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PROVA OBJETIVA ORGANIZADOR 1 CONCURSO PÚBLICO PREFEITURA MUNICIPAL DE QUEIMADOS PROVA OBJETIVA LÍNGUA PORTUGUESA Acreditar é humano O ser humano é um animal acreditador. Talvez esse seja um bom modo de definir nossa espécie. "Humanos são primatas com autoconsciência e a habilidade de acreditar." Já que "acreditar" sempre pede um "em quê?", refiro-me aqui a acreditar em poderes que transcendem a percepção do real, algo além da dimensão da vida ordinária, além do que podemos perceber apenas com nossos sentidos. Eu me pergunto se a necessidade de acreditar em algo (não uso a palavra "fé", pois essa tem toda uma conotação religiosa) é consequência da consciência. Será que outras inteligências cósmicas também acreditam? Parece que somos incapazes de viver nossas vidas sem acreditar na existência de algo maior do que nós, algo além do "meramente" humano. Bem, nem todos nós, mas a maioria. Isso desde muito tempo. Para os babilônios e egípcios, os céus eram mágicos, a morada dos deuses, ponte entre o humano e o divino. Interpretar os céus era interpretar mensagens dos deuses, muitas vezes dirigidas a nós mortais. Essa divinização da natureza é muito mais antiga do que a civilização. Pinturas rupestres, os símbolos mais antigos da expressão humana, já demonstram a atração que nossos ancestrais nas cavernas tinham pelo desconhecido, sua reverência por poderes além de seu controle. As pinturas de animais representavam encantamentos, uma mágica gráfica criada com o objetivo de auxiliar os caçadores em sua empreitada, cujo sucesso garantia a sobrevivência do grupo. Fico imaginando o poder que essas imagens - que dançavam à luz do fogo - exerciam sobre o grupo reunido na caverna, uma tentativa de recriar a realidade para ter algum controle sobre ela. A religião nasceu da combinação de reverência e necessidade. E assim continua, definindo como a maioria dos humanos vê o mundo. Mesmo após termos desenvolvido meios para explorar fontes de energia da natureza, estamos ainda à mercê dos elementos. Muitos chamam enchentes, tornados, erupções vulcânicas ou terremotos de atos divinos, representando forças além do nosso controle. A ciência, claro, atribui esses desastres a causas naturais, o que acarreta abandonar a crença de que a fé pode nos ajudar de alguma forma a controlá-los. Fica difícil, hoje em dia, rezar para o deus do vulcão ou para o deus da chuva. Esse é um desafio para a ciência e para os seus educadores: a ciência pode explicar, às vezes, prever e, até certo ponto, proteger-nos de desastres naturais, porém, não pode competir com o poder da crença na imaginação humana, mesmo na completa ausência de evidência de que possa nos proteger contra desastres naturais. O mundo estava cheio de deuses no início da história da nossa espécie e, para muitas pessoas, assim continua. A resposta, parece, não é tentar transformar a ciência numa espécie de deus, substituindo uma crença por outra, mas, ao contrário, mostrar que vidas podem ser vividas sem a crença em poderes divinos cuja intenção é nos manipular, seja para o bem ou para o mal. Talvez a maior invenção da vida na Terra tenha sido essa espécie de primatas com a capacidade de imaginar realidades que a transcendem. MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor de "Criação Imperfeita".

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PROVA OBJETIVA

ORGANIZADOR

1

CONCURSO PÚBLICO PREFEITURA MUNICIPAL DE QUEIMADOS

PROVA OBJETIVA

LÍNGUA PORTUGUESA

Acreditar é humano

O ser humano é um animal acreditador. Talvez esse seja um bom modo de definir nossa espécie. "Humanos são primatas com autoconsciência e a habilidade de acreditar." Já que "acreditar" sempre pede um "em quê?", refiro-me aqui a acreditar em poderes que transcendem a percepção do real, algo além da dimensão da vida ordinária, além do que podemos perceber apenas com nossos sentidos.

Eu me pergunto se a necessidade de acreditar em algo (não uso a palavra "fé", pois essa tem toda uma conotação religiosa) é consequência da consciência. Será que outras inteligências cósmicas também acreditam?

Parece que somos incapazes de viver nossas vidas sem acreditar na existência de algo maior do que nós, algo além do "meramente" humano. Bem, nem todos nós, mas a maioria. Isso desde muito tempo. Para os babilônios e egípcios, os céus eram mágicos, a morada dos deuses, ponte entre o humano e o divino. Interpretar os céus era interpretar mensagens dos deuses, muitas vezes dirigidas a nós mortais.

Essa divinização da natureza é muito mais antiga do que a civilização. Pinturas rupestres, os símbolos mais antigos da expressão humana, já demonstram a atração que nossos ancestrais nas cavernas tinham pelo desconhecido, sua reverência por poderes além de seu controle. As pinturas de animais representavam encantamentos, uma mágica gráfica criada com o objetivo de auxiliar os caçadores em sua empreitada, cujo sucesso garantia a sobrevivência do grupo.

Fico imaginando o poder que essas imagens - que dançavam à luz do fogo - exerciam sobre o grupo reunido na caverna, uma tentativa de recriar a realidade para ter algum controle sobre ela. A religião nasceu da combinação de reverência e necessidade. E assim continua, definindo como a maioria dos humanos vê o mundo.

