Congressos da CUT-SP

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Edição Especial CONGRESSOS DA CUT-SP EDIÇÃO 2012 28 ANOS DE ORGANIZAÇÃO, LUTAS E CONQUISTAS CUT/SP DESDE 1984

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Congressos da CUT-SP - 28 anos de organização, lutas e conquistas

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Edição Especial

CONGRESSOS DA

CUT-SP

EDIÇÃO 2012

28 ANOS DE ORGANIZAÇÃO, LU TA S E C O N Q U I S TA S

CUT/SP DESDE 1984

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Editorial

Linha do tempo

CUT Nacional - 1983

Organização Estadual – 1984

1º CECUT – 1985

2º CECUT - 1986

3º CECUT - 1987

4º CECUT - 1988

5º CECUT - 1989

6º CECUT - 1991

7º CECUT - 1994

8º CECUT - 1997

9º CECUT - 2000

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11º CECUT - 2006

12º CECUT - 2009

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Esta Revista dos Congressos da CUT/SP que você tem em mãos é uma primeira iniciativa de recontar a trajetória da Central no Estado de São Paulo desde sua origem, nos tu-multuados anos 1980. Ainda sob a ditadura militar, o Brasil vivia o sobressalto das grandes greves e manifestações pela democracia. Aquele vento novo, alegre e solidário que varria o território brasileiro pode ser mais uma vez respirado nestas páginas que, embora ainda apresentem lacunas a serem elu-cidadas em estudos futuros, permitem um recorte da história de nosso País nos últimos trinta anos.

Nesta edição estão as principais resoluções dos 12 Congres-sos Estaduais da CUT/SP. Elas revelam quais foram as prin-cipais bandeiras de luta de cada período e, consequentemente, mostram como a história recente do Brasil se confunde com a trajetória de luta da CUT. Identifica-se, assim, a diver-sidade de temas que foram sendo incorporados às pautas, além das mudanças ocorridas tanto no movimento sindical como no mundo do trabalho. Ao mesmo tempo, conferimos a necessidade de avançar nas pautas que fazem parte da luta da Central desde a fundação, mas que pouco ou nada avançaram, tal como a luta por uma nova estrutura sindical com liberdade e autonomia.

O leitor encontrará ainda resumos de documentos e atas dos 12 Congressos, com a repro-dução das diretorias originais de cada período. A ideia de focar nos Congressos da CUT/SP surgiu a partir do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Cedoc (Centro de Documenta-ção e Memória Sindical da CUT/SP), que foi estruturado em 2011 e, a partir de então, pas-sou a organizar os documentos e materiais. Muitos aspectos da história da CUT/SP não fo-ram aprofundados em função do material disponível, mas já existe a disposição de ampliar essa pesquisa com a coleta de documentos e depoimentos com pessoas que ajudaram na construção da Central. Por isso, todo e qualquer material que possa ser disponibilizado para doação será de grande importância.

Afinal, compreender a trajetória percorrida até chegar às lutas de hoje é, sobretudo, re-construir a memória. O exercício de reconstituir o passado, de voltar às origens, é também uma forma de nos orientar para a construção do futuro. Entender como a nossa história foi constituída é um exercício fundamental à militância, além de desmistificar a ideia - muito presente - de que as coisas são imutáveis. O processo histórico, porém, nos mostra que não há determinismo. O que faz a História é a ação humana, que se tece no dia a dia de cada cidadão. Vamos resgatar nossa história para que seja eternizada em nossas memórias e co-rações e, mais que isso, ilumine com seus erros e acertos o caminhar das gerações futuras.

Adi do Santos LimaPresidente da CUT/SP

Editorial

Foto: Dino Santos

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tempo

1984 1985 1987 19891986 1988 1990/1991

Nasce a Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP). O Brasil clama por Diretas Já! (eleições diretas para presidente da República).

Termina oficialmente o regime militar instaurado com o golpe de 1964. O País vive recessão, com alto índice de desemprego e dívida externa.

Com os trabalhos da Constituinte (para elaboração da nova Carta brasileira), os direitos humanos entram em pauta. Greve geral em agosto.

Eleição de Fernando Collor de Mello. Greve geral em 14 e 15 de março.

O governo José Sarney (ele assume após a morte de Tancredo Neves, que havia sido eleito indiretamente, via Colégio Eleitoral) inaugura a Nova República e cria o Plano Cruzado. Greve geral em 12 de dezembro.

Promulgada a nova Constituição.

Anos marcados por denúncias de corrupção no governo. Impeachment de Collor. O 6º CECUT (1991) aprova novo formato de paralisação - a “greve nacional de categorias em luta”. Mas uma nova greve geral seria convocada em 1996.

l i n h a d o

Foto: Arquivo Metalúrgicos ABC

Arquivo CPDoc Jornal do Brasil

Foto: Arquivo Metalúrgicos ABC

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1993/1994 1998/1999 20061997 2003 2009

Eleição de Fernando Henrique Cardoso e criação do Plano Real.

Brasil termina a década atrelado ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Lula é reeleito. O Brasil já não tem mais dívidas com o FMI.

FHC intensifica as privatizações. Há manifestações, greves, protestos e repressão.

O metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, liderança dos trabalhadores, toma posse na presidência da República. Há crescimento do emprego e aquecimento da economia. Novas demandas passam a fazer parte das reivindicações dos trabalhadores.

Os brasileiros elegem sua primeira presidenta, Dilma Roussef.

Foto: Arquivo Fundação Perseu Abramo

Foto: Agência Brasil

Foto: Roberto Stuckert FilhoPR

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A Central Única dos Trabalhadores nasce e com ela a necessidade de estruturação nas regiões e estados

A ideia de se criar uma central de trabalhadores combati-va já havia sido colocada em prática em agosto de 1983, quando mais de cinco mil trabalhadores oriundos de todas as regiões do Brasil e das mais diversas categorias fundaram a Central Única dos Trabalhadores, a CUT. Ela nasceu durante o 1º Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat) realizado no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo (SP), e tinha entre seus princípios a “construção de uma sociedade livre e trabalhadora” e do “poder da classe trabalhadora pela base” (veja os princípios de fundação da CUT na página 9).

Eram tempos difíceis aqueles, com a ditadura militar agoni-zante, mas presente, e uma dura repressão aos movimen-tos organizados. Os trabalhadores, porém, já vinham dan-do mostras de sua organização e fortalecimento desde a histórica greve da Scania (em maio de 1978), seguida por centenas de outras das mais diferentes categorias. Uma vez criada, era preciso organizar a nova central, coordenar a aplicação de seus princípios, estar presente nos estados brasileiros. Num país como o Brasil, a CUT precisava “ter perna” para ouvir e amplificar a voz dos trabalhadores e tra-balhadoras nos mais remotos pontos.

É assim que, menos de um ano depois da fundação da CUT, nasce a Central Única dos Trabalhadores de São Paulo, a CUT/SP, durante congresso realizado no Sindicato dos Quí-micos de SP. Os congressos, por sinal, vão marcar o rumo e atuação da central estadual, como se poderá conferir nas páginas desta edição.

Uma nova central e a organização da luta dos trabalhadores no País

CUT Nacional - 1983

Foto: Arquivo SMABC

Foto: Arquivo Arquivo Cedoc CUT

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Carta de Princípios

CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORESCARTA DE PRINCÍPIOS (PRIMEIRO ESBOÇO)

*Reproduzimos aqui a íntegra da Carta de Princípios, de 1982, com a grafia exatamente igual à carta original.

PRINCÍPIO Nº 1 – CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE LIVRE E IGUALITÁRIAA CUT têm como meta fundamental contribuir para a transformação da sociedade pela raiz: pôr fim a exploração – em todos os níveis, pôr fim as formas de dominação. No sentido positivo, construir uma sociedade livre, da classe trabalhadora, e implantar a igualdade na produção e no consumo de bens.

PRINCÍPIO Nº 2 – CONSTRUIR O PODER DA CLASSE TRABALHADORA PELA BASEA CUT têm como meta contribuir para a construção do poder da classe trabalhadora da cidade e do campo. Esta construção do poder operário e camponês deve passar pela construção de formas organizativas que garantam o controle das decisões nas mãos dos trabalhadores. A criação, ampliação e consolida-ção de formas organizativas de base nos locais de produção constituem a garantia na construção do poder da classe trabalhadora.

PRINCÍPIO Nº 3 – A UNIDADE DE CLASSEA história já nos mostrou o suficiente que explorador e explorado, que operário e patrão, que fazendeiro e camponês não se misturam. A CUT terá como linha divisória esta situação histórica de divisão das classes sociais. Buscará a unidade de classe dentro da classe trabalhadora. Sua meta é unir a classe, é torná-la cada vez mais solidária e cada vez mais contrária à classe dos patrões. Sua tarefa é de deixar cada vez mais clarosas distâncias que separam as classes e a criação de formas solidárias que desenvolvam a unidade de classe dos trabalhadores do campo e da cidade. Qualquer tentativa de cooperação estratégica de classes deve ser repudiada. Qualquer tentativa de aliança tática de classes deve ser mantida à distância e passar pelo crivo amplo dos trabalhadores. A CUT tem como tarefa avançar na unidade da classe trabalhadora e não na cooperação entre classes sociais.

PRINCÍPIO Nº 4 – UNIDADE IDEOLÓGICA DE CLASSEA CUT tem que batalhar para construir uma verdadeira unidade ideológica de classe. Isto quer dizer: por um lado, desencadear uma verdadeira batalha contra a ideologia dominante dos patrões, do governo e dos seus instrumentos de criação da ideologia que nos massacra; por outro lado, desenvolver e construir uma verdadeira ideologia, uma forma de pensar de nossa classe, uma forma de interpretar os fatos, a história do ponto de vista dos trabalhadores, uma forma de manifestação e expressão de nossa classe. Esta unidade ideológica de classe significa jamais aceitar a ideologia que a classe patronal nos impõe. Esta unidade ideológica poderá ter formas diferenciadas de se manifestar dentro da classe. Contudo, essas formas diferenciadas nunca poderão compactuar com as formas ideológicas dos que nos exploram e nem utilizar, dentro de nossa classe, os métodos que a classe dominante utiliza. Em suma, o pluralismo ideológico somente será aceito dentro dos interesses de classe dos trabalhadores. É melhor pecar pelo lado da classe trabalhadora do pecar junto com os patrões, que nos exploram e nos dominam ideológicamente.

PRINCÍPIO Nº 5 – UNIDADE DE AÇÃOUm plano de ação unitário será o eixo da CUT. O princípio da unidade de ação se desenvolve em duas linhas: por um lado, em cima de um plano de lutas comum levado a nível nacional; por outro lado, em cima de formas de luta, que, pela experiência da classe trabalhadora, tem garantido conquistas e vitórias mais duradouras. A greve tem se mostrado e é uma arma de ação. O que precisamos é avançar nas formas táticas de fazer a greve tanto a nível local, geral e nacional. Além disso, novas formas de luta devemos criar tanto para a cidade como para o campo. Na cidade, a greve como arma principal. No campo, a ocupação da terra e a resistência coletiva. São as duas formas de luta que se mostraram mais eficazes.

PRINCÍPIO Nº 6 – INDEPENDÊNCIA DA CLASSE TRABALHADORAA CUT terá como tarefa garantir a independência da classe trabalhadora com relação aos patrões, ao governo e aos patrões políticos. Esta independência significa não estar subordinado às orientações deste tripé. Esta independência deve ser preservada tanto a nível nacional como a nível internacional.

PRINCÍPIO Nº 7 – SOLIDARIEDADE INTERNACIONALA CUT manterá relações com outros organismos intersindicais internacionais mantendo sua independência e defendendo os princípios desta carta. Será solidária a todos os movimentos da classe trabalhadora que caminharem na perspectiva de uma sociedade justa e igualitária.

PRINCÍPIO Nº 8 – UNIDADE COM OS MOVIMENTOS POPULARES A CUT estará sempre unida aos movimentos populares da cidade e do campo em suas lutas. Esta unidade se dará a partir e em cima das lutas dos bairros, favelas, em suas formas mais variadas: habitação, saúde, educação, transportes, etc. A unidade de produção e o local de moradia são dois espaços onde a classe trabalhadora sofre a exploração e a violência, mesmo que manifestadas de formas diferentes. As formas de unificação dessas lutas e as formas de solidariedade devem ser buscadas tanto dentro do processo dessas lutas como através dos organismos que geralmente caminham a frente dessas lutas.

