Conheça a modalidade Slalom de patins, um (p. 12) …...Para menores de 18 anos, a puni-ção pode...

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JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINTER ANO IV – NÚMERO 20 – CURITIBA, JUNHO DE 2012 Outro olhar sobre as lentes Mais do que proteger a visão, os óculos podem melhorar a aparência (p. 7) Zigue-zague com patins Conheça a modalidade Slalom de patins, um esporte cheio de manobras e movimentos (p. 12) Um ideal que não morre O pensamento anarquista permanece entre jovens e ganha espaço para discussão (p. 6) Foto: Janile Ramos Foto: Keity Marques Foto: Déborah Abrahão Entre tantos problemas no trânsito curitibano, especialistas sugerem alternativas para melhorar a modilidade urbana (p. 8 e 9) Sinal vermelho para a mobilidade Foto: Claudia Bilobran

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Jornal-laboratório do curso de Jornalismo do centro universitário uninter – ano iv – número 20 – curitiba, Junho de 2012

Outro olhar sobre as lentesMais do que proteger a visão, os óculos podem melhorar a aparência (p. 7)

Zigue-zague com patinsConheça a modalidade Slalom de patins, um esporte cheio de manobras e movimentos (p. 12)

Um ideal que não morreO pensamento anarquista permanece entre jovens e ganha espaço para discussão (p. 6)

Foto: Janile Ramos

Foto: Keity Marques

Foto: Déborah Abrahão

Entre tantos problemas no

trânsito curitibano, especialistas

sugerem alternativas para melhorar a

modilidade urbana (p. 8 e 9)

Sinal vermelhopara a mobilidade

Foto: Claudia Bilobran

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Número 20 – Junho de 20122 MARCO ZERO

Recentemente, foi divulgado na mídia o caso da artista Carolina Dieckman, que

teve várias fotos suas roubadas de seu computador e postadas em si-tes de pornografia e divulgadas em redes sociais. A história teve gran-de repercussão, pois a atriz sofreu chantagem dos hackers antes de as fotos serem liberadas na internet.

A situação chamou a atenção pela fragilidade na privacidade das contas de e-mails e redes sociais. Todos esses meios de comunica-ção utilizam senha para acesso, mas nesse caso foi possível veri-ficar a falha nos sistemas de segu-rança, um vez que o ladrão con-seguiu acessar uma conta e furtar arquivos e dados. Especificamente nessa situação, a polícia conseguiu localizar os envolvidos, mas não é tão simples assim, afinal, esse tipo de invasão ocorre todos os dias, e a solução não é imediata.

E-mails enviados a terceiros ou sites com conteúdo ofensivo configuram crime, e, de acordo com a legislação atual, os servido-res desses meios de comunicação não podem ser responsabilizados criminalmente pelo conteúdo dos sites que hospedam. Em caso de conteúdo ofensivo em sites ou redes sociais, a vítima pode for-mular um pedido para retirada de conteúdo.

Esses crimes virtuais podem ser enquadrados no Código Penal Brasileiro, e os infratores estão sujeitos às penas previstas na Lei, podendo ser punidos com o paga-mento de indenização ou prisão. Para menores de 18 anos, a puni-ção pode ser prestação de serviços à comunidade ou até internação em uma instituição.

Os delitos mais comuns pra-ticados no meio eletrônico são ameaça, difamação, injúria e ca-

lúnia, discriminação, estelionato e falsa identidade e aumentam geometricamente com a universa-lização da internet. Neste ano, foi aprovado no plenário da Câmara dos Deputados o projeto de Lei 2.793/11, que criminaliza o uso in-devido da internet.

Para muitos, a internet ain-da é tida como um território livre, sem lei e sem punição, onde tudo pode ser feito sem que haja con-sequências. Mas a realidade está mudando, e, hoje, a polícia vem coibindo a sensação de impunida-de que ocorre no ambiente virtual, combatendo a criminalidade ci-bernética com a aplicação do Có-digo Penal, do Código Civil e de legislações específicas e punindo internautas, crakers e hackers que utilizam a rede mundial de compu-tadores como instrumento para a

prática de crimes.Mas é necessário que os

usuários fiquem mais atentos e cuidem com o tipo de arquivos e dados que disponibilizam no am-biente virtual para evitar futuros problemas e constrangimentos, pois já se tornou rotineiro invadir a privacidade das pessoas com o objetivo de obter algum fato ou ato que as possa constranger.

Devemos considerar que o mundo virtual possui muito mais perigos do que nós, usuários, ima-ginamos, e por isso alguns cuida-dos básicos são necessários.

Quem sofrer algum crime virtual deve entrar em contato com a Polícia Civil do Paraná, na Rua José Loureiro, 540, Centro, ou pelo telefone 3883-8100, ou ainda enviar mensagem para o e-mail [email protected].

OPINIÃO

Ao LeitorNeste mês, o Marco Zero dis-

cute a mobilidade urbana em Curi-tiba. Quais os principais problemas envolvendo o trânsito? Quais as consequências e as possíveis alter-nativas para combatê-los?

Conheça também a mobilidade de patins chamada Slalom, cheia de movimentos e acrobacias.

Há ainda uma entrevista com a atriz global Rita Êlmor, sobre sua carreira e a produção do monólogo PAI. Veja também como os óculos podem servir de acessório de beleza e não apenas ajudar na visão.

Na editoria de Cultura, leia uma resenha da nova série Smash, que conta os bastidores da Broa-dway. E, por fim, emocione-se com o ensaio fotográfico sobre o melhor amigo do homem e sua condição nas ruas da capital paranaense.

O Marco Zero traz informação comprometida com a qualidade. Te-nha uma ótima leitura!

Claudia Bilobran

ExpedienteO jornal Marco Zero é uma publicação feita pelos alunos do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Uninter

Coordenador do Curso de Jornalismo: Tomás Barreiros

Professores responsáveis:Roberto Nicolato e Tomás Barreiros

O jornal Marco Zero foi premiado como melhor jornal-laboratório do Paraná no 16º Prêmio Sangue Novo, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná.

Edição•Eduardo Pampuch•Kellen Ribeiro•Mahara de Souza•Rafael Giuanusi•Willian Gomes

Diagramação•Aryadne Ronqui•Clarissa Brandolff•Leonardo Akira•Marcela Panek•Natanael Chimendes•Paula Vilas Boas

Projeto gráfico: Matias Peruyera

FacinterRua do Rosário, 147CEP 80010-110 – Curitiba-PRE-mail [email protected] e 2102-7954.

Quais as melhorias de que o centro de Curitiba precisa?

“Precisa de melhorias principal-mente nas ruas mais antigas, que mostram a história da cidade. As calçadas deveriam ser mais conservadas. Os pedestres sentem dificuldades em andar por causas das pedras soltas.” Nilson Carlos de Souza,49 anos, porteiro

“Precisa de mais segu-rança. On-tem mesmo eu vi numa reportagem na TV que os alunos do colégio Estadual estão sendo assaltados nas imediações da escola”Luiz Augusto Cavali,21 anos, estudante dePublicidade e Propaganda

“Precisa de melhorias, tanto no transporte urbano como na segurança. Outro dia, saí da aula por volta de meio-dia e presenciei uma briga de gangues. E demo-rou a aparecer um policial. Ninguém ousou intervir na briga por medo dos outros integrantes das gangues”Samanta Talita Piege,17 anos, estudante deJornalismo

Sem limites para o crime virtualO mundo virtual possui muito mais perigos do que imaginamos, e nossa falta de cuidado pode trazer constrangimentos

Carolina Dieckman teve fotos íntimas divulgadas na internet

Mahara de Souza

Foto: Divulgação

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Número 20 – Junho de 2012 3MARCO ZERO

Faltam sanitários públicos em Curitiba

Quem é que nunca preci-sou usar um banheiro no Centro de Curitiba en-

quanto fazia compras, passeava ou estava em algum outro com-promisso? Pois é, mas fica difícil quando se percebe que não exis-tem banheiros públicos na região central da cidade. Os poucos sa-nitários que existem em Curitiba estão na Rua da Cidadania da Pra-ça Rui Barbosa e na Praça Osó-rio, administrados pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Curitiba (Smel), e onde ainda quem os utiliza precisa pagar R$ 0,50. Fora isso, é preciso procurar um comércio próximo, o que nem sempre é possível.

Segundo informações do setor de Gerência de Praças da Pre-feitura de Curitiba, os banheiros públicos que haviam na cidade foram desativados porque o nú-mero de praceiros responsáveis pela limpeza e manutenção dos locais não era suficiente. Ainda conforme essas informações, não há uma data prevista para que os outros banheiros públicos da ci-dade, que se encontram fechados, voltem a funcionar, pois não há estrutura suficiente para atender à população.

A universitária Juliane Moreira relata que já precisou utilizar um

banheiro enquanto estava no Cen-tro e não teve outra alternativa se não procurar um estabelecimento comercial e pedir para utilizar o banheiro, já que não são todos os comércios que possuem sanitários disponíveis para os clientes. “Não me importa ter que pagar R$ 0,25 ou R$ 0,50 para utilizar o banhei-ro, desde que esteja limpo e em boas condições”, relata Juliane.