Mesmo após termos desenvolvido meios para explorar fontes de energia da natureza, estamos ainda à mercê dos elementos. Muitos chamam enchentes, tornados, erupções vulcânicas ou terremotos de atos divinos, representando forças além do nosso controle.

A ciência, claro, atribui esses desastres a causas naturais, o que acarreta abandonar a crença de que a fé pode nos ajudar de alguma forma a controlá-los. Fica difícil, hoje em dia, rezar para o deus do vulcão ou para o deus da chuva.

Esse é um desafio para a ciência e para os seus educadores: a ciência pode explicar, às vezes, prever e, até certo ponto, proteger-nos de desastres naturais, porém, não pode competir com o poder da crença na imaginação humana, mesmo na completa ausência de evidência de que possa nos proteger contra desastres naturais.

O mundo estava cheio de deuses no início da história da nossa espécie e, para muitas pessoas, assim continua. A resposta, parece, não é tentar transformar a ciência numa espécie de deus, substituindo uma crença por outra, mas, ao contrário, mostrar que vidas podem ser vividas sem a crença em poderes divinos cuja intenção é nos manipular, seja para o bem ou para o mal.

Talvez a maior invenção da vida na Terra tenha sido essa espécie de primatas com a capacidade de imaginar realidades que a transcendem.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica

no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor de " Criação Imperfeita".

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1) Sobre o texto, é possível afirmar que o:

a) ser humano, naturalmente, acredita; e esta habilidade determina a existência de sua própria espécie

b) ser humano, como um primata, tem habilidade para acreditar só em aspectos divinos que, em regra, explicam as inteligências cósmicas

c) homem transcende a percepção do real e, com isso, vai além de acreditar; ele chega à busca da consciência primata com base na dimensão de sua vida ordinária

d) homem é um animal acreditador, pois esta, por ser uma característica inerente à vida, faz com que o ser humano não tenha consciência da vida ordinária que leva na terra

2) De acordo com o texto, para Gleiser:

a) crença e fé são diferentes e somente se associam quando transcendem ao mundo real b) fé e crença pertencem a campos distintos, visto que a primeira passa por um viés religioso c) fé e crença são equivalentes, já que, como estão relacionadas à religião, buscam o aspecto

divino d) crença e fé são díspares e se colocam em oposição quando o assunto é ciência e análise da

autoconsciência humana 3) “Parece que somos incapazes...”

A oração em destaque exerce igual função sintática da expressão sublinhada em:

a) “Esse é um desafio para a ciência e para os educadores...” b) “O mundo estava cheio de deuses no início da história...” c) “Humanos são primatas com autoconsciência...” d) “O ser humano é um animal acreditador”

4) “Essa divinização da natureza é muito mais antiga que a civilização...”

A função sintática do sintagma sublinhado é igual em:

a) a vida dos moradores era difícil b) o amor aos filhos consumia o pai c) a estátua foi roubada pelos assaltantes d) o homem necessitou da ajuda dos vizinhos

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5) “Fica difícil, hoje em dia, rezar para o deus do vulcão ou para o deus da chuva.”

A reescritura do período em destaque, de modo a manter o sentido original e sem ferir a norma culta da Língua Portuguesa, pode ser observada em:

a) Hoje em dia, fica difícil rezar para o deus do vulcão ou para o deus da chuva b) Fica difícil hoje em dia rezar, para o deus do vulcão ou, para o deus da chuva c) Fica difícil, rezar para o deus do vulcão ou, para o deus da chuva, hoje em dia d) Hoje em dia fica difícil, para o deus do vulcão, ou para o deus da chuva rezar

6) “... proteger-nos de desastres naturais, porém, não pode competir com ...”

O valor semântico da conjunção sublinhada é de:

a) consequência b) adversidade c) explicação d) finalidade

7) “... com a capacidade de imaginar realidades que a transcendem...”

Sobre o termo sublinhado, é possível afirmar que se trata de um(a):

a) pronome relativo e exerce a função sintática de sujeito b) pronome relativo e exerce a função sintática de complemento nominal c) conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva subjetiva d) conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva completiva nominal

8) “A ciência, claro, atribui esses desastres a causas naturais...”

O verbo sublinhado, neste contexto, apresenta-se como:

a) intransitivo, já que não há complementos verbais na oração em foco b) transitivo indireto, mas apresenta dois complementos verbais indiretos c) transitivo direto e indireto, logo possui dois complementos verbais diretos e um complemento indireto d) transitivo direto e indireto, logo possui dois complementos verbais: um objeto direto e um objeto

indireto

9) “ ... que dançavam à luz do fogo...”

Observe a passagem em destaque, no que diz respeito à aplicação da crase. De acordo com a gramática normativa da Língua Portuguesa, também é correto o uso do indicativo de crase em:

a) Falou à qualquer pessoa b) Estive frente à frente com ela c) Fui à esta cidade no mês passado d) Referiu-se àquele que estava a seu lado

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10) “Para babilônios e egípcios, os céus eram mágicos...”

Na passagem em destaque, observa-se um:

a) predicado verbal cujo núcleo é o verbo “eram” b) sujeito desinencial representado pelo vocábulo “céus” c) predicado nominal cujo núcleo é a palavra “mágicos” d) sujeito composto caracterizado pela expressão “Para babilônios e egípcios”

TEXTO II

Do riso ao trote Sírio Possenti

Andamos cansados de assassinatos em escolas, aqui e nos Estados Unidos, de guerras estúpidas e de trotes violentos que, de vez em quando, terminam tragicamente. Mas acho que deveríamos ser menos cínicos, e começar a considerar normais essas coisas, a não ser que decidamos ir fundo e pôr em questão também outras formas de relacionamento humano que tendemos a considerar não problemáticas.

