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Jornal Em Foco - Campo Grande - MS - Outubro de 2008 - Ano VII - Edição 111 Energizados - O grupo Louva Dub tem atraído público para os seus shows repletos da energia que o new reggae transmite, misturando a essência do ritmo Jamaicano com tendências musicais modernas Foto: divulgação Juliana Morais Todo mundo precisa se vestir, raramente alguém sai nu pelas ruas. O processo de escolher uma roupa depende muito da personalidade de cada um, que consequente- mente reflete a região em que cada um vive. A cultura do meio, o clima, os costumes da sociedade local influenciam, ou deveriam influenciar, na escolha da roupa. A Tendência fashion, é formada por produtos total- mente importados ou feitos por estilistas da própria re- gião que simplesmente copi- am aquilo que é produzido nas grandes metrópoles. Mato grosso do Sul, por exemplo, não expressa sua moda. “Tudo que usamos aqui, tudo que fazemos, é tudo muito enlatado, só acei- tamos produtos prontos vin- dos de fora, não mostramos a nossa cara”, diz a professora do curso de moda Viviane Portugal. Região pantaneira, rica nos mais variados produtos, tais como o couro de peixe, couro bovino e de jacaré, pe- nas, ossos entre outros tantos; mesmo com tantas riquezas naturais, o que este Estado faz é exportar suas iguarias e aqueles que aqui poderiam aproveitar, deixam passar e consomem aquilo que impor- Revelação Mistura de reggae com batida eletrônica, este ritmo chegou a MS e conquista quem gosta de boas mensagens Conheça o estilo musical Dub Rogério Valdez Abra os olhos. A Capital morena, com ar interiorano, não limita seu cenário musi- cal apenas ao universo das violadas. Novas propostas surgem, e com elas ritmos até então desconhecidos ganham adeptos. O Dub mostra en- tão o seu diferencial, com um som que foge do contínuo, em freqüências eletrônicas, agrega outros estilos sem es- quecer sua raiz no reggae jamaicano. Tradutora desta nova vertente, a banda Lou- va Dub é a precursora do es- tilo por aqui. De acordo com a enciclo- pédia livre da web, o Dub é caracterizado por enfatizar as batidas de bateria e as linhas arrojadas de baixo. Os ins- trumentos recebem efeitos de mixagem aplicados à letra da canção e peças da percussão. Difícil de explicar, mas Gabriel Escalante, saxofonis- ta do Louva Dub simplifica: “é uma variação eletrônica do reggae”. O som surgiu na dé- cada de 1960 na Jamaica, com versões remixadas de músicas de reggae, hoje em dia o Dub já é considerado um estilo musical. Gabriel explica que o novo estilo tem sido bem aceito entre a galera que cur- te canções com “letras acon- chegantes e que não está en- tre o que se vê de massificado pelas baladas da Capital”. Para o músico a falta de no- vidade atrai novos apreciado- res. “Um lance novo chama a atenção”, ressalta. Além de apresentar essa nova propos- ta para a música campo- grandense o Louva Dub traz canções inéditas que são composições próprias. “É in- teressante ser intérprete das próprias composições”, ob- serva Gabriel. A vocalista da banda, Lauren Kury, explica que as músicas que eles apresentam trazem sempre mensagens positivas, algumas canções falam de Deus, outras sobre preservação ambiental, po- rém, segundo a cantora, sem clichê. “A banda quer passar uma mensagem sobre a vida, tudo o que move as pessoas, para que elas sejam melho- res, mostrar que tudo o que é vivo tem a mesma energia”, salienta Laren. Ela também diz que a proposta é que não exista preconceito musical e de acordo com Gabriel Escalente, o Dub não está li- mitado ao reggae: “é um lan- ce aberto que pode agregar outros estilos”. Na Capital, o Dub é pou- co conhecido e o espaço para apresentações ainda é um tan- to restrito, para um público universitário e frequentado- res de baladas alternativas. “As bandas têm que fazer as próprias festas para divulgar o trabalho, porque o espaço ainda é muito segmentado por aqui”, observa Gabriel. A banda traz em suas apresen- tações uma identidade visu- al bastante característica. Os músicos fizeram shows pelo projeto Cenasom, onde toca- ram e encenaram, com uma produção de cenário e figu- rino. Com esta mensagem de amor pela vida, com caracte- rísticas do reggae e toques ele- trônicos o Louva Dub, antes Muckt Dub – mudou por já existir uma banda francesa com o mesmo nome – pode ser apreciada também no myspace, no endereço www.myspace.com/lou- vadub. Foto: divulgação tam. Existem alguns produto- res da moda que buscam por algum meio exibir a perso- nalidade do Estado em que reside, Luiz Gugliatto é um exemplo. Vitrinista concei- tuado e produtor do edito- rial de moda da revista A Gente, expõe em suas edi- ções modelos com roupas das tendências “enlatadas” fotografadas no coração do Falta essência pantaneira na moda feita em Mato Grosso do Sul Estado. “Pego uma modelo linda, vestida com roupas atuais e coloco ela no rio, em Miranda por exemplo, e dessa manei- ra eu tô mostrando Mato Grosso do Sul e suas bele- zas, então indiretamente eu exibo meu Estado”, afirma Gugliatto. O curso de moda da Ca- pital já tem em sua grade curricular matérias com con- teúdos que estimulam os aca- dêmicos a trabalhar com os produtos regionais. “Quan- do me formar já tenho pro- jetos para trabalhar com uma moda especificamente pan- taneira, incluindo nas ten- dências produtos naturais do Estado”, explica a estu- dante de moda Kakô, que já trabalhou em fábrica de rou- pas conceituada na grande São Paulo. Deslocadas - Roupas vestidas por universitários de MS não expressam características regionais Foto: Juliana Morais Foto: Juliana Morais Foto: Juliana Morais

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Jornal Em Foco - Campo Grande - MS -Outubro de 2008 - Ano VII - Edição 111

E n e r g i z a d o s -O grupo Louva Dub tem atraído público para os seus shows repletos da energia que o new reggae transmite, misturando a essência do ritmo Jamaicano com tendências musicais modernas

Foto: divulgação

Juliana Morais

Todo mundo precisa sevestir, raramente alguém sainu pelas ruas. O processo deescolher uma roupa dependemuito da personalidade decada um, que consequente-mente reflete a região em quecada um vive. A cultura domeio, o clima, os costumes dasociedade local influenciam,ou deveriam influenciar, naescolha da roupa.

A Tendência fashion, éformada por produtos total-mente importados ou feitospor estilistas da própria re-gião que simplesmente copi-am aquilo que é produzidonas grandes metrópoles.Mato grosso do Sul, porexemplo, não expressa suamoda. “Tudo que usamosaqui, tudo que fazemos, étudo muito enlatado, só acei-tamos produtos prontos vin-dos de fora, não mostramos anossa cara”, diz a professorado curso de moda VivianePortugal.

