CONHECIMENTO SÓ TEM VALOR QUANDO GERA NOTA...
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CONHECIMENTO SÓ
TEM VALOR QUANDO
GERA NOTA FISCAL
Vladimiro Miranda June 2017
Pr. Cat. FEUP – IEEE Fellow
2
Pondo em causa a visão académica pela metáfora das duas fábricas
Ter duas fábricas, com
matérias primas diferentes,
processos produtivos
diferentes, produtos diferentes
e mercados diferentes, geridas
da mesma maneira, não cabe
na cabeça de ninguém.
Só da Academia.
Fábrica de
conhecimento
Fábrica de
recursos humanos
Matéria prima:
- pessoas
Processo produtivo:
- aulas
Produto:
- RH qualificados
Mercado:
- nacional
Matéria prima:
- estado da arte
Processo produtivo:
- pesquisa
Produto:
- conhecimento e valor
Mercado:
- internacional
3
As empresas desconfiam da universidade
O (não) DIÁLOGO
• O vocabulário académico hermético é visto como arrogância e
descolamento da realidade
• A academia quer impor a sua visão, em vez de procurar servir
O (não) COMPROMISSO
• As empresas trabalham por contrato – e, quem não cumpre, paga
penalidades
• O académico não se compromete, diz que é “pesquisa”
A IRRESPONSABILIDADE
• Quando é que uma Universidade Pública foi processada em tribunal
por incumprimento de contrato de pesquisa e pagou penalidades por
atrasos?
AS UNIVERSIDADES SÃO AS PRIMEIRAS RESPONSÁVEIS POR
CRIAR UM MODELO QUE FAÇA A PONTE COM A SOCIEDADE
Cultura de marfim
Quando a universidade adota
o modelo da torre de marfim,
não há transferência de
tecnologia.
Se não há TT, a atividade
académica/científica vira
socialmente irrelevante.
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As universidades podem criar institutos de interface para exercerem
papel distinto da academia clássica
Confiança
Cooperação
Divergência
com os atores sociais
Academia
clássica
Institutos de Interface
Aplicação prática
Transferência de tecnologia
Conhecimento
académico
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A transformação começou pela invenção de um
modelo de governação
PRIMEIRA ETAPA
• romper com o paradigma académico clássico
• Implementar o modelo das duas fábricas
PIONEIRO LOCAL
• INESC 1980
• Associação privada sem fins lucrativos
• (50%) Universidade de Lisboa + (50%) Empresas [CTT+TLP+RM]
PIONEIRO NACIONAL
• INESC 1985 com INESC Norte
• (33%) Universidade de Lisboa +(17%) Universidade do Porto +
+ (50%) Empresas [CTT+TLP+RM]
AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS COMO DONOS DA COISA COLETIVA PRIVADA
Cultura de inovação
O estabelecimento de uma
cultura de inovação com base
em conhecimento convoca
mais atores do que os
clássicos, incluindo mesmo a
comunicação social e os
agentes culturais.
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O modelo é hoje uma coluna vertebral do sistema científico e
tecnológico nacional
REPLICAÇÃO DO MODELO
• 2018: institutos de interface em todas as áreas – Engenharia,
Medicina, Biologia, Química, Astronomia, Sociologia...
AFIRMAÇÃO DO MODELO
• Crescimento da dimensão/escala de alguns dos institutos
CREDIBILIZAÇÃO DO MODELO
• Implantação de avaliação com consequências
EVOLUÇÃO DO MODELO
• Criação (recente) dos Co-Labs
INESC TEC
3 universidades + 1
Politécnico em aliança
1000 pesquisadores
370 Doutores
Instituto gémeo no Brasil
Reconhecido pelos
Ministérios da Ciência e da
Economia
Classificação de Excelente
pela FCT
Tec4Sea
A revolução começa pela compreensão da lógica por detrás da ação
A LÓGICA DO ESTADO
Orçamento anual – como gastar
No ambiente acadêmico clássico, o orçamento condiciona a
atividade
Objetivo: gastar tudo.
A LÓGICA DOS INSTITUTOS DE INTERFACE
Plano anual – como ganhar
O PLANO é um compromisso entre pesquisadores e líderes com a
Direção
Nos institutos de interface, a atividade formata o orçamento
Objetivo: criar margem.