Para começar, considere o caro leitor as piadas. Podem ser piadas relativas aos portugueses ou às loiras, mas as relativas aos homossexuais ou aos negros são exemplos mais evidentes. Freud acha que, quando fazemos uma piada, estamos de alguma maneira substituindo uma agressão física por uma agressão verbal, mesmo que a piada obrigue essa agressão a ser indireta. Se seguirmos Freud, admitiremos que o desejo de destruição do outro – de qualquer um que seja diferente – só não é posto em prática por repressão, dito de outra maneira, como efeito de civilização, que é em grande parte um conjunto de tecnologias para controlar pulsões, instintos. A distância entre uma guerra e uma piada racista é grande, certamente, mas ambas pertencem à mesma linhagem: são uma forma de agredir o outro, de expressar a certeza de que o outro não é como nós.

Jogar calouros que não sabem nadar numa piscina, durante um trote – ou convidados em festas caseiras – é, para muitos, apenas uma diversão. Pode ser verdade que não haja nenhuma intenção – consciente – de provocar a morte de alguém. Mas fica uma pergunta incômoda: por que divertir-se jogando os outros na água?

Mudo de cena, sem trocar de tema. Nos domingos à tarde, num dos programas mais assistidos da televisão brasileira, um ponto alto são as “videocassetadas”: em geral, são cenas domésticas nas quais ocorre pequeno acidente inesperado. A sagrada família brasileira se diverte, o povo mais pacífico do mundo chora de tanto rir. Ri de alguém que se arrebenta, que corre risco de ferimentos, que sofre humilhações diante de plateias que se tornaram multidões por via da televisão. Um espetáculo de puro – pequeno? – sadismo.

Depois alguém dá um tiro em alguém por nada (por dá cá aquela palha, dir-se-ia) e todos nos horrorizamos, não entendemos de onde vem tanta violência. Ora, vem de dentro de nós, de todos nós. Se não cuidamos disso todos os dias, se não cultivamos a leveza e a delicadeza, só nos divertiremos com muito álcool, algum pó e alguém jogado na água. E se ele morrer, diremos que só estávamos nos divertindo um pouco. Não sabemos mais nada. Nem a semântica de “só”.

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11) Quando o autor estabelece, no texto II, uma relação entre a guerra e uma piada racista, ele define que:

a) a distância entre elas é grande, mas devem ser ambas entendidas como agressão b) uma vaga distância há e esta define a ideia de a guerra ser bem pior que a piada racista c) uma grande distância existe, logo não há como mensurar uma comparação entre as duas d) a distância não é grande, mas os efeitos entre elas são próximos, apesar de imperceptíveis

12) O texto II tem natureza argumentativa. Sobre o terceiro parágrafo do referido texto, pode-se afirmar que está construído com base em:

a) estrutura de autoridade b) negação discursiva c) exemplo específico d) retórica irrefutável

13) Pode-se observar traço de ironia no seguinte fragmento:

a) “Mas fica uma pergunta incômoda: por que divertir-se jogando os outros na água?” b) “A sagrada família brasileira se diverte, o povo mais pacífico do mundo chora de tanto rir.” c) “Pode ser verdade que não haja nenhuma intenção – consciente – de provocar a morte de

alguém.” d) “Podem ser piadas relativas aos portugueses ou às loiras, mas as relativas aos homossexuais ou

aos negros são exemplos mais evidentes.”

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14) “Nem a semântica do ‘só’.”

O fragmento em destaque aponta uma crítica que sintetiza a reflexão proposta ao longo do texto II. Observando a “semântica do só” e a mensagem do texto II, pode-se afirmar que:

a) o termo “só” significa, em tese, a ideia de “apenas”; logo, traz à tona, no que diz respeito ao texto do autor Sírio Possenti, a noção de que não se fez nada demais, ainda que possíveis “ditas” brincadeiras levem à morte de alguém. Dessa forma, também de acordo com o autor, a violência pode ser desenvolvida em pequenos atos diários e, quando nos damos conta, ela já está internalizada em cada um de nós, sem que, ao menos, tenhamos percebido. As brincadeiras ganham um tom gradativo de perversidade e o termo “só” deixa de ser, semanticamente, nesse contexto, “apenas”

b) O uso de “só” no texto de Sírio Possenti gera uma ampla discussão, ainda que tenha equivalência semântica a “apenas” no contexto apresentado. Não há como se pensar em violência sem se dar conta dos problemas sociais vigentes, os quais começam com breves risos, aparentemente, descomprometidos em videocassetadas apresentadas na televisão. Dessa maneira, a violência chegou e dominou a população, a fim de que esta já tenha plena consciência de seus pequenos atos de perversidade; assim, é válida a equivalência entre “só” e “apenas” no texto de Possenti

c) O “apenas” coloca-se de modo equivalente ao “só” sintaticamente e semanticamente, visto que, dentro do contexto em foco, abraçam igual significado, traduzido pela força da violência disseminada entre os diferentes setores sociais. De acordo com Sírio Possenti, não há dúvidas de que a sociedade, hoje, curte a violência e tem plena consciência dela em seu dia a dia. Entretanto, não se dá conta de que atitudes violentas não se caracterizam nas pequenas ações e, sim, em grandes feitos repletos de perversidade social

d) a utilização do termo “só” significa a ideia de “apenas”; logo, traz à baila, de acordo com Sírio Possenti, a confirmação da grandeza de um ato como o trote, ainda que leve à morte de diferentes pessoas. Com base nisso, a violência faz parte do universo humano desde sempre e só tende a se aprimorar, por meio de diferentes brincadeiras. Dessa forma, o termo “só, incontestavelmente, confirma a ideia de “apenas”, pois são equivalentes tanto discursivamente, no caso do texto II, como gramaticalmente