Região pantaneira, ricanos mais variados produtos,tais como o couro de peixe,couro bovino e de jacaré, pe-nas, ossos entre outros tantos;mesmo com tantas riquezasnaturais, o que este Estado fazé exportar suas iguarias eaqueles que aqui poderiamaproveitar, deixam passar econsomem aquilo que impor-

Revelação

Mistura de reggae com batida eletrônica, este ritmo chegou a MS e conquista quem gosta de boas mensagens

Conheça o estilo musical DubRogério Valdez

Abra os olhos. A Capitalmorena, com ar interiorano,não limita seu cenário musi-cal apenas ao universo dasvioladas. Novas propostassurgem, e com elas ritmos atéentão desconhecidos ganhamadeptos. O Dub mostra en-tão o seu diferencial, com umsom que foge do contínuo,em freqüências eletrônicas,agrega outros estilos sem es-quecer sua raiz no reggaejamaicano. Tradutora destanova vertente, a banda Lou-va Dub é a precursora do es-

tilo por aqui.De acordo com a enciclo-

pédia livre da web, o Dub écaracterizado por enfatizar asbatidas de bateria e as linhasarrojadas de baixo. Os ins-trumentos recebem efeitos demixagem aplicados à letra dacanção e peças da percussão.Difícil de explicar, masGabriel Escalante, saxofonis-ta do Louva Dub simplifica:“é uma variação eletrônica doreggae”. O som surgiu na dé-cada de 1960 na Jamaica,com versões remixadas demúsicas de reggae, hoje emdia o Dub já é considerado

um estilo musical.Gabriel explica que o

novo estilo tem sido bemaceito entre a galera que cur-te canções com “letras acon-chegantes e que não está en-tre o que se vê de massificadopelas baladas da Capital”.Para o músico a falta de no-vidade atrai novos apreciado-res. “Um lance novo chamaa atenção”, ressalta. Além deapresentar essa nova propos-ta para a música campo-grandense o Louva Dub trazcanções inéditas que sãocomposições próprias. “É in-teressante ser intérprete das

próprias composições”, ob-serva Gabriel.

A vocalista da banda,Lauren Kury, explica que asmúsicas que eles apresentamtrazem sempre mensagenspositivas, algumas cançõesfalam de Deus, outras sobrepreservação ambiental, po-rém, segundo a cantora, semclichê. “A banda quer passaruma mensagem sobre a vida,tudo o que move as pessoas,para que elas sejam melho-res, mostrar que tudo o queé vivo tem a mesma energia”,salienta Laren. Ela tambémdiz que a proposta é que não

exista preconceito musical ede acordo com GabrielEscalente, o Dub não está li-mitado ao reggae: “é um lan-ce aberto que pode agregaroutros estilos”.

Na Capital, o Dub é pou-co conhecido e o espaço paraapresentações ainda é um tan-to restrito, para um públicouniversitário e frequentado-res de baladas alternativas.“As bandas têm que fazer aspróprias festas para divulgaro trabalho, porque o espaçoainda é muito segmentadopor aqui”, observa Gabriel. Abanda traz em suas apresen-

tações uma identidade visu-al bastante característica. Osmúsicos fizeram shows peloprojeto Cenasom, onde toca-ram e encenaram, com umaprodução de cenário e figu-rino.

Com esta mensagem deamor pela vida, com caracte-rísticas do reggae e toques ele-trônicos o Louva Dub, antesMuckt Dub – mudou por jáexistir uma banda francesacom o mesmo nome – podeser apreciada também nomyspace, no endereçowww.myspace.com/lou-vadub.

Foto: divulgação

tam.Existem alguns produto-

res da moda que buscam poralgum meio exibir a perso-nalidade do Estado em quereside, Luiz Gugliatto é umexemplo. Vitrinista concei-tuado e produtor do edito-rial de moda da revista AGente, expõe em suas edi-ções modelos com roupasdas tendências “enlatadas”fotografadas no coração do

Falta essência pantaneira na

moda feita em Mato Grosso do Sul

Estado.“Pego uma modelo linda,

vestida com roupas atuais ecoloco ela no rio, em Mirandapor exemplo, e dessa manei-ra eu tô mostrando MatoGrosso do Sul e suas bele-zas, então indiretamente euexibo meu Estado”, afirmaGugliatto.

O curso de moda da Ca-pital já tem em sua gradecurricular matérias com con-

teúdos que estimulam os aca-dêmicos a trabalhar com osprodutos regionais. “Quan-do me formar já tenho pro-jetos para trabalhar com umamoda especificamente pan-taneira, incluindo nas ten-dências produtos naturaisdo Estado”, explica a estu-dante de moda Kakô, que játrabalhou em fábrica de rou-pas conceituada na grandeSão Paulo.

D e s l o c a d a s - Roupas vestidas por universitários de MS não expressam características regionais

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A r t e -Maquete virtual do Centro Cultural Campo Grande dá uma prévia de como ficará o prédio, hoje abandonado na Ernesto Geisel

População residente no bairro aprova inauguração do Centro Cultural

Renovação

Cultura no Cabreúva

Ederson Almeida

Artistas da Capital emoradores da região dobairro Cabreúva aguar-dam com ansiedade atransformação do pré-dio inacabado onde se-ria construído o Termi-nal Rodoviário de Cam-po Grande em um Cen-tro Municipal de BelasArtes. O espaço cultu-ral terá uma adminis-tração central, um tea-tro para 435 lugares,um auditório para 137pessoas e um alojamen-to para aproximada-mente 100 pessoas.Mas as obras ainda nãocomeçaram devido aoano eleitoral.

O governo estadualtransferiu a posse e do-mínio do imóvel urba-no, onde se encontra aobra inacabada do Ter-minal Rodoviário Enge-

nheiro Euclides deOliveira para a admi-nistração municipal,que se comprometeuem aproveitar ao má-ximo a estrutura quejá está construída.

De acordo com aassessoria da Prefei-tura Municipal deCampo Grande, con-siderando a proximi-dade com a esplana-da da estação ferrovi-ária local que possuigrande potencial tu-rístico e de lazer, de-cidiu-se criar naque-le espaço o CentroMunicipal de BelasArtes.

O Centro será umcomplexo turístico-cultural que irá abran-ger os segmentos damúsica, das artesplásticas, da dança,

do teatro e do cinema, sendoestruturado com um mezaninoe espaço para restaurante.

Serão feitas adaptações nos11 mil metros quadrados deárea do antigo terminal rodo-viário para que este possa abri-gar em espaços adequados; ar-tes plásticas, dança, música,escola para teatro, salas paraoficinas, restaurante, áreaspara convivência, exposiçõesde artes plásticas, teatro, audi-tório, pinacoteca municipal ealojamentos.

