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    Conhecendo WiccaUma religio sem livros sagrados, sem mestres ou dogmas,

    que exige do adapto somente o amor natureza. Isso no novidade,a Wicca bem antiga como voc ver! a seguir.

    "or #rupo de $studantes do "orto %"ortugal&

    'obre a nomenclatura adotada ( Vamos utilizar ao longodeste trabalho uma nomenclatura de origem inglesa,embora procuremos traduzir para portugus os termospossveis. No original, as denominaes utilizadas para estareligio so "Witchcrat", "Wicca", "!he rat" ou "!he #ld$eligion", sendo os praticantes geralmente conhecidos por"Witches" ou "Wiccans". !raduzimos os termos "Witchcrat"e "Witch" por "%ru&aria" e "%ru&a'o", sendo graados commai(scula )uando reeridos * religio ou aos seuspraticantes e com min(scula )uando reeridos ao conceitopopular do termo. + palavra "Wicca", )ue tem a mesma raiz)ue "Witch" vem do ingls antigo -icce-, proveniente daraiz sa&/nica -ic- relacionada com

    religio e magia no oi traduzida,por um lado por no se conhecer o seu e)uivalente portugus 0se 1 )ue e&iste2 e poroutro, devido ao seu uso se estar a internacionalizar entre os Neo3agos como designao desta religio.3or esta razo, e por possibilitar uma abordagem mais ob4etiva do tema, pois )ue no leva * associao imediata comas pr5ticas populares conhecidas como "bru&aria" e com as )uais pouco tem a ver, utilizaremos as palavras "Wicca" e"Wiccans" para designar esta religio e os seus praticantes. 6uanto *s e&presses "!he rat" 0+ +rte2 e "#ld $eligion"0Velha $eligio2, apenas sero a)ui utilizadas em citaes, a primeira por nenhuma das suas possveis tradues sersatisat7ria, a segunda por ser usada por apenas algumas tradies dentro da Wicca e&primindo um ponto de vista )ueno 1 pacico.

    I)*+-U/Neste trabalho realizado no 8mbito do curso de p7sgraduao "9ociologia das $eligies e 3ensamento $eligioso"propusemonos tratar um novo movimento religioso )ue embora com raca e&presso entre n7s parece ter um maiorn(mero de adeptos noutras regies, # Neo3aganismo 1, neste momento, um en/meno especialmente anglosa&/nico0:nglaterra, ;. um, por se tratar de uma perspectiva religiosa detraos singulares )uando comparados com outras maniestaes mais ou menos e&plcitas de outras religies atuais, poroutro lado pelo ato de no se tratar de uma proposta totalmente nova, mas pelo contr5rio, por se basear e tentarrecuperar maniestaes religiosas ancestrais o 0re2viver da Velha $eligio num conte&to s7ciocultural tomarcadamente distinto da)uele em )ue lhe deu origem, a religio c1ltica.+ primeira ase do nosso trabalho consistiu na procura de contacto com membros da Wicca em 3ortugal e no estrangeiropara recolha de dados. ;m seguida elaboramos um in)u1rito )ue enviamos a v5rios membros ou grupos 0ver ane&o2)ue conseguimos localizar. ;ste in)u1rito para al1m do n(mero estimado de seguidores, permitiunos tamb1m conheceralgumas caractersticas s7cioculturais dos membros do 3aganismo e da Wicca. 3ara al1m de responderem *s )uestes)ue colocamos, alguns grupos enviaramnos livros e indicaes bibliogr5icas de grande utilidade para a elaboraodeste trabalho.+o longo desta apresentao abordaremos apenas alguns aspectos do 3aganismo e da Wicca. 3rocuramos, no primeirocaptulo, esclarecer estes dois conceitos? no segundo captulo reerimonos ao panorama atual do Neo3aganismo? avalorizao do eminino e a conscincia ecol7gica so ocados nos terceiro e )uarto captulos? o car5ter individualista da

    vivncia religiosa 1 tratada no )uinto e (ltimo captulo? e por im traamos algumas concluses decorrentes daelaborao deste trabalho.

