Constantino Ferreira - haja-luz.net · instrução recebida de não aceitar algo de ninguém ......

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Constantino Ferreira EMPURRANDO Copyright @

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Constantino Ferreira

EMPURRANDO

Copyright @

ÍNDICE

INTRODUÇÃO……………………….. 5

I. OS COMEÇOS………………………… 7

II. O MINISTÉRIO……………………….. 17

III. A INSTRUÇÃO……………………….. 37

IV. A DOENÇA…………………………… 43

V. A GRATIDÃO………………………… 51

VI. BENEFÍCIOS DA FÉ…………………. 57

VII. SALVAÇÃO E VIDA…………………. 63

A. O Propósito de Deus…………………... 63

B. O Arrependimento……………………..

C. A salvação

D. O Baptismo

E. A Vida Cristã

F. A Família Cristã

VIII. SER CRISTÃO……………………….. 97

IX. MODAS E COSTUMAS……………... 101

X. DECLARAÇÃO DE FÉ……………… 121

INTRODUÇÃOQuero compartilhar com familiares e amigos umpouco das muitas experiências vividas durante osmeus oitenta anos de vida, especialmente no minis-tério da Palavra de Deus, desde os meus trinta anosde idade, cuja ocupação completa 50 anos em 2018.

Entre as muitas ocorrências dignas de registo, opteipelas mais importantes, a fim de não avolumar apublicação e ser lida em pouco tempo.

Naturalmente, aconteceram muitas coisas boas, ten-do à mistura outras más, assim como lindas rosascom espinhos, mas todas elas serviram para o aper-feiçoamento pessoal e familiar.

Desejo sobretudo que esta leitura sirva de estímulopara confiar em Deus que nos dá a vitória em quais-quer circunstâncias e continuar a empurrar.

O texto engloba os meus começos, numa aldeia do

Distrito da Guarda, deslocação para Lisboa e traba-lho na Capital. Faz referência à minha conversão aCristo com experiência de salvação. Segue-se o ca-samento e a preparação em Instituto Bíblico para oministério espiritual no Reino de Deus.

Durante o meu ministério, muitas ocorrências sãodignas de registo, a que atribuí o título 'EMPUR-RANDO'. Experimentei ataques do adversário parame derrotar, mas Deus esteve sempre comigo e meajudou a vencer.

Experimentámos doenças, mas também estas foramvencidas pelo poder de Deus todo-poderoso. E des-cobrimos os benefícios da fé naquele que deu suavida por nós no calvário.

Comecei a escrever após a conversão, e muito cola-borei com as revistas de instrução bíblica Novas deAlegria e Avivamento. Além disso, criei o sítio nainternete 'Haja Luz' a fim de partilhar a minha escri-ta com os leitores. Espero que estas memórias sir-vam de incentivo para continuar a empurrar a vidapara diante.

Constantino Ferreira

I

OS COMEÇOS

Estava decorrendo o ano1937, e nascia na Fregue-sia de Vilar Torpim, Dis-trito da Guarda, no dia 25de Julho, um varão aquem foi atribuído onome de Constantino JoséAmado Ferreira, que erafilho de Luís Ferreira e deJosefina Amado. Aí foicriado até à idade de ca-torze anos, onde recebeua educação básica. Entre-

tanto, a mãe sofreu um AVC sem recuperação efalecia aos trinta e nove anos deixando quatro filhosórfãos entregues a um pai desumano. Mas Deussempre cuida dos órfãos.

Essa criança é o próprio autor destas memórias, ac-tualmente com oitenta anos. Sendo o mais velhodos irmãos fiquei com meu pai; os outros três foramaceites por generosos tios que cuidaram da suaeducação. Em virtude do sucedido, alguém me fez aproposta de ingressar no Seminário da Guarda, ondena ocasião estavam dois primos, e continuar ali osestudos. Entretanto, após a instrução básica tive detrabalhar em nossos serviços de lavoura até aos ca-torze anos. A vida era dura e difícil para um rapazrecentemente saído da escola. Muitas vezes choreicom frio e com chuva.