PRINCÍPIO Nº 9 – A REPRESENTATIVIDADE DOS DIVERSOS SETORESOperários da indústria, serviços, boias-frias, posseiros, pequenos proprietários, trabalhadores do setor médio devem estar representados na CUT, resguarda-dos o seu peso no conjunto produtivo, a sua capacidade de luta demonstrada e sua importância estratégica.

PRINCÍPIO Nº 10 – A CONSTRUÇÃO DA DEMOCRACIAA CUT tem a tarefa histórica de contribuir para a construção da democracia. O combate a falsa democracia, o exercício interno da democracia e a criação de formas cada vêz mais democrática de exercer o poder é o árduo trabalho da CUT. Comprometer toda a classe trabalhadora em construir a democracia é a grande contribuição da CUT.

SBC, 14 de julho de 1982

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Congresso de fundação foi realizado no Sindicato dos Químicos de SP; País vivia a efervescência do movimento pelas Diretas Já!

A Central Única do Estado de São Paulo, CUT/SP, foi fundada em 29 de abril de 1984, num congresso realizado nos dias 27, 28 e 29 daquele mês, no Sindicato dos Químicos de São Paulo, na Rua Tamandaré. O encontro contou com a partici-pação de 691 delegados/as de 60 entidades, democratica-mente eleitos na base, representando mais de 2 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Durante os três dias, os parti-cipantes discutiram a situação política do País e as formas de implantação da CUT em todas as regiões do Estado.

Estiveram presentes as seguintes entidades: Comissão de Justiça e Paz, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), União Nacional dos Estudantes (UNE), Departamento Intersindical de Estatísti-ca e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ordem dos Advogados (OAB), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Uruguai (CNT) e o Partido dos Trabalhadores (PT), entre outros.

O Congresso aprovou a greve geral como forma de pressão da classe trabalhadora para exigir o atendimento das suas reivindicações históricas, incluídas no bojo da campanha Di-retas Já! Com 2 abstenções e nenhum voto contrário, o Ceclat aprovou a fundação da CUT São Paulo e elegeu sua primeira direção, composta por 26 companheiros efetivos, sendo 11 na Executiva. A CUT Estadual São Paulo ficou funcionando provisoriamente na rua Ouvidor Peleja, 242, Santa Cruz (tam-bém funcionou no ABC; veja depoimento à pg. 18).

Como tarefa para a construção da CUT no Estado foi apro-vado um calendário de congressos regionais nas seguintes datas e regiões: Vale do Paraíba: 2 e 3 de junho; Grande São Paulo: 2 e 3 de junho (menos ABC); Baixada Santista:

A vez da CUT São PauloOrganização estadual – 1984

16 e 17 de junho; Interior: segunda quinzena de junho.

Para preparar e convocar os congressos regio-nais foram formados as seguintes comissões provisórias: Vale do Paraíba: Metalúrgicos: José Luz Gonçalves, José Benedito Oliveira e Edmir de Paula; Petroleiros: Valter Torres; Servidores Públicos: Aparecida Santa Borges; Assistentes Sociais: Leonilda de Paula Souza; Grande São Paulo: Bancários: Luiz Alves Azevedo; Vidreiros: J. Gomes da Silva; Coureiros: Geraldo Santia-go; Eletricitários: Roberto Fachhini; Jornalistas: Samuel Iavelberg; Servidores da USP: Magno de Carvalho; Artistas: Inês de Oliveira; Servido-res Hospital das Clínicas: Zulene de Carvalho Novaes; Assistentes Sociais: Ana Guglielmi; Químicos: Jorge Coelho; Construção Civil: Ivan Akselrud de Seixas; Médicos: Rodolfo; Edito-res: Sueli; Professores: Deir; Interior: Santa Bárbara do Oeste: Luiz Alberto e Paulo Soares; São Carlos: Zé Roberto; Piracicaba: Paulo e Daniel; Campinas: Edmundo e Marta; Vinhe-do: Cecília; Itu: Wilson, Antonio e Pedro; Arara-quara: Dulce Pires; Baixada Santista: Constru-ção Civil: Rui Barbosa Ferreira, Ricardo Amori e Eusébio Florêncio da Silva; Bancários: Ana Rosa Almeida Rocha; Químicos: Nelson Freitas Lacerda Júnior; Assistentes Sociais: Agueda Torres; Professores: Franklin Leão.

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A f O r ç A d A s d i r e TA s J á ! | 1 9 8 4

Entre os últimos meses de 1983 e abril de 1984, o Brasil viveu um dos mais fortes movimentos cívicos de sua história: a campanha das Diretas Já!, que reivindicava eleições diretas para presidente. Governado por João Figueiredo, que viria a ser o último militar no posto desde o golpe de 1964, o Brasil clamava por democra-cia. Grandes comícios chacoalhavam os estados, mas a emenda Dante (Dante de Oliveira, deputado federal pelo PMDB de Mato Grosso, que apresentou Proposta de Emenda Constitucional que restabelecia as diretas) acabou derrotada no Congresso. A vota-ção da emenda aconteceu em 25 de abril de 1984, e apenas quatro dias depois nascia a CUT/SP.

No mundo do trabalho, 1984 marca a realização de greves na ci-dade e no campo. Em abril, 10 mil metalúrgicos cruzaram os bra-ços em São José dos Campos (SP) e 200 mil professores da rede pública de São Paulo. Em maio, são os bóias-frias em Goiás, São Paulo e Minas Gerais e os professores das universidades federais. Em junho, protestam os garimpeiros de Serra Pelada, ameaça-dos de expulsão. Trabalhadores da Previdência Social, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Aços Villares, em São Caetano (SP) e Banco do Brasil engrossam as paralisações, que se somam a dezenas de conflitos no campo.

d i r e TO r i A

DIRETORIAPRESIDENTE: Jorge Coelho – Químicos de São Paulo; Secretário Geral: Osvaldo Bar-gas - Metalúrgicos/ABC; Tesoureiro: Luiz Epaminondas – Químicos/ABC.

ExECUTIVA: Luis Gushiken – Bancários/SP; Manoel Cunha – Metalúrgicos/Santo An-dré; Wanda Counti – Petroleiros/Campinas; Clara Ant – Arquitetos/SP; Arlindo China-glia – Médicos/SP; Rubens Gaspar- Metalúrgicos/São José; Waldir Ferreira – Vidrei-ros/SP; Paulo Skromov – Coureiros/SP; Wilson F. da Silva – Metalúrgicos/Sorocaba; Sidnei Cruz – Cimento e Gesso/SP; Luiz Carlos da Silva - Apeoesp; Manoel Lázaro dos Santos – Metalúrgicos/Itu; Alcides Barbosa – Condutores/ABC; Alberto Tiago – Aeronautas; Luiz Marinho – Metalúrgicos/ABC; José Drummond – Químicos/ABC; Tita Dias – Bancários/SP; Inez de Oliveira – Artistas/SP; Antonio Ferreira – Metalúrgi-cos/São José; Hélio Bombardi – Oposição Metalúrgicos/SP; Maricler Real - Apassp; Magno de Carvalho - Asuso; Marco Antonio Faria - Adunimep.

SUPLENTES: José Domingos – Químicos/SP; Natal Florentino – Metalúrgicos/ABC; Olavo Ferreira – Químicos/ABC; Paulinho Arnoni – Bancários/SP; Sebastião Carvalho – Metalúrgicos/Santo André; Wilson Santarosa – Petroleiros/Campinas; Alfredo Pai-sani – Arquitetos; Rodolfho Repullo – Médicos; José Luiz Gonçalves – Metalúrgicos/São José; Getúlio dos Santos – Videiros/SP; Geraldo Santiago; José de Jesus – Ci-mento e Gesso; Valdeir Vizzacaro - Apeoesp; Wilson F. dos Santos – Metalúrgicos/Itu; Severo Alves Maia – Condutores/ABC; Edson Matosinho – Aeronautas; Adhemar Lopes – Bancários/SP; Beatriz Tragtenberg – Artistas; José Benedito de Oliveira – Me-talúrgicos/São José; Roberto Rodrigues – Oposição Metalúrgicos/Guarulhos; Cristi-na Westphal – Apassp; Dagoberto Stucker; Edmundo Fernandes Dias- Adunicamp.

CONSELHO FISCAL: Joselício Freitas – Luvas/SP; Domingos Lino – Químicos/ABC; Pedro Lucena – Funcionários Públicos/Diadema; Josival Figueiredo – Químicos/SP; Silvia José Marques – Petroleiros /Campinas; Edmilson Rodrigues – Luvas/SP; Do-mingos Jacob - Químicos/ABC; João Avamileno – Metalúrgicos/Santo André; Regina Sena – Enfermeiros/SP; Rui Barbosa – Construção Civil/Santos.

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O primeiro congresso da CUT/SP reivindica revogação de leis impostas pela ditadura e a liberdade e autonomia sindical

O 1º Congresso da CUT São Paulo aconteceu no Sindicato dos Meta-lúrgicos do ABC nos dias 10, 11 e 12 de maio de 1985. Participaram do congresso 883 delegados/as de 77 categorias profissionais do campo e da cidade, representando 1.862 milhão de trabalhadores e trabalhadoras em todo o Estado, sendo que, desse total, 535 mil eram associados.

O congresso contou com uma grande participação de trabalhadores e trabalhadoras dos setores da indústria paulista, e também, pela primeira vez, com uma representativa delegação de trabalhadores rurais, tanto sem-terras como boias-frias.

As principais resoluções aprovadas foram a construção de uma nova estrutura sindical com liberdade e autonomia sindical; lutar para que os organismos de repressão impostos pela ditadura fossem imedia-tamente revogados (Lei de Greve, Lei de Segurança Nacional e a Lei de Imprensa), lutar por uma Constituinte livre, soberana e democrá-tica; organizar os (as) trabalhadores (as) por locais de trabalho; fim do imposto sindical; garantia da mais ampla democracia e liberdade nas eleições sindicais; generalização da luta pelas 40 horas sema-nais, pela trimestralidade e pela reforma agrária sob controle dos trabalhadores; unificação das campanhas salariais e luta dos servi-dores federais, estaduais e municipais e autarquias.

O b r A s i l e m T r A N s i ç ã O | 1 9 8 4

1985 é o ano em que terminou oficialmente o regime militar instaurado em 1964. Depois da morte de Tancredo Neves, eleito via Colégio Elei-toral e que não chega a assumir a presidência do País, José Sarney ocupa o posto no que passa a ser chamado a “Nova República” brasileira. É um país em transição, ainda sem incorporar os movimentos sociais, de trabalhadores, partidos e sociedade organizada. Suas reivindicações, por-tanto, só são ouvidas após greves, ocupações e conflitos. Nessa conjuntura, CUT e o PT passam naturalmente a ocupar cada vez mais espaço.

Recessão, dívida externa alta, desemprego: o País enfrenta uma inflação superior a 250% ao ano. Ocorrem greves como a Operação Vaca Bra-va, no ABC (em abril), a dos Correios, previdenciá-rios, professores, bancários, estaduais da Saúde, químicos e rodoviários, entre outras. A proposta de indexação trimestral dos salários está entre as reivindicações e, inicialmente recusada, aos pou-cos vai sendo incorporada nos acordos.

d i r e TO r i A

PRESIDENTE: Jorge Luiz Cabral Coelho – Químicos/SP; Vice-Presidente: Felisberto Della Valentina – Rurais/Tupi Paulista; Secretário-Geral: Osvaldo Bargas – Metalúrgicos/ABC; Tesoureiro: Epitácio Luiz Epaminondas – Químicos/ABC; 1º Tesoureiro: Rubens S. Gaspar – Metalúrgicos/São José dos Cam-pos.

ExECUTIVA: Alcides Carlos Binachi – Metalúrgicos /Campinas; Aparecido Moreira da Silva – Petrolei-ros/ Campinas; João Avamileno – Metalúrgicos/Santo André; Luis Carlos da Silva – Apeoesp.

