Concurso_prova 2005 Trt

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Este arquivo faz referência à prova de Psicólogo Judiciário do órgão TJ/SP, aplicada por VUNESP no ano 2005 Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade com o MEIO AMBIENTE.

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Este arquivo faz referência à prova de Psicólogo Judiciário do

órgão TJ/SP, aplicada por VUNESP no ano 2005

Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade com o MEIO AMBIENTE.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

01. Psicólogo Judiciário

Língua Portuguesa e Conhecimentos

INSTRUÇÕES

! Você está recebendo uma Folha Definitiva de Respostas e este Caderno conten-do 60 questões.

! Preencha com seu nome e número de inscrição os espaços indicados na capadeste caderno.

! Leia cuidadosamente as questões e escolha a resposta que você considera correta.

! Anote na tira a alternativa que julgar certa e transcreva-a para a Folha Definiti-va de Respostas, com caneta de tinta azul ou preta.

! A duração da prova é de 4 horas.

! A saída do prédio será permitida após 1 hora do início da prova.

! Ao terminar a prova, você entregará ao fiscal a Folha Definitiva de Respostas.

! O candidato que terminar a prova após 2 horas do início da prova poderá levaro Caderno de Questões.

AGUARDE A ORDEM PARA ABRIR ESTE CADERNO DE QUESTÕES.

22.05.2005

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3 TJSP/Psicólogo Judiciário

LÍNGUA PORTUGUESA

Texto para as questões de números 01 a 09.

Por que a justiça é representada de olhos vendados, combalança e espada nas mãos?

A venda é um símbolo de imparcialidade: significa que elanão faz distinção entre aqueles que estão sendo julgados. A ba-lança indica equilíbrio e ponderação na hora de pesar, lado alado, os argumentos contra e a favor dos acusados. A espada éum sinal de força. �A arma implica que a Justiça não pede aosque estão brigando que aceitem sua decisão. Ela tem de serimposta, mesmo porque inevitavelmente descontentará um dosdois lados em conflito�, diz o advogado Carlos Ari Sundfeld,professor de Direito Público da Pontifícia Universidade Católicade São Paulo. A justiça é associada a figuras femininas desde aAntigüidade. A deusa egípcia Maat (cujo nome deu origem àpalavra �magistrado�) muitas vezes era retratada com uma es-pada na mão. Na Grécia, o papel cabia a Têmis, que já traziauma balança na mão direita. Em sua versão romana, batizadajustitia, a mesma deusa passa a trazer também a espada e a ven-da nos olhos. Para completar, a balança e a espada também sãoinstrumentos de São Miguel, o arcanjo justiceiro, que, apesarde já fazer parte da tradição judaica, passou a ser retratado assimnos primeiros séculos do cristianismo.

(Superinteressante, janeiro de 2005)

01. Em � Para completar, a balança e a espada também sãoinstrumentos de São Miguel, o arcanjo justiceiro, que, ape-sar de já fazer parte da tradição judaica... � as expressõesdestacadas, a balança e a espada � instrumentos � o ar-canjo justiceiro, classificam-se, correta e respectivamente,como

(A) sujeito � objeto direto � adjunto adnominal.

(B) predicado verbal � predicativo do objeto � aposto.

(C) sujeito � predicativo do sujeito � aposto.

(D) aposto � objeto indireto � complemento nominal.

(E) adjunto adnominal � predicativo do sujeito � vocativo.

02. Assinale a alternativa correta quanto à concordância ver-bal e nominal, de acordo com a norma culta.

(A) Mais de uma figura feminina é símbolo da Justiça.

(B) Cerca de 4 deusas é retratada com uma espada na mão.

(C) Prudência é necessária.

(D) Escolhe-se as deusas para representar a Justiça.

(E) Devemos ficar alertas para representar a imparcialida-de da Justiça.

03. Em � Para completar, a balança e a espada também sãoinstrumentos de São Miguel � os termos para � e � de � emdestaque, estabelecem, respectivamente, relação de(A) finalidade � adição � instrumento.(B) causa � adição � meio.(C) assunto � oposição � posse.(D) finalidade � adição � posse.(E) modo � oposição � lugar.

04. Em � A venda é um símbolo de imparcialidade: significaque ela não faz distinção entre aqueles que estão sendo jul-gados � os dois pontos são usados para indicar(A) citação.(B) enumeração.(C) esclarecimento.(D) diálogo.(E) dúvida.

05. Leia as frases.I. As vezes, a balança indica equilíbrio.

II. O advogado está disposto à explicar o significado dajustiça.

III. A espada e a balança devem ser explicadas uma a uma.IV. Eles não assistiram à explicação sobre a tradição judaica.

Estão corretas, quanto ao emprego ou não do acento indi-cativo da crase, apenas as frases contidas em(A) I e II.(B) I e IV.(C) II e III.(D) II e IV.(E) III e IV.

06. Assinale a alternativa que apresenta elipse.(A) A venda é um símbolo de imparcialidade.(B) ... mesmo porque inevitavelmente descontentará um

dos dois lados em conflito.(C) Na Grécia, o papel cabia a Têmis.(D) A balança indica equilíbrio e ponderação.(E) A justiça é associada a figuras femininas.

