

    ABESC - Associao Brasileira das Empresas de Servios de

    Concretagem

    ACI - American Concrete Institute

    ASTM - American Society for Testing and Materials

    CEB - Comit Euro-International du Bton

    CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

    DECC/USP - Departamento de Engenharia de Construo Civil da Escola

    Politcnica da USP

    DIN - Deutsches Institut fr Normung e.V.

    EESC - Escola de Engenharia de So Carlos

    FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos

    NBR - Norma Brasileira Registrada

    NEN - Nederlands Normalisatie - Instituut

    ONU - Organizao das Naes Unidas

    PBR - Programa Brasileiro de Reciclagem

    RILEM - Runion Internationale des Laboratoires dssais et de

    Recherches sur les Matriaux et les Constructions

  • xiv

    LLIISSTTAA DDEE SSMMBBOOLLOOSS

    - teor de argamassa seca

    a/c - relao gua/cimento

    CPII-E32 - cimento Portland Composto por Escria, com rea especfica

    de 320 m2/kg Blaine

    C - consumo de cimento terico, kg/m3

    D.M - dimenso mxima caracterstica, mm

    - expanso ou retrao por secagem, %

    Esec - mdulo de deformao secante do concreto, GPa

    fcj - resistncia compresso, MPa

    fcm - resistncia mdia compresso, MPa

    ftj - resistncia trao, MPa

    ftm - resistncia mdia trao, MPa

    MF - mdulo de finura

    GR1 - agregado grado reciclado proveniente de um resduo de

    concreto, o qual foi reciclado com a idade de 1 dia

    GR7 - agregado grado reciclado proveniente de um resduo de

    concreto, o qual foi reciclado com a idade de 7 dias

    GR28 - agregado grado reciclado proveniente de um resduo de

    concreto, o qual foi reciclado com a idade de 28 dias

  • xv

    GRNA28 - agregado grado reciclado proveniente de um resduo de

    concreto no-adensado, o qual foi reciclado com a idade de 28

    dias

    CR1 - concreto confeccionado com o agregado grado reciclado

    GR1 e agregado mido natural

    CR7 - concreto confeccionado com o agregado grado reciclado

    GR7 e agregado mido natural

    CR28 - concreto confeccionado com o agregado grado reciclado

    GR28 e agregado mido natural

    CRNA28 - concreto confeccionado com o agregado grado reciclado

    GRNA28 e agregado mido natural

    MR1 - agregado mido reciclado proveniente de um resduo de

    concreto, o qual foi reciclado com a idade de 1 dia

    MR7 - agregado mido reciclado proveniente de um resduo de

    concreto, o qual foi reciclado com a idade de 7 dias

    MR28 - agregado mido reciclado proveniente de um resduo de

    concreto, o qual foi reciclado com a idade de 28 dias

    MRNA28 - agregado mido reciclado proveniente de um resduo de

    concreto no-adensado, o qual foi reciclado com a idade de 28

    dias

    cf - massa especfica do concreto no estado fresco, kg/dm3

    s - massa especfica na condio seca, kg/dm3

    sss - massa especfica na condio saturada superfcie seca, kg/dm3

  • xvi

    RREESSUUMMOO

    BUTTLER, A. M. (2003). Concreto com Agregados Grados Reciclados de

    Concreto Influncia da Idade de Reciclagem nas Propriedades dos

    Agregados e Concretos Reciclados. So Carlos, 2003. 199p. Dissertao

    (Mestrado) Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade de So

    Paulo.

    Os resduos de concreto apresentam grande potencial para serem

    reciclados quando comparados com outros resduos, entretanto, o nmero

    de estudos realizados no Brasil muito pequeno dificultando a utilizao

    deste material em dosagens estruturais. Em virtude disso, desenvolveu-se

    um estudo terico-experimental visando caracterizar algumas propriedades

    do agregado e do concreto reciclado; no estudo terico exploraram-se

    aspectos relacionados gerao, deposio, processos para recuperao,

    britagem, casos prticos, pesquisas envolvendo reciclados de concreto e as

    recomendaes normativas existentes. No desenvolvimento experimental,

    analisou-se a influncia do perodo decorrido entre a moldagem e a

    reciclagem do concreto nas propriedades dos agregados e concretos. Os

    resultados indicam que resduos reciclados logo aps sua gerao,

    contribuem positivamente para as propriedades mecnicas do concreto,

    devido existncia de grande quantidade de partculas no-hidratadas de

    cimento, tais concretos obtiveram resultados superiores para a resistncia

    compresso e trao quando comparados aos concretos com agregados

    naturais.

    Palavras-chave: agregado reciclado; retrao por secagem; reciclagem;

    concreto reciclado.

  • xvii

    AABBSSTTRRAACCTT

    BUTTLER, A. M. (2003). Concrete with Recycled Concrete Coarse

    Aggregates - Influence of Age of Recycling in the Properties of Recycled

    Aggregates and Concretes. So Carlos, 2003. 199p. Dissertao (Mestrado)

    Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo.

    The concrete residues show a large potential for be recycled when

    compared with other residues; however, the number of studies in Brazil is

    very small hindering the use of this material in structural dosage. By virtue of

    that, it was developed a theoretical-experimental study to characterize some

    properties of the aggregate and of the recycled concrete; in the theoretical

    study it was explored aspects related to the generation, deposition,

    processes for recovery, crushing, practical cases, researches involving

    recycled of concrete and the existent normative recommendations. In the

    experimental development, it was analyzed the influence of the period

    elapsed between the molding and the recycling of the concrete in the

    properties of the aggregates and concretes. The results indicate that

    residues recycled soon after generation, these contribute positively to the

    mechanical properties of the concrete due to the existence of large amount of

    nonhydrated cement particles, such concretes obtained results superiors for

    the compression strenght and tensile strenght when compared to the

    concretes with natural aggregates.

    Keywords: recycled aggregate; drying shrinkage; recycling; recycled

    concrete.

  • IINNTTRROODDUUOO

    1111..11.. IINNTTRROODDUUOO

    A gerao de resduos em um processo de fabricao praticamente

    inevitvel. Quando no h uma tecnologia apropriada para o

    reaproveitamento ou reciclagem de um resduo, certamente esse material

    ser depositado na natureza e poder ocasionar inmeros roblemas para o

    meio-ambiente. Em certas situaes, o problema talvez n o seja a falta de

    tecnologia para a reciclagem, mas sim a falta de uma legislao mais

    rigorosa que puna os responsveis pela deposio os resduos na

    natureza. A falta de conscientizao da populao com

    questo tambm agrava o problema, uma vez que a solu

    apenas de aes unilaterais.

