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1 Boletim 1029/2016 – Ano VIII – 26/07/2016 Confiança dos consumidores deve continuar negativa até o final do ano Especialistas acreditam que os brasileiros só voltarão a apresentar otimismo na economia a partir da melhora de indicadores de emprego, inflação e juros, que pode acontecer só em 2017 São Paulo – Até o final do ano a confiança do consumidor brasileiro deve permanecer negativa. Ontem, índices que medem o otimismo da população com a economia apontaram perspectivas distintas, deixando ainda mais nebulosa a previsão de retomada do comércio. Em julho, de acordo com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a confiança do consumidor marcou 68 pontos - dois pontos a menos que o registrado no mês anterior. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi maior: 15 pontos. O resultado vem na contramão do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV). Para a entidade, no sétimo mês do ano, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu cinco pontos, ante o registrado em junho. Com 76,7 pontos, o indicador da FGV está quase dez pontos acima do mensurado pela ACSP. Para alcançar patamares considerados positivos, no entanto, os índices de confiança do consumidor devem ultrapassar os 100 pontos. "A discrepância entre os indicadores podem ser por conta de efeitos sazonais, como uma data, por exemplo. Um dia de pesquisa pode fazer a diferença nos números. Mas, em ambas, a tendência é de que haja leve melhora da confiança do

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Boletim 1029/2016 – Ano VIII – 26/07/2016

Confiança dos consumidores deve continuar negativa até o final do ano Especialistas acreditam que os brasileiros só volta rão a apresentar otimismo na economia a partir da melhora de indicadores de emprego, inflação e juros , que pode acontecer só em 2017

São Paulo – Até o final do ano a confiança do consumidor brasileiro deve permanecer negativa. Ontem, índices que medem o otimismo da população com a economia apontaram perspectivas distintas, deixando ainda mais nebulosa a previsão de retomada do comércio. Em julho, de acordo com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a confiança do consumidor marcou 68 pontos - dois pontos a menos que o registrado no mês anterior. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi maior: 15 pontos. O resultado vem na contramão do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV). Para a entidade, no sétimo mês do ano, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu cinco pontos, ante o registrado em junho. Com 76,7 pontos, o indicador da FGV está quase dez pontos acima do mensurado pela ACSP. Para alcançar patamares considerados positivos, no entanto, os índices de confiança do consumidor devem ultrapassar os 100 pontos. "A discrepância entre os indicadores podem ser por conta de efeitos sazonais, como uma data, por exemplo. Um dia de pesquisa pode fazer a diferença nos números. Mas, em ambas, a tendência é de que haja leve melhora da confiança do

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consumidor neste segundo semestre", avalia o diretor do instituto de economia da ACSP, Marcel Solimeo. Menos otimista, o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), professor Cláudio Felisoni, se mostra mais conservador que Solimeo. "Não há uma única razão para que os índices de confiança passem a se tornar positivos ainda neste ano. São indicadores que dependem de fatores mais sensíveis ao consumidor, como inflação, taxa de juros e desemprego, que estão em patamares muito acima do desejado atualmente", diz. Com relação à perspectiva dos indicadores de comércio passarem dos 100 ponto este ano, ambos concordam. "Acho muito difícil o índice ultrapassar os 100 pontos neste ano, mas a tendência é de leve melhora, apesar da queda que registramos neste mês. Pode ser importante para que tenhamos um Natal melhor que o de 2015", argumentou Felisoni. Para ele, os consumidores só voltarão a demonstrar confiança quando indicadores de preços (inflação), taxas de juros (crédito) e desemprego voltarem a melhorar também. "Neste momento, não há indicativas de que isso pode acontecer, já que vai depender de reformas no ambiente legislativo e de como o cenário político vai se comportar nos próximos meses", analisa. Na visão da FGV, a alta da confiança registrada no seu indicador neste mês reflete, justamente, uma sinalização de estabilização em Brasília. "A rápida melhora das expectativas após a entrada do governo interino parece superar a velocidade de recuperação cíclica da economia no curto prazo, ainda mais considerando os riscos existentes no ambiente político, como a segunda fase do impeachment, as eleições e a votação das medidas de ajuste fiscal", indica a coordenadora da sondagem do consumidor da FGV, Viviane Bittencourt. São Paulo avança

