Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

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O câncer é uma enfermidade que se caracteriza

pelo crescimento descontrolado, rápido e invasivo de células com alteração em seu material genético.

(ARAB; STECK-SCOTT, 2004; ERSON; PETTY, 2006).

A desnutrição calórica e protéica em indivíduos com câncer é muito frequente. Os principais fatores determinantes da desnutrição nesses indivíduos são a redução na ingestão total de alimentos, as alterações metabólicas provocadas pelo tumor e o aumento da demanda calórica pelo crescimento do tumor.

(BARRERA, 2002; YANG, 2003; DEUTSCH; KOLHOUSE, 2004; ISENRING, et al. 2004; SOLIANI et al., 2004; RAVASCO et al.,

2005; SHANG et al., 2006; ISENRING, 2007).

Introdução

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Propõe-se que a assistência nutricional ao

paciente oncológico seja individualizada e compreenda desde a avaliação nutricional, o cálculo das necessidades nutricionais e a terapia nutricional, até o seguimento ambulatorial, com o objetivo de prevenir ou reverter o declínio do estado nutricional, bem como evitar a progressão para um quadro de caquexia, além de melhorar o balanço nitrogenado, reduzir a proteólise e aumentar a resposta imune.

(DAVIES, 2005; MARIAN, 2005).

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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL DO

PACIENTEADULTO ONCOLÓGICO

CIRÚRGICO (PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO) E PACIENTES EM

TRATAMENTO CLINICO

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Auxiliar na determinação do risco cirúrgico, na seleção dos

pacientes candidatos ao suporte nutricionale na identificação dos pacientes desnutridos.

A desnutrição associa-se a complicações no período pós-cirúrgico, maior risco de infecções,redução da qualidade de vida, maior tempo de permanência hospitalar e dos custos, além de maiormortalidade

(GALVAN et. al., 2004; SALVINO et. al., 2004; PUTWATANA et. al., 2005; DAVIES,

2005; KYLE et. al., 2005; ALBERDA et. al., 2006).

ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL AO PACIENTE CIRÚRGICO (PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO)

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Avaliação Subjetiva Global (ASG)

Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP)

TRIAGEM NUTRICIONAL

Identificar risco de desnutrição ou que já estão desnutridos, e que são candidatos à terapia nutricional.

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Paciente sem risco em até 30 dias Paciente com risco nutricional em

até 15 dias Pacientes para tratamento cirurgico

em até 48 horas, com a realização da ASG e ASG-PPP na admissão hospitalar.

TRIAGEM NUTRICIONALFREQUENCIA DE

AVALIAÇAOPRÉ OPERATORIO E PÓS-

OPERATORIO.

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A combinação de métodos de avaliação constitui uma ferramenta valiosa para este propósito, pois contempla dados informativos para terapêutica clínica e dietética .

(BACHMANN, 2001)

A AN → 48 horas, devendo compreender dados de uma ASG ou ASG-PPP, bem como dados referentes à anamnese alimentar, exames físico e clínico.

ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL AO

PACIENTE ADULTO CLÍNICO

Semanal para os parâmetros antropométricos Diária para anamnese alimentar e exames físico e clínico.

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Quadro resumo sobre avaliação nutricional no

paciente oncológico adulto em

tratamento cirúrgico e clínico.

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Questão Pré-cirúrgico Pós-cirúrgicoQue instrumentos devo utilizar para a Avaliação Nutricional (AN)?

- Na internação: ASG-PPP ou ASG- Durante a internação e ambulatorio: anamnese nutricional compreendendo dados clínicos e dietéticos

- Na internação: ASGPPP ou ASG- Durante a internação e ambulatorio: anamnese nutricional compreendendo dados clínicos e dietéticos

Que indicadores de risconutricional devo utilizar?

ASG-PPP > ou = 2 e ASG= B ou CIngestão alimentar < 60%.Sintomas do (TGI)- Localização da doença: estômago, esôfago, pâncreas, tumor de cavidade oral, faringe, laringe e pulmão% de Perda de Peso (PP) – significativa ou severa.

ASG-PPP > ou = 2 e ASG= B ou CIngestão alimentar < 60%Sintomas do (TGI)- Localização da doença: estômago, esôfago, pâncreas, tumor de cavidade oral, faringe, laringe e pulmão% de Perda de Peso (PP) – significativa ou severa.

