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ESTUDO INTRODUTÓRIO À OBRA DE JOANNA DE ÂNGELIS “Conhece -te a ti mesmo” O progresso geral é a resultante de todos os progressos individuais; mas, o progresso individual não consiste apenas no desenvolvimento da inteligência, na aquisição de alguns conhecimentos. Nisso mais não há do que uma parte do progresso, que não conduz necessariamente ao bem, pois que há homens que usam mal do seu saber. O progresso consiste, sobretudo, no melhoramento moral, na depuração do Espírito, na extirpação dos maus germens que em nós existem.” (Allan Kardec – Obras póstumas) Coordenação: Marlon Reikdal Contato: [email protected] Curitiba/PR 2017 (versão revisada)

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ESTUDO INTRODUTÓRIO À OBRA DE JOANNA DE ÂNGELIS

“Conhece-te a ti mesmo”

“O progresso geral é a resultante de todos os progressos individuais; mas, o progresso individual não consiste apenas no desenvolvimento da inteligência, na

aquisição de alguns conhecimentos. Nisso mais não há do que uma parte do

progresso, que não conduz necessariamente ao bem, pois que há homens que

usam mal do seu saber. O progresso consiste, sobretudo, no melhoramento moral, na depuração do Espírito, na extirpação dos maus germens que em nós

existem.” (Allan Kardec – Obras póstumas)

Coordenação: Marlon Reikdal

Contato: [email protected]

Curitiba/PR – 2017 (versão revisada)

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INTRODUÇÃO

POR QUE UM PROGRAMA DE ESTUDOS?

Estudar os textos de Joanna de Ângelis é um desafio para todos.

A abordagem da Doutrina Espírita pelo viés psicológico, apresentada por um Espírito de tão elevado

gabarito moral e intelectual exige um investimento a mais dos estudantes do Espiritismo, principalmente para

aqueles que não têm intimidade com a totalidade da obra e um mínimo de conhecimento de Psicologia.

A Série Psicológica de Joanna de Ângelis hoje se encontra consolidada em 16 volumes, publicados entre

1989 e 2011.1

Existem inúmeros caminhos para estudar esses livros. O principal dificultador que identificamos decorre

do fato da mentora espiritual não se deter em explicar e referenciar bibliograficamente autores e conceitos

psicológicos. Sem entender os conceitos parece-nos impraticável apreender a mensagem em sua profundidade.

Joanna de Ângelis se utiliza de uma conceituação complexa da Psicologia Analítica, como ego, persona,

sombra, anima, animus, inconsciente, self, individuação, são utilizados, esperando que o leitor atento e

interessado se aproprie deles para absorver os ensinamentos doutrinários que nos oferece.

Com esse intuito estabelecemos um programa de introdução ao estudo da Série Psicológica, visando,

facilitar o estudo das obras específicas da mentora.

Mas é preciso esclarecer que pelo fato de um coordenador seguir esse programa de estudos não lhe

habilita para coordenar a tarefa. Cada instituição deve ter seus cuidados e estabelecer os critérios para que um

voluntário possa assumir a tarefa de coordenar um grupo de estudos, independente do viés psicológico ou não.

Nossa intenção com a criação desse programa foi apenas facilitar o trabalho dos coordenadores, mas

não os habilita – aqueles que não o são – para a tarefa. Colocamo-nos a disposição para esclarecimentos e

orientações, sempre que estiverem ao nosso alcance, pois a finalidade é subsidiar estudos de qualidade em

torno da Série Psicológica de Joanna de Ângelis. Mas não oferecemos nenhuma formação ou qualificação para a

tarefa de coordenação de estudos em geral.2

Também não é um estudo substitutivo, de qualquer outro estudo que já exista na Casa Espírita. Acaba

por se tornar uma introdução dos estudos das obras de Joanna de Ângelis – sendo essa a nossa meta. Apenas

fizemos essa introdução para facilitar o entendimento dos conceitos que se encontram ao longo de toda a série.

1 Jesus e a atualidade (1989); O homem integral (1990); Plenitude (1990); Momentos de saúde e de consciência (1992); O

ser consciente (1993); Autodescobrimento: uma busca interior (1995); Desperte e seja feliz (1996); Vida: desafios e soluções

(1997); Amor, imbatível amor (1998); O despertar do espírito (2000); Jesus e o evangelho à luz da psicologia profunda

(2000); Triunfo pessoal (2002); Conflitos existenciais (2005); Encontro com a paz e a saúde (2007); Em busca da verdade

(2009); Psicologia da gratidão (2011). 2 Sugerimos que os interessados procurem nosso canal no You Tube, onde, aos poucos, temos incluído vídeos sobre a

questão da coordenação de estudos com viés psicológico: https://www.youtube.com/user/marlonreikdalblog

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Os coordenadores que já tem intimidade com a Série Psicológica e com os conceitos junguianos não

encontrarão aqui qualquer novidade, e por isso será desnecessária a utilização desse trabalho. A intenção é

oferecer suporte apenas para aqueles grupos e, em especial, para os coordenadores, que ainda não transitam

com facilidade pelas obras de Joanna de Ângelis, para que, depois de vencida essa etapa, se dediquem com mais

segurança ao estudo específico da coleção.

Não se propõe a ser um curso de Psicologia, pois se assim fosse, não deveria estar no Centro Espírita.

Com a temática “Conhece-te a ti mesmo”, ao longo de dois anos, pretende-se, além de trabalhar os

conceitos psicológicos, estimular os participantes a olharem para si mesmos, caminhando para a transformação

moral, objetivo último da Doutrina Espírita.3 Pretende-se também entrelaçar os conceitos doutrinários

apresentados por Kardec, aos estudos psicológicos, explicitando essa incrível conexão já prevista pelo

codificador desde os primórdios do Espiritismo, quando subtitulou a Revista Espírita de “jornal de estudos

psicológicos”.

O primeiro ano baseia-se nas noções primordiais de quem somos e das dimensões que nos compõe:

material, psicológica, social e espiritual. O segundo ano aprofunda os conceitos psicológicos que darão base

para as interpretações doutrinárias. Mas não deve ser visto como um estudo conceitual, afinal, seu principal

objetivo é que os temas ego, persona, sombra, anima, animus e self façam parte consciente da vida dos sujeitos,

transformando-os para melhor.

É uma singela proposta que visa facilitar a direcionamento dos coordenadores de estudo, com sugestões

temáticas, metodológicas e bibliográficas. Não deve ser seguido como uma tarefa a ser reproduzida sem

critérios ou reflexão. São direcionamentos, facilitadores, permitindo ao coordenador vislumbrar de modo

didático como trabalhar temas complexos, trazendo os ensinamentos doutrinários para o cotidiano.

REQUISITOS PARA COORDENAR OS ESTUDOS

Equivocadamente, muitas pessoas acreditam que para coordenar um estudo com viés psicológico é

necessário ter formação em Psicologia. Isso ocorre pela falta de entendimento do verdadeiro foco de um grupo

de estudo espírita, que é unicamente o Espiritismo.

Se a finalidade é o estudo e a divulgação do Espiritismo, então, o principal requisito é o conhecimento

do Espiritismo, acima de qualquer outro elemento, aliado ao perfil de coordenação de estudos.

Não é um espaço especial para psicólogos. Menos ainda para aqueles que gostariam de ser e não

puderam, desejando “se sentirem um pouco terapeutas” ministrando “aulas de Psicologia” ou fazendo

“psicoterapia de grupo” no Centro Espírita. Isso é um grande engano.

3 Allan Kardec – O Livros dos espíritos, conclusão, item V.

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A Psicologia enquanto prática é uma profissão que pode ser buscada por todos que a desejem, mas sem

o objetivo de encontrar uma brecha nos estudos psicológicos de Joanna de Ângelis para “exercer essa questão

mal resolvida”.

Todos que estão à frente de um grupo de estudos na Casa Espírita devem ter como objetivo promover o

conhecimento e a vivência doutrinária. A abordagem psicológica que Joanna de Ângelis propõe é apenas um

viés dentro do Espiritismo, e jamais pode ser confundida com a prática dessa profissão no Centro Espírita.

Outro grande equívoco é pensar que um psicólogo, por ter significativo conhecimento da Psicologia

Analítica, pode assumir um grupo de estudos na Casa Espírita apenas por sua habilitação profissional. Um ótimo

psicólogo está habilitado a praticar a psicoterapia ou a dar aulas de Psicologia, e apenas um ótimo espírita está

habilitado a coordenar um grupo de estudos sobre Espiritismo.

Mesmo sendo coordenado por um psicólogo, esse profissional jamais deve se colocar como tal. Sua

função ali não é fazer qualquer tipo de diagnóstico, orientação ou intervenção psicoterapêutica – seria um

desrespeito à sua profissão e à Casa Espírita.

Ao detectar que um frequentador da Casa Espírita precisa de psicoterapia, sugere-se que procure esse

tipo de serviço, assim como se faz para alguém com queixa habitual de dor de cabeça, durante o Diálogo

Fraterno, que consulte um neurologista.

Nesse intuito, aqui se encontram algumas sugestões de pré-requisitos para coordenar esse estudo:

a) Conhecimento doutrinário: os estudos psicológicos de Joanna de Ângelis são um viés da Doutrina

Espírita. Na prática não há grandes diferenciações, pois o que se deve estudar em todos os grupos

de uma instituição kardecista é o Espiritismo. Alguns estudam num viés filosófico, outros,

pedagógico, médico ou psicológico. Mas todos estudam a Doutrina Espírita, e por isso, não há como

coordenar qualquer grupo de estudos sem sólido conhecimento doutrinário. Se a Psicologia é um

enfoque pelo qual se analisa a Doutrina, não há como coordenar um estudo sem intimidade com os

ensinamentos espíritas, sob o risco de termos apenas um grupo de Psicologia. O foco, o objeto e a

finalidade são a divulgação e a vivência doutrinária. Todos precisam beber dessa fonte para

conseguir analisá-la por essas diferentes facetas, e apresentá-la aos estudantes do Espiritismo com

muito comprometimento. Se a leitura do Pentateuco Espírita já é um requisito difícil de ser atendido

por muitos, imagine o estudo sério e dedicado. O movimento espírita é carente de pessoas que

realmente estudem Allan Kardec, que entendam e tenham habilidade para transitar pelos seus

fundamentos, explorando-os e aplicando-os à vida com precisão. Seria uma irresponsabilidade

debruçar-se sobre qualquer viés, sem antes absorver a essência da Doutrina de maneira clara. Não

há como pensar que alguém tome a frente de um grupo de estudos da Doutrina Espírita sem

conhecimento solidificado dessa Doutrina.

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b) Experiência em coordenação de grupos de estudos: Coordenar adequadamente um grupo de

estudos é uma das tarefas mais complexas, pois não se constitui em simples exposição doutrinária.

O coordenador precisa ter conhecimento significativo do conteúdo exposto, atentar-se ao processo

grupal, mediar relações, motivar pessoas e acima de tudo, apresentar a Doutrina de modo

encantador para que as pessoas se modifiquem interiormente. Além de tudo isso, ainda é preciso

considerar que possam surgir outros entraves como pessoas que tumultuam o grupo, falam demais

ou quase não deixam espaço para os colegas e coordenador; temos os exaltados, os críticos, os

pessimistas, os inibidos entre tantas figuras que precisam ser manejadas adequadamente para não

serem excluídas, por também precisarem da Doutrina em suas vidas. Por isso, orienta-se que, para

coordenar um grupo de estudos com viés psicológico, é ideal que o almejante tenha experiência em

coordenação de grupos de estudos de um modo geral, transitando confortavelmente pelos

conceitos espíritas e pela didática, para que, a partir daí possa empreender um desafio maior que é

o de coordenar um grupo de estudos com um viés específico. Que pelo menos um dos

coordenadores consiga bem desempenhar a tarefa em grupos básicos ou de obras quaisquer, para

depois se aventurar na coordenação de estudos com vieses específicos, como o psicológico.

c) Conhecimento específico: Se em um extremo estão os que creem que é preciso uma habilitação

profissional em Psicologia para coordenar grupos de estudo das obras de Joanna de Ângelis, em

outro extremo, também equivocados, estão aqueles que se aventuram à tarefa sem noções básicas

e conhecimentos específicos das abordagens psicológicas – em especial, da Psicologia Analítica de C.

G. Jung.4 Uma pessoa que esteja à frente de um grupo de estudos que se utiliza dos conceitos

psicológicos junguianos, precisa ter um mínimo conhecimento sobre Psicologia Analítica, assim

como aquela que diante de um grupo com viés filosófico necessita de conhecimento em Filosofia,

para bem realizar a tarefa. Não há obrigatoriedade da presença de um psicólogo, nem se

recomenda que assim aconteça, conforme já exposto. Mas há sim, a necessidade de

comprometimento com o estudo básico da Psicologia, por parte dos coordenadores, no sentido de

entenderem minimamente os conceitos, sem deturpar a Psicologia e, principalmente, a própria

Doutrina dos espíritos.

ESPIRITISMO E PSICOLOGIA

4 Foi com intuito de facilitar o acesso e a compreensão de determinados conceitos psicológicos que o Núcleo de Estudos Psicológicos

Joanna de Ângelis, do qual fazemos parte, publicou, junto com Divaldo Pereira Franco e Joanna de Ângelis, até o momento, duas obras: Refletindo a alma: a psicologia espírita de Joanna de Ângelis (2011) e Espelhos da alma: uma jornada terapêutica (2014), conciliando os textos fundamentais do Espiritismo, com as obras de Joanna de Ângelis e importantes referências da Psicologia. Sugerimos que todo coordenador de estudos das obras de Joanna de Ângelis estude esses dois livros. Além disso, de modo independente, os membros do Núcleo produziram vídeos que se encontram disponíveis no You Tube e podem ser acessados consultando pelos nomes dos integrantes: Cláudio e Iris Sinoti, Gelson Luiz Roberto e Marlon Reikdal.

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Muito antes dos dias atuais, Allan Kardec já se mostrava um grande estudioso da psique. Por isso,

querer separar o Espiritismo da Psicologia é tentar formalizar uma Doutrina sem alma, uma religião sem nexo

causal nem teológico, uma ciência sem objeto.

Kardec foi explícito nesse sentido, desde o início de suas pesquisas. Sabemos que já na primeira

publicação da Revista Espírita estava sacramentada essa união, e o que mais admiramos no trabalho codificado

por ele foi a sua capacidade de aprofundamento a respeito do homem integral. Fez isso antes mesmo da

Psicologia estabelecer suas bases científicas e adentrar a sociedade como hoje a conhecemos, vários anos antes

do pai da psicanálise, Sigmund Freud (1856-1939) e Carl Gustav Jung (1875-1961) – o grande desbravador do

inconsciente coletivo.