EFETIVOS: Arlindo Chinaglia- Médicos/SP; Luiz Gabriel dos Reis - Trabalhadores Rurais/Batatais; Fran-cisco de Souza- Metalúrgicos/SP; Fábio Cândido da Silvia – Calçados/Franca; Alfredo Pereira de Brito – Metalúrgicos/ São Caetano; Sidnei Fernandes Cruz - Cimento, Cal e Gesso; Alcides Barbosa Teixeira- Construção Civil/ABC; Magno de Carvalho - ASUSP; Tita Dias- Bancários/SP; Maricler Real - APASSP; Geraldo Santiago Pereira - Artefatos de Couro/SP; Clóvis Cerqueira - Condutores/ABC;

SUPLENTES: Luiz Marinho - Metalúrgicos/ABC; Olavo Ferreira dos Santos – Químicos/ABC; Domingos Galante Jr.- Químicos/SP; Geraldo Ferreira da Silvia - Metalúrgicos/SP; Américo ximenes Peres – Metalúrgicos/ Sorocaba; Samuel Ribeiro Fernandes - Metalúrgicos/Itu; José Bonifácio Filho – Meta-lúrgicos/Limeira; Rui Barbosa Ferreira – Construção Civil/Santos; Silvio José Pereira - Comerciários/Osasco; Vanir Fátima da Silva - Bancários/SP; Carlos Alberto Grana - Metalúrgicos/ABC; Wanda Conti – Petroleiros/Campinas; Roberto Fachini - Eletricitários/SP; Jairo Ferreira – Calçados/Franca; Clotilde Maria Simões da Silva- Apeoesp; André Luiz Pereira Souza- Trabalhadores Rurais/Bebedouro; Ângelo Benedito Ribeiro – Metalúrgicos/São Caetano do Sul; Waldir Carlos Ferreira – Vidros e Cristais/SP; José Aparecido Estevão – Alimentação/Campinas; Milton Peixoto Lima - Papel e Papelão/Mogi das Cruzes; Antonio Donizete Ferreira- Metalúrgicos/São José dos Campos.

CONSELHO FISCAL: EFETIVOS: Ataíde C.R.Nascimento – Médicos; Nelson Rodrigues da Silvia – Apeo-esp; Hélio Bombardi – Metalúrgicos/SP; Josélio Freitas dos Santos- Luvas e Bolsas Mat. Segurança; Getúlio dos Santos - Vidros e Cristais/SP;

SUPLENTES: João Lima Costa-Plásticos/SP; Edson Luiz Bernardes - Construção Civil/São Caetano do Sul; Joel da Paz e Silva - Petroleiros/São José dos Campos; Ângela Maria Roberto - Associação Funcionários Hosp. Das Clínicas/Rio Preto; Severo Alves Maia - Construção Civil/ABC.

EnContro PEla dEmoCraCia

1º CECUt – 1985

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Conjuntura econômica imposta pelo governo Sarney e estruturação da central pautam as discussões

O 2º Congresso Estadual da CUT São Paulo aconteceu nos dias 4, 5 e 6 de julho de 1986, em São Bernardo do Campo. A discussão do projeto político da Nova República, período marcado pela recessão e a inflação que resultou no Plano Cruzado, bem como as alternati-vas para a luta dos trabalhadores diante dessa conjuntura, ganham destaque no 2º Congresso da CUT estadual. Embora existam pou-cas informações disponíveis sobre o encontro (como deliberações), há indicações de que foram discutidos temas como o FMI – com orientação para a união dos países latino-americanos contra a dívida externa -, e estruturação da central com liberdade e autonomia sin-dical. O congresso reelegeu Jorge Coelho na presidência da central. A executiva contava com 21 membros.

O d e l í r i O d O s p l A N O s e C O N ô m i C O s | 1 9 8 6

Caracterizado como o ano da chegada do Plano Cruzado, 1986 apresenta indicadores econômi-cos favoráveis e índices de popularidade recordes do presidente Sarney. A inflação vai a 65% até dezembro e o desemprego cai para 3,6% (era de 7,1% em 1984 e 5,3% em 1985). O plano vem embalado pelo sentimento político e a esperança nascidos com a campanha das Diretas Já!; tem alto grau de adesão e fiscalização popular (“os fiscais do Sarney”) inéditos, mas não resiste até o final do ano – em novembro, passadas as elei-ções para governadores, senadores e deputados federais e estaduais, o governo lança série de acertos de impacto inflacionário e voltam a alta dos preços e o descontentamento popular.

O PT e Leonel Brizola denunciam a falsidade do Plano e o acusam de causar ainda mais perdas salariais, porque os preços são congelados na máxima e os salários pela média de seis me-ses, sobre a qual se aplica abono de 8%. Cria--se o “gatilho salarial” de 20% para os salários, autorizando-se a reposição nas datas-bases da inflação ocorrida depois de fevereiro, mesmo que não acumulasse 20%. Crescem greves e protes-tos rurais. A 9ª Romaria da Terra reúne no Rio Grande do Sul cerca de 100 mil colonos.

d i r e TO r i A

PRESIDENTE: Jorge Coelho – Químicos/SP; Vice-Presidente: Felisberto Dellavalentina – Trabalhadores Rurais/Tupi Paulista; Secretário-Geral: Osvaldo Bargas - Metalúrgicos/ABC; 1º Tesoureiro: João Avamileno – Metalúrgicos/Santo André; 2º Tesoureiro: Epitácio Luiz Epaminondas – Químicos/Santo André.

ExECUTIVA: Luis Carlos da Silva – Apeoesp; Luiz Alves de Azevedo – Bancários/SP; Pedro Roberto da Silva – Meta-lúrgicos/Campinas; Domingos Galante - Químicos/SP.

EFETIVOS: Aparecido Moreira da Silva – Petroleiros/Campinas; Rubens dos Santos Gaspar – Metalúrgicos/São José dos Campos; Luiz Carlos Laurindo - Plásticos/SP; Getúlio dos Santos - Vidreiros/SP; Arlindo Chinaglia Jr. - Médicos/SP; Rubens Aparecido Faccirolli – Calçados/Franca; Alcides Barbosa Teixeira – Construção/ABC; Antonio de Souza Ribeiro - Trabalhadores Rurais/Fernandópolis; Cleodon Silva – Metalúrgicos/SP; Artur Galhardo – Alimentação/SP; Reinaldo U. Marcondes de Oliveira – Metalúrgicos/Sorocaba; Jocélio Drummond – ASSES.

SUPLENTES: Antonio Demétrio Souza Jr – Bancários/Bauru; Valmir Prascidelli – Metalúrgicos/Osasco; Alcides Inácio Barros Filho - Trabalhadores Rurais/Barrinha; Amador Muniz de Araújo - Trabalhadores Rurais/General Salgado; Marco Antonio Pereira - Trabalhadores Rurais/Barretos; José Carlos Pinto de Oliveira – Metalúrgicos/Limeira; Wilson Fagundes – Metalúrgicos/Itu; Alfredo Pereira de Brito – Metalúrgicos/São Caetano; Maria Berenice G. Delgado – Assistentes Sociais; Edmundo Machado de Oliveira – Jornalistas/SP; Milton Peixoto Luna – Papel e Papelão; Sonia Maria Barbosa e Silva – Couros/SP; Joselício Freitas dos Santos – Luvas e Bolsas; Edison Luiz Bernardes – Construção/São Caetano do Sul; Juarez Bispo Mateus – Condutores/Campinas; Dirceu Briques Junior – Têxteis/Sorocaba; Milton Roberto Diniz – Químicos/Jacareí; Sidney Fernandes Cruz – Cal e Gesso; Erasmo Granado Ferreira Cruz – Petroleiros/Santos; João Oler Filho – Condutores/Jundiaí; José Benedito de Oliveira – Metalúrgicos/São José.

CONSELHO FISCAL: EFETIVOS: Luiz Marinho – Metalúrgicos/São Bernardo do Campo; Tita Dias – Bancários/SP; Edilmo de Oliveira Lima – Químicos/Santo André; Alcides Carlos Bianchi – Metalúrgicos/Campinas; Cícero Firmino da Silva – Metalúrgicos/Santo André.

SUPLENTES: Anette Tsujimoto – Associação Previdenciários/SP; Alencar Rodrigues Ferreira Jr. – Bancários/Gua-rulhos; Antonio José Pereira – Construção/Mogi; Roberto Fachini – Eletricitários/Campinas; Regina Benedita S. Sena - Enfermeiros/SP.

Salário, inflação E o Plano CrUzado

2º CECUt – 1986

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Aprofundar a democracia interna e impulsionar as oposições sindicais estão entre as deliberações do encontro

O 3º Congresso da CUT São Paulo aconteceu na cidade de São Bernardo do Campo, nos dias 14, 15 e 16 de agosto de 1987. O Congresso reuniu 1.296 delegados/as que representavam 95 cate-goriais profissionais públicas e privadas. Na época, a CUT/SP repre-sentava 1.417 milhão de trabalhadoras e trabalhadores no Estado e, desse total, 466 eram associados. Seu slogan foi: A CUT é de massa, classista, democrática, de luta e pela base.

As principais resoluções aprovadas foram: ampliar e aprofundar a democracia interna e a unidade de ação da CUT; consolidar a CUT como uma organização pela base; impulsionar as oposições sindi-cais; investir na formação sindical como prioridade política; criar o Departamento de Estudos Socioeconômico e Político (Desep); es-truturar o Departamento Rural; criar uma política de Comunicação da CUT com os sindicatos filiados, CUT’s Regionais, Departamentos, Secretarias e membros da Direção; e definição da autossustentação financeira da Central com recolhimento das contribuições financeiras por parte dos seus sindicatos filiados.

A CONsTiTUiNTe e A CidAdANiA brAsileirA | 1987

O Plano Cruzado (I e II) faz água e a inflação volta forte em 1987. Os salários estão defasados, há aumento na dívida interna, queda de investimen-to e desaquecimento econômico. A crise assola o governo Sarney, que tenta ainda o Plano Bresser, sem sucesso.

Voltam as greves e os protestos de trabalhadores e movimentos sociais, que, desde o Cruzado II, retomam a mobilização que o sucesso temporá-rio do Cruzado amortecera. Em outubro, o Exérci-to invade a Usina Hidroelétrica de Itaipu e ataca os grevistas.

Na Constituinte, presidida por Ulysses Guimarães (também presidente da Câmara Federal e do PMDB), peemedebistas e partidos de esquerda conseguem aprovar regimento que dá à Comissão de Sistematização, controlada por eles, o poder de redigir o anteprojeto que iria depois a plená-rio. São aprovados temas que irritam lideranças empresariais e políticas conservadoras, como estabilidade no emprego, redução na jornada de trabalho, direito irrestrito à greve, reforma agrária, mandato de quatro anos, parlamentarismo etc.

d i r e TO r i A

ExECUTIVA: Presidente: Jorge Coelho – Químicos/SP; Vice-Presidente: Alcides Carlos Bianchi; Secretá-rio-Geral: Arlindo Chinaglia - Médicos/SP; Tesoureiro: Epitácio Luiz Epaminondas – Químicos do ABC; 1º Tesoureiro: Ítalo Cardoso Araujo – Químicos/SP; Secretário de Imprensa e Divulgação: Antonio Souza Ribeiro - Trabalhadores Rurais/Fernandópolis; Secretaria de Política Sindical: Osvaldo Martinez Bargas - Metalúrgicos de São Bernardo; Secretaria de Formação: Roberto Felício – Apeoesp; Hélio Bombardi- Metalúrgicos/SP (Oposição).

EFETIVOS: Felisberto Dellaavalentina – Trabalhadores Rurais/Tupi Paulista; André Accorsi - Bancários/SP; José Ailton A. dos Santos- Metalúrgicos/Santo André; Rubens dos Santos Gaspar - Metalúrgicos/São José dos Campos; Aparecido Moreira da Silva – Petroleiros/Campinas; Jocélio Drummond - AS-SES/SP; Kjeld Aaagarde Jacksoben - Eletricitários/Campinas; Mário dos Santos Barbosa - Meta-lúrgicos/São Bernardo do Campo; Durval Aparecido de Carvalho - Metalúrgicos/Campinas; Rubens Facirolli - Calçados/Franca; José Mauro Forti - Eletricitários/Campinas; Dirceu Tavares -Plásticos/SP.

SUPLENTES: Juarez Bispo Mateus – Condutores/Campinas; Paulo César Lima -Trabalhadores Rurais/Bebedouro; Maria Bernice G. Delgado- Assist. Sociais/SP; José Luiz Gevaerd - Jornalistas/SP; Ge-raldo Sérgio Rampani - Metalúrgicos/Araraquara; Wlacyr Guzzoni – Trabalhadores Rurais/Dracena; Carlos Andreu Ortiz – Oposição Metalúrgicos/SP; Regina B. Silva de Sena- Enfermeiros/SP; Angelo B. Ribeiro - Oposição Metalúrgicos/São Caetano do Sul; Benedito Rodrigues Araújo - Construção Civil/São Caetano do Sul; Erasmo Granado Ferreira – Oposição Petroleiros/Cubatão; Sidônio José G. Afon-so - Oposição Metalúrgicos/Osasco; José Pereira de Assis – Oposição Metalúrgicos/Guarulhos; José Domingos da Silva - Químicos/SP; Neide Aparecida de A. Souza - Trabalhadores Rurais/Barrinha; José Gomes de Assis – Vidreiros/SP; Sidney Fernandes Cruz - Cal e Gesso/SP; Vicente de Oliveira - Oposi-ção Metalúrgicos/Osasco; Júnia da Silva Gouvea - Previdenciários/SP; Artur Scavone - Jornalistas/SP.