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Cultura empreendedora
A mudança de contexto
organizacional provoca
mudanças comportamentais
que são a chave da
transformação – levando à
evolução de uma cultura
centrada no resultado.
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As seis medidas para uma rotura controlada em
Portugal
PRIMEIRA ROTURA – LIBERDADE DE MODELO
Permissão de a Universidade pública ser sócia de associações privadas
Permissão de coexistência/livre concorrência entre modelos de gestão de ciência
SEGUNDA ROTURA – ABERTURA A MODELO ORGANIZACIONAL DIFERENTE DO
ACADÉMICO
Abandono do paradigma do “PI-based research”: reconhecimento de organizações em vez de
responsabilização de indivíduos + criação do conceito de Unidades de pesquisa
Subtração da gestão de ciência e tecnologia às estruturas académicas clássicas - as
Unidades respondem/dependem do Ministério da Ciência e não dependem mais das
autoridades académicas
Criação do conceito de “instituições de acolhimento” de Unidades de pesquisa
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As seis medidas para uma rotura controlada
TERCEIRA ROTURA – RECONHECIMENTO DE ORGANIZAÇÕES E NÃO DE
INDIVÍDUOS
Financiamento atribuído às instituições de acolhimento e não a pesquisadores individuais
Responsabilização contratual das instituições pelas condições da pesquisa
Reconhecimento dos custos de estrutura
QUARTA ROTURA – CRIAÇÃO DE UMA CULTURA DE MÉRITO
Instituição do princípio de avaliação (internacional) de Unidades de pesquisa
Financiamento estrutural das Unidades em função do resultado da avaliação
Obrigação das Unidades terem uma Comissão Científica Externa de Acompanhamento
(Internacional)
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As seis medidas para uma rotura controlada
QUINTA ROTURA – CONTAMINAÇÃO DA ACADEMIA
Criação do modelo de Fundação Universitária de direito privado para as Universidades
públicas
Seleção do Reitor por escolha e contratação internacional, em vez de processo eleitoral
Coexistência do novo modelo com o clássico
SEXTA ROTURA – EXTENSÃO DO MODELO DE GESTÃO PRIVADA À INOVAÇÃO
Criação dos CoLabs (Laboratórios Colaborativos), que podem ser juridicamente Associações
sem fins lucrativos ou Empresas
Liderança de empresas privadas como associadas das novas estruturas
O modelo de governação que inclui institutos de interface confere à
Universidade uma nova agilidade
O zepelim ágil vai onde o navio pesadão não pode
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12
O modelo virtuoso de instituto é o que amplifica a intervenção
estratégica da Universidade
Um instituto de interface
• não deve concorrer contra a Universidade ou agir em oposição à estratégia mais global da
academia
• deve ser olhado como um instrumento da estratégia universitária
ISSO EXIGE UMA GOVERNAÇÃO DA UNIVERSIDADE COMO CONTROLADORA
DE UMA HOLDING – outra mudança de paradigma
vs.
NÃO
• a institutos constituídos por pesquisadores a
título individual
SIM
• a institutos em que os associados são as
próprias universidades
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Como holding, a Universidade pode deter participações em
organizações de diferentes geometrias
Se não houver pensamento estratégico e governança, esta estrutura é apenas uma
coleção fragmentada comandada por forças centrífugas.
O reitor tem que começar a ser CEO de holding.
As estruturas académicas para a governação do império não podem ser de
representação corporativa.
Posicionamento social de institutos em que a
UP detém , direta ou indiretamente, uma
participação:
Tipo A - em uma UO (unidade orgânica) da UP
Tipo B - inter UO da UP
Tipo C - inter UP e outras IES
Tipo D - inter UP e empresas
Tipo E - inter UP, outras IES e empresas
Tipo F - exterior à UP
UO
U
O
UO
UO
UO
A
B
UPOutra IES
C
D Empresas &
outras
INESC
TEC F
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As instituições de interface renovam o próprio conceito de
Universidade
Tipicamente...