Todavia, para que essa mensagem se realize em seu potencial transformador, merece atenção e

cuidados.

Para bem compreendermos essa perspectiva precisamos delimitar o enfoque da codificação. Allan

Kardec chama-nos a atenção para a arte de manejar os caracteres. Estabelece categoricamente a diferença

entre o desenvolvimento intelectual e o moral, mostrando-nos que a dimensão intelectual, sem a completude

moral do processo educacional é vazia.

Podemos discursar perfeitamente sobre o perdão, apresentando teorias e orientações que exigem

raciocínio e domínio da oratória. Somos capazes de aconselhar e dirigir a existência dos outros. Porém, vivenciar

esses conhecimentos em profundidade, sem máscaras ou escamoteamentos, é diferente – essa é a dimensão

psicológica essencialmente, o mundo dos sentimentos e das emoções.

É justamente nesse contexto que Joanna de Ângelis foi buscar na Psicologia a alavanca para impulsionar

esse progresso. Divaldo P. Franco conta que a mentora espiritual se dedicou aos estudos da Psicologia, da

Psicanálise e da Psiquiatria por mais de 50 anos no plano espiritual superior, para que nos trouxesse esse

material que vem ganhando cada vez mais espaço no Movimento Espírita em todo o mundo.

As obras de Joanna de Ângelis exigem pesquisas complementares, principalmente das Ciências

Humanas, muito além de vocabulário da Língua Portuguesa. Ao longo de seus trabalhos, a mentora

progressivamente se aprofunda nas questões psicológicas e psiquiátricas, exigindo assim do leitor um estudo

particularizado.

Sua escrita é densa e complexa. Mas nos perguntamos: O que esperar de um Espírito de tamanha

nobreza moral, que conheceu e colaborou com Jesus, desde as primeiras horas? Qual o vocabulário de uma

alma de tão grande estatura intelectual e moral que quando reencarnada foi considerada uma das maiores

poetisas da língua hispânica, além de se desenvolver nas áreas de Teologia moral, Medicina, Astronomia e

Direito Canônico.

Em vez de reclamações ou queixas pela complexidade de seus estudos, deveríamos tecer

agradecimentos a um espírito deste patamar evolutivo que se destina a zelar por nós, e nos orientar, mesmo em

meio à nossa ignorância e pequenez, e disso absorvermos o que há de melhor para vivermos a Doutrina em sua

plenitude.

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Para darmos maior dimensão à importância do encontro entre Espiritismo e Psicologia, tomamos como

exemplo a análise da “Parábola do Filho Pródigo” ou a “Parábola dos Dois Filhos”, como também é conhecida. O

evangelho de Jesus é um norte para a humanidade que almeja a felicidade, e essa parábola nos faz pensar sobre

nossas escolhas, as buscas exteriores, sobre os prazeres imediatos e principalmente sobre o Pai amoroso e bom

que temos. Mas essa mesma passagem, interpretada pelo viés psicológico e espírita, oferecido por Joanna de

Ângelis, na obra Em busca da verdade, ganha amplitude inigualável.

Qualquer um que se detenha sobre a obra perceberá o quanto os conceitos psicológicos como persona,

sombra, ego e Self nos possibilitam um olhar mais profundo sobre a parábola, fazendo-nos perceber dimensões

do comportamento humano, pouco compreendidas até então. E mais, permite-nos enxergar as atitudes de cada

personagem por um ângulo diferenciado, menos literal, mais dinâmico e, por consequência, mais fácil de ser

pessoalmente refletidos.

Mas, não pretendemos “psicologizar” a religião nem converter a Psicologia. O que a mentora espiritual

nos ensina é a fazer da Psicologia, em especial a de C. G. Jung, instrumento útil para melhor compreensão do

Espiritismo.

Não é uma comunhão entre Espiritismo e Psicologia, mas sim, a utilização das Ciências Psicológicas e das

demais Ciências, para bem mais compreendermos os fenômenos humanos que o Espiritismo estuda.

A Psicologia é mais uma ferramenta que permite realizar o trabalho com maior precisão, profundidade e

acerto. Na Casa Espírita realizamos um estudo da conduta humana, abordando os temas que fazem parte de

nosso cotidiano. Os conceitos psicológicos servem para instrumentalizar a análise a respeito do

comportamento, mostrando habilmente “como fazer” mudanças verdadeiras para melhor.

As leituras psicológicas vem ganhando cada vez mais espaço nos meios leigos, por ser de grande valia na

compreensão de quem somos e de como nos transformamos. Superados os dias de imposição e repressão

(social, religiosa, sexual, política, etc.) é preciso saber como lidar com os conteúdos que antes eram

simplesmente rejeitados pela consciência.

A Psicologia sempre este embutida nos estudos espíritas. Joanna de Ângelis explicitou isso, formalizando

através de seus estudos e do uso dos conceitos psicológicos, como instrumentos para nossa compreensão.

Exemplificamos isso com a construção de uma casa. Sozinho e com poucas ferramentas é possível

construí-las, mas certamente exigirá mais empenho, mais tempo e oferecerá nível maior de dificuldade. Quando

o construtor tem auxílio de outros, mais instrumentos como o andaime, a betoneira, as serras e demais

maquinarias, ele chegará a resultados parecidos com o demonstrado no primeiro exemplo, contudo de forma

eficiente, mais rápida, e muito provável, consiga realizar uma construção maior e mais segura.

A Psicologia pode ser vista dessa forma. Não é o aspecto essencial, mas contribui para que a Doutrina

alcance seus objetivos de forma mais efetiva, auxiliando num processo que já estava estabelecido

anteriormente pelo Codificador.

A meta do Espiritismo é conduzir a Humanidade na senda da evolução, numa mudança efetiva de

comportamento, e por isso devemos estar profundamente conectados aos estudos psicológicos, afinal, não há

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comportamento que não passe pela psique. Destrinchar esse processo é trabalho da Psicologia, então, podemos

aproveitar desse desenvolvimento científico para instrumentalizar a conquista das bases doutrinárias. Servem

para compreendermos o comportamento humano, da criança ao idoso, em suas dimensões de saúde e doença

mental, bem como as relações e seus entraves, seu processo de desenvolvimento moral, favorecendo-nos a

evolução espiritual.

O encontro entre Psicologia e Espiritismo é um convite para o Movimento Espírita iniciar novos tempos,

de mais qualificação e aperfeiçoamento na sua forma de trabalho, mas também para mais qualidade em termos

teóricos, compreendendo o ser humano e a Doutrina Espírita por vieses ainda não estabelecidos, pautados na

dimensão do homem integral.

Dizemos que os estudos de cunho psicológico sempre estiveram nas instituições espíritas, a começar por

O livro dos espíritos, aprofundando em O evangelho segundo o espiritismo, passando pelos estudos

introdutórios e diversos temas sistematizados como a mediunidade, a obsessão, sem esquecermos as obras de

Emmanuel que se mostra um grande conhecedor da alma humana, além de André Luiz, Manoel P. de Miranda, e

tantos outros. São todos estudos doutrinários que já trazem em si a dimensão psicológica por se pautarem na

compreensão da alma humana, seu funcionamento e transformação.

Entretanto, o trabalho que Joanna de Ângelis desenvolveu até o presente momento é de deixar muitos

professores de Psicologia estupefatos pela forma como se apropriou dos estudos da psique e entrelaçou-os à

proposta evangélica. As palavras da mentora espiritual são precisas ao desbravar a alma humana, e por isso a

temos por peça fundamental nesse quebra-cabeça da vida, em busca da plenitude do ser.

Quando a questionamos sobre essa interface entre Psicologia e Espiritismo, denominada para nós

espíritas de Psicologia Espírita, e os cuidados que precisamos ter, obtivemos a seguinte resposta:

O estudo do Espiritismo, de alguma forma, é também do conhecimento psicológico,

porquanto diz respeito à transformação moral do indivíduo para melhor, para tornar-se

vencedor das paixões primárias em favor das emoções superiores da vida. Os estudos da

Psicologia Espírita constituem uma contribuição para mais amplo entendimento da

codificação kardequiana, por aprofundar a sonda do esclarecimento nos conflitos que

vicejam em todas as criaturas, auxiliando-as com métodos eficazes para solucioná-los,

não atribuindo todas as ocorrências perturbadoras às influências espirituais negativas,

mas, sim aos próprios demônios, aqueles que as acompanham através das sucessivas

reencarnações e formam o ego perverso ou sonhador, dinâmico ou preguiçoso, alegre ou

angustiado... Inevitavelmente, à medida que o ser estuda e se estuda, melhora-se,

realizando uma autopsicoterapia, por eleger o bem em vez da perturbação e dos

sentimentos inferiores.5

GRUPO DE ESTUDOS versus PSICOTERAPIA DE GRUPO

5 Joanna de Ângelis – Espelhos da Alma, p. 117.

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No meio espírita existe o receio, por parte de certas pessoas, de que os grupos de estudos se

transformem em grupos de psicoterapia. Em geral, essa preocupação se dá pelo desconhecimento das

características desses dois tipos de atividades. Crê-se equivocadamente que qualquer reunião de pessoas que

falem de suas vidas seja psicoterapia.

Parte desse problema se dá porque os grupos de estudos da Doutrina Espírita têm um caráter

terapêutico. Mas é necessário diferenciar uma atividade com resultados terapêuticos de uma psicoterapia

enquanto prática profissional.

Dizer que os grupos de estudos doutrinários têm um caráter terapêutico não os iguala a um grupo de

psicoterapia, porque são caminhos, técnicas e objetivos completamente diferentes. As atividades da Casa

Espírita auxiliam efetivamente as pessoas a viverem melhor, a administrarem seus problemas sob uma ótica

diferenciada – a espiritual –, a aceitarem suas dores com mais consciência e resignação, a terem fé no futuro,

entre tantos outros benefícios. E isso não se dá apenas nos grupos de estudo, mas também no Diálogo Fraterno,

na exposição evangélica, na evangelização etc.

Os grupos de estudos que tenham cunho terapêutico devem assim ser classificados, porque produzem

uma mudança positiva na vida de seus participantes. Se não transformassem o homem para melhor, não

haveria sentido de existirem. E, todas as atividades de uma Casa Espírita precisam convergir para esse mesmo

fim, levando o homem a viver melhor consigo, com o seu próximo e com Deus.

Já a psicoterapia é um trabalho diferente, em especial, desenvolvido por psicólogos. Só pode ser

realizada por pessoas formadas em uma instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), e

sua prática profissional é regida e orientada por um conselho de classe – nesse caso, o Conselho Federal de

Psicologia (CFP) e suas regionais. Essa instituição a qual todas as práticas profissionais dos psicólogos estão

submetidas estabelece que, ao profissional é vetado induzir convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas,

religiosas, de orientação sexual ou qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções

profissionais.6

Ao querermos atender outra dimensão e deixarmos de falar de Espiritismo, certamente não estaremos

fazendo uma troca com saldo positivo para a Doutrina, afinal o psicólogo não falará do Espiritismo em nosso

lugar.

Além disso, é importante ressaltar que a psicoterapia é um trabalho que ocorre dentro de um contexto

específico, o qual precisa ser considerado para que seus resultados sejam alcançados. Entre eles, lembramos a

questão do contrato de trabalho, do ambiente, do pagamento, da continuidade, do vínculo transferencial e

contratransferencial, das supervisões.

Existem ainda outros importantes elementos de diferenciação entre um grupo de estudo e um grupo de

psicoterapia: o foco, o embasamento teórico e a intervenção.

6 Código de Ética do Psicólogo - Artigo 2, item b.

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a) Foco

O foco de um grupo de estudo é a Doutrina Espírita. O foco de um grupo de psicoterapia é a experiência

de vida dos seus participantes. Os dois podem proporcionar uma vida mais saudável a seus membros. Mas,

enquanto o grupo de estudos parte dos conteúdos doutrinários, para levar o sujeito a refletir sobre sua vida e

modificá-la dentro de suas possibilidades, a psicoterapia parte das vivências e dos elementos pessoais do

terapeutizando naquele momento.

Superficialmente, essas duas abordagens parecem até próximas, mas na prática, são completamente

diferentes.

Nos grupos de estudos temos um programa a seguir, com temas específicos, didaticamente construídos

e orientados para cada encontro, com bibliografia a ser aprofundada pelo coordenador e pelos participantes.

Além disso, temos um objetivo muito claro: estudar aquele conteúdo de modo que seus integrantes consigam

estudar a si mesmos, e transformar suas vidas para melhor a partir do que estejam aprendendo. Já em um

grupo de psicoterapia, o profissional sempre terá como foco o que os pacientes desejarem para aquela sessão,

seus conteúdos, suas vivências. A partir daí, dará início ao trabalho de análise, fazendo-os pensar sobre esse ou

aquele aspecto que estão evidenciando, favorecendo a tomada de consciência de seus padrões de

funcionamento e de suas posturas geradoras de sofrimento. Nessa situação, não se utiliza de uma Doutrina

religiosa que se preocupa em oferecer diretrizes para a conduta humana, e sim, da análise do próprio

comportamento em si, em que cada sujeito é visto como único. Não é uma mera conversa, nem um grupo de

desabafo ou de simples aconselhamentos. O analista utiliza-se de técnicas específicas, posturas, olhares e

análises que diferem de um diálogo cotidiano. Há uma vasta bibliografia de diferentes linhas de abordagens

psicológicas, estabelecendo práticas e condutas profissionais que fazem de um encontro grupal, uma

psicoterapia de grupo.

b) Embasamento teórico

Embora em um grupo de estudos de autodescobrimento possamos estudar conceitos junguianos como

persona ou sombra, é um estudo doutrinário com o objetivo de se compreender o ser humano e,

consequentemente, estimulá-lo à vivência do Espiritismo. Não estudamos as teorias psicológicas por si, como

em um curso de Psicologia.

Nós espíritas, aprendemos com Joanna de Ângelis a utilizar a Psicologia como auxílio para analisarmos

melhor as nossas vidas, e nos trabalharmos interiormente. Se conceitos psicológicos como ego e Self são

utilizados para análise doutrinária, precisamos entendê-los como instrumentos para desdobrar o entendimento

que já está posto pela Doutrina Espírita. Por isso precisamos estudar muito a Doutrina e divulga-la, para que

cada membro do grupo, por meio de um trabalho pessoal, conecte o que está estudando com a sua própria

vida, repensando suas atitudes para um comportamento mais saudável.