07. Assinale a alternativa em que a expressão destacada é cor-retamente substituída pela expressão entre parênteses.(A) A balança irá representar a Justiça. (representá-la)(B) Os instrumentos completam a tradição. (completam-a)(C) A balança indicou ponderação. (indicou-na)(D) O advogado põe a Justiça a serviço de todos. (põe-la)(E) O advogado apresentou ao réu o símbolo da Justiça.

(apresentou-o)

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4TJSP/Psicólogo Judiciário

08. Em � Ela tem de ser imposta... � a palavra Ela, em desta-que, refere-se ao termo(A) arma.(B) decisão.(C) Justiça.(D) espada.(E) força.

09. Unindo-se as frases: � A deusa Maat era egípcia. A deusaMaat era retratada com uma espada na mão. � com umpronome relativo, tem-se(A) A deusa Maat a cuja era egípcia, era retratada com

uma espada na mão.(B) A deusa Maat onde era egípcia, era retratada com uma

espada na mão.(C) A deusa Maat qual era egípcia era retratada com uma

espada na mão.(D) A deusa Maat, que era egípcia, era retratada com uma

espada na mão.(E) A deusa Maat quem era egípcia era retratada com uma

espada na mão.

Texto para as questões de números 10 a 13.

O conclave que escolherá o sucessor de João Paulo II, pre-visto para começar no próximo dia 18, é um processo eleitoralque remonta ao ano de 1059, quando o papa Nicolau II estabe-leceu que apenas os cardeais poderiam participar da votação. Aeleição, no entanto, só passou a ser secreta mais de 2 séculosdepois, por decisão de Gregório X- para evitar que pressõesexternas pudessem influenciar na escolha, como ocorreu em suaprópria eleição.

(Revista Veja,13.04.2005)

10. Em � ... quando o papa Nicolau II estabeleceu que apenasos cardeais poderiam participar da votação. � a oraçãodestacada classifica-se como(A) subordinada adjetiva restritiva.(B) coordenada sindética conclusiva.(C) subordinada substantiva subjetiva.(D) subordinada adverbial causal.(E) subordinada substantiva objetiva direta.

11. A eleição, no entanto, só passou a ser secreta... � a expres-são no entanto, destacada, pode ser substituída, sem altera-ção de sentido, por(A) enquanto.(B) embora.(C) todavia.(D) logo.(E) conquanto.

12. Em � ... como ocorreu em sua própria eleição � a expressãodestacada estabelece sentido de

(A) causa.

(B) comparação.

(C) conclusão.

(D) conformidade.

(E) concessão.

13. A expressão qualquer outra eleição tem como plural

(A) qualquer outras eleições.

(B) quaisquers outras eleições.

(C) qualquers outra eleiçãos.

(D) quaisquers outras eleiçãos.

(E) quaisquer outras eleições.

14. Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronomi-nal, de acordo com a norma culta.

(A) O processo da eleição me tem desagradado.

(B) Ninguém se lembrou de que o conclave estava previs-to para o dia 18.

(C) Os cardeais não deixaram-lhe opção de escolha.

(D) Em tratando-se de eleição, o voto deve ser secreto.

(E) Quem garante-me o sucesso da votação?

15. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-mente, as lacunas da frase.Mesmo que o grupo _____________, não conseguiríamosque os diretores _____________ os compromissos que_____________ sido propostos.

(A) interviesse � mantivessem � têm

(B) intervesse � mantessem � têm

(C) interviesse � mantinham � tem

(D) intervisse � mantivessem � têm

(E) intervinha � mantessem � tem

16. Em � O candidato, tendo recorrido à banca examinadora,não conseguiu a atribuição dos pontos que ___________.� a lacuna deve ser preenchida pela expressão

(A) lhes era devido

(B) lhes eram devidos

(C) lhe eram devidos

(D) lhe era devido

(E) lhe eram devido

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17. A alternativa em que as palavras acentuadas seguem a mes-ma regra da seqüência inquérito � saíram � decência é

(A) judaísmo � também � história.

(B) meritíssimo � ruína � intempérie.

(C) provável � herói � memória.

(D) longínquo � egoísta � mantêm.

(E) público � freqüência � impossível.

18. Assinale a alternativa em que as palavras completam, cor-reta e respectivamente, as lacunas das frases a seguir.

I. Os gritos chegaram até _____.II. Entre _____ e você há uma grande semelhança.

III. Entregou os documentos para _____ analisar.

(A) eu � mim � eu

(B) mim � eu � eu

(C) eu � eu � mim

(D) eu � mim � mim

(E) mim � mim � eu

19. Leia as frases.I. Este caso de homicídio é idêntico com o outro.

II. Prefiro este juiz àquele outro.III. O advogado chamou ao réu.IV. Assistimos ao julgamento com atenção.

Quanto à regência verbal e nominal, estão corretas apenasas frases contidas em

(A) I e II.

(B) I e III.

(C) II e III.

(D) II e IV.

(E) III e IV.

20. Assinale a alternativa que completa, correta e respectiva-mente, as lacunas da frase.

Pedira a ___________ dos advogados, pois queria estarbem ___________ na época do julgamento.

