Concurso literário peb feira do livro rbb ana isabel 2ºciclo maximinos
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Livro, espelho da alma
O livro, sim, o livro! O livro que é um mudo que fala ou um surdo que
responde, um cego que guia, um morto que vive. O livro, este que não tem
ação em si próprio, move os ânimos e causa grandes efeitos. Mas, o que é isto
de um mudo falar ou de um surdo responder, um cego guiar ou de um morto
viver? O que é isto de mover os ânimos e causar grandes efeitos?
Tal como um mudo, o livro, pela lógica, não pode falar, não tem essa
capacidade, mas, apesar de tudo, o livro consegue falar. Bem, não fala como
nós, seres humanos, contudo, fala-nos pelas palavras e figuras de estilo.
Palavras, que nos fazem conhecer, entender ou até dominar certos temas,
transmitem-nos sentimentos e sonhos, conduzem-nos à imaginação, levam-nos
ao seu outro lado...
O livro não nos ouve. Porém, muitas vezes, responde às nossas
questões. É tal como um surdo: lá por não nos ouvir, não quer dizer que não
nos possa auxiliar de alguma forma.
Embora não tenha olhos, mostra-nos um novo caminho, uma nova forma de
ver a vida. Ele pode-nos guiar para um novo mundo, pode-nos abrir os olhos.
Mas como? Como é que o livro nos pode guiar, se nunca viu o mundo? Bem,
este amigo composto por folhas, com a sua imensa sabedoria, apresenta-nos
as várias hipóteses de caminhos que podemos seguir e, simultaneamente,
apresenta os prós e contras das nossas decisões. Muitas vezes é através de
imagens e das outras figuras de estilo que nos corrige e nos abre os olhos para
uma realidade que os nossos olhos não conseguem alcançar. Talvez
possamos dizer que nós, humanos, somos mais cegos que um simples livro.
Apesar de nunca ter vivido, ele tem vida! Então, ele viveu ou não? Se
pensarmos na verdadeira definição de viver, não! Mas, se repararmos, existe
alguma coisa nele que nos leva a pensar que, de facto, ele viveu. Pela ciência,
o livro não pode viver, mas, pela nossa imaginação, o livro pode, sim, viver.
Para a nossa imaginação nada é impossível e, se nós realmente acreditamos
que os livros vivem, então eles realmente vivem. Não podendo desafiar a lei da
Natureza, mas não podendo também colocar limites à imaginação, digo que os
livros são mortos que vivem. E não nos podemos esquecer que uma vida é um
Pseudónimo: Kika Mão, 2º Ciclo - 1
conjunto de histórias, tal como o nosso amigo livro é composto por um conjunto
páginas.
Como é do nosso conhecimento, o livro não tem ação em si mesmo, não
tem vontade própria, mas, mesmo assim, move os ânimos, isto é, é capaz de
transformar pensamentos, de provocar sentimentos e ação nas nossas vidas e,
consequentemente, de causar grandes efeitos no nosso “eu” e no mundo.
E, assim sendo, sabemos que o livro não é apenas um objeto de capa
dura ou maleável, com muitas ou poucas folhas. Sabemos que é uma porta de
respostas, sonhos, conselhos, uma porta de influências…
O livro é aquilo que nós queremos fazer dele, é o espelho da nossa
alma ou daquela que nós desejaríamos ter! É o conforto na dor e a
gratificação na alegria, é o despertar de muitos dias e o anoitecer de muitas
noites, é o auxílio da sabedoria e da distração. É um conjunto de sensações
que nos comovem e que nos fazem viver.
O livro, sim, o livro! O livro que é isto tudo, o livro que é o que nós
quisermos!
Pseudónimo: Kika Mão, 2º Ciclo - 2