Com que frequência devoavaliar?

Ambulatorialmente:Sem RN– em até 30 diasCom RN– em até 15 diasInternado (até 48 horas):Na admissão : ASG e ASGPPPDurante: Parâmetros antropométricos e bioquímicos: até 48 horas da internação e semanalmenteAnamnese alimentar e exame físico eclínico: diariamenteEm caso de aumento de tempo pré-operatório na enfermaria e/ou complicações – todos os dados da avaliação nutricional já definidos: 7/7 dias.

Ambulatorialmente:Sem RN– em até 30 diasCom RN– em até 15 diasInternado:Parâmetros antropométricos: após 7 dias e semanalmenteAnamnese alimentar e exame físico e clínico: pós-imediato e diariamenteEm caso de aumento de tempo pós-operatório na enfermaria e/ou complicações – todos os dados da avaliação nutricional já definidos: 7/7 dias.

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Questão Pré-cirúrgico Pós-cirúrgicoQuais os pacientesadultos oncológicosdevem ser avaliados?

Ambulatorial e internado: todos ospacientes

Ambulatorial e internado: todos osPacientes

Que dados da AN devoregistrar?

Todos os dados coletados da avaliaçãonutricional devem ser registrados emprontuário, em formulário específico do Serviço de Nutrição e Dietética (SND) e Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN)

Todos os dados coletados da avaliaçãonutricional devem ser registradosem prontuário, em formulárioespecífico do SND e EMTN.

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RECOMENDAÇOES NUTRICIONAISQuestão Pré-cirúrgico /

QuimioterapiaPós-cirúrgico / Radioterapia

Qual método deve ser utilizadopara estimativa dasnecessidades calóricas?

Adultos Kcal/Kg/DiaRealimentação 20Obeso 21-25Manutenção de peso 25-30Ganho de peso 30-35Repleção 35-45

Adultos Kcal/Kg/diaRealimentação 20Obeso 21-25Manutenção de peso 25-30Ganho de peso 30-35Repleção 35-45

Quais as recomendaçõesproteicas?

Adultos Gramas Kg/diaSem complicações 1,0 - 1,2Com estresse moderado 1,1 - 1,5Com estresse grave e repleção proteica 1,5 - 2,0

Adultos Gramas Kg/diaSem complicações 1,0 - 1,2Com estresse moderado 1,1 - 1,5Com estresse grave e repleção proteica 1,5 - 2,0

Quais as recomendaçõeshídricas?

Adultos mL/Kg/dia18-55 anos 3555-65 anos 30>65 anos 25

Acrescentar perdas dinâmicas e descontar

retenções hídricas.

Adultos mL/Kg/dia18-55 anos 3555-65 anos 30>65 anos 25

Acrescentar perdas dinâmicas e descontar

retenções hídricas.

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Ingestão via oral é

insuficiente, devido ao quadro de hiporexia, disfagia

Indicada quando o TGI estiver parcial ou totalmente impossibilitado

para uso.

A terapia nutricional (TN) no paciente adulto oncológico cirúrgico objetiva a prevenção ou reversão do declínio do estado nutricional, assim como busca evitar a progressão para um quadro de caquexia e garantir melhor qualidade de vida ao paciente.

(PELTZ, 2002; RAVASCO et al, 2003)

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PACIENTE CRÍTICO ADULTO

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Pacientes com câncer, devido a maior fragilidade do sistema imune e debilidade orgânica, em decorrência do tratamento antineoplásico e outras complicações terapêuticas, possuem grande risco de desenvolver agravo da condição clínica, podendo tornar-se pacientes criticamente enfermos

(GARÓFOLO, 2005).

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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

A classificação do EN depende do uso

criterioso das formas de avaliação.MÉTODO

IDEAL

Em até 24 horas na admissão na UTI e a cada sete dias manter monitoramento clínico e nutricional diário.

FREQUENCIA DE AVALIAÇAO • Ingestão <

60%.• Alterações do TGI• Presença de SIRS e sepse.• Aumento da PCR• NRS 2002 > 3

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RECOMENDAÇOES NUTRICIONAIS

Questão PropostaQual método deve ser utilizado para estimar as necessidades calóricas do paciente crítico oncológico?