    "0#0)I'1 $ WICC09urge no s1culo @@ uma religio )ue pretende celebrar de novo a Natureza e )ue vai buscar a sua inspirao nos antigoscultos pr1cristos da "Arande Be" 0;C:+D;,EFGF p5g.HIJ2, *s celebraes dos ciclos anuais das colheitas, ao culto do

    http://email.terra.com.br/cgi-bin/vlink.exe?Id=3GpcoL4tzsDvc1gyegsFQK3YbpWytIQbZBXqbwqTEbUlBm5vGzlDHqh6RgE2/uS/&Link=http%3A//www.terravista.pt/guincho/1915/%23anexohttp://email.terra.com.br/cgi-bin/vlink.exe?Id=3GpcoL4tzsDvc1gyegsFQK3YbpWytIQbZBXqbwqTEbUlBm5vGzlDHqh6RgE2/uS/&Link=http%3A//www.terravista.pt/guincho/1915/%23anexo
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    Deus da !erra )ue periodicamente morre e renasce e a toda uma s1rie de ormas de e&presses religiosas em )ue seencontra uma orte ligao * Natureza e aos iclos da Vida.#s ob4etivos do 3aganismo so os do autoconhecimento, da harmonia com os ritmos e ciclos naturais do sol e dasestaes, da compreenso dos poderes da Natureza e a busca de um novo e)uilbrio do homem com o seu meio. No sebaseia numa teologia (nica ou deinida, no possui proetas ou mestres. %aseiase na e&perincia e sensibilidade decada um )ue )ueira e se4a capaz de praticar essa harmonia. 3ode assim dizerse )ue o 3aganismo no pretende ser umareligio de massas, mas pode ser considerada uma religio de "clero", ou se4a, )ual)uer membro 1 "sacerdote" namedida em )ue entra em contacto direto com o divino e orienta pr5ticas e rituais religiosos.;mbora algumas correntes 3ags airmem )ue as suas tradies remontam * era Neoltica, ou mesmo )ue o 3aganismo1 o sucessor linear da)uela )ue ter5 sido a primeira religio da humanidade, essas origens so muito discutveis.

    Buita da inspirao do 3aganismo ser5 proveniente de estudos eetuados sobre as religies antigas, dos )uais, os maiscitados so "# $amo Dourado" de =razer, "+s B5scaras de Deus" de Koseph ampbell e "!he Witchult in Western;urope" de Bargaret BurraL. Nalgumas tradies pags os seus membros consideramse continuadores diretos destasreligies antigas. Mouve provavelmente uma busca de id1ias, de processos, de rituais, uma outra viso do 9agradoObem distinta da viso 4ud5icocrist )ue permeia as culturas ocidentais.=oi com base nesta outra viso, bem como nalgumas tradies populares europ1ias, nos ensinamentos de diversasescolas ocultistas, em t1cnicas usadas pelos &ams e num sem n(mero de outras ontes )ue se oi construindo estareligio, chamada de 3aganismo, Neo3aganismo ou $eligio +ntiga. 3ara ilustrar, podemos a)ui citar a)ui palavras de9tarhaP, sacerdotisa norteamericana da Wicca 0um dos ramos do 3aganismo, de )ue alaremos * rente2> "+ Wicca 1realmente a Velha $eligio, mas neste momento est5 a passar por tantas mudanas e desenvolvimento )ue, naessncia, est5 mais a ser recriada do )ue revivida" 0!he 9piral Dance, EFQF2.Dentro do 3aganismo e&istem diversos ramos, cada um dos )uais baseado em tradies e mitos pr7prios. +)uele )uemais se tem desenvolvido, sendo neste momento o mais representativo, 1 designado Wicca, %ru&ariaO ou ++rteO3rov1m basicamente da tradio das =eiticeiras +nglo9a&7nicas e vai buscar muita da sua inspirao aos mitos edivindades celtas, gauleses e irlandeses, recorrendo tamb1m no entanto a ontes cl5ssicas 0grecoromanas2 e diversastradies populares. + Wicca 1 deinida pela 3agan =ederation como "...um caminho inici5tico, uma religio de mist1rios)ue guia os seus iniciados a uma prounda comunho com os poderes da Natureza e da psi)ue humana, conduzindo auma transormao espiritual do indivduo."