    No contexto da indstria da construo civil, a quant

    gerados alcana nveis alarmantes. Vrias pesquisas

    construo foram realizadas no Brasil; dentre algumasp

    d relao a essa

    o no

    idade de

    sobre p

    das re depende

    resduos

    erdas na

    velaes

  • Captulo 1 Introduo 2

    destas pesquisas, destaca-se a grande variao na perda de materiais entre

    diferentes empresas, algumas vezes da ordem de 100%. Essa variao

    revela um grande potencial para a reduo das perdas sem mudana no

    processo tecnolgico. Atravs de dados obtidos pelo programa financiado

    pelo HABITARE (2002), que avaliou as perdas mdias em atividades de

    construo, pode-se estimar que se as perdas fossem reduzidas para 6%

    (valor mnimo encontrado pela pesquisa) seria possvel aumentar a

    produo de edifcios em cerca de 25%.

    Outra questo que atinge nveis preocupantes a extrao de

    matrias-primas. O consumo de materiais naturais est crescendo na

    mesma proporo do crescimento da economia e da populao; segundo

    MATTOS & WAGNER (1999), entre 1970 e 1995, o consumo de materiais

    no mundo cresceu de 5,7 bilhes de toneladas para 9,5 bilhes de

    toneladas. Devido a esse crescimento exagerado, as reservas de muitos

    materiais comeam a ficar escassas, especialmente nas grandes cidades

    aonde j necessrio extrair algumas matrias-primas a distncias cada vez

    maiores. Conjuntamente, pode-se citar o problema da deteriorao

    ambiental que est gerando problemas ecolgicos nas reas de proteo

    ambiental.

    Vrias iniciativas em relao disposio e reutilizao dos resduos

    da construo civil merecem destaque. Na Holanda, existem

    regulamentaes que servem como importante instrumento para incentivar a

    reciclagem de resduos, proibindo a deposio de resduos de construo e

    demolio no meio-ambiente. Na Inglaterra, o Estado cobra uma taxa de

    todo o entulho que gerado na obra e impe elevadas taxas para a

    explorao de agregados naturais visando incentivar a utilizao de

    materiais reciclados. No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente

    CONAMA (2002) publicou uma resoluo que dispe sobre a gesto dos

    resduos da construo civil e que entrou em vigor no incio de 2003.

  • Captulo 1 Introduo 3

    Dentre os vrios resduos da construo civil, podemos citar os

    resduos de concreto como tendo um dos maiores potenciais de utilizao,

    devido ao conhecimento de suas propriedades bsicas (fc, idade, etc) e, seu

    menor grau de contaminao por outros materiais quando comparado com

    outros resduos da construo. Os principais agentes geradores de resduos

    de concreto so as fbricas de pr-moldados, usinas de concreto pr-

    misturado, demolies de construes e pavimentos rodovirios.

    Os Estados Unidos investiram consideravelmente com o objetivo de

    desenvolver tecnologia para o reaproveitamento de resduos de concreto

    provenientes de pavimentos rodovirios. Alm dos benefcios ecolgicos, a

    utilizao desses agregados reciclados representa uma reduo do custo

    envolvido com o transporte e cria, tambm, uma nova forma de comrcio, a

    dos resduos, que gera importante receita anual. Segundo a ASSOCIATED

    GENERAL CONTRACTORS (2001), nos Estados Unidos, entre 1994 e

    1996, a utilizao de agregados reciclados de concreto aumentou cerca de

    170%, sendo que cerca de 320km de pavimentos de concreto foram

    reciclados anualmente nesse perodo. Aproximadamente, quarenta e quatro

    estados americanos utilizam concreto reciclado como base para rodovias e

    muitos desses estados possuem recomendaes normativas disciplinando o

    uso do material.

    Numa fbrica de pr-moldados, o concreto desperdiado

    proveniente de elementos rejeitados pelo controle de qualidade, final de

    linhas de produo e sobras de concreto fresco ao final do processo.

    Basicamente h duas fontes de resduos: os resduos provenientes de

    concretos que foram adensados e os resduos de concretos no-adensados.

    Segundo ELLIOT (2000), esperado que o custo de deposio desses

    elementos no meio-ambiente aumente consideravelmente devido

    existncia de regulamentaes mais rgidas.

    Outra fonte de resduos de concreto so as usinas de concreto pr-

    misturado ou centrais dosadoras. O concreto desperdiado nessas centrais

  • Captulo 1 Introduo 4

    pode ser atribudo a diversas fontes; seja pelo retorno de sobras de concreto

    nos caminhes betoneira, bomba de concreto ou pela lavagem dos

    caminhes e instalaes da central. Segundo REZENDE (1995), na

    Alemanha, o desperdcio de concreto pr-misturado varia de um a quatro

    porcento em relao ao volume total dosado.

    Num recente estudo coordenado pelo DECC/USP (1996), o ndice

    mdio de desperdcio de concreto dosado em central ficou em cerca de nove

    porcento. Algumas estimativas da ABESC (2001), para a regio

    metropolitana de So Paulo apontam para um volume de cerca de 3.500m3

    a 7.000m3 de concreto residual gerados mensalmente nas centrais

    dosadoras. No Brasil, o setor de centrais dosadoras composto por cerca

    de 130 empresas com aproximadamente 600 centrais, dosando um volume

    anual de 9.500.000m3 de concreto. Estimando um ndice mdio de perdas

    igual a nove porcento para o concreto dosado nessas centrais, o volume

    total desperdiado chega a 855.000m3.

    Um dos mtodos existentes para a reciclagem do concreto fresco a

    separao dos agregados e a reciclagem da gua de lavagem (partculas de

    cimento + finos em suspenso); aps o processo de separao, tanto o

    agregado quanto a gua so reutilizados em novas dosagens. Para a

    recuperao do concreto desperdiado h outro mtodo no qual a

    reciclagem efetuada para o concreto j no estado endurecido. Esse

    processo baseia-se na passagem do concreto plstico para o concreto

    endurecido por um curto perodo de tempo; aps esse perodo, o concreto

    seria reciclado visando utilizar o agregado para novas misturas. Nesse

    mtodo em que se avalia a influncia do tempo de cura para a produo de

    resduos, espera-se que as partculas de cimento no-hidratadas presentes

    nos agregados reciclados contribuam positivamente para a quantidade de

    cimento nas novas misturas. Sendo a hidratao, um processo dependente

    do tempo, haveria uma durao tima depois da qual o concreto poderia ser

    reciclado e, nesse mesmo tempo, conteria a maior porcentagem de

    partculas de cimento no-hidratadas que contribuiriam positivamente para

  • Captulo 1 Introduo 5

    as propriedades dos agregados reciclados e para os concretos

    confeccionados com esses agregados (RASHWAN & ABOURISK, 1997).