• Usar a fórmula simples: caloria por quilograma de peso atual• Calorimetria indireta (quando disponível)

Quais as recomendações de calorias no paciente séptico, não séptico e obeso crítico oncológico?

• Fase inicial do tratamento e na presença de sepse: 20-25 kcal/peso atual/dia• Fase anabólica/recuperação: 25-30 kcal/peso atual/dia• Obeso crítico: 11-14 ou 22-25 kcal/kg de peso ideal/dia (ASPEN, 2009)

Quais as recomendações protéicas no paciente séptico, não séptico e obeso crítico oncológico?

• Paciente crítico: 1,2 a 2,0 g/kg de peso atual (ESPEN, 2006)• Paciente obeso crítico (IMC 30 a 40 kg/m²): > 2,0 g/kg de peso ideal/dia• Paciente obeso crítico (IMC > 40): > 2,5 g/kg de peso ideal/dia (FONTOURA et al., 2006)

Quais as recomendações hídricas do paciente crítico oncológico?

• 18-55 anos: 35 ml/kg/dia• 55-65 anos: 30 ml/kg/dia• > 65 anos: 25 ml/kg/dia (MAHAN et al., 1998; CUPPARI, 2005)Ajustar de acordo com retenções e perdas hídricas

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TERAPIA NUTRICIONAL

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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL AO PACIENTE SUBMETIDO A

TRANSPLANTE DE CÉLULASTRONCO

HEMATOPOÉTICAS (TCTH)A avaliação nutricional compreende primeiramente a

DETECÇÃO DE CARÊNCIAS EVENTUAIS, suscetíveis de serem rapidamente corrigidas, pois indivíduos com estado nutricional comprometido apresentam MAIORES RISCOS DE INFECÇÃO, falha na pega do enxerto e consequente queda

na sobrevida.

SCHLOERB; AMARE, 1993; MUSCARATOLI, 2002; JUSTINO; WAITZBERG, 2006.

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Paciente sem risco em até 30 dias Paciente com risco nutricional em

até 15 dias

TRIAGEM NUTRICIONAL

FREQUENCIA DE AVALIAÇAO

Detectar possíveis carências nutricionais, possibilitando a intervenção precoce.

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Internação → estado de hiper-hidratação e

desequilibrio de fluidos e eletrolitos.

Parametros Laboratoriais → no minimo 3x por

semana.Anamnese alimentar,

exame físico eclínico, devem ser feitos

diariamente

→ Não

recomendada a Avaliação

Antropometrica como rotina.

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Necessidades Nutricionais

Diminuição da ingestão

oral de alimentos.

ESTADO NUTRICIONA

L

Aumento das necessidades metabólicas

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RECOMENDAÇOES NUTRICIONAIS

Questão Pré-TCTH Pós-TCTHQual método deve ser utilizadopara estimativa dasnecessidades calóricas?

Adultos Kcal/Kg/Dia

Manutenção de peso 25-30Ganho de peso 30-35Repleção 35-45

Adultos Kcal/Kg/Dia

Manutenção de peso 25-30Ganho de peso 30-35Repleção 35-45

Quais as recomendaçõesproteicas?

Adultos Gramas Kg/diaSem complicações 1,0 – 1,2Com estresse moderado 1,1 – 1,5

Adultos Gramas Kg/dia

Repleção proteica 1,5 – 2,0

Quais as recomendaçõeshídricas?

Adultos mL/Kg/dia18-55 anos 3555-65 anos 30>65 anos 25

Acrescentar perdas dinâmicas e

descontar retenções hídricas.

Adultos mL/Kg/dia18-55 anos 3555-65 anos 30>65 anos 25

Acrescentar perdas dinâmicas e

descontar retenções hídricas.

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PACIENTE ONCOLÓGICO ADULTO EMCUIDADOS PALIATIVOS

Page 26: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

“... uma modalidade de cuidar que melhora a qualidade de vida de pacientes e suas famílias diante dos problemas associados às doenças que ameaçam a vida, através da prevenção e alívio do sofrimento por meio de identificação

precoce e avaliação impecável, e tratamento da dor e de outros sintomas”

Organização Mundial da Saúde (OMS), 2002

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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

A desnutrição atinge 66,4% dos pacientes com câncer, de acordo com o Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional

(IBRANUTRI) (WAITZBERG et al., 2006).