(A) intercessão � assessorado

(B) intercessão � acessorado

(C) intersecção � asseçorado

(D) interseção � assessorado

(E) interceção � aceçorado

CONHECIMENTOS

21. Uma das mais violentas ações contra comunidades caren-tes do Rio de Janeiro ocorreu na noite de 31 de março de2005, quando cerca de trinta pessoas foram assassinadas atiros em locais públicos. Entre os mortos, pelo menos seteeram menores de 18 anos e apenas dois tinham ficha crimi-nal. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estadodo Rio de Janeiro, a chacina foi uma provável retaliação depoliciais militares, intimidados por investigação de envol-vimento em crimes na Baixada Fluminense. Esse massacreocorreu nas cidades de

(A) Barra do Piraí e Areal.

(B) São Gonçalo e Nilópolis.

(C) Nova Iguaçu e Queimados.

(D) Belford Roxo e Miracema.

(E) Duque de Caxias e Sapucaia.

22. Libertada em março deste ano, após um mês de seqüestrono Iraque, Giuliana Sgrena, jornalista italiana, quando es-tava a caminho do aeroporto de Bagdá, de onde seguiriapara Roma, teve o carro que a transportava, juntamente comagentes da inteligência italiana, atacado a tiros, por solda-dos. Um dos agentes morreu e Giuliana foi ferida no om-bro, tendo que passar por cirurgia em Bagdá, para retiradados estilhaços. O incidente foi cometido por soldados

(A) libaneses.

(B) iraquianos.

(C) sírios.

(D) ingleses.

(E) americanos.

23. Em março de 2005, um dos marcos da redemocratizaçãodo Brasil completou 20 anos. O poder foi devolvido aoscivis e estes escolheram, por eleição indireta, um políticoda ala moderada do MDB, hoje PMDB, para presidente daRepública. Ele foi eleito por um colégio eleitoral, obtendo480 votos, contra 180 do candidato do regime, Paulo Ma-luf. Trata-se de

(A) Tancredo Neves.

(B) João Baptista Figueiredo.

(C) Fernando Henrique Cardoso.

(D) José Sarney.

(E) Ernesto Geisel.

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6TJSP/Psicólogo Judiciário

24. Um grupo de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e simpati-zantes marchou com bandeiras de arco-íris pela Câmarados Deputados, levando propostas para combater o crimede discriminação sexual, legalizar a união civil de homos-sexuais e permitir-lhes a adoção de crianças. Eles foramrecebidos pelo arqui-rival do movimento e atual Presidenteda Câmara

(A) Aldo Rebelo.

(B) Fernando Gabeira.

(C) Severino Cavalcanti.

(D) Arthur Virgílio.

(E) Renan Calheiros.

25. Assinale a alternativa correta.Centenas de autoridades do mundo todo estiveram presen-tes no Vaticano para prestar as últimas homenagens ao papaJoão Paulo 2.º. A China não enviou nenhum representante,alegando que o Vaticano

(A) não canonizou os santos indicados pelo governo chinês.

(B) tem relações diplomáticas com Taiwan e não com aChina.

(C) rejeitou a oferta do governo de sepultar o papa em ter-ritório chinês.

(D) não permitiu que os bispos chineses participassem doconclave.

(E) não deveria ter permitido que o papa se declarassecontra o aborto.

26. O Estatuto da Criança e do Adolescente determina que opátrio poder pode ser suspenso

(A) pelo Conselho Tutelar, se o genitor que representa ris-co para a integridade física da criança se recusar a re-ceber tratamento especializado.

(B) pelo Conselho Tutelar, em caso de extrema pobreza,que resulte em descumprimento dos deveres e obriga-ções para com a criança.

(C) por um juiz ou pelo Ministério Público, em casos es-pecíficos que não incluem a pobreza.

(D) pelo Conselho Tutelar, em casos de castigo imodera-do, abandono, prática de atos contrários à moral e aosbons costumes.

(E) por um juiz ou pelo Ministério Público, apenas em casode risco para a integridade física da criança.

27. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, aexecução direta das políticas e programas destinados àscrianças e aos adolescentes cabe

(A) aos municípios, em parceria com a sociedade civil, noConselho de Direitos.

(B) aos estados, através da Secretaria do Bem-Estar doMenor.

(C) à União, através do Ministério da Educação.

(D) às escolas, em parceria com organizações não gover-namentais.

(E) às igrejas, em parceria com a comunidade em que seinserem.

28. A privação de liberdade no caso de menores infratores, se-gundo o Estatuto da Criança e do Adolescente,

(A) deve ser aplicada somente no caso de adolescentes quecometem infrações graves, como medida de proteçãoà sociedade.

(B) embora prevista, é altamente desaconselhável, visto sero menor considerado pessoa em desenvolvimento e nãoum delinqüente.

(C) é justificável sempre que for condição sine qua nonpara garantir a aplicação de medidas socioeducativasa menores de todas as idades.

(D) fica a critério exclusivamente da autoridade judiciá-ria, pois o ECA concentra-se nos aspectos pedagógi-cos e preventivos, sem abordar os repressivos.