Ainda conforme o setor de Gerências e Praças da Prefeitura, o número de praceiros que de-veriam fazer a manutenção dos banheiros da cidade é pequeno e, além dessa função, eles também cuidam da limpeza das praças no entorno, entre outras funções exercidas por elas, o que os acaba sobrecarregando.

“Eu já precisei usar um ba-nheiro enquanto estava na rua com minha filha pequena, mas simplesmente não encontrei. Se para nós, que somos adultos, já é complicado quando precisamos e não temos onde ir, imagine então quando estamos com uma crian-ça”, diz Nilza Oliveira, dona de casa e moradora de Curitiba.

Alguns estabelecimentos co-merciais, como lanchonetes, lojas e supermercados têm banheiros disponíveis para a clientela, mas não são todos. Alguns até ofere-cem o serviço, mas cobram por isso. Seja no Centro ou em al-gum outro bairro da cidade, pagar torna-se a única opção para quem precisa ir ao banheiro às pressas.

Na Praça Osório, usar o banheiro público custa cinquenta centavos

Ligia Santos

Mudar do país onde nas-ceu para morar em um desconhecido é uma

decisão um tanto desafiadora, por causa dos costumes, família, amigos e os laços que são cria-dos onde se vive. Mas é isso que muitos estrangeiros estão fazen-do ao escolherem o Brasil como nova morada.

Ainda no Japão, Kumiko Abe se casou com um brasileiro. Para se adaptar e aprender o idio-ma, fez faculdade de Língua Por-tuguesa. “Faz três anos que moro aqui, já falo e compreendo mui-to bem o que as pessoas conver-sam”, diz. Ela afirma desejar que os filhos também conheçam a cul-tura do Japão. “Gosto do Brasil. Aqui, consigo viver com os meus três filhos como se estivesse no Japão. Eles assistem desenhos de lá, nos alimentamos da culinária japonesa, me adaptei fácil aqui”.

Kumiko faz parte dos mi-lhares de imigrantes que vieram do Japão para o Brasil. De acordo

com o censo do IBGE, o núme-ro de imigrantes cresceu 86,7% nos últimos dez anos. São Paulo, Paraná e Minas Gerais, juntos, receberam mais da metade dos imigrantes. Os principais países de origem dos imigrantes, segun-do o levantamento do IBGE, são Estados Unidos (51.933), Japão (41.417), Paraguai (24.666), Por-tugal (21.376) e Bolívia (15.753).

João Carlos Rodrigues veio de Portugal para o Brasil pelo mesmo motivo que Kumiko. Ele conheceu Márcia Rodrigues. Há dois anos no país, eles monta-ram um negócio. “Aproveitei a oportunidade para pôr em prática meus dotes culinários. Abrimos um delivery de pratos com baca-lhau. Nosso diferencial é que o produto vem direto de Portugal”, conta Rodrigues.

Um país cujos imigrantes ainda não aparecem significati-vamente no censo, mas que tem pessoas vindo para o Brasil, é o Haiti. Os hatitianos fugiram das consequências dos recentes ter-remotos. Desde o início do ano, entram pelo Acre e se espalham pelo país. Eles atuam na indús-tria, na construção e nos servi-

ços domésticos. Uma família curitibana contratou cozinheira, motorista e babá haitianos. A empresária Fernanda Crisostomo foi atrás das autoridades do Acre e conseguiu a indicação dos três empregados.

Eles estão em Curitiba há dois meses, morando na cháca-ra da família que os contratou. “Estou satisfeita com os serviços prestados pela babá, com quem minhas três crianças estão até aprendendo francês; com a co-mida preparada pela cozinheira, que no Haiti era cabeleireira; e com a agilidade do Sergen Mar-cellus, que está melhorando seu português antes de começar a di-rigir pelas ruas de Curitiba”.

Quem os encaminhou para a família de Fernanda foi a Se-cretaria de Justiça e Direitos Hu-manos do Acre, que intermediou empregos para outros 70 haitia-nos no Paraná e mais de 2,3 mil em todo o Brasil. Todos os re-fugiados fizeram CPF e carteira de trabalho antes de serem enca-minhados para emprego. Os três que estão nada casa de Fernanda foram contratados de acordo com as normas da CLT brasileira.

Imigrantes escolhem Curitiba para viver

CIDADANIA

Kumiko Abe veio para o Brasil com o fotógrafo Itamar Crispim. Aqui estão constituindo uma família

Janiele Delquiqui

Foto: Itamar Crispim

Foto: Ligia Santos

Pesquisa do Censo mostra que onúmero de imigrantes no Brasil cresceu 86,7% em dez anos

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Número 20 – Junho de 20124 MARCO ZERO

O “PAI” de Rita ÊlmorAtriz global leva ao palco monólogo intrigante de Cristina Mutarelli

PERFIL

Quem não se lembra da marcante Anete, a chefe maluca de Vladimir Bri-

chta (“Separação”) ou da Venetta a bêbada (“Macho man”), ambas personagens criadas para os di-vertidos seriados da Rede Globo? Agora, Rita Êlmor, a atriz multi-facetada, sobe ao palco para inter-pretar Alzira Pontes Pastore, uma mulher irônica criada em uma fa-mília chefiada por um pai tirano. Ela está cansada de lidar com suas maldades, então, decide acertar as contas com o progenitor. Com di-reção de Cristina Elias e Rita Êl-mor, “PAI” é um monólogo-carta de Cristina Mutarelli direcionado à figura paterna. De forma intri-gante, a peça deixa o espectador confuso sobre até que ponto Alzi-ra criou para si toda uma história para explicar seus problemas.

A atriz Rita Êlmor e a core-ógrafa Cristina Elias procuraram reconstruir os conflitos e paixões que marcaram a viagem da prota-gonista à casa do pai. O monólo-go de Cristina Mutarelli retrata a relação pai e filha, que ao longo da peça compartilha seus medos e desejos mais secretos.

Aos 77 anos, o saudoso ator Paulo Autran assistiu casualmente a uma leitura do monólogo “PAI” e foi arrebatado pelo texto. Ele decidiu então participar da mon-tagem da peça em São Paulo, em 1999, dirigindo a atriz Bete Coe-lho, que se aventurava em seu pri-meiro monólogo. No ano 2000, a peça foi levada para a Itália. “Tive o prazer de assistir à montagem paulista e fiquei impactada. Tam-bém caí de paixão e senti muita vontade de falar aquele texto ao público carioca. O projeto nunca saiu da minha cabeça”, conta Rita.

Em 2010, a vida se encarregou de aproximar Rita Êlmor da autora Cristina Mutarelli, e, quando ela e Cristina atuaram no seriado “Sepa-ração”, exibido pela Rede Globo, teve a certeza de que o projeto se-ria realizado. Treze anos depois da primeira montagem, o espetáculo “PAI“ chega finalmente a um palco carioca. “Para realizar esse desejo

antigo, contei com a parceria funda-mental de Cristina Elias, que assina comigo a direção da peça e cuida da direção de movimento, tudo sob a supervisão de Cristina Mutarelli. Esta montagem é também fruto do envolvimento apaixonado de mui-tas pessoas e conta com o apoio do Midrash Centro Cultural e do Espa-ço Rampa”, conta Rita.

Em entrevista concedida ao Marco Zero, Rita Êlmor responde a algumas perguntas sobre carreira sua e o espetáculo.

Como é atuar para televisão? Enquanto no teatro temos me-

ses para testar várias possibilidades de construção de personagem, na televisão temos que ser objetivos. Adoro esse exercício. Ele nos dei-xa no presente o tempo todo. Te-mos que chegar com o texto bem decorado e com alguma proposta de interpretação. Ao mesmo tem-po, eu diria que a palavra chave para uma boa atuação na TV é o desapego às idéias que trazemos de casa. Dependemos muito do olhar do diretor, que é o olho da câmera

e do público. Com as marcas devi-damente respeitadas, o improviso é nosso grande aliado na hora de fa-lar o texto. O improviso traz frescor e verdade para a personagem.

Como você constrói suas

personagens?Começo me perguntando:

Quem é essa pessoa? O que di-zem dela? Ela gosta de quem? De quem ela não gosta? Quem a faz rir? Ela ri do quê? Onde ela é bur-ra? Onde ela é inteligente? O que a faz chorar? Como ela é vista pelos

amigos? Como ela é vista pela fa-mília? Quem eu conheço que tem características parecidas? Depois de montar esse quebra-cabeça, me sinto íntima dessa pessoa que brin-co de ser e me solto ao acaso da cena. Entro no jogo com os outros atores. Essa é a melhor parte.

Houve dificuldades para

produzir “PAI”?Estava com tanta vontade de

montar esse texto que não aguen-tei esperar o tempo necessário para conseguir um patrocínio. Fi-quei ansiosa e resolvi fazer a peça sem patrocínio, com meu dinheiro. Senti vontade de dar a mim e ao público carioca essa peça de pre-sente. A maior dificuldade é con-seguir divulgar a peça sem colocar anúncios no jornal. Mas eu sabia que seria assim e resolvi, assim mesmo, fazer o espetáculo. Então, todos os dias, quando acordo, me pergunto: o que eu posso fazer hoje para divulgar a minha peça? E aos poucos estou conseguindo, está tendo um bom boca a boca, e aos poucos estou ficando feliz de

ser ansiosa e de não ter esperado para fazer com patrocínio.