Atuante em diversas áreas

do setor cultural da Capital oator e diretor de teatroEspedito Montebranco, acre-dita que todas as ações inter-venientes e relacionadas à cul-tura são bem vindas. “A cons-trução e operacionalização doCentro Municipal de Belas Ar-tes são mais um espaço de de-mocratização, revitalização, res-gate e sobretudo valorização daprodução local e nacional, porisso é necessário que todas asáreas sejam respeitadas em es-calas de igual valor”, afirmaMontebranco. Segundo o ator,

a construção do Centro de Be-las Artes é de maior importân-cia para todos os segmentosculturais, servindo para a agre-gação de valores, descoberta eredescoberta de bens culturais.“Mas tem que ser usado emtempo integral, sempre à dispo-sição da população e principal-mente valorizando a arte e oartista local”, alerta o artista.

De acordo com Expedito, aclasse teatral não foi consulta-da, e isso pode se tornar umproblema, pois simplesmentevão fazer da forma que acham

que devem fazer. Pois com re-lação ao espaço físico teatral,todos os teatros existentes emCampo Grande têm algum pro-blema. “O espaço tem seu mé-rito, mas igual a todos os artis-tas de Mato Grosso do Sul queirão usá-lo gostaria que as clas-ses fossem consultadas a res-peito” diz.

Já Chico Neller, coreógrafoe diretor da Ginga Cia de Dan-ça e atual presidente da Asso-ciação Sul-mato-grossense dosProfissionais de dança, vê naconstrução deste espaço uma

grande contribuição para o se-tor cultural de Campo Grandee acredita que na verdade aCapital estaria atrasada comrelação a outras capitais do país.“Hoje todas as capitais no Bra-sil já possuem um espaço comoeste, que só agora se torna rea-lidade para a população cam-po-grandense”.

De acordo com Neller, emCampo Grande existem poucosespaços para que os artistaspossam desenvolver seu traba-lho e ressalva ainda que os es-cassos espaços existentes na suamaioria não oferecem condiçõesmínimas de utilização.

Chico ao contrário do di-retor de teatro ExpeditoMontebranco, conta que foiconsultado por idealizadoresdo projeto e que pôde darsua contribuição como repre-sentante da área da dança.“Foi me solicitado quais se-riam as condições necessári-as para que se pudesse de-senvolver um bom trabalhona área da dança; dimensõesde sala de aula, tipo de soloe acústica do local”.

Não menos interessadoneste assunto está AntonioCarlos Araújo, de 65 anos,morador do bairro Cabreúvahá mais de 20 anos, que aguar-da com ansiedade melhoriascomo esta em seu bairro, poisacredita que desta forma a re-gião possa se tornar mais va-lorizada. “Qualquer investi-mento é importante, deixa obairro mais bonito e valorizamuito mais os imóveis da re-dondeza”, afirmou Araújo.

Variedade das obras revela perfil dos artistasTatiana Gimenes

Em 18 de outubrocomemora-se o Dia dopintor. Uma profissãoque para muitos signi-fica um dom e para ou-tros é uma forma de so-brevivência. Pintar sig-nifica demonstraracontecimentos, explo-rar a imaginação ou atémesmo a expressão desentimentos, de carac-terísticas de uma deter-minada época.

Há vinte anos, opintor letrista Clau-demir Pereira Cazuza,de 38 anos, trabalhacom pinturas em pla-cas, faixas, painéis, le-treiros, e até mesmopinturas residenciais ecomerciais. Para ele,que tem sua própriaequipe, o tipo de ser-viço depende da pintu-ra a ser desenvolvida.Claudemir diz que háduas etapas, a parte ar-tística, onde há a cons-trução do desenho, e aparte de pintura, ondefaz-se o preenchimen-to do mesmo. “Eu tra-balho só com tintasboas”, confessa. Apósentrevista ao Jornal EmFoco, o pintor viajariapara Terenos, interiordo Estado, para pintaruma igreja.

O aerografista NeyLucas Carvalho, de 33anos, começou a traba-lhar com a pintura hácinco anos. SegundoLucas, a aerografia é “aarte de escrever e dese-nhar com o ar”. Ele nãodesenvolve o grafite emsi, sua especialidade émais voltada ao realis-mo, para uma arte maiscontemporânea. Lucasfala que seu dom é di-vino.

“Nasci desenhando,o primeiro objeto queeu peguei foi um lá-pis”, revela o artistaque, recentemente pin-tou as quadras de umaescola de Campo Gran-de. Marilene Machado

da Silva, de 41 anos, propri-etária da escola, conta que foiatravés de uma indicaçãopessoal que conheceu Lucas.Ela fala que queria algo ori-ginal, já que uma das áreas aser pintada era destinada aadolescentes. “Eu só passeio tema pra ele”, afirmouMarilene.

Diferente de muitos, elenão faz o esboço de seus de-senhos, mas pinta livremen-te. “O mais espantoso é quede uma bolinha sai um superdesenho. Primeiro ele traba-lhou as cores primárias e des-sas cores ele fazia os efeitos”,relembrou a diretora. O tem-po que Lucas levou para con-cluir a obra foi de oito dias,devido às condições climáti-cas.

“Ele valorizou tanto o es-paço que ele se tornou mai-or”, finalizou Marilene. Nomomento da entrevista,Lucas seguia em uma excur-são à Pousada Santa Clara, emCorumbá, para restaurar suaprimeira pintura, feita no lo-cal.

Ta l e n t o“A pintura te leva além da

vida real que a gente viveaqui fora. Na verdade, mui-

tos já têm o dom e outros, acuriosidade de aprender”,diz a acadêmica de Artes Vi-suais da Universidade Fede-ral de Mato Grosso do Sul(UFMS) Elis Regina Neuhausde Mesquita, de 32 anos. Elafala ainda que sempre gostoude artesanato, e quando tevea oportunidade de cursarArtes Visuais não pensouduas vezes.

Para a acadêmica, queestá no último ano da gradu-ação, a arte é possível de sefazer em telas, murais, papéise até mesmo num pedaço depano. “São ‘n’ materiais prapoderem ser utilizados”,concluiu.

Conforme a arte educado-ra Denise Abrão Nachif, de 49anos, o panorama de pinturaenvolve conhecimento e per-cepção. “O conhecimento estáligado à técnica da pintura,quando você conhece os fun-damentos como perspectiva,forma cor, composição”, ex-plicou Denise, que diz aindaexistirem várias formas depintar. “A cor é a essênciapura”, destacou. Ela explicaainda. “A técnica e o conhe-cimento da história ajudamuito e o seu trabalho ficamais reflexivo”. Para Nachif

Fernanda Mara

Brincar com res-ponsabil idade é oprincipal objetivo doProjeto Casa de En-saio. Com doze anosde existência, a casareune jovens a partirdos doze anos de es-colas públicas, comintenção de ensinar efazer com que sintamo poder da arte. E omais importante, quesaiam do projeto co-mo jovens mais hu-manos e de caráter.