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Doença Avançada

Doença Terminal e Ao final da vida.

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NECESSIDADES NUTRICIONAIS

A caquexia tem impacto negativo sobre a expectativa e

na qualidade de vidado paciente com câncer em

cuidado paliativoVaria de acordo com tipo e a

localização dotumor, o grau de estresse e o

estágio da doença

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RECOMENDAÇOES NUTRICIONAIS

Questão Doença Avançada

Doença Terminal Cuidados ao Fim da Vida

Qual método deve ser utilizadopara estimativa dasnecessidades calóricas?

-20 Kcal/kg a 35 Kcal/ kg/dia

- Se necessário, ajustar o peso do paciente (edema, obesidade, massa tumoral)

-20 Kcal/kg a 35 Kcal/ kg/dia

- Utilizar o peso teóricoou usual ou peso maisrecentel)

As necessidades calóricas para o paciente oncológico no fim da vida serão estabelecidas de acordo com a aceitação e tolerância do paciente

Quais as recomendaçõesproteicas?

- De 1.0 a 1.8 g ptn / kg /dia- Ajustar a recomendação proteica do paciente de acordo com o peso (edema e massa tumoral) e comorbidades (doença renal e hepática)

- Sempre respeitar a tolerância e a aceitação do paciente- Oferecer as necessidadesbasais de 1g ptn/kg/dia, podendo oferecer de 1.0a 1.8 g ptn /kg /dia- Utilizar o peso teórico ou usual ou peso mais recente- Ajustar a recomendaçãoproteica do paciente de acordo com comorbidades (doençarenal e hepática).

As necessidades proteicas para o paciente oncológico no fim da vida serão estabelecidas de acordo com a aceitação e tolerância do paciente

Page 31: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

Questão Doença

AvançadaDoença Terminal Cuidados ao Fim

da VidaQuais as recomendaçõeshídricas?

A necessidade hídrica basal é:

- Adulto: 30 a 35 ml/ kg/dia

- Idoso: 25 ml/kg/dia

A hidratação deve ser administrada de acordo com a tolerância e a sintomatologia do paciente

A necessidade hídrica basal é:

- Adulto: de 30 a 35 ml/ kg/dia

- Idoso: 25 ml/kg/dia

A hidratação deve ser administrada de acordo com a tolerância e a sintomatologia do paciente

A necessidade hídrica basal é de no mínimo 500 a 1.000 ml/dia:

- Adulto: 30 a 35 ml/kg/dia

- Idoso: 25 ml/kg/dia

A hidratação deve ser administrada de acordo com a tolerância e a sintomatologia do paciente

RECOMENDAÇOES NUTRICIONAIS

Page 32: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

TERAPIA NUTRICIONAL – PACIENTES CUIDADOS PALIATIVOS

Questão

Doença Avançada Doença Terminal Cuidados ao fim da Vida

Quais os objetivosda TN no pacienteadulto?

- Evitar privação nutricional- Prevenir ou minimizar déficits nutricionais- Reduzir complicações da desnutrição- Controlar sintomas/ evitar desidratação- Confortar emocionalmente/ melhorar a autoestima- Melhorar capacidade funcional/ melhorar a qualidade de vida (QV)

- Promover conforto- Aliviar sintomas emelhorar a QV dopaciente e seu cuidador

- Oferecer cuidadonutricional de suporte,promovendo conforto,alívio dos sintomas emelhora da QV dopaciente

Que critérios devem ser utilizados para indicar TN?

Todos os pacientes com risco nutricional e/ou presença de desnutrição

Todos os pacientes comrisco nutricional e/ou presença de desnutrição, devendo o paciente apresentar PS = ou < 3 e KPS = ou > 30%. Respeitar sempre a vontade do paciente e do seu cuidador

Não há indicação, porémdeve-se considerar osconsensos entre opaciente, familiares eequipe multidisciplinar

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Indicada quando o TGI estiver parcial ou totalmente impossibilitado

para uso.

A TN em pacientes em cuidados paliativos ainda é controversa:

Ingestão via oral é

insuficiente, devido ao quadro de hiporexia, disfagia

Page 34: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

A TN em pacientes em cuidados paliativos ainda é controversa.

evitar desconforto através do controle de sintomas e promoção de qualidade de vida, garantindo assim uma sobrevida digna.