    Um dos principais problemas dos concretos com agregados

    reciclados so suas propriedades de deformabilidade quando comparados

    com o concreto confeccionado com agregados naturais. As propriedades de

    deformabilidade do material (mdulo de elasticidade, retrao por secagem

    e fluncia), especialmente a retrao por secagem, devem ser avaliadas

    mais detalhadamente visando correta aplicao do material. Inmeros

    pesquisadores relatam que concretos com agregados grados reciclados

    apresentam uma retrao por secagem de 30% a 60% maior se comparada

    com os resultados obtidos para concretos com agregados naturais.

    De maneira geral, as pesquisas e tecnologias para o

    reaproveitamento dos resduos de concreto no Brasil, ainda esto

    comeando e os principais estudos esto relacionados com a reciclagem de

    entulho de construo e demolio que possui propriedades totalmente

    diferentes. Dentro desse contexto, torna-se importante conhecer as

    propriedades fsicas dos agregados reciclados e dos concretos

    confeccionados com esses agregados, com o objetivo de viabilizar sua

    utilizao.

    11..22.. OOBBJJEETTIIVVOO PPRRIINNCCIIPPAALL

    Esta pesquisa tem como objetivo principal estudar a retrao por

    secagem de concretos confeccionados com agregados grados reciclados

    de concreto comparando-a com a retrao por secagem de concretos com

    agregados naturais. Alm disso, nesta pesquisa ser estudada a influncia

    do perodo decorrido entre a moldagem e a reciclagem do concreto, nas

    propriedades fsicas dos agregados reciclados e nas propriedades fsicas e

  • Captulo 1 Introduo 6

    mecnicas dos concretos confeccionados com esses agregados reciclados

    comparando-as com as propriedades dos agregados naturais e dos

    concretos confeccionados com agregados naturais.

    11..33.. OOBBJJEETTIIVVOOSS EESSPPEECCFFIICCOOSS

    Os objetivos especficos desta pesquisa podem ser resumidos nos

    itens a seguir:

    Analisar a influncia do perodo decorrido entre a moldagem e a reciclagem do concreto (1, 7 e 28 dias) nas propriedades fsicas dos

    agregados reciclados (granulometria, absoro, massa unitria no

    estado solto, massa unitria no estado compactado, massa

    especfica, ndice de vazios e abraso Los Angeles) e compar-las

    com as propriedades dos agregados naturais.

    Analisar a influncia do perodo decorrido entre a moldagem e a reciclagem do concreto (1, 7 e 28 dias) nas propriedades fsicas e

    mecnicas dos concretos confeccionados com os agregados grados

    reciclados e compar-las com as propriedades fsicas e mecnicas

    dos concretos com agregados naturais.

    Analisar as propriedades fsicas dos agregados reciclados provenientes de concretos no-adensados que foram reciclados

    depois de decorridos 28 dias da moldagem e compar-las com as

    propriedades dos agregados naturais.

    Analisar as propriedades fsicas e mecnicas dos concretos que incorporam os agregados grados reciclados provenientes de

    resduos de concretos no-adensados e compar-las com as

  • Captulo 1 Introduo 7

    propriedades fsicas e mecnicas dos concretos com agregados

    naturais.

    Analisar a influncia do perodo decorrido entre a moldagem e a reciclagem do concreto (1, 7 e 28 dias) na retrao por secagem de

    prismas confeccionados com agregados grados reciclados e

    compar-los com a retrao por secagem de prismas confeccionados

    com agregados naturais.

    Analisar a retrao por secagem do concreto com agregados grados reciclados provenientes de resduos de concretos no-adensados e

    compar-los com os resultados de retrao por secagem do concreto

    com agregados naturais.

    Comparar os valores experimentais obtidos para a retrao por secagem com os valores tericos encontrados na literatura (manual

    209R-92 do ACI).

    11..44.. JJUUSSTTIIFFIICCAATTIIVVAA

    Os resduos de concreto possuem um grande potencial para serem

    reutilizados como matria-prima; tais resduos apresentam vantagens

    significativas em relao aos demais resduos devido ao conhecimento das

    propriedades do material de origem. Entretanto, apesar de inmeras

    pesquisas desenvolvidas no exterior atestarem o grande potencial do

    material, o Brasil ainda carece de pesquisas que sirvam como ferramenta

    para a utilizao desse material; acrescenta-se a isso, a falta de informao

    por parte da populao e a falta de regulamentaes que punam os

    responsveis por despejar resduos no meio-ambiente. Felizmente, este

    panorama poder mudar com a disposio do CONAMA (2002) que trata

  • Captulo 1 Introduo 8

    sobre a gesto dos resduos da construo civil e que entrou em vigor em

    janeiro de 2003.

    A utilizao dos resduos de concreto como agregado para novas

    dosagens implicar em reduo dos custos envolvidos com a explorao e

    transporte dos agregados naturais e, alm disso, reduzir substancialmente

    o volume de resduos despejados no meio-ambiente. Acrescenta-se a isso, o

    fato que inmeros pases j lucram com uma nova atividade econmica, o

    comrcio de resduos.

    Em pases, como a Holanda, as atividades de pesquisa e

    desenvolvimento na rea de reciclagem romperam as barreiras das

    universidades e, se transformaram em excelente negcio para um

    significativo nmero de empresas privadas. Deve-se destacar tambm que

    nesse pas, a existncia de legislaes que contemplem os resduos foi a

    responsvel pelo ndice de reaproveitamento chegar a 80% em relao a

    todos os resduos gerados. No Japo, segundo TOMOSAWA & NOGUCHI

    (1996) est surgindo o conceito de concreto totalmente reciclvel, no qual

    todos os materiais provenientes do processo de reciclagem so utilizados

    como matria-prima para a produo de um novo concreto.

    Durante a pesquisa bibliogrfica, contatou-se a existncia de

    inmeros artigos relacionados ao tema. No Brasil, a situao um pouco

    diferente com a grande maioria dos artigos tratando da reciclagem do

    entulho que apresenta propriedades totalmente distintas dos resduos de

    concreto. Dessa forma, achou-se importante analisar experimentalmente as

    propriedades dos agregados reciclados e dos concretos produzidos com

    esses agregados e, numa ltima anlise, comparar com os resultados

    obtidos por outros pesquisadores. Alm disso, achou-se conveniente estudar

    resduos de concreto que fossem provenientes de concretos de mdia

    resistncia (40MPa-50MPa) e que apresentassem elevado consumo de

    cimento simulando, dessa forma, o comportamento em uma fbrica de

    elementos pr-moldados que emprega concretos de resistncia elevada.