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    No obtivemos nenhuma inormao sobre o n(mero de praticantes na :rlanda, embora nos parea )ue esse n(mero nodeva ser desprezvel. Na :rlanda se situa a sede da "=elloship o :sis", organizao pag de interc8mbio )ue conta comE.III membros em QJ pases. Vive neste pas um conhecido casal de 3agos, os escritores Kanet e 9teart =arrar,cu4as obras servem de manualO para um sem n(mero de grupos em todo o mundo e )ue azem re)Rentes declaraesp(blicas. ;stes escritores esto neste momento prestes a publicar um trabalho )ue inclui uma estimativa do n(mero de3agos a nvel mundial.De acordo com inormaes recolhidas no 4ornal "Wiccan $ede" e&istem cerca de II 3agos na Molanda. # movimentopago comeou de orma visvel em EFQF com a publicao deste 4ornal, )ue reere um crescimento do n(meromembros desde essa data e * medida )ue aumenta a )uantidade de literatura disponvel em holands.Na =rana no nos oi ornecida )ual)uer inormao pela "Wicca =ranaise", a (nica organizao pag rancesa de )ue

    tivemos conhecimento e )ue airma ter dependncias na Ar%retanha, e&istncia de algumas centenas de Wiccans e alguns milhares de 3agos na +lemanha,cerca de SIII na :t5lia e algumas dezenas na =inl8ndia. Notese )ue estes n(meros so calculados a partir de dadosrecolhidos particularmente.+inda no oi possvel contatar )ual)uer grupo em 3ortugal, embora saibamos 45 da e&istncia de iliados portuguesesem organizaes internacionais de interc8mbio."$'4UI'0No in)u1rito )ue elaboramos pedimos inormaes ligadas *s proisses e estratos sociais dos )uais provm estaspessoas. +s inormaes de )ue dispomos apontam para uma predomin8ncia de )uadros t1cnicos, universit5rios,proissionais ligados *s diversas 5reas de sa(de, artistas, proessores e indivduos pertencentes a diversas proissesliberais entre as pessoas atradas pelo 3aganismo.

    ;sta tendncia 1 especialmente marcada em pases com raca implantao 3ag, tornandose menos evidente )uando omovimento se alarga. Numa carta proveniente de um casal holands airmase )ue "...no princpio, o ato de se ter desaber ingls determinava o tipo de pessoas )ue se envolviam na +rte." om eeito, esta pode ser uma das e&plicaespossveis para a nossa constatao anterior visto )ue a maioria da literatura disponvel sobre a Wicca 1 escrita emingls, e 1 nos pases de lngua noinglesa )ue a tendncia apontada 1 mais orte.3arece )ue os 3agos tm h5bitos de leitura e interesse por v5rias maniestaes artsticas independentemente do seugrau de escolaridade, 45 )ue sendo o 3aganismo uma religio sem hierar)uias nem mestres, 1 indispens5vel )ue cadaindivduo, cada grupo, aa as suas investigaes, as suas recolhas de mitos e rituais )ue o a4udam a orientar o seucaminho. !amb1m parecem ter interesse por maniestaes art5sticas, tentando e&primir atrav1s delas a suareligiosidade, construindo ob4etos rituais, compondo m(sicas, azendo otograia, etc., de modo a 0re2criar o seu mundoreligioso e a respectiva simbologia.Do ponto de vista polticosocial, veriicamos )ue os 3agos tendem a adotar posies pouco conservadoras. 3or

    e&emplo, nos ;.a inteligncia analtica, o raciocniolinear, a rieza e o controle de sentimentos, a ora sica, a capacidade de domnio so valores mais considerados do )uea intuio, a beleza, a compreenso e a capacidade de e&primir e partilhar sentimentos. Durante s1culos ou mesmomilnios, sobretudo na civilizao 4udaicocrist, os valores emininos oram relegados para um segundo plano, chegandomesmo a serem identiicados com o mal, com o dem/nio. ;sta situao dei&ou as pessoas, principalmente nos pasesprotestantes cu4as :gre4as no incluem o culto de Baria ou dos santos sem uma reerncia eminina, sem algo )uedeendesse, apoiasse e permitisse a e&presso de um con4unto de sentimentos )ue diicilmente se encai&a numa religiopatriarcal.