Como você define o teatro

brasileiro de hoje?Essa pergunta é muito di-

fícil, porque o Brasil é enorme. Provavelmente, há movimentos teatrais interessantíssimos aconte-cendo pelo Brasil adentro que eu desconheço. O panorama teatral carioca está me animando muito. Atualmente, temos várias peças interessantes em cartaz, com muita diversidade, e é claro que a comé-dia é a marca do Rio de Janeiro. As comédias ganham mais destaque na nossa cidade, e acho que isso tem a ver com o clima de praia. Os cariocas são leves. A violência está comendo solta, e a galera está tomando chope na beira da praia, dando risadas. Esse é o melhor e o pior lado do carioca, e o gosto teatral reflete essa atitude.

Há muitos incentivos financei-ros para grupos e projetos teatrais. Não podemos reclamar de falta de patrocínio. O nosso maior problema é a falta de teatro para tantas peças que ficam em cartaz um mês. E de-pois o projeto acaba morrendo por não ter espaço para permanecer e, aos poucos, formar plateia. Dispu-tamos a tapas algum espaço para divulgar nossas peças. Mas o Rio de Janeiro continua lindo.

Pretende levar a peça a ou-

tros palcos brasileiros? Curiti-ba, por exemplo?

Quero levar para o Festival de Curitiba. Gostaria de apresentar essa peça em vários palcos brasi-leiros. Vou tentar. Se me quiserem, eu também quero.

Após a temporada, o que

pretende fazer?Acabei de estrear a peça e sei

que para ela ter uma vida longa precisarei trabalhar todos os dias na produção e na divulgação. Não consigo pensar no depois. O agora já está me consumindo muito. É como estar com o namorado que amamos, não dá para pensar no pró-ximo. Em outubro, estreia um filme que gostei muito de fazer, com ro-teiro de Paulo Cursino e direção de Roberto Santucci, “Até que a sorte nos separe”... E como diria Shakes-peare: “O resto é silêncio”.

David D’Visant

Rita Êlmor com a autora da peça, Cristina Mutarelli: aproximação que começou em 2010

Estava com tanta vontade de montar esse texto que não aguentei esperar o tempo necessário para conseguir um patrocínio

Fotos: Divulgação

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Número 20 – Junho de 2012 5MARCO ZERO

N atural de Curitiba e a se-gunda de quatro irmãos, a apresentadora Valquíria

Melnik, de 37 anos, conta nesta entrevista ao jornal Marco Zero que teve uma infância como qual-quer criança. Ela gostava de jogar bola, subir em árvores, brincar de esconde-esconde na rua, no meio do mato e, por incrível que pareça, nunca brincou de desfilar e nem pensava em ser modelo. Somen-te na adolescência, com seus 14 anos, começou a pensar no assun-to, devido a um convite que rece-beu para ser fotografada enquanto passeava num parque. “Acreditei e fui atrás, com o apoio de meus pais”, conta Valquíria.

Ela não enfrentou nenhuma situação difícil em sua trajetória como modelo e diz que o segredo está em trabalhar com agências boas, com gente séria. Fez muitos comerciais e lembrou teve muitos convites para falar em vídeos: não só para expor seu rosto, mas para falar sobre o produto ou sobre o serviço, e logo foi desenvolven-do a habilidade de se comunicar frente às câmeras. Motivo pelo qual recebeu, aos 19 anos, o con-vite para fazer um teste. Logo co-meçou a apresentar o programa “Cine News” (sobre novidades do cinema), na CNT. Na época, ela não era jornalista, estava cursan-do Administração de Empresas. Trabalhou muito tempo na CNT e aproximadamente seis anos na TV Educativa. Está há um ano e meio na RIC TV, como apresen-tadora do programa “Ver Mais”, que vai ao ar de segunda a sexta das 14h às 14h30.

Faz 18 anos que Valquíria ingressou na televisão e sempre contou com o apoio da família. “Esse apoio é muito importante, e eu sempre tive”, conta. Diz que o pai sempre a ajudou em tudo; depois, a ajuda veio do ortodon-tista Silvio Luís Dalagnol, com quem é casada e tem uma filha de nove anos. “O Silvio sempre me apoiou, é muito companheiro, ad-mira meu trabalho. Éramos noi-vos quando estava concorrendo

ao Miss Brasil, e ele foi até a Áfri-ca do Sul só para eu não desistir dele”, relata. Quando questionada se a filha quer seguir a carreira da mãe, Valquíria responde que “de jeito nenhum” e que ela tem pa-vor (risos). “TV para ela, só para assistir”, decreta.

O título de Miss Brasil em 1994 a ajudou muito, mas não foi o que a levou para a televisão, pois quando recebeu o título já estava há um ano na CNT. Mas, como consequência, vieram ou-tros trabalhos e reconhecimento.

Em relação ao programa “Ver Mais”, Valquíria diz que se sente realizada, ama o que faz, adora o programa, por ser o con-teúdo que gosta de fazer, pois, se-gundo ela, é um conteúdo que não trata de morte nem de desgraças. O público que se identifica com o “Ver Mais” é um público de bem com a vida, sustenta. Ela gosta do retorno dos telespectadores, que são muito carinhosos. Diz que a interação com eles nas redes so-ciais e por cartas é gratificante. “É um programa onde eu posso ser eu”, declara.

Ela conta que fez jornalis-mo durante muito tempo, em te-lejornais e debates, nos quais não podia ser ela, não era a Valquíria, porque tinha que manter a impar-cialidade, não podia emitir sua opinião em muitas coisas. Já no “Ver Mais”, trata muito do dia a dia da mulher que tem filho, que trabalha fora, da mulher que quer ficar bonita, que quer buscar uma colocação no emprego. Por isso, identifica-se com essa realidade que faz parte da vida de muitas mulheres. No seu programa, pode ser ela mesma, rindo na hora que quiser, algo que adora.

Sobre sua fama, alega que não liga para a questão, faz seu trabalho e quer que conheçam a pessoa Valquíria e não a Val-quíria apresentadora. Ela conta que, após o convite no parque, não tinha noção de todos esses acontecimentos em sua vida e os define como muita sorte e resultado de muito trabalho e dedicação. “A coisa flui quando você faz o que gosta”, destaca. Ela afirma ainda que, se alguém tem um objetivo a seguir, tem determinação, vontade de fa-

zer e gosta do que faz, nenhu-ma barreira pode derrubar.

Recordando sua trajetória, Valquíria garante que não muda-ria nada em sua vida, pois tudo fluiu naturalmente, tudo deu muito certo. Não se arrepende absolutamente de nada, nem de ter trocado seu primeiro curso de Administração de Empresas pelo Jornalismo, pois acredita que a televisão é o seu dom.

A apresentadora relata que, quando pensa em reclamar de

alguma coisa, sempre procura olhar para trás e para os lados. Para trás, para ver tudo o que já conquistou e para os lados, para ver as dificuldades alheias e as-sim perceber que não tem moti-vos para murmurar.

Quando fala sobre o futuro, Valquíria afirma: “A gente nunca quer parar. Me sinto realizada, mas vou continuar estudando, me aprimorando. Quero pelo menos manter isso tudo por muito tem-po, que é o que amo fazer...”

Maria Luiza Okoinski

Modelo, miss, repórter A apresentadora de televisão Valquíria Melnik sente-se realizada em sua trajetória

Valquíria Melnik, apresentadora do programa “Ver Mais”, na RIC TV A gente nunca quer parar. Me sinto realizada, mas vou continuar estudando, me aprimorando

Foto: Maria Luiza Okoinski

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Número 20 – Junho de 20126 MARCO ZERO

Uma herança da CecíliaA ideologia anarquista ainda encontra espaço nas mentes jovens. Curitiba tem um Núcleo Anarquista

Luana caminha pelo centro de Curitiba. Leva na bolsa mate-rial para as diversas reuniões

de movimentos sociais dos quais participa, alguns ativamente, ou-tros como observadora.

Jovem (ela tem 23 anos), for-mada no magistério, nascida e criada em Curitiba, seu cotidiano e sua realidade diferem em tudo das jovens italianas que desem-barcaram por aqui buscando no-vos horizontes na experiência da colônia criada nos arredores da cidade de Palmeira, a 80 km da capital. Entretanto, assim como alguns fundadores da colônia, ela é anarquista.

Sonhadores, desbravadores ou apenas insensatos para alguns, os italianos que chegaram nestas terras de pinhão em busca de um novo modo de organização social marcaram para sempre a história do Paraná e, apesar do pouco tem-po de existência, de 1890 a 1894, a Colônia Cecília é quentemente matéria-prima para a produção cultural do estado.

O programa Revista RPC

transformou a história dos anar-quistas da Colônia Cecília em uma minissérie de quatro capítu-los que foi ao ar em abril, mos-trando o dia a dia, as dificuldades, paixões edesavenças que acaba-ram levando a experiência ao fra-casso. Porém, mais de 100 anos depois, entre avanços na ciência, globalização e crise econômica, os ideais anarquistas ainda en-contram espaço no modo de pen-sar dos jovens do século 21.

