CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

19
Enfermagem UFMT/HUJM ________________ _____ _____ANFOTERICINA B CONDUTAS DE ENFERMAGEM EM PEDIATRIA Karen Araújo de Souza Acadêmica de Enfermagem UFMT, bloco VIII. NOMES COMERCIAIS AMPHOCIL. FUNGIZON, TALSUTIN, TERCIN AT. DEFINIÇÃO Anfotericina B é um antibiótico antifúngico produzido por cultura de bactérias Streptomyces nodosus. Atua como fungistático (inibe o crescimento dos fungos) embora, em concentrações próximas aos limites superiores de tolerância possa ser fungicida (mata o fungo). É usado para tratar as micoses há 50 anos, sendo um dos fármacos mais prescritos. (FILIPPIN; SOUZA, 2006) MECANISMO DE AÇÃO Seu mecanismo de ação esta relacionado a alterações específicamente os esterois da membrana celular das células do fungo (ergosterol), que têm composição diferente do esterol das células humanas, que é o colesterol. Sua ação é através da adesão a membrana celular fungica, o que acarreta a alteração da permeabilidade e permite o estravazamento dos componentes intracelulares fungicas (FILIPPIN; SOUZA, 2006). INDICAÇÃO Infecções fungicas sistêmicas, histoplasmose, coccidioidomicose, blastomicose, criptomicose, moniliáse disseminada, aspergiliose, meningite (AME, 2005-2006). CONTRA-INDICAÇÃO

Transcript of CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Page 1: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

________________ _____ _____ANFOTERICINA B CONDUTAS DE ENFERMAGEM EM PEDIATRIA

Karen Araújo de SouzaAcadêmica de Enfermagem UFMT, bloco VIII.

NOMES COMERCIAIS

AMPHOCIL. FUNGIZON, TALSUTIN, TERCIN AT.

DEFINIÇÃO

Anfotericina B é um antibiótico antifúngico produzido por cultura de bactérias Streptomyces nodosus. Atua como fungistático (inibe o crescimento dos fungos) embora, em concentrações próximas aos limites superiores de tolerância possa ser fungicida (mata o fungo). É usado para tratar as micoses há 50 anos, sendo um dos fármacos mais prescritos. (FILIPPIN; SOUZA, 2006)

MECANISMO DE AÇÃO

Seu mecanismo de ação esta relacionado a alterações específicamente os esterois da membrana celular das células do fungo (ergosterol), que têm composição diferente do esterol das células humanas, que é o colesterol.

Sua ação é através da adesão a membrana celular fungica, o que acarreta a alteração da permeabilidade e permite o estravazamento dos componentes intracelulares fungicas (FILIPPIN; SOUZA, 2006).

INDICAÇÃO

Infecções fungicas sistêmicas, histoplasmose, coccidioidomicose, blastomicose, criptomicose, moniliáse disseminada, aspergiliose, meningite (AME, 2005-2006).

CONTRA-INDICAÇÃO

Contra-indicado para pacientes hipersensíveis à droga. Atentar para pacientes com disfunção renal devido à nefrotoxidade da droga (AME, 2005-2006).

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E EXCREÇÃO

Utilizar somente pela via intra-venosa, em caso de infecções sistêmicas, visto que a administração por via oral é mal absorvida. Somente é utilizada pó V.O. nas infecções fungicas do trato gastrointestinal. No caso de meningite, a administração é por via intratecal. Não atravessa a barreira hematoencefálica. Também pode ser administrada por via tópica (RANGE; DALE, 1993).

É excretada muito lentamente pelos rins, podendo ser encontrada na urina durante dois meses ou mais após a interrupção da administração (RANGE; DALE, 1993).

Page 2: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

REAÇÕES ADVERSAS

Segundo o Dicionário de Administração de Medicamentos na Enfermagem – AME (2007-2008) as reações adversas são: SISTEMA NERVOSO CENTRAL: Cefaléia, neuropatia periférica;

SISTEMA CARDIOVASCULAR: Arritmia, assistolia, hipertensão/hipotensão;

SISTEMA GASTROINTESTINAL: Anorexia, perda de peso, náuseas, vômito, dispepsia, diarréia, cólica epigástrica.

