Conflitos no Oriente Médio

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PRINCIPAIS GUERRAS REVOLUÇÃO IRANIANA (1979) REVOLUÇÃO DE CARÁTER FUNDAMENTALISTA RELIGIOSO ISLÂMICO QUE DERRUBOU UM ANTIGO ALIADO DOS EUA E LEVOU RELIGIOSOS XIITAS AO PODER. PROF. CADU A partir de 1977, o xá iraniano Mohamed Reza Pahlevi passou a sofrer uma forte crise interna em seu país, em função de uma série de reformas por ele implantadas e não aceitas pela maioria de muçulmanos xiitas. O xá baseou seu poder no petróleo e estimulou a entrada de empresas transnacionais no Irã, entendendo a adoção de hábitos ocidentais como “modernização”. Essa ocidentalização acelerada produziu uma forte resistência do clero iraniano. Os grupos de oposição se multiplicaram e as manifestações que começaram nas escolas secundárias em 1977 se generalizaram em 1978. Os distúrbios foram evidentes, culminando com a fuga do xá para o exterior em janeiro de 1979. Ainda no final de janeiro de 1979 retorna do exílio o líder religioso aiatolá Ruhollah Khomeini, que anuncia a criação da República Islâmica do Irã em 10 de fevereiro. O consumo de álcool foi proibido, as mulheres foram obrigadas a cobrir o rosto em público (xador), filmes ocidentais foram banidos. Esse retorno obrigatório à doutrina e aos costumes originais e a busca de uma maior fidelidade aos textos sagrados, com o apoio do Estado, ficaram conhecidos como fundamentalismo islâmico. O fundamentalismo islâmico fortaleceu-se no Irã e visava expandir-se para outros países do Oriente Médio. Essa intenção gerou reações tanto de alguns países da região quanto das superpotências. Por outro lado, encontrou acolhida nas forças políticas que se opunham a governos pró-ocidentais e queriam fundar Estados guiados pelas leis islâmicas, principalmente a partir da década de 1990.

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PRINCIPAIS GUERRAS

REVOLUÇÃO IRANIANA (1979)

REVOLUÇÃO DE CARÁTER FUNDAMENTALISTA RELIGIOSOISLÂMICO QUE DERRUBOU UM ANTIGO ALIADO DOS EUA ELEVOU RELIGIOSOS XIITAS AO PODER.

PROF. CADU

A partir de 1977, o xá iraniano Mohamed Reza Pahlevi passou a sofrer uma forte crise interna em seu país, em função de uma série de reformas por ele implantadas e não aceitas pela maioria de muçulmanos xiitas. O xá baseou seu poder no petróleo e estimulou a entrada de empresas transnacionais no Irã, entendendo a adoção de hábitos ocidentais como “modernização”. Essa ocidentalização acelerada produziu uma forte resistência do clero iraniano. Os grupos de oposição se multiplicaram e as manifestações que começaram nas escolas secundárias em 1977 se generalizaram em 1978. Os distúrbios foram evidentes, culminando com a fuga do xá para o exterior em janeiro de 1979. Ainda no final de janeiro de 1979 retorna do exílio o líder religioso aiatolá Ruhollah Khomeini, que anuncia a criação da República Islâmica do Irã em 10 de fevereiro. O consumo de álcool foi proibido, as mulheres foram obrigadas a cobrir o rosto em público (xador), filmes ocidentais foram banidos. Esse retorno obrigatório à doutrina e aos costumes originais e a busca de uma maior fidelidade aos textos sagrados, com o apoio do Estado, ficaram conhecidos como fundamentalismo islâmico. O fundamentalismo islâmico fortaleceu-se no Irã e visava expandir-se para outros países do Oriente Médio. Essa intenção gerou reações tanto de alguns países da região quanto das superpotências. Por outro lado, encontrou acolhida nas forças políticas que se opunham a governos pró-ocidentais e queriam fundar Estados guiados pelas leis islâmicas, principalmente a partir da década de 1990.

