Consoreio - mun-montijo.pt · que Portugal não é um povo de ingratos, que sa be honrar e estimar...
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IV A X X O DOMIJSTG-O, IO D E J U L H O D E 1904
SEMANARIO NOTICIOSO. LITTERÀRIO E AGRÍCOLA
A s s i g n a t u r a pAnno, iSooo reis; semestre. 5oo réis. Pagamento adeantado. II Para o Brazil, anno. 2.2000 réis Imoeda forte,.Avulso, no dia da publicação. 20 réis.
-José Augusto Saloio fj
P u b l i c a c ó e s
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— RUA DIREITA —A L 1> N Cir A L 1 . J<X-, A
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Annuncios— i.a publicação. 40 réis a linha, nas-seguintes,’ ( ) 20 réis. Annuncios na -j..a pagina, contracto especial. Os auio-
graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados.
ú PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio
EX PE D IE N T E
I t o g a m o s a o s n o s s o s e s t i m á v e i s a s s i g n a n t e s a f in e z a d e n o s p a r t i e i p a - r e m q iaalíp se s* f a l i a asa r e m e s s a «lo j o r n a l , p a r a «le p r o sés p t o p r o v i «1 e se «* la r - m o s .
. t e e e it a m - s e e o m g r a t i d ã o q t i a e s q u e r n o t i e i a s q u e s e ja s s i d e i n t e r e s s e p u h i i c o .
Foi recebido em trium- pho no Porto o- grande poeta, o homem de sciencia que na capital da França tanto ennobreceu e il- lustrou o nome portuguez.
Foi'uma justa manifestação, uma consagração brilhante ao enorme talento de Guerra Junqueiro.
Não ha mnguem que desconheça os verso;s admiraveis da Morte de D. João. a suavidade encantadora dos Simples, o látego vibrante da Velhice do Padre Eterno. O nome desse homem, trabalhador incançavel, que é hoje indiscutivelmente uma gloria do seu paiz, ha cie ficar gravado em letras de ouro nos annaes da poesia conte mporane a.
Quando, cheio de trabalho e de cançaço, por ter produzido tanto, parecia que devia descançar do seu improbo labor, eis que o trabalhador ardente vae penetrar no campo da sciencia, descobrindo-lhe os mysterios ignotos para os apresentar á luz do dia, assombrando os sabios que nunca pensavam encontrar em Junqueiro um homem de tão vastos conhecimentos scientificos.
O paiz deve-lhe uma apotheose, para mostrar que Portugal não é um povo de ingratos, que sabe honrar e estimar os seus filhos.
Mettam-se hombros a essa empreza, porque Guer
ra Junqueiro merece todos os triumphos, todas as acclamaçôes.
JOAQUIM nOS ANJOS.
AVISO
Vamos na próxima semana começar a cobrança do segundo semestre do nosso jornal, esperando dos estimáveis assignantes a fineza de ordenarem em suas casas o pagamento das suas assignaturas o que muito agradecemos.
Aos que se acham cm divida do primeiro semestre vamos mandar cobrar um anno de assignatura.
O S i r g u e i r o
Na próxima semana começaremos a publicar um interessante conto subordinado á nossa epigraphe, devido á penna do nosso il- lustrado conterrâneo e collaborador deste jornal, ex."10 sr. Firmino José Rodrigues, i.° official do Thesouro do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (Brazil): Descreve a sua vida de collegiai desde a edade de seis annos, cita typos conhecidos e lembra factos passados aqui no seu tempo.