SISTEMA HEMATOLÓGICO: Anemia normocítica (doença crônica causada pela falha em produzir quantidade suficiente de células vermelhas);

SISTEMA GENITOURINÁRIO: Disfunção renal, azotemia (elevação dos níveis de uréia plasmática e creatinina), hipomagnesemia, acidose tubular renal, insuficiência renal aguda e crônica, anúria, oligúria.

OUTRAS REAÇÕES: Artralgia, queimação, pontada, irritação, edema, flebite, trombofleblite, mialgia, fraqueza muscular decorrente de baixa de potássio, febre, calafrio, dor no corpo.

ATENÇÃO

- As alterações de alta freqüência são: febre, calafrios, tremores, náusea, vômitos e dor de cabeça ocorrem principalmente devido a infusão rápida (Gerbaud et al., apud 2003).- As de média freqüência: Alterações cardiovasculares como hipotensão, hipertensão e arritmia cardíaca (Gerbaud et al., apud 2003).- As de baixa freqüência: Hipocalemia, hipernatremia, diurese aumentada, hipomagnesemia, disfunção renal e efeitos tóxicos sobre a medula óssea (anemia, leucopenia e trombocitopenia) estavam associados com administrações repetidas (Gerbaud et al., apud 2003)

TOXIDADE DA ANFOTERICINA B

NEFROTÓXIDADE é quase sempre presente em tratamentos com anfotericina B! Pode ocorrer apoptose (morte celular programada é um tipo de "auto-destruição celular") em células tubulares renais e em células intersticiais, bem como necrose, em taxa diretamente proporcional à concentração. (A concentração máxima utilizada é 5,0 mg/mL)

NEUROTOXIDADE é rara, mas pode ocorrer. Os sintomas são hipertermia, confusão mental, depressão, delírio, comportamento psicótico, convulsão, tremores, perda de audição, opacidade da visão.

CARDIOTOXIDADE pode ocorrer em menor freqüência que as outras toxidades. Deve-se principalmente arritmia ventricular, secundária a hipocalemia em pacientes com função renal diminuída, que são suscetíveis a essa alteração eletrolítica

Page 3: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

- Incompatibilidade:

Medicações Classificação Interação

* Sulfato de Amicacina Antibiótico

Sulfato de Amicacina é nefrotóxica, ototoxica, neurotóxica e bloqueadora muscular. O uso concomitante com Anfotericina B pode potencializar a toxidade dos efeitos adversos: disfunções renais e problemas a nível de SNC.

* Cloreto de Calciocomposto químico

formado por cálcio e cloro.

Pode potencializar os efeitos adversos gastrointestinais da Anfotericina B como: mal-funcionamento gastro-intestinal, vômito e dores abdominais.

* Gluconato de CalcioSoluções para correção

de distúrbios hidroeletrolíticos e

ácido-básicos

Pode provocar hipercalcemia que agudamente pode ser prejudicial ao miocárdio, posteriormente podendo originar a formação de cálculos renais.O cálcio intracelular desempenha um papel importante na morte celular o que aumenta a potencialidade Nefrotóxica.

* Cimetidina Anti-histamínico

A cimetida é um importante inibidor enzimático. Quando administrado simultaneamente acarreta lentificação da biotransformação dos medicamentos. A conseqüência desse atraso é um maior tempo de ação farmacológica do (s) agente(s), situação às vezes indesejada, especialmente em doentes com distúrbio hepático ou renal.

* Dopamina Estimulante do SNC Provoca aumento da contratilidade do miocárdio e do volume de ejeção, aumentando então o gasto cardíaco. A pressão arterial sistólica e a pressão do pulso podem aumentar. Concomitante, o uso com Anfotericina B pode causar arritmias cardíacas e Hipertensão. Além de agir potencializando os efeitos a nível de

Page 4: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

SNC.

* Maleato Inalapril Anti-hipertensivoPotencialidade de reações adversas.

* Filgastrina Antineurotropênico/Fator estimulante celular

Toxidade Hematológica

* Foscarnet sódio antiviral É altamente nefrotóxico, podendo em associação potencializar os efeitos adversos da Anfotericina B.

* Sulfato de Gentamicina

Antibiótico bactericida É Nefrotóxico e Neurotóxico, podendo em associação potencializar os efeitos adversos da Anfotericina B.

* Sulfato de Magnésio Anti-acido O sulfato de Magnésio altera o pH gástrico e podem aumentar ou diminuir a absorção da Anfotericina B.