CONSELHO FISCAL: EFETIVOS: Carlita Satou – Trabalhadores Rurais/Cosmóplois; Pedro Augusto de O. Sardi - Bancários/SP; Antonio Palocci Filho- Médicos/Ribeirão Preto; Magno e Carvalho Costa – ASUSP; Roberto Fachini- Oposição Eletricitários/SP.

SUPLENTES: Norival Esteve – Trabalhadores Rurais/Duartina; Manuel Viegas Neto - Gasistas; Carlos Roberto Gatto - Condutores/Jundiaí; José Carlos Guedes - Couros/SP; Jaci Pinheiro da Silvia – Luvas/SP.

Uma idEntidadE dEmoCrátiCa E PlUral

3º CECUt – 1987

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“A CUT estadual nasceu no olho do furacão”

Os primeiros congressos da CUT-SP, da fundação ao terceiro, elegeram como presidente um trabalhador da área química, o técnico Jorge Luiz Cabral Coelho. Convidado a falar sobre o período, o atual secretário de Mobilização do PT lembrou o momento de nascimento da central, em plena ebulição pela redemocratização do País; o fomento às oposições sindicais e os caminhos para viabilizar a extensão da entidade pelo Estado e ao movimento rural. Para Coelho, as mudanças que sua geração ajudou a tornar realidade apontam hoje para novas condutas no movimento sindical, entre as quais figura o acesso ao conhecimento e riqueza gerados.

“Tinha 33 anos quando assumi a presidência da CUT-SP. Não tive medo. Hoje acho que até ia pensar melhor (risos). Na época, pela direção nacional da CUT, todos os sindica-tos de SP estavam engajados no movimento das Diretas--Já. Todo o movimento social, operários... fizemos grandes comícios em 1984. Posso dizer que a CUT estadual nasceu no olho do furacão. O que caracterizou seu nascimento foi um embate, que tinha por um lado a exploração ca-pitalista e por outro a ditadura militar. A CUT sempre ti-nha posição política, bandeiras de luta ideologizadas, e às vezes seu papel se confundia com o dos partidos. Mas a CUT não podia existir como entidade sindical, então ha-via o INF, Instituto Nacional de Formação, onde se fazia a contabilidade. A CUT-SP não tinha arrecadação financeira,

os dirigentes não eram liberados, não havia condições de profissionalizar. Os funcionários eram cedidos pelos sindicatos, existia com-panheirismo, um entendimento do momento histórico que era o fortalecimento da central. A primeira sede da CUT-SP foi numa sala de sindicato em Santo André. Depois numa casi-nha na Vila Mariana. Eram umas três pessoas e os colaboradores que militavam. Não tinha dirigente liberado, só depois de 1985 foi feito um debate e nossos sindicatos nos liberaram pra tempo integral. Aí melhorou, começamos a ganhar eleições importantíssimas – Sapatei-ros de Franca, Metalúrgicos de São José dos Campos, Metalúrgicos de Sorocaba, Metalúr-gicos de Campinas, de Limeira..... Criava a Oposição (a CUT) e tinha o acompanhamento pela Secretaria de Política Sindical; a Oposi-ção recebia o boletim da CUT, ou fazia o dela; então a CUT se fortaleceu no interior de SP pela política partidária, com contribuição do PT, contribuição da Apeoesp, porque em todas as cidades tem um professor. A Apeoesp foi fundamental tanto para criação do PT quanto da própria CUT e também na organização do funcionalismo. Ela deu sustentação pra forma-ção de CUTs municipais, regionais, sem ela a gente não teria penetrado no interior.

depoimento – Jorge Coelho

Foto: Roberto Parizotti

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Através dela se fomentaram muitas oposi-ções e também o movimento rural, porque o rural só vai aparecer na CUT no segundo congresso, por deliberação já do primeiro. Tínhamos que criar a CUT no campo, não podia ser uma central só urbana. Recor-do um detalhe do congresso de 1985, em São Bernardo: com o advento de Guariba (um grande movimento dos cortadores de cana), a tendência O Trabalho ganhou a liderança do Zé de Fátima. E a Clara Ant fez uma oposição a mim, fez uma chapa de Oposição com o Zé e o (Antônio) Pa-locci. Eles tiveram 10% dos votos, hoje a gente lembra e dá risada.... Vivemos na nossa época um momento muito forte de Oposição. A CUT era Oposição ao governo, aos patrões. E assim chegamos, entre as-pas, à presidência da República; nossos militantes hoje são ministros, deputados federais. Agora temos que ter uma res-ponsabilidade maior, estar muito voltados para a questão da regulamentação e de uma mudança aprofundada na relação de trabalho. Fazer um aprofundamento da re-lação sindicato-sociedade; sindicato-par-tido político; sindicato-governo. Os sindi-catos hoje não estão mais discutindo só as perdas salariais. A coisa está mais so-fisticada, requer preparo político, técnico, um dirigente não pode mais só fazer um discurso do contra. Muitas das bandeiras que a gente defendeu aos poucos foram tendo outra configuração. O movimento sindical, junto com outras entidades, tem que pensar em como colocar a economia e o conhecimento gerados, a riqueza gera-da, a serviço da maioria”.

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Encontro marca comemoração de cinco anos da central

O 4º Congresso da CUT São Paulo aconteceu na Cidade de Campi-nas, na Unicamp, nos dias 19, 20 e 21 de agosto de 1988, comemo-rando os cinco anos da fundação da central estadual.

Além dos temas especificamente voltados à área econômica, outros, de abrangência nacional, passam a ocupar as discussões de for-ma mais frequente e sistemática. O Brasil vai promulgar uma nova Constituição, e a inclusão de temas voltados aos direitos humanos faz florescer debates, instigando a participação de organizações e sociedade em geral.

d i r e i TO s h U m A N O s N A C A rTA m A g N A | 1 9 8 8

Em 1988, a inflação chegou a 1.000% ao ano. Ao mesmo tempo, começaram a aumentar as denúncias de corrupção no governo Sarney. Os trabalhadores fazem greves para repor as perdas dos planos econômicos, e há conflitos e repres-são. Na CSN, ocupada pelos trabalhadores, o Exército e a PM invadem a empresa. Três grevistas são assassinados e outros nove têm ferimentos graves, causando grande comoção na sociedade.

O crescimento econômico é negativo e a dívida interna também é recordista - US$ 60 bilhões, 13% do PIB. Na política, as eleições municipais mostram melhor desempenho das oposições (inclusive do PT), mas começa a surgir de forma mais ostensiva a figura de Fernando Collor de Mello, governador de Alagoas, apresentado pela mídia como o “caçador de marajás” (em alusão aos altos salários de funcionários públicos).

É também neste ano que o Brasil vai ganhar sua nova Constituição. Promulgada no dia 5 de ou-tubro, e apesar de ainda carecer de ajustes, ela passa a incluir dezenas de temas relacionados aos Direitos Humanos, antes inexistentes na Car-ta, o que faz com que passe a ser chamada de “Constituição Cidadã”. A constituição anterior ha-via sido promulgada em 1967, em plena ditadu-ra militar, e fora ter sido modificada várias vezes com emendas arbitrárias.

d i r e TO r i A

ExECUTIVA: Presidente: Arlindo Chinaglia Júnior – Médicos/SP; Vice-Presidente: Wilson Santarosa- Petroleiros/Campinas; Secretário-Geral: Jorge Luiz Cabral Coelho – Químicos/SP; Tesoureiro: Luiz Marinho – Metalúrgicos/ABC.

EFETIVOS: Roberto Felício – Apeoesp; Hélio Bombard – Metalúrgicos/Campinas; Martisalém Covas Pontes – Químicos/SP; Júnia Gouveia – Sinsprev; Dirceu Travesso – Bancários/SP.

a ConStrUção dE Um novo SindiCaliSmo

4º CECUt – 1988

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Repúdio ao preconceito e proteção à criança e adolescente estão ao lado das reivindicações econômicas

Com 805 delegados/as representando 110 entidades, o 5º Con-gresso da CUT/SP foi realizado nos dias 6, 7, 8 e 9 de julho de 1989, no Instituto Metodista de Ensino Superior, em São Bernardo do Campo.

As principais resoluções aprovadas foram: reposição salarial frente à inflação; diretrizes políticas para as próximas campanhas salariais; defesa da escola pública laica, democrática e de interesse da classe trabalhadora; luta pelo não pagamento da dívida externa; combate ao sindicalismo de negócios; plano de lutas no campo; reforma ur-bana ao lado do movimento popular; contrato coletivo de trabalho; contra a discriminação da mulher trabalhadora; a questão do menor e da juventude; ação contra o apartheid.

e x p lO d e m A i N f l A ç ã O e O s C O N f l i TO s | 1 9 8 9

A inflação agora chega quase a cifra inacreditável de 2.000% ao ano, tornando exponenciais tam-bém as greves e conflitos. É a vez do Plano Verão, outro furo n´água, e voltam à cena os problemas de planos econômicos anteriores. Uma Medi-da Provisória (MP) de Sarney cria Lei de Greve restritiva, e a CUT declara que não irá cumprir a legislação. Passeata dos metalúrgicos do ABC é reprimida a tiros, com cinco grevistas baleados. Grupos direitistas explodem em Volta Redonda, movimento erguido aos operários mortos no ano anterior.

A Nova República e o governo Sarney agonizam, em pleno ano eleitoral. Fernando Collor de Mello é eleito presidente no segundo turno com 55,7% dos votos válidos, nas primeiras eleições diretas para presidente da República desde 1960. A vi-tória de Collor sobre Lula vai inaugurar no Brasil um governo defensor de uma modernidade equi-vocada e tacanha.

d i r e TO r i ADIREçãO ExECUTIVA: Presidente: Arlindo Chinaglia Júnior – Médicos/SP; Vice-Presidente: Carlúcio S. Castanha – Opo-sição Metalúrgicos/SP; Secretário-Geral: José Lopez Feijóo – Metalúrgicos/ABC; 1º Secretário-Geral: Júlio Turra – Sinpro/Campinas; Tesoureiro: Jorge Luiz Cabral Coelho – Químicos/SP; 1º Tesoureiro: Carlos G. Roldão – Metalúrgicos/Limeira; Secretário de Política Sindical: Luiz Marinho – Metalúrgicos/ABC; Secretário de Formação: Roberto Franklin de Leão – Apeoesp; Secretário de Imprensa: Pedro A. B. Ferreira; Secretário de Política Social: Francisco Chagas – Químicos/SP; Diretor Executivo: Dirceu Travesso – Bancários/SP.

SUPLENTES DA ExECUTIVA: Epitácio Luiz Epaminondas - Químicos/ABC; Carlos A. Grana – Metalúrgicos/ABC; Jorge Luiz Martins – Calçados/Franca

SUPLENTES DA DIREçãO: Osvaldo Rodrigues – Condutores/Campinas; Duvanier Paiva Ferreira – Asses; José Marcelino Cafeo – Trabalhadores Rurais/Andradina; Ademir Antonio da Silva – Condutores/SP; Regina Cardoso – Apeoesp/Presidente Prudente; Robson Moreira – Jornalistas/SP; Edson José Araújo – Oposição Metalúrgicos SP; Alcides Valente – Oposição Sabesp/Cetesb; Pedro Roberto da Silva – Metalúrgicos/Cam-pinas; Ítalo Cardoso Araújo – Químicos/SP; Eduardo Cândido Alves – Químicos/Osasco; Luiz Gonçalves – Condutores/SP; Severo Alves – Construção/ABC; Mario Santos – Oposição Metalúrgicos/Jundiaí; Pedro Lopes – Condutores/SP.