Para Luana, vivemos hoje em uma ditadura aperfeiçoada, sutil para algumas pessoas, por isso

mesmo perigosa, como a do con-sumismo exagerado, abuso de po-der e preconceito. Ela defende que as bases do pensamento anarquis-ta, como apoio mútuo, apartidaris-mo, horizontalidade e autonomia, podem ser praticadas na sociedade urbana e tecnológica de 2012 em qualquer meio, principalmente a partir de movimentos sociais, as-sociações de bairro ou clubes de mães, por exemplo.

“Ser anarquista na sociedade de hoje, para mim, é de alguma forma levar esse ideal pra frente, mesmo que em condições con-

flitantes ou contraditórias, ainda que demore minutos ou milhares de anos para desabrochar em uma única atitude. Importa mais revo-lucionar em atitudes cotidianas sempre,” diz a estudante.

Vegetariana, Luana costuma reciclar frutas e verduras que ganha em frutarias e comércios. Suas roupas não seguem a moda e não são compradas em lojas. Vinda da classe média, ela vê em atitudes como essa um modo de praticar o anarquismo, uma vez que evita ao máximo consumir e fazer uso do dinheiro.

COMPORTAMENTO

Déborah Abrahão

O Núcleo Anarquista de Curitiba publica o jornal Rebate

Um ideal

encenado O breve episódio da Colônia

Cecília, uma experiência anar-quista em Palmeira no século XIX, apesar de não ser muito lembrado pelos livros de histó-ria, é até hoje um material rico para as produções artísticas. A minissérie apresentada pelo programa Revista RPC não foi a primeira a retratar esse fato.

NovelaCom direção de Hugo

Barreto, a minissérie “Colô-nia Cecília” foi exibida pela TV Bandeirantes em 1989, com Paulo Betti no papel do anarquista, Giovani Rossi.

TeatroEm “Colônia Cecília, um

pouco de ideal e polenta”, foi a vez de Renata Paloti contar através de poemas dramáticos feitos para o teatro e lançados também em livro. A peça foi encenada em 1984 pelo Teatro de Comédia do Paraná, com a direção de Ademar Guerra.

CinemaNo cinema, há o filme “O

Pão Negro – Um episódio da Colônia Cecília” (1993), do diretor Valêncio Xavier, e a produção franco-italiana “A Cecília (história de uma comu-nidade anarquista)”, de 1975.

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Número 20 – Junho de 2012 7MARCO ZERO

Quando o norte-americano Benjamin Franklin criou as lentes bifocais, em

1785, não imaginava que os ócu-los, que antes eram objetos de necessidade para quem tinha difi-culdade de enxergar, passariam a fazer parte dos acessórios estéticos da atualidade.

Atualmente, com armações grandes, pequenas, quadradas, ovais, retangulares e de diversas cores, fica cada vez mais comple-xo escolher o modelo ideal para compor o formato do rosto.

Para a bióloga Maria Mada-lena Okoinski, por exemplo, que começou a usar óculos desde os 18 anos, o utensílio não passa de uma ferramenta para auxiliar a vi-são, e usá-los no cotidiano é uma questão de costume e não de gosto. “Não gosto de usar. Na verdade, me acostumei a isso. As imagens se tornam mais nítidas com eles, então, acaba ficando mais agradá-vel estar com óculos do que sem”, afirma a bióloga. Entretanto, sem-pre que há a necessidade de trocá--los, Maria opta por uma armação nova. “Cada vez que o grau dos meus óculos muda, mudo também o modelo. Não tenho armações pré-definidas. Escolho, provo e compro”, declara.

Mas o acessório pode ter outras funções. O comerciante Emerson dos Santos, que sempre quis usar óculos, nunca precisou, mas já cogitou a possibilidade de usá-los somente para ficar com um ar mais intelectual. “Se eu pudesse, usaria constantemente. Acho bacana, além de transmitir mais serieda-de”, justifica.

Santos conta que tem medo de adquirir algum problema mais grave usando óculos sem precisar: “Apesar de achar muito bonito, te-

nho medo de ficar com algum pro-blema muito grave e depois sofrer por uma bobeira”.

De acordo com o oftalmologis-ta João Carlos Demeterco, existe uma grande preocupação sobre a aquisição do acessório sem recei-ta. “Um problema comum é achar

que os óculos estão ajudando a melhorar a visão, mas ocorrer o contrário. Eles alimentam doenças visuais silenciosas como o glauco-ma”, alerta.

Para ele, é obrigatório seguir a receita médica para usar o grau da lente indicado. Em relação à arma-ção, cabe ao usuário decidir qual se adapta mais ao rosto - e ao bol-so também, contando que hoje em dia há muitas variedades, explica o médico. Demeterco faz mais uma advertência: “É bom ficar alerta com esses óculos de camelô e não comprar somente pelo lado estéti-co, pois a pessoa pode ter graves problemas visuais usando óculos inadequados”.

COMPORTAMENTO

Keity Marques Infográfico:Rafael Giuvanusi

Um olhar atravésdas lentes corretivas

Mais do que proteger e auxiliar a visão, os óculos também podemser utilizados como acessórios para deixar o rosto mais bonito

Maria Madalena Koinski com seus modelos de óculos de grau e de sol

Se eu pudesse, usaria constantemente. Acho bacana, além de transmitir mais seriedade

Foto: Keity Marques

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Número 20 – Junho de 20128 MARCO ZERO

ESPECIAL

Entre pneus e pés, por um deslocamento tranquiloMobilidade urbana em Curitiba é criticada por usuários e especialistas

Problema característico das grandes metrópoles, a mo-bilidade urbana é hoje um

assunto muito discutido entre for-madores de opinião, urbanistas e a comunidade em geral, e Curiti-ba também vira assunto quando se fala nesse tópico. De acordo com dados do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), a frota de veículos da capital pa-ranaense aumentou 4,65% em um ano. Em março do ano passado, o número era de 1.210.839 veícu-los, enquanto no mesmo mês de 2012, já eram 1.2677.261 circu-lando pela capital.

A Prefeitura de Curitiba reali-zou um levantamento para identi-ficar os pontos críticos de tráfego de veículos na cidade. Na região central, os locais que geram mais congestionamentos são as es-quinas entre as ruas Amintas de Barros e Tibagi, Mariano Torres e Visconde de Guarapuava e André de Barros com Marechal Floriano Peixoto.

A respeito das condições do trânsito na cidade, o analista de comunicação Feliphe Chiavelli, de 22 anos, acredita que o seu plane-

jamento não acompanhou o cres-cimento da capital. “O trânsito em Curitiba possui uma boa estrutura para a realidade de outra época da cidade. A palavra-chave é a atuali-zação”, opina.

O transporte público da ca-pital paranaense também gera discussão. A funcionária pública Celita Weigert, de 31 anos, diz que é muito eficiente, mas fora dos horários de pico. Já os ôni-bus que circulam no começo da manhã, na hora do almoço e no final da tarde são muito cheios. “Em algumas linhas, torna-se quase impossível embarcar nes-ses horários. É preciso esperar muito tempo no ponto até que se consiga espaço para entrar”, afirma. “Já em outros horários, o sistema funciona tranquilamen-te”, complementa.

Para a assistente de eventos Raissa Roch, de 21 anos, ape-sar de organizado e interligado, hoje o trânsito de Curitiba está se tornando caótico, devido ao nú-mero crescente de veículos nas ruas. “Isso pode ser percebido principalmente nos dias de chu-va, quando tudo simplesmente para”, afirma. Já a respeito do transporte público, Raissa diz que o utiliza diariamente para ir ao trabalho e à faculdade e con-segue percorrer ambos os traje-tos em pouco tempo, mesmo mo-rando em outro lado da cidade. “Estou satisfeita com o transpor-te público”, comenta.

O arquiteto e urbanista Clau-

dio Menna compara a situação atual da cidade de Curitiba com a dos anos 60, época em que foi implementado o projeto de mo-bilidade urbana da cidade. “A capital paranaense corre o risco de perder todo o trabalho que se desenvolveu até os anos 90 se não restabelecer o seu padrão inicial”, defende. Para Menna, Curitiba ainda está bem se com-parada com a maioria das capi-tais brasileiras e latino-america-nas, no entanto, teve seu período de destaque nas décadas de 80 e 90, uma vez que, atualmente, o trânsito de Curitiba já aponta problemas graves. “É somente uma ponta do iceberg, em uma enorme e submersa geleira de descontroles quanto à gerência e à gestão da cidade”, declara.

Visto que Curitiba não vive de maneira isolada, tanto eco-nômica quanto socialmente, os problemas atuais da mobilidade acabam por ter também ligações com os municípios vizinhos. Menna salienta que as avaliações e os projetos municipais são in-dependentes de uma articulação regional conduzida no governo do Estado. Assim, a situação urbana tende a se agravar por não se de-senvolver a partir de uma mesma matriz no território metropolita-no. “Falta um modelo que ajuste, de forma permanente, as ques-tões de mobilidade, adequando entre si os municípios por crité-rios assemelhados, ou diretrizes complementares”, explica.