A idealizadora ediretora do projetoLaís Doria expressaamor pela arte. “Eusempre fui artista, naverdade já nasci ar-tista, pois as pessoasnascem artistas e de-pois vão se aprimo-rando com o tempo”,afirma Laís. Em algu-mas horas de conver-sa ela mostrou dedi-cação e preocupaçãocom o futuro do país.Em tons de indigna-ção a diretora comen-ta sobre a desvalori-zação da arte no Bra-sil, e da importânciae o poder que a artetem. “Eu queria mu-dar o mundo para ummundo melhor hoje,não queria deixarpara depois, foi aíque surgiu a idéia demontar um projetoque valorizasse a cri-ança e o adolescentee mostrasse o poderda arte,” explica ela

ESPAÇO Jovens desenvolvem

talento em projetoque segue dizendo que tinhao costume de reclamar. “To-dos nós reclamamos dosgovernantes e ninguém faznada.”

A casa possui dois pro-gramas básicos, o circuito dearte, onde a criança passapor várias modalidades dearte e o outro é o “palco deexperiência” que a criançaparticipa de uma montagemteatral. A estudante GabrielaKinna que está há nove anosna casa, conta que entrou embusca de expressão tanto cor-poral como vocal, mas viuvários caminhos no qual fezcom que se tornasse uma jo-vem mais completa. “Eu vejoa casa de ensaio não comouma formadora de atores,mas sim como formadores decidadãos melhores”, comen-ta Gabriela, que faz parte da“Trupe”, uma das várias tur-mas que o projeto tem comalunos mais velhos que re-presentam a casa de ensaioem projetos, espetáculos eeventos da cidade.

No programa palco de ex-periência, com muita brinca-deira e animação eles vãomontando a próxima peça ecomeçam a ensaiar com mui-ta dedicação e responsabili-dade. A estudante BrunaDias, de 16 anos, está desde2003 na casa de ensaio e jáparticipou da montagem decinco espetáculos, em tons derisada. “Eu gosto de partici-par por que não gosto de fi-car em casa durante a sema-na a tarde, não tenho nadapara fazer,” afirma a estudan-te que cita sobre o aprendi-zado adquirido no projeto esobre a importância de lidar

com as pessoas. “A genteaprende a conviver com aspessoas no dia-a-dia, comolidar com elas, e tudo quetorna uma pessoa melhor,por isso que eu gosto tantode ficar aqui e acho que todomundo também, e eu não te-nho vontade de sair”, desa-bafa Bruna.

Há oito anos na casa deensaio Sara Dias, de 23anos, é estagiaria do proje-to nas áreas de jogos tea-trais e dança. “É muito le-gal estar na trupe pois éuma troca de experiênciaconstante, a gente divide omesmo amor pelo teatro,pelas artes em geral e nóstemos alunos de várias ida-des, pois a gente nuncasabe tudo, sempre apren-demos coisas bem legais esempre nos surpreenden-do”, afirma Sara.

Um dos diretores dacasa de ensaio ArthurMonteiro, comenta sobre oprocesso de aprendizagemda criança e do adolescen-te. “Quando a criança estáentrando no processo dapré-adolescência, quando oadolescente não é nem cri-ança mas também não éadulto, ele fica construin-do um mundo para esque-cer de ser que é naquelemomento. Nós vemos o de-senvolvimento da criança.Quando entram, eles vememburrados, tímidos, nãofalam e com o processo vãosoltando, ganhando confi-ança no grupo e nos pro-fessores e vão se expressan-do cada vez melhor, e issopara nós é muito rico e gra-tificante”, afirma Arthur.

a pintura é poder ir para vá-rios aspectos, e dentro des-tes aspectos encontramos aspinturas emocionais, alegóri-

cas e reflexivas.Segundo a arte educado-

ra, no aspecto emocional ex-põem-se os traços soltos, as

Edição de títulos,legendas e fios:

- Felipe Couto- Helton Verão- Marco YuleThiago Dal Moro

C o r - Muros de escola recebem tratamento especial pelos pintores

Foto: Tatiana Gimenes

D o m - O pintor Lucas Carvalho contribui para manutenção da arte

Foto: Tatiana Gimenes

Foto: Divulgação

pinturas reveladoras. Sobrea arte de pintar, Denise ain-da lembra do talento. “Talen-to conta, e muito”, revelou.

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E s p o r t e -Obstáculos naturais que exigem concentração, técnica e precisão para não cair do cavalo

Cross Country: pura adrenalina

Esporte

No hipismo, o Cross Country é uma modalidade do concurso completo de equitação que exige técnica

Juliana Gonçalves

Ao ar livre, em terreno ir-regular com vários obstáculosnaturais. É este o cenário pa-ra a prática da modalidade co-nhecida por Cross Country,que também é composto porsubidas com diferentes incli-nações, descidas, troncos deárvores e pequenos riachoscom obstáculos, grama e terrabatida. Todo este percursofeito a cavalo.

No entanto dentro das prá-ticas eqüestres, o ConcursoCompleto de Equitação(C.C.E.) é a modalidade a qualentra a prova de cross country,onde o atleta tem que mostrarhabilidades e controle sobre ocavalo, sendo também a querequer mais do competidor edo cavalo, pois são avaliadoso adestramento, cross countrye salto. Cada uma delas temum peso na pontuação, sen-do que a de cross country tempeso maior, seguido por saltoe adestramento.

Em Campo Grande é pos-sível encontrar competidorese ex-competidores no CentroHípico Militar, que hoje trata

N a t u r a l -Obstáculos com troncos de árvores e riachos

Foto: Juliana Gonçalves Foto: Arquivo hipica

mais de 80 cavalos, algunspremiados e oferece aulas dehipismo. O praticante da mo-dalidade há 13 anos, Sargen-to Tavares, contou que a pro-va de cross contry para com-petição entra no circuitoC.C.E., que dura três dias.

De acordo com ele, no pri-meiro dia é a prova de ades-tramento que leva cerca dequatro minutos, no segundodia o cross contry com apro-ximadamente o mesmo tempo

e no terceiro o salto clássicoque tem entre 12 a 14 obstá-culos, com tempo máximo de80 a 90 segundos por obstá-culo. No final dos três dias éfeito o cálculo a partir da per-da de pontos, consagrando-sevencedor quem perder menos.

“O percurso tem cerca de5,5mil metros e o cavalo che-ga a 550 quilômetros por mi-nuto, como é calculada a ve-locidade do eqüino”, afirmouTavares.

Para o sub-tenente Sal-danha, campeão nacionalduas vezes no cross countryé preciso calma na hora deabordagem do obstáculo, alémdo equilíbrio que contammuito para uma boa prova.Os obstáculos são imóveis eo cavalo pode se enroscar es-clareceu o militar.