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    0 Wicca d! -eusa um papel preponderante,quer para as mulheres, quer para os homens.

    # 3aganismo propese recuperar a complementaridade entre homem e mulher, entre macho e mea, simbolizados nadupla Deus e Deusa, )ue no so superiores um ao outro, mas )ue se complementam. Dentro do 3aganismo a Wicca d5* Deusa um papel preponderante, )uer nas suas pr5ticas )uer nos seus mitos, criando assim o seu principal smbolo emostrando a sua import8ncia undamental )uer para as mulheres, )uer para os homens> "A importncia do smbolo daDeusa para as mulheres no pode ser subestimada. A imagem da Deusa inspira-nos, mulheres, para que nos olhemoscomo divinas (...) Atravs da Deusa, (...) podemos passar para alm das vidas estreitas e constrangidas e tornar-noscompletas. A Deusa tambm importante para os homens. A opresso dos homens no patriarcado governado por Deus-ai talve! menos "bvia, mas no menos tr#gica que a das mulheres. $s homens so encora%ados a identi&icarem-secom um modelo que nenhum ser humano pode emular com sucesso' a serem mini-governantes de estreitos universos ".Nos pases protestantes onde diicilmente h5 lugar para a e&presso dos valores emininos e onde no e&iste )ual)uer

    igura eminina com car5ter sagrado, esta perspectiva matriocal da Wicca, contribui para a sua divulgao tanto 4untodos homens como das mulheres. 9egundo a "Wiccan $ede holandesaO, ...muita gente atrada pelo papel da mulher naArte. laro que as mulheres sa*dam a oportunidade de se envolverem ativamente num movimento espiritual - e oshomens v+em a Arte como uma oportunidade ecelente para eprimirem a sua &eminilidade ".;ste envolvimento tem aspectos curiosos, pelo menos nos ;.

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    # respeito pela natureza 1 um valor intrnseco e undamental no 3aganismo.

    #s Wiccans sabem )ue "...quanto mais se sintoni!arem com o ambiente em que vivem e trabalham (...) maissigni&icativa se tornar# a sua religio, mais e&etivo ser# o seu trabalho psquico, maior a sua contribuio para o bem-estar e sa*de de aia e mais reali!adas e integradas estaro elas como seres humanos ." ;ste envolvimento com anatureza ultrapassa muito as ormas proanas em )ue se az normalmente a abordagem dos problemas ecol7gicos,transpondo o assunto para um nvel em )ue a preservao da natureza'Aaia no tem apenas um interesse en)uantobase material da vida humana, mas ad)uire uma dimenso sagrada, uma import8ncia de per si )ue pode 4ustiicarmesmo o sacricio de alguns interesses e benecios humanos. No in)u1rito realizado em EFS nos ;. diversos 3agos protestarampublicamente em maniestaes e, al1m disso, recorreram a rituais m5gicoreligiosos, para reoro do protesto.