• Privadas
• Sem fins lucrativos
• Propriedade dividida entre a Universidade e
empresas
• … ou dividida por mais que uma universidade ou
instituição
• Governação independente
• Sem dependência vital de financiamento público
Na Europa:
• Fraunhoffer (D)
• TNO (NL)
• SINTEF (N)
• INESC TEC (P)
• IIT (E)
• …
Outra organização,
outra cultura
A rotura com uma cultura de
academismo é a marca principal
destas organizações.
A linguagem e a semântica
aproximam-se das empresas.
Rejeição do modelo da torre de
marfim.
O papel das Infraestruturas Tecnológicas é densificar um ecossistema
de inovação
Universidades
Empresas
Setores
Institutos de
Novas Tecnologias
+
Centros de
Transferência
de Tecnologia
Centros
Tecnológicos
INESC
TEC
INST.
xx
CENTROS
TECNOLÓGICOS
INSTITUTOS
e UNIDADES
de PESQUISA
• Especialização temática
• Ênfase na pesquisa científica
• Financiamento Min. Ciência
• Ênfase na pesquisa aplicada
• Integradores transversais de ciência e
conhecimento
• Valorização da PI
• Transferência de tecnologia
• Financiamento Min. Economia
• Especialização setorial
• Pesquisa específica e
desenvolvimento tecnológico
• Serviços de apoio a empresas (PMEs)
• Financiamento Min. Economia e
empresas
• Atividade económica
A ilusão de que um sistema mau se regenera com dinheiro
Um país não pode ter êxito na transferência de tecnologia só com universidades e
empresas.
O fosso é insuperável.
Erro comum: pensar que basta colocar dinheiro para evaporar o fosso – mentira!
É preciso um programa de políticas públicas de incentivos finamente sintonizados e
um roteiro para a inovação tecnológica, para criar um ecossistema nacional
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Ecossistema de inovação da Universidade do Porto
CoachingforEntrepreneurs
Serviços
Pesquisa Básica + Aplicada
Promessae
ViabilidadeComercial
Spin-Off Universitária
CrescimentoEmergente
Empresa Estabelecida
Org
.an
izaç
ões
ac
ad
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s e
de
pe
sq
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a
Org
an
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alu
mn
i
Org
an
iza
çõ
es
info
rma
ise d
e
es
tud
an
tes
LET-In
POLÍTICA
CULTURA
MERCADOS
18
Um ecossistema não é um esquema linear, e precisa de ser
densificado e complexificado
Pessoas
Universidades Educação
Pesquisa
Inovação
Empresas
Mídia
Institutos
de
Interface
Centros
tecnológicos
Capital
BancosGOVERNOO
Financiamento
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Na rede de intermediários, centros tecnológicos e institutos de interface,
o INESC TEC é um nó maior
fonte: FCT
INESC
TEC
20
INESC TECAcademia Empresas
Ser um ator de relevância ao nível da ciência e
tecnologia mundial
Ser um importante interveniente nas áreas da
Informática, Indústria e Inovação, Redes de
Sistemas Inteligentes e Energia
Desenvolvimento do tecido económico e
social
Contribuir para o desempenho, competitividade e
internacionalização das empresas e instituições
Estreitar relações entre a universidade e o tecido empresarial,
a administração pública e a sociedade
Missão
Visão
Investigação de Excelência
Reconhecimento Internacional
Relevância Social
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Associados
INESC TEC - modelo multi-institucional que aumenta o
impacto social e económico do Ensino Superior
Parceiros privilegiados
Núcleos Parcerias com
Universidades
internacionais
ForestWISE
Vines&Wines
B2E
InovFeed
Vasco Gama
Vortex
CoLABsUniversidades
Parcerias
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Instituições de interface geridas à maneira de grupos empresariais
Os institutos de interface oferecem uma
oportunidade para transformar as
Reitorias em gestores estratégicos e não
apenas administrativos.
A Assembleia Geral pode ser um fórum
muito produtivo de discussão/decisão.
No modelo do INESC TEC têm assento
no seu Conselho Geral:
• Reitores e Presidentes de associados
• Diretores de Faculdades e Escolas
• Outras personalidades escolhidas
Cada Associado tem representantes em
proporção da sua cota, e não apenas 1
representante com votos na mão.
Conselho Geral do INESC TEC
No CG do INESC TEC, os Reitores e
outros representantes de Associados
discutem estratégia comum.
