Conhecimento pedagógico e desenvolvimento humano (1)

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ALESSANDRA GUIMARÃES FOSSATI ALESSANDRO CARVALHO DIEGO DE OLIVEIRA MARIANO ELIANE CAMPOS JOÃO ALBERTO MENDONÇA SILVA KELVIN JACQUES VARGAS MARIANA FALCÃO RODRIGO TEÓFILO ROSS BAIRD KASAKOFF VANDER BORGES REGO CONHECIMENTO PEDAGÓGICO E DESENVOLVIMENTO HUMANO UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO CAMPO GRANDE

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ALESSANDRA GUIMARÃES FOSSATIALESSANDRO CARVALHO 

DIEGO DE OLIVEIRA MARIANOELIANE CAMPOS 

JOÃO ALBERTO MENDONÇA SILVAKELVIN JACQUES VARGAS

MARIANA FALCÃORODRIGO TEÓFILO

ROSS BAIRD KASAKOFFVANDER BORGES REGO

CONHECIMENTO PEDAGÓGICO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO

CAMPO GRANDE

ABRIL - 2012

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ALESSANDRA GUIMARÃES FOSSATIALESSANDRO CARVALHO 

DIEGO DE OLIVEIRA MARIANOELIANE CAMPOS 

JOÃO ALBERTO MENDONÇA SILVAKELVIN JACQUES VARGAS

MARIANA FALCÃORODRIGO TEÓFILO

ROSS BAIRD KASAKOFFVANDER BORGES REGO

CONHECIMENTO PEDAGÓGICO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

Trabalho apresentado à Universidade Católica Dom Bosco, na disciplina de organização do trabalho pedagógico, sob a orientação do prof. Domingos Aguillar Marques.

CAMPO GRANDE

ABRIL – 2012

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SumárioINTRODUÇÃO....................................................................................................................4

DESENVOLVIMENTO HUMANO.....................................................................................5

DESENVOLVIMENTO DO PROFESSOR.........................................................................6

CRITICA AO ACADEMICISMO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR............................7

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................8

REFERENCIAS...................................................................................................................9

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INTRODUÇÃO

Ensinar tem suas competências e sendo uma atividade intelectual que tem

por vias a resolução de problemas. Os profissionais que trabalham com a educação

sejam eles teóricos ou docentes tem uma grande questão a resolver como elencar os

conhecimentos disciplinares, com sua organização nas matérias e o currículo

apresentado, levando em conta a individualidade do ser e isso por sua vez transcende o

ambiente escolar e leva a um pensamento complexo a respeito das práticas pedagógicas

como um todo.

O que se pensa é a respeito de teorias de construção de conhecimento com

seus caminhos nos processos educativos levando a representações de realidade. Torna-

se primordial uma reflexão mais global para que os processos educativos não se

transformem em processos de mero treinamento não reflexivos visando a completitude

do ser humano e buscando potencializar o máximo de seu desenvolvimento.

Já que o conhecimento emerge da realidade das ações que caracterizam a

atividade humana. Fica o alerta para a formação de professores e para os cursos de

formação nesse mesmo prisma de reflexão a respeito da docência e não meramente a

reprodução de “macetes” para dinamizar o ensino aprendizagem.

Nesse trabalho nos objetivamos a dialogar a respeito do binômio

conhecimento pedagógico – desenvolvimento humano, procurando relacionar alguns

pontos-chaves a começar pela inquietante pergunta quais são os objetivos da educação?

e qual a sua relação com a evolução da pessoa humana?. Após isso analisaremos o

desenvolvimento humano e também sua relação com nosso tema central a educação. E

por vim abordaremos o professor e seu desenvolvimento sua formação e uma critica ao

modelo academicista

OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO

A educação busca o desenvolvimento pessoal e social do individuo,

organizando o conhecimento acumulado durante o tempo. Sendo assim considera-se que

o objetivo principal da educação é o desenvolvimento humano (Simão apud Kohlberg e

Mayer, 1972). Para isso é necessário estratégias, rigor e coerência nos processos

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educativos buscando se adequar as exigências sociais e buscando as melhorias

necessárias para a grande maioria da população.