Outros meios

Como alternativa, muitos mo-radores já buscam outros meios de locomoção pela cidade. “Utilizo a bicicleta como principal meio de transporte, como forma de não poluir o meio ambiente”, conta o analista de sistemas Rafael Cogo, de 26 anos. “No entanto, a infraes-trutura de ciclovias oferecida por Curitiba não é suficiente para que essa prática seja adotada por gran-de número de pessoas”, reclama.

Sobre o sistema de transpor-te curitibano, a estudante Paula Costa, de 27 anos, acredita que é bom, mas poderia melhorar muito: “Acho que, apesar de em alguns momentos do dia ser muito eficien-te, em outros há falta de ônibus nas linhas”. A respeito do uso de meios alternativos de locomoção, Paula afirma que gosta da ideia de utili-zar um meio que não polua o meio ambiente, como, por exemplo, a bi-cicleta, mas acha que em Curitiba esse hábito torna-se praticamente inviável: “A falta de infraestrutura da cidade não possibilita. Faltam ciclovias, e as ciclofaixas não fo-ram bem planejadas”. Além disso, Paula cita as dificuldades do pedes-tres em relação às calçadas da ci-

dade: “As calçadas são o principal problema para o pedestre. A acessi-bilidade é bem precária”.

Entre alternativas que pode-riam contribuir para a melho-ria da mobilidade urbana, está o Dock Dock, um carro elétrico desenvolvido pelo ex-prefeito de Curitiba e arquiteto Jaime Lerner para locomoção em locais movi-mentados como o centro da cida-de, por exemplo, onde circulam pedestres e ciclistas. Com espaço para uma única pessoa, a inven-ção chega a 25km/h, e seu tama-nho chega a ser seis vezes menor que um carro comum. Mas para seu uso eficaz, conforme dizem os especialistas, esse disposi-tivo deveria ser pensado junta-mente com o transporte público da cidade. As pessoas poderiam alugá-lo, a exemplo de outros países, que já possuem meios al-ternativos integrados às linhas de ônibus e metrôs.

Luana Mendes

Clarissa Brandolff Gindri

Dock Dock: projeto de meio de locomoção alternativo

A infraestrutura de ciclovias oferecida não é o suficiente

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Número 20 – Junho de 2012 9MARCO ZERO

Como solução para essa tendên-cia de descontrole, Claudio Men-na diz que existem três condições técnicas para revertê-la, e que os arquitetos e urbanistas podem aju-dar muito. A primeira estaria na regulação, nos âmbitos do Estado e da União, da articulação entre os municípios, para suas obras de mobilidade e processos de licencia-mento. A segunda dependeria de se pactuarem as agendas e iniciativas entre as localidades, envolvendo nelas as instituições representativas dos agentes produtivos locais e dos agentes socioculturais ou comuni-tários da sociedade regional.

O terceiro ponto estaria na ma-nutenção de sistemas políticos fortes para monitorar e avaliar a situação, pelo menos a cada biênio, para indicar as soluções técnicas de cada novo impasse ou desafio, para depois validar e formatar nova pac-tuação política dos rumos escolhi-das e reimplantar adequadamente as novas iniciativas, procedimentos e rotinas. “No segundo item, entra

já o conceito de transparência pú-blica, o conhecimento democrati-zado da situação, que motiva todos os agentes sociais a protagonizar mudanças e melhorias”, comenta Menna. “No terceiro, entra a legi-timação dos planos estatais, arti-culados já com a sociedade, para fixação e pactuação das agendas transformadoras, que sempre serão necessárias”, completa.

Como contribuição da parte dos cidadãos para a cidade, Men-na acredita que isso possa ser feito individualmente ou por ins-tituições comunitárias. “A cidade é um organismo vivo. Quando as políticas estatais fazem o Plano de Desenvolvimento para qualquer lugar, espaço ou região, é como se propusessem um novo estatuto ou regra para os condôminos. Tal diretriz precisa ser aderida, para que sejam efetivos os esforços de transformação”, defende. “Nenhu-ma mudança positiva poderá acon-tecer caso os agentes produtivos e comunitários não compreendam claramente o projeto e seus objeti-vos. É preciso que todos ajam com um foco comum”, finaliza o arqui-teto e urbanista.

Entre pneus e pés, por um deslocamento tranquiloESTAÇÕES QUE IRÃO COMPOR

A LINHA AZUL DO METRÔ

1. Estação CIC Sul -Terminal CIC Sul2. Estação Pinheirinho - Terminal Pinheirinho3. Estação Santa Regina4. Estação Capão Raso - Terminal Capão Raso5. Estação Hospital do Trablhador6.Estação Portão7. Estação Morretes8. Estação Santa Catarina9. Estação Água Verde10. Estação Bento Viana11. Estação Osvaldo Cruz12. Estação Eufrásio Correia

Soluções para a

mobilidade urbana

Projetos de mobilidade

Com a Copa do Mundo de 2014 tendo como Curitiba uma de suas cidades-sede,

estão previstas diversas obras de melhorias nos sistemas de mobili-dade urbana. As ações e os inves-timentos nessa área têm como ob-jetivo a articulação das políticas de transporte, trânsito e acessibilidade. Entre esses projetos, encontram-se a requalificação do Corredor Ma-rechal Floriano, da Rodoferroviária e seus acessos e do Terminal San-ta Cândida. Além disso, está pre-vista a reestruturação da Avenida Cândido de Abreu e do Corredor Aeroporto-Rodoviária, bem como a extensão da Linha Verde Sul. A assessoria de imprensa do Instituto de Pesquisa e Planeja-mento Urbano de Curitiba (Ippuc) destaca as obras do Anel Viário de Curitiba: “A medida irá demarcar o que é o centro da cidade, além de dar a alternativa de não preci-sar passar pela região a uma pes-soa que, por exemplo, queira ir do Cristo Rei ao Seminário”. O insti-tuto também comenta a preocupa-ção com os pedestres: “Outra ação que melhorará o deslocamento dos curitibanos no centro da cidade são as calçadas. Elas estão passan-do por reformas para incentivar as pessoas a deixarem seus carros em casa e comecem a transitar a pé”.

Um dos projetos para a melho-ria da mobilidade urbana consiste

na construção do metrô em Curi-tiba. A primeira linha está pro-gramada para utilizar o mesmo trajeto da linha expressa que cruza a cidade em seu eixo Norte-Sul, li-gando a CIC ao Centro. Com 14,2 quilômetros, a linha de metrô fun-cionará de maneira integrada com os ônibus da Rede de Transporte, incluindo tarifa única. A chamada Linha Azul deve cter, em sua pri-meira fase, 13 estações de embar-que e desembarque de passageiros.

“Acredito que o metrô possa surgir como uma ótima alternati-va aos problemas de mobilidade urbana” destaca a professora Rosa Dias, de 54 anos. “Ainda que as obras possam vir a causar certas inconveniências aos moradores da cidade, é preciso pensar nos benefícios que isso trará no fu-turo”, afirma. A respeito disso, o empresário Gustavo Marques, de 30 anos, diz que, ao mesmo tempo em que espera bons resultados da obra do metrô, tem medo de que haja corrupção por parte dos en-volvidos no projeto: “Como todas as obras de grande porte no Bra-

sil, receio que o metrô de Curitiba acarrete em desvio de dinheiro pú-blico e não cumprimento dos pra-zos estabelecidos para a entrega”.

Os trens do metrô terão capa-cidade para transportar em torno de 400 mil passageiros por dia. O metrô de Curitiba será construído utilizando três sistemas diferentes: elevado, túnel de baixa profundi-dade e túnel de grande profundi-dade. O primeiro trecho, na região do CIC, será feito em sistema elevado, com extensão de 2,2 qui-lômetros. O segundo trecho, que seguirá até perto da estação Água Verde, será construído pelo siste-ma de túnel raso, com profundida-de de até 17 metros. A parte da li-nha que irá da estação Água Verde até o Centro será feita em sistema de grande profundidade.

Em algumas estações subter-râneas, além do acesso dos passa-geiros, há a possibilidade de im-plantação de estacionamentos para veículos e bicicletas, com o obje-tivo de integrar diferentes modais de transporte.

Outra mudança prevista com a implantação do metrô sob as ca-naletas do ônibus biartiaculado é a destinação dessa área para o tráfe-go de pessoas, com um calçadão. ciclovia e equipamentos de lazer. Essa primeira fase terá o custo de R$ 2,3 bilhões dos quais R$ 1 bi-lhão virá do Governo Federal.

Acredito que o metrô possa surgir como uma ótima alternativa

O arquiteto Claudio Menna: “A cidade é um organismo vivo”

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Número 20 – Junho de 201210 MARCO ZERO

COMPORTAMENTO

Serjo Araújo

São inúmeras as motivações para se desfazer de peças de roupas, acessórios e sapatos

que algum dia encantaram. Eles podem não servir mais, estar fora de moda, não combinar mais com o seu estilo, ou simplesmente não caber mais em seu guarda-roupa. Feito a limpeza, diversas também são as motivações para encontrar um novo dono e passar adiante aquilo que se descartou. Uma óti-ma alternativa são os brechós.