(E) não é suficientemente explicitada, uma vez que o con-ceito de ato infracional é concebido como uma vagacategoria sociológica.

29. O Estatuto da Criança e do Adolescente determina a res-ponsabilidade pela conduta anti-social a partir de

(A) 16 anos de idade, apenas em caso de infrações contrao patrimônio.

(B) 12 anos de idade, apenas em caso de infração contrapessoas.

(C) 12 anos de idade, seja qual for a natureza da infração.

(D) 18 anos de idade, seja qual for a natureza da infração.

(E) 16 anos de idade, seja qual for a natureza da infração.

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7 TJSP/Psicólogo Judiciário

30. Os Conselhos Tutelares

(A) não constituem uma imposição constitucional, sendosua criação uma prerrogativa das comunidades inte-ressadas.

(B) por não serem autônomos, estão sujeitos às diretrizesfederais para zelar pelo cumprimento dos direitos dacriança e do adolescente.

(C) constituem um instrumento de pressão e prevenção noque se refere à garantia dos direitos da criança e doadolescente.

(D) asseguram a garantia dos direitos de crianças e adoles-centes, fundamentalmente por serem instâncias de es-tabelecimento de sanções.

(E) devem ser compostos por profissionais qualificadospara identificar riscos potenciais às crianças e aos ado-lescentes da comunidade a que atendem.

31. Segundo E. M. Bonfim (1994), atualmente as atividadesdo psicólogo jurídico no Brasil

(A) têm-se voltado para uma prática profissional cada vezmais adaptada às demandas das instituições jurídicas.

(B) especificamente nas Varas de Família, têm-se caracte-rizado mais pela orientação dos casais em litígio antesdo processo de separação.

(C) têm contribuído significativamente para a modifica-ção da legislação vigente, principalmente a associadaà criança e ao adolescente.

(D) têm alcance limitado por não estarem submetidas anenhuma legislação específica para sua atuação.

(E) caracterizam-se predominantemente pela elaboração delaudos e perícias, atendendo às demandas institucionais.

32. Sidney Shine, em sua pesquisa sobre a atividade pericialno Brasil, conclui que

(A) a aplicação do modelo clínico às avaliações psicológi-cas periciais é a melhor opção para corresponder àsdemandas dos operadores do Direito ao perito.

(B) de modo geral, os psicólogos não têm clareza sobrecomo as questões psicológicas fazem a interface comas questões legais que devem ser apreciadas.

(C) o Código de Ética do Psicólogo e as resoluções e do-cumentos do Sistema de Conselhos de Psicologia de-finem com clareza o escopo e os limites da atuação dopsicólogo na área jurídica.

(D) é impossível identificar um modelo preferencial na ati-vidade pericial, de modo geral deixada a critério decada profissional.

(E) embora a demanda de laudos periciais seja crescente,as autoridades judiciárias tendem a considerar poucorelevantes as informações apresentadas nos laudos.

33. Com base em sua experiência como perita da Vara de Fa-mília, Lidia R. Folgueira de Castro ressalta que, nos casosde disputa de guarda, o laudo psicológico elaborado peloperito deve

(A) restringir-se a uma descrição dos dados coletados so-bre a dinâmica familiar e o funcionamento mental dospais e dos filhos envolvidos, a fim de não influenciar ojuiz.

(B) abordar explicitamente questões tais como quem devepermanecer com a guarda dos filhos, evidências deabuso, e outras, para que o juiz possa apreciar as con-seqüências psicológicas das várias medidas possíveis.

(C) apresentar todas as informações levantadas durante oprocesso de psicodiagnóstico dos pais e dos filhos, afim de dar ao juiz o máximo de subsídios para a toma-da da decisão.

(D) basear-se, principalmente, nos dados obtidos por meiode entrevistas com os pais e os filhos, pois as hipóte-ses levantadas a partir de técnicas projetivas não po-dem ser comprovadas a curto prazo.

(E) ater-se à comprovação de doença mental de um ou deambos os genitores, com base em critérios objetivoscomo categorias nosológicas e sintomas descritos noDSM-IV.

34. Durante o processo de perícia em uma ação de disputa deguarda, a mãe da criança relata ao psicólogo que suspeitade que seu marido tenha abusado sexualmente da filha. Elanão deseja que isso seja revelado, pois não quer que o ma-rido seja preso. Nessa situação, o psicólogo deve

(A) procurar convencer a mãe a revelar suas suspeitas aoadvogado, por não competir ao psicólogo decidir por ela.

(B) assegurar à mãe que manterá o sigilo se ela assim de-sejar, conforme previsto no Código de Ética dos Psi-cólogos.

(C) procurar compreender a informação no contexto dosistema familiar, pois não lhe cabe julgar a veracidadeda informação.

(D) optar por não comunicar o fato à autoridade judiciá-ria, se isso comprometer a confiança que a mãe neledeposita.

(E) informar à mãe que revelará o fato à autoridade judi-ciária, conforme determina o Estatuto da Criança edo Adolescente.