CONSELHO FISCAL: Efetivos: João Carlos Gonçalves (Juruna) – Oposição Metalúrgicos/SP; Eduardo José Lima – Eletricitários/SP; Junia Gouveia – Previdenciários/SP

SUPLENTES: Samuel Fernandes – Metalúrgicos/Itu; Itanir Batista Gonçalves – Bancários/Guarulhos; Ama-deu Amaral – Vidreiros/SP*Nesta gestão, Arlindo Chinaglia licenciou-se para assumir o cargo de deputado estadual. Jorge Coelho assumiu a presidência em julho de 1990.

mUlhErES E jovEnS na PaUta

5º CECUt – 1989

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“As lutas politizavam cada vez mais os trabalhadores”

O médico Arlindo Chinaglia foi presidente da CUT/SP entre 1988 e 1990, quando se licenciou para assumir o cargo de deputado estadual. Sua gestão corresponde à realização de dois congressos da CUT/SP, o quarto e o quinto, aos anos em que foi promulgada a atual Constituição e realizada greve geral em protesto ao Plano Verão, recessão e desemprego. Atual deputado federal por São Paulo (PT) e líder do governo, Chinaglia lembra em seu depoimento as lutas do período e o nascimento de um novo sindicalismo; o papel da CUT e o orgulho de nela ter atuado.

“Assumi a presidência da CUT/SP em agosto de 1988. O País caminhava para a promulgação da Constituição, que ampliou direitos trabalhistas graças às emendas populares capita-neadas pela nossa central e sindicatos filiados. Ocorreriam também as primeiras eleições municipais gerais pós-ditadura. O Brasil dava passos rumo à consolidação democrática. Por outro lado, a classe trabalhadora era a maior vítima da cri-se econômica. No final de 1988, a inflação chegou a quase 1.000%, o PIB estava praticamente estagnado e pesava so-bre a Nação a dívida externa. Nesse cenário coube à direção da CUT a tarefa de estar à frente da implementação das re-soluções do 4º CECUT, entre elas a consolidação da nossa central em SP como a legítima e autêntica representante dos trabalhadores, e de campanhas como a de recomposição das perdas salariais, que tinha como principais reivindicações re-ajuste mensal de salários, contrato coletivo de trabalho, jor-nada de 40 horas e liberdade de organização nos locais de

trabalho. Também em âmbito estadual fizemos a greve geral de 14 e 15 de março de 1989, que parou o País em protesto ao Plano Verão, a recessão e o desemprego e envolveu mais de 35 milhões de trabalhadores. Em julho de 1989 realizamos o 5º CECUT, às vésperas da primeira campanha eleitoral para presidente da Repúbli-ca pós-ditadura. Fui reeleito nesse Congresso que, além de temas diretamente ligados à re-lação capital-trabalho aprovou resoluções para que o sindicalismo cutista atuasse também na sociedade, como a defesa da escola pública e a reforma urbana ao lado do movimento popular, por exemplo. Era a ampliação de nossas ações, reafirmando o compromisso do novo sindicalis-mo que nasceu com as lutas dos metalúrgicos do ABC e que resultou no nascimento da CUT. Os desafios para os trabalhadores ainda per-sistiam. As lutas politizavam cada vez mais os trabalhadores. A percepção da disputa do poder era cada vez mais aguda entre nós. A fundação do PT em 1980 foi a contundente demonstra-ção desse processo. Discutindo com a direção da CUT, tornei-me candidato a uma cadeira na Alesp. E, assim, afastei-me da presidência da CUT estadual. Desde então estou atuando na vida partidária. Mas minha ligação com a Cen-tral continua forte, e me orgulho de ter sido um dos fundadores da CUT, a organização que consolidou uma nova concepção do movimento sindical brasileiro.”

depoimento – Arlindo Chinaglia

Foto: © Copyright 2006 - Arlindo Chinaglia

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25Foto: Arquivo Cedoc Sindicato dos Químicos

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26Foto: Roberto Parizotti

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Participação em negociações tripartites também foi aprovada no 6º CECUT

O 6º Congresso Estadual da CUT do Estado de São Paulo aconteceu nos dias 26, 27 e 28 de julho de 1991, na Praça Engenheiro José Rebouças, em Santos. Participaram 1.512 delegados/as, represen-tando 18 categoriais, 160 sindicatos e 21 oposições sindicais.

Nesse congresso, foi aprovada a mudança de caráter da greve geral para “greve nacional de categorias em luta”, pois naquele mesmo ano, no dia 12 de junho, ao concluir que não havia condições de concretizar a greve geral marcada para aquele dia, decidiu-se mudar o formato de greve até então estabelecido.

Outra importante aprovação ressaltada na Ata do Congresso foi a participação da Central na mesa de negociação tripartite proposta pelo governo federal em setembro de 1990, do qual a CUT participou.

Além de considerar correta a visão exposta na tese guia de que era necessário buscar soluções globais para combater o projeto neoli-beral e construir coletivamente um projeto alternativo de desenvolvi-mento com distribuição de renda, o plenário aprovou a inclusão de novos temas nas lutas sindicais cotidianas, como: direito à cidada-nia, defesa do meio ambiente e da qualidade de vida, entre outros.

p l A N O C O llO r , r e C e s s ã O , i N f l A ç ã O . . . 1 9 9 0 -1 9 9 1

O ano de 1990 é marcado pelo anúncio do Plano Collor, a mais violenta intervenção realizada na economia brasileira com consequências marcan-tes e desastrosas. O saldo das contas correntes é bloqueado. Iniciava-se a maior recessão da his-tória do Brasil. Houve aumento do desemprego, muitas empresas fecharam as portas e a produ-ção diminuiu consideravelmente.

Desde o primeiro ano do governo Fernando Collor, vários integrantes do governo saíram do cargo di-zendo ter recebido propostas de PC (Paulo César Farias – PC Farias), em nome de Collor, para favo-recer determinados empresários. Em 1992, foramintensificadas as denúncias de desvios de verba de Collor. Uma CPI é instalada no Congresso Nacional. A partir de então, começou a campanha que pedia o impeachment de Fernando Collor. Milhares fo-ram às ruas exigindo a saída do presidente.

d i r e TO r i A

ExECUTIVA: Presidente: José Lopez Feijóo – Metalúrgico/ABC; Vice- Presidente: Jorge Luiz Martins - Sapatei-ro/Franca; Secretário Geral: Antonio Souza Ribeiro – Trabalhador Rural/Fernandópolis; Primeiro Secretário: Nivaldo Santana da Silva – Bancários/SP Tesoureiro: Jorge Luiz Cabral Coelho - Químicos/SP; Primeiro Tesoureiro: Dirceu Travesso – Bancário/SP; Secretário de Formação: Roberto Franklin de Leão – APEOESP; Secretário de Política Sindical: Antonio Augusto Oliveira Campos – Bancários/SP; Secretário de Imprensa e Divulgação: Osvaldo Cruz Junior- Condutores/ABC; Secretário de Política Social: Celso Albano Lavorato – Servidor/SP; Diretor Executivo: Osvaldo Martinez D’Andrade - Médico/SP.

6º CECUt – 1991

População sai às ruas para pedir o impeachment de Collor (Arquivo: Cedoc Bancários SP)

“GrEvE GEral dE CatEGoriaS Em lUta” SUbStitUi GrEvE GEral

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Mudança amplia atuação da Central no Estado

O 7º Congresso Estadual da CUT São Paulo foi realizado em Ribeirão Preto, no Ginásio Poliesportivo “Elba de Pádua Lima”, nos dias 15, 16 e 17 de abril de 1994. O Congresso reuniu 500 delegados/as representantes de 127 entidades filiadas à CUT e 6 oposições sindi-cais reconhecidas.

Os delegados ao 7º CECUT aprovaram um novo formato de regio-nalização da CUT nos Estados, o que colocou fim às CUT’s regionais existentes, substituindo-as por subsedes, que ficariam sob a respon-sabilidade de um ou mais dirigentes estaduais da CUT.

Foram aprovadas também as seguintes resoluções: promover a uni-ficação de sindicatos; estender a presença da CUT em todos os co-mandos de categorias e em todos os processos de organização e negociação; e propor ao Congresso Nacional da CUT (CONCUT) que os Estados tenham autonomia organizativa, visando maior eficácia política e estrutural.

No que diz respeito à formação, um dos principais objetivos era via-bilizar a descentralização e o fortalecimento do sistema formativo, através da atuação articulada entre a Secretaria Estadual de Forma-ção e a Escola Sindical, que tinha sido criada recentemente, no final de 1993.

p l A N O r e A l e e le i ç ã O d e f h C | 1 9 9 3 -1 9 9 4

O ano de 1994 é marcado pelas eleições presi-denciais e a implantação do Plano Real na eco-nomia. O plano começara em dezembro de 1993, quando Fernando Henrique Cardoso (FHC), então Ministro da Fazenda do governo do ex-presidente Itamar Franco, anunciou medidas de contenção fiscal e a criação de um novo indexador, a URV - Unidade Real de Valor -, que entraria em vigor em março de 1994, para ser substituída em julho pelo Real, a nova moeda, que conquista rapida-mente o apoio da população. Desde 1993 Lula liderava todas as pesquisas de intenção de voto. Porém, o sucesso do Plano Real inverte o jogo, pois a inflação cai mês a mês e a candidatura de FHC cresce, até que, em outubro, é eleito em primeiro turno.

d i r e TO r i A

ExECUTIVA: Presidente: José Lopes Feijóo – Metalúrgico/ABC; Vice-Presidente: Manoel Melatto - Meta-lúrgico/Campinas; Secretário Geral: Augusto Campos - Bancários /SP; Primeiro Secretário: Dirceu Tra-vesso – Bancários/SP; Tesoureiro: Agenor Narciso - Químicos/ABC; Primeiro Tesoureiro: Enéas Santos - Metalúrgico/Pinda; Secretaria de Formação: Lindabel Delgado Cardoso – APEOESP; Secretaria de Política Sindical: Antonio Souza Ribeiro – Trabalhadores Rurais/ Fernandópolis; Secretaria de Política Social: Maria Isabel da Silva – Bancários/Barretos; Secretaria de Imprensa e Divulgação: Célia Regina Costa - Sindisaúde; Diretor Executivo: Osvaldo D`Andrade – Médico/SP.

SUPLENTES DA ExECUTIVA: Amarildo Bolito - Eletricitários/Campinas; Demilso Santos - Químicos/SP; Valdir Luis Barbosa - Sapateiros/Franca.Direção: Hildo de Souza Soares – Metalúrgicos/ABC; Dalvani Maria Lêlis da Silvia-Afuse; Regina Pe-natti Cardoso Ferreira - APEOESP; Jesus Francisco Garcia -Eletricitários/Campinas; Afonso Lopes da Silva - Bancários/Campinas; Rítalo Alves Lins-Químicos/SP; Ivan Trevisan - Metalúrgicos/SJC.

SUPLENTES DA DIREçãO: Jeanette Nilda Moura – Metalúrgicos/Santos; Jair Stroppa- Metalúrgicos/SJC; Antonio Aparecido Carrara- Petroleiros/Campinas; Gerson Henrique Sartori - Alimentação/Jun-diaí; Ulisses Nóbrega - Bancários/Vale do Ribeira; Tito Cesar dos Santos Nery – Médicos/SP; Carlita Satou – Trabalhadores Rurais/Cosmópolis; José Ivan da Silva- Aeroportuários; Osvaldo Odornes- Ban-cários/Guarulhos; Edson Aparecido da Silva - Sintaema; Vito Gianotti – Oposição Metalúrgica/SP; Cleusa Aparecida da Silva - Municipais/Campinas; Celso Lavorato - Sinsprev; Lindinalva Pereira - Vi-dreiro/SP; Gilda de Almeida - Farmacêuticos.

CONSELHO FISCAL: Elias Soares – Químicos/ABC; José Carlos de Souza - SindSanasa; Manoel Elídio – Bancários/SP.

SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL: Israel Antunes de Almeida - Condutores/Itapeva; Maria Eloísa Pereira Marco - Bancários/Catanduva; Silvana Maria da Silva - Metalúrgicos/Limeira.

ConGrESSo aProva a SUbStitUição daS CUt’S rEGionaiS Por SUbSEdES

7º CECUt – 1994

Plenário do 7º Congresso da CUT/SP (Foto: Januário da Silva)

7º Congresso da CUT/SP (Foto: Januário da Silva)

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Esses eram alguns dos desafios a serem enfrentados pelo movimento sindical

O 8º Congresso Estadual da CUT do Estado de São Paulo aconteceu na cidade de São Paulo, nos dias 17, 18, 19 e 20 de julho de 1997, na Quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Participaram 737 delegados/as eleitos em assembleias nos seus sindicatos, re-presentando 134 entidades filiadas à CUT e 8 oposições sindicais reconhecidas e acompanhadas pela Central.