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Na psicoterapia a teoria psicológica não é apresentada para seus participantes, tão pouco se faz

necessário que a entendam ou estudem. O conhecimento é a base da qual se utiliza o psicólogo para

compreender o funcionamento das pessoas, e para intervir de modo específico nesse funcionamento,

auxiliando no processo de tomada de consciência. Isso está diretamente ligado ao que chamamos de tipo de

intervenção ou manejo.

c) Intervenção

Em um grupo de estudos não fazemos intervenções psicológicas. Os participantes podem até falar de

suas vidas, mas ouvi-los não determinará o caráter da prática profissional. Como não temos uma avaliação

precisa do sujeito [diagnóstico], não sabemos da situação atual e temos consciência de que aquilo que a pessoa

fala é apenas uma versão de toda a história ou problema, é necessário se abster de qualquer comentário

específico ou aconselhamento.

Se nosso objetivo é apresentar a Doutrina para que os participantes reflitam sobre sua própria vida,

cabe ao coordenador restringir-se aos conceitos doutrinários e esclarecer aqueles que não estão conseguindo

compreender bem o tema estudado. Também acreditamos ser tarefa do coordenador proporcionar reflexões

através de uma boa didática de vivências pedagógicas, para que os participantes consigam extrapolar os

conceitos doutrinários para suas próprias vidas.

Em um grupo de estudos acerca do perdão, por exemplo, jamais o coordenador do estudo poderá

analisar o comportamento do participante para lhe dizer o que ele deve fazer para perdoar identificando suas

resistências ou mecanismos de defesa, para favorecer seu desenvolvimento emocional. Ele não é habilitado

tecnicamente para isso, e mesmo que fosse não seria o local, o momento, o enfoque e a proposta, incorrendo

em falta ética.

É preciso compreender que se um psicólogo faz algum tipo de intervenção, ou mesmo um

aconselhamento, seja na psicoterapia individual ou em grupo, ele não a faz aleatoriamente, por “achismo” ou

suposição. Em geral, o psicólogo já realizou uma análise da personalidade do sujeito, que tecnicamente

chamamos de diagnóstico para, a partir disso, saber se posicionar frente àquele caso.

Existem muitas formas de diagnósticos, seja através da estrutura da personalidade, dos mitos, tipos

psicológicos junguianos, sintomas clínicos, forma de funcionamento. Independente da linha teórica e da linha

prática a qual se apoia, toda atitude de um psicólogo frente a seu paciente está fundamentada em um

diagnóstico específico.

A partir desse diagnóstico ele define a forma de se relacionar com seu paciente, o que falar ou não falar,

como direcioná-lo e auxiliá-lo, pois, cada pessoa é única, e o que pode dar certo para uma não necessariamente

dará para outra. É preciso fazer uma análise do momento de vida, da constituição egoica, dos mecanismos de

defesa, entre tantos outros detalhes que precisam ser analisados, para que então o psicólogo possa se

posicionar com segurança. As perguntas que se faz, as posturas que se têm, se “acelera” ou “freia”, se

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“esquenta” ou “esfria”, são pautadas nisso. Para algumas pessoas perguntamos: “O que você está sentindo”? E

para outras: “O que você está pensando”?

Cada pergunta, questionamento, confronto, orientação ou sugestão está fundamentada numa

compreensão psicológica do sujeito. Uma pessoa com transtorno de personalidade, outra com perfil ansioso,

outra histérica e uma que seja psicótica, serão manejadas de maneira completamente diferente – e isso,

somente um profissional habilitado, em um ambiente e com contrato específico, deve fazer.

E quando os participantes falam de suas vidas?

Muitos coordenadores de grupos de estudos espíritas têm receio de que seus participantes adentrem

questões pessoais e falem de suas vidas. Isso é uma questão específica e que não tem a ver com os grupos de

estudo das obras de Joanna de Ângelis, e sim, das características e necessidades do próprio ser humano. Está

mais ligado à demanda das pessoas, à didática, ao vínculo do grupo com o coordenador e à sua postura de

acolhimento, do que ao tema propriamente dito.

A Doutrina Espírita veio para nossas vidas, para o cotidiano, para a superação pessoal. Isso já está

estabelecido desde o início por Kardec. É natural e saudável que ao estudar a Doutrina, as pessoas desejem falar

de suas vidas, fazendo essas conexões que são importantíssimas para que o Espiritismo cumpra com seu papel

de regenerador de nossa sociedade.

Problema seria um grupo de estudos em que as pessoas falam da vida dos demais, tentam

responsabilizar a sociedade, os problemas do mundo, com vãs filosofias ou pensamentos vazios, sem se

enxergar como parte desse mundo. Perda de tempo seria estar numa palestra ou grupo de estudo, pensando

que o marido ou o filho deveriam estar ali, ou fazer o evangelho no lar e analisar a vida dos outros sem perceber

sua própria relação com o tema.

Se a Doutrina veio para mudar nossas vidas – posturas, relações e comportamentos –, é mais que

natural querermos falar desses temas ou assuntos no grupo de estudo.

É preciso pensar que certas pessoas têm o grupo como único espaço para falarem de si e refletirem sob

a ótica espiritual. Muitos vivem em contextos em que a espiritualidade não é aceita, em famílias com diferenças

religiosas. Outros estão presos às rotinas adoecidas, estressantes, onde não há momento para pensar sobre a

própria vida, senão aquele – no grupo de estudos, uma vez por semana.

Atualmente, é enorme o número de pessoas que não desliga o celular um minuto sequer, não consegue

ficar em silêncio, não se desvincula dos problemas, e muitos desses, quando estão no grupo de estudos na Casa

Espírita conseguem, mesmo que por pouco tempo, conectarem-se consigo mesmos.

Por isso, reforçamos que devemos incentivar este “olhar para dentro”, sem medo, tendo a certeza de

que estamos contribuindo para um mundo melhor.

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A partir desses aspectos analisados até aqui, podemos afirmar categoricamente que todos os grupos

espíritas deveriam criar espaços para as pessoas falem de si e se analisem. Não está aí o problema, mas sim na

forma como lidamos com essa situação no grupo.

Por isso, queremos ressaltar e refletir acerca de dois aspectos importantes, quando nos referimos às

pessoas que falam de suas vidas: a postura do coordenador e os conteúdos trazidos pelos participantes.

A postura do coordenador: É um grande equívoco o coordenador desejar ou aceitar o desejo dos

participantes de fazer do grupo de estudos uma pseudopsicoterapia grupal. As pessoas podem

compartilhar seus insights, seus pensamentos, suas reflexões. Já dissemos que o fato de falarem de suas

vidas não transforma um grupo de estudo em uma psicoterapia em grupo. O elemento principal está ligado

ao manejo do coordenador. Vejamos um exemplo concreto: se estamos estudando sobre a cólera e

questionamos quando os participantes sentem cólera, essa reflexão será muito oportuna. O pensamento

de Joanna de Ângelis poderá acrescentar, dizendo que não precisamos nos envergonhar de sentir a raiva,7

pois se não tivermos consciência de nós, o corpo sinalizará essa conduta. Inúmeras pessoas têm adoecido

fisicamente por não perceberem suas emoções. Pensar sobre elas poderá auxiliar em muito as pessoas a

viverem melhor. Talvez os participantes compartilhem aquilo que lhes deixa com raiva, ou o que fazem

quando estão coléricos. É natural e positivo que isso aconteça em um ambiente religioso, conduzido por

uma moralidade, e pode ser muito produtivo, à medida que as pessoas consigam refletir sobre si ao invés

de perderem tempo “cuidando” da vida alheia. Estamos no grupo de estudo para nos trabalharmos

interiormente, e não para sermos experts no julgamento de nossos irmãos. Se o texto analisado nos leva a

essas reflexões, isso é algo maravilhoso. A Doutrina está cumprindo com seu objetivo através de nosso

trabalho. Se a partir do compartilhamento de alguém, outro conseguir tomar consciência de si será ainda

mais belo, pois a experiência de uns estará ajudando a outros. Isso é Espiritismo em ação, efetivamente

mudando vidas. Mas se o coordenador, a partir daqueles conteúdos, desejar se intrometer na vida do

participante, dizendo o que ele deve fazer e como deve agir, “tentando” fazer um aconselhamento, aí

teremos um equívoco. Lembremos que o grupo de estudo é focado no conteúdo doutrinário. Quando

alguém nos traz um elemento de sua vida ou mesmo uma pergunta sobre como deveria agir, como

coordenadores, sempre deveremos questionar: “E o que o texto está nos dizendo sobre isso que você

traz?”. Caso o texto não diga nada, falaremos absolutamente nada, pois nossa função ali é de porta-voz da

Doutrina, e não de oráculo ou guru dos participantes.

Os conteúdos trazidos pelos participantes: Ressaltamos aqui três situações específicas. A primeira é quando

alguém fala de conteúdos da sua vida que não estão ligados ao tema. A segunda refere-se às pessoas que

falam demais no grupo. E a última, quando algum participante deseja revelar situações de sua intimidade.

7 Joanna de Ângelis – Autodescobrimento: uma busca interior, cap. 10.

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Se alguém nos traz depoimentos de sua vida que não estejam ligados ao tema, devemos ouvir em

uma primeira vez, afinal é bem possível que aquela pessoa precise desabafar naquele momento. Jesus

anunciou: “Venha a mim todos os que estão aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. Não

precisaremos nesse primeiro momento interrompê-la. Mais do que isso, precisamos estimular o

acolhimento e a compreensão por parte do grupo, pois qualquer um de nós poderia estar naquela

situação difícil, precisando de alguém que nos ouvisse. Mesmo que o conteúdo do dia fique um tanto

comprometido, mesmo que alguns participantes não se interessem pela vida dos outros, ouvir é uma

grande caridade a ser praticada, sob o risco de agirmos de forma contrária a tudo aquilo que a

Doutrina nos ensina. Contudo, se aquela mesma pessoa quiser utilizar-se de mais de uma

oportunidade para desabafar sobre o mesmo assunto, ou sempre tiver um assunto novo, mantendo a

postura, precisaremos sim, desta vez, delicadamente intervir. Neste caso, já não estamos diante de

uma catarse necessária, mas sim, de uma problemática psicológica que o grupo não poderá auxiliar.

Certamente que, como coordenadores, precisaremos de muito tato para estimular essa pessoa a

procurar uma ajuda profissional. Seu comportamento evidencia que algo precisa ser elaborado dentro

dela, e um psicólogo será necessário nesse caso. Entretanto, seja na primeira ou na segunda situação,

jamais o coordenador ou outro participante deverá emitir sugestões ou conselhos, sob o risco de ser

leviano e irresponsável – sem uma boa avaliação não há como fazer uma boa intervenção.

Na situação em que temos no grupo pessoas que falam demais de suas vidas, embora elas possam

estar dentro do tema, sempre fazem uso da palavra atrapalhando o andamento do tema. Precisamos

conversar individualmente com o participante, auxiliando-o a perceber seu comportamento e

gentilmente pedir que coopere, avaliando melhor quando é imprescindível a sua contribuição pessoal.

Isso é muito importante principalmente para evitar que os demais participantes criem um sentimento

negativo em relação à determinada pessoa. É responsabilidade do coordenador a proteção emocional

de todos os participantes. Deixar uma pessoa inadequada atuar no grupo, desgovernadamente, seria

permitir a exposição dessa pessoa aos demais. E se não conseguimos abordá-la depois, é provável que

estejamos mais preocupados com nossa imagem do que com o bem-estar do grupo e do participante.

E além dessas duas situações, há aquela em que precisamos refletir sobre os limites dos

compartilhamentos e reflexões no grupo. Existem pessoas que não têm um “filtro” para essa avaliação

e, falam de suas vidas como se estivessem conversando com o amigo mais íntimo. Pior ainda, quando

essas pessoas se expõem sem ao menos conhecer o grupo. Quando a pessoa é nova no grupo e

começa a falar sobre intimidades de sua vida, sem qualquer dúvida, deveremos interromper

gentilmente e encaminhá-la para o setor de Diálogo Fraterno, afirmando que estamos fazendo isso

pelo seu próprio bem. Se aquele já é um participante mais antigo do grupo, precisamos ajudá-lo a se

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preservar, sob o risco de mais à frente se sentir envergonhado por ter se exposto demais, e não querer

voltar para a atividade. Mas nessas situações, será sempre importante fazer um questionamento:

“Qual é o limite para se falar no grupo?”. Não existe regra definitiva pois dependerá do vínculo grupal,

da postura do coordenador e da afetividade entre os participantes. Vivemos situações em que alguns

grupos da Casa Espírita são mais fortes que muitos vínculos afetivos em seus próprios lares. Esse limite

que separa o adequado do inadequado a se compartilhar no grupo é muito sutil. Como

coordenadores, se em geral não falamos e não conhecemos nossas emoções, certamente ouvir

alguém falar de sua raiva nos parecerá constrangedor, como se isso precisasse ficar “guardado a sete

chaves”, e por ser nossa postura interna, certamente reprimiremos os participantes. Isso acontece

regularmente. Certos coordenadores não desejam pensar ou analisar sua própria vida, sejam emoções

e sentimentos, seus problemas ou dificuldades, e em vez de assumirem sua limitação, tentam impô-la

ao grupo. Então, silenciar o outro, nesse caso, não será nada mais que uma tentativa de silenciar o seu

próprio mundo interior – mas isso não dará certo por muito tempo. Quando vemos colegas no grupo

relatando, por exemplo, os motivos que lhes deixam com raiva, isso pode nos incomodar. Repercutirá

em nós porque certamente seremos impelidos a enxergar as nossas próprias raivas. Daí, muitas vezes,

preferirmos ficar apenas na teoria a abrirmos espaço para que as pessoas falem de suas vidas. Mas

como a Doutrina poderá nos mudar em profundidade, verdadeiramente, se não conseguirmos “olhar

para dentro”? Corremos o risco de fazer apenas mudanças superficiais, construir personas de espíritas

equilibrados e bem resolvidos, sem qualquer consonância com a profundidade de nossa alma. Como

cada participante vai levar para sua vida e aproveitar a experiência, é uma questão pessoal que não

depende prioritariamente do coordenador. Mas, podemos e devemos estimular as pessoas a

pensarem em suas próprias vidas a partir do que estamos estudando. O coordenador e os

participantes precisam estar dispostos a se autoconhecerem...

O COORDENADOR DE ESTUDOS E O DESENVOLVIMENTO DO GRUPO

A habilidade de desenvolvimento grupal por parte do coordenador não é imprescindível para a

condução de um grupo, contudo, quando presente e bem aplicada, produz melhores resultados em termos de

aprendizagem.

Muito se tem pesquisado sobre as dinâmicas interpessoais. Mas, o interessante é o quanto Allan Kardec

e Joanna de Ângelis já discorreram sobre essa temática indicando características definidoras de um

funcionamento grupal adequado: grupos que se tornem familiares, como campo para emotividade superior e

amadurecimento do amor.