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35. Segundo Lidia R. Folgueira de Castro, a leitura dos autosdo processo pelo perito, antes do atendimento dos envolvi-dos em uma disputa de guarda, de modo geral, é considerada(A) contra-indicada, pois pode contaminar a percepção que

o perito tem dos envolvidos.(B) indiferente, pois apresenta dados pouco relevantes para

a natureza da investigação que se espera do perito.(C) obrigatória, pois direciona o perito a investigar aspec-

tos dúbios que o juiz deseja esclarecer.(D) recomendável, para se ter ciência das razões alegadas

para a disputa e para identificarem-se alguns aspectosda dinâmica familiar.

(E) desejável, pois ajuda o perito a coletar informaçõesque corroborem com a veracidade dos fatos que lhesão relatados.

36. Um juiz solicita a um psicólogo fazer a avaliação psicoló-gica de uma criança envolvida numa ação de disputa deguarda. Com base em sua experiência, o psicólogo decideaplicar o CAT-A (Children�s Apperception Test) de Bellake Bellak para investigar como o litígio está afetando a criança,as imagens materna e paterna e os recursos de que ela dispõepara lidar com a situação presente. Considerando que esse ins-trumento não se encontra na lista de testes aprovados peloConselho Federal de Psicologia, o psicólogo(A) poderá aplicar o teste se tiver um Título de Especialis-

ta reconhecido pelo Conselho Federal de Psicologia.(B) poderá aplicar o teste apenas se puder comprovar sua

experiência com esse instrumento, especificamente.(C) poderá aplicar o teste apenas se puder comprovar os

dados obtidos com informações de outros instrumentos.(D) deverá escolher outro instrumento, pois violará o Có-

digo de Ética se aplicar o CAT-A.(E) não deverá aplicar o teste, porque o CAT-A não é ade-

quado para investigar a problemática específica dessecaso.

37. Para Jean-Luc Viaux (in Gabel, Marceline, Crianças vítimasde abuso sexual), a revelação de um abuso sexual é ummomento de(A) ruptura, que deve ser compreendido no contexto da

história familiar e da história da criança.(B) solidariedade entre um adulto e uma criança, que deve

ser usado como referência da rede de apoio social dis-ponível para a criança.

(C) reparação, no qual a criança passa a ser ouvida comovítima e pode ser tratada de modo terapêutico.

(D) questionamento da solidariedade da criança com oadulto, que deve ser usado para a elaboração da culpapela criança.

(E) reorganização da estrutura familiar em direção a umaorganização mais saudável e integrada.

38. Para Jean Luc Viaux (in Gabel, Marceline, Crianças víti-mas de abuso sexual), no caso de abuso sexual de crianças,o perito deve considerar que seu trabalho é

(A) terapêutico e voltado para a criança.

(B) investigativo e voltado para o esclarecimento da ver-dade.

(C) técnico e voltado para os objetivos do processo judicial.

(D) de apoio e voltado para a reestruturação da família.

(E) promotor de mudanças e voltado para as questões so-ciais.

39. Há uma crescente preocupação com a violência domésticapraticada contra crianças. Para a prevenção, identificaçãoe comunicação de possíveis abusos, tem-se ressaltado aimportância estratégica e privilegiada

(A) das visitas domiciliares periódicas por agentes sociaisem áreas mais pobres e, portanto, de maior risco, paradetectar possíveis ocorrências de abuso.

(B) do maior investimento do governo federal em campa-nhas de esclarecimento sobre a relação entre violênciadoméstica e violência urbana.

(C) de grupos de apoio às mães, no sentido de encorajá-las a denunciar a ocorrência de violência contra meno-res no seio de suas famílias.

(D) do preparo de profissionais ligados à educação e àsinstituições de ensino, devido ao papel estratégico daescola em relação à família.

(E) das campanhas comunitárias desenvolvidas pelos mem-bros da comunidade, que têm maior conhecimento dascondições em que vivem as famílias de seu grupo.

40. De acordo com a abordagem sistêmica, a família de transa-ção incestuosa apresenta algumas características que lhesão próprias, entre as quais

(A) papéis e identidades rigidamente definidos no interiordo próprio sistema.

(B) uma fronteira organizacional muito pouco permeávelao exterior.

(C) um alto nível de exigência frente aos membros do gru-po familiar.

(D) mitos familiares pouco definidos entre as diferentesgerações.

(E) mães que deixam de cumprir seus papéis de provedorasdos filhos e de parceiras sexuais dos companheiros.

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9 TJSP/Psicólogo Judiciário

41. Na opinião de Françoise Dolto, nos casos de separação queenvolvem filhos com menos de 5 anos, é essencial

(A) a mudança de domicílio, a fim de marcar concretamenteo início de uma nova organização da família.

(B) uma alta freqüência das visitas do genitor descontí-nuo, para que a criança não tome conhecimento da si-tuação de separação.

(C) a alternância da estadia das crianças entre as casas dopai e da mãe, a fim de manter o contato com ambos osgenitores.

(D) manter na criança a esperança da presença do genitordescontínuo, por meio de visitas inesperadas que asurpreendam.

(E) a permanência da criança na mesma casa, pois o espaçodoméstico é sentido pela criança como um prolonga-mento do próprio corpo.

42. Para J. Bowlby, o medo da separação do objeto de apego,sentido pela criança,

(A) é uma resposta instintiva e adaptativa que deve serentendida sob a perspectiva da evolução da espéciehumana.