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GUERRA IRÃ x IRAQUE (1980-1988)

CONFLITO INICIADO PELO IRAQUE, E INCENTIVADO PELOSEUA COM O OBJETIVO DE DERRUBAR A DITADURA RELIGIOSADO IRÃ.

PROF. CADU

Em 22 de setembro de 1980, tem inicio o conflito entre o Iraque e o Irã, apresentando como causa imediata a partilha das águas do Estreito do Chatt-el-Arab. Outros motivos ainda podem ser lembrados, como o desejo do Iraque de recuperar terras perdidas para o Irã em 1975; a questão do separatismo curdo, que sempre foi um ponto de desacordo entre os dois países; a preocupação do governo de Bagdá com a evolução do Islamismo xiita em seu território, o ódio pessoal de Khomeini contra o Iraque, de onde foi expulso em seu exílio. Esse conflito, que até o final de 1985 não apresentava expectativa de término a curto prazo, apresentou desdobramentos paralelos, como a diminuição da produção de petróleo do Irã; a venda de peças de museus tradicionais do Irã para financiar o conflito; a possibilidade da venda de aviões Super-Standard e mísseis Exocet da França para Bagdá; as ameaças de fechamento do Estreito de Ormuz por parte do Irã, impedindo o comércio do petróleo de todo o Golfo Pérsico para o restante do mundo; o bombardeamento de refinarias, oleodutos, áreas de exploração e terminais petrolíferos, que provocaram grandes vazamentos de petróleo no Golfo, ameaçando a vida de outros países como o Kuwait e Catar; o bombardeamento de petroleiros de outras bandeiras em pleno Golfo Pérsico, que iam em busca do petróleo do Irã ou Iraque; e o aumento da frota norte-americana no Mar da Arábia, tentando evitar ataques a petroleiros e o fechamento do Estreito de Ormuz. O conflito Irã-Iraque termina em 1988.

1ª GUERRA DO AFEGANISTÃO (1979-1988)

CONFLITO INICIADO PELA URSS, QUE DESEJAVA APOIAR AFORMAÇÃO DE UM GOVERNO SOCIALISTA NO AFEGANISTÃO. OSEUA APOIARAM OS REBELDES (TALIBÃ) E OS SOVIÉTICOS FORAMDERROTADOS.

PROF. CADU

A população afegã, de maneira geral, é resistente aos invasores, sendo que gerrilhas atuam, há muito tempo no país, recebendo ajuda financeira externa. No período da Guerra Fria, os russos aspiraram dominar a região para controlar o acesso ao Golfo Pérsico. Do outro lado, os Estados Unidos buscavam controlar a expansão soviética, apoiando as ações das guerrilhas. Em 1978 um governo socialista apoiado pela URSS chegou ao poder. O governo instalado não foi capaz de conter as insurreições freqüentes, ocorrendo, então, a ajuda da URSS e depois dos americanos, sob o governo do presidente Ronald Reagan. Em 1988, após as transformações realizadas pelo líder soviético Mikhail Gorbatchev, os representantes da URSS, EUA, Afeganistão e Paquistão (que atuava junto aos americanos) reuniram-se em Genebra para a realização de um acordo sobre a questão afegã. Pelo tratado firmado, o Paquistão e o Afeganistão comprometeram-se a não interferir nos assuntos internos um do outro; a URSS retiraria suas forças militares da região e os governos, americanos e soviéticos, aceitariam as cláusulas do acordo. Apesar dos esforços, a guerra continuou entre governo e guerrilheiros. Estes, por sua vez, lutaram com obstinação superando os exércitos das potências estrangeiras. O prolongamento do conflito trouxe desgaste à população civil, vítima de violência progressiva.

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1ª GUERRA DO GOLFO (1991-1993)

PARA TENTAR SE RECUPERAR DA GUERRA CONTRA O IRÃ,SADDAM HUSSEIN INVADE O KWAIT. OS EUA SÃO CONTRA AINVASÃO E ATACAM O IRAQUE APOIADO PELA OTAN.