Visto não ter revelado muito interesse, devido a nãoapreciar o uso da batina, essa pessoa desistiu daideia e propôs levar-me para Lisboa. A proposta foiaceite e no verão de 1951 encontrava-me na capital,a trabalhar como aprendiz numa mercearia existentena rua Heróis de Quionga, à rua Morais Soares. Não

usei a batina do seminário, mas tive de usar a batade merceeiro. A minha primeira experiência nadistribuição de mercearias ocorreu na própria rua daloja. A senhora a quem levei algumas coisas quisdar-me uma gorjeta, mas eu a rejeitei por causa dainstrução recebida de não aceitar algo de ninguémestranho. Para meu espanto, ouvi da senhora umaexpressão que jamais esquecerei: “É pobre e malagradecido!” E foi contar ao patrão a minhafaçanha. Então disse para comigo mesmo: Nuncamais agirei desta forma. E daí em diante passei areceber todas as dádivas com prontidão, agrado egratidão.

Entretanto, no decorrer dos anos, além de mercea-ria, trabalhei em frutaria e pastelaria. No ano 1962trabalhava eu na pastelaria Raio de Luz, à Praça doChile. Um abnegado colega de nome João Trindadede Oliveira, que tinha sido conquistado para Cristopor outra colega, convidou-me para assistir a umculto apoiado por jovens americanos da Mocidadepara Cristo, que visitavam a Assembleia de Deusem Lisboa, cujo pastor era o prezado irmão AlfredoRosendo Machado. E no dia dois de Junho, nessa

campanha da Mocidade para Cristo, tomei a melhordecisão da minha vida ao aceitar Jesus como meuSalvador e Senhor.

Nessa ocasião recebi a oferta de um Novo Testa-mento e um sistema dememorização de versículos,que li e reli avidamente eserviram de base para umanova vida. Eram coisasnovas, mas deliciosas paramim. Além disso, apesar deestar separado da famíliafísica, encontrei uma novafamília, espiritual, que me

acolheu e apoiou nas minhas necessidadesafectivas. Manifestei imediatamente o desejo depertencer ao grupo distribuidor de literatura, e fuibaptizado após dois meses e meio de fé para me ini-ciar naquela missão. Por conseguinte, comecei aservir o reino de Deus no verão de 1962 distribuin-do literatura, e é com a mesma que continuo a servirao Senhor, agora via internete. A juntar à distribui-ção de literatura, fui arrumador nas sessões de culto.

Esta função providenciou-me alguma experiênciapara lidar com os espíritos malignos no futuro mi-nistério. Então, em Janeiro de 1968 entrava, commais cincocompanhei-ros, no recémformado Ins-tituto Bíblicona AvenidaAlmiranteReis, em Lis-boa. E, notacuriosa, aque-le que meconduziu a Cristo entrava também na mesma escolae tem estado ao serviço do Senhor. A Deus toda aglória.

O Casamento

Aproximava-me dos 25 anos e senti a necessidadede formar uma família estável e deixar de viver empensões. Tinha de tomar a segunda decisão impor-

tante na minha vida. Para isso, Deus enviou ao meuencontro uma jovem talentosa de mãos, que prepa-rara antecipadamente para mim.

Nascida em Almeirim, no Distrito de Santarém, eproveniente de boas famílias, cedo ficou tambémórfã de mãe e pouco tempo depois perdia também opai. Recebeu a sua educação básica no ColégioMarquesa d’Alorna, em Almeirim, onde aprendeutambém a arte de bordar e foi convidada para ser aliprofessora de bordados. E muito tem ajudado comessa arte, por exemplo na compra de alguns veícu-los que usámos.

Porém, devido a ter-se convertido a Cristo teve deoptar por uma das partes e escolheu a melhor. As-sim, aceitou o convite para servir como baby-sitterdas filhas da directora de outro colégio. Aprendeumuito no ambiente colegial.