Allan Kardec, ao dissertar sobre “as sociedades propriamente ditas” em O livro dos médiuns, ressalta:

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(...) no interesse dos estudos e por bem da causa mesma, as reuniões espíritas devem

tender antes à multiplicação de pequenos grupos, do que à constituição de grandes

aglomerações. Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando

observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita que um dia

consorciará todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento: o da

fraternidade, trazendo o cunho da caridade cristã.8

Percebemos com este apontamento que o eminente professor estava preocupado com a união das

pessoas que estudam a Doutrina Espírita, com a continuidade e o fortalecimento dos vínculos afetivos desses,

abandonando assim os cultos exteriores e de postura passiva, como meros ouvintes. Os frequentadores das

sociedades espíritas, por meio dos grupos pequenos, quando bem orientados, conseguem alcançar o diálogo, a

vivência produtiva e internalizadora de conceitos, que são as grandes molas para o progresso moral.

Joanna de Ângelis em seu livro O desperta do espírito faz a seguinte colocação:

O ser humano necessita do calor afetivo de outrem, mediante cuja conquista amplia o

seu campo de emotividade superior, desenvolvendo sentimentos que dormem e são

aquecidos pelo relacionamento mútuo, que enseja amadurecimento e amor.9

Temos, quando em grupo, a grande oportunidade de exercitar esse calor afetivo que gera condições de

aprendizado prático para os conceitos de caridade, de tolerância, de compreensão, bem como, do

desenvolvimento do sentimento de amor fraterno através dos laços de amizade, gerando assim um ambiente

favorável para o crescimento espiritual de todos e a expansão real da Doutrina.

Entre inúmeros teóricos da dinâmica dos grupos, ressaltamos Will Schutz, renomado estudioso

americano que se debruçou sobre os processos que envolvem as relações interpessoais e estabeleceu que todos

os grupos passam por três fases distintas e interdependentes: Inclusão, controle e afeição.

A primeira fase é o momento em que o participante chega ao grupo e tem a necessidade de se sentir

parte, de ser considerado pelos demais, encontrando ali o seu espaço.

A segunda fase, a do controle, é quando o membro do grupo conhece a competência, a capacidade, as

necessidades do outro; reconhece de forma espontânea as atribuições de poder; conhece as condutas do grupo;

troca experiências, participa das vivências e percebe os espaços estabelecidos.

A última é o momento em que seus membros são capazes de expressar e buscar integração emocional;

manifestam apoio, afeto, hostilidade, ciúme, irritação e outros sentimentos, elegendo aqueles que deseja

estarem próximos daqueles que pretende permaneçam distantes.

Essa teoria dos grupos é muito mais complexa do que pudemos expressar nesses três breves parágrafos.

Contudo, queremos nos deter um pouco mais na primeira etapa, porque aí o coordenador de estudos tem uma

importante função, e da sua habilidade em exercê-la dependerá, muitas vezes, a permanência dos participantes

no grupo.

8 KARDEC – O livro dos médiuns, cap. XXIX, item 334.

9 FRANCO – O despertar do Espírito, cap. 7: Relacionamentos humanos.

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O momento inicial é aquele em que o “candidato a membro” deseja se sentir parte do grupo, tem

necessidade de se sentir considerado pelos outros; ainda não é espontâneo; ainda não sabe o nome dos demais

e o grupo não se conhece bem.

Dizemos que nesse momento as pessoas apresentam comportamentos de desconfiança, isolamento,

mudez, dificuldade em se expressar, busca de conhecidos, formação de “panelinhas”, tudo por medo de se

exporem, de não serem aceitas, de errarem, de serem criticadas etc.

Em geral, nesse primeiro momento, os participantes estão mais focados no atendimento de suas

expectativas, na aceitação por parte do grupo, no sucesso que farão e se serão capazes de enfrentar o grupo, do

que no conteúdo em si.

Por isso, nesses primeiros encontros, como fazemos em sala de aula, sugerimos que o coordenador

precise investir certo tempo na integração dos seus membros, visando ao contato para o conhecimento e

fortalecimento dos vínculos. É necessário desenvolver a autoconfiança, a integração e a aproximação das

pessoas, a confiança no grupo e o sentimento de aceitação mútua.

Um importante papel do coordenador, mais que deter-se no conteúdo, deve ser o de criar um ambiente

que favoreça a aprendizagem, através do sentimento grupal que será desenvolvido. Para isso, o coordenador

precisa promover as apresentações, estabelecer um clima descontraído e até lúdico em alguns momentos,

quebrar a barreira da desconfiança, esclarecer objetivos, conteúdos e funcionamento, levantar expectativas

para identificação dos participantes, resumindo: estimular o sentimento de pertencimento.

Para uma análise conteudista, pode parecer perda de tempo, porém, os resultados frente ao número de

evasão das instituições espíritas revelam que, investir no desenvolvimento do grupo favorece o aprendizado,

fortalece o grupo e por isso, representa apenas acréscimos.

Trabalhando dessa forma, em pouco tempo, o coordenador perceberá a diferença de funcionamento e

interação do grupo, pelo clima participativo, de abertura e de confiança.

Também podemos verificar o crescimento grupal a partir de alguns sinais, como a intercomunicação

afetiva; a liberdade de expressão de todos, dentro de cada perfil; a responsabilidade nas leituras, nos estudos,

na participação e no interesse; a abertura para novas ideias e novos membros; o grupo livre de fofoca; a

resolução democrática de conflitos e de problemas; a habilidade grupal para momentos emocionais sensíveis.

Criamos um sentimento de grupo, para que a partir daí, possamos aprender juntos.

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ESTUDOS INTRODUTÓRIOS À OBRA DE JOANNA DE ÂNGELIS

“Conhece-te a ti mesmo”

ANO 1

Conforme achamos oportuno, em alguns encontros, fizemos sugestões de textos e atividades que possam

estimular a aprendizagem dos participantes. Não nos detivemos no método de trabalho, compreendendo que

cada coordenador, conforme suas possibilidades, perfil e interesses, poderá trabalhar como lhe aprouver.

Esse trabalho não é uma apostila a ser reproduzida fielmente, e sim, um estímulo para aquele coordenador que

não encontrou referências para trabalhar o tema, ou ideias para trazer o conteúdo para o cotidiano dos

participantes.

1º Encontro

Tema Expectativas e acolhimento

Objetivos Levantar a motivação de cada participantes para estar no grupo; Levantar as expectativas de cada participantes para o estudo; Fazer o acolhimento de todos, entrelaçando suas falas com a proposta do grupo; Apresentar a proposta do estudo (não necessariamente o programa), mas abordando os temas e os conceitos que serão estudados.

2º Encontro

Tema Espiritismo e Psicologia (I)

Subtema Kardec e a Psicologia

Objetivos Perceber que a proposta de Allan Kardec estava baseada no pensamento da Psicologia enquanto ciência, mas que não se propõe a ser um estudo de Psicologia e sim, de Espiritismo.

Sugestão Analisar o texto “Psicologia e Espiritismo” na introdução desse programa. Conseguir com isso, mostrar que não é um estudo de Psicologia, e sim de Espiritismo. Mas que a Psicologia vem nos instrumentalizar no processo de autodescobrimento e de transformação moral. O olhar psicológico já estava embutido nos textos de Kardec. O que Joanna de Ângelis fez foi formalizar isso, explicitando textos e contextos com maior aplicabilidade no nosso cotidiano. Caso haja tempo, sugerimos que seja realizada uma atividade de integração, permitindo que os participantes se conheçam melhor, para fortalecer seus vínculos. É preciso que a atividade seja muito bem escolhida para evitar qualquer tipo de constrangimento aos participantes. A atividade deve favorecendo o grupo se conhecer.

Bibliografia OBSERVAÇÃO: Quando sugerimos um texto como esse: “Psicologia e Espiritismo”, não citaremos aqui as referências que foram utilizadas, pressupondo que o coordenador buscará direto na fonte. Da mesma forma, quando citarmos capítulos das obras do Núcleo de Estudos Psicológicos Joanna de Ângelis, ou vídeos, acreditamos que não seja necessário repetir as referências.

3º Encontro

Tema Espiritismo e Psicologia (II)

Subtema Grupo de estudo ou grupo de psicoterapia?

Objetivos Refletir sobre a conduta do grupo e dos coordenadores dos estudos referente à dimensão psicológica para estabelecer contrato de trabalho.

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Sugestão Analisar o texto “Grupo de estudos versus Psicoterapia de grupo”, na introdução desse programa. Estabelecer os combinados com o grupo. Se houver tempo, poderá ser realizado mais uma atividade de integração para que os participantes do grupo se conheçam. Essa etapa não deve ser desconsiderada. Se o grupo não conseguir criar um bom vínculo, muito do processo de aprendizagem ficará comprometido.

Observações Embora façamos uma sugestão de combinados (anexo), sugerimos que cada grupo tenha liberdade para estabelecer os seus próprios combinados, que surgirão naturalmente na medida em que o texto for analisado e que os participantes emitirem suas opiniões. É preciso incluir as situações específicas e deixar claro como o coordenador e o grupo agirão quando alguém não seguir qualquer um dos combinados. Por exemplo, “Como agiremos quando alguém estiver dando palpite na vida do outro?” Também é importante combinar se estará aberto para pessoas novas ou não, e até quando. E se sim, como o grupo acolherá essas pessoas (para que não fique apenas a cargo dos coordenadores). Quanto ao cartaz com as imagens dos combinados, sugerimos que fique a vista, em todos os encontros, estimulando o grupo a cuidar com suas posturas, e sempre que alguém estiver esquecendo, facilmente ser lembrado.

4º Encontro

Tema Divaldo Pereira Franco e Joanna de Ângelis

Objetivos Conhecer a biografia do médium baiano e da autora espiritual

Sugestão Para facilitar o acesso às informações mais importantes, sugerimos: - Biografia de Divaldo P. Franco (anexo que elaboramos). - Capítulo “Joanna de Ângelis: uma breve apresentação”, de César Braga Said. Reforçamos que o ideal é que os coordenadores leiam os três livros que utilizamos para fazer a síntese da vida de Divaldo, e o livro “Joanna e Jesus: uma história de amor” também de César Braga Said.

Bibliografia Ana Landi – Divaldo Franco: a trajetória de um dos maiores médiuns de todos os tempos. César Said – Joanna de Ângelis: uma breve descrição. In: Refletindo a Alma: a psicologia espírita de Joanna de Ângelis. César Said – Joanna e Jesus: uma história de amor. Suely Schubert – O semeador de estrelas. Iris Sinoti – A jornada numinosa de Divaldo Franco: a vida, a obra e o ideário do maior médium e comunicador espírita da atualidade.

5º Encontro

Tema Estrutura da Psique

Objetivos Proporcionar as primeiras noções da estrutura da psique

Sugestão Vídeoaula “A Série Psicológica de Joanna de Ângelis”, de Cláudio e Iris Sinoti, Módulo I, Aula 2 - A estrutura da Psique I

Observações Esses temas serão aprofundados no segundo ano, mas como já estão implícitos em toda a obra, achamos por melhor trazê-los desde o início.

Bibliografia Sugerimos que paralelo a vídeo os participantes tenham acesso ao seguinte texto: Sinoti – A psicologia Analítica de Carl Gustav Jung. In: Refletindo a Alma.

6º Encontro

Tema Estrutura da Psique (II)

Objetivos Proporcionar as primeiras noções da estrutura da psique

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Sugestão Vídeo “Série Psicológica de Joanna de Ângelis”, de Cláudio e Iris Sinoti, Módulo I, Aula 3 - A estrutura da Psique II

Observações Idem ao 5º encontro

Bibliografia Idem ao 5º encontro

7º Encontro

Tema Estrutura da Psique (III)

Objetivos Proporcionar as primeiras noções da estrutura da psique

Sugestão Vídeo “Série Psicológica de Joanna de Ângelis”, de Cláudio e Iris Sinoti, Módulo I, Aula 2 - A estrutura da Psique III

Observações Idem ao 5º encontro

Bibliografia Idem ao 5º encontro

8º Encontro

Tema A Importância do “Conhece-te a ti mesmo”

Subtema Conhece-te a ti mesmo ao longo da história ocidental

Objetivos Construir com os participantes a noção de que o autodescobrimento não é uma proposta que surgiu na atualidade, posto faz parte da história da humanidade, antes mesmo de Cristo, em incontáveis convites para que o homem olhe para si próprio.

Sugestão Embora, em diferentes momentos e locais, o convite de olhar para dentro de si mantém-se presente. Porque conhecer-se é tão importante? - Templo de Delfos ou Templo do deus grego Apolo (COMPLEMENTO A); - Sócrates (COMPLEMENTO B) - Jesus Cristo (COMPLEMENTO C) - Kardec (COMPLEMENTO D) - Joanna de Ângelis (COMPLEMENTO E) - Carl Gustav Jung (COMPLEMENTO F)

Complementos A: “Delfos também é conhecido como o templo do deus Apolo. Na mitologia grega, ele é a divindade do

“Conhece-te a ti mesmo” e do “Nada em demasia”, e por isso seu nascimento representa novo tempo,

uma necessidade da época, do surgimento da consciência. Deus solar, fiel representante de Zeus, ao

matar a grande serpente que dominava o templo, simboliza a libertação da hipertrofia das forças

naturais, pois a serpente, segundo Jung, representa também a natureza terrena do ser humano da qual

não tem consciência.” (Marlon Reikdal – Cultivo das emoções, p. 54)

B: “A proposta de conhecer-se a si mesmo, como fundamento para uma vida mais plena, data dos

tempos antigos. Embora Sócrates não seja o autor da frase “Conhece-te a ti mesmo” ele a imortalizou.

O grande filósofo ateniense deparou-se com a expressão ao visitar o Santuário de Delfos. No pórtico do

grande templo estava escrito: “Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”.

Estudos históricos especulam que a data de fundação do templo está entre 1100 a.C. e 750 a.C., e que a

inscrição é de 650 a.C., atribuída aos Sete Sábios.VI O sítio arqueológico de Delfos hoje é considerado

patrimônio mundial pela Unesco. O autoconhecimento é o fundamento da filosofia socrática e tem

grande influência no pensamento atual. O filósofo ensinou a humanidade a questionar, muito mais que

se preocupar com respostas, que geralmente são superficiais. Por meio de novas perguntas, chega-se a

descobertas mais profundas e verdadeiras a respeito de nós mesmos. A questão essencial é: “Quem sou

eu”? (Marlon Reikdal – Cultivo das emoções, p. 54)

C: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32)

D: “Qual o meio prático mais eficaz que o homem tem de se melhorar nesta vida e de resistir ao

arrastamento do mal? Resposta: Um sábio da Antiguidade vos disse: Conhece-te a ti mesmo.” (Allan

Kardec – O Livro dos Espíritos, questão 919).

E: “O grande desafio contemporâneo para o homem é o seu autodescobrimento” (Joanna de Ângelis –

O homem integral, p. 20).