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ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS

PARASINAIS E

SINTOMAS CAUSADOS PELA

TERAPIA ANTITUMORAL

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Pacientes em tratamento antitumoral apresentam vários sinais e sintomas que levam à diminuição da ingestão diária de nutrientes que comprometem o estado nutricional. Durante o tratamento antitumoral, os pacientes oncológicos podem evoluir para desnutrição moderada ou grave e, cerca de 20% desses pacientes, morrem em decorrência da desnutrição e não da doença maligna. (OTTERY, 1994)

Morbi-mortalid

ade

Toxicidade

causada pela

quimioterapia e

radioterapia

Tempo de internação e custo hospitalar.

60% Pacientes são desnutridos

81% Índice aumenta em pacientes com cuidados paliativos.

70% Apresentam dificuldade para se alimentar

30% Necessitam de suplemento nutricional

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Estudos multicêntricos investigaram a prevalência da desnutrição e sua correlação com a presença de efeitos colaterais em pacientes oncológicos em tratamento adjuvante ou neoadjuvante. e foram

constatadas complicações nutricionais, tais como:70,9% ANOREXIA

32,6% TRANSTORNOS GASTROINTESTINAIS

40,5% DISGEUSIA E DISFAGIA

39% NÁUSEAS E VÔMITOS

41% SACIEDADE PRECOCE

Outras complicações da terapia antitumoral, tais como trismo, xerostomia, enterite e mucosite, também podem estar presentes.

As práticas adequadas, como a higienização, o armazenamento e a cocção dos alimentos, podem controlar o aparecimento de doenças e infecções. A orientação adequada

ao paciente quanto aos cuidados com a dieta e com os alimentos que devem ser ingeridos e restringidos

é imprescindível nessa fase de imunodepressão (MEDEIROS et al., 2004).

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ANOREXIA

• Dar preferência a alimentos umedecidos;• Adicionar caldos e molhos às preparações;• Aumentar a variedade de legumes e carnes nas preparações;• Utilizar temperos naturais nas preparações;•Aumentar a densidade calórica das refeições;• Quando necessário, utilizar complementos nutricionais hipercalóricos ou hiperproteicos;

DISGEUSIA OU

DISOSMIA

•Preparar pratos visualmente agradáveis e coloridos;•Lembrar do sabor dos alimentos antes de ingeri-los;•Dar preferência a alimentos com sabores mais fortes;•Utilizar ervas aromáticas e condimentos nas preparações;

NAÚSEAS E

VÔMITOS

•Dar preferência a alimentos de consistência branda;•Evitar jejuns prolongados;•Mastigar ou chupar gelo 40 minutos antes das refeições;•Evitar preparações que contenham frituras e alimentos gordurosos;•Evitar beber líquidos durante as refeições, utilizando-os em pequenas;quantidades nos intervalos;

SACIEDADE

PRECOCE

•Dar preferência à ingestão de legumes cozidos e frutas sem casca e bagaço;•Priorizar sucos mistos de legumes com frutas, ao invés de ingerir separadamente na forma in natura;•Não ingerir líquidos durante as refeições;•Utilizar carnes magras, cozidas, picadas, desfiadas ou moídas•Evitar alimentos e preparações hiperlipídicas

Page 39: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

PACIENTE IDOSO ONCOLÓGICO

Page 40: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

PACIENTE IDOSO ONCOLÓGICO

• A OMS classifica, conforme definição da Organização das Nações Unidas (ONU), como sendo a população idosa em países desenvolvidos aquela que apresenta 65 anos ou mais de idade; enquanto para os países em desenvolvimento esse corte etário se dá aos 60 anos (ONU, 1982).

• Algumas alterações ocorrem com o envelhecimento, como: diminuição da estatura e da massa muscular; alteração da elasticidade e compressibilidade da pele; mudanças corporais no peso, na quantidade e no padrão de gordura corporal, nas pregas cutâneas e nas circunferências (KUCZMARSKI et al. 2000).