« F u r a d o s
Sob apresidencia do me- ritissimo juiz de direito de esta comarca, sr. dr. Joaquim Maria de Sá e Motta, reuniu a commissão do jury nos Paços do Concelho pelas 12 horas da manhã de 1 do corrente, a fim de se proceder ao sorteio dos jurados que devem compor a pauta no segundo semestre do corrente anno, ficando os seguintes srs.: Francisco José Nepomuceno Serrano, de Aldegallega; José de Jesus Gouveia, de Aldegallega; João Antonio Gomes Parreira, da Moita; José Luiz da Cruz, de Alcochete; Augusto Antonio Soeiro, da Moita; Joaquim José Marques Contramestre, de Aldegallega; Francisco Silverio Fernan
des, de Aldegallega; Francisco Caetano d’OIiveira, de Aldegallega; Francisco da Gosta Rodrigues, de Aldegallega; Rozendo de Sousa Rama, de Aldegallega; Antonio Pinto Ferreira, da Moita; Francisco Rodrigues Pinto, de Aldegallega; Antonio Máximo Ventura, de Aldegallega; Augusto Pereira D.amaso, da Moita; Antonio José da Costa, da Moita; João Gomes de Almeida, da Moita; Manuel de Jesus Ribeiro, da Moita; Manuel Dias Moreira, de Alhos Vedros; Manuel Luiz cfAlmeida, da Moita; José Carlos Pereira Camões, da Moita; Antonio Pereira Duarte, de Aldegallega; Christiano Rodrigues de Mendonça, de Aldegallega; Eloy Antonio Bastos Castanha, de Alhos Vedros; Emygdio Pires, de Aldegallega; Antonio Joaquim Pereira Nepomuceno, de Aldegallega; João de Lima Antunes, da Moita; José Luiz Pereira Nepomuceno, de Aldegallega ; Virgilio Pereira Nepomuceno, de Aldegallega; Manuel da Costa Padeiro, de Alcochete; José d’Assis Vasconcellos, de Aldegallega; Manuel Ferreira Gi- raldes, de Aldegallega -.Joaquim de Sousa Ferra, de Aldegallega; Thomé Rodrigues Coudinho, da Moita; Nicephoro d-Oliveira, da Moita; Guilherme Filippe Carreira, da Moita; Manuel de Paiva Carromeu Junior. de Sarilhos Grandes.
í*I*«as»í8tem po..Recebemos a visita do
n.° 85 do Passatempo, a elegante Revista editada pelos Grandes Armazéns Grandella, da capital.
A sua capa representa uma das bei las imagens de Raphael Bordallo, para as capeltas do Bussaco. Nas paginas centraes e a toda a largura, um magnifico galvano, representando um mercado arabe. No texto os nomes de Eag. Ruy Barbo, Salvador Marques. W ém. etc.
E’ um bello numero que a todos se recommenda.
N’este numero vem pu
blicado o resultado da tombola de 8 de junho.
Todos os pedidos a Grandella & C.a—Lisboa, acompanhados da importancia da assignatura, que é de 5ot) réis por semestre.
Consoreio
Realisou-se no dia 7 do corrente, na egreja matriz d’esta villa, o consorcio do nosso amigo, sr. Avelino Marques C o n t r a m e S11: e s, distincto relojoeiro na rua do Poço, 1. com a sr.a D. Laura Alves Godinho. Foram padrinhos os srs. Diogo Rodrigues de Mendonça e Manuel de Jesus Callado. A’ cerimonia assistiu grande numero de convidados. A noiva é uma sym- pathica menina, e o noivo um excellente cavalheiro, motivo porque prophetizâ- mos aos sympathieos nubentes, um futuro replecto de prosperidades e venturas de que são muito dignos.
Fez na terça feira passada, 5 do corrente, um anno que a phylarmonica i.° de Dezembro de Aldegallega, ganhou no certamen musi-ocal de phyiarmonicas que se eíiectuou na praça D. Carlos, em Setúbal, o i.° nremio fõoSooo réis1 e um 1 ' ' diploma d’honra. Era regente, como ainda, o nosso amigo, sr. Balthazar Manuel Valente-,
A direcção, em conse- quencia do i.u anniversario de mais uma gloria alcançada pela distincta phylarmonica. mandou distribuir circulares por todos os phv- larmonicos, a fim de comparecerem na séde da Sociedade pelas 9 horas da noite. Depois de todos estarem presentes a direcção lembrou-lhes aquelle glorioso dia, offerecendo-lhes um opiparo copo d'agua. Dentro em pouco todos pegavam nos seu- instrumentos, e então, sob a regen- cia do seu incançavel mestre, tivemos o prazer de ouvir mais uma vez a ex- cellente banda, subindo ao
ar, por essa occasião, algumas dezenas de foguetes.