15) “Pode ser verdade que não haja nenhuma intenção...”

Sobre a passagem em destaque, pode-se afirmar que:

a) “Pode ser verdade que não haja nenhuma intenção” trata-se de um período composto por coordenação e “haja” é um verbo de ligação

b) “Pode ser verdade que não haja nenhuma intenção” trata-se de um período simples e “nenhuma intenção” é sujeito do referido período

c) “que não haja nenhuma intenção” é sujeito de “pode ser verdade” e “nenhuma intenção” é objeto direto de “haja”

d) “que não haja nenhuma intenção” é predicativo de “pode ser verdade” e “haja” é verbo intransitivo

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 16) De acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), quanto ao Direito à Vida e à Saúde, é assegurado ao recém-nascido pelos hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde:

a) ser identificado mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe

b) manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto a mãe na medida do possível

c) arquivar registros das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de quinze anos

d) fornecer declaração de nascimento, em que não há necessidade de constar todas as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato

17) Quanto ao Direito à Educação, o ECA assegura à criança a ao adolescente:

a) ensino fundamental e médio, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria

b) acesso obrigatório aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um

c) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente em instituições específicas a cada situação

d) atendimento no ensino fundamental através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde

18) O trabalho com projetos na Educação Infantil pode ajudar o professor a organizar melhor os tempos e espaços na sala de aula. Partindo desse pressuposto, o professor poderá:

a) adotar um único projeto ao longo de todo o ano letivo, para facilitar a construção de conceitos por parte dos alunos, que se sentem mais seguros quando estabelecem uma rotina

b) desenvolver vários e distintos projetos ao longo do ano, que muitas vezes podem coexistir na sala de aula, respeitando conceitos e habilidades relevantes e adequados aos alunos

c) estabelecer um tempo fixo para cada atividade, buscando uma adaptação de todos os alunos a esse tempo, facilitando a implementação do planejamento para que se consiga executar todas as atividades previstas

d) redimensionar o tempo do trabalho escolar inicialmente, mas, à medida que os alunos forem capazes de realizar as atividades com autonomia, todos devem ser levados a desenvolver as tarefas ao mesmo tempo

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19) Uma escola realizou uma visita guiada ao Jardim Botânico com os alunos da Educação Infantil. As crianças assistiram vídeos, realizaram atividades interativas e observaram plantas e animais. Através desta atividade, as crianças tiveram garantidos os direitos a:

a) um ambiente aconchegante, seguro e estimulante, e higiene e saúde b) desenvolver sua identidade cultural, racial e religiosa e expressar seus sentimentos c) uma especial atenção durante sua adaptação à creche, à proteção, ao afeto e à amizade d) desenvolver sua curiosidade, imaginação, capacidade de expressão e o movimento em espaços

amplos 20) A visita ao Jardim Botânico faz parte de um projeto intitulado “Conhecendo a Natureza” que envolve todas as turmas da Educação Infantil ao 5° ano do E nsino Fundamental. São características de um currículo organizado por projetos, segundo Hernandez (1998):

a) apresentar o conteúdo fragmentado, distanciado dos problemas vivenciados pelos alunos, facilitando assim o seu processo de aprendizagem

b) reorganizar a gestão do espaço, do tempo e da relação entre docente e aluno, definindo-os como aquele que ensina e aquele que aprende, respectivamente

c) valorizar o que acontece fora da escola, as transformações sociais, os saberes e aproximar-se da identidade dos alunos, favorecendo a construção da subjetividade

d) enfatizar a transmissão de conteúdos e vincular instrução com aprendizagem, legitimando a função da escola de transmitir conteúdos historicamente construídos

21) A orientadora pedagógica observou as turmas de alfabetização com o objetivo de identificar a concepção de educação que permeia a prática pedagógica dos professores. Ela identificou que, em sua maioria, os docentes, ora adotam práticas tradicionais, ora construtivistas. Esse confronto “rigidez/flexibilidade”, de acordo com Kramer (2001), pode significar:

a) que a probabilidade da criança aprender aumenta quando o professor diversifica a maneira de ensinar

b) a incapacidade do professor para adotar uma única concepção de educação na qual embasar o seu trabalho

c) a adoção de diferentes posturas (mais rígidas ou mais flexíveis) para confundir os alunos e mantê-los sob controle

d) que apesar de, às vezes, adotar práticas inovadoras, todo o trabalho pedagógico é voltado para o produto resultado da ação