Depois decidiu servir um casal cristão em Caldas daRainha onde foi tratada como filha. Estava a traba-lhar em casa do prezado irmão Manuel Nunes Rosa,cuja esposa adoeceu e veio a falecer em Lisboa.

A Maria José foi então morar com uma família cris-

tã cuja casa eu frequentava regularmente. Empre-gou-se então na Fábrica Leacock, pertencente aogrupo Johnson, na Av. 24 de Julho. Naquela casanos encontrámos, amámos, tratámos e celebrámos onosso casamento. Sendo mais velha na fé e commais instrução das Escrituras, muito me ajudou nocrescimento espiritual.

Então, aos três de Janeiro de 1965 celebrávamos onosso casamento, presidido pelo Pr Alfredo Macha-

do, na rua NevesFerreira, em Lis-boa. Em Fevereirode 1966 recebíamoso nosso primeiro fi-lho, por cesariana,no Hospital de San-ta Maria, que rece-beu o nome de Sa-muel Luís. Devidoao mau parto, co-

meçou então o nosso calvário de sofrimento que nostem acompanhado durante todo o tempo. A vida daMaria José tem sido marcada pelo milagre,

testemunhado por médicos e todos aqueles que nosrodearam e acarinharam, a quem agradecemos decoração.

Em Rio Maior nasceram os outros dois filhos, am-bos por cesariana. Os médicos esperavam semprepartos normais, maseles não aconteciam.Algo se passava noseu interior que nãopermitia partos nor-mais. O João Paulofoi nascer numa clí-nica de Caldas daRainha por favor dosenhor Dr. ErnestoMoreira, filho dosaudoso Rev. Eduar-do Moreira. O Filipe José foi nascer na Maternidadedo Hospital de Santarém. A sua saúde ficava cadavez mais débil. Só a misericórdia de Deus nos aju-dou a superar todas as dificuldades por que passá-mos. Além disso, contámos sempre com o auxíliode irmãos fiéis e amigos por onde quer que andá-

mos no serviço do reino de Deus.

Temos sido felizes ao lado um do outro desde Janei-ro de 1965, data do nosso casamento, temos três fi-lhos excelentes, duas magníficas noras, duas netas eum neto varão graciosos. Somos uma família unidae temente a Deus, que procura agradar-lhe nas suasacções diárias, embora nem tudo seja do Seu agra-do. Mas Ele é misericordioso.

As Provações

Agora chegara o tempo de tomar a terceira decisãode suprema importância na minha vida. Após algumtempo de reflexão e oração, resolvemos de comumacordo que eu iria estudar para o Instituto Bíblico,fundado recentemente na Av. Almirante Reis, emLisboa, e a Maria José iria para Almeirim, a sua ter-ra natal.

Como tínhamos vendido um terreno da sua herança,serviu de fonte de sustento para ela e o filho. Assim,frequentei essa escola bíblica no ano de 1968, e, jápróximo do final do curso, mãe e filho juntaram-se

a mim na escola.

Terminados os estudos, nesse mesmo ano rumei atéRio Maior, onde servi ao Senhor durante quatroanos em colaboração com a igreja em Caldas daRainha. Muitas foram as experiências e aprendiza-gem neste lugar.

II

O MINISTÉRIO

Rio Maior (1968-1972)

Guardei algumas experiências desta localidade, asquais desejo compartilhar com os leitores. Quandochegámos a Rio Maior a primeira casa queencontrámos para morar não possuía casa de banho.A nossa higiene era feita em alguidares. A água eraaquecida e colocada num balde com ralo e umatorneira dependurado no tecto. Assim nos ba-nhávamos. No quintal cimentado havia uma piapara despejos e outros serviços, onde deitávamoságua com um balde. Porém, decorrido pouco tempo

encontrámos uma casa emmelhores condições, ondehabitámos o resto do temponaquele lugar.