Um bravo á phylarmonica i.° de Dezembro!
S S r in e o
Ainda se acha em nosso poder na administração d’este jornal um brinco que suppomos pertencer a pessoa viuva, que no dia 27 de junho findo fòra encontrado n’esta villa.
Será entregue á pessoa que provar pertencer-lhe.
líxasneFez um brilhante exame
desciencias naturaes, ficando approvado com 14 valores, o nosso particular amigo, Antonio Mendes Freire Maneira, intelligente praticante de pharmacia.
Ao nosso amigo enviámos os nossos cordiaes parabéns.
AOS AGRICULTORESA Nova Empreza d'Adu-
bos Artificiaes, tendo emvista satisfazer o pedido dealguns lavradores, seus cli- ̂ /entes, que usam empregar a farinha de tremòço como fertilisante, resolveu iniciar a moagem deste legumeO . .- 'O
na.sua fabrica do Alto da Barrosa, em Aldegallega do Ribatejo, para o que fez compras importantes, a fim de podei- servir todas as requisições, quê lhe sejam dirigidas, do mesmo genero..
Por egual se encarrega da moagem de tremoço, por conta alheia, ao preço de 240 reis a sacca.
Muito brevemente devem chegar novos guanos, d’uma riqueza apreciavel em Azote e Acido phos- phorico, assim como se espera um carregamento de sulphato de potassium, vindo directamente da Alle- manha para esta fabrica.
Opportunamente se an- nunciarão os competentes preços em relação ásdosa- gens respectivas.
Escriptonos — em Lisboa, largo di S. Paulo, 12, i.°; em Aldegallega, tua Conde Paçò Vieira, 24.
O DOMINGOSiaSehiehairi» M ercantil
O proprietário deste estabelecimento, sr. Gabriel de Jesu.-> Relogio, previne os seus freguezes de que nos dias 16 'e 17 do corrente, encontrarão á venda, na Salchicharia Mercantil, rua de José Maria dos Santos,20, a magnifica carne de porco fresca, como lombo, costellas, chispe, cabeça, etc., etc.
A n n i v e r s a r i o
Passou no dia 3 do corrente o anniversario do nosso particular amigo, sr. Manuel Maria Soares Franco, conceituado commer- ciante n’esta villa.
Os nossos cordiaes parabéns.
1 3 !e iç © e s «le d e p u t a d o s
Conforme noticiámos, realisou-se 110 domingo passado 0 apuramento da eleição de deputados, sendo o resultado o seguinte:
Dr. João Sabino de Sousa, 2:5o2; conselheiro' Ma- riano Cyrillo de Carvalho, i:825; dr. José Maria Pereira de Lima, 1:900; conselheiro José Dias Ferreira, 2:5-4 7.
< $ u e i\ a
Queixou-se na administração do concelho Manuel Carvalho, casado, fazendeiro, morador no sitio do Brejo Lobo, deste concelho, de que em setembro do anno findo lhe fòra furtada de . sua casa uma espingarda de dois canos no valo r a p proxi m ad a m ente de i2$ooo réis, sem que então suspeitasse quem tinha sido o auctor do furto Porém, ha Ires semanas, soube que a referida espingarda lhe havia sido furtada por um individuo que teve ao seu serviço de nome Manuel Pacanna, trabalhador, natural de Santo Antonio da Charneca, o qual a vendera por 3$ooo
réis ao maioral da Companhia das Lezirias, conhecido pela alcunha de Salsa, como lhe confessara o proprio Pacanna quando para se informar qual o destino que este déra á espingarda, o foi procurar á cadeia cio Seixal, onde se acha preso pelo crime do furto de umaegua.
— -
Foram hontem affixados editaes nos Ioga res do costume, prohibindo que se tome banho na ponte dos vapores desta villa.
I ^ i l i s o s a
Falleceu em 2 do corrente, pelas 7 horas da manhã, Manuel Rodrigues Pancão, de 63 annos de edade, casado, proprietário, natural d’esta villa, victima de uma congestão cerebral.
Que descance em paz.— Tambem no dia4, pe
las 4 horas da manhã, falleceu José Ferreira, de 63 annos de edade, casado, trabalhador, natural desta villa.