O cavalo, para a práticadeste esporte, deve ser con-siderado completo, o que in-clui ser franco, corajoso,

aldaz, ter um bom flexio-namento e andadura longa.O sargento Adorno, hoje ins-trutor, começou a montarainda criança com o pai emBela Vista. “A adrenalina naprova de Cross é a maiorentre todas as provas, sen-tir o vento batendo no rosto

não tem igual”, afir-mou. Ele tambémressalta que esta pro-va apesar de ter obs-táculos naturais émuito técnica e pre-cisa de uma boaabordagem, para nãocair.

Luciana Brazil

Ainda não sabem o quequerem, não dominam a escri-ta, nem mesmo a fala, mas jásentem prazer em praticar es-portes e fazem da atividade fí-sica um trunfo que se torna arealização pessoal de toda avida. Crianças e jovens comidades entre três e 14 anossão futuros esportistas em po-tencial que se aventuram nomundo da atividade física emuitas vezes com grandes pre-tensões, depositando no es-porte a esperança de uma car-reira.

Gustavo, de apenas 9 anosse mostra feliz com a práticado Judô que faz desde os cin-co anos. “Quero ser Judoca.Gosto muito de treinar”, afir-ma sorridente. Com firmeza e

determinação, mas tambémcom afeição e zelo, o treinadorde Gustavo, professor de Edu-cação Física, Marco AurélioLopes de Moura, faz da suaprofissão uma paixão. Moura,como é conhecido, trata demaneira especial os pequenosalunos, crianças ainda em fasede desenvolvimento. Ele afir-ma que os jovens, futuro doseu trabalho, são a grande mo-tivação de sua carreira.

Moura é professor de Judôhá anos, dono de duas acade-mias em Campo Grande ele dizque trabalhar com as criançasé maravilhoso. “Poder ver acriança evoluindo dia apósdia, crescendo como pessoa,é fantástico”. Para ele, tudoque o esporte oferece é bom.“Disciplina, concentração,qualidade no sono, são sem

dúvida os principais benefí-cios que o esporte traz. Nojudô temos algumas regras quetambém contribuem de formagrandiosa para a formação docaráter do jovem”, diz Moura.

A ciência mostra através desuas pesquisas a importânciada prática de atividades físi-cas. Para a médica pediatraLídia Codorniz Delamare Es-pindola, do ponto de vista desaúde pública e medicina pre-ventiva, promover a atividadefísica na infância e na adoles-cência significa estabeleceruma base sólida para a redu-ção do sedentarismo na idadeadulta, contribuindo desta for-ma para uma melhor qualida-de de vida. “Além de promo-ver aquisição de habilidadespsicomotoras, a atividade fí-sica é importante para o de-

Pequenos atletas se

dedicam ao esporte

senvolvimento intelectual, fa-vorecendo um melhor desem-penho escolar e também me-lhor convívio social. A práti-ca regular de exercícios podetambém funcionar como umavia de escape para a energia“extra normal” das crianças,ou seja, sua hiperatividade”,explica ela.

Dentre tantos pontos a fa-vor, a atividade física tambémpode exercer outros efeitos alongo prazo, conta a médicaLydya. “Alguns benefícios sur-gem com o passar do tempocomo aqueles relacionados aoaparelho locomotor. A ativida-de física intensa, principal-mente quando envolve impac-to, também favorece um au-mento da massa óssea na ado-lescência e poderá reduzir orisco de aparecimento de os-teoporose em idades maisavançadas, principalmente emmulheres pós-menopausa”,afirma a pediatra.

Professor de Educação Fí-sica e Presidente da Federaçãode Hóquei de Mato Grosso doSul, Francisco Cezar MouraJúnior dá aulas de patinação

H ó q u e i - Esporte que exige disciplina, postura e consciência corporal e garante um futuro sadio que potencializa o desenvolvimento pessoal da criança e do adolescente

e hóquei para alunos de 3 a14 anos de idade. “A coorde-nação motora é um dos impor-tantes pontos que a atividadefísica influencia”.

A preocupação com aspec-tos como disciplina, posturae consciência corporal é leva-da a sério por Francisco. “Hojeas crianças passam muito tem-po no vídeo game e muitasvezes para os pais é mais cô-modo, porém chega uma horaque o pai diz que o filho estámuito sedentário e quer queele entre em algum esporte emuitas vezes cobra que o fi-lho seja excelente logo na pri-meira semana de treino, e nãoé assim”.

Para os pais, Francisco res-salta a importância de nuncacomparar o filho com algumcolega ou irmão. “O ponto departida precisa ser a motiva-ção, motivar o aluno, mostrarque ele é capaz. Realizo tam-bém provas mensais ou bimes-trais para que ele tente se su-perar, mas não competindocom outro aluno, mas sim con-tra o relógio, tentando supe-rar os seus limites.”

Francisco diz queprefere que os pais nãoassistam aos treinamen-tos para que a criança sesolte mais. “Muitos tam-bém querem aparecerpara os pais e isso não ébom,” conta o professor.O sorriso e alegria decada criança durante aprática dos exercícios le-vam alguns pais a prati-carem também a moda-lidade, conta Francisco.

Colocar um filhoainda pequeno no es-porte é apostar em umfuturo melhor e maissadio. A pediatra Lydyalembra que bebês já po-dem fazer natação, ati-vidade recomendadapara esta idade. A ciên-cia explica e o exercíciomostra como é benéficoter uma vida ativa des-de pequeno.

Edição de títulos,legendas e fios:

- Fernanda Mara- Sarah Isernhagen

Foto: Luciana Brazil

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Cresce procura por latu sensu

Pós-graduação

Aves Pantaneiras

completa 10 anos

de música regional

Assessoria de Imprensa

Nos últimos quatroanos, a procura peloscursos de pós-gradua-ção lato sensu da Uni-versidade Católica DomBosco cresceu significa-tivamente. No segundosemestre de 2005, eramtrês cursos e 171 alunosmatriculados. Com aexigência do mercadoprofissional em váriasáreas, foram implanta-dos mais 39 cursos em

diversos segmentos.Hoje há 1370 profis-sionais matriculadospara adquirir novosconhecimentos noscursos de especiali-zação da Católica.Certamente, este sal-to foi obtido pela qua-lidade dos cursosque contam com umaequipe bem prepara-da que busca semprea excelência e primapor sua credibilida-de.

O crescimento dademanda pelos cur-sos lato sensu fezcom que a Institui-ção buscasse estraté-gias para suprir asnecessidades do mer-cado. “As novas es-tratégias adotadaspela coordenação,bem como a novametodologia de tra-balho, contribuíramativamente para osucesso obtido pelodepartamento de

pós-graduação latosensu. Desde o final de2007, o número de alu-nos e cursos teve umaumento de 70%. Atu-almente temos 39 tur-mas em andamento,com mais de 1.300 ma-triculados. A nova infra-estrutura da UCDB Cen-

Excelência no ensino, corpo docente qualificado e infra-estrutura são os diferenciais dos cursos da instituição

tro também foi de grande im-portância para esta conquista.Sua localização e acessibilida-de aumentaram o interesse dopúblico central da Capital”,comentou a coordenadora dodepartamento, Marilu Reginados Santos.