  • Captulo 1 Introduo 9

    Segundo alguns pesquisadores, os agregados reciclados provenientes de

    concretos de mdia e alta resistncia possuem certas propriedades

    aglomerantes e, geralmente os resultados advindos da utilizao desses

    agregados so superiores aos obtidos por agregados provenientes de

    resduos de concreto de resistncia inferior.

    Outro ponto relevante da pesquisa foi o estudo de resduos de

    concreto provenientes de usinas de concreto pr-misturado e fbricas de

    pr-moldados. Pela bibliografia consultada, pode-se constatar que o ndice

    de desperdcio nesses locais no desprezvel e que a utilizao de

    britadores de pequena capacidade visando reciclar os resduos gerados

    nesses locais poderia ser altamente vivel. Uma vez que com a utilizao

    desses britadores, os resduos de concreto poderiam ser reciclados

    imediatamente aps sua gerao, originando agregados com grande

    quantidade de cimento no-hidratado, os quais quando empregados na

    produo de novos concretos poderiam trazer resultados muito satisfatrios

    e superiores aos obtidos para concretos com agregados reciclados

    convencionais devido presena dessa elevada quantidade de cimento no-

    hidratado.

    As propriedades de deformabilidade do concreto reciclado tambm

    merecem especial ateno, com destaque para a retrao por secagem. A

    retrao por secagem em estruturas de concreto um fenmeno inevitvel

    ao concreto, sendo uma das principais causas da fissurao e a ocorrncia

    desta ltima, est ligada diretamente durabilidade do concreto. Inmeros

    pesquisadores relatam que concretos com agregados grados reciclados

    apresentam uma retrao por secagem de 30 a 60% maior se comparada

    com os resultados obtidos para concretos com agregados naturais. Dentro

    desse contexto, achou-se conveniente estudar essa propriedade que parte

    essencial para o bom desempenho de uma estrutura de concreto frente aos

    requisitos de durabilidade.

  • Captulo 1 Introduo 10

    11..55.. OORRGGAANNIIZZAAOO DDOO TTRRAABBAALLHHOO

    No Captulo 2 so apresentados inmeros aspectos relacionados

    reciclagem do concreto; gerao, disposio, processos para recuperao,

    mtodos para britagem, aplicabilidade e alguns casos prticos da utilizao

    de reciclados de concreto. Neste Captulo, tambm so expostos aspectos

    relacionados microestrutura do concreto reciclado, influncia dos

    procedimentos a serem adotados na produo do concreto reciclado; numa

    segunda etapa so apresentados os trabalhos desenvolvidos por outros

    pesquisadores, recomendaes normativas e decretos tratando dos resduos

    de concreto.

    No Captulo 3 feita uma extenso reviso bibliogrfica abrangendo

    todos os tipos de retrao. Posteriormente, investigam-se as causas da

    retrao por secagem, fatores que a afetam e meios que podem ser

    empregados para minimiz-la. A retrao por secagem de concretos

    reciclados tratada atravs da reviso de inmeros artigos relacionados.

    No Captulo 4 so caracterizados todos os materiais que foram

    empregados no desenvolvimento experimental da pesquisa. Determinam-se

    algumas das propriedades fsicas dos agregados midos e grados e, para o

    aglomerante so apresentadas suas caractersticas fsicas e mecnicas.

    No Captulo 5 so apresentados os desenvolvimentos experimentais

    da primeira e segunda fase. Na metodologia, encontra-se o trao e o

    processo produtivo empregado; para as duas fases so apresentadas as

    suas caractersticas, os resultados advindos dos ensaios e, finalmente, as

    anlises estabelecidas comparativamente com os dados obtidos em outras

    pesquisas.

    No Captulo 6 apresentam-se as concluses gerais do trabalho.

  • Captulo 1 Introduo 11

    No Captulo 7 so sugeridas algumas linhas de pesquisa para o

    prosseguimento do estudo envolvendo agregados reciclados de concreto.

    No Captulo 8 encontra-se a bibliografia utilizada para o

    desenvolvimento da pesquisa.

  • AAGGRREEGGAADDOOSS RREECCIICCLLAADDOOSS DDEE

    CCOONNCCRREETTOO RREEVVIISSOO BBIIBBLLIIOOGGRRFFIICCAA 22

    22..11.. RREECCIICCLLAAGGEEMM DDEE CCOONNCCRREETTOO

    22..11..11.. GGEERRAAOO

    Atualmente, a gerao de resduos pela indstria da construo civil

    um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade. Em muitos pases,

    existem regulamentaes que tratam da disposio e o gerenciamento

    desses rejeitos com a aplicao de elevadas taxas sobre o resduos que

    so depositados no meio-ambiente.

    Um estudo coordenado pelo DECC/USP (De

    Engenharia de Construo Civil da Escola Politcnica da

    questo do desperdcio de materiais nos canteiros de obras

    dos itens desse estudo foi a anlise da perda mdia de conc

    central para a execuo de superestruturas. Os resultados

    entre as obras analisadas, o ndice mdio de perdas para o c

    a 9%. DA SILVA et al. (1998) pesquisaram os ndices de pe

    spartament

    USP) ava

    , sendo q

    reto dosa

    mostraram

    oncreto fo

    rda de coo de

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    ue um

    do em

    que

    i igual

    ncreto

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 13

    usinado, encontrados em um canteiro na cidade de So Carlos - SP, para o

    servio de concretagem de estruturas. A pesquisa intitulada Alternativas

    para a reduo do desperdcio de materiais nos canteiros de obras, de

    mbito nacional e financiamento da FINEP, contou com a participao de 16

    Universidades e teve como objetivo estabelecer ndices confiveis sobre

    perdas de 18 diferentes materiais, entre eles, o concreto usinado. Segundo o

    autor, a perda de concreto usinado no canteiro estudado foi de 5%, estando

    abaixo da mdia nacional de 9%.

    Com relao ao desperdcio nas usinas de concreto pr-misturado,

    OKAWA et al. (2000) citam que as usinas de concreto pr-misturado no

    Japo produzem cerca de 180 milhes de m3 de concreto anualmente e

    perdem cerca de 1% a 2% desse volume. Segundo REZENDE et al. (1996),

    o setor de usinas de concreto pr-misturado alemo estima que so

    desperdiados de 1% a 4% de toda a produo de concreto daquele pas.