T h e a t r o
As récitas para hontem 0 hoje annu.nciadas ficaram transferidas para a próxima quinta feira... se Deus quizer.
COFRE Dl FllOLâS
h U M AQue graça tens, que salero,O' filha da Andaluzia!E leu confundo formoso Um sonho auduz da poesia.O rosto é lindo, incitante,Os olhos têm meigo brilho.Pra desenhar taes encantos Só 0 pincel de Murillo.
Tens nos requebros airosos A graça que nos sedu{,A gentileza nativa Do grande povo andalu\.Quando entoas, graciosa,A «malaguefia» gentil E nos desiumbras o olhar Com garridice infantil;Quando os teus olhos formosos Despedem In; divinal,Fazendo entrever um mundo De perfe ção ideal,
Estão quasi concluídos os urinoes que a ex.n,a camara ultimamente mandou coilocar um no largo da Egreja e outro no largo da Praca.
A " . C a m a r a . U n n i c i p a i
Lembrámos á ex.ma camara municipal que obrigue os senhorios mais descuidados a mandarem caiar as frentes dos prédios. Já lembrámos tarde, provavelmente, mas fica para o proximo anno.
Ha senhoriosinho que só obrigado!
sei que meiga attracçao Exerces, formosa huri;N uma delicia fagueira,ÍOt1 a nossa Ima pra ti.
Como a louca mariposa Que vae as a?as queimar, Assim nos abrasa o peito A chamma do leu olliar.Filha das terras formosas Onde a mulher nos sedu Deixas, passando elegante, Um longo rasto de luz.Teu rosto, bálsamo doce Da mais suprema ejficacia, Provoca o espontâneo grilo: Caramba! Viva la gracia!
JOAQUIM DOS ANJOS.
Bem podem os paes dar casa e riqueza a seus filhos: porém mulher boa só Deus llia pode dar.— Salomão.
— A mosca nasceu para ser comida pela aranha; o homem para ser devorado pela dôr.-- Voltaire.
ANECDOTAS
0 senhor conhece a minha sogrd?Não lenho esse prazer.Prazer?!.. . Bem se vê que não a conhece!
Eu só conto com parentes a fastados. ■Como? Morreram-te os mais chegados?
>, mas são muito ricos. . .
LITTERATURA
L i i d i s l a u (o P e s c a d o r )(Continuado do n.° 155;
— Vae em sete vinténs, quem lança, dizia um festeiro de dentro do bazar, mostrando um açafate com laranjas.
— Mais dez réis, acudiu de fóra um individuo.
— Oito vinténs, interrompeu outro.
— Quem mais dá?... continuou o festeiro.
— Nove vinténs, disse o primeiro.
— Dois tostões, acudiu o segundo.
•—Tres.— Quatro.— Cinco.
Do bazar acercou-se muito povo aos gritos daquel- les dois individuos que, en- thusiasmados, dariam pelo açafate das laranjas quanto possuiam se não fosse a confusão dos últimos lanços, ficando o fc-teiro sem saber a quem pertenciam as laranjas, pois que ambos diziam ser seu o lanço de seis tostões e não se resolviam a desempatar. Arrefeceram. Olharam bem para o açafate que teria dezoito laranjas apenas e deu- lhes pena cobrir o lanço de seis tostões. Custavam bem o trabalho de dia e meio. Mas Rosa estava alli, e era preciso não fazer má figura deante delia. O segundo, a quem de direito pertenciam as laranjas, resolveu-se, embora com pouca vontade, offerecer mais dez réis e foi quem ficou com as laranjas.
Todos o olharam com admiração.
Damião Antunes era o seu nome. Namorava a Rosa e ia casar com ella na madrugada do dia immediato. '
Este enlace iria causar grande surpreza a toda a gente das relações dos namorados, pois que ainda ninguém sabia coisa alguma a tal respeito, e para mais sigillo nem padrinhos
87 FOLHETIM
T raduccão de J. DOS ANJOS
D E P O I SL i v r o S e g t m d o
11
Ouvindo estas palavras de zombaria ás suas resoluções, t id a a benevo- lencia de-appareeeu do rosto da Ma gdalena.