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22) Uma professora decidiu ditar uma lista de frutas para a sua turma de 1° ano do ensino fundamental. Ao analisar as produções dos alunos, sentiu muita dificuldade para identificar as hipóteses de escrita. Com base em Ferreiro (1995), essa dificuldade justifica-se, pois:

a) a professora deveria ter realizado uma revisão das sílabas utilizadas na escrita das palavras ditadas por ela

b) a lista ditada deveria ser de palavras com a mesma letra inicial ou com a mesma sílaba, facilitando a sua análise

c) em geral, é difícil analisar o nível conceitual de uma criança com base apenas nos resultados, sem levar em conta o processo de construção

d) no 1° ano, os alunos estão iniciando o processo de alfabetização, cometendo muitos erros de ortografia, o que dificulta a análise da professora

23) A professora da etapa III (correspondente aos 4° e 5° anos do Ensino Fundamental) da EJA realizou uma produção textual com seus alunos na qual eles deveriam escrever suas experiências com a escrita e com a leitura ocorridas fora da escola. A professora fundamentou-se em Freire (1996), ao valorizar o(a):

a) experiência pessoal de cada aluno, sua relação com a leitura e com a escrita, evidenciando a importância de ler o mundo antes de ser capaz de ler a palavra propriamente dita

b) escrita dos alunos a partir de um tema relevante, suas experiências de vida, possibilitando colocar em prática as regras gramaticais aprendidas em sala de aula

c) resgate de memórias importantes para a aprendizagem da Língua Portuguesa, percebendo como, com o passar do tempo, aprenderam a escrever melhor

d) memorização mecânica de acontecimentos vividos pelos alunos em um passado mais remoto ou mais recente, exercitando uma importante função do cérebro

24) Uma professora observou, entre os seus alunos, as seguintes escritas para a palavra MACACO: MCO, ACO e MAC. A teoria capaz de ajudar a professora a interpretar essas escritas postula que:

a) quem apresenta escritas como essas necessita ser encaminhado para atendimento especializado, pois apresenta comprometimento psicológico

b) as hipóteses construídas pelas crianças ao tentarem compreender como se escreve produzem erros que devem ser corrigidos pelo professor

c) as crianças elaboram hipóteses sobre o funcionamento da escrita antes mesmo de serem capazes de escrever convencionalmente

d) crianças que escrevem dessa forma precisam fixar melhor as letras do alfabeto para escrever as palavras corretamente

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25) Um estudante de 24 anos está matriculado na turma de Alfabetização de Adultos. Ele produziu a seguinte escrita da palavra AÇÚCAR: ASUCA. Essa escrita expressa um tipo de erro denominado construtivo, que caracteriza-se por:

a) falta de informações no que se refere a normas e convenções acerca de diferentes objetos de conhecimento

b) demonstrar conteúdos que o aluno ainda não domina, mostrando ao professor o que necessita de maior fixação

c) indicar a hipótese construída pelo aluno para resolver um problema e que permite ao professor observar seu percurso intelectual

d) evidenciar que o processo de aprendizagem avança a partir do erro e, sendo assim, ele deve ser a tônica do processo de ensino e aprendizagem

26) Um professor realizou uma pesquisa entre seus alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) e chegou aos seguintes resultados:

Total de Alunos 21 Alunos Alfabetizados 16 Alunos Letrados 20

Em relação a essa diferença entre letrados e alfabetizados, pode-se afirmar que:

a) provavelmente, houve um erro na tabulação dos dados da pesquisa, pois os processos de alfabetização e letramento estão interligados e um depende do outro

b) o letramento é um termo relativamente recente que surgiu diante da necessidade de explicar como pessoas que não sabem ler e escrever fazem uso social da escrita e da leitura

c) os critérios utilizados pela professora para definir o que se considera um aluno alfabetizado ou não podem ter sido muito rigorosos, desconsiderando, por exemplo, alunos que escrevem o nome todo

d) o indivíduo pode ser não alfabetizado por não dominar as técnicas de leitura e escrita, mas é capaz de fazer uso de práticas sociais letradas quando, por exemplo, ouve a leitura de um jornal impresso e infere sobre o que ouviu

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27) Nas ações de aproximação com a família, uma escola municipal incentivou o empréstimo de livros da biblioteca escolar por parte dos alunos, para serem compartilhados com os pais e demais familiares. Com base na atividade, pode-se afirmar que:

a) as práticas sociais que integram a vida dos alunos, relacionadas a valores, experiências e acesso ao mundo letrado dos diversos grupos sociais, são, de certo modo, condicionantes dos processos de alfabetização e letramento

b) em geral, a escola é, por excelência, o agente social promotor de práticas que promovem a alfabetização e o letramento, sem participação significativa de outros grupos sociais

c) caso a escola não tivesse esta iniciativa, dificilmente os alunos teriam como relatar experiências de contato com a leitura e com a escrita em outros contextos sociais

d) os pais desses alunos provavelmente não teriam condições de adquirir livros de história para ler com os seus filhos, sendo esses os principais portadores textuais

28) Ana Clara tem um filho com 4 anos que irá completar 5 anos em 26/03/2013 e uma filha com 5 anos que irá completar 6 anos em 06/04/2013. Em relação à matrícula dessas crianças na rede de ensino, pode-se afirmar que:

a) o menino será matriculado na Educação Infantil e a menina no 1° ano do Ensino Fundamental b) a menina será matriculada na Educação Infantil e o menino será encaminhado para a creche c) ambos serão matriculados no 1° ano do Ensino Fun damental d) ambos serão matriculados em turmas de Educação Infantil