    I)-I5I-U02I'1 +$2I#I'+ Wicca 1 uma religio em )ue no e&istem livros sagrados, nem proetas a 4ustiic5los, hierar)uia ou dogmas. No azapelo a uma 1 (nica e e&clusiva, no tem mandamentos e promove acima de tudo o respeito e a diversidade. No 1tamb1m um sincretismo religioso por)ue v5rios sincretismos so possveis. U uma escolha pessoal para a)ueles )uesentem )ue a sua percepo do sagrado no s7 no se en)uadra nos es)uemas tradicionais como 1 algo demasiadoindividual para se su4eitar a con4untos de regras e crenas )ue outros determinaram. +s poucas regras e&istentes naWicca tm um car5ter essencialmente uncional e so vistas no como mandamentos duma )ual)uer divindade ouproeta iluminado, mas como simples normas de relacionamento entre pessoas )ue partilham interesses comuns. 9oapenas alguns princpios gen1ricos ligados a valores ecol7gicos e individuais de largo consenso e * liberdade dee&presso da religiosidade como 1 sentida e recriada por cada um. # seu esprito est5 bem patente na regra b5sica "=azo )ue )uiseres desde )ue no aas mal", a (nica )ue todos os membros da Wicca procuram seguir. ;sta diversidade e&primese nas pr5ticas de dierentes pessoas ou grupos. ;ncontramos indivduos )ue seassumem como monotestas, politestas, pantestas, e adeptos de tradies para )uem apenas a Deusa 1 importante, aolado de outras )ue do o maior nase * polaridade, aos rituais e nomes de divindades retirados de religies conhecidas0e por vezes mesmo de obras ant5sticas2, nas mais variadas combinaes cu4os membros se relacionam num clima deaceitao e harmonia. Nas grandes reunies, como o 3agan 9pirit Aathering realizado anualmente no Winsconsin0;.

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    Yteol7gicoZ. 3elo contr5rio, o )ue se nota 1 uma constante curiosidade pelas crenas e rituais alheios e o dese4o departilhar e conhecer dierentes vivncias religiosas.+ Wicca tem a sua maior implantao nos pases anglosa&7nicos, onde a longa tradio democr5tica e o 3rotestantismopermitem um maior individualismo. 3ara al1m de pr5ticas individuais, os 3agos agrupamse em pe)uenos n(cleos,tradicionalmente de EH pessoas, cada )ual com as suas regras e tradies? ainda se podem 4untar em grandesencontros. Nestes encontros estendemse ao campo religioso os princpios de liberdade de e&presso e de associao 45h5 muito aplicados noutros sectores da sociedade. +o contr5rio de outras religies e de outras organizaes no e&istea)ui uma estrutura hier5r)uica nem uma autoridade central.

    C)C2U'9$'

    # Neo3aganismo surge numa 1poca em )ue somos diariamente conrontados com o aparecimento duma s1rie de novasigre4as, seitas ou movimentos religiosos. omo tal tornase importante tentar situar o 0res2 surgimento p(blico do3aganismo neste conte&to e perceber )uais as semelhanas e dierenas deste movimento religioso relativamente aoutros.#s movimentos pagos esto a crescer e a aumentar o seu n(mero de adeptos sem )ue, para isso abordem as pessoas,as aliciem a tornaremse membros ou aam campanhas de divulgao p(blica. No h5 d(vida )ue algumas dascaractersticas do 3aganismo se encontram tamb1m em muitas das novas :gre4as> rituais participativos e )ue conduzema estados de &tase, uma relao com a divindade, mais pr7&ima )ue nas :gre4as tradicionais, uma relao depro&imidade, de irmandade, entre os seus membros, uma utilizao da magia e ritual para conseguir diversos resultadospr5ticos, como por e&emplo, a cura de doenas.

    ontudo, e&istem dierenas. + primeira )ue se nota 1 uma )uase completa ausncia de proselitismo. No s7 os3agos no pretendem divulgar a sua religio porta a porta, como de um modo geral, no do evidncias e&plcitas depertencer a este movimento. ;sta atitude no se deve a uma inteno de secretismo, 45 )ue a )ual)uer pessoainteressada pelo 3aganismo so dadas uma s1rie de inormao sobre rituais, grupos, publicaes e atividades diversas.3arecenos )ue os pagos optam por ter uma atitude discreta, pois pensam )ue a apro&imao ao 3aganismo deveresultar de uma escolha individual ditada por interesses e necessidades interiores de cada um. U ilosoia adaptada nestacomunidade se est5s interessado, procuranos, se te sentes bem ica onde est5sO. ;sta discrio tamb1m se deve *alta de aceitao, ao medo e * desconiana )ue a sociedade tem em relao aos 3agos. +inda h5 um estigma )ueevoca sentimentos ambguos )uando nos reerimos a 3aganismo e %ru&aria. +inda temos reminiscncias dos tempospassados, em )ue as bru&as eram )ueimadas e perseguidas.Veriicamos, no entanto, )ue e&iste cada vez maior n(mero de organizaes 3ags com o estatuto legal de :gre4as,lutando abertamente, e com bons resultados, pelo reconhecimento p(blico de )ue a Wicca em particular e o 3aganismoem geral so movimentos religiosos to v5lidos com como )ual)uer outro.3ara compreender melhor esta aparente alta de empenhamento em gran4ear novos adeptos, devemos ter presente anatureza da Wicca, as suas estruturas internas e os interesses )ue movem os seus praticantes. omo temos visto, aWicca 1 uma religio sem um credo (nico e sem te&tos sagrados, baseada na ligao * natureza e ao ar)u1tipo daDeusaBe e nos sentimentos e inspiraes pessoais dos seus praticantes, do )ue em )uais)uer te&tos ouensinamentos. U assim uma religio com um cunho marcadamente individualista. [ e&ceo de algumas ocasiesestivas em )ue se re(ne um grande n(mero de adeptos 0geralmente de diversas tradies2 para conraternizar e