Ainda morávamos naquelaprimeira casa quando, ines-peradamente, alguém bateuà porta cerca da meia noite.Era uma querida irmã

informando que seu cunhado estava possesso porespíritos malignos e a convidar-me para ir ajudá-los. Levantei-me imediatamente e fui, levando oSenhor por companheiro. Quando cheguei à ditacasa, começou ele a dizer, disseram-me: “Foramchamá-lo, deixem-no vir que eu mato-o já”. A portaestava aberta e eu entrei, mas, de súbito, ele deu umsalto na minha direcção, e confesso que temi, porémsabia que Deus estava comigo. Tive de repetirvárias vezes “cala-te e sai dele”, até que o rapaz medirigiu as suas palavras: “Irmão Constantino dê-meum abraço”. Aproximei-me mais e abraçámo-nos.Glória a Deus.

Durante o inverno, em dias frios e chuvosos, tinhade visitar os irmãos nos diversos lugares onde haviaculto. Como era duro suportar frio e chuva para ser-vir ao Senhor! Certa vez, numa noite fria e chuvosa,dirigia-me para a localidade de Vale do Carro, ondehavia um pequeno grupo de crentes. No caminho, jálonge de casa, comecei a tremer em cima da motori-zada e fui observar o que se passava.

Era um furo na roda traseira. Agora sim! A chover ecom frio de gelar, como iria eu arranjar aquelaroda?! Mas, claro, teve de ser. Abriguei-me debaixoduma árvore e lá consegui consertar o furo. Prosse-gui para o alvo, cheguei atrasado, mas estive comos irmãos, embora todo molhado, mesmo com capa.Então alegrámo-nos com a presença do Senhor.

Encontrei em Rio Maior um homem que caminhavaalguns quilómetros para assistir aos cultos. Comonão o via tomar a santa ceia, perguntei-lhe se tinha acerteza da salvação. Respondeu que não, que estavaa fazer por isso. Esclarecido acerca desse facto,confessou a sua salvação, foi baptizado, e passou alevar a esposa com ele aos cultos.

Recordo que noutra ocasião, não tínhamos senãoumas batatas e algum azeite das ofertas dos irmãospara a refeição do almoço. Para nosso espanto, che-gou o nosso gato com um pacote de belos bifes naboca. Tirámo-los, foram cozinhados e comemos to-dos dos mesmos, o gato também. Daí para cá tenhodito que um corvo-gato me levou carne para casa.Estes foram os meus primeiros anos no ministérioda Palavra. Deus nunca nos faltou com o seu socor-ro.

Outra experiência que guardei foi esta: Eu não tinhaexperiência de manobrar uma motorizada. Masmuito contente fiquei por ter recebido a oferta dumamotorizada usada para poder deslocar-me no servi-ço do Senhor na área de Rio Maior. Certa vez,quando me dirigia para um culto, entrei na areia ecaí estatelado no chão. Tive de consultar o médicodevido às dores que sofria, mas não era grave. Sótive de tratar-me das dores. Noutra ocasião, enquan-to subia uma montanha, fiz uma redução de veloci-dade muito brusca, a motorizada fez o pino e assus-teime, mas lá consegui segurá-la e continuar a mar-cha.

Foi em Rio Maior que comprei uma máquina de es-crever ao amado irmão José Bastos, a qual paguei acem escudos mensais durante um ano, onde produzimuita literatura para as revistas Novas de Alegria eAvivamento. Foi ainda, enquanto estávamos em RioMaior, que recebi uma nova motorizada e um belofato de oleado protector da chuva, oferecidos pelaigreja em Caldas da Rainha. Além disso, adquiri aCarta de Condução, para a qual recebi uma genero-sa oferta dum querido irmão em Caldas da Rainha,cuja gratidão fica registada. Deus tem sempre bên-çãos para seus filhos.

Na vila de Rio Maior comecei a dedicar-me ao estu-do à distância via correio. Estudei várias disciplinasdo curso secundário, incluindo dactilografia, de quenão cheguei a fazer exame, porque quando me iapropor ao dito exame já era tarde e desisti. Dissepara mim mesmo: para que preciso daquele papel?Só quero servir a Deus. Estudei também Solfejo eAcordeão a fim de poder acompanhar os cânticosno culto. Mais tarde comecei a usar órgão nos cul-tos, no qual me sucedeu o meu filho João Paulocom dom especial para a música.