* Penicilina G potássica

Antibiótico Não encontrada referencias a respeito.

* Ranitidina Anti-acido Altera o pH gástrico e podem aumentar ou diminuir a absorção da Anfotericina B.

* Verapamil Antiarritmicos Quando associadas freqüentemente resultam em precipitação ou turvaçãoda solução; mudança de coloração do medicamento ou inativação do princípio ativo.

ATENÇÃO

Corticósteroides: aumenta a perda de potássio; Digitálicos: aumenta o risco de intoxicação digitálica e baixa de potássio; Outras Drogas Nefrotóxicas: aumenta a possibilidade de IRA e IRC. Atenção para precipitação da ANFOTERICINA B quando colocada em solução

fisiológica. O uso concomitante de aminoglicosídeos e furosemida, vancomicina e anfotericina

B pode causar aumento do potencial para ototoxicidade,nefrotoxicidade e bloqueio neuromuscula.

Page 5: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

PLANO DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Diagnóstico de Enfermagem

Risco para lesão relacionado a efeitos adversos da Anfotericina B (neuropatia periférica) sobre a mobilidade e sensibilidade.

NANDA 2007-2008 (adaptado).Metas de Enfermagem Resultado esperado

Evitar lesões provocadas pela neuropatia periférica secundária a reações adversas de Anfotericina B.

O cliente identificará os fatores que aumentam o risco para lesão e saberá tomar medidas preventivas para evitá-la.

Intervenções e JustificativasINTERVENÇÕES JUSTIFICATIVAS

1. Investigar se o cliente com Diabetes Mellitus, Mal de Hansen, alcoolismo e/ou infecção por HIV

A neuropatia periférica é comum em diabéticos pelas alterações da elevação da glicose a nível de SNC. Se o cliente já é diabético e tem maior risco para desenvolver lesão é necessário registrar e comunicar para possível mudança na terapêutica médica.As outras patologias também interferem no SNC e é importante a anamnese direcionada para aumento da possibilidade de riscos de lesão (CALIRI; PIEPER;BENFATI , 2002).

2. Verificar sinais de neuropatia periférica através de exame físico e de queixas da criança, utilizando como apoio a família/acompanhante.

Os sinais e sintomas são:- dor- fraqueza- parestesia- atrofia- formigamento- edema- hiperemia disseminada

A neuropatia periférica (lesão de um nervo periférico) é uma disfunção dos nervos periféricos. A neuropatia periférica pode alterar a sensibilidade, a atividade muscular ou a função dos órgãos internos. Os sintomas podem ocorrer isoladamente ou em combinação. Por exemplo, os músculos inervados por um nervo lesado podem enfraquecer e atrofiar. Pode ocorrer dor, dormência, formigamento, edema e hiperemia (rubor) em várias partes do corpo. Os efeitos podem ocorrer após uma lesão de um único nervo (mononeuropatia), de dois ou mais nervos (mononeuropatia múltipla) ou de muitos nervos por todo o corpo simultaneamente (polineuropatia) (CALIRI; PIEPER;BENFATI , 2002).

3. Orientar a família sobre métodos de evitar lesões:

- Devem ser orientados para verificarem a presença de objetos estranhos antes de calçarem os sapatos. - Sapatos novos podem machucar os pés, causando bolhas e úlceras.

Uma boa educação em saúde pode prevenir lesões através da consciência do cliente a respeito dos cuidados necessários.

Page 6: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

- Evitar auto-remoção de cutículas e calos tanto com produtos químicos quanto mecânico. - Cuidado ao cortar as unhas.- Evitar a utilização de bolsas quentes para aquecer os pés; caminhar na areia ou cimento quentes com os pés descalços.- Cuidar com hidratantes se houver rachaduras, fissuras ou ressecamento na pele.- Secar os pés, entre os dedos, sempre depois do banho.

4. Caso a criança esteja acamada, aliviar pressão sobre os pés deste com coxins e movimentações para alívio de pressão.

A não identificação da necessidade de movimentar o pé para aliviar a pressão causara a possibilidade de lesões do tipo ulceras de pressão. As úlceras de pressão se desenvolvem nos calcanhares e podem levar à amputação do pé. Os pés devem ser mantidos em posição elevada com travesseiros a fim de evitar a pressão (CALIRI; PIEPER;BENFATI , 2002).