    celebrar con4untamente determinados momentos signiicativos como, por e&emplo, os solstcios, os rituais socelebrados por pe)uenos grupos independentes ou isoladamente.6uase a totalidade das organizaes pags tem, principalmente, um papel de interc8mbio e apoio, no pretendendodirigir ou controlar os seus membros, )ue provavelmente no aceitariam )ual)uer esp1cie de controle. +s tentativaspontuais conhecidas, nesse sentido, no deram resultado. Dentro deste panorama, )ual)uer id1ia de conversoO ou

    missionarismoO 1 algo, entendido pelos 3agos, como completamente aliengena. + Wicca 1 uma religio semconvertidos, uma e&presso compartilhada dum sentimento do 9agrado )ue lhe 1 pr7prio, no se conormando comregras impostas do e&terior, com regras )ue no se4am decorrentes da vontade individual. ;m virtude desta ortecomponente individualista e da ausncia de um con4unto de normas e&plcitas e vinculativas, no e&iste hierar)uiareligiosa. ada membro deve, assim, decidir, praticar e dirigir as suas pr5ticas e rituais.-esmentindo 1itosVamos agora falar de algumas teses mentirosas, ou mesmo absurdas, sobrea Wicca, e ainda comentar os motivos de alguns simbolismos wiccanianos.

    Falsos mitos:

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    0dora:o do dem;nio

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    -i=eren:a "Bagia 1 uma ponte, uma ponte )uepermite a voc andar do mundo visvel para o invisvel. ; aprender as lies de ambos os mundos 0...2 e cada pessoa

    tem seu pr7prio 4eito de alcanar esta ponte".;ste pe)uenino trecho resumiria p5ginas e p5ginas de complicadas teorias sobre dierentes tipos de magia.ada pessoa tem seu pr7prio 4eito de alcanar esta ponte. :sso e&plica por)ue, dentro da Wicca, h5 v5rias e v5riastradies, com dierenas signiicativas entre elas, tanto na orma de iniciao dos membros, na e&istncia ou no deseleo, no modo de celebrar os rituais, no modo de criar encantamentos, etc.!amb1m 1 necess5rio saberse e reconhecer )ue, al1m da religio Wicca, h5 outros modos de se praticar magia, como amagia solar, magia cabalstica, dentre outras.Bas, voltando ao nosso assunto, a Wicca? com tantas ormas dierentes de se maniestar o culto * Deusa e seu consorte,e de se praticar magia, como podese dizer )ue essas tradies so segmentos da Wicca_+ resposta 1 simples> os conceitos centrais de todas as tradies so os mesmos\ Ve4amos alguns dos mais importantes>

    $espeito total a natureza e a !erra em todas suas ormas, pois elas so maniestaes da Arande Be. elebrao a lua, determinada pelas suas ases, )ue representam as dierentes aces da Deusa, e ainda determinam ostipos de eitios possveis de serem eitos. $espeito a vida, em todas suas ormas. 3ois, todas vieram do imenso (tero universal da Arande Deusa.

    elebrao das estaes, da colheita, e de outras 1pocas importantes aos povos pagos )ue originaram a pr5tica damagia. ulto e adorao a Arande Deusa Be, e ao seu consorte, o Deus ornero.