Há cursos de especializa-ção nas áreas de Administra-ção, Agrárias, Comunicação,Contabilidade, Educação, Di-reito, Saúde entre outras. “Te-mos dezenas de cursos por-que nosso objetivo é atenderas demandas reais do merca-do de trabalho, de modo aaprofundar o conhecimentoobtido pelo profissional du-rante o período de gradua-

ção”, disse Marilu.O advogado e especialis-

ta Wilton Tomikawa, que segradou e se especializou naUCDB em Direito Adminis-trativo e Direito Civil e Pro-cessual Civil, afirma que aformação continuada propor-ciona uma complementaçãona área específica do profis-sional. “O estudante deve secapacitar e explorar a meto-dologia científica, os temasatuais, polêmicos e confli-tantes de maneira segura ecom eficácia”.

Pa r c e r i a sA UCDB, com mais de 40

anos de tradição, qualidade e

excelência no ensino superior,chama a atenção de empresas,associações, prefeituras e se-cretarias que buscam parceri-as com a Instituição para ca-pacitar seus funcionários. Em2008, estão em andamentoconvênios com a Associaçãodos Diplomados na Escola Su-perior de Guerra (Adesg-MS),Departamento PenitenciárioNacional, Faculdade SalesianaSanta Teresa de Corumbá, Pre-feitura de Dourados, Rede deNúcleos – Governo e Institui-ções de Ensino Superior, Se-cretaria Municipal de Assis-tência Social e Secretaria Mu-nicipal de Educação (Prefeitu-ra de Campo Grande), Socie-

dade Psicanalítica de MatoGrosso do Sul, Lazer e Sport,entre outras.

Durante a aula magna re-alizada na Adesg-MS, o Rei-tor da Católica, Pe. José Ma-rinoni, destacou a importân-cia de se especializar. “Oscursos de especialização for-mam profissionais multicom-petentes. Não importa a pro-fissão e nem a área, é necessá-rio ampliar os conhecimentose a educação continuada é ga-rantia de formação multicom-petente”, ressaltou o Reitor.

E s t r u t u r aAlém da infra-estrutura

do campus Tamandaré, a Ca-

tólica disponibiliza aos alunosde especialização as instala-ções da UCDB Centro, locali-zada no prédio da MissãoSalesiana de Mato Grosso, naRua Barão do Rio Branco, emfrente à Praça do Rádio. Onovo espaço agradou os estu-dantes. “Esta unidade emárea central é um diferencialmuito grande, pois além deser tão equipada quanto aUCDB Tamandaré, a sua lo-calização facilita o acesso dosestudantes”, comentou o ad-ministrador e pós-graduandoem Endomarketing nas Orga-nizações, Willian Machado.

Outro ponto destacadopelos estudantes é a prepara-ção dos professores. “NaUCDB, temos ótimos profes-sores que correspondem àsexpectativas e não deixamnada a desejar. São doutorese mestres que nos capacitampara acompanhar a evoluçãodo mercado do trabalho”,afirmou a psicóloga MartaCastelão, que faz especializa-ção em Psicoterapia de Ori-entação Psicanalítica.

A coordenadora de espe-cialização finalizou explican-do os principais motivos docrescimento dos cursos e dasatisfação dos estudantes. “Acausa desse aumento deve-seao fato de que os cursos ofe-recidos pela UCDB proporci-onam aos alunos a imersão nomundo profissional nas áre-as de conhecimento escolhi-das por eles. Ao entrar emcontato com este mundo, oprofissional tem a possibili-dade de adquirir inúmerashabilidades e melhorar suacapacidade de liderança e re-lacionamento. Certamente,este é um de nossos segredos:trabalhar o aluno em todos osseus aspectos. Trabalhar oprofissional de maneira am-pla, proporcionando a ele me-lhores resultados, tanto nacarreira quanto na vida pes-soal”, afirmou Marilu.

Q u a l i d a d e - Profissionais buscam nos cursos de pós-graduação da UCDB oportunidade de destaque no mercado de trabalho

Foto: Silvia Tada

Assessoria de Imprensa

O grupo musicalAves Pantaneiras, daUniversidade CatólicaDom Bosco, comemo-ra em, 2008, 10 anosde apresentações, pes-quisas e difusão damúsica sul-mato-gros-sense. O atual gruposurgiu da visão de fu-turo da direção da Ins-tituição que descobriuem uma apresentaçãomusical o talento dacantora e então acadê-mica de pedagogia, Pa-trícia Alves Carvalho.

“Eu fazia parte deum grupo de músicosde um estabelecimen-to chamado Peña EmeEne, uma loja comprodutos típicos daregião pantaneira. To-da semana aconteciauma roda de amigos,em que se apresenta-vam artistas da terra earredores, com modade viola, harpas, vio-lões e poesias. O lugarera muito disputadopor ser um local turís-tico. Às vezes, fazía-mos apresentações mu-sicais fora do estabele-cimento e, certo dia,em uma das apresenta-ções, o Reitor Pe. JoséMarinoni e a equipe da

Cultura e Arte viram minhaapresentação e se lembraramde que eu era acadêmica dauniversidade e cantava nocoral. Na época, os respon-sáveis pelo setor entraramem contato para que eu fi-zesse apresentações regio-nais pela UCDB, com as mes-mas características da Peña,pois eu me apresentava comroupas pintadas com temasindígenas e do Pantanal,além de interpretar somen-te músicas regionais e defronteira”, relembra Patrí-cia, que atualmente é pro-fessora e integrante do NAP(Núcleo de Apoio Pedagógi-co) da Instituição.

O segundo integrante,foi o violonista João Pauloe, em seguida, a dupla sen-tiu a necessidade de instru-mentos de percussão. Omúsico Jean Carlo, entãoacadêmico da Católica foiincorporado ao grupo.“Quando formamos essetrio, surgiu o nome AvesPantaneiras que, durante to-dos esses anos, representa aUCDB em eventos realizadosna Instituição”, comenta Pa-trícia.

O Aves Pantaneiras sur-giu com a proposta da filo-sofia salesiana que possibi-lita aos jovens da Institui-ção participarem de todo oprocesso educativo com seustalentos de música, dança,

artes, esportes, entre outros.Os acadêmicos assumem oseventos, o pátio, os corredo-res, cada espaço da UCDBcom seu “toque” e participa-ção, com sua linguagem esuas ações. “Isso nos trazviva a fala de Dom Bosco deque ‘Educação é coisa do co-ração’”, comentou Patrícia.

Fo r m a ç õ e sAtualmente, o Aves Pan-

taneiras está na sua terceiraformação. Patrícia lembracom saudade da época emque teve que deixar o gru-po, pois estava concluindoa graduação. “No fim do anode 2000, quando me forma-ria e sairia da universidade,fizemos uma seleção paranovos integrantes. Foi quan-do solicitamos mais pessoalpara que o grupo ficassemais completo e bonito,com sanfona, mais um vio-lão e a percussão”.