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F: “Não saias, é no interior que habita a verdade” (Carl Gustav Jung, Adágio alquimista citado por

Jung na obra “Memórias, Sonhos e Reflexões”, p. 89). Observações Sugere-se para os coordenadores a apresentação “Marlon Reikdal – Dimensões do

autodescobrimento para o bem viver”, da Associação Médico-Espírita do Rio Grande do Sul, disponível no You Tube (https://www.youtube.com/watch?v=tmSkhcqAqYQ)

Bibliografia Allan Kardec - O Livro dos Espíritos. C. G. Jung - Memórias, sonhos e reflexões. Joanna de Ângelis - O homem integral. João - O novo testamento. Marlon Reikdal - Cultivo das emoções: um caminho para a transformação moral

9º Encontro

Tema A prática do “Conhece-te a ti mesmo”

Subtema Análise diária proposta por Santo Agostinho

Objetivos Estimular o hábito da autoavaliação diária conforme ensina Santo Agostinho a Allan Kardec

Sugestão Analisar a resposta que Santo Agostinho dá ao questionamento de Allan Kardec na questão 919a, de “O Livro dos Espíritos”. Sugestão: anexo “Exame de consciência” para estimular o grupo a realizar a análise diária. O essencial é que os participantes assimilem o processo de questionarem a si mesmos sem justificativa de suas próprias atitudes. Talvez o material escrito tenha valor para que os participantes levem para casa as perguntas, estimulando-os a fazer todos os dias as mesmas questões, embora não haja a necessidade de respostas por escrito.

Complementos A: “A necessidade, portanto, do autodescobrimento, em uma panorâmica racional, torna-se inadiável,

a fim de favorecer a recuperação quando em estado de desarmonia, ou o crescimento, se portador de

valores intrínsecos latentes. Enquanto não se conscientize das próprias possibilidades, o indivíduo

aturde-se em conflitos de natureza destrutiva, ou foge espetacularmente para estados depressivos,

mergulhando em psicoses de vária ordem, que o dominam e inviabilizam a sua evolução, pelo menos

momentaneamente. O autodescobrimento faculta-lhe identificar os limites e as dependências, as

aspirações verdadeiras e as falsas, os embustes do ego e as imposturas da ilusão.” (Joanna de Ângelis

– Autodescobrimento: uma busca interior, pp. 8-9). B: “Quando o indivíduo avança no rumo do conhecer-se a si mesmo, deve criar o hábito da reflexão

antes de dormir, fazendo revisão mental dos seus atos do dia, a fim de corrigir aqueles que não

correspondem aos seus anseios de elevação, aprimorando-se naqueloutros que o auxiliam na ascese

moral. Surge, então, dessa autoanálise, uma conclusão benéfica: se alguém ofendeu a outrem, dando-se

conta, logo surja a oportunidade pede-lhe desculpas, mas se foi vítima de qualquer injunção ou pessoa,

automaticamente desculpa. Algumas pessoas asseveram que receiam desculpar-se, porque o outro, não,

poucas vezes, nesse momento, reagem, dando lugar a gravames piores. Essa conduta negativa, porém,

do outro não deve tornar-se problema para o saudável, porque a ação injuriosa e descortês pertence

àquele que a realiza, não lhe dando maior valor. O que importa é a consciência de libertação de

qualquer tipo de culpa, de remorso, concedendo ao outro o direito de ser como se encontra, mas

impondo-se melhora sempre e sem cessar.” (Joanna de Ângelis – Espelhos da Alma, pp. 23-24).

Observações Os coordenadores precisarão retomar, de tempos em tempos, a proposta de Santo Agostinho, lembrando aos participantes e os estimulando a incorporarem em suas rotinas o exame de consciência para que percebam os benefícios do processo desta prática. Sugerir no encontro anterior, que os participantes que tragam “O Livro dos Espíritos” para que possam acompanhar a leitura, incentivando assim o contato dos participantes com a obra kardequiana.

Bibliografia Allan Kardec - O Livro dos Espíritos. Joanna de Ângelis - Autodescobrimento: uma busca interior. Joanna de Ângelis - Espelhos da Alma.

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10º Encontro

Tema Quem sou eu? (I)

Objetivos Refletir sobre as diferentes dimensões de quem somos

Sugestão Aproveitar o ambiente de tranquilidade da abertura das atividades, após oração, estimular o relaxamento, e conduzido por música suave, levar os participantes a se perguntarem interiormente: “Quem sou eu?”. Estimular para que consigam se questionar cada vez mais profundamente quem são, e permitir que surjam as respostas em sua mente. Sugerir que cada uma registre suas respostas. Após o registro, abrir para que alguns participantes que se sintam à vontade possam falar de suas respostas. A maioria das respostas pode ser classificada em uma dessas dimensões: material, psicológica, social ou transpessoal (bio-psico-sócio-espiritual). Estimular os participantes a classificar quais foram as suas respostas e qual delas mais prevaleceu. O ideal é que o participante consiga contemplar um pouco de cada uma delas, pois esse somatório é o que nos define atualmente, nem apenas uma ou outra.

a) Material: distinções ligadas a gênero (homem ou mulher), estado civil (solteiro, casado,

separado), características físicas, comprometimentos corporais, condição econômica, doenças

congênitas ou adquiridas, questões de sexualidade (heterossexual, homossexual, transexual),

etc.

b) Psicológica: Respostas referentes ao funcionamento psicológico, ações e reações,

características emocionais. Características como: inquieto, ansioso, animado, depressivo,

medroso, exigente, amoroso, indiferente, estudioso, trabalhador, responsável, viciado em

baralho, maledicente, caridoso, fiel, estranho, legal, companheiro, etc...

c) Social: brasileiro, paranaense, do interior, rico, classe média, profissão, religião, etc. A

dimensão social influencia muito mais do que imaginamos nossa personalidade, pois cada

aspecto social implica em um valor ou desvalor, em sentimento de importância, exigências,

obrigatoriedades, protocolos. Somos influenciados por inúmeros aspectos com a profissão,

classe social, cidade, estado e país, raça, religião. Em geral, quando fazemos parte do grupo

supostamente normal, não percebemos o quanto isso nos afeta.

d) Transpessoal: espírito imortal, espírito em evolução, criação divina. Embora pouco nos fale

em termos de autodescobrimento para os aspectos da transformação moral, porque não nos

diferencia uns dos outros, muitos participantes respondem nessa dimensão. É importante

reconhecer efetivamente essa dimensão, pois entender que somos espíritos imortais, de

passagem pela Terra faz toda a diferença.

O objetivo desse encontro é auxiliar as pessoas a entenderem que não há uma única resposta para a questão “quem sou eu?”, afinal, existem diferentes ângulos pelos quais podemos/devemos nos identificar. Todos fazem parte da nossa atual constituição. Dessa forma, nenhum deles está certo ou errado, nem melhor ou pior. A finalidade é que os participantes vão aprendendo a se definir a partir dessas diferentes dimensões. Todos os encontros seguintes serão para facilitar os participantes a se conhecerem nesses diferentes âmbitos.

11º Encontro

Tema Quem sou eu? (II)

Subtema A escala evolutiva

Objetivos Compreender o nível evolutivo em que nos encontramos na Terra (levar os participantes a compreensão de que todas as dimensões que nos compõe – material, psicológica, social e transpessoal – estão submetidas ao nível evolutivo que nos encontramos. Por isso, é muito importante, além de compreendê-lo, senti-lo verdadeiramente em nós).

Sugestão Primeiro, compreender que, segundo O Livro dos Espíritos, o que caracteriza o nível evolutivo de determinado planeta são os espíritos que nele habitam. Segundo, aceitar o grau de inferioridade do planeta Terra. Basear-se nos seguintes textos para alcançar o objetivo proposta:

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- O Evangelho segundo o Espiritismo: - Cap. III – item 3, 4 e 5: “Diferentes categorias de mundos habitados” - Cap. III – item 6 e 7: “Destinação da Terra. Causa das misérias humanas” - O Livro dos Espíritos, nota explicativa da questão 188 (Segundo os Espíritos, de todos os globos

que compõe o nosso sistema solar, a Terra é daqueles cujos habitantes são menos adiantados, física e

moralmente. Marte lhe seria ainda inferior, e Júpiter muito superior, em todos os sentidos. O Sol não

seria mundo habitado por seres corpóreos, mas local de reunião dos Espíritos Superiores, os quais de

lá irradiam seus pensamentos para os outros mundos, que eles dirigem por intermédio de Espíritos

menos elevados, transmitindo-os a estes por meio do fluído universal. Do ponto de vista de sua

constituição física, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sóis, ao que parecem, estariam em

condições idênticas.).

Complemento Para facilitar às reflexões para os coordenadores a respeito desse tópico, sugerimos o vídeo “1.1 – Emoções e Espiritismo”, disponível no You Tube https://www.youtube.com/watch?v=uTgYgBc5nxo e o capítulo 1 “O contexto e o convite da jornada”, do livro Espelhos da Alma

Bibliografia Allan Kardec - O Livro dos Espíritos. Allan Kardec - O Evangelho segundo o Espiritismo. Marlon Reikdal – O contexto e o convite da jornada. In: Espelhos da Alma

12º Encontro

Tema Quem sou eu? (III)

Subtema Nós e a escala evolutiva

Objetivos Auxiliar os participantes a identificarem seu próprio nível inferior de adiantamento moral.

Sugestão Retomar os ensinamentos kardequianos afirmando que o mal predomina na Terra, e por consequência, habita nos homens que povoam a Terra. Então, “porque não enxergamos esse mal predominar em nós?”. Reflexão: Por orgulho? Pela falta de conhecimento interior? Porque somos missionários? Porque Deus errou de nos colocar na Terra? Ressaltamos duas questões: não identificamos o mal porque ele não foi posto a prova e porque negamos. Não ter sido colocado a prova justifica porque ele não aparece. Como será que reagiremos em situações de extrema dor, sofrimento, dificuldade ou desafios? A negação do mal que existe dentro de nós pode ser muito bem compreendida através do trecho evangélico conhecido como “A negação de Pedro” Mateus 26: 33-35, aprofundado no texto de mesmo título na obra Boa Nova, do Espírito Humberto de Campos, psicografado por Francisco C. Xavier, onde Jesus fala a Pedro que o homem é mais frágil do que perverso. Ou seja, o mal habita em nós. Não nos satisfazemos com isso, mas na hora da provação, ele tende a aparecer e deixamos de lado tudo aquilo que aprendemos ou sabemos ser correto, pela nossa fragilidade moral.

Bibliografia adotada

Allan Kardec - O Livro dos Espíritos. Allan Kardec - O Evangelho segundo o Espiritismo. Humberto de Campos - Boa Nova. Mateus - Novo Testamento.

13º Encontro

Tema Dimensão MATERIAL do ser humano (I)

Subtema Planejamento reencarnatório da dimensão material

Objetivos Compreender que a dimensão material, embora passageira, influencia na concepção de “quem sou eu”, e por isso, precisa ser conhecida.

Sugestão A cada nova dimensão, retomar com os participantes o que colocaram sobre ela naquele primeiro encontro “Quem sou eu?”, pedindo para que analisem e complementem suas respostas, a medida que vão percebendo e aprofundando a concepção de si mesmos.

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Sugestão: análise do capítulo 7 de Os mensageiros, do Espírito André Luiz, psicografado por Francisco C. Xavier, para que os participantes reflitam sobre suas condições materiais e como fazem parte de um planejamento reencarnatório. Sugestão: Fazer vivência com os participantes, como se ainda estivessem no plano espiritual, antes da atual reencarnação, e estabelecendo as condições atuais, pensando em que cada uma dessas condições favoreceria a sua evolução, ou seja, questionando “O que Deus quer de mim quando me oferece essas condições?”

Bibliografia André Luiz - Os mensageiros.

14º Encontro

Tema Dimensão MATERIAL do ser humano (II)

Subtema Objetivo da reencarnação

Objetivos Analisar a importância da reencarnação no processo de evolução

Sugestão Por que reencarnamos? Pode-se aproveitar a questão 330a de O Livro dos Espíritos para problematizar que a reencarnação é uma necessidade da vida espiritual. Mas por quê? Não poderia o espírito evoluir no plano espiritual? Questão 132, O Livro dos Espíritos, estabelecer que o objetivo da encarnação é o melhoramento progressivo do homem, fazê-lo chegar à perfeição. Destacar os regimes de “provação”, “expiação” e “missão” aos quais todos os espíritos reencarnados na Terra podem estar submetidos. Para complementar esses itens, sugere-se as questões 575 e 871 de O Livro dos Espíritos e o capítulo 3 do livro Plenitude, onde a mentora define e explica com detalhes a questão da provação e da expiação. Estimular os participantes a questionarem “Qual o objetivo da minha reencarnação?”, pensando no regime atual – Auxiliar cada um a enquadrar dentro da proposta kardequiana que é “evoluir”, evitando pender para questões externas.

Bibliografia Kardec – O Livro dos Espíritos. Ângelis - Plenitude. Cerqueira Filho - Saúde Espiritual.

15º Encontro

Tema Dimensão MATERIAL do ser humano (III)

Subtema O corpo como dimensão material

Objetivos Refletir sobre a importância do corpo físico que temos.

Sugestão Levar os participantes a repensar a postura que muitas vezes alimentamos, de repressão, rejeição e negação do corpo, como se ele fosse a causa do mal que habita em nós. Encontrar o equilíbrio entre valorizá-lo sem que o coloquemos como meta primordial da vida. Importantes referências: - Os mensageiros, cap. 49 quando aborda o corpo como máquina divina admirável – administrada pela mente - Missionários da Luz, cap. 12 que trata da importância do corpo, provações para a reencarnação, planejamento reencarnatório. - Amor, Imbatível amor, cap. 1, item 1: O desejo e o prazer, onde aborda o prazer como força propulsora e a derrocada que ocorre quando vivemos unicamente em função do material.

Bibliografia André Luiz - Os mensageiros. André Luiz – Missionários da luz. Joanna de Ângelis – Amor, Imbatível Amor

16º Encontro

Tema Dimensão PSICOLÓGICA do ser humano (I)

Subtema Definição de personalidade

Objetivos Auxiliar os participantes a compreenderem a personalidade enquanto algo construído a cada

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reencarnação, para adaptação e sobrevivência emocional às situações atuais.