— Não continues, disse ella em tom incisivo e ameaçador; conheço o teu espírito; não te ba* de dar bem com isso.
— Ora! bem sei que és capaz de t ro car uma amiga velha como eu pelo te . D">íe:sof.
- Náo te troco , porque te deixei a liberdade de ficares aqui o tempo que quizeres ou de ires para Paris, onde tens os seis mil francos de rendimen to. Já vês que não me recuso a pagar os teus serviços. Quanto ao meu p ro fessor, elle só vale por todo; os ho mens que tenho conhecido e ninguém é mais digno de inspirar um nobre amor!
— Oh! náo penso em lhe contestar os merecimentos; Digo só que. p ra os a: reciares, náo tinhas precisão de te fazer frei-a.-Que farás quando estiveres faria d ’eile ?
—Fa- ta d'elle: N u n c a . . .— Pois sim; mas se elle se aborre
cer de ti. se a i-uem ihe contar o passado? . . .
A Magdalena deu um r.akr> e rendo p ;-a a sr.* ", e. p 1 r _ Ç VCl-TniOlV
—No dia em que o passado se erguer contra mim com tanto poder que me possa arrebatar o homem a quem amo, n’esse dia a minha \ida será destruída-, chamarei a morte co mo um livramento e não pensarei em ir pedir consolações a novos desregramentos, a nova; vergonhas. . . Mas quem havia de lembrar 0 passado ao Pedro; continuou ella; quem ih'o ha
via de contar? Antes de oito dias os que o conheceram em todo o seu hor ro r háo de ter-se esquecido de mim. e se houver alguem que guarde a minha recordação é perque me estimou sinceramente e por isso náo me ha de querer deitar a perder . Quem ha de ser? O padre Rouvière? Esse desejava
' mo feliz. O -abelhão Riballier? NSo 1:-: n-. a an aa nada e em todo o
) crso o seu intei es.e recommenda-lhe I
o silencio. . . Resta a mulher com quem estou falando. . .
—Julgas que eu seja capaz. . .— De muita coisa. Mas lembra-te de
que se alguma vez o meu descanço fòr perturbado por tua culpa, p erderás tudo o que te faço. P o r isso. minha querida, é melhor.i res-te em bo ra.
— Sim, vou-me embora, respondeu a sr .a Telemaco. aterrada; tomaste- me ra iv a . . .
A Magdalena encolheu os hombros.— Se eu te tivesse tom ado raiva já
te tinha posto fóra, . disse ella com brandirn ; não. não te o de :o, minha pobre velha; mas fica sabendo que. se aqui ou em Paris tu entenderes que has de ser mais que uma confidente docil e silenciosa, serás tratada com 1 inimiga.
t t D'( qui a oito dias vou me embo
ra tornou a sr .a Telemaco, que estava suffocada.
- -Quando quizeres!Esta explicação demonstrou clara
mente á s r .a Telemaco que o seu p re cário p o der tinha deixado de existir e que a sua influencia, abalada havia muito tempo, estava destruída para sempre. Só pensou em tornar a a d quirir, a poder de provas de docilidade, a amizade da Magdalena, de quem queria tirar agora outra coisa mais que os seis mil francos de renda vitalícia.
I I I
Havia seis semanas que a Magdalena morava em Antraigues. Esse tem po passara rapidamente, porque cada dia trazia as suas preoccupações.
(Continuaj.
Guar- to que o tio Ladislau vá ser nosso padrinho.
O DOMINGO
haviam arranjado, davam tudo para a ultima hora e até mesmo o padre seria prevenido de noite. Tal era o segredo d'aquelle noivado.
★Seriam tres horas da tar
de d’aquelle dia tão celebrado pela classe piscatória, quando, cheio de an- ciedade, Ladislau ouviu a aldraba bater duas vezes na porta.
— São ellas! disse elle correndo á porta e abrindo-a sem perguntar quem era.
— Dá-nos licença, senhor Ladislau? disse a mãe de Rosa.
— Entrem, entrem, disse com alegria o pescador, já não as esperava por cá ho- hoje!
— Aposto que tem estado á nossa espera?! exclamou a Rosa.