Page 41: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

• Para avaliação do EN de idosos, utilizam-se parâmetros, como história clínica, dietética, exames laboratoriais e medidas antropométricas, para que se possa, efetivamente, estabelecer um diagnóstico nutricional (CHAPMAN et al., 1996; PIRLICH et al., 2001).

Questão Proposta Quais instrumentos eu devo utilizar para a AN?

Na internação e ambulatório:

• ASG-PPP ou ASG ou miniavaliação nutricional (MAN) Durante a internação e no ambulatório: • Anamnese nutricional com dados clínicos (antropométricos e físicos) e dietéticos• Exames laboratoriais • Parâmetros antropométricos: - Em todas as faixas de idade - IMC (LIPSCHITZ, 1994) e CP (OMS, 1995) • Até 74,9 anos (FRISANCHO, 1981): CB, CMB e PCT• > 74,9 (NHANES III, 1988-1994): CB, CMB e PCT

PACIENTE IDOSO ONCOLÓGICO

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Necessidades Nutricionais

Questão Proposta

Qual método deve ser utilizado para a estimativa das necessidades calóricas?

Kcal / kg Peso atual / diaRealimentação 20 Obeso 21 – 25 Manutenção de peso 25 – 30 Ganho de peso 30 – 45 Repleção 35 – 45

Adaptado de Martins C; Cardoso SP 2000Quais as recomendações proteicas?

Por kg de peso atual / dia • 1,0 a 1,25 g /kg/dia – sem estresse • 1,25 a 1,5 g / kg / dia – estresse leve • 1,5 a 2,0 g /kg/dia – Estresse moderado/grave

Adaptado de Martins C; Cardoso SP 2000Quais as recomendações hídricas?

Por kg de peso atual • 25 a 30 ml/kg peso/dia • Acrescentar perdas dinâmicas e descontar retenções hídricas

Adaptado de Martins C; Cardoso SP 2000Quais as recomendações de vitaminas e minerais?

Conforme as DRI/2002, através da alimentação equilibrada Caso persista inadequação na ingestão, instituir TNO através de complementos/suplementos nutricionais

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TERAPIA NUTRICIONAL EM PACIENTE IDOSO

ONCOLÓGICOQuestão Proposta Quais os objetivos da TN no paciente idoso?

Prevenir ou reverter o declínio do EN Evitar a progressão para um quadro de caquexia Auxiliar no manejo dos sintomas Melhorar o balanço nitrogenado Reduzir a proteólise Melhorar a resposta imune Reduzir o tempo de internação

Quando indicada, a TN deve ser iniciada em que momento?

A TN deve ser iniciada imediatamente após diagnóstico de RN ou de desnutrição, para pacientes ambulatoriais ou internados, desde que estejam hemodinamicamente estáveis por um período mínimo de sete dias

Page 44: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

Questão Proposta Quais os critérios de indicação da via a ser utilizada?

TNE: TGI total ou parcialmente funcionante.TNE via oral: os complementos orais devem ser a primeira opção, quando a ingestão alimentar for < 75% das recomendações em até cinco dias, sem expectativa de melhora da ingestão.TNE via sonda: impossibilidade de utilização da via oral, ingestão alimentar insuficiente (ingestão oral < 60% das recomendações) em até cinco dias consecutivos, sem expectativa de melhora da ingestão.TNP: impossibilidade total ou parcial de uso do TGI.

Quando suspender a TN?

TNE via oral: quando há inviabilidade da via (odinofagia, disfagia, obstrução, vômitos incoercíveis, risco de aspiração), recusa do paciente e intolerância.TNE via sonda: instabilidade hemodinâmica e/ou persistentes intercorrências, como diarreia grave (acima de 500 ml/dia), vômitos incontroláveis (pós-adequações de volume, tempo e formulações da dieta) e quando há inviabilidade da via de acesso.TNP: instabilidade hemodinâmica.

TERAPIA NUTRICIONAL EM PACIENTE IDOSO

ONCOLÓGICO

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Seguimento Ambulatorial no Paciente Idoso

Questão Proposta O paciente idoso sem evidência de doença, sem comorbidade e sem sequelas do tratamento deve ser acompanhado pelo ambulatório do SND?

Não. Esse paciente deverá ser encaminhado para a Rede Básica de Saúde.

Com comorbidades e sem sequelas do tratamento?

Não. Este paciente deverá ser encaminhado para a Rede Básica de Saúde.