PROF. CADU

Tudo começou quando o presidente iraquiano Saddam Hussein acusou o Kuwait de praticar uma política de super-extração de petróleo causando uma queda nos preços e prejudicando a economia iraquiana. Saddam também ressuscitou problemas antigos e exigiu indenização. Como o Kuwait não aceitou foi invadido por tropas iraquianas. A atitude de Saddam mobilizou o mundo e diversas nações, lideradas pelos EUA, se uniram para tentar reverter esse quadro. Os americanos estavam desesperados, pois, com a guerra, o Golfo Pérsico foi fechado e eles perderam seus fornecedores de petróleo: Iraque e Kuwait. Em 28 de agosto, o Iraque faz do Kuwait sua 19ª província e isso aumentou as pressões americanas junto a ONU para que ela autorizasse o uso da força. Saddam Hussein tenta unir a nação árabe em prol da sua causa, mas a tentativa foi em vão. Em 29 de novembro, a ONU autorizou um ataque contra o Iraque e estabeleceu um prazo até 15/01/1991 para que o exército iraquiano se retirasse do Kuwait. Como todas as tentativas de paz fracassaram, no dia 17/01/91 um gigantesco ataque aéreo foi iniciado. Em pouco tempo, o Iraque estava destruído. No dia 28 de fevereiro, o presidente americano George Bush (pai) declarou cessar fogo mas o Iraque só o aceitou em abril. Centenas de pessoas morreram, dentre elas civis e militares, milhares de mísseis foram usados e o mundo presenciava, pela primeira vez, uma guerra com a cobertura total da mídia. A TV transmitia, às vezes , ao vivo, bombardeios, mortes e destruições. O Kuwait perdeu quase 10 bilhões de dólares com a queda da produção de petróleo, mas voltou a ser independente. O Iraque sofreu sanções econômicas e os EUA conseguiram despertar o ódio em mais gente. Não podemos esquecer do desastre ambiental que a guerra trouxe. Quando o Iraque se preparava para se retirar do Kuwait, incendiou poços de petróleo e o óleo derramado no Golfo Pérsico destruiu a vida de centenas de animais. Para os americanos, a guerra do golfo nunca terminou, pois o objetivo maior - prender Saddam Hussein - não foi realizado. Os EUA nunca aceitaram a petulância do ditador e estavam só a espera de uma nova chance para pegá-lo. O tempo passou e em 2003, 2 anos após os atentados terroristas ao World Trade Center e já no governo de George W. Bush (filho), o Iraque foi invadido pelo EUA. Desta vez, Saddam foi preso e enforcado em 31/12/2006.

2ª GUERRA DO AFEGANISTÃO (2001 - ? )

PARA TENTAR ENCONTRAR OS TERRORISTAS RESPONSÁVEIS PELO11/09, OS EUA INVADEM O PAÍS, DERRUBAM O GOVERNO DOTALIBÃ, MAS NÃO ENCONTRAM BIN LADEN. OBAMA PROMETEURETIRAR AS TROPAS DO PAÍS AINDA ESSE ANO.

PROF. CADU

A conhecida Guerra do Afeganistão do período contemporâneo da história começou no ano de 2001. Os EUA, a maior potência mundial bélica e econômica mais seus aliados (França, Reino Unido, Canadá e a contribuição da Aliança no Norte muçulmana) lutaram contra o regime talibã. Mesmo contra a posição das Nações Unidas, as invasões começaram em 7 de outubro e foram lideradas pelo governo norte-americano de George W. Bush. O motivo do ataque seria encontrar o terrorista Osama Bin Laden, apontado como líder do ataque terrorista sofrido pelos Estados Unidos em 11 de setembro do mesmo ano. Para invadir o Afeganistão, belicamente houve farto apoio terrestre da Aliança do Norte muçulmana (grupo anti-talibã) enquanto os EUA e OTAN operavam de forma aérea e logística. A Guerra do Afeganistão (II) foi muito questionada pela opinião pública mundial e norte-americana. Foram gastos pelos EUA cerca de 345 bilhões de dólares no conflito, e mais de mil e quinhentos militares americanos morreram em confronto, além de milhares de civis. Depois de 9 anos de guerra e ocupação do país, Osama Bin Laden ainda não tinha sido encontrado pelos Estados Unidos. A demora em encontrar o líder terrorista, os gastos e a real necessidade de encontrar Bin Laden foram questionados pela população americana: muito gasto e muita morte para procurar um líder terrorista. Os primeiros aliados a retirarem suas tropas do Afeganistão foram os Países Baixos, em 1 de