— Tenho sim.E dizendo isto approxi-
mou-se delias, indicou-lhes a meza e aecrecentou:
-—Como hoje é dia de S, Pedro, lembrei-me, como estou para aqui só, dc as chamar para me fazerem companhia e mesmo por que tenho muito que falar com vocês. Então? vá lá, sentem-se, e indicou-lhes novamente a meza. Isto não veiu para aqui para vista.
Pegou numa garrafa e encheu os copos que estavam sobre a meza.
S e n t ara m - s e, comeram, beberam e seguramente dez minutos não se ouviu alli sequer o zumbido de uma mosca.
O pescador mordia-se por não saber como devia começar a declarar-se á Rosa; achava-a ainda muito nova; receiava que se rissem d elle e que mais tarde a visinhança sabendo fizesse galhofa.
— Mas... pensava elle. isto tem de ser; vou começar: Quantos annos tens. Rosa ?
■—Vou em dezesete, tio Ladislau.
— Ora vejam lá! uma rapariga com dezesete annos ainda solteira!
— Está por pouco, tio Ladislau; se Deus quizer, ámanhã por estas horas já terá marido, disse pausadamente a mãe de Rosa.
O pescador cahiu das nuvens ao ouvir esta inesperada resposta. Veiu a tempo; evitou-lhe um fiasco medonho.
— Mas olhe que é segredo, continuou a mãe de Rosa, o noivo não quer que se saiba, e nós se !B’o dizemos é porque o vimos con-' vi dar para padrinho.
— Foi esse o motivo que aqui nos trouxe, interrompeu Rosa, temos muito gos-!
-—E não poderei saber quem é esse meu afilhado ? perguntou o pescador com os olhos esgazeados.
— Póde! responderam as duas ao mesmo tempo, é o Damião, o filho da Anna Andrade.
— A que horas é o casamento?
— Amanhã ás tres horas da madrugada.
-— Podemos contar comsigo, tio Ladislau? tornou a mãe de Rosa.
—Pódem.O pescador levantou-se
da meza como a dar-lhes a entender que não havia mais nada a dizer.
— E’ verdade, tio Ladislau, disse-nos que tinha de falar muito com a gente... estamos aqui. ..
— Ficará para outra vez, retorquiu a custo o pescador. .
— Adeus, tio Ladislau; ás duas horas, pouco mais ou menos, cá virá o Damião bater á porta, advertiu a mãe de Rosa.
— Pois sim, adeus.O pescador ficára raivo
so. Nunca se mettera em despezas tão avultadas como naquelle dia.
— E ainda haverá quem diga que é com bôlos que se engana os tôlos? O tôlo é quem dá os bôlos, dizia o pescador fechando a porta por onde as mulheres acabavam de sahir.
*O noivo começou por
prevenir o senhor padre prior, algumas pessoas de familia e amigos,seriam dez horas. Todos o olhavam com admiração.
—Já te disse, repetia o Damião: em sendo duas horas, apparece á porta da egreja da freguezia.
— Está dito, lá irei.Todos se prepararam e
á hora marcada apparece- ram. Só faltava um padrinho, o Ladislau.
Já lhe haviam batido á porta tres vezes e elle sem responder. Tomaram a bater, fizeram muito barulho e nada.
Resolveu-se que um dos convidados o fosse substituir e o casamento eflectu- ou-se eram cinco horas.
Duas horas depois a visinhança notava a falta do Ladislau. Formavam-se grupos e inventavam-se hypo- theses.
Participado o facto ásau- ctoridas estas mandaram arrombar a porta.
Um suicidio!O pobre pescador enfor-
cára-se. Estava pendurado no tecto. Fòra o ciume a causa da sua morte.
(ConclueJ.
F e s t e j « s «1» B S s jt ir i íoSSaSÈÉO
E’ no proximo sabbado. iõ do corrente, que tem começo n’esta villa os deslumbrantes festejos ao Divino Espirito Santo. São elles, como nunca, revestidos do maior brilhantismo, não se poupando a incançavel commissão a despezas nem a trabalho para o bom nome dos Grandiosos Festejos do Divino Espirito Santo, em Aldegallega do Ribatejo. Os trabalhos de ornamentação estão já bastante adeantados, e não podemos deixar de dizer queo que já se vê. que é de tino gosto e de uma força de vontade absoluta.
