Conhecimento e crença Se um sujeito tem conhecimento (proposicional), então acredita (crê) que

ele descreve a realidade tal como ela é

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Crença (ou opinião) implica convicção e anda muitas vezes associada à certeza

Se a Madalena sabe que Marte é um planeta, então acredita (crê) que Marte é um planeta

Mas, podemos acreditar em proposições que são falsas.

A Madalena acredita que existem fadas, mas não conhece que existem fadas.

Nesse caso não podemos dizer que temos conhecimento

Então, para haver conhecimento é necessário haver crenças, mas não é suficiente, porque nem todas as crenças constituem conhecimento.

ProF.Ana Vigário

Só as crenças verdadeiras podem resultar em conhecimento.

Mas será suficiente?

Platão (Teeteto) mostra que nem todas as crenças (opiniões) verdadeiras constituem conhecimento. Os oradores, levam as pessoas a acreditar em coisas que são em alguns casos verdadeiras, fazendo com que tenham crenças verdadeiras, mas não conhecimento, porque não têm justificações adequadas para elas.

Logo, crença verdadeira e conhecimento não são a mesma coisa

ProF.Ana Vigário

O Eduardo tem a crença, que crê verdadeira, que vai passar de ano, daqui não se segue que ele saiba realmente que vai passar de ano, mas se, além de ter uma crença verdadeira existem boas razões (ex. ter boas notas), então a sua crença verdadeira não é resultado do acaso, pois está justificada.

ProF.Ana Vigário

Então o que tem de haver para que uma crença ou opinião verdadeira constitua conhecimento?

Uma crença verdadeira só é conhecimento caso se baseie numa justificação adequada

Conclusão Quando acreditamos que uma proposição é verdadeira, só podemos dizer

que sabemos que ela é verdadeira se tivermos boas razões para acreditar nela e/ou se podermos provar que são verdadeiras.

Correspondência Coerência (dedução) Prática

Segundo Platão, se alguém tem uma crença verdadeira

justificada, então estamos perante um exemplo de conhecimento

ProF.Ana Vigário

Pode haver casos de crença verdadeira justificada e mesmo assim não se poder falar de conhecimento

Edmund Gettier (filósofo americano, séc XX)

A Sofia tem fortes razões para acreditar que o relógio

da escola é extremamente confiável. Certo dia passa pelo

relógio da escola e vê que indica 9:00 h.

(Sofia forma a crença que são 9:00h e esta crença está justificada pelos dados que revelam a fiabilidade do relógio)

Contudo, sem que Sofia o saiba, o relógio está parado há algum tempo, mas curiosamente parou quando eram 9:00.

(Sofia acredita justificadamente que são 9:00 e a sua crença é verdadeira, só que ela não sabe que são 9:00, teve apenas sorte de passar pelo relógio num momento em que este indicava a hora correcta).

ProF.Ana Vigário