Na seleção do Aves Pan-taneiras, apresentaram-semuitos candidatos. Foramselecionados para a segun-da turma Karina Marques(que compõe o grupo atéhoje), Luis Gustavo Garay(in memorian), Márcio Japo-nês (que saiu após se for-mar), todos acadêmicos.“Outras seleções foram fei-tas e outros integrantes fa-zem parte do Aves Panta-neiras, todos representando

brilhantemente a idéia e oobjetivo iniciais do grupo:levar a música regional alémdas fronteiras, representarnosso povo e nossa históriaatravés da UCDB, que é par-te integrante dessa históriade propostas e conquistas”,disse Patrícia.

A p r e s e n t a ç õ e sO Aves Pantaneiras par-

ticipa dos principais even-tos ocorridos na UCDB,como congressos, seminári-os, semanas de cursos, en-tre outros. O grupo tem umrepertório de músicas regi-onais variadas, como desta-ca a atual vocalista KarinaMarques, que participou de

todas as formações, desde2001. “Fazemos esse traba-lho com a música regionaldivulgando as canções quesão produzidas aqui no Es-tado e que são nossas. Nos-so repertório vai desde re-gional de raiz e regional ur-bana, como Almir Sater,Paulo Simões, Geraldo Ro-ca, Filho dos Livres, JerryEspíndola, sempre desta-cando o pessoal local. Pen-so que isso embasa a razãode ser do Aves”, comentouKarina, jornalista e acadê-mica de Psicologia e querealiza um trabalho soloparalelo ao grupo, tendogravado um CD e participa-do de diversas coletâneas.

Além da vocalista KarinaMarques, a atual formação dogrupo conta com os acadê-micos Adriano Lima, voz eviolão, Misael Ferro, tecla-do, e Roni no baixo. “Estouno grupo há sete anos e agrande batalha é não deixara peteca cair. Quando umacadêmico se forma e vaiembora, o grupo começa denovo. Mas sempre mante-mos o espírito do grupovivo, por vários motivos.Primeiro, pelo amor ao Aves;segundo, por ser um traba-lho honesto, bacana e umaforma de a universidade nosajudar e ajudar os músicosque fazem parte desse traba-lho”, finalizou a vocalista.

M ú s i c a - Grupo musical da UCDB se apresenta nos principais eventos da instituição

Foto: Jakson Pereira

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Edição de título,legendas e fios:

- Bruna Lucianer

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“Quem administra as con-tas e o dinheiro aqui em casaé ela. Eu faço questão de obe-decer”, confessa Paulino daSilva Barros, de 43 anos, quetrabalha em uma mecânicade um amigo. Maria Francis-ca de Souza Barros, sua es-posa, trabalha em dois em-pregos e tem um salário queé quase o triplo do que Pau-lino recebe.

Essa é a tendência para asfamílias brasileiras nos pró-ximos anos. Mudanças naestrutura familiar fazem par-te do que já é conhecido co-

Comportamento

É cada vez maior o número de mulheres chefiando as suas famílias, mas a desigualdade salarial continua

Mulheres no comando de casamo o novo lar brasileiro.

De acordo com dados doresultado parcial da 3ª edi-ção do Retrato das Desigual-dades de Gênero e Raça, es-tudo elaborado pelo Institu-to de Pesquisa EconômicaAplicada (IPEA), o númerode famílias formadas por ca-sal com filhos e chefiadaspor mulheres aumentou nosúltimos 13 anos passandode 19,7% em 1993, para28,8% em 2006.

Para os especialistas,essa tendência é crescentepelo fato de que as mulhe-res vêm cada vez mais assu-mindo papéis diversificados

na sociedade e na família.“Para as mulheres e para asociedade é importante estetipo de mudança. Talvez issose deva pela busca das mu-lheres pela autonomia pe-rante os homens”, analisa osociólogo Silvino Areco.

Enquanto a família brasi-leira está mudando, commais mulheres chefiando oslares, por exemplo, fora decasa, principalmente nas re-lações de trabalho, os pa-drões de desigualdade degênero ou raça se repetem.

Tr a b a l h oOs dados do IPEA ainda

revelam que as mulherespassaram a ganhar mais,mas ainda bem menos doque ganham os homens. Porexemplo, em 2006 a rendamédia das mulheres era deR$ 577. Média superior a de1993 que foi R$ 561, masainda bem abaixo do que foiganho pelos homens nomesmo ano: R$ 885,56.

Maria Francisca, a espo-sa do mecânico Paulino, éuma excessão à estatística.Ela lembra que em 2006, jáganhava mais que o saláriodo marido. “Eu comecei atrabalhar em dois empregosem 2000. Em 2004 eu já ga-

nhava o dobro do salário doPaulino”, afirma Maria quetrabalha como secretária du-rante a manhã e operadorade caixa das três da tardeàs nove da noite. “Além dis-so, ainda tenho que ser mãee esposa”, diz ela com umsorriso maroto no rosto.

O IPEA mostra que alémde receberem menos, elasainda são as campeãs emmédia de horas semanaisdedicadas a afazeres domés-ticos. Em 2006, mulheresdisseram ter reservado 24,8horas da semana para essasatividades. No mesmo ano,homens dedicaram dez ho-

ras. Houve, no en-tanto, uma reduçãoda jornada femininaem afazeres domésti-cos, já que em 2001elas dedicavam 29 ho-ras. Mulheres comoMaria Francisca con-tribuíram para esta es-tatística.

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Intercom 2008 - Mídia, ecologia

e sociedade na paisagem

natural perfeita

Maracajaú - conhecida pelo mergulho junto aos bancos decorais, contrastada com a simplicidade de um povo quesobrevive do turismo e da pesca marítima.

Intercom 2008 - Abertura oficial que contou com aparticipação dos reitores das universidades Potiguares enomes importantes na comunicação nacional e internacional

Um dos grandesnomes da arte dorepente em RN. NoIntercom 2008, orepentista versousobre a culturalocal e suascaracterísticas.

Ponta Negra - Uma das regiões maisprocuradas pelos turistas pela beleza de suapraia.

Punaú - Paraíso natural do Rio Grande do Norte onde aságuas do rio encontram as do mar. O local já foi cenáriode gravações de comerciais.

Natal - Cidade do Sol, mesmo nublada não perde suacaracterística: a calorosa acolhida a seus visitantes.

Grupo de Forró - Atração musical típica da região.Mantém a tradição do forró pé-de-serra.

Krhystal - Cantora expoente da música em RN. Durantea abertura oficial do Intercom 2008.