Já estão contratadas as excellentes bandas de infanteria 16, de Lisboa, infanteria ii, de Setúbal, e as distinctas phyiarmonicas i.° de Dezembro, d’es- ta villa e Humanitaria, de Palmella.
Os coretos, construídos sob a direcção do consciencioso artista, sr. José Rodrigues e pintados por hábeis artistas de Lisbôa, são lindos.
Nos dias 18 e 19 realisar- se-hão duas magnificas corridas de touros, sendo o gado para a primeira corrida offerecido generosamente pelo opulento lavrador, ex.m° sr. José Maria dos Santos e para a segunda pertencente ao sr. Antonio Joaquim Correia de Castro, de Cabrella, oriundo da antiga raça Ruvisco Paes, de PégÕes.
Não publicámos, como nos compromettemos, o programma dos festejos, em consequencia d’este ser, como no anno passado, feito em folhetos a duasco- res e profusamente distribuído por todo o paiz.
Lembrámos á ex.raa camara municipal a conveniencia de não consentir que durante os festejos se venda fructa e hortaliça na Praça Serpa Pinto, nem peixe no Paço depois do .'meio dia.
ARTE CULINARIA
C e n o u r a s á alemicjasEa
Tome-se uma duzia decenouras das melhores que se encontrar, descasquem- se, lavem-se e cozam-se em agua a ferver com sal.| Quando estiverem cozidas, jo que se realisará no fim | de uma hora e meia, tirem-i <e da agua e enxuguem-se ! no peneiro.1 Põe-se então ao lumeI uma caçarola com um bo- ’ cacio de manteiga do ta-,
manho de um ovo; quando estiver bem quente, deitem- se-lhe duas cebollas grandes -cortadas em tiras delgadas e deixem-se alourar ou refogar; accrescentem- se-lhe depois as cenouras cortadas e polvilhem-se de farinha.
Quando a farinha tenha adquirido uma côr acastanhada, junte-se-lhe um co- do de caldo ou de agua,
ser um quarto de hora e sirva-se quente.
Ultimamente, o vinho tem sido aqui vendido entre 2 5 e SeSooo réis.
Alguns viticultores teem aberto tabernas, vendendoo vinho a 60 e 80 réis 0 litro, não faltando por ahi camoecas.
Estes é que não fazem a ç vontade aos pregoeiros da abundancia.sal e pimenta. Deixe-se co-
LEONOR TELLESSensacional rom nce historico’ por
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I t u ; i d o C'í4í *s - ALDEGALLEGA
>u ui-iuiuo uouaiiunijuu ijuP A R I S
Romance de acontecimentos sensacionaes e vê- ridicos occorridos na actualidade e mais interessante que os Mysterios de Paris e Rocambole por Dubut de Laforest.
Pedidos á «Editora», largo do Conde Barão, 5o — Lisboa.
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(Chronica do reinado de Luiz XV)
Romance historico porE. LADOUCETTE
Os amores trágicos de Manon Les caut com o celebre çavallciro de Grieux. formam o entrecho d ’este romance, rigorosamente historico, que Ladoucette imprim.u um cunho de originalidade devéras encantador.
A corte de Luiz xv. com todos os seus esplendores e misérias, é escri- pta m; gistralmente pelo auctor d '0 Bastardo da Ráinhã nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvida a alcançar e n t e nós exito egual aquelle com que foi receb do em Pa ris, onde se conta am po r milhares os exemplares vendidos.
A ed.ção portugueza do popular e commoYente rom arne. será feita em fasciculos semanaes de tõ paginas, de grande formato, illustrados com soberbas gravuras de pagina, e consta rá apenas de 2 volumes.
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Pedidos á fiibliotheca Popuiar, Empresa Editora, 162, Rua da Rosa. 102— Lisboa.