Sugestão Definição de personalidade

a) “Qualidade ou condição de ser uma pessoa; aspecto visível que compõe o caráter individual e

moral de uma pessoa, segundo a percepção alheia; aquilo que diferencia alguém de todos os

demais; aspecto que alguém assume e projeta em público” (Dicionário Houaiss da Língua

Portuguesa)

b) “Conjunto de características psíquicas e formas de comportamento que, em sua integração,

constituem o núcleo irredutível de um indivíduo que permanece tal na multiplicidade e

diversidade das situações ambientais em que se exprime e atua. O conceito adquire destaque

na história da psicologia nos anos 30, quando caem em desuso os conceitos de temperamento

e de caráter, embora grandes áreas psicológicas e psicopatológicas continuem a usar os

termos ‘caráter’ e ‘personalidade’ como sinônimos.” (Dicionário de Psicologia – Galimberti)

c) “Em permanente representação dos conteúdos mentais, e dominada pela imposição das leis e

costumes de cada época e cultura, a personalidade representa a aparência para ser conhecida

(...) A personalidade é transitória e assinala etapas reencarnacionistas, definidoras de

experiências nos sexos, na cultura, na inteligência, na arte e no relacionamento interpessoal.

(...) Cada pessoa reencarna com as características herdadas das experiências anteriores e

submete-se aos condicionamentos de cada fase, por ela transitando com os seus sinais

tipificadores.

Assimilar todos os condicionamentos e exteriorizar uma personalidade consentânea com o ser

real, eis o desafio da terapia transpessoal (...). (Joanna de Ângelis – O ser consciente, p. 40).

Reflexão: Na perspectiva espírita a personalidade é transitória, ou seja, muda a cada reencarnação, devido à influência das fases da vida, somadas às experiências anteriores, num processo de construção que nunca termina. Sugestão: Pedir para que os membros definam sua própria personalidade, a partir das seguintes questões:

Como você se enxerga?

O que lhe torna único, diferente dos demais?

Quais são os aspectos negativos da sua personalidade?

Quais são os aspectos positivos da sua personalidade?

Ao final do encontro, convencê-los a pedirem para algumas pessoas de seu convívio responderem as mesmas questões. Combinar com os participantes que eles trarão as respostas para o próximo encontro, sem ler, para fazerem a leitura e análise todos juntos. Sugestão: vídeo “6.0 – Personalidade e Espiritismo – Marlon Reikdal – Estudos aprofundados em Joanna de Ângelis”, disponível no You Tube: www.youtube.com/watch?v=NUScdB3PduM

Bibliografia Ângelis – O ser consciente. Galimberti – Dicionário de Psicologia. Houaiss – Dicionário Houaiss da língua portuguesa.

17º Encontro

Tema Dimensão PSICOLÓGICA do ser humano (II)

Subtema Análise da personalidade

Objetivos Confrontar a noção que tenho da minha própria personalidade com a das pessoas a minha volta.

Sugestão Retomar a proposta do encontro anterior, abrindo espaço para que os participantes leiam as respostas e façam o confronto entre o que descreveram de si e o que os familiares e amigos descreveram. Reflexão: para aprofundar a análise pessoal, vale a pena fazer os seguintes questionamentos: - Você consegue avaliar para quem você pediu que respondesse?

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Para os amigos ou familiares que mais facilitam sua vida, ou para os mais carrascos?

Consegue pensar porque pediu para essas e não para outras pessoas?

Em geral, você deseja que as pessoas te facilitem ou te confrontem?

- O olhar do outro não é uma verdade absoluta sobre mim, mas tente refletir... sem justificar...

Comparação entre a imagem que faço a meu respeito e a imagem que os outros fazem de mim.

Existem aspectos negativos que eu não identifico e que os outros apontam?

Existem aspectos positivos que eu não identifico e que os outros apontam?

- Características positivas: Existem pessoas que não conseguem aceitar suas características positivas, e

outras que não as querem. As primeiras são movidas pelo complexo de inferioridade que obscurece

suas vistas. As últimas, por uma falsa humildade, iludidas que estão se rebaixando para um dia serem

elevadas. Há aquelas que acreditam que somente pessoas inferiores são merecedoras de atenção e de

carinho. E ainda existem as que por medo de serem diminuídas (humilhadas), querem acreditarem-se

menores para evitar o sofrimento do egocentrismo atacado.

- Características negativas: Da mesma maneira existem pessoas que não conseguem aceitar suas

características negativas, movidas pelo complexo de superioridade, pelo narcisismo, pelo

egocentrismo. Algumas têm certeza da sua superioridade, mas apenas não alardeiam, vivendo isolados

intimamente. Outras têm medo de se descobrir menor do que são. No fundo não se amam, e por isso,

acreditam que ninguém será capaz de amá-las também. Escondem-se tentando lançar-se ao céu. Muitas

fortalezas se mostram assim para esconder suas fragilidades... De si e dos outros... Observações Caso o coordenador deseje intensificar a análise, ainda pode pedir para eles descreverem o

que supõe que outros dois tipos de pessoas descreveriam a nosso respeito: - Nossos inimigos; - Os espíritos que conseguem ler até nossos pensamentos mais íntimos.

18º Encontro

Tema Dimensão PSICOLÓGICA do ser humano (III)

Subtema Infância

Objetivos Analisar quais aspectos da minha infância marcaram a minha personalidade e influenciam no que sou hoje.

Sugestão A partir de afirmativas falando sobre a importância da infância, levar os participantes a refletirem sobre sua própria vida, identificando os elementos ou situações que mais marcaram aquela fase, por nos mantermos presos a eles, sem extrair o aprendizado necessário. Muitos textos de Joanna de Ângelis abordam a questão do ambiente doméstico e a influência do comportamento dos pais nos filhos, além de todas as feridas que vivemos nessa ase:

“É na infância que se fixam em profundidade os acontecimentos, aliás, desde antes, na vida

intrauterina, quando o ser faz-se participante do futuro grupo familiar, no qual renascerá. As

impressões de aceitação como de rejeição se lhe insculpirão em profundidade, abençoando-o com o

amor e a segurança ou dilacerando-lhe o sistema emocional, que passará a sofrer os efeitos

inconscientes da animosidade de que foi objeto. Da mesma forma, os acontecimentos à sua volta,

direcionados ou não à sua pessoa, exercerão preponderante influência na formação da sua

personalidade, tornando-a jovial, extrovertida ou conflitada, depressiva, insegura, em razão do

ambiente que lhe plasmou o comportamento.” (Joanna de Ângelis – Amor, imbatível amor, cap. 4, item:

feridas e cicatrizes na infância).

“No período infantil, por isso mesmo, instalam-se os pródromos dos futuros conflitos que aturdem a

criatura humana nas diferentes etapas de desenvolvimento psicológico, se a verdadeira afetividade e

respeito pelo ser em formação não se fizerem presentes” (Joanna de Ângelis – O Despertar do Espírito,

cap. 6 – introdução do capítulo).

“Quando a infância se fez caracterizar por problemas e desafios não solucionados, as dificuldades se

transferem no inconsciente do indivíduo para todos os diferentes períodos da vida. Torna-se-lhe difícil

o amadurecimento psicológico, procurando permanente refúgio no período infantil, que prossegue

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desafiador. A necessidade de autopunição das pequenas travessuras, das irresponsabilidades, das

mentiras ou outros quaisquer mecanismos de evasão da realidade, por meios nem sempre ideais. Em

casos que tais, surgem os criminosos, que havendo sido crianças maltratadas, sentem necessidade de

punir a sociedade pelo que lhes ocorreu, tornando-se, dessa forma, bandidos. É necessário,

inicialmente, redescobrir a criança que permanece no imo e avaliar o seu estado de crescimento, suas

necessidades, seus anseios. Se permanecerem os jogos e despreocupações, a transferência de

responsabilidade para os outros e a culpa sempre dos outros, impõe-se a psicoterapia de urgência, a

fim de auxiliar no crescimento e na libertação dos traumas daquela fase. Não é desejo estabelecer que

a criança seja retirada do cenário existencial, porém que ocupe o seu verdadeiro lugar no alicerce do

inconsciente, a fim de que não perturbe a pessoa da atualidade. É mesmo válida a presença da criança

que existe em todos os indivíduos, tornando a existência apetecível e sonhadora, dentro dos limites da

normalidade que deve prevalecer a quaisquer condicionamentos de tempo e lugar.” (Joanna de Ângelis

– Vida: desafios e soluções, p. 69).

“Certamente, o passado influencia o presente, e quanto mais seja conscientizado e eliminado de forma

coerente e lúcida tanto melhor para a planificação do futuro. (...) Necessário, portanto, penetrar-se

mentalmente, a fim de avaliar as impressões infantis arquivadas, as pessoas-modelo gravadas, os

choques não absorvidos, os fantasmas criados pela imaginação e os medos cultivados pela fantasia

lúdica (...)” (Joanna de Ângelis – Autodescobrimento, pp. 95-96).

“Herdeiro das próprias realizações, o Eu superior renasce em conjunturas sociais, econômicas,

orgânicas e psíquicas a que faz jus ante os Soberanos Códigos da Divina Justiça, em face do

comportamento vivenciado nas reencarnações anteriores.” (Joanna de Ângelis – O Despertar do

Espírito, cap. 6 – introdução do capítulo).

Sugestão: Cláudio Sinoti “O desenvolvimento da personalidade e as etapas da vida”, entrelaçando textos da mentora espiritual com outros de Psicologia.

Bibliografia Joanna de Ângelis - Autodescobrimento: uma busca interior. Joanna de Ângelis – Vida: desafios e soluções. Joanna de Angelis – Amor, imbatível amor. Joanna de Ângelis – Despertar do Espírito. Cláudio Sinoti – O desenvolvimento da personalidade e as etapas da vida. In: Espelhos da Alma.

19º Encontro

Tema Dimensão PSICOLÓGICA do ser humano (IV)

Subtema Adolescência e juventude

Objetivos Analisar quais aspectos da minha adolescência e juventude marcaram a minha personalidade e influenciaram no que sou hoje.

Sugestão A partir de afirmativas dessa fase da vida, levar os participantes a refletirem sobre sua própria adolescência e juventude, identificando elementos ou situações que marcaram aquela fase. Estimular a pensar as decisões que tomaram e como influenciaram na vida atual. Quais eram os amigos, os grupos que se vincularam, as pessoas que idealizavam e os objetivos que definiam para a vida. Reflexão: O foco não é criar um ambiente de lamentação, pensando no não aproveitamento da vida, e sim, na conscientização de que tudo foi importante para que eu construísse o que sou hoje, mesmo os erros e equívocos, pois através deles percebemos melhor a vida e mudamos certas atitudes. Sugestão: - Capítulo 6, item “Juventude e velhice”, do livro Vida: desafios e soluções. - Capítulo 14 “Respeito à juventude”, do livro Libertação do sofrimento. Sugestão: Cláudio Sinoti “O desenvolvimento da personalidade e as etapas da vida”, entrelaçando textos da mentora espiritual com outros de Psicologia.

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Bibliografia Joanna de Ângelis - Vida: desafios e soluções. Joanna de Ângelis – Libertação do sofrimento. Cláudio Sinoti – O desenvolvimento da personalidade e as etapas da vida. In: Espelhos da Alma.

20º Encontro

Tema Dimensão Psicológica (III)

Subtema O inconsciente em nossas vidas

Objetivos Estimular os participantes a intuir que existe algo desconhecido de si mesmos e que influencia suas atitudes mais do que imaginam.

Sugestão Sugestão: analisar o anexo “O inconsciente” Reflexão: identificar que o inconsciente influencia muito mais o nosso comportamento do que gostaríamos ou desejaríamos; e que, em geral, os problemas psíquicos são fruto desse desconhecido em nós.

Complementos Além das referências sugeridas para desenvolver o encontro, acrescenta-se:

“Somente após o autoconhecimento é possível conhecer-se o próximo, entender-lhe as dificuldades e os

padecimentos, desculpá-lo das agressões e até mesmo amá-lo. Sendo difícil ao indivíduo vencer os

hábitos doentios e produzir a própria transformação moral para melhor, compreende também quanto

deve ser problemático para outrem fazer o mesmo. Essa reflexão do autoconhecimento condu-lo à

tolerância em relação ao próximo, respeito e consideração a si mesmo, num esforço de fraternidade

legítima em favor de todos.” (Joanna de Ângelis – Espelhos da Alma, p. 23).

Observações O texto do anexo “O inconsciente” não deve ser reenviado ou compartilhado. O material é inédito, de direitos autorais reservados. Ainda está em fase de formatação para impressão, e antes disso, sua divulgação, em qualquer forma ou meio, incorre em grave questão ética para o autor. Ao trabalhar o anexo, sugere-se que sejam abordadas as noção de consciente e inconsciente, de repressão e de sintoma, mas que não seja abordado, as noções de ego, superego e id, que serão trabalhadas no ano seguinte, com mais profundidade e sentido.

Bibliografia Além das referências contidas no texto “O inconsciente” Joanna de Ângelis - Espelhos da Alma.

21º Encontro

Tema Dimensão Psicológica (IV)

Subtema O desconhecido nos influencia mais do que imaginamos

Objetivos Compreender que os problemas e sintomas de nossa vida estão diretamente ligados aos conteúdos inconscientes.

Sugestão Deixamos esse segundo encontro menos direcionado para caso haja necessidade de continuar com o texto “O inconsciente”. Sugerimos ainda problematizar: “Como posso assumir que existe algo em mim mesmo que desconheço?” Apresentar aos participantes a noção de que muitos estudos já foram realizados em torno desse desconhecimento de nós mesmos, fundamentado cientificamente principalmente a partir de Sigmund Freud, que inaugurou a noção de inconsciente na Psicologia. Além dele, inúmeros outros autores partiram desse conhecimento e aprofundaram suas bases. Atualmente Joanna de Ângelis toma por referência a noção de inconsciente (COMPLEMENTO A) como base de muitos comportamentos, em especial, os problemáticos (COMPLEMENTO B), reconhecendo assim os prejuízos desse desconhecimento de si.

Complementos A: “É muito difícil dissociar-se o inconsciente das diferentes manifestações da vida humana, porquanto

ele está a ditar, de forma poderosa, as realizações que constituem os impulsos e atavismos

existenciais.” (Joanna de Ângelis – Vida: desafios e soluções, p. 92).

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B: “Porque se desconhece, vitimado por heranças ancestrais – de outras reencarnações –, de

castrações domésticas, de fobias que prevalecem da infância, pela falta de amadurecimento psicológico

e outros, o indivíduo permanece fragilizado, suscetível aos estímulos negativos, por falta de autoestima,

do autorrespeito, dominado pelos complexos de inferioridade e pela timidez, refugiando-se na

insegurança e padecendo aflições perfeitamente superáveis, que lhe cumpre ultrapassar mediante

cuidadoso programa de discernimento dos objetivos da vida e pelo empenho de vivenciá-lo.” (Joanna

de Ângelis – Autodescobrimento: uma busca interior, pp. 9-10). Bibliografia Joanna de Ângelis - Autodescobrimento: uma busca interior.