Foto: Evellyn Abelha

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Foto: Evellyn Abelha

Foto: Daniel Henrique

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C a r a c t e r í s t i c a - Gaúchos mantêm acesa a chama da cultura riograndense em vários Estados, o tempo não apaga as lembranças que cada membro do movimento carrega consigo

Tradição gaúchapreservada em MS

Cultura

Mato Grosso do Sul é palco de apresentações de movimentos gaúchos

Bruna LucianerEliane Oliveira

Diversidade cul-tural: talvez a prin-cipal característicado povo sul-mato-grossense. O Estadoé formado por imi-grantes de todas aspartes do mundo, ea influência da cul-tura gaúcha é inegá-vel. Vinte e cincopor cento da popu-lação de Mato Gros-so do Sul são de ori-gem sulista, e trou-xeram na bagagemmuito mais do quelembranças e espe-ranças, mas tam-bém suas tradiçõese costumes, como adança do vanerão, ochurrasco e o chi-marrão. Hábitos que

foram incorporados por mui-tos sul-mato-grossenses e sãolembrados, principalmente, naSemana Farroupilha, comemo-rada no dia 20 de setembro.

O Movimento Tradiciona-lista Gaúcho (MTG) mantémacesa a chama da culturariograndense em vários Esta-dos. Em MS, o MTG, comsede em Campo Grande e sobpresidência de João Ermelinode Mello, atua na manuten-ção das tradições promoven-do eventos e festividades re-gados a muita música, dan-ça, jogos e esportes de natu-reza gaúcha. O mais conhe-cido deles é o Festival Gaú-cho de Tradição e Folclore doMato Grosso do Sul (Fegams).

O Estado tem 20 CTGs es-palhados em 18 cidades. OCTG Chama Crioula, de SãoGabriel do Oeste, funcionadesde 1988. Além de espaçopara esportes, como bolão e

carteado, o CTG oferece cur-sos de danças tradicionalis-tas gaúcha, italiana, alemã esul-mato-grossense. Comuma turma de cerca de 180dançarinos, de várias idades,as viagens à Festivais em bus-

ca de prêmios são constantes,pois bons resultados contri-buem para a “fama” do CTG.Luis Portes, de 42 anos, core-ógrafo de danças típicas há 24,ressalta a importância dosbenefícios culturais e sociais

adquiridos com essas ativida-des. “Conviver, pensar e agirem grupo só tende a enrique-cer qualquer indivíduo. E nãopodemos esquecer que todostemos o dever e o compromis-so de promover a cultura bra-sileira”, diz.

O CTG Chama Crioula semantém através de promoçõese aluguel do salão. Segundo oseu Patrão, Liberato Portes, oPingo, ele conta também comuma verba mensal da Funda-ção Cultural de São Gabriel doOeste (Fungab), que auxilia nopagamento do professor dedança e despesas com energiaelétrica.

A maioria dos CTGs doEstado recebe incentivo fi-nanceiro dos governos mu-nicipais, mas os governos es-tadual e federal ainda nãocontribuem de nenhuma ma-neira.

O desejo de crianças e jo-vens de manter e promover acultura da região natal deseus avós e pais exige esfor-ço. Os integrantes dos gruposde danças dos CTGs chegama ensaiar 7 horas por dia emépocas próximas a festivais ecompetições. Divididos eminvernadas, os grupos aco-lhem desde crianças de 4anos (invernada pré-mirim)até pessoas acima de 60 (ve-teranos). Em competições,quesitos como harmonia, in-terpretação e execução dasdanças são avaliados. Todasdevem seguir passos pré-de-finidos, e é exatamente a si-

milaridade das coreografiasque faz cada invernada bus-car a perfeição.

Quem participa sabe queas atividades exigem dedica-ção e até mesmo renúncias.Patrícia Montagna, 15 anos,dança desde os 10, e tem cer-teza que a recompensa peloesforço é válida. “A convivên-cia em grupo e o aprendiza-do de uma nova cultura sãomuito importantes. Até mes-mo o nosso círculo de amiza-des aumenta”, relata.

O orgulho de ser gaúchoe a saudade da terra natal étransparente nas palavras enos gestos daqueles que delá vieram. O presidente doMTG, João de Mello, é na-tural de Santo Ângelo – RSe mora em Mato Grosso doSul desde 1977. O temponão apagou as lembrançasde João. “Nós gaúchos temoso sentimento da saudademuito aguçado. E atrevo-mea dizer que nós que de lásaímos somos mais gaúchosdo que os que ficaram, poiso desejo de manter a cultu-ra é imenso”, conclui, como conhecido sotaque que re-siste ao tempo.

D a n ç a -Mulheres, jovens e crianças integram os grupos gaúchos

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Edição de títulos,legendas e fios:

- Evillyn Regis- Tatiana Gimenez

Tiéli Fernandes

Para controlar a Leishma-niose, o Centro de Controlede Zooneses em CampoGrande, realiza visitas nasresidências dos moradores.O objetivo é informar os pe-rigos da doença, e principal-mente, diagnosticar se o ani-mal contraiu ou não a doen-ça. Mas para o médico vete-rinário e imunologista daUniversidade Federal deMato Grosso do Sul, AndréLuis Soares, o exame reali-zado pelo Centro de Contro-le de Zoonoses não é con-fiável. “Os kits utilizadossão doados pelo Ministérioda Saúde e feitos pelo labo-ratório Fio Cruz’’, afirma. ALeishmaniose é uma zoonoseque ataca principalmente, aoscães. A transmissão é provo-cada pela picada do mosqui-to Lutzomya longipalpis,mais conhecido como mos-quito-palha.

Assim como o médico ve-terinário, o universitárioGiovane Neves ressalta que“tenho dúvidas sobre os exa-mes realizados nos animaisda Capital”. Na casa do estu-dante já foram realizadasduas sorologias nos cachor-

Exames não detectam Leishmaniose

ros, um vira-lata e outro pit-bull em 2006 e 2007. No Cen-tro de Controle de Zoonoseso resultado foi positivo. Emdúvida, a família procurouuma clínica particular e obte-ve resultado contrário ao doCCZ.

André Soares relata que aofazer o exame, caso o animalesteja com sarna ou a doençado carrapato, a sorologia épositiva. Para as cadelas, há

um outro detalhe importante.A fêmea estando no cio ou pre-nhe o resultado também serápositivo.

Sinais de emagrecimentoprogressivo, aumento dobaço e fígado, crescimentosignificativo das unhas e feri-mentos que nunca cicatrizamsão apenas alguns dos sinto-mas provocados pela Leishma-niose nos cães.

Os criadores de gatos po-

dem ficar mais tranquilos, jáque a doença raramente atin-ge estes animais. O trabalhode prevenção também é con-siderado importante. Manteras casas limpas e ainda, usode coleiras ou líquidos repe-lentes nos cães.

Até o fechamento destamatéria não conseguimoscontato com os responsáveispelo Centro de Controle deZoonoses de Campo Grande.

L e i s h m a n i o s e - Controle da doença é feito pelo Centro de Controle de Zoonose de Campo Grande

Foto: www.materiasespeciais.com.br