Roupas antigas, coloridas, e acessórios simpáticos estabele-cem um elo entre a moda do fun-do do baú e o estilo das vitrines atuais do mundo fashion. Para a proprietária do brechó Novo Es-tilo, Maria Helena Barbosa, de 58 anos, os brechós são ótimas alternativas para quem quer fi-car na moda e relembrar décadas passadas pagando bem menos. “É incrível a quantidade de objetos e roupas que são deixados, trocados e vendidos aqui. As pessoas têm prazer por isso”. Maria lembra sua trajetória quando começou no ramo vendendo suas próprias rou-pas e calçados: “Ia muito às insti-tuições vender meus objetos, isso foi uma forma de sobrevivência da família”, conta.

A tese que move esse mer-cado de usados é simples: se eu não quero mais, mas você deseja muito, vamos fazer um negócio? Cobro mais barato pela peça, você paga por ela muito mais em conta do que na loja, e nós dois saímos ganhando. Pronto. Com-pra fechada e todo mundo sai sa-tisfeito. Tem dado tão certo que novos brechós, reais ou virtuais, têm surgido.

“Sinto-me bem e economizo bastante. Sinto um prazer e uma alegria enorme ao ver aquela roupa que eu tanto desejei aqui no brechó. E o preço, sem comentários...” ex-plica Vânia Martins, 30, vendedora e cliente assídua do brechó Novo

Estilo. Há os que seguem tendên-cias e pagam muito por isso, mas para aqueles que não querem pagar um absurdo para estar na moda, mas sim fazer a moda, os brechós estão em alta. “Sou brecholeira constante, sempre que quero algo novo para ir a uma festa, restauran-te, almoço com amigos, vou a um brechó”, diz a vendedora Caroline Lima, 24.

A moda nos brechós é alta-mente diversificada. É possível achar peças antigas, clássicas, novas, diferentes, coloridas, com estampas de todos os tipos, teci-dos diferentes, roupas nacionais e importadas, tudo com preços re-lativamente muito baixos. Mas, o mais interessante é que neles não há padronização. O que se encon-tra são coisas diferentes e exclu-sivas. Não é como ir a uma loja do shopping, onde há penduradas no cabide várias peças da mesma roupa, em diversos tamanhos.

Além da percepção de que é possível fazer dinheiro com aquilo que antes era encostado, o preconceito com a moda reapro-

veitada também diminuiu. Hoje, o brechó pode ajudar o usuário a ficar na moda. Com peças exclu-sivas, modernas e a preços aces-síveis, eles se tornaram uma boa opção. Gastando bem menos, é possível encontrar peças de eti-quetas poderosas de décadas re-centes e remotas, mas de qualida-de incontestáveis.

No Brasil, tudo começou no Rio de Janeiro, graças a um se-nhor chamado Belchior que, no século XIX, resolveu montar uma loja de produtos usados. A palavra brechó originou-se do nome Belchior.

O primeiro brechó oficializado no Brasil abriu as portas na déca-da de 1970. Era de propriedade da cantora Maysa Monjardim, que trouxe a ideia da Europa. Conta-se que ela vendia roupas, sapatos, bol-sas e acessórios dela e dos amigos.

Renato Cruz

Roupas usadas vendidas no brechó: variedades para todos os gostos

Vamos para o brechó?Lojas de roupas usadas são alternativa para ficar na moda e relembrar décadas passadas pagando menos

Pequenas cabanas de metal, localizadas no centro da cidade, simples, gélidas e

bastante movimentadas, com olhares curiosos daqueles que por ali passam para o que é di-vulgado no lado de fora delas. Aqueles que as adentram são bombardeados com uma enor-me variedade de produtos para consumo, como faixas, ban-deirolas, galhardetes, balões infláveis, flâmulas cigarros, fósforos, isqueiros, canetas, pi-lhas, filmes fotográficos, doces industrializados, refrigerantes e sorvetes, entre outros artigos. Essas são as bancas de jornais, que mais parecem “secos e mo-lhados”, vendendo praticamente de tudo. Por ironia, o produto que está junto ao nome da banca encontra-se em baixa. O jornal, segundo vários pro-prietários de bacas, sempre re-presentou uma pequena parcela de seus lucros. Contudo, hoje em dia, piorou. Para o proprietário de banca Edson Vieira, 47, “a venda de jornal é mais um com-plemento para a banca, pois o jornal não é o foco”.

Para alguns jornaleiros, como Maria Luciana Penha, 47, e Edu-ardo Santos, 19, essa queda de demanda dos jornais se deve aos novos tempos. Segundo eles, a juventude não tem tempo para ler os jornais, lê as notícias que interessa na internet ou no celu-lar e em última hipótese opta por veículos impressos.

Os compradores cativos das bancas são pessoas de idade, que passam por elas sempre para adquirir os mesmos jornais, que vão dos gostos mais variados. A equipe de reportagem do Mar-co Zero entrevistou sete pro-prietários de bancas de jornais e constatou que os jornais mais vendidos são Tribuna do Para-ná, Gazeta do Povo, Folha de S. Paulo e Lance.

Jornais deixam de ser principal atrativo nas bancas

Maria Helena, 58, proprietária do brechó Novo Estilo

Foto: Renato Cruz

Se eu não quero mais, mas você deseja muito, vamos fazer um negócio?

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Número 20 – Junho de 2012 11MARCO ZERO

ESPORTE

As corridas de rua vêm se tornando frequentes nas grandes cidades do Brasil,

como alternativa de prática espor-tiva extremamente acessível e com grandes benefícios para a saúde. Anualmente, há corridas organiza-das por grandes empresas, como a Caixa Econômica Federal.

O estudante de administração Abner Souza, de 23 anos, parti-cipa de corridas como o Circuito de Rua de Curitiba. Não costuma treinar para elas, devido à falta de tempo, mas sempre consegue compeltar o percurso. Já são quase quatro anos de corrida na capital.

Souza relata a importância de um bom treinamento alguns dias antes da competição, para ter uma noção do que virá pela frente, pois não é fácil fazer todo o percurso. Ele recomenda um tênis apropria-do para corrida, pois com o uso de calçado impróprio o risco de dores musculares será grande, principal-mente nos joelhos e na coluna. Ou-tro fator importante lembrado pelo corredor é a alimentação. O atleta recomenda que, principalmente no dia da corrida, a pessoa faça uma refeição leve, com frutas e sucos no café da manhã e muito líquido no decorrer do dia.

Muitas pessoas começam o es-porte após indicações de amigos, como foi o caso de Marcelo Balbi-not, de 23 anos, que depois de um convite, há quatro anos, apaixonou--se pelas corridas de rua. Ele reco-menda para quem está começando

a correr a precaução. O importante é começar a corrida em um ritmo mais leve, sem forçar em velocida-de ou distância. Depois, conforme a pessoa melhorar fisicamente e conseguir respirar bem. pode aos poucos ir aumentando o ritmo.

As organizações das corridas ainda têm muito a melhorar, mas Balbinot percebe que estão evo-luindo ano a ano, e que em Curiti-ba elas se popularizaram bastante. Com o crescimento do número de participantes, tem aumentado tam-bém o número de eventos e, con-sequentemente, a qualidade das competições. Em contrapartida, o corredor afirma que o preço para participação tem aumentado gra-dativamente nos últimos anos.

Em uma corrida de rua, muitas coisas curiosas acontecem. Balbi-not conta uma de suas participa-ções numa competição no parque Tingui. Ao chegar ao local onde ia ser a largada, viu que, já no come-ço, havia uma subida e uma curva. Como nunca tinha participado da-quela corrida antes, ele perguntou para uma pessoa que estava ao lado se depois daquela curva tinha mais subida. Então, todo mundo que estava lá começou a rir sem parar, e ele recebeu a resposta: “Não, quase nada, só mais um qui-lômtero de subida”. Foi o suficien-te para todo mundo começar a rir novamente. Um senhor que estava por perto comentou: “Neste ano, nem me estresso, vou começar an-dando e irei correr apenas quando chegar lá em cima”. O susto foi inevitável naquela hora, mas a su-bida não foi tão difícil assim. “É uma boa prova, com um percurso bem divertido, vale a pena partici-par”, recomenda Balbinot.

Leonardo Pollis

Corrida de rua em CuritibaPraticantes do esporte dão as dicas para manter uma boa saúde e ter um melhor desempenho nas competições

Marcelo Bailbinot (esquerda) e Abner Souza (direita) com o maratonista Ivanildo Pereira dos Anjos no Circuito de Rua em Curitiba

Circuito de rua realizado pela Caixa Econômica Federal em Curitiba

A importância da hidrataçãoLeonardo Akira

Sabe-se que a hidratação durante a prática esportiva é muito importante. Mas nem sempre sabemos a quantidade ou a hora certa para tomar água ou beber um isotônico. Não se pode exagerar no seu con-sumo para o corpo não se sentir pesado e com vontade constante de ir ao banheiro. Ao ingerir liquido durante o treino, a temperatura corpórea é controlada, o cansaço e a aceleração cardíaca diminuem.