As resoluções do 8ºCECUT não estão expressas na ata do Congres-so. O Caderno de Resoluções não está nos registros da CUT São Paulo. Por falta de documento histórico, não conseguimos expressar as principais resoluções aprovadas. Porém, com base no acesso aos textos das teses apresentadas no Congresso, o CECUT foi marcado pelo debate em torno do processo de privatizações intensificado no país; o desemprego; a perseguição ao movimento sindical e social; e a campanha contra as políticas neoliberais de FHC. No plano esta-dual, o debate era feito em torno da sustentação política e financeira que o Estado de São Paulo proporcionava à política neoliberal e pri-vatista, através do governo de Mario Covas.

e r A d A s p r i vAT i z A ç õ e s 1 9 9 6 -1 9 9 7

Em 1997, Fernando Henrique Cardoso, ou FHC, como viria a ser conhecido, dá continuidade, com mais intensidade, à implantação das políticas neoliberais iniciada por Collor. O Plano Real, que tinha sido lançado em 1994, mantém a estabili-zação da moeda, ancorado no câmbio e em juros elevados. Através de medida provisória, o governo proíbe a indexação dos salários, com um nível de desemprego alto e num processo de abertura do mercado a produtos estrangeiros sem preceden-tes. O governo havia intensificado o processo de privatização das estatais. Protestos, atos públicos e manifestos não impedem, por exemplo, a priva-tização da Companhia Vale do Rio Doce.

Em paralelo, o governo adota medidas severas de combate ao movimento sindical e social, como nas passagens marcantes da perseguição aos petroleiros na greve de 1995 e os massacres dos sem-terra em Corumbiara e Eldorado do Carajás, em 1995 e 1996, respectivamente.

d i r e TO r i A

ExECUTIVA: Presidente: José Lopes Feijóo – Metalúrgicos/ABC; Secretário Geral: Carlos Ramiro de Castro – Apeoesp; Tesoureiro: Agenor Narciso – Químicos/ABC; Secretária de Imprensa: Célia Regina da Costa - Sindsáude; Secretária Políticas Sociais: Maria Izabel da Silvia - Bancários/ Barretos; Secretário de Formação: Antonio Sousa Ribeiro – Traba-lhadores Rurais/Fernandópolis; Secretária de Política Sindical: Isaltina Duarte dos Santos – Afuse; Diretor Executivo: Dirceu Travesso – Bancários/SP. SUPLENTES DA ExECUTIVA: Hildo Soares de Souza – Metalúrgicos/ABC; Wilson José Leme – Eletricitários/Campinas; Sandra Lia – Municipais/Campinas.Diretores Efetivos: Afonso Lopes da Silva – Bancários/Campinas; Vanderlei Luiz Paes- Químicos/ABC; Antonio Apa-recido Carrara – Petroleiros/Campinas; Maria Mandes da Silvia- Construção Civil/Diadema; Maria de Lourdes dos Santos - Vestuário; Francisco de Assis Cabral – Metalúrgicos/ São José dos Campos; Raquel Felan Guisoni – Sinpeem.

SUPLENTES DA DIREçãO: Antonio Marcos Tebom – Alimentação/Jundiaí; Flávia Lúcia F. da Silva- Comerciários/Osas-co; Antônio Victor da Silva – Hoteleiros/Santos; Duílio A.Duka de Souza - Apeoesp; Genilda Sueli B. Teixeira – Muni-cipais/Presidente Prudente; Israel Antunes Almeida- Condutores/Itapeva; Osvaldo Nasser Santos – Papel e Papelão/Mogi; Carlos Henrique de Oliveira- Municipais/ São José do Rio Preto; Adailton dos Santos – Condutores/Sorocaba; Odnir da Silva – Metalúrgicos/Taubaté; Zilá Prestes Pra-Baldi – Enfermeiros/SP; Edson C. Silva – Bancários/SP; Cláu-dio José Machado – Sinsprev; Suzete Maria de Lima Pavão – Apeoesp; Maria Clotilde Lemos Petta - Sinpro/Campinas.

CONSELHO FISCAL: Stênio Alvarenga de Melo – Bancários/Vale do Ribeira; Cristiane Silva – Municipais/Guarulhos; Laércio da Silva Pereira - Bancários/Bauru.

SUPLENTES CONSELHO FISCAL: Dougras Camilo Corrêia – Eletricitários/Campinas; Ednilson Ribeiro da Silva – Sin-demposto/Bauru; Julia Roland – Médicos/SP.

nEolibEraliSmo, Privatização, dESEmPrEGo...

8º CECUt – 1997

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32

“Não tem lugar importante em São Paulo que não tenha uma subsede da CUT”

O metalúrgico do ABC, José Lopez Feijóo, presidiu a CUT/SP durante três mandatos, o que corresponde ao período de 1991 a 2000. Antes disso, Feijóo ocupou o cargo de Secretário-Geral da CUT/SP por dois anos. Atualmente, Feijóo é assessor da Secretaria Geral da Presidência da República, cargo este que passou a exercer após ter se licenciado do cargo de Vice-Presidente da CUT Nacional. Reproduzimos, aqui, o relato de Feijóo ao acervo ABC de Luta, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em que relembra a sua passagem pela Estadual da CUT.

“Iniciei uma trajetória em que fui presidente durante três

mandatos e revolucionamos o funcionamento da CUT em

São Paulo. Construímos uma militância que se espalhou por

todo o estado. Nós tínhamos na CUT um sistema de fun-

cionamento que era organizado em CUT estadual e CUT’s

regionais. Cada regional (eram três) fazia congressos com

a eleição de direções regionais e resoluções que podiam

desrespeitar completamente as decisões do congresso es-

tadual, provocando uma fragmentação da ação da central

em todo o estado de São Paulo. Era preciso transformar

essa estrutura numa rede que funcionasse, que espalhasse

as decisões da CUT sem que fossem anuladas as deman-

das locais. Montamos cinco escritórios: um em

Presidente Prudente, lá no Pontal do Parana-

panema; um em Bauru; um em Ourinhos; ou-

tro no Vale do Ribeira; e o quinto em Ribeirão

Preto. A experiência foi muito positiva. Consoli-

damos a tese da estrutura solidária, que junta-

va todos os sindicatos e unificava para produ-

zir uma ação sindical coletiva que respeitasse

as necessidades das categorias; que fizesse

uma construção de solidariedade permanen-

te e pudesse fazer uma ação geral da classe.

Com essa ideia na cabeça, aprovamos a tese

de extinguir as regionais e criar subsedes da

CUT em todo o estado de São Paulo. Tínhamos

três regionais. A CUT estadual de São Paulo

tem hoje a mesma quantidade de subsedes

que eu deixei, 17 subsedes no estado de São

Paulo. Ou seja, não tem lugar importante nes-

se estado de São Paulo que não tenha uma

subsede da CUT”.

depoimento – José lopez feijóo

Foto: Arquivo CUT Nacional

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34Foto: Dino Santos

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Combater as políticas neoliberais dos tucanos (FHC, Alckmin, Covas) era o objetivo central do período

O 9º Congresso Estadual da CUT do Estado de São Paulo aconteceu na cidade de São Pedro entre os dias 6, 7, 8 e 9 de julho de 2000. O Congresso reuniu 700 delegados/as de todo o Estado, represen-tando 274 sindicatos, dos quais 950 mil trabalhadores/as eram fi-liados.

A intensificação da luta pelo “FORA FHC E FORA FMI” foi uma das resoluções aprovadas pelo 9º Congresso da CUT/SP. Para os delega-dos do 9º CECUT, o projeto FHC (do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso), pautado nas exigências internacionais, mais precisamente do FMI (Fundo Monetário Internacional), atacava de maneira injusta os direitos dos trabalhadores/as e a busca por uma sociedade justa e igualitária.

Outras resoluções aprovadas foram a defesa da RTV Cultura e da Democratização dos Meios de Comunicação; o estreitamento na relação com os sindicatos; a negociação coletiva no setor público; e a reafirmação das resoluções sobre política de formação profis-sional e sistema de emprego, que previa, por exemplo, a criação de conteúdos de oposição ao conceito neoliberal.

Dentre as aprovações contidas no Plano de Lutas, estava a partici-pação nos vários Conselhos e Comissões institucionais (municipais, estadual e federal); a participação na Marcha das Margaridas; no Grito dos Excluídos; a luta pela reforma agrária e reforma da previ-dência; a participação no Plebiscito da Dívida Externa; a luta contra as privatizações, dentre outras.

f m i d i TA A s r e g r A s N O b r A s i l | 1 9 9 8 -1 9 9 9

Fernando Henrique Cardoso, com a aprovação da emenda que permitiria sua reeleição, assume novamente a presidência em 1998. Em seguida, surgem as denúncias de que a aprovação da emenda teria sido efetivada através da compra de votos. Em 1999, no dia 26 de agosto, aconte-ce a Marcha dos 100 mil a Brasília, considerada a principal manifestação movida até então contra a política neoliberal de FHC. A CUT e as entidades do Fórum Nacional de Lutas entregaram ao presidente da Câmara dos Depu-tados um abaixo-assinado com um milhão e tre-zentas mil assinaturas exigindo o enquadramento de FHC em crime de responsabilidade e a abertu-ra de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para investigar a privatização do Sistema Telebrás. O Brasil termina a década de 90 submisso às regras do FMI. Os trabalhadores se veem diante de uma forte pressão sobre seus direitos sociais e trabalhistas. Os sindicatos são obrigados a ne-gociar perdas em troca do emprego. Toda essa situação e os sucessivos escândalos que apare-cem quase que diariamente pela imprensa levam a população a começar rejeitar FHC.

d i r e TO r i A

ExECUTIVA: Presidente: Antonio Carlos Spis - Petroleiros/SP; Vice-Presidente: Emanuel Melato – Metalúrgi-cos/Campinas Secretário Geral: João de Oliveira – Bancários/SP; 1º Secretário: Wagner Fajardo – Metro-viário; Tesoureiro: Hildo Soares de Souza – Metalúrgicos/ABC; 1ª Tesoureira: Marília Penna; Secretário de Política Sindical: Carlos Ramiro de Castro; Secretário de Formação: Artur Henrique da Silva Santos – Eletrici-tários/Campinas; Secretária de Políticas Sociais: Maria Izabel da Silva – Bancários/ Barretos; Secretária de Comunicação: Lucinei Paes de Lima – Rurais/Ribeirão; Secretário de Organização: Celso Albano Lavorato.

SUPLENTES DA ExECUTIVA: Flavio de Souza Gomes – SindSaúde; Elizabeth Carlos da Mota; João Carlos Rosis.

DIREçãO EFETIVA: José Luiz do Bonfim; Francisco Castilho Gimenez; Elizabete Amodio Estorilio; Maria Men-des da Silva; Fernando Ferro Brandão; Francisco de Assis Cabral; Raquel Felan Guizoni.Suplentes da Direção: Nodete Santos Rios Jesus; Alessandra Secundino Oliveira; Genilda Sueli B. Teixeira; Adenilson Custódio de Oliveira; José Francisco da Silva Ferreira; Vanderlei Luiz Paes; Roberto Rodrigues; Onézimo Esteves de Freitas; Antonio Rodrigues dos Santos; Marcos Antônio Mendes; Rita de Cássia Pinto; Antônio José dos Santos Filho; Paulo Pasin; Manoel Elídio Rosa; Durval Dias Lopes.

CONSELHO FISCAL: Francisca Trajano Rocha; Israel Antunes de Oliveira; Fátima da Silva Fernandes.Suplentes do Conselho Fiscal: Odnir da Silva; Osvaldo Nassar dos Santos; Carmem Luiza Urquiza de Souza.

PalavraS dE ordEm: “fora fhC E fora fmi”

9º CECUt – 2000

Foto: Dino dos Santos

Foto: Dino dos Santos

Page 36: Congressos da CUT-SP

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“Você vira metalúrgico, professor, bancário...”

Antônio Carlos Spis presidiu a CUT/SP entre 2000 e 2003, eleito no 9º CECUT. Do período, o líder petroleiro destaca mudanças estratégicas como a descentralização do 1º de Maio e a projeção da CUT/SP nacionalmente, além de ações locais como a revitalização do bairro do Brás e a organização do movimento social. Cinco anos antes, ele estivera à frente de uma grande greve dos petroleiros, duramente atacada pelo governo Fernando Henrique Cardoso, que promoveu demissões e mandou o Exército ocupar as refinarias. A luta contra o projeto neoliberal de FHC também pautou o 9º congresso da CUT/SP. Confira, abaixo, a íntegra do depoimento de Spis.