    $espeito aos elementos b5sicos da natureza 0ogo, terra, 5gua e ar2, cu4o um grande bru&o deve saber cultuar eutilizar para o bem, sempre sobrepondo a estes elementos materiais, o mais poderoso, o )uinto elemento, o esprito.omo voc pode ver, as tradies tem muito em comum, e por isso constituem, na verdade, uma (nica religio, a Wicca.>ruxas ( 0 verdadeira 6ace

    om o domnio do catolicismo, as bru&as aindaso vistas por muitos com determinada desconiana.ertamente voc 45 ouviu e viu muito, por todos os locais, iguras de bru&as idosas, cheias de rugas, com um gigantesconarigo, um olhar cruel e um imenso livro de eitios para aprisionar princesas, transigurar prncipes e devorarcriancinhas.U prov5vel, tamb1m, )ue voc tenha temido imensamente estas iguras horrendas )ue voavam em vassouras m5gicas,durante a sua in8ncia. ; agora, 1 prov5vel )ue voc este4a achando um tanto engraado estar perdendo o seu tempoto precioso para ler artigos sobre bru&aria... Bas espere\ No saia da\ + seguir, voc ver5 uma verdadeira revoluo deconceitos\ Voc conhecer5 a verdadeira ace das bru&as, e passar5 a entender melhor como o movimento chamado"neopaganismo" est5 azendo tantas pessoas voltarem as razes da humanidade, voltarem a pratica da +rte milenar dabru&aria, uma +rte )ue adv1m de muitos s1culos, muitos milnios antes de risto.;sta amosa imagem das bru&as malignas e horrorosas no passou de uma criao da igre4a, uma inveno do

    catolicismo medieval, para azer com )ue o povo se aastasse e odiasse a antiga religio da Arande Be, )ue adorava ereverenciava a natureza, e buscava nela a onte de cura e harmonia para toda a humanidade.

    Deste modo, a :gre4a at7lica +post7lica $omana asseguravase no poder, no topo da hierar)uia eudal, com apopulao * sua merc.om o domnio do catolicismo at1 os dias de ho4e, as bru&as ainda so vistas por muitos com determinada desconiana,mas, os tempos esto mudando, e para melhor. +s bru&as 45 no so mais obrigadas a esconderse nas sombras, e a

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    antiga religio volta a ser reconhecida, con)uistando cada vez mais adeptos, pessoas )ue buscam entrar em harmoniacom o planeta, com a natureza.# ser humano sente a necessidade de voltar ao seu princpio, pois este 1 o (nico modo de se salvar a !erra da totaldevastao. 9e o consciente coletivo passar a ter, implantado no undo de cada alma, o conceito de autorespeito, deamor, de perseverana, e de esperana, o mundo ser5 muito melhor, para todos, pois inalmente alcanaremos totalharmonia com o universo, com nossos irmos, e com n7s mesmos, e assim, a paz prosperar5.No 1 necess5rio )ue se tema as bru&as. :sso 1 ridculo\ Desde os prim7rdios da bru&aria, se sabe )ue tudo )ue azemosatrav1s dela, retornar5 para n7s mesmos, e mais tarde, essa tese chegou a ser comprovada cientiicamente\ #u se4a,um bru&o )ue izer o bem, receber5 mais tarde um bem ainda maior\ 3or1m, um bru&o )ue izer o mal, usando dosmeios m5gicos, mais tarde, ter5 contra ele um mal muito maior.

    9impliicando, nem um bru&o em s conscincia aria mal a algu1m.Voltando ao nosso assunto inicial, a verdadeira ace das bru&as, )uem procura o caminho da +rte, ho4e em dia, no temnada haver com a alsa imagem das bru&as, criada pela igre4a crist. 9o pessoas, normalmente 4ovens, variando deadolescentes a adultos rec1m ormados, )ue buscam um novo modo de viver e conviver em harmonia com o mundo. ; abru&aria, na verdade, 1 e&atamente isso.