Não é órgão decorativo ou de ritual.
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INESC P&D Brasil: uma rede de redes
Mais que uma ponte, uma aliança - um novo modelo para a
internacionalização e para uma transferência de tecnologia
conferindo relevância social à ciência.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO
PARANÁ
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
INESC TECNOLOGIA E CIÊNCIAINESC TEC
UNIVERSIDADE DO PORTO
INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO
UNIVERSIDADE DO MINHO
UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO
INSTITUTO DE ENGENHARIA DE SISTEMAS E
COMPUTADORES
O INESC P&D Brasil materializa a constituição
de um centro de ciência transatlântico,
binacional e distribuído, de grande dimensão e
ambição, implementando no Brasil o modelo de
gestão de ciência de sucesso na Europa.
O modelo de organização e governação é análogo a uma
empresa
Serviços de Organização de Gestão
Serviços de Desenvolvimento de Negócio
Serviços de Apoio Técnico
Comissão de Acompanhamento
Científico (Internacional)
Conselho Geral
Consultores,
Adjuntos
e Assessores
Conselho de Administração
Conselho de Centros de I&D
Cluster
Energia
Cluster
Indústria
e Inovação
Cluster
Redes de
Sistemas
Inteligentes
Cluster
Informática
Conselho Científico
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Comissão de Acompanhamento
Empresarial
HASLab
Engenharia
de
Software
Confiável
LIAAD
Inteligência
Artificial
e Apoio à
Decisão
CRACS
Sistemas
Computa-
cionais
Avançados
CPES
Sistemas de
Energia
CSIG
Sistemas de
Informação e
Computação
Gráfica
CRAS
Robótica
e Sistemas
Autónomos
CITE
Inovação, Tecnologia
e Empreendedorismo
CESE
Engenharia de
Sist. Empresariais
CEGI
Engenharia e
Gestão Industrial
CAP
Fotónica
Aplicada
CTM
Telecom. e
Multimédia
C-BER
Engenharia
Biomédica
Energia
Redes de Sistemas Inteligentes Informática
CRIIS
Robótica Industrial
e Sistemas Inteligentes
Conselho de Centros de I&D
Indústria e Inovação
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Centros de I&D em clusters: multidisciplinaridade,
flexibilidade, sinergias e alinhamento estratégico
26
Serviços: a máquina invisível
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DE GESTÃO: formatar a máquina à medida das
exigências da fábrica (de conhecimento)
Apoio Jurídico
Contabilidade e Finanças
Controlo de Gestão
Recursos Humanos
Apoio à Gestão
Serviço de Apoio
a Parcerias Empresariais
Serviço de Comunicação
Serviço de Administração de Sistemas
Serviço de Comunicações e Informática
Serviço de Informática de Gestão
Serviço de Gestão de Infraestruturas
Serviço de Documentação e Biblioteca
Serviços de
Organização
de Gestão
Serviços de
Desenvolvimento
de Negócio
Serviços
de Apoio
Técnico
Serviço de Apoio
ao Licenciamento
Serviço de Apoio à angariação
de Financiamentos
Gabinete Brasil
Coordenação do
Secretariado
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A felicidade dos pesquisadores impacta na produtividade
Porque tem um professor de:
• Ir no banco?
• Tratar com agência de viagens?
• Fazer contabilidade do seu projeto?
• Atender telefone?
• Tirar cópias?
• Marcar reuniões?
Porque tem uma organização que pagar trabalho de
secretária com salário de professor titular?
OBJETIVOS DE GESTÃO:
• Retirar dos pesquisadores as funções que não lhes
competem
• Colocar cada um no máximo da sua competência
Na academia pública, isto é difícil...
Secretariado qualificado
é resultado melhoradoExemplos do INESC TEC e
INESC P&D Brasil
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A receita para a sustentabilidade é juntar proveitos de jusante a
financiamento de montante
Sustentabilidade do esforço de pesquisa e inovação
Financiamento público
para geração de conhecimento
Proveitos de origem privada (e pública)
para valorização do conhecimento
Instituição sustentável
VENCER O
VALE DA
MORTE
29
Entender a cadeia de produção de conhecimento a valor:
uma tela transportadora
A cadeia de produção de ‘conhecimento a valor ’ tem etapas e produtos intermédios
Produtos,
consultoria,
patentes,
licenciamento,
spin-offs
RH
altamente
qualificados
Pesquisa
Básica Pesquisa
Aplicada Desenvolvim.