O Minha Vida, maior portal digital de saúde e bem estar do Brasil, calcula que para cada 20 minutos de prática esportiva devem ser ingeridos 200 ml de água ou isotônico. O site apresenta sete razões para se manter devidamente hidratado.

A hidratação adequada:1. controla o cansaço e permite que você treine com mais disposição; 2. age regulação da temperatura do seu corpo; 3. favorece a circulação sanguínea e, portanto, a eliminação de toxinas; 4. diminui a incidência de cãibras; 5. eleva o glicogênio (fonte de energia armazenada nos músculos e solicitada durante a prática esportiva) até as células; 6. permite o aproveitamento de muitas vitaminas, hidrossolúveis;7. não possui calorias.

O importante é começar a corrida em um ritmo mais leve, não forçar em velocidade ou distância

Fotos: acervo pessoal

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Número 20 – Junho de 201212 MARCO ZERO

ESPORTE

Cone: este é o diferencial da modalidade Slalom de patins. Isso porque, sem

eles, não é possível praticá-la. Ela é como uma dança na qual cada manobra e movimento exe-cutado faze parte de uma coreo-grafia. Criada por volta dos anos 90, a modalidade, que já é febre lá fora, começa a ser reconhecida no Brasil. Para começar, é sim-ples: bastam um par de patins nos pés, minicones no chão e força de vontade.

Quem passa pela Praça Tira-dentes durante a semana, depois das 21h, já deve ter se deparado com um grupo de jovens que cos-tuma praticar o esporte ali mesmo, em plena praça. O grupo de ami-gos se conheceu no Parque Bari-güi, onde costumam se reunir aos sábados para andar de patins.

Praticante do esporte, o pro-fessor de Química Renan Borsoi Campos, de 29 anos, conta que, durante os encontros, um ensina ao outro uma manobra diferente, e as-sim começa a brincadeira. “Cada manobra que você consegue exe-cutar é uma alegria, você vai para casa feliz”, diz o professor.

Ele também conta que entre o grupo existem aqueles que andam há pouco tempo e outros que já praticam a modalidade há anos, como o técnico em mecânica au-tomotiva Djeison Ristow, de 26 anos, que já patina há 16 anos e que hoje demonstra uma habilida-de incrível no zigue-zague sobre as rodinhas.

Habilidade essa que o tornou vencedor do quadro “Se vira nos 30”, do Domingão do Faustão, no dia 6 de maio. Ele diz que não participa de muitas competições, mas que treina bastante no Par-que Barigui, na Praça Tiradentes e também em frente ao Shopping Estação, de onde já foi expulso algumas vezes pelos seguranças. Mesmo assim, leva tudo na espor-tiva e diz que existe muito respei-to ao esporte.

Ristow conta que, quando o grupo se reúne para praticar a mo-

dalidade, o clima é sempre descon-traído e divertido. Ele explica que para conseguir avançar nas mano-bras é preciso dedicação e força de vontade, e que leva esses valores para sua vida: “Quando você está nervoso, irritado, vai andar de pa-tins. É como uma terapia”.

Janile Ramos

Zigue-zague sobre rodas Praticantes da modalidade Slalom de patins contam comofunciona o esporte, que começa a ser reconhecido no Brasil

Djeison Ristow, praticante de Slalom e encedor do quadro “Se vira Nos 30” do Domingão do Faustão

Amigos se reúnem aos sábados no Parque Barigui para praticar Slalom

Djeison treina bastante no parque Barigui e na praça Tiradentes

Cada manobra que

você consegue

executar é

uma alegria

Fotos: Janile Ramos

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Número 20 – Junho de 2012 13MARCO ZERO

Amais de 100 Km/h des-cendo ladeiras de asfalto em cima de seus skates

de longboard, os atletas vivem momentos de muita adrenalina. Na modalidade Downhill Stand--up, ainda pouco incentivada e apoiada em Curitiba, também conhecida como a Fórmula 1 do Skate, eles disputam baterias em alta velocidade, aplicando diver-sas técnicas.

O esporte vem aos poucos au-mentando seu público e se popu-larizando na capital paranaense devido a eventos como os Cam-peonatos de Skate de Velocidade, homologados pela Confederação Brasileira de Skateboard (CBSK), porém, ainda é fraco o apoio e pa-trocínio dado aos atletas amado-res da categoria.

A principal diferença do skate tradicional (street) para o long-board, usado na prática do Do-wnhill Stand-up, é o tamanho. O shape (tábua) do longboard pos-sui aproximadamente um metro de comprimento, com 80cm de entre-eixos e bordas altas, que proporcionam maior estabilidade na hora das curvas. Outra diferen-ça está nos trucks (eixos), que são invertidos, próprios para alta ve-locidade. Eles têm rodas grandes e macias, o que faz com que elas tenham muita aceleração.

Locais apropriados para a práti-ca do Downhill Stand-up em Curi-tiba são raros. Os mais conhecidos são o Parque São Lourenço e o Parque Guabirotuba, que contam com pistas fechadas e curvas bem técnicas, porém, são lugares onde

se atinge pouca velocidade. Por isso, os espaços preferidos pelos praticantes do esporte são serras e ladeiras, onde conseguem chegar a mais de 80 km/h.

Os campeonatos de skate de velocidade são realizados em ba-terias (corridas), constituídas por quatro atletas que descem juntos uma ladeira (as ruas são fecha-das no dia do evento). Durante o percurso, acontecem as ultrapas-sagens, possibilitdas pelo vácuo e pela gravidade.

Como é um esporte de alta velocidade, o risco de acidente é grande, e os atletas precisam estar protegidos em qualquer corrida ou disputa. Capacete, jo-elheira, cotoveleira e luvas com um casquilho de nylon na palma para proteger bem as mãos são os equipamentos essenciais de segu-rança para a prática do Downhill.

O curitibano Juliano Moleta, de 24 anos, pratica o esporte há três anos. Participou das duas edi-ções do Skate na Velocidade de Santana de Parnaíba, em São Pau-lo, do Downhill da Independên-cia, em Minas Gerais, da Teutônia Malarrara Pro World Cup Series, no Rio Grande do Sul, e de outros campeonatos de pequeno porte na cidade de Natal-RN. No Skate na Velocidade II, em Santana de Par-naíba, no ano passado, foi o 16º colocado entre os 200 que dispu-tavam na categoria.

Como amante do esporte, Moleta fala da sua paixão e das maiores conquistas que o skate lhe traz: “O skate é minha vida, minha paixão. Tenho o sonho de ainda me profissionalizar, mas para isso tenho que participar de todos os campeonatos possíveis. Só quem anda de skate sabe como é boa nossa vida. Pode-se dizer

que o skate é um vicio, mas um bom vício!” Ele diz que de trá-gico só teve mesmo os tombos: “Para aprender, tem que cair, né! Histórias para contar são muitas, mas o que mais marca nesta vida de skate é a parceria que rola en-tre nós (skatistas), pois sempre ajudamos uns aos outros, isso é bem legal”.

Um atleta brasileiro de refe-rência para Juliano é o campeão Mundial Skate Downhill, Dou-glas Dalua, com o qual já teve contato e até foi presenteado com quatro pares de tênis. “Ele olhou meu tênis furado e disse que ia me dar esses pares de presente”, con-ta entre risos.

Emanoela Merlin

O surf de asfalto em alta velocidadeEsporte vem se popularizando em Curitiba, graças a eventos como campeonatos de skate de velocidade

Amante de skate, Juliano Moleta se aventura em alta velocidade

Na fórmula 1 do skate, atletas ganham força e velocidade nas ladeiras

Curiosidades- A modalidade Dow-

nhill foi inventada pelos surfistas californianos (EUA) que queriam sen-tir a mesma sensação que tinham ao descer uma onda.

- A ladeira mais rápida do mundo fica em Teutô-nia, Rio Grande do Sul. Lá foi batido o recorde oficial do Guinees Book, de 135.5 km/h.

Skate é minha vida, minha paixão. Tenho o sonho de ainda me profissionalizar, mas para isso tenho que participar de todos os campeonatos possíveis

Foto: André Mathoso

Foto: Marly Burack

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Número 20 – Junho de 201214 MARCO ZERO

CULTURA

Aqueles que ainda vivem com um pouco de gratidão ou uma réstia de qualquer

sentimento nobre ainda se cho-cam, se entristecem e se emocio-nam com as cenas dos dias atuais. Mas essas pessoas são peças raras na vida contemporânea.

Digo isso porque foi em uma praça movimentada no centro de Curitiba que, andando lentamente, percebi que um homem mal cui-dado, sujo e solitário e que ainda possuía uma atrofia na perna di-reita estava com a cabeça baixa e uma mão aberta. Pedia esmolas. Talvez por estar lá há muito tem-po, ele tenha sido esquecido.

As pessoas que por ali passa-vam nem olhavam mais. Isso não acontece somente com ele. São crianças de rua tentando sobrevi-ver, cachorros abandonados, mui-tas vezes em estado deplorável, ou simplesmente alguém desrespei-tando um idoso.

Não causa mais estranheza ver alguém agonizando por ter perdido a casa numa enchente ou por ter sido assaltado. Não nos damos conta de que as pessoas com quem temos consideração também sofrem e nem percebe-mos que podemos ajudá-las com apenas algumas poucas palavras. Vivemos anestesiados, essa é a grande verdade.