O caminho para se atingir os fins desejados é a prática pedagógica e suas

metodologias. Libâneo nos esclarece determinados pontos a respeito da prática

educativa:

A prática educacional se orienta, necessariamente, para alcançar determinados objetivos, por meio de uma ação intencional e sistemática Os objetivos educacionais expressam, portanto, propósitos definidos explícitos quanto ao desenvolvimento das qualidades humanas que todos os indivíduos precisam adquirir para se capacitarem para as lutas sociais de transformação da sociedade. O caráter pedagógico da prática educativa está, precisamente, em explicitar fins e meios que orientem tarefas da escola e do professor para aquela direção. Em resumo, podemos dizer que não há prática educativa sem objetivos.

Sendo assim a educação e seus caminhos (práticas e filosofias pedagógicas)

é uma ação intencional que visa a construção de um ser humano segundo a exigências

sociais de sua época. Freire (1985) salienta que “Assim como não há homem sem

mundo, nem mundo sem homem, não pode haver reflexão e ação fora da realidade”.

DESENVOLVIMENTO HUMANO

O desenvolvimento humano vem se construído ao longo da história em sua

forma biológica e psicológica no que Vigostsky chama de funções superiores. Esse

desenvolvimento construído ao longo de milênios não se dá apenas por uma única

vertente ele é amplo e entende–se desenvolvimento não só no sentido psicológico de

maturação e capacidade cognitiva, mas sim de autonomia pessoal. Capacidade essa dada

a partir da interação social e por intermédio da cultura.

È o desenvolvimento humano que permite a cada individuo uma progressiva

possibilidade de empreender novas atividades as quais, por sua vez, irão conduzir no

sentido obter acesso a vários níveis de conhecimento e esses por sua vez se tornam

insuficientes a medida que o desenvolvimento pleno do homem não termina sendo ele

um ser eternamente inacabado.

Diversas das teorias que fazem relação desenvolvimento e aprendizagem

colocam o desenvolvimento (físico/psicológico) como anterior a aprendizagem sendo o

primeiro pressuposto para o segundo, outras das teorias colocam que a aprendizagem é

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também uma forma de desenvolvimento, porém as várias linhas acabam por

concordarem que a aprendizagem é essencial para o desenvolvimento humano.

Assim sendo e levando em conta o aprendizado na forma de educação

formal, para tal processo de desenvolvimento humano completo em sua formação social

mental1, é preciso ter em mente que isso trás implicações na gestão e no currículo,

traduzindo-se em finalidades básicas no processo formativo.

DESENVOLVIMENTO DO PROFESSOR

Na formação de professores há um pensar constante a respeito das estratégias e

objetivos da educação.

O mundo estando em constante mudança, com um rápido avanço tecnológico

que transmite em certo ponto um caráter dinâmico até mesmo na cultura, leva a

necessidade de o professor manter-se constantemente em movimento, levando em conta

que a educação não tem uma meta final, ou seja, ela não termina, ela se prolonga até o

fim da existência. A própria pessoa do professor está em transformação como diz

Polletine (1997, p.90) “o professor pode aprender, mudar e se desenvolver enquanto

interage com o seu ambiente”. O professor é o agente da prática da aprendizagem

.

Quanto mais o professor se perceber como agente de uma prática profissional inserida no contexto mais amplo da prática social, mais capaz ele será de fazer correspondência entre os conteúdos que ensina e sua relevância social, frente às exigências de transformação da sociedade presente e diante das tarefas que cabe ao aluno desempenhar no âmbito social, profissional, político e cultural. (Libaneo)

Tarefa por vezes dolorosa, se levarmos em conta que a sociedade vem se

transformando rapidamente e forçam o professor a acompanha as mudanças tão

repentinas. Mesmo o professor pode ser constantemente avaliado e testado pela escola,

alunos pais e demais setores da sociedade.

O professor enfrenta singularidades psicológicas dos alunos, que são

distintas até mesmo na mesma escola, no mesmo bairro e na mesma cidade. A exemplo

disso a clientela do turno da manha é diferente da do turno da noite e da tarde. Tudo

isso aliado a sua própria inconstância psicológica e cultural, que também leva o

professor a um processo de desconstrução pautada na realidade de sua profissão de

1 Ver Vigotsky em Formação social da mente.

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forma construtivista. Polettini (1997, p. 91 ) diz que: “As decisões do professor podem

ser vistas como um produto de experiências conflitantes quando ele se adapta a novas

situações”.