(B) instala-se no momento do parto, quando a criança éfisicamente separada da figura materna.

(C) desenvolve-se no bebê a partir da constatação da im-previsibilidade da presença da figura materna.

(D) é fundamental para a sobrevivência do bebê nos pri-meiros meses, mas pouco importante para o seu de-senvolvimento futuro.

(E) instala-se apenas em crianças que estabelecem com amãe uma relação segura e complementar.

43. Em caso de suspeita de comorbidade de depressão e alcoo-lismo,

(A) a investigação de possível transtorno depressivo sódeverá ser feita se os sintomas depressivos forem ob-servados durante o período de abstinência.

(B) a identificação de transtorno depressivo não será pos-sível após um longo período de abuso do álcool.

(C) é irrelevante identificar a existência de condição de-pressiva anterior ao alcoolismo, uma vez que o pró-prio alcoolismo produzirá um quadro depressivo.

(D) a identificação do transtorno depressivo deve ser in-dependente dos aspectos relacionados ao alcoolismo.

(E) a identificação e o tratamento do transtorno depressi-vo são essenciais para o êxito do tratamento do alcoo-lismo.

44. A terapia cognitivo-comportamental no tratamento do abu-so de substância visa, principalmente,

(A) à modelagem do comportamento do paciente de modoa evitar as situações de risco de recaída.

(B) à exposição do paciente às vantagens e desvantagensdo consumo de drogas identificadas pelo terapeuta.

(C) ao insight sobre os motivos do abuso de substância,favorecido pela postura acolhedora do terapeuta.

(D) à modificação dos pensamentos distorcidos do pacientee das crenças disfuncionais subjacentes.

(E) à modificação de hábitos adquiridos, por meio de umprograma de reforços e punições, adaptado a cada caso.

45. Segundo Contardo Calligaris, atualmente a adolescência éum período particularmente difícil porque

(A) a sociedade espera do adolescente mais do que seudesenvolvimento físico e psicológico permite.

(B) a sexualidade precoce dificulta a definição de parâme-tros claros que determinem o início da adolescência.

(C) há uma demanda paradoxal para o adolescente, quenão lhe oferece outra saída a não ser a transgressão.

(D) embora os critérios de passagem para a vida adultasejam claros, o mercado de trabalho não oferece ascondições necessárias para sua concretização.

(E) as novas formas de organização das famílias privamos adolescentes de modelos claros de identificação.

46. Para Contardo Calligaris, o principal perigo das drogas paraa sociedade é

(A) favorecer a criação de grupos de adolescentes que va-lorizam a marginalidade.

(B) romper o pacto fundamental da sociedade moderna,que é o da insatisfação do desejo.

(C) o alto custo social de programas de reabilitação quereforçam a infantilização do adolescente.

(D) alimentar os sentimentos depressivos do adolescente ealiená-lo de seu potencial transformador.

(E) seu poder de mobilizar no adolescente o desejo de serelacionar exclusivamente com outros drogaditos.

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10TJSP/Psicólogo Judiciário

47. Sob a perspectiva de Winnicott, a omissão básica dos cui-dados ao bebê durante o primeiro ano de vida predispõe

(A) à psicose, por causar uma falha estrutural do ego.

(B) ao retardo mental, pela falha da mãe em apresentar oambiente para a criança.

(C) à melancolia, pela consolidação de mecanismos de-pressivos.

(D) ao déficit de atenção, pela instabilidade dos processosmentais.

(E) à tendência anti-social, devido à impossibilidade deelaboração do conflito edípico.

48. Segundo Winnicott, o melhor momento para se tratar umjovem que apresenta tendência anti-social é quando

(A) o impulso anti-social encontra-se sob controle.

(B) o paciente começa a obter ganhos secundários da ati-vidade anti-social.

(C) o ambiente se mostra intolerante ao ato anti-social.

(D) a ocorrência do ato anti-social é recente.

(E) começam a ser expressos os sentimentos de culpa.

49. Um casal adota uma criança de 6 anos de idade. Emborainicialmente tudo corra bem, após alguns meses essa crian-ça passa a se mostrar agressiva e a atacar os pais adotivos.Quanto à saúde emocional da criança e à orientação a serdada aos pais, na concepção de Winnicott, é correto afir-mar que

(A) a agressividade expressa é um indício de que a criançaconfia no ambiente; os pais devem ser orientados areforçar essa confiança, enfatizando que agora ela moraem um novo lar, com pais que a amam de fato.

(B) a agressividade expressa indica problemas emocionaismais graves, pois a criança não reconhece o ambienteprovedor; os pais devem encaminhá-la para uma psico-terapia que a ajude a aceitar o amor dos pais adotivos.

(C) a agressividade expressa é um indício de contato comconteúdos ameaçadores deslocados do objeto que osoriginou; a criança deve ser encaminhada a uma psi-coterapia que a ajude a integrar os sentimentos hostisà consciência.

(D) a agressividade expressa indica um potencial de inte-gração do material inconsciente pelo ego; os pais devemser orientados a tolerar os sentimentos que começam aser sentidos pela criança.