Com sequelas decorrentes do tratamento?

Todos os pacientes oncológicos com sequelas do tratamento e implicações nutricionais devem ser acompanhados pelo ambulatório do SND.

Objetivo do SA é observar o impacto dos efeitos tardios na tentativa de reduzir a frequência das

complicações inerentes ao tratamento.

Page 46: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

SOBREVIVENTES DO CÂNCER

Page 47: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

Sobreviventes do Câncer

São considerados sobreviventes de câncer todas as pessoas que estão vivendo com um diagnóstico de câncer, incluindo aquelas que se recuperaram da doença.

“A atenção nutricional é importante no plano de tratamento/cuidado dos sobreviventes de câncer em todas as fases. A ACS alerta para o impacto da dieta e EN na sobrevida após o diagnóstico de câncer, podendo influenciar nos tempos de sobrevida livre de doença e sobrevida global, e orienta que os sobreviventes de câncer sigam as recomendações para prevenção de câncer....”

(BROWN, 2001; BYERS, 2002; STULL, 2007).

Page 48: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

Avaliação Nutricional

Sem fatores de risco nutricionais:Até 90 dias após o primeiro atendimento no programa Anualmente até a alta do programa

Com fator(es) de RN:2ª consulta: até 30 dias após o primeiro atendimento no programa1º e 2º ano no programa: em até três meses3º ao 5º ano no programa: em até seis mesesA partir do 5º ano: anualmente até a alta do programa

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Recomendações Nutricionais

Questão Proposta Quais as recomendações para peso corporal / IMC/ CC?

Adulto (entre 20 e 59 anos) IMC: entre 18,5 e 24,9 kg/m2CC: homens: < 94 cm; mulheres: < 80 cmIdoso (a partir de 60 anos) IMC: > 22 e < 27 kg/m2

Quais as recomendações para ingestão de gordura?

Adultos (OMS/DRI):Gordura total: 20%–35% do VETÁcidos graxos ômega 6: 5%–10% do VETÁcidos graxos ômega 3: 0,6%–1,2% do VETColesterol, AG trans e AG saturado: mínima possível (proveniente da dieta adequada)Gordura saturada < 10% do VET, Gordura poli-insaturada 6% a 10% Gordura monoinsaturada deve completar o percentual para gorduras totaisGorduras trans < 1% do VET Colesterol - 300 mg pode ser consumida em uma dieta habitual, na ausência de dislipidemia

Page 50: Consenso Nacional de Nutrição Oncológica

Questão Proposta Recomendações hortaliças e frutas:

Consumo diário e variado de três porções de frutas e três porções de legumes e verduras, totalizando o mínimo de 400 g/dia.

Recomendações de carne vermelha:

Limitar a ingestão em até 500 g por semana e evitar carnes processadas.

Recomendações para consumo de alimentos processados e sal:

Consumir o mínimo ou nenhuma carne processada (charqueados, salgados, embutidos e enlatados) Limitar o consumo de sal de adição em até 5 g/dia (2 g de sódio).

Quais as recomendações para consumo de bebida alcoólica?

O consumo não deve ser estimulado. Se consumida, não ultrapassar a recomendação de uma dose (contendo 10 a 15 g de etanol)/dia para o mulheres e duas para Homens.

Existem recomendações para o uso de suplementos alimentares?

Não há recomendaçãoUma alimentação adequada e saudável é recomendada. Em caso de persistência de carências nutricionais, suplementos alimentares poderão ser indicados.

Recomendações Nutricionais

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DIETA IMUNOMODULADO

RANO TRATAMENTO

DO PACIENTEONCOLÓGICO

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• Possui nutrientes específicos, que podem ter ação direta ou indireta no sistema imune, auxiliando o tratamento do CA, Desnutrição e/ou Caquexia.

(BRAGA et al., 2005)

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Questão PropostaExistem benefícios no uso de dietas imunomoduladoras no paciente oncológico?

Sim. Em pacientes oncológicos a serem submetidos à cirurgia de grande porte, independente do EN.

Quais os benefícios do uso de dietas imunomoduladoras?