“Entre as estratégias de gestão do período em que presidi a CUT/SP posso destacar o 1º de Maio descentralizado. A ideia era a seguinte: os trabalhadores não têm dinheiro para ficar se deslocando, e a CUT tem de ir onde o povo está. Con-seguimos assim reunir cerca de 700 mil pessoas no total. Outra estratégia foi promover debates periódicos abertos à imprensa. Como eu vinha de uma atuação nacional na pró-pria CUT, demos visibilidade ao nome da CUT-SP em todo o Brasil. Você roda os estados País afora, brigando por tantas reivindicações que vira metalúrgico, professor, bancário, etc. Também trabalhamos para valorizar o Brás em parceria com a Prefeitura, estimulando a reciclagem, realização de feira de artesanato e revitalização de quadra de esportes. A CUT-SP criticou governos, independentemente do partido político que representavam, e mobilizou com total independência. Orga-

nizamos o Grito dos Excluídos, a Coordenação dos Movimentos Sociais, a luta contra as privati-zações, principalmente na Petrobras e Banespa; fizemos convênio sobre Comissões de Concilia-ção Prévia. Divulgamos a campanha “Traidores do Povo”, cartazes com fotos dos parlamentares que votaram a favor da modificação da CLT para reduzir direitos... Quando o companheiro Jacó Bittar me convidou para compor a direção dos Petroleiros do Sindipetro de Paulínia (em 1981), eu era um rebelde sem causa. Depois, você en-tra para o Sindicato/CUT e fica um rebelde com causa... E assim fui ficando, sem nunca ter acei-to sair candidato a cargo político, ocupar cargo no governo ou na Petrobrás. A greve de maio de 1995 foi o maior momento de enfrentamento classista ao governo FHC e suas políticas neo-liberais, e garantiu a manutenção da Petrobrás como empresa pública. Tive a oportunidade de ajudar a construir o Sindipetro SP, a FUP, o Sindipetro Unificado-SP, os rurais de Sumaré e Cosmópolis; presidi a CUT/SP, fiquei 12 anos na Executiva Nacional da CUT, estive na unidade dos movimentos sindical, social e estudantil, na CMS. É desafiador e gratificante”.

depoimento – Antônio Carlos spis

Foto: Arquivo CUT

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37Foto: Nilton Cardin

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38Foto: Dino Santos

Page 39: Congressos da CUT-SP

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Campanha contra a Alca, contra o imperialismo e pela legalização e não discriminação do aborto são alguns exemplos

O 10º Congresso Estadual da CUT São Paulo aconteceu em São Pedro, nos dias 23, 24, 25 e 26 de abril de 2003. Participaram 762 delegados/as, que representavam 306 sindicatos filiados das cate-gorias do campo e da cidade.

Nesse Congresso, ficou evidente a abrangência cada vez maior das pautas que se incorporavam à rotina da CUT. Na verdade, essa era uma tendência que se intensificava a cada Congresso.

No Plano de Lutas ficou estabelecido o apoio da CUT/SP às campa-nhas salariais unificadas; a ação contundente junto ao governo Lula para avançar nas reformas necessárias, como as reformas sindical, trabalhista e da previdência; a luta pela liberdade e autonomia sin-dical, com a ratificação da convenção 87 da OIT; o apoio às nego-ciações coletivas; a elaboração de um calendário fixo, a exemplo do Dia Mundial das Mulheres, da Consciência Negra, do Orgulho Gay, Grito dos Excluídos, dentre outras datas; além da incorporação de diversas campanhas que fariam parte da luta diária – Contra a Alca; pela legalização e discriminalização do aborto; pelo fortalecimento da agricultura familiar; contra o imperialismo americano; pela erradi-cação do trabalho infantil; etc.

Dentre outras resoluções aprovadas estão: a defesa da RTV Cultura; a auto-sustentação da formação; a intervenção nas políticas públi-cas; a organização por local de trabalho; políticas para a juventude; coletivo de política de comunicação da CUT; e a defesa dos direitos das pessoas portadoras de deficiência física.

U m TO r N e i r O m e C â N i C O é e le i TO p r e s i d e N T e d O b r A s i l | 2 0 0 3

O ano de 2003 foi marcado pela chegada histó-rica de um operário na presidência da República, com a eleição de Lula na maior votação recebi-da por um candidato no país. Foram mais de 52 milhões de votos para um dos mais destacados fundadores da CUT e do PT, além de primeiro tra-balhador e líder de esquerda a chegar ao poder no Brasil.

Logo em 2004, acontece a Marcha Nacional so-bre Brasília pela Recuperação do Salário Mínimo e Correção da Tabela do Imposto de Renda, pro-posta pela CUT e organizada conjuntamente com as centrais sindicais Força Sindical, CGT, CGTB, SDS e CAT. Ao final do ato, os dirigentes que se reuniram com Lula anunciaram a elevação do sa-lário mínimo para R$ 300,00 (trezentos reais) e a correção em 10% da tabela do imposto de renda a partir de 2005.

d i r e TO r i A

ExECUTIVA: Presidente: Edílson de Paula Oliveira – Químicos/SP; Vice-Presidente: Emanuel Melato –Metalúr-gicos/Campinas; Secretário Geral: João Oliveira- Bancários/SP; Tesoureiro: Ariovaldo de Camargo – Apeoesp; Silvio de Souza; Secretário de Políticas Sindicais: Flávio de Souza Gomes – Sindsaúde; Secretário de Forma-ção: Hildo Soares de Souza – Metalúrgicos ABC; Secretária de Comunicação: Lucinei Paes de Lima; Secretária de Políticas Sociais: Francisca Pereira da Rocha; Secretária de Organização: Ana Paula R. Simone.

SUPLENTES DA ExECUTIVA: Elisabeth Carlos da Motta; José Carlos da Silva; Edson Carneiro da Silva.Direção Plena: Aparecido D. da Silva; Francisco Wagner Monteiro; Francisco de Assis Ferreira; Waldemar P. de Oliveira; João Batista Gomes; Eliane de Souza Koti; Rubens Germano. Suplentes de Direção: Nodete Santos R. de Jesus; Antonio C. Amado Ferreira; Fernando Ferro Brandão; Odnir da Silva; Silas Martins; Maria Izabel da Silva; Elisabete Amodio Estorillo; Sindei Morales Hernandes; Roberto Barros M. Fouto; Ademir A. Oliveira; Marcos Roberto Emilio; Marcy da Silva; Francisco de Assis Cabral; Rosana Martiniano

CONSELHO FISCAL: Francisca Trajano Rocha; Carlos Tadeu Villanova; Sebastião A. Costa Filho.Suplentes do Conselho Fiscal: Alessandra Secundino Jesus; Antonio José S.Filho; José Alfonso Klein.

Cada vEz maiS PaUtaS PaSSam a fazEr PartE do Plano dE lUtaS da CUt

10º CECUt – 2003

1º de Maio Cidadão, realizado em Interlagos (Foto: Dino Santos)

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“Era um momento novo e de esperança para a classe trabalhadora”Edílson de Paula Oliveira presidiu a CUT/SP de 2003 a janeiro de 2009, quando se licenciou do cargo para assumir a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda da cidade de Mauá. Antes disso, Edílson, que começou a atuar no movimento sindical em 1985, coordenou a Confederação Nacional dos Químicos por seis anos até 2003. Reproduzimos aqui o depoimento de Edílson sobre o período em que esteve a frente da CUT/SP.

“Quando assumimos a direção da CUT/SP havia um enorme sentimento de esperança com a chegada de Lula à Presidên-cia da República. Isso levou a CUT a repensar sua forma de atuação, pois começávamos um novo período histórico para a classe trabalhadora brasileira. E tanto a CUT quanto o governo que se iniciava não podiam errar, sob o risco de tornar inviável um longo processo de construção e acumulação de forças com o objetivo de tomada do poder pelos menos favorecidos. Acre-dito que não vacilamos nos momentos mais conturbados da vida política no Brasil. Realizamos, por exemplo, a marcha a Brasília, com uma plataforma que abrangia a recuperação do salário mínimo, a correção da tabela do imposto de ren-da, redução da jornada de trabalho sem redução de salá-rios, entre outras. Conseguimos fazer mobilizações e dialogar com a base, armando a resistência dos trabalhadores. Nes-

sa gestão, a CUT/SP foi protagonista do inova-dor projeto CUT Cidadã, que levou às periferias das grandes cidades serviços sociais, cultura e consciência política. O projeto era dividido em quatro eixos temáticos: CUT Cidadã Mulher; CUT Cidadã rumo ao 1º de Maio; CUT Cidadã Crian-ça e CUT Cidadã Consciência Negra. Realizamos também grandiosos eventos no 1º de Maio, em que reunimos milhões de pessoas nas nossas atividades. Avançamos também, nesse período, na consolidação de espaços próprios de comu-nicação de massa. Colocamos nosso site no ar, reformulamos o nosso jornal e criamos a revista da CUT/SP, que se transformou na Revista do Brasil. A Secretaria da Mulher Trabalhadora foi consolidada, assim como os coletivos internos. Foi um período bem desafiador, precisávamos quebrar paradigmas e inovar. Conseguimos ainda realizar debates com prefeitos ao lançar-mos a Carta de Compromissos para as eleições 2004 e a Plataforma dos Trabalhadores para o Estado de São Paulo, em 2007. Acredito que fomos originais. Foi um período desafiador, mas de superação também”.

depoimento – edílson de paula Oliveira

Foto: Roberto Parizotti

Page 41: Congressos da CUT-SP

41Foto: Arquivo CEDOC CUT

Page 42: Congressos da CUT-SP

42Foto: Roberto Parizotti

Page 43: Congressos da CUT-SP

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11º CECUt – 2006

Combate à política neoliberal no Estado de SP e mobilização pela mudança da estrutura sindical brasileira estavam entre as resoluções aprovadas

O 11º Congresso Estadual da CUT São Paulo aconteceu em Santos, nos dias 10, 11, 12 e 13 de maio de 2006. Foram reunidos 900 de-legados/as de 330 sindicatos filiados dos setores público e privado, que representavam 3,5 milhões trabalhadores/as em todo o Estado de São Paulo.

A continuidade e o fortalecimento da participação na CMS (Coor-denação dos Movimentos Sociais) e a intensificação da luta para desmascarar as políticas nocivas dos 12 anos do governo PSDB/PFL no estado de São Paulo foram algumas das resoluções aprovadas pelos delegados do 11º CECUT.

Dentre outras importantes resoluções aprovadas estão: a mobiliza-ção pela mudança da estrutura sindical brasileira, em consonância com as bandeiras históricas; aprofundar a Campanha Salarial Uni-ficada (CSU), com a criação de mecanismos para que esse instru-mento de luta dos trabalhadores seja reforçado; a luta pela redução da jornada de trabalho sem redução dos salários; contra o absurdo aumento do número de trabalhadores que executam horas extras; e o combate a terceirização dos serviços públicos.

lU l A é r e e le i TO | 2 0 0 6

O presidente Lula conquistou seu segundo manda-to naquele ano, priorizando a aceleração do cres-cimento e a inclusão social entre as pautas de seu governo. A vitória, novamente expressiva com mais de 58 milhões de votos, representou não só uma conquista política, mas deixou clara a confiança do povo brasileiro nas mudanças sociais e econô-micas promovidas pelo presidente Lula.

Em dezembro do mesmo ano, aconteceu a 3ª Marcha Nacional do Salário Mínimo, que reuniu, mais uma vez, as sete centrais sindicais brasi-leiras - CUT, Força Sindical, CGTB, CGT, SDS, CAT e Nova Central – e foi realizada em Brasília. O reajuste alcançado foi de 8,57%, um valor bem acima da taxa de inflação, com o salário míni-mo passando para R$ 380,00 a partir de 1º de abril de 2007.

d i r e TO r i A

ExECUTIVA: Presidente: Edílson de Paula Oliveira – Químicos/SP; Vice- presidente: Sebastião Geraldo Cardozo – Bancários/Araraquara; Secretário Geral: Adi dos Santos Lima – Metalúrgicos ABC; Tesoureiro: Ariovaldo de Camargo- Apeoesp; 1º Tesoureiro: João Batista Gomes – Bancários/SP; Elisabeth Carlos da Motta- Municipais/São José; Secretário de Formação: Carlos Tadeu Vilanova; Secretário de Imprensa: Da-niel Reis- Bancários/SP; Secretária de Políticas Sociais: Lucinei Paes Lima; Secretário Política Sindical: Flávio de Souza Gomes - Sindsaúde; Secretária de Mulheres: Francisca Trajano dos Santos - Apeoesp.