(E) a agressividade expressa indica que a criança é inca-paz de se envolver e estabelecer vínculos positivos;aos pais caberá impor limites e suprir as necessidadesbásicas da criança visando à adaptação social.

50. Para René Spitz, nas 4 primeiras semanas de vida, a criança

(A) é incapaz de perceber qualquer tipo de estímulo, se-jam internos ou externos.

(B) percebe o ambiente externo de modo vago, como ocor-ria durante o período intra-uterino.

(C) tem a percepção de estímulos internos filtrada pelabarreira do estímulo.

(D) percebe apenas o seio materno, com o qual estabeleceuma relação pré-objetal.

(E) é capaz de um certo grau de recepção da estimulaçãoexterna apenas na cavidade oral.

51. Observando crianças portadoras de eczema infantil, RenéSpitz constatou que o eczema aparece na segunda metadedo primeiro ano de vida, localiza-se principalmente em umaárea de flexão e tende a desaparecer na segunda metade dosegundo ano. O autor observou, ainda, que a maioria des-sas crianças não apresenta a angústia do 8.º mês. Essas ob-servações permitem concluir que o eczema reflete

(A) uma inflexibilidade psíquica da criança, decorrente depadrões de comportamento rígidos da mãe, que tendea ser amenizada com o início da locomoção. Essa con-clusão é reforçada pela época em que o eczema tendea desaparecer, quando a criança começa a ter maiordomínio sobre as articulações do próprio corpo.

(B) dificuldades de identificação primária da criança coma mãe, decorrentes da recusa desta em satisfazer a libi-dinização excessiva da superfície da pele, própria des-sas crianças. Essa conclusão é reforçada pela ausênciada angústia do 8.o mês, que indica um retardo no de-senvolvimento afetivo.

(C) uma descarga das pulsões agressivas da criança, pormeio de ataques contra o próprio corpo, frente à mãemanifestamente hostil. Essa conclusão é reforçada pelaépoca em que o eczema tende a desaparecer, quandose inicia a aquisição da linguagem e a criança dispõede outros meios de descarga da agressividade.

(D) uma reação do corpo no sentido de delimitar a proprio-cepção das fronteiras do ego, num esforço de diferen-ciação de mães superprotetoras. Essa conclusão é re-forçada pela ausência da angústia do 8.o mês, queindica a pouca diferenciação entre a criança e o am-biente externo.

(E) a negligência materna nos cuidados básicos com acriança, o que predispõe à hipersensibilidade da crian-ça ao contato com o ambiente. Essa conclusão é refor-çada pela época do aparecimento do eczema, quandose espera que a criança demonstre um interesse maisativo pelo ambiente.

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11 TJSP/Psicólogo Judiciário

52. A partir da observação de crianças com depressão anaclíti-ca ou hospitalismo, René Spitz, em 1965, previu que a de-sintegração progressiva da autoridade patriarcal, como con-seqüência do Protestantismo, e a deterioração da relaçãomãe-filho, após a Revolução Industrial,

(A) provocariam um grande número de distúrbios causa-dos pela própria civilização, que só poderiam ser evi-tados por meio de uma psiquiatria preventiva.

(B) poderiam ser supridas por novas instituições, comocreches, clínicas de aconselhamento e outras, pois asociedade tem um impulso natural para a evolução.

(C) produziriam indivíduos com desenvolvimento intelec-tual e emocional limitados, o que colocaria em crise aprópria sustentabilidade econômica da civilização oci-dental.

(D) levariam a um comportamento promíscuo dos jovense, conseqüentemente, ao que denominou epidemia dedoenças sexualmente transmissíveis.

(E) aumentariam os abismos sociais, favorecendo a mar-ginalização e o menor número de oportunidades parafilhos de mães que são chefes de família.

Leia o caso a seguir para responder às questões de números53 e 54.

Uma instituição de confinamento de menores passa pelaseguinte situação: os agentes de segurança, para intimidar osinternos, lançam mão de procedimentos de agressão e tortura.Os menores, por sua vez, reagem com constantes rebeliões,queimando colchões e agredindo os agentes de segurança.

53. Segundo Paul Fustier (in Käes, R; A Instituição e as Insti-tuições), esse modo de funcionamento da instituição confi-gura uma situação de

(A) regressão da infra-estrutura da instituição aos níveisarcaicos da pré-civilização, nos quais impera a lei domais forte.

(B) reencenação das formas edípicas simbólicas, que re-presentam um esforço para resgatar a hierarquia per-dida.

(C) irrupção bordélica, na qual os elementos do quadro desimbolização edipiana são destruídos no real e deixamde ter sentido.

(D) reciclagem, caracterizada pela apropriação, por partedos internos, das pulsões hostis manifestadas pelosagentes de segurança.

(E) contêiner radioativo, com agentes de segurança e in-ternos interagindo em um espaço blindado, no qual aexpressão da agressividade gera uma tensão crescente.

54. Segundo Paul Fustier (in Käes, R; A Instituição e as Insti-tuições), essa situação poderá ser elaborada por meio de(A) medidas contensivas, que reinstaurem o primado da

lei e do patriarcado de modo efetivo no imaginário e,conseqüentemente, inibam a expressão de elementosbeta no real.