Tecnológico
Artigos em
periódicos,
dissertações
Artigos em
periódicos,
conferências,
modelos
Artigos em
conferências,
protótipos
Transferência de Tecnologia e Valorização
Indicadores de produtividade
technology readiness levels
Os projetos constroem uma cadeia de valor
para transformar ciência em valor económico
0% 20% 40% 60% 80% 100%
INESC TEC
Energia
Indústria e Inovação
Rede de Sistemas Inteligentes
Informática
% resultados em escala TRL
Formação Avançada
Artigos em Revistas Científicas
Teses
Proceedings de Conferências
Modelos
Protótipos
Demonstradores
Consultoria
Patentes
Licenciamento
Spin-offs
Pessoas
Produção de Conhecimento Pesquisa Aplicada Desenvolvimento Transferência de Tecnologia
Cadeia integrada de valor no INESC TEC
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TRL 1 - 3 TRL 4 - 5 TRL 6 - 7 TRL 8 - 9
Escala de TRL –
nível de prontidão
tecnológica
Níveis de Prontidão Tecnológica
Technology Readiness Levels
Os TRL são indicadores associados a cada resultado de Projeto (ou entregável: uma tese, protótipo, modelo, aplicação…) que pode estar numa via de virar produto.
O objetivo é avaliar a maturidade das tecnologias em evolução (equipamentos, materiais, componentes, software, processos, etc.) durante o seu desenvolvimentos, em alguns casos, durante as primeiras operações.
Um classificação TRL ajuda a empurrar a inovação para jusante
Uma definição de TRL ajuda à gestão do risco
Uma escala de TRL ajuda no diálogo com investidores
O INESC TEC construiu as suas próprias escalas de TRL:
- hardware, software e consultoria.
TRLs como medida dos resultados
O INESC TEC adotou as definições de TRL – Technology Readiness Levels da ESA
(European Space Agency), para quantificar os resultados de projetos no INESC
TEC, a produção dos Ph.D. e os serviços de consultoria avançada.
A gestão de recursos humanos empresarial visa a produtividade e
usa incentivos
Modelo do Brasil – gestão por bolsas
A bolsa é indexada a horas – variável de processo
É decidida a priori - não há avaliação de mérito, não há
discriminação positiva direta
Objetivo: gastar o dinheiro da bolsa.
Modelo Europeu – gestão por complementos
Um complemento (salarial, ou de bolsa) é indexado a
resultado – variável de produto
É decidido a posteriori - há avaliação do desempenho,
complementos são função dos resultados.
Objetivo: incentivar a produtividade.
33
Cultura de produtividade
Os complementos podem
construir um sistema de
incentivos.
No INESC TEC, os
pesquisadores são avaliados
de 3 em 3 meses e os
complementos são decididos
em função do resultado.
O modelo dos institutos de interface é mais transparente e permite o
reconhecimento dos custos estruturais
Modelo Europeu – reconhece overheads
• Os custos estruturais são identificados e visíveis.
• Um orçamento de projeto inclui esses custos, e estes são
elegíveis perante financiadores (CE, agências
nacionais...)
• Os modelos de contabilidade permitem essa identificação
Modelo no Brasil – não reconhece overheads
• Os custos estruturais existem – mas estão ocultos.
• Os orçamentos são a custos marginais, ou diretos – o
overhead da pesquisa é pago pela educação.
• O modelo de contabilidade académica é opaco a essa
realidade.
• As entidades financiadoras acham que overhead é lucro...
O não reconhecimento de custos de estrutura é um viés
ideológico.34
Conhecer para otimizar
Os custos estruturais existem
– são reais.
Não havendo percepção
desses custos, de onde nasce
a vontade de otimizar?
O modelo Brasileiro estimula
a ineficiência.
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As empresas não querem tecnologias – querem soluções.
As soluções são em geral multidisciplinares.
Gestão académica clássica - Grécia Antiga:
comunidade fragmentada em Cidades-Estado, em que todos
são reis de coisa nenhuma.