29) A inclusão é traduzida dentro da escola através do respeito às diferenças. Para garantir esse direito, ao elaborar sua proposta pedagógica, a escola de Educação Infantil deve assegurar a:

a) não retenção das crianças e a continuidade dos processos de aprendizagem por meio da criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pelas crianças

b) documentação específica às famílias que as permitam conhecer o trabalho pedagógico da instituição e a utilização de múltiplos registros produzidos por adultos e crianças (fotos, relatos, desenhos, etc)

c) acessibilidade de espaços, materiais, objetos e brinquedos nos espaços internos para crianças com deficiência e a garantia da apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais do seu povo de origem

d) recriação, em contextos significativos para as crianças, de relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaçotemporais que propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações culturais brasileiras

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30) Considerando o desenvolvimento cognitivo da criança, ao estimular a interação entre bebês de diferentes idades dentro de uma abordagem construtivista, pode-se afirmar que:

a) a interação entre os bebês é importante, mas não possui muito valor na prática, pois é necessário esperar a maturação do sistema nervoso central, para que ocorra aprendizagem

b) para que possa haver desenvolvimento, é necessária a produção de diferentes aprendizagens, que ocorrem prioritariamente na interação do indivíduo com o meio social

c) conviver com outros seres da mesma idade ajuda a desenvolver o espírito de solidariedade e de competitividade e, ao mesmo tempo, estimula a aprendizagem

d) a proximidade com outros bebês vai traduzir-se em desenvolvimento cognitivo quando eles estiverem mais velhos, por volta dos quatro anos de idade

31) Ao observar seus alunos de 4 anos brincando no pátio, a professora identificou um grupo que jogava bola, outro que brincava de casinha e um terceiro de salão de beleza. Os grupos eram heterogêneos e as crianças criavam diálogos interessantes e criativos. Com base em Piaget, essas brincadeiras expressam:

a) processos de assimilação e de acomodação que ocorrem na interação das crianças com os objetos, e na relação com as outras crianças e com os adultos

b) aprendizagem por ensaio e erro que ocorre a partir da repetição de comportamentos, visando a alcançar determinado objetivo, reforçando os sucessos e eliminando os fracassos

c) que o conhecimento da criança é construído a partir da ajuda de uma pessoa mais capaz, permitindo a ela desenvolver capacidades pessoais que exercerá autonomamente mais tarde

d) que durante o jogo, as crianças estão apenas próximas, utilizando a linguagem de forma egocêntrica (falando para organizar seu próprio pensamento) sem a preocupação de interagir com o outro

32) A teoria empirista exerce grande influencia entre os professores, na forma de pensar o ensino e a aprendizagem. A sequência de atividades que ilustra mais adequadamente esta teoria é:

a) identificar palavras com s, ss, c e ç no texto e analisar as palavras percebendo que letras diferentes podem representar o mesmo som

b) ler uma lista de palavras com s, ss, c e ç, separando-as em colunas e analisar as palavras para identificar possíveis regras ortográficas

c) realizar um ditado de palavras com s, ss, c e ç, reescrever cinco vezes a palavra que errar e analisá-las junto com o professor

d) circular palavras com s, ss, c e ç no texto, copiar estas palavras no caderno e realizar um ditado com as mesmas palavras

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33) A metodologia de ensino na Educação de Jovens e Adultos, de acordo com a Lei 9394/96, deve priorizar:

a) ações integradas e complementares entre si que visem à permanência do aluno trabalhador na escola, articulando-se, preferencialmente, com a educação profissional

b) a transmissão dos conteúdos historicamente acumulados através de atividades que valorizem a memorização dos fatos referentes aos grandes acontecimentos da História do Brasil e do mundo

c) as características do aluno trabalhador, mas sem perder de vista que ele tem direito às mesmas informações que qualquer outro aluno. Sendo assim, o conteúdo ministrado não deve sofrer adequação

d) preferencialmente, a preparação dos jovens e adultos que não tiveram oportunidade de estudar na idade certa para a realização de exames supletivos, através dos quais eles poderão obter a certificação do Ensino Fundamental e Médio

34) De acordo com a Constituição, a obrigatoriedade da educação básica gratuita deve ser garantida pelo Estado das idades de:

a) seis aos quatorze anos b) sete aos quatorze anos c) seis aos dezessete anos d) quatro aos dezessete anos

35) A festa da cultura de uma escola teve como tema “A Formação do Povo Brasileiro”. Essa atividade permitiu aos alunos valorizarem a história e as culturas indígena e afro-brasileira, que, de acordo com a Resolução 07/2010 que fixa Diretrizes para o Ensino Fundamental de 9 anos, devem estar presentes em todo o currículo escolar e, em especial, nas disciplinas de História do Brasil, além de:

a) Literatura, Arte e Geografia b) Arte, Literatura e História da África c) Língua Portuguesa, Literatura e Ensino Religioso d) Língua Portuguesa, História da África e Geografia