DOCUMENTAÇÃO/EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM

Anotação de Controle:

Sinais e sintomas de neuropatia periférica

Registrar se cliente com Diabetes Mellitus, Mal de Hansen, alcoolismo e/ou infecção

por HIV

Anotação de Evolução:

Registrar diariamente se paciente queixa e possui sinais sugestivos de neuropatia,

melhora ou piora destes.

Registrar educação em saúde realizada, se há compreensão e coopera com o

tratamento.

Critérios de Alta:

A família sabe e verbaliza os sinais e sintomas de neuropatia periférica

A família compreende e verbaliza métodos de evitar lesões.

A criança não possui sinais de neuropatia periférica ou apresenta melhora

significativa dos sinais.

A família sabe a referencia se precisar de atendimento se surgir sinais de neuropatia

periférica

Diagnóstico de Enfermagem

Page 7: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

Risco para desequilíbrio do volume de líquidos relacionado com reações adversas e toxidade renal da medicação.

NANDA 2007-2008 (adaptado).Metas de Enfermagem Resultado esperado

Evitar possíveis danos renais irreversíveis provocados pelo uso de Anfotericina B.

O cliente não apresenta danos renais secundários ao uso de Anfotericina B.

Intervenções e JustificativasINTERVENÇÕES JUSTIFICATIVAS

Page 8: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

1. Instituir Balanço HídricoÉ através do BH que pode se ter controle da ingesta e eliminação de líquidos, com intuito de verificar se o rim esta funcionado corretamente. Uma disfunção renal pode ser percebida claramente quando há oliguria ou anuria, o que significa que esta tendo uma retenção de liquidos (CARPENITO, 2002).

2. Relate alterações (aspecto/quantidade/ cheiro/coloração/densidade) da urina.

As alterações de urina podem ser achados clínicos que determinam a presença de possíveis patologias renais (CARPENITO, 2002)..

3. Registre queixas como dor miccional e dor lombar.

Alem de alterações da diurese, é importante dar enfoque as queixas da criança que indicam disfunções renais. A dor é um forte indicio disso (CARPENITO, 2002)..

4. Monitore o nível de creatinina sérica.

A Creatina é filtrada principalmente nos rins, embora uma pequena quantidade seja secretada ativamente. Existe uma reabsorção tubular da creatinina, mas ela é compensada pelo forte grau equivalente de secreção tubular. Se a filtração do rim está deficiente, os níveis sanguíneos de creatinina aumentam. Este efeito é usado como um indicador da função renal (GUYTON, 1988).

5. Atente para o surgimento de edema (localização/cacifo).

O edema é indicio de retenção de líquido, logo, pode ser a conseqüência de alguma disfunção renal (CARPENITO, 2002).

Observação: Distúrbios renais são reversíveis se a droga for suspensa nos primeiros sinais da disfunção. Comunique e registre sempre que houver alguma alteração!!!

DOCUMENTAÇÃO/EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM

Anotação de Controle:

Sinais e sintomas de disfunção renal

Anotação de Evolução:

Registrar diariamente se paciente queixa e possui sinais sugestivos de disfunção renal,

melhora ou piora destes.

Registrar educação em saúde realizada se há compreensão e coopera com o tratamento.

Critérios de Alta:

A família sabe e verbaliza os sinais e sintomas de disfunção renal;

A criança não possui sinais de disfunção renal ou apresenta melhora significativa dos

sinais.

Page 9: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

A família sabe a referencia se precisar de atendimento se surgir sinais de disfunção renal.

Diagnóstico de Enfermagem

Risco para nutrição alterada: menos do que as necessidade corporais, relacionado com à absorção inadequada como efeito colateral da medicação Anfotericina B.

NANDA 2007-2008 (adaptado).Metas de Enfermagem Resultado esperado

Controlar e minimizar as reações adversas gastrointestinais da Anfotericina B.

A criança não apresentará reações adversas gastrintestinais secundários ao tratamento com Anfotericina B.

Intervenções e JustificativasINTERVENÇÕES JUSTIFICATIVAS

1. Fazer relação peso/altura de acordo com o gráfico de crescimento e desenvolvimento do Ministério da Saúde.

A investigação da relação peso/altura diagnostica se a criança está entre os percentis nutricionais adequados.

2. Investigar com os pais, como era a ingesta da criança (antes da administração de Anfotericina B), rememoração da dieta de no mínimo 24h, analisar se a ingesta suficiente dos cinco grupos de alimentos básicos, como está a ingesta de líquido.