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Neste estabelecimento encontra o publico, sempre que queira, a excellente carne de porco fresca e salgada, assim como:
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JOSE DA ROCHA BARBOSAC o m o f f i c i n a d e C o r r e e i r o e S c l l e i r o
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.4 3. 1D Eí & S, i . !•: <« A
DIABIO DE NOTICIASA GUERRA ANGLO-BOER
Impressões do 1 'ransvaal
Interessantíssima narração das luc.tas entre inglezes e boers , «illústrada» com numerosas. z:nc o-gravuras de «homens celebres» do f ransvaal e do Orange. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruentas da
6 7 7ER R A ANGLO-BOERPor um funccionario da Cruz Vermelha ao serviço
do Fransvaal.Fasciculos semanaes de ibpaginas-............. . 3 o réisTomo de 5 fasciciTos................................... i 5o »A GUERRA ANGLO BOER e a obra dfc mais palpitante actualidade.
N'ella são descri] tas. «por u na testemunha presen jal», as differentes phases e a, o n teu m en tos emocionantes da terrivel guerra que tem espantadoo mundo nteiro.
A GUERRA. ANGLO-' OER. faz passar ante os olhos do.leitor todas as «grandes bat. lhas, combates» e «escaramuças» d'esta prolongada e acérrima luc ta entre inglezes. t a svaalianos e oranginos, verdadeiros prodigios de heroísmo e tenacidade, em que sáo egualmente admiraveis a coragem e dedicação p triotic a de venc dos e vencedores.
Os incidentes variadíssimos d'esta contenda e i t r e a poderosa Inglater a e as duas pequ nas republicas sul-africanas, decorrera atravez de verda
deiras pèrípee ias. p o r ta i m a n e ia ■ ramaticas e pittorescas, que dão á GUERRA ANGLO-BOER. corijunctaitjente com o irresistível attractivo d ’uma nar r; tiva h.storica dos nossos d as. o-enc anto da leitura romantisada.
A Bibliotheca do DIARIO DE NOTICIASapresen ando ao publico e ta obra em «esmerada edição,» e po r um preço diminuto. julga prestar um serviço aos numerosos leitores que ao mesmo tempo desejam de-leitar-se e adquir ir perfeito conhecimento dos s.uccessos que mai; interessam o inundo culto na actualidade.
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■ Franco & FigueiraOs proprietários d este novo estabelecimento parti
cipam aos seus amigos e ao publico em geral, que teem á venda um bom e variado sortido de artigos de mercearia, especialidade em chá e café, confeitaria, papelaria, louças pó de pedra. Encarregam-se de mandar vir serviços completos de louça das principaes fabricas do paiz, para o que teem á disposição do publico um bom mostruário. Petroleo, sabão e perfumarias.
Unicos depositários dos afamados Licores da Fabrica Seculo X X , variado sortido em vinhos do Porto das melhores marcas, conservas de peixe e de fructas, massas, bacalhau de différentes qualidades, arroz nacional e extrangeiro, bolachas, chocolates, etc., etc.
P R A Ç A S E R P A P IN TO —ALDEGALLEGA
COMMERCIO DO POVOTendo continuado a augmentar o movimento desta
já bem conhecida casa commercial pela seriedade de transacções e já tambem pela modicidade de preços por que são vendidos todos os artigos, vem de novo recommendar ao publico em geral que nesta casa se encontra um esplendido sortido de fazendas tanto em fanqueiro como em modas, retrozeiro, mercador, chapelaria, sapataria, rouparia, etc., etc., prompto a satisfazer os mais exigentes e
AO ALCANCE DE TODAS AS BOLSASDevido á sabida do antigo socio desta casa, o ill.mo
sr. João Bento Maria, motivada pelo cansaço das lides commerciaes, os actuaes proprietários-resolveram am- plear mais o actual commercio da casa, dotando-a com uns melhoramentos que se tornam indispensáveis a melhorar e a augmentar as várias secções que já existem.
Tomam, pois, a liberdade de convidar os seus estimáveis freguezes e amigos, a que, quando qualquer compra tenham de fazer, se inteirem primeiro, das qualidades, sortido e preços porque são vendidos os artigos, porque decerto acharão vantagosos.
A divisa d'esta casa é sempre ganhar pouco para vender muito e vender a todos pelos mesmos preços, pois que todos os preços são fixos.
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