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agosto de 2010. O presidente do Afeganistão foi posto pelos EUA. O país sofre com falta de segurança e produção de drogas ilegais. Osama Bin Laden foi morto pelas tropas americanas em 1 de maio de 2011. A retirada total das tropas do Afeganistão deve acontecer até 2015.

2ª GUERRA DO GOLFO (2003-2011)

OS EUA ACUSAM O IRAQUE DE POSSUIR ARMAS DE DESTRUIÇÃOEM MASSA E ATACAM O PAÍS SEM PERMISSÃO DA ONU.PRENDEM E EXECUTAM SADDAM HUSSEIN, MAS DEIXAM O PAÍSMERGULHADO NUMA CRISE ÉTNICA E RELIGIOSA.

PROF. CADU

O início da segunda guerra que os EUA travam contra o Iraque, ocorreu no dia 20 de março de 2003. Os países muçulmanos na Ásia, como Indonésia, Malásia e Paquistão, qualificam os esforços dos EUA para depor Saddam Hussein de “guerra contra o Islã”. Os EUA foram à guerra com o apoio do Reino Unido, mas sem o endosso da ONU e sob protestos mundiais. O objetivo é depor Saddam, cujo regime foi poupado na 1ª Guerra do Golfo (1991) e instalar um novo governo no Iraque. Em 22 de março de 2003, a Turquia enviou tropas para o norte do Iraque, ingressando na região curda. O governo turco alegou que o objetivo é conter um fluxo de refugiados para seu território e prevenir o que chamou de “atividade terrorista” — a ação de rebeldes curdos. Na verdade, o país quer evitar que um levante dos curdos iraquianos leve à criação do Curdistão. A Turquia não permitiu que os EUA utilizassem o seu território como plataforma para a invasão do Iraque. O parlamento turco liberou o espaço aéreo do país para a passagem de aviões aliados rumo ao Iraque e, também, a passagem por seu território de suprimentos para soldados no Iraque. Nesta guerra condena-se a falta de respeito à Convenção de Genebra assinada em 1949. O documento regula o tratamento que deve ser dado aos “prisioneiros de guerra”. A Cruz Vermelha Internacional é a organização que verifica se as regras da convenção estão sendo cumpridas por países que prendem combatentes durante um conflito. O prisioneiro de guerra não é considerado um criminoso, mas um soldado inimigo capturado em combate.

A QUESTÃO DO POVO CURDO

PROF. CADU

O povo curdo é um grupo étnico que se julga nativo de uma região do Oriente Médio chamada de Curdistão, que abrange parte dos territórios do Irã, Iraque, Síria e Turquia. Esse grupo étnico é formado por aproximadamente 25 milhões de pessoas, possuem uma organização social alicerçada no sistema de clãs. O povo curdo aspira conquistar independência política e territorial do Irã, Iraque, Síria e Turquia. A luta pela autonomia desse povo vem sendo combatida de maneira violenta, especialmente pelo Iraque e Turquia. No Iraque, os curdos estão estabelecidos em uma região rica em petróleo, por isso, na década de 1980, o ditador Saddam Hussein usou armas químicas para matar 5.000 curdos. Em decorrência desse fato, o Iraque sofreu uma grande pressão internacional para instituir um projeto de autonomia parcial para os curdos, então foi criada uma zona de segurança localizada na região norte do país, onde se concentra grande parte dessa etnia. A luta desse povo parece estar longe de obter uma solução satisfatória, tendo em vista que nenhum país quer abrir mão de parte de seus respectivos territórios para ser repassada a essa nação que vive subordinada.

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