    Esse desperdcio deve-se ao retorno de sobras de concreto nos caminhes

    betoneira, bombas de concreto ou pela lavagem dos caminhes e

    instalaes da central.

    Algumas estimativas fornecidas pela ABESC Associao Brasileira

    das Empresas de Servios de Concretagem, para a regio metropolitana de

    So Paulo apontam para um volume de cerca de 3500m3 a 7000m3 de

    concreto residual gerados mensalmente nas centrais dosadoras.

    Para os resduos de concreto provenientes de pavimentos rodovirios,

    tem-se que aproximadamente 320km de pavimentos de concreto so

    reciclados anualmente nos Estados Unidos e, cerca de 3750 toneladas de

    concreto podem ser recuperadas para cada quilmetro de pavimento

    reciclado, totalizando cerca de 1,2 milhes de toneladas de pavimentos de

    concreto reciclados anualmente.

    Segundo OLSEN (2001) existem cerca de quarenta grandes estruturas

    offshore em todo o mundo e muitas outras pequenas. Grande parte delas

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 14

    est situada no Mar do Norte, em profundidades que chegam 350m e

    volumes de concreto de at 240000m3. Segundo o autor, apesar da vida til

    dessas estruturas ser de 200 anos, as reservas de hidrocarbonos podem

    cessar antes deste prazo. Nesse caso, o que se deve fazer com essas

    estruturas? Para resolver essa questo, a conveno de OSPAR realizada

    em Sintra, Portugal decidiu que todas as plataformas offshore devem ser

    removidas aps esgotarem-se as reservas gerando, como conseqncia,

    uma enorme quantidade de resduos de concreto que apresentam enorme

    potencial para serem reciclados.

    A gerao de resduos pode ser devida a catstrofes naturais como

    movimentaes da crosta terrestre. LAURITZEN (1999) cita os desastres

    naturais (terremoto, furaco) como responsveis pela gerao de grande

    quantidade de resduos de construo e outros tipos de resduos,

    especialmente em reas urbanas densamente povoadas. Alguns exemplos

    de desastres naturais que geraram grande quantidade de resduos:

    Terremoto ocorrido em Kobe, Japo (17/01/1995) gerou cerca de

    oito milhes de m3 (11 milhes de toneladas) de resduos de

    construo;

    Terremoto ocorrido na Turquia (13/03/1992) resultou na

    destruio de cerca de 6500 habitaes. Os resduos

    provenientes da demolio foram estimados em cerca de 1 milho

    de toneladas;

    Terremoto Northridge ocorrido em Los Angeles (17/01/1994)

    gerou cerca de 2 milhes de toneladas de resduos. Um ano aps

    esse terremoto, ocorreu o grande Hanshin-Awaji (17/01/1995)

    causando a destruio de mais de 100000 edificaes bem como

    a infra-estrutura existente: ferrovias, rodovias e portos. Estima-se

    que nesse terremoto foram gerados cerca de 20 milhes de

    toneladas de resduos;

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 15

    Segundo VAN ACKER (1996), a quantidade anual de resduos slidos

    de material de construo gerado na Unio Europia est em torno de 170

    milhes de toneladas. Sendo que esse resduo pode ser dividido nas

    seguintes parcelas: concreto - 41%, alvenaria - 40%, asfalto - 12%, cermica

    e azulejos - 7%. Analisando esses dados, notada uma grande influncia

    dos resduos de concreto no volume total de material, 68 milhes de

    toneladas/ano, o que representa uma quantidade considervel. Na

    Alemanha, segundo KILBERT & CHINI (2000) o volume de resduos

    produzidos de cerca de 45 milhes de toneladas, sendo que cerca de 25%

    do volume total composto de resduos de concreto.

    Segundo NOGUCHI & TAMURA (2001), a reciclagem de resduos de

    construo no Japo chega a 57% do volume total produzido; sendo que

    aproximadamente 73% desse volume so representados pelo concreto

    proveniente de demolio de estruturas e pavimentos de concreto.

    AJDUKIEWICZ & KLISZCZEWICZ (2002) citam que no Leste Europeu est

    ocorrendo um programa intensivo de modernizao e reconstruo de

    rodovias e pontes desde o incio da dcada de 90. Devido a isso, est sendo

    gerada uma grande quantidade de resduos provenientes de estruturas de

    concreto armado e protendido os quais, depois de reciclados, apresentaro

    um grande potencial para serem reutilizados como agregados.

    22..11..22.. DDIISSPPOOSSIIOO

    Os resduos de concreto produzidos so geralmente depositados

    indiscriminadamente em vales, margens de rios, a cu aberto ou em aterros

    desprovidos de qualquer tratamento especfico.

    Somam-se a isto, os problemas gerados prpria populao e ao

    meio-ambiente atravs da contaminao das guas superficiais, surgimento

    de zoonoses e a poluio visual. Resultados obtidos por OLIVEIRA & ASSIS

    (2001) mostram que os resduos de concreto no so inertes, fato este que

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 16

    implica na necessidade da reviso da NBR 10004. Quando submetidos

    ao de chuva cida, os resduos de concreto liberam ons que podem

    alterar as condies naturais da gua pela sua mineralizao e da mesma

    forma o solo, provocando danos ao meio-ambiente e riscos sade pblica.

    Em alguns pases, existem regulamentaes que probem e punem os

    responsveis pela deposio de resduos no meio-ambiente. No Reino

    Unido, a cobrana de taxas pela deposio de resduos de concreto no

    meio-ambiente, tem incentivado as usinas de concreto pr-misturado a

    reduzir substancialmente a quantidade de resduo produzido (SEALEY et al.,

    2001). Na Inglaterra, o Estado cobra uma taxa da construtora de todo o

    resduo gerado na obra; a preocupao, em princpio, no apenas com o

    desperdcio em si, mas sim com o provvel impacto que esse resduo gerar

    no meio-ambiente; caso esse resduo seja previamente separado na obra, a

    taxa a ser cobrada ser menor.

    Em 1978, foi publicada pelo governo holands uma regulamentao

    com relao aos resduos de construo, tendo como finalidade reduzir a

    poluio do meio-ambiente atravs da diminuio do volume desses

    resduos e quando isto no for possvel promover a reciclagem. Outra forma

    encontrada pelo governo para coibir o desperdcio e promover a reciclagem

    dos materiais foi aumentar em cerca de cinco vezes as taxas para despejo

    desses materiais no meio ambiente. Nesse pas cerca de 80% dos resduos

    so reciclados devido existncia de regulamentaes rgidas (DE VRIES,

    1993 e KILBERT & CHINI, 2000).