Essa anamnese dirigida aos hábitos alimentares ajuda a identificar se houve e quais foram as alterações gastrintestinais devido reações adversas da medicação.

3. Pesar em jejum sempre no mesmo horário, de preferência no inicio da manha, com bexiga vazia e sempre com mesma roupa.

O peso em jejum no mesmo horário com roupa leve e sempre a mesma, antes da alimentação, de bexiga e de intestinos livres proporcionará maior credibilidade ao valor mensurado diariamente. Os sintomas de reações adversas da medicação - anorexia, náuseas, vômito, dispepsia, diarréia, cólica epigástrica – vão interferir no peso da criança (CARPENITO, 2002).

4. Investigar características definidoras de deficiência nutricional:- aparência geral (massa muscular, distribuição de gordura)- Cabelo, pele e unhas- Edema- Intolerância a alimentação- Vômitos- Diarréia- Constipação

Sinais de deficiência nutricional devem ser registrados e comunicados. Esses dados podem ser indicativos de mudança ou alteração na terapia medicamentosa.

5. Orientar a mãe na alimentação da Alimentos leves, em substituição dos

Page 10: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

criança: reforçar com alimentos leves ricos em vegetais, fracionar as refeições em pequenas porções; evitar café, chá e alimentos gordurosos e condimentados; evitar frutas cítricas e água ao levantar-se; ingerir líquidos e sólidos separadamente; ingerir alimentos aquosos (melancia) na dificuldade de ingestão de líquidos; Não ingerir antipiréticos sem orientação médica;

gordurosos, reduzem o mal estar gástrico. O fracionamento é um bom aliado pois evita o abuso de alimentos em apenas uma refeição. Café, chá e alimentos gordurosos potencializam os efeitos nauseantes. A ingestão de liquidos e sólidos, separadamente, evitará o mal estar gástrico, fazendo com que a absorção seja mais rápida. A ingestão de alimentos aquosos quando há dificuldade em ingerir liquidos puros também evita a perda de peso repentina. É importante que a mãe não ofereça medicação antipirética a criança principalmente pelo risco de interação medicamentosa com Anfotericina B.

DOCUMENTAÇÃO/EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM

Anotação de Controle:

Sinais de nutrição alterada

Verificar curva de crescimento: peso/altura.

Fazer relação entre o peso antes da administração da medicação e depois do inicio da

terapia.

Anotação de Evolução:

Registrar diariamente se paciente queixa de desconforto ou tem alguma alteração gástrica,

a evolução diária de melhora ou piora destes.

Alimentação da criança;

Mensuração de peso

Registrar educação em saúde realizada se há compreensão e coopera com o tratamento.

Critérios de Alta:

A família sabe e verbaliza os sinais de alterações gastrintestinais;

A criança não possui sinais de desequilíbrio nutricional ou apresenta melhora significativa

dos sinais.

A família sabe a referencia se precisar de atendimento se surgir alterações gastrintestinais.

Diagnóstico de Enfermagem

Risco de função hepática prejudicada relacionada ao uso de medicamentos hepatotóxicos.NANDA 2007-2008

Metas de Enfermagem Resultado esperado

Controlar e minimizar as reações hepatotóxicas da Anfotericina B.

A criança não apresentará reações hepatotóxicas secundários ao tratamento com

Page 11: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

Anfotericina B.

Intervenções e JustificativasINTERVENÇÕES JUSTIFICATIVAS

1. Monitore a função hepática semanalmente:- anorexia, indigestão- Icterícia- Petéquias, equimoses- Fezes cor de argila

A disfunção hepática pode ser dagnosticada clinicamente através desses sinais e sintomas. No caso da anorexia ou indigestão ocorre devido a efeitos gastrintestinais resultantes de toxinas circulantes. Quanto a pele e esclerótica tornam-se amareladas resultantes da produção excessiva de bilirrubina. Modificações da pele com petéquias e equimoses refletem a síntese prejudicada de fator de coagulação. A fezes de coloração argilosa resultam de diminuição de bile nas fezes (CARPENITO, 2002).

2. Monitore hemograma, atentando e Comunicando se a fosfatase alcalina ou bilirrubina estiverem aumentadas.

Os valores elevados indicam dano extenso de fígado (CARPENITO, 2002).