Gestão moderna para o desenvolvimento – Roma:
coesão entre comunidades alveolares, ações coletivas de
grande fôlego, instituições multilaterais com escala
Na Europa, só há financiamento a projetos se
instituições de 3 ou mais países se associarem para a
sua execução – e a Comissão Europeia firma um
contrato com penalidades por incumprimento.
E no Brasil?
O colega vs. o “colega”Se a gestão de C&T não cria
incentivos para a cooperação entre
ciências, grupos, instituições, o
“instinto académico” clássico vence:
o outro é o inimigo.
36
Satisfazer objetivos de política de desenvolvimento implica entender
contexto e desafios
O PRODUTECH formou-se em Portugal
como polo das tecnologias da produção.
É uma associação de empresas que
conta com o INESC TEC também como
associado.
O Roteiro para a Inovação visa, pela
ciência e tecnologia, mover empresas
para atividades de maior valor agregado
e aumentar a escala das empresas.
O PRODUTECH, é mais um ator do
ecossistema.
Outros polos e clusters existem.
Exemplo: Forum Oceano, em que o
INESC TEC é parte da Direção.
A B
C DALTO
BAIXO
PMEs GRANDES
EMPRESASDIMENSÃO
A - moda; mobiliário; cerâmica; etc.
B – construção; mineração; etc.
C – electrónica (opto); biotecnologia; etc.
D – automóvel; telecom.; etc.
VALOR
AGREGADO
37
Compreender os três pilares do êxito para gerar valor
A nível de projeto:
• Unidade de P&D
• Tomador de tecnologia
• Utilizador de soluções
A nível de política:
• Sistema de C&T nacional
• Organizações de fornecedores de tecnologia
• Comunidades de utilizadores
INOVAÇÃO só com Centros de Pesquisa e Utilizadores
NÃO FUNCIONA – desperdício de fundos públicos ou privados
38
Clusters – “push” da ciência
InovaçãoPesquisa
Ambiente multidisciplinar organizado
em clusters para maximizar
sinergias e massas críticas e fazer
ciência mais competitiva
TEC4 – “pull” do mercado
Abordagem versátil e baseada no mercado,
organizada em áreas de intervenção,
designadas TEC4, orientadas a desafios do
mundo real
O INESC TEC construiu um modelo de gestão
inovador
39
TEC4SEA
TEC4ENERGY TEC4HEALTH TEC4AGRO-FOOD
TEC4MEDIA TEC4INDUSTRY
Tecnologias de Media Digital para
melhorar a cadeia de valor de
conteúdos e a experiência do utilizador
Descarbonização e
digitalização no setor da
energia
Tecnologia digital na
economia azul
TIC centradas no utilizador
para melhorar saúde e
bem-estar das pessoas
Cadeias de valor
inteligentes, colaborativas
e centradas no cliente
Moldando a (r)evolução no
Agroalimentar e Floresta
Para ser socialmente relevante, é preciso olhar para os domínios de aplicação, e não apenas para as ciências
Agilizando o market pull : o que é um TEC4
Um TEC4 é uma iniciativa, assente numa narrativa [conjuntural; estável], construída
para dar coerência a um conjunto de atividades internas e permitir uma interação
estruturada e focada com o sistema empresarial.
Assenta numa estratégia de transporte, para o interior, das demandas de
um mercado específico. Capitaliza as competências, experiência e recursos
internos existentes e a desenvolver, numa plataforma conjunta de P&D+TT,
para permitir o fortalecimento de laços empresariais.
Um TEC4 compreende• Uma definição de área de atuação [mar, saúde,…]• Um inventário de competências, experiências e recursos INESC TEC vertendo para
aplicações na área• Um corpo de conhecimento: atores empresariais, problemas e desafios• Uma compreensão da dimensão nacional e internacional• Um inventário de aliados• Um roteiro de realizações ou triunfos projetado em escala temporal• Uma política integrada de imagem e comunicação públicaE ainda• Um Agente Mobilizador associado ao SAPE• Um Campeão oriundo dos Centros e articulado com o SAPE
Centro A
Centro B
Centro C
Centro D
Mercado
Centro E41
Posicionamento/dinamização de um TEC4 compreendendo o
mercado alargado em vez de apenas nichos
SAPE
Agente
Mobili-
zador
Conselho
Dinamizador
TEC4x
Cam
peão
42
Tecnologia digital na economia azul
Tecnologias e soluções para superar os desafios
marítimos, capacitando a Economia do Mar através de
abordagens sustentáveis para a exploração dos recursos
oceânicos vivos e não-vivos.