    Na Noruega, existem algumas regulamentaes que datam de 1981 e

    prevem que os geradores de resduos devem pagar os custos de

    reabilitao do meio-ambiente. Alm disso, foi instituda, em 1999, uma taxa

    por tonelada de resduos depositados na natureza, afirmam KILBERT &

    CHINI (2000). Segundo TOALDO (1993), os construtores no Japo so

    obrigados a incluir em seus projetos a destinao final do resduo gerado

    pelas suas obras. Alm disso, o cidado impedido de jogar os resduos em

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 17

    terrenos baldios ou crregos sob a pena de ser autuado, pagando pesadas

    multas pela infrao.

    Com relao poltica de reciclagem no Brasil, as esperanas

    renascem com o lanamento em 1999, pelo governo federal do Programa

    Brasileiro de Reciclagem (PBR), da resoluo publicada pelo CONAMA que

    entrou em vigor no incio de 2003 dispondo sobre a gesto dos resduos da

    construo civil e do livro publicado em 2001, financiado pela Caixa

    Econmica Federal denominado Reciclagem de Entulho para a Produo

    de Materiais de Construo produzido pelo Projeto Entulho Bom e premiado

    pela ONU Organizao das Naes Unidas, como uma das 100 melhores

    prticas para melhorar a qualidade de vida. Com a criao do Programa

    Brasileiro de Reciclagem pelo governo Federal em 1999, espera-se que se

    reduzam as cargas tributrias dos reciclados e iniciem-se linhas de crdito

    especficas; alguns levantamentos preliminares estimam que a expanso da

    reciclagem poder criar mais de 300 mil novos empregos, atingindo uma

    mdia de um milho de profissionais envolvidos (SCHARF, 1999).

    22..11..33.. PPRROOCCEESSSSOOSS UUTTIILLIIZZAADDOOSS PPAARRAA RREECCUUPPEERRAAOO DDOOSS RREESSDDUUOOSS DDEE CCOONNCCRREETTOO

    Com relao aos resduos de concreto, existem inmeros processos

    que podem ser aplicados na sua reciclagem. Nas usinas de concreto pr-

    misturado e fbricas de elementos pr-moldados tm-se basicamente dois

    tipos de resduos: rejeitos de concreto no estado fresco e rejeitos de

    concreto no estado endurecido.

    Para a reciclagem do concreto fresco, um dos mtodos existentes

    consiste na separao dos agregados da gua de lavagem (partculas de

    cimento + finos em suspenso). No sistema mecnico de separao, o

    processo de reciclagem extremamente simples. Os resduos de concreto

    fresco so depositados num funil alimentador, que conduz essas sobras

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 18

    para a primeira seo do equipamento, onde introduzida gua

    permanentemente auxiliando a decantao dos agregados, de modo que o

    aglomerante existente (cimento) permanea em suspenso. Essa gua

    recolhida quando transborda pelo mesmo ponto de alimentao por onde

    so introduzidas as sobras de concreto, j os agregados so recolhidos na

    calha de descarga (REZENDE et al., 1996).

    Na Figura 2.1, encontra-se o equipamento utilizado para reciclagem

    do concreto fresco.

    Figura 2.1 Equipamento utilizado para a reciclagem do concreto fresco

    (FONTE: SCHWING STETTER, 2000)

    Na Figura 2.1, os nmeros identificam os seguintes processos:

    1 Resduos de concreto fresco sendo depositados no funil alimentador.

    2 Sada da gua de lavagem com os finos em suspenso, os quais so

    direcionados para um tanque que possui agitadores para evitar a

    decantao. Aps isso, pode-se propiciar o bombeamento desses materiais

    para o sistema de dosagem de novos concretos.

    3 Processo de lavagem sendo executado no tambor, que possui espirais

    que giram no sentido contrrio ao fluxo de gua.

    4 Sada dos agregados na calha de descarga.

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 19

    O concreto residual sendo entregue planta de reciclagem, o tanque

    utilizado para evitar a decantao do material e a sada de agregados na

    calha de descarga encontram-se, respectivamente, nas Figuras 2.2, 2.3 e

    2.4.

    Figura 2.2 Concreto residual sendo entregue planta de reciclagem

    (FONTE: SCHWING STETTER, 2000)

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 20

    Figura 2.3 Tanque com agitadores

    (FONTE: SCHWING STETTER, 2000)

    Figura 2.4 Sada dos agregados na calha de descarga

    (FONTE: SCHWING STETTER, 2000)

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 21

    Justifica-se a utilizao do equipamento para reciclagem do concreto

    fresco pelas vantagens tcnico-econmicas do reaproveitamento dos

    agregados no processo de lavagem, pela eliminao dos custos de

    deposio de resduos slidos e os benefcios ambientais provenientes da

    reciclagem.

    A gua de lavagem com o cimento em suspenso poder ser

    reutilizados para a mistura de novos concretos, desde que o cimento

    presente no seja considerado como aglomerante, mas simplesmente como

    material fino e inerte. SANDROLINI & FRANZONI (2001) reutilizaram a

    gua de lavagem com o cimento em suspenso e, os resultados mostraram

    que as argamassas e concretos alcanaram cerca de 96% da resistncia do

    concreto de referncia e, em alguns casos foi at superior. Alm disso, o uso

    da gua reciclada conduziu a uma reduo da absoro de gua e

    diminuio da micro-porosidade da argamassa, melhorando a durabilidade

    do material; esse efeito pode ser atribudo ao preenchimento pelos finos

    presentes na gua reciclada e pela ligeira reduo da relao gua/cimento.

    Para o tratamento do concreto fresco residual, tambm so utilizadas

    as caixas de sedimentao. Trata-se do sistema de tratamento mais utilizado

    devido ao pequeno investimento inicial, consistindo de uma caixa de

    sedimentao de fundo inclinado no qual so lanados o concreto residual e

    os resduos da lavagem dos caminhes e do ptio central. As centrais de

    concreto brasileiras utilizam, na sua maioria, os sistemas de caixas de

    decantao, para posterior deposio dos resduos por terceiros ou retirados

    na prpria central dosadora e utilizados em aterros, bases de pavimentao,

    etc. Para o reaproveitamento da gua de lavagem necessria a construo

    de duas a quatro caixas, em srie, para a decantao do cimento e

    partculas finas em suspenso na gua.