Apesar da queda no âmbito nacional, a confiança dos consumidores paulistas aumentou no início deste mês, segundo o levantamento da ACSP. O índice voltado apenas ao Estado de São Paulo alcançou 69 pontos no período, contra 65 pontos no mês passado. Para a associação, a melhora regional deve ser atribuída a expectativas favoráveis em relação aos cenários político e econômico. A Região Sudeste, como um todo, se mostrou mais otimista, com aumento de dois pontos, para 71, ante 69 em junho deste ano. Futuro

Para o curto prazo, o consumidor brasileiro mostra cautela. De acordo com o estudo da ACSP, só 31% dos entrevistados acreditam que estarão em uma situação financeira melhor daqui a seis meses. Na pesquisa anterior, realizada em junho, 33% dos participantes acreditavam na melhora. No sentido contrário, 28% afirmaram estar em uma situação econômica pior que a atual. O número representa estabilidade frente a junho. Sammy Eduardo (FONTE: DCI dia 26/07/2016)

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(FONTE: Valor Econômico dia 26/07/2016)

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Petrobrás vai abrir PDV para reduzir quadro de pess oal de empresas à venda Plano de Demissão Voluntária já foi aprovado pela d ireção da estatal, mas ainda não há definição de meta de cortes ou custo da indenização Antonio Pita, O Estado de S.Paulo RIO - A Petrobrás planeja um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para a BR Distribuidora, que será estendido aos funcionários de todas as subsidiárias colocadas à venda. O plano já foi aprovado pela diretoria executiva, mas ainda depende de aval do conselho de administração. A medida reforça a estratégia da companhia de reduzir seu tamanho. Será o segundo PDV realizado pela petroleira só este ano. Com o primeiro, a companhia espera desligar até 12 mil funcionários e economizar R$ 33 bilhões em quatro anos. Desde dezembro de 2013, antes da Operação Lava Jato, a Petrobrás já cortou mais de 150 mil postos de trabalho, entre funcionários próprios, terceirizados e também empregados da construção civil em suas obras. Hoje, a companhia trabalha com 276 mil empregados, sendo apenas 78 mil próprios. Há três anos, o total chegava a 440 mil. A decisão de abrir um novo PDV para as empresas a serem vendidos foi informada pelo diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Celestino Ramos, em comunicado interno. De acordo com o documento, o programa “será automaticamente lançado em todos os ativos que venham a ser objetos de parceria ou desinvestimento”. Ao Estado, a Petrobrás confirmou decisão, mas indicou que ainda não há definição de metas, custos de indenização, critérios ou prazos. Na carta, o diretor Celestino disse não ter resposta para todas as dúvidas dos trabalhadores. “Não deixem que especulações ou suposições interfiram no nosso trabalho”, disse. Reação. O processo de venda de ativos, visto como fundamental para sanear as finanças da estatal, despertou fortes reações contrárias de trabalhadores e deixou o clima tenso. “Esse modelo se tornou uma panaceia ou tábua de salvação”, escreveu um funcionário na rede interna da empresa. Sindicatos já articulam uma greve no próximo mês contra o que consideram “entreguismo”. “Se depender do sindicato, vamos parar tudo. Já rechaçamos esse entreguismo na década de 90 e não vamos aceitar de novo”, disse Emanuel Cancella, diretor do Sindpetro-RJ. Segundo ele, o sindicato deve aderir ao movimento de petroleiros do Nordeste, que preparam paralisação de cinco dias, em agosto, contra a venda de campos maduros na região. Na carta, o diretor Celestino criticou a “visão equivocada” de que a venda da BR Distribuidora “equivale a uma privatização”. Segundo ele, a estatal será “sócio relevante” e a venda visa a gerar recursos para reduzir os “níveis muitos elevados e preocupantes” da dívida. “Para que não restem dúvidas: a Petrobrás continuará participando de forma relevante no mercado de distribuição de combustíveis”. Também o diretor financeiro, Ivan Monteiro, responsável pelo modelo de venda, escreveu aos trabalhadores. “Sei que esta decisão provoca apreensão”, diz trecho da carta, carregada de elogios aos resultados da “força de trabalho”. “Momentos de mudança no mercado demandam soluções novas”, completa.

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(FONTE: Estado de SP dia 26/07/2016)