A comida rápida, as novelas que servem para nos distrair e nos iludir depois de um dia exausti-vo, assim como algumas revistas e livros de autoajuda que tentam nos convencer de que a vida deve ser seguida como uma receita de bolo, têm nos transformado em seres vazios. Onde foi parar a atenção, o afeto, ou mesmo os elogios singelos?

Cadê a candura de nós homens e mulheres em sermos generosos? Não escutamos mais, não enxerga-mos mais.

Ouve-se dizer que as clínicas psicológicas estão lotadas de pais que não compreendem seus filhos. Mas como compreendê-los, se às vezes nem um pequeno carinho lhes é ofertado? E, falando nessa garotada, que infância é essa que ela vem levando? A vida não está

nem um pouco doce. Preferimos adoçá-la de maneira superficial, entregando aos nossos filhos brin-quedos bobocas. E nós, adultos, nos enfeitamos e tratamos o corpo para não envelhecermos nunca. Claro, o egocentrismo e a valo-rização do narcisismo são coisas dessa tendência.

Não me julgue, leitor, como alguém que enxerga um cenário apocalíptico: tem gente que nada contra a correnteza, é claro. Ainda existem caridade, bom senso, ami-zade franca e pais e filhos parceiros. Ainda. O açúcar está presente em nossas vidas.

O problema é o sal, estão usado demais. Está tudo tão saturado que não há como olhar essa gente que vive por cima. Parece que estamos andando todos com pernas-de-pau, nos equilibrando para não esbar-rarmos em uma criança pedindo esmola, em um pedido de ajuda de algum conhecido, mesmo sendo apenas para desabafar um pouco.

Nós estamos engolindo muito sal, a vida está hipertensa demais. Só me resta agora pedir duas co-lheres de açúcar, por favor!

Allyson Dolenga

Sal demais

O maracatu é uma mani-festação cultural de ra-ízes africanas com ori-

gem no estado do Pernambuco, principalmente nas cidades de Olinda e Recife, por volta dos séculos XVII e XVIII. É uma prática que mistura várias cultu-ras, como as ameríndias, africa-nas e europeias, e teria surgido no Brasil a partir do Império do Congo. Essas festas implantadas por colonizadores portugueses eram permitidas pelos senhores dos escravos.

Com forte influência por-tuguesa, são realizadas geral-mente com o acompanhamento do instrumento de percussão, e seus dançarinos vestem-se como personagens da realeza. É com-posto por rei, rainha, dama de honra da rainha, dama de honra do rei, príncipe, princesa, dama de honra do ministro, ministro, dama de honra do embaixador,

embaixador, duque, duquesa, conde, condessa, vassalos, quatro vassalas, três calungas, três damas-do-paço, porta-estandarte, escravo, figuras do tigre e do elefante, guarda coroa, corneteiro, baliza, secre-tário, lanceiros, brasabundo, batuqueiros, 20 caboclos e 20 baianas. As apresentações são sempre em ritmo muito agitado, com manifestações de dança, cantos e coreografias.

O maracatu, apesar de ter ori-gens na região do nordeste bra-sileiro, se difundiu por todo o Brasil. Em Curitiba, é apresen-tado na rua XV de Novembro, com partida da praça Osório, às 20 horas, todas as últimas sex-tas-feiras de cada mês, e vem conquistando centenas de segui-dores. Uma delas é Thayna Cas-tro, estudante de 17 anos, que conta o motivo de ter começado a frequentar o maracatu, o con-vite de amigos: “Comecei a ir ao maracatu por convite de amigos, que sempre me chamavam para participar, dizendo que eu iria gostar e me identificar com as músicas e pessoas. Realmente,

quando fui, gostei “.Já a estudante Gabriela de

Oliveira, também de 17 anos, manifesta o desejo de que mais lugares em Curitiba abriguem o evento. “Apesar de o Maracatu ter tido um aumento de partici-pantes, muitas pessoas não têm nem ideia do que seja. Promover o maracatu em outros locais da cidade seria uma oportunidade de levar boa cultura e lazer aos curitibanos”, defende a es-tudante.

Ian Perussolo

Maracatu se espalha pelo Brasil e chega em CuritibaManifestação cultural de raiz africana ganha força no território nacional e vem conquistando seguidores

Ainda há gente que se choca, se entristece e se emociona. Mas essaspessoas são raras hoje em dia

Promover o Maracatu em outros locais da cidade seria uma oportunidade de levar boa cultura e lazer aos curitibanos

COMENTÁRIO

Foto: Divulgação

Page 15: Conheça a modalidade Slalom de patins, um (p. 12) …...Para menores de 18 anos, a puni-ção pode ser prestação de serviços à comunidade ou até internação em uma instituição.

Número 20 – Junho de 2012 15MARCO ZERO

CULTURA

Karen sabe que suas chances são pequenas perto da ta-lentosa, experiente e sensual

Ivy para conseguir o espaço mais importante de um musical na Bro-adway: as duas atrizes disputam o papel de Marilyn Monroe. Essa é a espinha dorsal de Smash, série que está fazendo sucesso nos EUA e acaba de estrear no Brasil, pelo Universal Channel.

Na história, Debra Messing, conhecida pela série “Will & Grace”, e Christian Borle são Julia e Tom, autores já conhe-cidos no cenário de musicais e que, após uma longa pausa, de-cidem começar uma nova peça contando a história da polêmica Marilyn Monroe. Depois de es-creverem praticamente metade de tudo e finalizarem as músicas, eles saem em busca de uma atriz para receber o papel da protago-nista. Entretanto, percebem que

será muito mais complicado do que eles imaginavam.

Outra personagem exuberante é Nova York, capital do entrete-nimento e dos negócios, cenário ideal para as histórias paralelas en-volvendo traição, carreira, brigas e muita emoção.

Dirigida por Steven Spielberg, Smash segue o caminho de um musical, porém, deixa bem claro não se tratar somente disso. Com uma narrativa adulta e discreta, mostra um lado diferente desse diretor tão conhecido por produ-zir ficcão científica e efeitos es-peciais. A série cria uma esfera de competição, na qual todo mundo compete, literalmente, com todo mundo, tanto nos relacionamentos quanto no mundo profissional.

Enquanto, de num lado, está a novata Karen, interpretada por Ka-tharine McPhee, que foi finalista do “American Idol” em 2006, do outro há Ivy, interpretada por Me-gan Hilty.

Eis o dilema de toda a trama. Afinal, quem finalmente interpre-tará Monroe no musical?

Natanael Chimendes

Smash e os bastidores da Broadway

Pôster promocional da série dirigida por Steven Spielberg que estreou no Brasil dia 28 de abril, no canal pago Universal Channel

Nova série de Spielberg aposta em musicais

Foto: Divulgação

Por trás das fotos do McDonald’sQual o segredo por trás das fotos apetitosas dos sanduíches do McDondald’s? Quem revela é a pró-

pria diretora de marketing da empresa no Canadá. Ela visitou uma sessão de fotos e conversou com a equipe responsável por deixar os lanches muito mais atraentes. A explicação básica é: a edição valoriza os ingredientes para fora do pão. O vídeo foi postado no site oficial da empresa.

O interessante é ver o próprio McDonald’s tratando de algo de que toda indústria de fast-food foge: a manipulação de imagens.

http://youtu.be/oSd0keSj2W8

Vício MusicalA nova febre da internet tem nome: Song Pop,

jogo virtual que possui um banco de dados de músicas de todos os estilos e épocas.

Resumindo, Song Pop consiste em desa-fios musicais relâmpagos entre usuários. São executados pequenos trechos de músicas, e cada participante tem que adivinhar qual é a música. Ao longo de cinco “rounds”, os ad-versários competem com seu conhecimento e velocidade para marcar pontos. Simples e, ao mesmo tempo, genial!

Entre as diversas listas padrões do jogo, estão: rock clássico, canções românticas, mú-sicas dos anos 80, 90... e até de outros países.

Lançado em maio, o jogo já atingiu 600 mil usuários ativos diariamente e fou durante sua estreia o aplicativo mais baixado na loja no iTunes.

Além de viciar, Song Pop conseguiu que-brar um enorme tabu no Facebook: antes, o que mais se via na rede social eram pessoas chateadas com os “convites” indesejados de diversos aplicativos. Agora, é comum ver na linha do tempo que “algum amigo te desafiou no Song Pop”.

E você? Está preparado para testar seus co-nhecimentos musicais e desafiar seus amigos?

http://goo.gl/iYhuY

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Natanael Chimendes

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Número 20 – Junho de 201216 MARCO ZERO

ENSAIO FOTOGRÁFICO

Keity Marques

O Centro sob quatro patas

De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, existem 450 mil cães em Curitiba. É comum vê-los nas ruas, parques e praças do Centro da cidade. Muitos ficam todos os dias nos mesmos locais, outros são encontrados facilmente passando pela região. A tristeza desses cães indica que necessitam

de amparo, pois muitos se encontram em situação lamentável, com feridas pelo corpo e aparência cansada. Muitas vezes, os animais não têm o que comer.