    Um novo mtodo est sendo proposto nos Estados Unidos e Europa

    visando reutilizao do concreto fresco desperdiado. Segundo OKAWA et

    al. (2000) e KHURANA & PAOLINI (1998), esse mtodo baseia-se na adio

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 22

    de um estabilizador (agente ultraretardador) com a finalidade de interromper

    a hidratao do cimento e, depois de um determinado tempo, adicionado

    um ativador (agente acelerador) possibilitando a reutilizao desse concreto.

    A tcnica utilizada manter o concreto no seu estado fresco por longos

    perodos, tornando possvel a estocagem desse material para uso posterior

    sem prejuzo de suas propriedades fsicas e mecnicas. O primeiro

    componente desse sistema um estabilizador composto por cido

    carboxlico e fsforo contendo cido orgnico e sais; o seu mecanismo

    totalmente diferente dos retardadores convencionais, pois inibe a nucleao

    do CSH e CH, interrompendo todas as fases de hidratao do cimento

    incluindo a frao C3A. Dependendo da dosagem, a mistura pode ser

    mantida nesse estado de desativao por horas ou dias (mximo de trs

    dias). O segundo componente do sistema um ativador que quando

    adicionado permite a continuao do processo de hidratao, esse ativador

    pode ser definido como um acelerador da hidratao.

    Os resduos de concreto no estado endurecido e que podem ser

    originrios de diversas fontes, geralmente so reciclados visando a sua

    reutilizao como agregados em novas misturas ou para confeco de sub-

    bases e bases de rodovias. Devido a algumas propriedades deletrias dos

    materiais reciclados, alguns pesquisadores propem mtodos alternativos

    para a reciclagem do concreto visando melhorar as propriedades desse

    material.

    Dentre alguns desses mtodos destaca-se o proposto por RASHWAN

    & ABOURISK (1997). O processo para recuperao do concreto

    desperdiado foi investigado conjuntamente com uma usina de concreto pr-

    misturado, o fundamento do mtodo baseia-se na passagem do concreto no

    estado plstico para o estado endurecido por um curto perodo de tempo,

    depois do qual o concreto poderia ser reciclado para ser utilizado como

    agregado em novas misturas. Esse processo apresenta algumas vantagens:

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 23

    Nesse processo, a quantidade de resduos a serem reciclados pequena, uma vez que a britagem feita logo aps o concreto ser

    desperdiado. Com isso, o processo de reciclagem do concreto pode

    ser feito com a utilizao de pequenos britadores mveis, eliminando

    os custos de transporte;

    O material reciclado produzido sob condies controladas. Isso inclui o conhecimento do nvel de maturidade do concreto original que

    ser reciclado;

    Espera-se que as partculas de cimento no-hidratadas, presentes nos agregados reciclados, contribuam para aumentar a quantidade de

    cimento nos concretos reciclados.

    No Japo, segundo TOMOSAWA & NOGUCHI (1996) est surgindo o

    conceito de concreto totalmente reciclvel que consiste na reutilizao de

    todos os componentes do concreto, num procedimento semelhante ao que

    acontece com o ao e o alumnio; o concreto totalmente reciclvel um

    concreto, cujo aglomerante, aditivos e agregados seriam todos elaborados a

    partir de resduos de concreto.

    Dentro desse contexto, um mtodo para recuperao do concreto foi

    proposto por NOGUCHI & TAMURA (2001) que desenvolveram um estudo

    visando o reaproveitamento dos resduos de concreto gerados pela

    demolio de uma usina nuclear. Nesse estudo empregaram uma tecnologia

    visando produzir agregados reciclados com qualidade semelhante ao

    agregado natural. Trata-se de dois processos que podem ser empregados

    para obteno de agregados reciclados de excelente qualidade. O primeiro

    deles chamado de abraso mecnica, na qual o concreto reciclado

    utilizando-se um moinho vertical tubular excntrico com a finalidade de

    produzir agregados grados sem a pasta de cimento aderida ao agregado. O

    segundo processo utilizado tanto para a produo de agregados grados

    reciclados como para midos; nesse processo, o concreto deve ser

    previamente britado em pedaos de at 50mm e, ento, colocado num

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 24

    forno de aquecimento vertical, esse forno produzir uma corrente de ar

    quente que provocar o enfraquecimento da pasta de cimento aderida ao

    agregado. Aps isso, o agregado colocado num moinho tubular aonde ser

    feita a separao da pasta de cimento do agregado.

    De maneira geral segundo os mesmos pesquisadores, os agregados

    produzidos utilizando tais processos apresentaram qualidade comparvel

    aos agregados naturais; para o agregado grado reciclado, ndices de

    absoro inferiores a 2% e para o agregado mido, absoro inferior a 3%.

    Alm desses processos existem alguns mtodos para modificar a superfcie

    do agregado natural visando reduzir a adeso entre o agregado e a matriz

    sem prejudicar as propriedades mecnicas do concreto. Com a utilizao

    desses tratamentos, pode-se recuperar mais facilmente e em maior

    quantidade o agregado natural do concreto reciclado. Resumidamente so

    dois tipos bsicos de mtodos de tratamento:

    Tratamento qumico: O principal agente um leo mineral. Esse agente hidroliza-se nas condies alcalinas do concreto fresco

    formando uma espcie de revestimento na superfcie do agregado, tal

    revestimento acarreta um decrscimo da quantidade de cimento

    hidratado na interface pasta-agregado e tambm conduz a uma

    diminuio da adeso entre agregado e pasta, permitindo a fcil

    recuperao do agregado original.

    Tratamento fsico: O agente atuante uma emulso de resina sinttica solvel em gua que permanece estvel quimicamente no

    concreto fresco. Com a utilizao desse agente, a superfcie spera

    do agregado torna-se praticamente lisa diminuindo a adeso entre

    agregado e a matriz da pasta.

    Os resultados obtidos indicaram que a utilizao de tratamento

    qumico permite uma recuperao de at 80% do agregado natural aps a

    reciclagem do concreto, caso seja feito o tratamento fsico esse ndice de

    cerca de 70% e para amostras que no sofreram nenhum tipo de tratamento

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 25

    esse ndice aproximadamente 50%. Alm disso, o tratamento da superfcie

    possibilita a recuperao de agregados de excelente qualidade com

    pequena quantidade de argamassa aderida ao agregado.

    22..11..44.. BBRRIITTAAGGEEMM DDOO CCOONNCCRREETTOO

    A correta escolha do britador a ser utilizado otimizar os resultados e

    proporcionar agregados com a granulometria e forma de partculas

    desejadas. Dependendo do campo de aplicao do material reciclado haver

    sempre um britador apropriado para tal.