OOO – Observar, ocupar e operar no mar profundo com
sistemas autónomos.
Farol deSesimbra
BLUECOM+Comunicação de banda larga com baixo
custo em áreas marítimas remotasBalões ancorados ligados em rede a funcionar como pontos
de acesso sem fios, permitem a extensão do acesso à
Internet em banda larga a partir de terra e a utilização de
tecnologias de acesso standard ao largo da costa por frotas
de pesca
EXEMPLO DE PROJETO DE ID
43
A solução de observação do mar profundo
do INESC TEC
Desenvolvido modularmente, com
encapsulamento estanque único abrigando todas
as baterias e eletrónica.
• Operação básica autónoma: 8hrs
• Velocidade ate 10 nós
• Cilindro em vidro, garantido para 500
atmosferas (5000 m)
• Baterias Li-Ion, total de 600Wh (incrementável)
• Sensor de pressão, hidrofones, unidade
inercial com bússola e inclinómetros, Doppler
and sonar digital
• CTD onboard, avaliando densidade da água
(conversão de pressão em profundidade) e
perfil de velocidade do som
DART AUV
A configuração PISCES do veículo
inclui:
• Câmara digital subaquática (e
iluminação) orientada para
baixo, COTS IP Mako
• Sonar de feixe multibeam
• alinhamento de registadores
acústicos ao longo do casco
44
DART – Deep water hovering AUV
Profundidade operacional: 4,000 m - corpo estanque em vidro
45
The $7 million
Grand Prize: $4 million awarded to the first place team meets or exceeds all minimum requirements.
Second Place Prize: $1 million awarded to the second place team.
Milestone Prize: $1 million split among the top (up to) 10 teams from round 1.
NOAA Bonus Prize: $1 million to the team that identifies the source of a biological or chemical signal.
INESC TEC já ganhou o Milestone Prize – em companhia dos concorrentes seguintes:
Blue DevilOcean
Engineering
25 concorrentes aceites na
ronda 1
9 equipas concorrentes
admitidas à ronda 2
46
TIC ao serviço das pessoas por melhores
cuidados de saúde e bem-estar pessoal
Tecnologias para superar desafios em: distúrbios
(crónicos e neurológicos), medicina personalizada, estilos
de vida saudáveis e gestão de sistemas de saúde.
3dBCT
PICTUREModelos 3D para avaliação e predição
estética de cirurgia de cancer da mama
Informação de paciente combinada para a
avaliação de resultados cirúrgicos em cancer
da mamaApoio à decisão de tratamento envolvendo a paciente na
previsão do resultado estético da cirurgia de cancer da mama
EXEMPLOS DE PROJETOS DE ID
PATIENT RECORDS & OTHER INFORMATION SYSTEMS
LOGISTICS (FLOW & RESOURCES OPTIMIZATION)
PROCUREMENT & SCM
(CLINICAL, NON-CLINICAL AND PHARMA)
DIAGNOSIS
PRIMARY +SECONDARY+ TERCIARY CARE
TREATMENT MONITORING
DIFFERENT
VALUE CHAINS
- Chronic Diseases
(Diabetes;
Cardiovascular;
Kidney Failure)
- Neurological diseases
- Cancer
- Empowering patients
& engagement in
disease management
- Ambient Assisted
Living
- Active Ageing
- Quantified Self
(Personalized
Medicine + Healthy
Life style)
- Genetics
INE
SC
TE
C C
OM
PE
TE
NC
ES
AN
D A
CH
IEV
EM
EN
T
Serious Games
Big Data Analysis & Storage + Safety and Security
Data (image, voice, text) mining+ machine learning
Macro, micro and nano human sensoring
Medical Imaging + Pattern recognition,
Signal and Imaging Processing
Optimization and Operations Management
Systems architecture and interoperability
NO
N-C
LIN
ICA
L
Su
pp
ort
acti
vit
ies
CL
INIC
AL
Pri
mary
acti
vit
ies
Decision Support Systems + Prediction
TEC4Health: a saúde como domínio de negócio de C&T
48
Co-criar a (r)evolução digital no setor
agroalimentar