Joanna de Ângelis – Vida: desafios e soluções. Marlon Reikdal - Freud e a estrutura psíquica: descobrindo o inconsciente. In: Refletindo a alma.

22º Encontro

Tema Dimensão PSICOLÓGICA do ser humano (V)

Subtema Complexos e condicionamentos

Objetivos Compreender que certos comportamentos são fruto de condicionamentos INCONSCIENTES, influenciando o comportamento humano mais do que o imaginado e o desejado.

Sugestão Levar o grupo a perceber que além dos eventos específicos de cada fase da vida, existem muitos outros elementos que influenciam em nossa personalidade. Realizar exposição dialogada a partir do texto “Computação cerebral” (capítulo 7, de Autodescobrimento: uma busca interior), que evidencia o quanto os arquivos inconscientes ditam nosso comportamento. Reflexão: Perceberem que nossas atitudes são muito mais determinadas pelas aquisições inconscientes que elaboram padrões de comportamento social e moral sem a participação consciente, do que pelo simples desejo de agir dessa ou daquela forma. Pouco adianta dizer para as pessoas ou para nós mesmos como devemos ser, como se o comportamento dependesse de uma simples ordem do intelecto. Entendemos que precisamos nos trabalhar em profundidade, frente a esses condicionamentos, criando novos hábitos ao longo da jornada terrena. Frase importante que trata dos condicionamentos inconscientes: “Toda vez que se fixam no

inconsciente, determinadas crenças e condutas passam a constituir-se como princípios organizadores,

que se encarregam de ressurgir automaticamente, caracterizando o indivíduo. Esses princípios são

dominantes na existência humana que sempre vai acumulando experiências responsáveis pela formação

da personalidade. (...) Conflitos existenciais permanecem fixados no inconsciente, em decorrência dos

conceitos acumulados, atormentando as suas vítimas que, nem sequer, dão-se conta de como surgiram

essas aflições que as infelicitam. Insatisfações infantis, frustrações emocionais, medos recalcados,

ansiedades malconduzidas tornam a existência do adulto um largo sofrimento, que poderá ser diluído

mediante a renovação de propósitos e a conquista de novas ideais estimuladoras ao bem. As vezes um

conceitos infeliz instala-se no inconsciente e passa a comandar a existência do ser impondo-lhe

situações afligentes desnecessárias.” (Joanna de Ângelis – O amor como solução, cap. 3).

Para a compreensão da noção de complexos, sugerimos:

- Vida: desafios e soluções, cap. 2 - item: Conflitos Pessoais - Triunfo Pessoal, cap. 4 – item: Complexo de inferioridade - “4,2 – Complexos e Espiritismo – Marlon Reikdal”, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=H5mD8B9jvWI - Vídeoaula “A série psicológica de Joanna de Ângelis” – Módulo IV – Aula 2 – Conhecendo os complexos.

Bibliografia Ângelis - Autodescobrimento: uma busca interior. Ângelis - Amor como solução.

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23º Encontro

Tema Dimensão PSICOLÓGICA do ser humano (VI)

Subtema O pensamento, força viva e atuante.

Objetivos Refletir sobre o pensamento como uma força viva, atuante e criadora que mantém e direcionamento a vida psicológica

Sugestão Analisar os seguintes textos: Drama de Bretanha cap. VIII, p. 100 (COMPLEMENTO I); Ação e Reação, cap. IV, p. 56 (COMPLEMENTO II); Libertação cap. VI, p. 83 e 84 (COMPLEMENTO III); A partir da leitura, explorar com o grupo as informações contidas nos textos no que tange ao

pensamento tais como: o pensamento como força viva que reflete imagens, sua onda de formas criadoras, mecanismo de intercâmbio com os desencarnados e encarnados, orientando-os nas conclusões sobre as consequências desses conhecimentos para o crescimento do espírito, assim como buscar formas de tornar esse intercâmbio favorável e auxiliador.

Observações Seria importante que o coordenador pudesse fazer uma leitura do livro Pensamento e Vontade, de Ernesto Bozzano no que tange aos itens a serem trabalhados nos dois encontros visando esclarecê-los, aos participantes, criando assim uma consciência clara e profunda sobre a importância do pensamento.

Complemento I) (...) “O exame das vibrações pessoais, no mundo espiritual, é um acontecimento natural. Sabe-se que

alguém sofre, pois que chora, o pranto é vibração dolorosa, tão angustiosa que comunica o observador

a amargura deprimente, e sabe-se por quem alguém sofre e chora, porque o pensamento do sofredor

reflete as imagens que o torturam, focaliza as cenas e o drama todo no qual se debate, revela-se, seja o

observador espiritual de elevada categoria ou de inferior condição na hierarquia da vida invisível.

Trata-se, pois, esse fenômeno, de um fato natural, uma lei de natureza comum à vida do Espírito. Daí

porque todas as crenças religiosas, espiritualistas, a moral, o senso, a razão, o sentimento e até a

terapêutica recomendam ao homem cuidado com os próprios pensamentos, pois, além de mil outros

inconvenientes sempre desagradáveis, os pensamentos mal dirigidos podem atrair um obsessor ou a

este pistas desfavoráveis ao próximo.” II) (...) “Imaginemos agora o pensamento, força viva e atuante, cuja velocidade supera a da luz. Emitido

por nós, volta inevitavelmente a nós mesmos, compelindo-nos a viver, de maneira espontânea, em sua

onda de formas criadoras, que naturalmente se nos fixam no espírito quando alimentadas pelo

combustível de nossos desejos ou de nossa atenção. Daí a necessidade imperiosa de nos situarmos nos

ideais mais nobres e nos propósitos mais puros da vida, porque energias atraem energias da mesma

natureza, e quando estacionários nas viciações ou na sombra, as forças mentais que exteriorizamos

retornam ao nosso espírito, reanimadas e intensificadas pelos elementos que com elas se harmonizam,

engrossando dessa forma, as grades da prisão em que nos detemos irrefletidamente, convertendo-se-

nos a alma num mundo fechado, em que as vozes e os quadros de nossos próprios pensamentos,

acrescidos pelas sugestões daqueles que se ajustam ao nosso modo de ser, nos impõem reiteradas

alucinações, anulando-nos, de modo temporário, os sentidos sutis”. III) (...) “De manhazinha, na esfera da crosta, essa pobre mulher, vacilante na fé, incapaz de apreciar a

felicidade que o Senhor lhe concedeu num casamento digno e tranquilo, despertará no corpo, de alma

desconfiada e abatida. Oscilando entre o “crer” e o “não crer” não saberá polarizar a mente na

confiança com que deve enfrentar as dificuldades do caminho e aguardar as manifestações

santificantes do Alto (...)”.

(...) “Como libertar-se de tal inimiga – perguntou Elói interessado. – Mantendo-se num padrão de

firmeza superior, com suficiente disposição para o bem. Com esse esforço nobre e contínuo, melhoraria

intensivamente os seus princípios mentais, afeiçoando-os às fontes sublimes da vida (...) passaria a

emitir raios transformadores e construtivos, em benefício de si mesma e das entidades que se lhe

aproximam do caminho. (...)”.

Bibliografia André Luiz - Ação e Reação. André Luiz – Libertação. Ernesto Bozzano - Pensamento e vontade. Ivone Pereira - Drama de Bretanha.

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24º Encontro

Tema Dimensão PSICOLÓGICA do ser humano (VII)

Subtema Reciclando o inconsciente

Objetivos Despertar nos participantes o papel ativo de reciclagem de condicionamentos negativos que influem no comportamento humano de modo INCONSCIENTE

Sugestão Analisar o item “Reciclagem do subconsciente”, do capítulo 7 da obra Autodescobrimento: uma busca interior, para descrever a importância dessa atitude de reorganização interior. A: “Embora sejam fundamentais para os fenômenos automáticos da conduta, quando não se renovam

[os princípios organizadores da personalidade] através do conhecimento e vivências enriquecedoras,

transformam-se em morbidez e impedimentos ao avanço intelecto-moral.” (Joanna de Ângelis – O amor

como solução, p. 29). B: “É imperiosa, periodicamente, uma atitude enérgica, equivalente, em relação aos depósitos do

subconsciente, em favor da autorrealização. Retirar o entulho do subconsciente torna-se fundamental

para uma existência saudável. (...) Libertando-se dos substratos anestesiantes e perturbadores, deve-se

reciclar o subconsciente, preenchendo os espaços com novos elementos portadores de campos de

irradiação equilibrada, estimuladora, para avançar na conquista do ser profundo, interior. Quando o

indivíduo quer, ele pode realizar, dependendo dos investimentos que aplica para consegui-lo. O

empenho bem direcionado pelo pensamento objetivo, claro, sem conflito, logra criar futuros

condicionamentos através das mensagens que arquiva, restabelecendo no subconsciente o banco de

dados que responderá mais tarde com as informações corretas do que lhe seja solicitado. (...) A

renovação psíquica e emocional deve ser uma atividade constante e natural, qual ocorre na área dos

fenômenos e necessidades fisiológicas, como a alimentação, o repouso, a higiene, a reprodução, em que

os automatismos subsconscientes são acionados e atendidos. Da mesma forma, na área psicológica são

necessários novos automatismos que possam propelir o ser para os patamares mais elevados e

plenificadores, que o estão aguardando.” (Joanna de Ângelis – Autodescobrimento, pp. 95-97).

Sugestão: estimular os participantes a elaborarem um plano de ação, estabelecendo as atitudes que acreditam serem alavancas desse processo de reciclagem, visando o cotidiano e os recursos que estão ao nosso alcance.

Observações Joanna de Ângelis define o subconsciente como a parte do inconsciente que aflora a consciência (Autodescobrimento: uma busca interior, p. 61). Então, sugerimos que o termo subsconsciente seja compreendido como o inconsciente, visando evitar confusões teóricas.

Bibliografia Joanna de Ângelis - Autodescobrimento: uma busca interior. Joanna de Ângelis - Amor como solução.

25º Encontro

Tema Dimensão PSICOLÓGICA do ser humano (VIII)

Subtema Reciclando o inconsciente através da visualização terapêutica

Objetivos Apresentar a visualização terapêutica como recurso para a reciclagem do inconsciente

Sugestão Enfocar a visualização terapêutica como recursos para a reciclagem do inconsciente, fazendo um exercício de visualização (sugestão em Vida: desafios e soluções, cap. 11).

“Utilizando-se de autossugestão, dos recursos mnemônicos positivos, da visualização e da prece,

reabastece-se de valores que, hoje arquivados, irão estimular os centros do desenvolvimento psíquico e

moral, que ressumarão no futuro como sensações de paz, de claridade mental, de impulsos generosos,

de atitudes equilibradas.” (Joanna de Ângelis – Autodescobrimento, p. 97). Bibliografia Joanna de Ângelis - Autodescobrimento: uma busca interior.

Joanna de Ângelis - Vida: desafios e soluções. Gelson Luiz Roberto – A imaginação criadora e as técnicas terapêuticas de Joanna de Ângelis. In: Refletindo a Alma.

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26º Encontro

Tema Dimensão SOCIAL do ser humano (I)

Subtema A sociedade que habita em nós

Objetivos Analisar os aspectos sociais da nossa personalidade

Sugestão Resgatar com os participantes as respostas que listaram da dimensão social quando responderam “Quem sou eu?”, e solicitar que completem com mais aspectos: profissão, classe social, cidade, estado e país, raça, cultura, religião, etc; e pedir que estabeleçam uma lista de condutas que são exigidas ou proibidas para CADA UMA dessas características ou desses papéis sociais. Reflexão: Tomar consciência de que talvez muitas das atitudes que elegemos para nós mesmos ou nos obrigamos, não partem de dentro para fora, e por isso não se manterão por muito tempo sem graves riscos para o desenvolvimento moral do ser humano. Em geral, quando nos obrigamos algumas condutas, nos proibimos outras e isso vai produzindo um grande buraco emocional em nós. Sugestão: Amor, imbatível amor, capítulo 7, item “Massificação”.

Joanna de Ângelis - Amor, imbatível amor.

27º Encontro

Tema Dimensão SOCIAL do ser humano (II)

Subtema Análise da sociedade atual

Objetivos Refletir sobre as características da sociedade atual e de décadas anteriores, para compreender a influência desse momento atual em nossa personalidade

Sugestão Sugestão: “A crise da modernidade e a proposta psicológica de Joanna de Ângelis” de Gelson Roberto. Sugestão: pode ser rico fazer um quadro comparativo das características da sociedade atual e de algumas décadas atrás, ressaltando elementos positivos e negativos de cada uma delas, sem adentrar a nostalgia, como se o passado fosse sempre melhor. Sugestão: Após estabelecer todas as características da sociedade atual, tanto as apontadas pelo grupo, como as apontadas no texto, solicitar aos participantes que analisem como aquelas características influenciam na sua forma de pensar, agir e sentir. Esse é o espaço para compartilhar o que os membros do grupo conseguiram identificar ao longo dessas duas semanas, de como essa vida atual está incorporada às suas rotinas e como ela influencia positiva ou negativamente.

Bibliografia Cláudio Sinoti - Autodescobrimento e significado existencial. In: Espelhos da Alma. Gelson Luiz Roberto - A crise da modernidade e a proposta psicológica de Joanna de Ângelis. In: Refletindo a alma.

28º Encontro

Tema Dimensão SOCIAL do ser humano (III)

Subtema Ecologia e autodescobrimento do ser social

Objetivos Identificar como a ecologia contribui para o autodescobrimento quando nos posicionamos como um ser social.

Sugestão Desenvolver esse tema em 4 etapas. Etapa 1. Solicitar que cada participante demonstre por meio de uma representação gráfica (um

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desenho) a rede de conexões que aconteceu para que o alimento ingerido pelo participante na última refeição estivesse disponível e, de fato, ingerido (disponibilizar folhas A4 em branco e lápis/canetas coloridos). Etapa 2. Formar grupos de 3-4 participantes e analisar o texto “Ecologia, Psicologia e Espiritismo” (seria importante se todos tivessem acesso e realizado a leitura anteriormente). Por meio da leitura anterior ao encontro dos textos sugeridos (ver observações) e dos textos de Joanna de Ângelis acima mais a discussão em grupo, o objetivo desse etapa é desenvolver nos participantes a percepção da dependência que os seres humanos possuem das conexões de energia e matéria do Universo. Portanto, como ser social (integrado, relacionando-se com o meio e com os outros seres vivos), o Espírito tem condições de compreender o seu papel no mundo. Etapa 3. Realizar a vivência Conexão em Rede (descrita abaixo) com o grupo para estimular a percepção da dependência que os seres humanos possuem das conexões estudadas nos textos acima. Socializar com o grupo as percepções da vivência (questões norteadoras estão ao final da instrução da vivência abaixo). Etapa 4. Reunir os mesmos grupos formados na Etapa 2 e analisar as redes individuais construídas na Etapa 1, refletindo: - “Como eu modificaria a rede que construí sobre o alimento após o estudo do dia?” - “Como EU influencio nessa rede?” - “O que eu posso mudar no meu comportamento para aumentar a eficiência dessa rede?”