    Segundo HANSEN (1985), a utilizao do britador de mandbula

    fornece uma melhor distribuio granulomtrica do agregado reciclado para

    a produo de concreto. O britador de cones adequado para ser utilizado

    como um britador secundrio, j o britador de impacto fornece uma melhor

    distribuio granulomtrica do agregado reciclado para ser empregado em

    sub-bases e bases de rodovias e so menos suscetveis a materiais que no

    podem ser britados como barras de ao presente nas estruturas de concreto

    armado, entretanto, seu custo de manuteno maior e os agregados

    grados reciclados so de qualidade inferior se comparados com os

    agregados produzidos pelo britador de mandbula.

    Com relao aos equipamentos mais adequados para britagem,

    COELHO (2001) cita que algumas plantas em operao em Copenhague,

    Dinamarca, utilizam britadores giratrios e cnicos, trabalhando como

    secundrios, em conjunto com britadores de mandbula primrios. Para

    instalaes mais simples, utiliza-se apenas um britador de impacto e

    nenhum secundrio. Alguns equipamentos so demonstrados nas Figuras

    2.5 a 2.10.

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 26

    Figura 2.5 Britador porttil de baixa capacidade de produo

    (FONTE: www.eaglecrusher.com)

    Figura 2.6 Britador porttil de mdia capacidade de produo

    (FONTE: www.eaglecrusher.com)

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 27

    Figura 2.7 Britador autopropelido de alta capacidade de produo

    (FONTE: www.eaglecrusher.com)

    Figura 2.8 Britador de cones

    (FONTE: www.michagg.com)

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 28

    Figura 2.9 Britador de mandbula

    (FONTE: www.mic agg.com)

    Figura 2.10 Britador de mandbula co

    (FONTE: www.mic

    hm alta capacidade de produo

    hagg.com)

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 29

    Segundo BALLISTA (2003) h quatro maneiras bsicas para reduo

    do tamanho das partculas: por impacto, atrito, clivagem (ou puno) ou

    compresso. A britagem pode ser realizada em circuitos abertos ou

    fechados; no circuito fechado, os materiais passam pelo britador at

    atingirem o tamanho mximo desejado e no circuito aberto, o material passa

    pelo britador uma nica vez, Figura 2.11.

    Figura 2.11 Circuito fechado de britagem

    (FONTE: BALLISTA, 2003)

    Segundo CAIRNS (1998), o processamento dos resduos pode ser

    feito em plantas fixas ou mveis. As plantas mveis consistem de um

    britador e um separador magntico, no permitindo a introduo de outros

    acessrios. O material reciclado no poder ser separado em diferentes

    granulometrias devido inexistncia de peneiradores, dificultando dessa

    forma o uso do material para a produo de novas misturas. Algumas das

    vantagens dessas plantas mveis so descritas abaixo:

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 30

    Menor custo (cerca de cinco porcento se comparado com as plantas fixas).

    Menor tempo de instalao.

    Reduo dos custos de transporte.

    Por outro lado, as principais vantagens das plantas fixas so:

    Possibilidade de obter produtos reciclados diversificados e com qualidade superior aos obtidos por plantas mveis.

    Utilizao de equipamentos maiores e mais potentes que fornecero um tratamento qualitativo superior no processamento dos resduos

    quando comparado com as plantas mveis.

    As desvantagens das plantas fixas referem-se aos altos investimentos

    e a grande rea necessria para sua alocao (50.000m2). Nas Figuras

    2.12, 2.13 e 2.14, podem ser visualizadas as plantas mveis e fixas para a

    produo de agregados reciclados.

    Figura 2.12 Planta mvel para a produo de reciclados

    FONTE: (FRASER, 2003)

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 31

    Figura 2.13 Esquema de funcionamento da planta mvel

    FONTE: (NETT21, 2003)

    Figura 2.14 Planta fixa para a produo de agregados reciclados

    FONTE: (CAIRNS et al., 1998)

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 32

    22..11..55.. AAPPLLIICCAABBIILLIIDDAADDEE

    Objetivando buscar novas fontes para a substituio dos materiais

    naturais, os resduos de concreto apresentam elevado potencial para

    reciclagem e aplicao na construo civil. Dentre os vrios resduos da

    construo civil, os resduos de concreto possuem um dos maiores

    potenciais de utilizao, devido ao conhecimento de suas propriedades

    bsicas e, principalmente, ao seu menor grau de contaminao por outros

    materiais quando comparado com outros resduos.

    O reaproveitamento dos resduos fundamental visando

    preservao das reservas de matrias primas, alm das vantagens de

    carter econmico e ambiental. Em alguns pases da Europa, a ausncia de

    material primrio, implica at na importao de resduos de outros pases

    para gerao de agregado. Alm disso, as restries ambientais encarecem

    ou inibem os processos extrativos minerais, bem como a deposio final dos

    resduos gerados por construes e reformas virias. Na Amrica do Norte,

    apesar da disponibilidade de agregado primrio, as distncias de transporte

    so significativas, aliadas escassez de reas apropriadas para deposio

    ou o seu alto valor (COELHO, 2000).

    Segundo o mesmo pesquisador, a situao no Brasil tambm

    preocupante como, por exemplo, em So Paulo, aonde os recursos naturais

    passam a provir de distncias cada vez maiores devido ao crescimento da

    mancha urbana que atingiu fontes de materiais naturais. Alm disso, existe

    uma lei que impede a abertura de novas pedreiras nos macios rochosos

    metropolitanos, como conseqncia, as empresas que extraem material

    granular para construo se tornam cada vez mais escassas em So Paulo

    e provm de distncias cada vez maiores, encarecendo o bem mineral e o

    custo final para o consumidor. Segundo VALVERDE (2000), o transporte

    responde por cerca de 2/3 do preo final do agregado, o que impe a

    necessidade de produzi-los o mais prximo possvel do mercado, que so os

    aglomerados urbanos.

  • Captulo 2 Agregados Reciclados de Concreto 33

    As pesquisas envolvendo agregados reciclados so unnimes em

    afirmar a grande aplicabilidade do material, especialmente, o agregado

    grado reciclado, em aplicaes no-estruturais e estruturais. Um dos

    entraves para a utilizao dos agregados reciclados se refere existncia de

    poucas regulamentaes normativas tratando do material.

    As vantagens econmicas da reciclagem dos resduos de construo

    podem ser exemplificadas atravs das atividades de pesquisa que s