Polettini (1997 p.91) vai mais afundo e afirma Embora desafios externos

possam influenciar a mudança, o desenvolvimento não ocorre em resposta a desafios

externos, mas em resposta a perturbações internas. Então pode se afirmar com base nas

assertivas dos autores consultados que o desenvolvimento do professor é extremamente

complexo porque além das exigências sociais, políticas e econômicas que recaem sobre

sua função, ele ainda tem que procurar o seu próprio desenvolvimento.

CRITICA AO ACADEMICISMO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

Durante a formação docente discutem-se amplamente os ideais educacionais

com suas várias teorias em suas várias concepções. Discussões a respeito de liberdade,

autonomia, desenvolvimento social e humano dentre outras usando a educação como

veiculo de transformação social.

Liberdade essa é talvez a palavra chave para toda essa intensa discussão. A

proposta sem gira em torno de propiciar ao aluno o livre pensar, e destacar nosso papel

como auxiliares nesse processo. Em uma analogia seria como se a educação fosse o

carro, nós o motorista e o aluno o navegador, ambos dialogando e tomando decisões

juntos para chegar ao destino final: a transformação da sociedade.

Porém o que se observa e que infelizmente é que por mais irônico que seja o

exemplo por vezes não “vem de cima” e no processo de formação de professores não

somos livres, por vezes ficamos circulando em torno de mais do mesmo e não podemos

ter o que queremos. E o que queremos? Queremos ser livres para ensinar ser livres, não

queremos mais masturbação teórica. Queremos práxis, não a marxista a simples do fazer

e refletir. Queremos idéias, queremos buscar soluções. Não queremos textos cheios de

termos e linguagem incompreensiva que só torna o conhecimento mais difícil de ser

alcançado é restringe o conhecimento ao núcleo de pessoas “sabidas”. Não queremos

rigor cientifico, alias não queremos rigor, exceto aquele imposto por nós mesmo na

busca do melhor desempenho da função que escolhemos. Não queremos reproduzir e

restringir queremos criar e socializar. Queremos o dia em que possamos olhar para trás

e possamos ter plena consciência de dever cumprido por ter ajudado a construir vários

seres “humanos” com um H bem grande, queremos que no fim de tudo quando nos

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perguntarem qual foi sua obra podermos responder nos imortalizamos nos olhos de

quem aprendeu a ver o mundo com a magia das nossas palavras2.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Ao longo dessas breves linhas procurou-se analisar a educação com o seus

objetivos, que por nos foi observado como objetivo principal o desenvolvimento

humano; vimos que desenvolvimento humano não é individual apenas e não

psicologicamente apenas. È sim a busca pela realização pessoal e social.

Trabalhamos também nesse mesmo viés de “desenvolvimento” a pessoa do

profissional que de dedica a essa área o professor. O professor que não deixa de ser

humano e também está em mudança (e precisa sempre estar) por que a sociedade é

dinâmica e a prática pedagógica de qualidade exige que o professor se adéqüe e enfrente

suas adversidades pessoas e de grupo.

Pensamos um pouco também levando em conta a nossa própria formação o

quanto nós somos também “treinados” por uma cultura excludente de academicismo e

retórica demasiada que por vezes só aponta para o problema e não propõe soluções

práticas e por sua vez distanciam cada vez mais teoria e prática.

Terminamos essa reflexão um pouco mais consciente das dificuldades que

nossa futura profissão nos exigirá e como somos humanos mais desenvolvidos hoje do

que ontem e menos do que amanha. Iremos para a docência com a consciência de que

não devemos nos manter estáticos jamais.

2 Paráfrase de Rubens Alves.

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REFERENCIAS

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1985.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 18ª Ed. São Paulo: Cortez, 1994

POLLETINE, Altair F.F. Mudança e desenvolvimento do professor: o caso de Sara.

Revista brasileira de educação, Campinas: UNESP v. 9 p.88-98 Set/Out/Nov/Dez. 1998

Vigotsky,

VYGOTSKY, Lev S. A formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

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