3. Monitorize niveis de potássio, cálcio e magnésio

As perdas de potássio ocorrem através dos vômitos e da aspiração nasogastrica, do uso de diuréticos ou das perdas renais excessivas. A perda de íons de potássio causa a perda proporcional de íons de magnésio (CARPENITO, 2002).

4. Monitore hemorragias. O fígado tem uma participação central na hemostasia. O sangramento incomum indica a diminuição do tempo de protrombina e dos fatores coagulatórios. As mucosas são propensas à lesão devido à sua alta vascularização superficial (CARPENITO, 2002).

5. Instruir o cliente e a família a comunicar os sinais e sintomas de complicações, como:

- aumento da circunferência abdominal- Rapido ganha ou perda de peso- sangramento- termores- confusão

A cintura abdominal aumentada pode indicar o agravamento de hipertensão portal;A rápida perda de peso aponta o equilíbrio negativo do nitrogênio; o ganho de peso, para a retençã de liquidos. O sangramento indica problemas de coagulaçãoOs tremores podem resulta da neurotransmissão prejudicad devido ao fracasso do fígado em desintoxicar as enzimas que agem como neurotransmissores falsos (CARPENITO, 2002).

DOCUMENTAÇÃO/EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM

Anotação de Controle:

Sinais de disfunção hepática

Page 12: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

Anotação de Evolução:

Registrar diariamente se sugiram sinais ou sintomas de disfunção hepática, a evolução

diária de melhora ou piora destes;

Aparecimento de hemorragias;

Mensuração de peso e circunferência abdominal;

Registrar educação em saúde realizada se há compreensão e coopera com o tratamento.

Critérios de Alta:

A família sabe e verbaliza os sinais de alterações hepáticas;

A criança não possui sinais de disfunção hepática ou apresenta melhora significativa dos

sinais.

A família sabe a referencia se precisar de atendimento se surgir alterações hepáticas.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

Armazenamento

- Armazenar em geladeira a temperatuda de 2º C a 8ºC; proteja da luz, dilua em 10ml de água destilada. Para evitar precipitação não diluir em NACL 0,9% (AME, 2006-2007)Reações adversas - Para reduzir reações adversas graves, solicite a o medico a administração de antipirético, anti-histaminico, antiemetico, pequenas doses de corticosteróides, heparina em dias alternados. Se ocorrerem reações graves, suspenda a droga e comunique (AME, 2006-2007).Diluição- A solução diluída é estável por 1 semana em geladeira, 24h em temperatura ambiente; estável por 8h em local com luz.- IV: adicione 1mg em 50 ml a 250 ml de soro glicosado a 5% e infunda acima de 20 a 30 min; verificar SSVV durante a infusão.Obs.: Rapida infusão pode causar colapso cardiovascular e desconforto no local da infusãoSe a veia se tornar trombosada, alterar o local (AME, 2006-2007).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AME – Dicionário de Administração de Medicamentos na Enfermagem: 2007/2008. 5ed. Rio de Janeiro: EPUB, 2006.

CALIRI, M.H.L.; PIEPER, B.; BENFATI, F.B.S. Neuropatia periférica. Projetos on-line da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – EERP/USP. Acessado em 15 de novembro de 2007. Disponível em <http://www.eerp.usp.br/projetos/feridas/neurpe.htm>

CARPENITO, L.J. Diagnóstico de enfermagem: aplicação à prática clinica. Trad. Ana Thorell. 8ed. Porto Alegre: Artmed,2002.

Page 13: CONDUTA DE ENFERMAGEM COM ANFOTERICINA B.doc

Enfermagem UFMT/HUJM

FILIPPIN, Fabíola Branco; SOUZA, Liliete Canes. Therapeutic efficacy of amphotericin B lipid formulations. Eficiência terapêutica das formulações lipídicas de anfotericina B. Rev. Bras. Cienc. Farm. ,  São Paulo,  v. 42,  n. 2, 2006 .  Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S15163322006000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10 de novembro de 2007. doi: 10.1590/S1516-9332200600020000.

NANDA- North Amercian Diangosis Association – Diagnóstico de Enfermagem da NANDA: Definições e classificações 2007-2008. Trad. Regina Machado Garcez – Porto Alegre: Artmed, 2008.

RANG, H.P.; DALE, M.M. Farmacologia. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.