Reduz a incidência de complicações infecciosas pós-operatórias, a intensidade da resposta inflamatória, a gravidade das complicações e tempo de internação em pacientes submetidos a cirurgias de grande porte Reduzindo o custo e tempo do tratamento. Melhora marcadores bioquímicos como pré-albumina, proteína ligadora do retinol e transferrina.

Quando e como iniciar?Quando descontinuar?

Iniciar:7 a 10 dias antes de cirurgias de grande porte, independente do EN.

Descontinuar:No dia da cirurgia;Nos casos de desnutrição grave, após o sétimo dia de pós-operatório.

Existe contraindicação? Sim. Em pacientes críticos com sepse grave.

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ANTIOXIDANTES

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Substâncias que mesmo em baixas concentrações, são capazes de atrasar ou inibir a oxidação, diminuindo a concentração de radicais livres (RL) no organismo e também agem quelando os íons metálicos, prevenindo a peroxidação lipídica

(SHAMI, 2004; BARREIROS, 2006).

Agem nas três linhas de defesa orgânicas contra os RL:1ª Prevenção proteção contra a formação

de substâncias agressoras;2ª Interceptação dos RL;3ª Reparo ocorre quando a prevenção e a

interceptação não foram completamente efetivas e os produtos da destruição dos RL estão sendo continuamente formados em baixas quantidades, podendo se acumular no organismo

(COSTA, 2009; SAMPAIO, 2009).

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ANTIOXIDANTES

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QUESTÕES PROPOSTAS

Existem benefícios no uso de antioxidantes no paciente oncológico?

Sim. A ingestão de quantidades fisiológicas de antioxidantesestá recomendada para pacientes oncológicos através de uma alimentação rica em frutas e vegetais (cinco ou mais porções/dia) e de acordo com a DRI’s.

Quais os benefícios do uso de antioxidantes?

1. Auxiliar na prevenção do processo de carcinogênese;

2. Contribuir com a melhora da imunidade, minimizar os

efeitos colaterais da QT, promovendo melhor tolerância ao

Tratamento.

* Na inadequação alimentar, tanto qualitativa quanto quantitativamente, o profissional poderá iniciar o uso de suplemento nutricionalmente completo com finalidade de atingir as necessidades nutricionais de acordo com a DRI’s (INCA, 2009).

Quais pacientes se beneficiariam? Todos os pacientes.

Existe contraindicação? Sim. Doses acima das recomendadas pela DRI’s.

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FITOTERÁPICOS

NO PACIENTEONCOLÓGICO

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Fitoterápicos em Pacientes

Oncológicos • Os fitoterápicos são medicamentos preparados

exclusivamente de plantas ou partes de plantas medicinais, como raízes, cascas, folhas, flores e sementes, que possuem propriedades reconhecidas de diagnóstico, prevenção, tratamento e cura de doenças (SILVA, M.C.; CARVALHO, J.C., 2004; FLOGLIO et al., 2006).

• Entretanto muitas espécies de plantas são usadas empiricamente, sem respaldo científico quanto à eficácia e segurança, o que demonstra que, em um país como o Brasil, com enorme biodiversidade, existe uma enorme lacuna entre a oferta de plantas e as poucas pesquisas (INCA, 2007).

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Considerações Finais

A desnutrição calórica e proteica em indivíduos com câncer é muito frequente. Os principais fatores determinantes da desnutrição nesses indivíduos são a redução na ingestão total de alimentos, as alterações metabólicas provocadas

pelo tumor e o aumento da demanda calórica pelo crescimento do tumor.

Essas condições clínicas, nutricionais e dados epidemiológicos acima descritos indicam a necessidade do desenvolvimento de protocolos criteriosos de assistência

nutricional, oferecida aos pacientes com câncer nas diferentes fases da doença e do tratamento, tendo em vista

a otimização dos recursos empregados e a melhoria da qualidade da atenção prestada a esses pacientes.

O Consenso Nacional de Nutrição Oncológica oportuniza a todos uma discussão em torno das condutas terapêuticas

nutricionais a essa população.

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Consenso nacional de nutrição oncológica. / Instituto

Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro: INCA, 2009.

Consenso nacional de nutrição oncológica, volume 2 / Instituto Nacional de Câncer. Coordenação Geral de Gestão Assistencial. Hospital do Câncer I. Serviço de Nutrição e Dietética. – Rio de Janeiro: INCA, 2011.

Referências