(B) desintoxicação dos elementos beta por um alvo de subs-tituição capaz de conter e metabolizar esses elementospor meio da função alfa.

(C) reorganização radical da instituição que estabeleça umaestrutura horizontal democrática, na qual todos pos-sam opinar e, assim, sublimar os elementos beta.

(D) substituição total do quadro de agentes de segurançapor outros cuja função alfa não tenha sido contamina-da pela intensidade dos elementos beta dos internos.

(E) adoção, sob orientação de um psiquista, de aparelha-gens institucionais de segundo grau que remetam à ela-boração da cena primária desorganizadora.

55. Em uma situação de entrevista psicológica, um psicólogopercebe que os prolongados períodos de silêncio do pacien-te começam a incomodá-lo. Nessas circunstâncias, segun-do Bleger, o psicólogo deve(A) dizer ao paciente que não poderá ajudá-lo se não pu-

der contar com a sua colaboração.(B) compartilhar seu desconforto com o paciente, esclare-

cendo que o silêncio é penoso para ambos e que juntospoderão superá-lo.

(C) procurar entender seu desconforto no contexto da en-trevista, da pessoa do entrevistado e de sua própriapessoa.

(D) encerrar a entrevista, respeitando a dificuldade do pacien-te em abordar áreas particularmente problemáticas.

(E) identificar o que sente como contratransferência e pro-curar isolar seu desconforto do que se passa na relaçãocom o entrevistado.

56. Bleger, ao comparar entrevista psicológica e anamnese,destaca que(A) ao contrário da anamnese, a entrevista psicológica ca-

rateriza-se pela ausência de variáveis fixas.(B) embora em diferentes graus, em ambas as técnicas o

campo de interação é estruturado principalmente peloentrevistado.

(C) se pode dizer que tanto na anamnese quanto na entre-vista tem-se um campo configurado.

(D) se pode confiar mais nos dados obtidos em uma anam-nese, por serem mais objetivos do que os obtidos emuma entrevista psicológica.

(E) ambas são situações de coleta de dados sobre o indiví-duo, que não permitem generalizações teóricas maisamplas.

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57. Segundo Ocampo, na realização de um estudo de caso es-pecífico, é recomendável que o psicólogo, após as entre-vistas iniciais, comece a investigação

(A) permitindo que o paciente se expresse em seu próprioritmo em várias sessões, nas quais interpreta os dadosà medida que surgem.

(B) aplicando técnicas gráficas que favorecem o rapport,envolvem atividades com as quais o indivíduo está fa-miliarizado e que oferecem uma visão geral dos as-pectos mais dissociados.

(C) aplicando uma técnica que aborde mais diretamente aqueixa, a fim de identificar se esta corresponde à quei-xa real e, a partir disso, escolher as demais técnicasque serão aplicadas.

(D) aplicando um teste de inteligência abrangente, como oWISC ou o WAIS, para confirmar ou eliminar a hipó-tese de déficit cognitivo.

(E) discutindo com o paciente adulto ou, no caso de crian-ças, com os pais, qual seria a melhor estratégia paraidentificar seus problemas.

58. No início da fase esquizo-paranóide, a principal finalidadeda identificação projetiva é

(A) incorporar um objeto externo, procurando, assim, re-cuperar a união com o objeto.

(B) conseguir uma empatia com o objeto, tentando, dessaforma, reparar o objeto.

(C) expulsar sentimentos de inveja contra o objeto, bus-cando aliviar a culpa pela destruição do objeto.

(D) identificar os objetos internos com um objeto externo, afim de reduzir a ambivalência frente ao objeto externo.

(E) estabelecer pontos de fixação aos quais a personalida-de poderá recorrer em caso de intensa hostilidade aoobjeto externo.

59. Numa relação maníaca de objeto, a tríade de sentimentosque tendem a negar os ganhos da posição depressiva são:

(A) desespero, raiva e indiferença.

(B) amor, raiva e inveja.

(C) ódio, culpa e reparação.

(D) desespero, reparação e triunfo.

(E) controle, triunfo e desprezo.

60. Num estudo recente de acompanhamento do desenvolvi-mento fetal por meio de imagens 3D, em tempo real, foisolicitado que um grupo de mães ouvisse uma determinadamúsica durante a gestação. Após o nascimento, foi consta-tado que essas crianças, quando agitadas, acalmavam-se aoouvir a mesma música. Nas crianças de um grupo controle,a música não tinha qualquer efeito. Esse experimento rati-fica a afirmação de

(A) Dolto, segundo a qual a criança é capaz de ouvir a vozdo pai e diferenciá-la da voz da mãe durante o períodode gestação.

(B) Bowlby, segundo a qual o feto desenvolve o compor-tamento de apego a determinados estímulos durante operíodo de gestação.

(C) Spitz, segundo a qual durante o período de gestação, aestimulação sensorial do feto cria uma memória cor-poral.

(D) Winnicott, segundo a qual a estimulação sensorial damãe e do feto contribui para a formação da identifica-ção primária.

(E) Hanah Segal, segundo a qual a estimulação sensorialdo feto contribui para a formação de um ego rudimentar.