SUPLENTES DA ExECUTIVA: Francisco de Assis Ferreira; Sebastião Geraldo Cardozo; Solange Aparecida Caetano.

DIREçãO ExECUTIVA: Aparecido Donizeti da Silva; Maria Izabel da Silva; Helifax Pinto de Souza; Sonia Auxi-liadora V. Silva; Milson Antunes Perreira; João Batista Gomes; Wilson Marques de Almeida.

SUPLENTES DA DIREçãO: Ramatis Jacino; Claudeonor Neves da Silva; Roberto B. Mateus Fouto; Cilene Maria Obici; Francisco Wagner Monteiro; Rogério Santa Rosa ; Eduardo Teixeira Alves; José Vicente F. Silva; Gerson Carlos Pereira; Ana Maria Machado Rapini; Paulo Eduardo Bellucci; Francisco José N. da Silva; Rubens Germano; Waldiney José Biz; Marcos Antonio Aleixo.

CONSELHO FISCAL: José Carlos Souza Ferreira; Waldir Tadeu David; Ana Cristina Chiacchio.Suplentes do Conselho Fiscal: Paulo José Nobre; Claúdio Gomes da Silva; Izídio de Britto Correa.

*Nesta gestão, Edílson de Paula oliveira licenciou-se para assumir o cargo de Secretário Municipal de Tra-balho e Renda da Cidade de Mauá. Sebastião Geraldo Cardozo assumiu a presidência em janeiro de 2009.

12 anoS dE GovErno PSdb/Pfl no EStado dE São PaUlo

Marcha das Mulheres e Fora Bush, em 2007 (Foto: Roberto Parizotti)

Page 44: Congressos da CUT-SP

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“Novo modelo de Desenvolvimento para São Paulo”

Sebastião Geraldo Cardozo assumiu a presidência da CUT/SP em janeiro de 2009 para conduzir o processo de transição da direção até a realização do 12º CECUT, quando foi eleito secretário-geral da CUT/SP, cargo que ocupa atualmente. Antes disso, Tião, como é conhecido, ocupou a presidência do Sindicato dos Bancários de Araraquara por duas vezes (1987-1990 e 1993-1996). Em seguida, ingressou na direção executiva da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (FETEC/CUT-SP) e, em 2001, tornou-se presidente da entidade, cargo que ocupou até 2009.

“O período em que assumi a presidência da CUT/SP foi com o objetivo principal de conduzir o processo de tran-sição da nova direção que assumiria, pois estávamos há mais ou menos quatro meses do Congresso. Vivíamos um momento em que o debate em torno do cenário de uma crise econômica recente e a eleição de Serra para o gover-no do Estado de São Paulo representava para o movimento sindical paulista um novo desafio. Portanto, precisávamos que toda a militância entendesse que seria necessário po-líticas permanentes de enfrentamento aos ataques con-servadores do PSDB, com uma política de Estado Mínimo, em que transfere todas as obrigações do Estado à inicia-

tiva privada. Tínhamos a clareza que era no Estado de São Paulo onde ainda se alojava o que de pior restou da política neoliberal. Há quase duas décadas, assistimos o desmon-te do Estado e a redução dos investimentos em educação, saúde, segurança, entre outros serviços essenciais à população. Naquele momento, debatíamos a transição da nova direção com o entendimento de que o novo período necessitava com que fossemos além das lutas trabalhistas. Precisávamos de um novo modelo de desenvolvimento para São Paulo, tanto que o tema do 12º CECUT foi: “Um novo modelo de Desenvolvimento para São Paulo”

depoimento – sebastião geraldo Cardozo

Foto: Dorival Elze

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45Foto: Dino Santos

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46Foto: Dorival Elze

Page 47: Congressos da CUT-SP

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12º CECUt – 2009

Combater a política de estado mínimo em SP foi uma das resoluções aprovadas

O 12º Congresso Estadual da CUT/SP foi realizado nos dias 20, 21, 22 e 23 de maio de 2009, no Hotel Fazenda Vale do Sol, em Serra Negra. Participaram 775 delegados/as de 124 entidades sindicais e 10 federações.

Nesse Congresso, discutiu-se a necessidade de acabar com a po-lítica de estado mínimo promovida pelo governo do PSDB/DEM no Estado, com a busca de um novo modelo de desenvolvimento para São Paulo.

Nesse sentido, aprovou-se como prioridade a intensificação da luta pela distribuição de renda, com a ampliação da rede de proteção social e do papel fomentador do Estado.

Aprovou-se também o combate ao desemprego, à informalidade e às terceirizações; a luta pelo desenvolvimento econômico e social; e a busca pela democratização dos espaços de poder através de mecanismos de controle social.

Nesse congresso, a CUT lançou sua primeira cartilha LGBT, concla-mando todos e todas para que cresça a luta por uma sociedade mais igualitária e menos discriminatória.

pA C e A C h e g A d A d A 1 ª m U lh e r à p r e s i d ê N C i A | 2 0 0 9 - 2 010

No cenário nacional, Lula dá continuidade ao pro-jeto de desenvolvimento do país com seu Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e também inicia os primeiros passos da indicação da en-tão ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como futura candidata à presidência da República. Em 2009, acontece também a 6ª edição da Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, organizada pela CUT e demais centrais sindicais. Foi a maior de todas realizadas desde 2003, levando a Brasília mais de 50 mil trabalhadores.

d i r e TO r i A

ExECUTIVA: Presidente: Adi dos Santos- Metalúrgicos/ABC; Vice-presidente: Carlos Ramiro de Castro - Apeoesp; Secretário Geral: Sebastião Geraldo Cardozo – Bancários/Araraquara; Tesoureiro: Renato Carvalho Zulato - Químicos/SP; Secretária de Formação: Telma A. Andrade Victor – Apeoesp; Secretá-ria da Mulher Trabalhadora: Sônia Auxiliadora V. Silva; Secretário de Imprensa e Comunicação: Daniel Santos Reis; Secretário de Relações de Trabalho: Rogério Giannini- Psicólogos/SP; Secretário de Política Sindical e Organização: Marcelo Renato Fiorio – Sinergia/Campinas; Secretária de Juventude: Luciana Chagas Geremias- Sindilimpeza/Baixada Santista; Secretário de Políticas Sociais: João Ba-tista Gomes - Municipais/SP; Secretário de Saúde do Trabalhador: Luiz Antonio Queiroz – Sindviários/SP; Secretário do Meio Ambiente: Aparecido Bispo – Trabalhadores Rurais/Andradina; Secretária de Combate ao Racismo: Rosana Aparecida da Silva- Afuse.

DIREçãO: Carlos Tadeu Vilanova - Sinsexpro; Francisca Trajano dos Santos - Sind. Costureiras/ABC; Cladeonor Neves da Silva - Constr. e Mob./ Diadema; Eduardo Teixeira Alves – Bancários/Guarulhos; Milson Antunes Pereira – Metalúrgicos/Taubaté; Roberto Barros Mateus Fouto – Bancários/Registro; José Tavares Gomes – Sindae/Campinas; Francisco Wagner Monteiro – SINERGIA; José Carlos de Paula – Alcool/Ipaussu; Gerson Carlos Pereira – Bancários/Jundiaí; Evanildo Amancio – Metalúrgicos/Sorocaba; Francisco José Nogueira da Silva – Settaport; Ana Maria Rapini Guilherme – Comerciários/Osasco; Solange Aparecida Benedeti Penha - Apeoesp; Katia Aparecida dos Santos – Sindsaúde; Clei-de Maria de Jesus de Almeida – Apeoesp; Luiz Henrique de Souza – Sinergia; Paulo Eduardo Bellucci Franco - Bancários Catanduva; Helena Lima – AFUSE; Marcelo da Silva Cavalheiro Mendes - Papel e Papelão/Mogi das Cruzes; Miriam Aparecida Silva – SINPEEM.

CONSELHO FISCAL: Epitácio Luiz Epaminondas – SINTAPI; Antonio Donizetti da Silva - Bancários Cam-pinas; Lilian Mary Parise – Jornalistas/SP.

SUPLENTES CONSELHO FISCAL: Jandyra Massue Uehara Alves - Municipais Diadema; Edmar da Silva Feliciano - Energia Elétrica/Presidente Prudente; Luiz Carlos da Silva Alves - Oposição Condutores/SP.

Em bUSCa dE Um novo modElo dE dESEnvolvimEnto Para São PaUlo

CUT Cidadã Nordestinos, realizado na zona leste de São Paulo (Foto: Roberto Parizotti)

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“Queremos São Paulo Maior”

Adi dos Santos Lima, metalúrgico, foi eleito presidente para a gestão 2009-2012 no 12º CECUT. Ele destaca como pontos prioritários do período as lutas contra a redução salarial e flexibilização de direitos, além da busca por um novo modelo de gestão para o estado de SP que contemple serviços básicos e dê voz à sociedade. Elenca ainda iniciativas nas áreas de cultura e comunicação, criação de novas secretarias na CUT/SP e eventos como os CUT Cidadã e Primeiro de Maio. Leia mais no relato abaixo.

“A CUT é uma central sindical dinâmica, acompanha a conjuntura política, econômica, social, e se atualiza. 2009 foi um período em que o Brasil estava discutindo a crise mundial iniciada em 2008, e a CUT, responsavelmente, se posicionou contrária ao que alguns empresários e centrais sindicais queriam: reduzir salários e flexibilizar direitos. O congresso de 2009 aprovou, como lema, Um novo modelo de Desenvolvimento para São Paulo, em função do des-monte que o estado de SP sofre nos últimos anos: a dimi-nuição do papel do Estado, a redução da responsabilidade no que tange à educação, saúde, segurança, e a entrega do único banco público para a iniciativa privada. Debate-mos outro modelo de Estado, no qual a sociedade pudes-se ter voz, participação, políticas públicas; elaboração de propostas para melhorar a qualidade de vida. Mas, infe-lizmente, o projeto de Estado mínimo continua na agenda do estado de SP. O 12º congresso tirou como resolução o fortalecimento da relação com entidades sociais, a luta no campo, a organização dos trabalhadores nos sindica-tos; uma política permanente de crescimento da CUT-SP e a criação de mais quatro secretarias para elaboração

de políticas nas questões da juventude, de combate ao racismo, da saúde e das relações de trabalho. Foi um avanço ter criado estas secretarias porque tivemos a oportunidade de elaborar políticas e com isso ampliamos o debate, passando pelos locais de trabalho e chegando às ruas. As atividades que deno-minamos ´CUT Cidadã´ também dialogaram com a população que não está vinculada ao movimento sindical. Tivemos ainda a ousa-dia de mudar o formato do Primeiro de Maio, dando (ao evento) um caráter internacional. Na comunicação expandimos a interlocução com a sociedade com a Rede Brasil Atual, nos relacionando com as redes sociais e re-forçando nossa posição sobre a democratiza-ção dos meios de comunicação. Na cultura avançamos ao criar o coletivo, pois fizemos parcerias que resultaram na criação de gru-pos de teatro. E continuamos as lutas perma-nentes, como a cobrança pela transparência no uso do dinheiro público, nos posicionando como uma central sindical que luta, organiza, mobiliza, mas, também, propõe.

Aumentamos o empenho nas questões mais gerais, como política industrial, tema do mo-mento, com a presença da CUT/SP em atos públicos, negociações com o governo, empre-sários, em busca da geração e melhoria da qualidade do emprego. Um desafio, para os próximos três anos é tornar realidade esse novo modelo de gestão para SP. Outro, bus-car a interlocução com a sociedade para im-plementar o Plano São Paulo Maior, pois SP não pode continuar diminuindo de tamanho,

depoimento – Adi dos santos lima

Foto: Dino Santos

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seja na educação, saúde, segurança, moradia... enfim, na vida das pessoas. Queremos São Paulo maior para pro-duzir políticas que melhorem a vida dos trabalhadores e trabalhadoras”.

Ato em frente a Assembleia Legislativa pedia pela abertura da CPI das vendas das emendas parlamentares (Foto: Roberto Parizotti)

Assembleia da Classe Trabalhadora, realizada no estádio do Pacaembu (Foto: Dino Santos)

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Foto: Arquivo SMABC

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Edição Especial

CONGRESSOS DA

CUT-SP

EDIÇÃO 2012

28 ANOS DE ORGANIZAÇÃO, LU TA S E C O N Q U I S TA S

CUT/SP DESDE 1984

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