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CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 36) Ao matricular crianças de quatro e seis anos na escola pública de acordo com a Lei 9394/96, é dever do Estado garantir:

a) ensino fundamental obrigatório e gratuito, e vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima a sua residência

b) atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas suplementares e oferta de ensino regular noturno

c) universalização do ensino médio gratuito e atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos

d) padrões mínimos de qualidade de ensino e oferta de educação regular para jovens e adultos 37) A professora da sala de recursos de uma escola atende ao que está previsto na legislação quando:

a) elabora o plano de atendimento educacional especializado e entrega ao orientador educacional, que define como os alunos serão atendidos

b) convoca uma reunião com os professores das turmas regulares, para falar a respeito do uso da informática com alunos surdos

c) adquire, com recursos próprios, jogos pedagógicos e livros paradidáticos, a serem utilizados nas atividades junto aos alunos

d) solicita à equipe pedagógica a elaboração do plano de atividades que será executado por ela na sala de recursos

38) Ao realizar intervenções na escrita de seus alunos, através de perguntas como: “quantas letras você acha que vai precisar para escrever cachorro?”, a professora exerce um papel fundamental no processo de aprendizagem deles. Com base na teoria de Vygotsky, essa afirmativa se justifica porque:

a) permite aos alunos percorrerem sozinhos o caminho para o pleno desenvolvimento b) constrói um ambiente estimulante para o aprendizado, sem interferir na relação sujeito/objeto de

conhecimento c) possibilita que os alunos tenham contato com o objeto de conhecimento, promovendo a

aprendizagem sozinhos d) atua intencionalmente na promoção do desenvolvimento do aluno, demonstrando, dando

assistência e fornecendo pistas

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39) Uma escola está elaborando a primeira parte da construção do projeto político pedagógico, através de um planejamento participativo. Para Gandin (2000), são necessários quatro passos básicos na construção desse planejamento, sendo o último a:

a) produção de uma proposta ideal de superação de problemas b) identificação de quais são os problemas existentes no contexto escolar c) avaliação da prática implementada, para a identificação de necessidades concretas d) elaboração de uma série de ações, comportamentos e rotinas a serem adotadas pelo grupo

40) Para os alunos representantes, convocados para participar de uma reunião para discutir o projeto político pedagógico, foram apresentados temas previamente definidos pela equipe pedagógica pelos docentes. Segundo Gandin (2000), esse nível de participação proporcionada aos alunos pode ser definido como paternalista, porque:

a) permite que uma parte do grupo opine sobre alguns pontos previamente definidos b) a maioria participa colaborando com o que foi definido por um pequeno grupo c) as regras e normas são elaboradas por uma minoria e a maioria só executa d) existe uma construção conjunta de contribuições e de tomada de decisões

41) Uma escola está elaborando o projeto político pedagógico. Na parte destinada às atribuições dos docentes, a fundamentação teórica está baseada na Lei 9394/96, a qual estabelece as seguintes funções:

a) zelar pela aprendizagem dos alunos e elaborar plano de atividades segundo sua visão particular de educação

b) administrar recursos financeiros e assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos

c) colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade, e ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos

d) cumprir plano de trabalho elaborado pela equipe pedagógica da escola e estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento

42) Uma professora levou vários jogos de tabuleiro (dama, xadrez, ludo) para trabalhar regras com seus alunos do 3°ano do ensino fundamental. Ao mesmo tem po que gostaram dos jogos e, aparentemente, entenderam as regras, na prática, elas não foram respeitadas, e ao longo da atividade, outras regras foram inventadas. Nos estudos sobre juízo moral desenvolvidos por Piaget, os alunos estão na fase da:

a) anomia b) autonomia c) moralidade d) heteronomia

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43) Os estudos de Wallon valorizam a dimensão afetiva enquanto componente fundamental na constituição do sujeito. Uma prática pedagógica que leva em conta o comportamento emocional:

a) encoraja a interação social entre os alunos e também com os adultos, utilizando a emoção para o entendimento de processos interpessoais

b) prioriza a retomada das manifestações emocionais mais ruidosas presentes, principalmente, no início da infância: choro, riso, bocejo

c) incentiva os alunos a deixar suas emoções à mostra, sem a preocupação de controlá-las mesmo em situações de conflito

d) permite que os alunos expressem sua emoção de forma anárquica, explosiva e imprevisível 44) O pensamento pedagógico brasileiro passou por diferentes fases, sendo influenciado por diferentes concepções de educação que coexistem no cenário pedagógico brasileiro até hoje. Gadotti (2002) apresenta o marco da autonomia desse pensamento, que foi o(a):

a) movimento de defesa da educação pública e o movimento por uma educação popular, sendo este último predominante na educação de jovens e adultos

b) pensamento de intelectuais progressistas, que trouxeram a questão do papel da educação na transformação da sociedade

c) pensamento iluminista trazido da Europa por intelectuais e estudantes de formação liberal, laica e positivista

d) educação jesuítica, que valorizava um ensino verbalista e retórico com base na memorização 45) Os componentes obrigatórios do Ensino Fundamental abrangem as seguintes áreas de conhecimento:

a) Língua Portuguesa, Arte, Matemática, Ciências da Natureza e Educação Física b) Língua Portuguesa, Matemática, Ciências da Natureza, História e Geografia c) Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Ensino Religioso d) Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas

46) Ao avaliar seus alunos, uma professora observou que algumas questões não foram entendidas por eles. Analisando uma situação semelhante, Luckesi (2006) sustenta a tese de que:

a) o professor bem intencionado pode adotar algumas práticas avaliativas enigmáticas, com o objetivo de estimular o raciocínio lógico dos alunos

b) uma resposta errada nem sempre significa que o aluno não aprendeu; ele talvez não tenha entendido da forma como a questão foi formulada

c) o conteúdo não foi assimilado pelos alunos porque, provavelmente, não foram suficientemente revisados pela professora

d) o enunciado foi formulado com um grau de complexidade maior para incentivar os alunos a estudarem mais

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47) Dentro de uma concepção de educação que considere interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, as propostas curriculares devem ser planejadas em torno de:

a) tema único definido pelos professores, considerando a diversidade sociocultural da comunidade escolar, as desigualdades de acesso ao consumo de bens culturais e a multiplicidade de interesses e necessidades dos alunos

b) temas propostos pela direção da escola com base nas dificuldades detectadas no cotidiano escolar e, a partir dos quais, os docentes elaboram seus planos de curso e de atividades

c) um único tema proposto pela equipe pedagógica, que deve ser relacionado com diferentes componentes curriculares e, posteriormente, apresentado à comunidade escolar

d) grandes eixos articuladores e temas geradores formulados a partir das necessidades do grupo e articulados aos componentes curriculares e às áreas de conhecimento

48) Ao abordar o tema “Perspectivas Atuais da Educação”, Gadotti (2000) apresenta uma tendência para o futuro denominada “educação ao longo da vida” que se apoia em quatro pilares: aprender a conhecer, a fazer, a viver juntos e a ser. Nessa perspectiva, aprender a ser caracteriza-se pelo(a):

a) competência pessoal, ter iniciativa, saber comunicar-se e resolver conflitos b) prazer de compreender, descobrir, construir e reconstruir conhecimento e curiosidade c) desenvolvimento integral da pessoa, pela inteligência, responsabilidade pessoal, imaginação e

criatividade d) compreensão do outro, pelo desenvolvimento da percepção e da interdependência e pela

administração de conflitos 49) A obrigatoriedade de estudos de recuperação, segundo a lei 9394/96, deve acontecer:

a) obrigatoriamente, paralelamente ao ano letivo b) preferencialmente, paralelamente ao período letivo c) ao final de cada etapa do ano letivo (semestral, bimestral, trimestral) d) ao final do ano letivo, para os alunos que não obtiverem nota ou conceito satisfatório

50) Uma escola recebeu uma aluna que estudava em período letivo semestral, vinda de outro estado, para ser matriculada no 4° ano do ensino fundamental. El a foi aprovada no meio do ano na sua antiga escola. Essa situação é possível, porque a educação básica pode organizar-se:

a) em ciclos de formação, tendo por critério exclusivamente a idade dos alunos b) preferencialmente, em séries anuais ou períodos semestrais com base na idade c) prioritariamente, em ciclos de formação que considerem o processo de aprendizagem dos alunos d) em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos e

grupos não seriados

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INSTRUÇÕES

Você recebeu o seguinte material:

- Uma PROVA OBJETIVA contendo 50 (cinquenta) questões¹, à cada qual correspondem 4 (quatro) alternativas: A, B, C e D; - Um CARTÃO RESPOSTA personalizado.

1) Após a ordem para o início da prova, confira o material recebido, verificando se a sequência da numeração das questões e a paginação estão corretas. Caso contenha alguma irregularidade, comunique a um dos fiscais.

2) Confira, no CARTÃO RESPOSTA, se seu nome e número de inscrição estão corretos.

3) O CADERNO DA PROVA OBJETIVA poderá ser utilizado para anotações, mas somente as respostas assinaladas no CARTÃO RESPOSTA serão objeto de correção.

4) Ao final do CADERNO DA PROVA OBJETIVA, está disponível o GABARITO RASCUNHO, que poderá ser levado pelo candidato após 1 (uma) hora do início da prova.

5) O CADERNO DA PROVA OBJETIVA só poderá ser levado pelo candidato faltando 1 (uma) hora para o seu encerramento.

6) Leia atentamente cada questão e assinale no CARTÃO RESPOSTA a alternativa que mais adequadamente responde a cada uma das questões.

7) Observe as seguintes recomendações relativas ao CARTÃO RESPOSTA:

- Não poderá ser dobrado, amassado, rasurado, manchado ou conter qualquer registro fora dos locais destinados às respostas. - A maneira correta de marcação das respostas no CARTÃO RESPOSTA é cobrir fortemente, com caneta esferográfica tinta azul ou preta, o espaço correspondente à letra a ser assinalada, conforme modelo abaixo:

NÃO SERÁ PERMITIDO O USO DE BORRACHA OU CORRETIVO DE QUALQUER ESPÉCIE NO CARTÃO RESPOSTA. Outra forma de marcação diferente da que foi determinada acima implicará em rejeição do CARTÃO RESPOSTA pela leitora ótica. A leitora ótica não registrará também questões em que houver:

- falta de nitidez na marcação; - mais de uma alternativa assinalada. 8) A prova terá duração de 04 (quatro) horas. Os 03 (três) últimos candidatos só poderão deixar o local de prova depois que o último entregar seu CARTÃO RESPOSTA.

Após o término da prova, entregue ao Fiscal:- O CARTÃO RESPOSTA, devidamente assinado. O candidato que não devolvê-lo será eliminado do concurso.

¹Todos os casos e nomes que, por ventura, tenham sido utilizados nessa prova são fictícios e qualquer semelhança com casos reais é mera coincidência.