Complemento VIVÊNCIA EM GRUPO: CONEXÃO EM REDE = funcionamento de um sistema. Objetivo: Essa vivência tem por objetivo mostrar a interação entre os participantes para visualizar, na prática, o funcionamento de um sistema. Pretende-se a demonstração da inter-relação entre as partes, que, mesmo isoladas, se conectam umas às outras gerando e recebendo energia e matéria. Duração: 45 minutos (estimado) Desenvolvimento: Os participantes ficam em círculo em pé; sem objetos no chão que possam dificultar a locomoção. 1ª consigna: Pedimos aos participantes que se olhem mutuamente e, em silêncio, escolham 2 colegas na roda. Ninguém divulga ou comenta os nomes dos colegas escolhidos (nem dêem bandeira!!). Toca uma música animada e os participantes vão dançar e se deslocar como quiserem no espaço. Em um determinado momento paramos a música e passa-se a seguinte instrução: 2ª consigna: Os participantes ficam como “estátuas” fixadas no local onde pararam, porém podem mexer a cabeça. Neste momento localizam as 2 pessoas que tinham escolhido no começo; porém ainda não podem comentar quem são, nem deixar transparecer. Após esta identificação apenas visual, os participantes podem se mexer com a condição de formarem, com estes 2 escolhidos, um triângulo equilátero (é um triângulo com os seus 3 lados iguais), ou seja, a distância entre o 1º e o 2º deve ser a mesma distância entre o 1º e o 3º, bem como a mesma distância entre o 2º e o 3º também. Quando todos do grupo conseguirem o objetivo, o grupo para de se locomover e todos ficam parados nos seus lugares. Nesse momento, o coordenador da atividade faz a “conferência” se todos estão de acordo

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com a consigna do início de formar um triângulo equilátero. Para isso, passa por todos perguntando quem são seus 2 escolhidos e, juntamente com o grupo, avalia se os pontos realmente estão equidistantes mesmo. Todos voltam para o círculo e iniciam-se os comentários e percepções sobre a experiência. Momento da Socialização: Algumas perguntas para nortear a discussão:

vejo estas conexões? Qual a visão de sistemas que emerge desta experiência para você?

ência e independência observado nesta rede?

o objetivo dele? fluxo, a velocidade, as partes e o todo, a tensão ou a soltura,

a dependência... o que chamou sua atenção?

Bibliografia Para a compreensão da conexão que rege o Universo, é possível aprofundar o tema com as seguintes leituras: A Caminho da Luz – Emmanuel, cap. 1, 2 e 3; Evolução em Dois Mundos – André Luiz, cap. 3 A Gênese – Allan Kardec, cap. 10 e cap. 3 (item 20-24) O Livro dos Espíritos – Allan Kardec, Parte Primeira: questões 30 a 33, 43 a 49; Parte Segunda: cap. XI, item: Os Animais e os Homens; Parte Terceira, cap. V, item: Meios de Conservação; cap. VI, item: Destruição Necessária e Destruição Abusiva O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec

29º Encontro

Tema Dimensão TRANSPESSOAL do ser humano (I)

Subtema Personalidade x Individualidade

Objetivos Diferenciar personalidade de individualidade

Sugestão Introduzir o assunto utilizando como base a definição de homem apresentada na introdução do livro O homem integral e a definição de pessoa apresentada no primeiro item do segundo capítulo de “O ser consciente”, ambos de Joanna de Ângelis. Após esses conceitos que tendem para a transpessoalidade humana, ou seja, compreender o ser humano como muito mais do que a dimensão física, adentrar a noção de personalidade. Para conclusão, usar como base os item Personalidade e Individualidade, de Joanna de Ângelis, do livro O Ser consciente, cap. 2. Podemos começar a inserir a noção de ego e Self, explicando que aquilo que chamamos de personalidade é o ego (impermanente), e o que chamamos de individualidade, a transcendência, é o Self (permanente). Reflexão: Embora sejamos a individualidade, provisoriamente somos essa personalidade e não devemos negá-la, sob o risco de graves prejuízos no estabelecimento e bem viver atual. Da mesma forma que não podemos nos apegar totalmente à personalidade atual, sem vislumbrarmos a transitoriedade, e que somos todos seres transcendentes, também sob o grave risco de prejuízos existenciais. A definição de homem na perspectiva espírita é transcendente. Sugestão: para esses encontros da dimensão Espiritual, sugerimos a leitura do capítulo 3 “O

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desenvolvimento da personalidade e as etapas da vida”, de Cláudio Sinoti, na obra Espelhos da Alma: uma jornada terapêutica.

Bibliografia Joanna de Ângelis - O homem integral. Joanna de Ângelis - O ser consciente. Joanna de Ângelis – Refletindo a alma. Cláudio Sinoti – O desenvolvimento da personalidade e as etapas da vida. In: Espelhos da Alma.

30º Encontro

Tema Dimensão TRANSPESSOAL do ser humano (II)

Subtema Sofrimento

Objetivos Compreender os sofrimentos como movimento da vida para nos auxiliar a nos libertarmos das amarras da personalidade (ego) e vivenciarmos a individualidade que é transcendente (Self)

Sugestão Sugestão: Levar os participantes a resgatarem os eventos de maior sofrimento em suas vidas, estabelecendo a idade mais ou menos em que houve o ocorrido. Deixar que venha a mente quantas situações surgir, sem resistência. Entregar aos participantes duas folhas tipo sulfite unidas horizontalmente, e com uma linha no meio, cruzando as duas folhas, expressando uma ideia de cronologia, começando com o nascimento e terminando com o agora (pedir para que registrem no final da linha a idade atual). Pedir aos participantes registrarem na linha do tempo, proporcionalmente às datas, marcos dos eventos de maior sofrimento. E depois, a expressarem o que significou aquele evento através de um desenho (não é permitido escrever, apenas registrar em desenhos, sinais, símbolos, etc). Após, expor no chão da sala, colocar uma música tranquila e pedir para que todos passeiem por entre a sala e analisem a história de sofrimento dos demais, verificando as expressões, as dores e os impactos. Dialogar sobre o que viram e sentiram, sem a necessidade de que cada um descreva ou revele a sua situação de sofrimento (reforçamos que o pedido era para expressarem o significado, o impacto, o simbolismo daquela dor, e não a identificação dela em si). Concluir com frases que falam do sofrimento presente na vida de todo ser humano. Sugerimos o capítulo 1 do livro Plenitude. Sugestão: podemos iniciar as reflexões do próximo encontro com a seguinte frase de André Luiz: “O sofrimento é uma espécie de fogo invisível, plasmando-nos o caráter” (cap. 35, p. 250) e “É a luta aperfeiçoando a vida, até que a nossa vida se harmonize, sem luta, com os desígnios do Senhor” (cap. 40, p. 288).

Bibliografia André Luiz – Entre a terra e o céu Joanna de Ângelis - Plenitude.

31º Encontro

Tema Dimensão TRANSPESSOAL do ser humano (III)

Subtema Justiça das aflições

Objetivos Compreender os sofrimentos como movimento da vida para nos auxiliar a nos libertarmos das amarras da personalidade (ego) e vivenciarmos a individualidade que é transcendente (Self)

Sugestão Sugestão: Estabelecer a noção de justiça divina. “As vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso

o de que cada um deve bem compenetrar-se.” (Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo, cap.

V – item 3).

Sugestão: Capítulo 10 “As nascentes do sofrimento”, de Marlon Reikdal.

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Sugestão: Analisar o item e escrito por Kardec em O evangelho segundo o Espiritismo, e a segunda parte do capítulo 3 “Causas dos sofrimentos”, do livro Plenitude, onde Joanna de Ângelis analisa o desejo, ofuscamento, o ódio e a frustração como causa de sofrimentos. Sugestão: Se a reencarnação objetiva nos conduzir a Deus (Questões 132 e 133 de O Livro dos Espíritos). Então: todos os sofrimentos que nos chegam podem ser alavancas para nossa evolução. Pedir aos participantes retomarem sua linha do tempo do sofrimento, para analisarem quais mudanças a vida esta lhes convidando. Reflexão: aprendermos a ser gratos pelo mal que nos chega, através da obra Psicologia da gratidão, de Joanna de Ângelis. Sugestão: vídeo no You Tube “Gratidão e ingratidão nas relações familiares – Marlon Reikdal” (em especial, partes 2 e 3, onde abordamos os 3 níveis da gratidão propostos por Joanna de Ângelis – disponível em https://youtu.be/0Wpfg8INQdE e https://youtu.be/f8BNMaNeXqA ).

Bibliografia Allan Kardec - O Livro dos Espíritos. Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo. Joanna de Ângelis – Plenitude. Joanna de Ângelis - Psicologia da gratidão. Marlon Reikdal – A nascente dos sofrimentos: uma análise do ego. In: Refletindo a Alma.

32º Encontro

Tema Dimensão TRANSPESSOAL do ser humano (VI)

Subtema Homem integral

Objetivos Auxiliar os participantes a compreenderem a noção de homem integral e as consequências desse conceito para suas vidas práticas

Sugestão Sugestão: “Enquanto o indivíduo não desperte para a sua realidade de ser integral que é – Espírito, perispírito e

matéria – responsabilizando-se pelas mudanças que se devem operar em seu mundo íntimo, a fim de

modificar o comportamento, ninguém poderá auxiliar no mister, que é exclusivamente seu.” (Joanna de

Ângelis – Atitudes Renovadas, introdução).

“Neste admirável amálgama da integração dos mais importantes insights das Doutrinas psicológicas

do Ocidente como as Tradições Esotéricas do Oriente, agiganta-se o Espiritismo, pioneiro de uma

Psicologia Espiritualista dedicada ao conhecimento do homem integral, na sua valiosa complexidade –

Espírito, perispírito e matéria – ampliando os horizontes da vida orgânica, a se desdobrarem além do

túmulo e antes do corpo, com infinitas possibilidades de progresso, no rumo da perfeição.” (Joanna de

Ângelis – O Homem Integral, p. 171).

Sugestão: O Despertar do Espírito – introdução.

Bibliografia Joanna de Ângelis - O homem integral. Joanna de Ângelis - Atitudes renovadas. Joanna de Ângelis - O despertar do Espírito.

33º Encontro

Tema O caminho, a verdade e a vida (I)

Subtema Jesus: modelo e guia da humanidade

Objetivos Apresentar Jesus como modelo e guia seguro para a conduta humana

Sugestão Sugestão: A partir da questão 625 de O Livro dos Espíritos, apresentar Jesus Cristo como guia e modelo para a conduta humana. Após, pedir para os participantes escolham um dentre os

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vinte capítulos do livro Jesus e atualidade, de Joanna de Ângelis, elegendo o item que mais lhes interessa e pode auxiliar a partir do que foi descoberto até aqui ao longo dos estudos. Reflexão: Essa tarefa objetiva fazer com que os participantes relacionem a vida de Jesus às suas, encontrando nele o caminho seguro para sua conduta cotidiana. Sugestão: Esse estudo não precisa ser concluído em uma semana. Fica a critério da coordenação, conforme disponibilidade do calendário. Sugestão: Ideal será pedir aos participantes que façam a pesquisa antes, lendo com mais calma o livro e escolhendo as passagens que podem ser lidas na íntegra para depois serem apresentadas aos demais. Esse não deve ser um trabalho em grupo, pois cada um deve eleger conforme as suas próprias questões de vida. Seria importante todos falarem o capítulo que escolheram, mas alguns deles, apresentarem com mais detalhe para reflexão do grupo. Sugerimos que os coordenadores leiam o capítulo “Jesus; o homem integral”, de Cláudio Sinoti.

Bibliografia Ângelis – Jesus e a atualidade. Sinoti – Jesus: o homem integral. In: Refletindo a Alma.

34º Encontro

Tema O caminho, a verdade e a vida (II)

Subtema Jesus: modelo e guia da humanidade

Objetivos Apresentar Jesus como modelo e guia seguro para a conduta humana

Sugestão Idem ao encontro 38º.

35º Encontro

Tema Encerramento

Objetivos Proporcionar espaço para que os participantes avaliem sua própria jornada em busca de si mesmos, ao longo dos estudos.

Solicitamos gentilmente que os coordenadores desse estudo, após concluírem a tarefa (ou mesmo ao longo

dela), nos enviem suas avaliações de como foram transcorrendo as atividades, compartilhem suas

experiências, comuniquem se tem sugestões de métodos que deram certos, referências bibliográficas

seguras, filmes e demais livros que complementem o trabalho. As sugestões e críticas devem ser enviadas

para [email protected]

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS do estudo completo

ÂNGELIS, Joanna (espírito); Franco, Divaldo Pereira (médium). Amor como solução. Salvador: Leal,

2006.

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______. Atitudes renovadas. Salvador: Leal, 2009.

______. Jesus e a atualidade. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, vol. 1).

______. O homem integral. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, vol. 2).

______. Plenitude. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, vol. 3).

______. O ser consciente. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, vol. 5).

______. Autodescobrimento: uma busca interior. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, v. 6).

______. Vida: desafios e soluções. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, vol. 8).

______. Amor, imbatível amor. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, vol. 9).

______. O despertar do Espírito. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, vol. 10).

______. Triunfo pessoal. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, vol. 12).

______. Encontro com a paz e a saúde. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, vol. 14).

______. Em busca da verdade. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, vol. 15).

______. Psicologia da gratidão. Salvador: Leal, 2014 (Série Psicológica, vol. 16).

ÂNGELIS, Joanna (espírito); Franco, Divaldo Pereira (médium) & Núcleo de Estudos Psicológicos Joanna

de Ângelis. Refletindo a Alma: a psicologia espírita de Joanna de Ângelis. Salvador: Leal, 2011.

______. Espelhos da Alma. Salvador: Leal, 2014.

BOECHAT, Walter (org.). Mitos e Arquétipos do Homem Contemporâneo. Petrópolis: Vozes, 1996.

_____ . A Mitopoese da Psique. Petrópolis, Vozes, 2008.

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CAMPOS, Humberto de (espírito); XAVIER, Francisco Cândido (médium). Boa nova. Rio de Janeiro, FEB,

1941.

CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. Disponível em: http://www.projetovemser.com.br/blog/wp-

includes/downloads/joseph_campbell_%20o_poder_do_mito.pdf

CERQUEIRA FILHO, Alírio. Saúde Espiritual. Santo André: EBM, 2005.

DICIONÁRIO DE PSICOLOGIA (org. Umberto Galimberti). São Paulo: Edições Loyola, 1992.

DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

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