Inovação nas áreas da agricultura, floresta, segurança
alimentar, e bioeconomia
RoMoViRobot modular e cooperativo para vinhas
em encostasPlataforma robótica de baixo custo e modular capaz de
integrar diferentes tipos de instrumentos, quer sensores quer
atuadores
EXEMPLO DE PROJETO DE ID
49
TEC4Agro: tecnologizar setores de baixo valor agregado e criar
novas indústrias, aumentando a cadeia de valor
Robotic platforms (AGROB V1X)- 2 small scale
- 1 medium scale ( 1x0.5m , 40kg, arm)
50
Contratos-programa de P&DApoio na definição de estratégias de P&D de
longo prazo e no desenvolvimento de soluções
tecnológicas que permitam às empresas
preparar-se para os desafios emergentes e do
futuro
Descarbonização e digitalização do setor
elétrico
Inovação através da tecnologia em áreas chave
EXEMPLOS DE PROGRAMAS DE ID
5 áreas de negócio estruturantes: Smart grids, geração distribuída, veículos elétricos Confiabilidade e segurança Previsão e analytics Centros de controlo e controlo distribuído Mercados e regulação
TEC4ENERGY atores e palcos
Infraestrutura reconhecida pela FCT• Laboratório de Redes Inteligentes e Veículos Elétricos
• INESC TEC (coordenador)• INESC P&D Brasil• EDP• EFACEC• GALPOutras empresas
TEC4ENERGY parceiros
Software INESC TEC na solução SCATEX DMSda EFACEC, na Bandeirante, SP Brasil
• REN• EDF• VESTAS• MASEN• SIEMENSOutras instituições
52
Tecnologias de produção e indústria, retalho, distribuição,
logística e transporte, cobrindo todos os atores e
processos das cadeias de abastecimento.
Promover a transformação numa indústria
inovadora, centrada nas pessoas e
sustentável
Desenho e otimização de fábricas com técnicas
de simulação (Digital Twin) e otimização
IKEA (Portugal, Lituânia, Eslováquia, Rússia e China), Kyaia,
Simoldes, Embraer (Portugal e Brasil), Amkor
EXEMPLOS DE PROJETOS DE ID
53
Ciência e relevância social no TEC4Industry:
22 anos de parceria com as empresas do calçado que transformaram o setor
FACAPShoe Factory
of the Future
FATECHigh Tecnology for
Shoe Factories
SABEBalancing/Scheduling
Support System
EUROShoeTools for the extended
user oriented shoe
enterprise
CICLOPComputerised and
Integrated Closing Operations
CEC-made-shoeCustom, Environment,
and Comfort made shoe
Fit4UFramework of Integrated
Technologies for User
Centred Products
SAPIRSupport System to the
Integrated Planning for
Shoe Prodution
Networks
SIMULOGSimulation and
Operation of
Internal Logistic
Systems
AGILPLANAgile System for Network
Planning for Shoe Industry
ShoeID
SIBAP
Patented Patented
1994
-240 M € exports
-80% da produção
2015
-1.865 M € exports
-95% da produção
-79 milhões de pares
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Tecnologias e soluções para cadeias de valor de
conteúdos em indústrias culturais, criativas e dos media
digitais
Tecnologias de Media Digital que
otimizam a cadeia de valor de conteúdos
e melhoram a experiência de utilização
AV360Anotação de conteúdo 360º para jornalismo
digitalFinanciado pela Google Digital News Initiative, foca-se em
ferramentas para a edição e visualização de vídeos 360º
com anotações dinâmicas para jornalismo imersivo
EXEMPLO DE PROJETO DE ID
55
Para mais tarde recordar
O país precisa de menos excelências, e de mais
pessoas excelentes
O país não carece de excelência na ciência, carece
de excelência na gestão de ciência
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INESC TEC
R DR. ROBERTO FRIAS
4200-465 PORTO
PORTUGAL
T +351 222 094 000
F +351 222 094 050
www.inesctec.pt