Águeda (1972-1975)

Então, quando rumámos para Águeda, já levávamosum carro, usado, que nos fora oferecido pela Mis-são. Era um Renault 4L. Mas descuidei-me na ob-servação e muda do óleo do motor, e o veículo ava-riou. Tive de comprar outro semelhante, emboratambém usado. No final das passagens de ano eranormal ir levar alguns irmãos a sua casa.

Certa vez, quando regressava desse serviço, sozi-nho, adormeci e deixei encostar o carro ao muro dolado esquerdo. Saí, fui para casa a pé, e deixei oveículo ali até ao dia seguinte. Então convidei umaoficina a ir buscá-lo e a consertá-lo. O sono custoucaro. Desde então passei a temer andar sozinho denoite por causa do sono.

Noutra ocasião, caiu um pedaço estuque do tecto doquarto dos nossos filhos; mas felizmente que elesnão estavam lá, ou teriam morrido ou ficado muitoferidos. Agradecemos a Deus por tê-los protegido.

Outra experiência foi maravilhosa e instrutiva. Ha-

via um pequeno jardim com flores na frente da casade culto. Visto que me feria a tratar das roseiras tiveuma ideia pouco luminosa: Peguei numa faca e eli-minei todos os espinhos daquelas roseiras e descan-sei à espera das novas rosas.

Para meu espanto não houve rosas. Tive de esperarpelo próximo ano e as rosas apareceram, mas comespinhos. Então, Deus deu-me uma importante liçãoque me pareceu ouvir: “Há! Querias rosas sem espi-nhos?! Isso é impossível. Quanto maior for a rosamaiores serão os seus espinhos”. Aprendi a lição enunca mais eliminei os espinhos às roseiras, nem ofarei jamais.

Enquanto estávamos em Águeda, minha mulherteve de ser internada no Hospital em Coimbra paratratamento e operação. Todavia, o médico rejeitouoperá-la devido aos seus problemas internos seremperigosos. Então, durante dois anos viajávamos paraCoimbra a fim de receber tratamentos oncológicos.Estes tempos foram mesmo difíceis, valendo-nostodavia algumas gentis irmãs com seus serviços eapoio cristãos. Também os meus irmãos e suas es-

posas nos ajudaram recebendo os nossos filhos maiscrescidos em suas casas.

Deus sempre pôs no nosso caminho homens e mu-lheres generosos dispostos a servir os outros emnome do Senhor. Só desta maneira pudemos cum-prir a missão, chegar ao final da carreira, e guardara fé.

Covilhã (1975-1978)

Entretanto, sentimos a chamada para nos deslocar-mos para a cidade da Covilhã. Mencionarei três dasexperiências mais importantes dali. Aproveito pararegistar duas com o carro. A primeira foi conduzirsobre a neve. Isto requer muita perícia, e eu não apossuía. Certa vez, ao descer a serra com a família,o veículo começou a deslizar na neve, até pareciaque se despenharia, mas de repente, por acção deDeus, consegui segurá-lo e usar o motor como tra-vão. Chegámos a casa com segurança, graças ao Se-nhor. Nenhum de nós partiu qualquer osso, só hou-ve escoriações que precisavam de leves tratamen-tos.

Noutra ocasião, dirigia-me com um casal de irmãospara o culto em Unhais da Serra. A estrada era decalçada e estava húmida pela neblina da tarde. Aoaproximar-me duma curva afrouxei a marcha com otravão, o que se não deve fazer, e o carro não faz adita curva, continua a sua marcha até cair num cam-po de milho no desnível aproximado de um metro emeio. Ao ver-me à beira do precipício, e sem podersegurar o veículo, exclamei: “É agora”.

Naquele momento pensei que seria o meu fim e doscompanheiros. Embora existisse à frente uma gran-de árvore que podia segurar-me, era perigoso por-que no embate seria desfeito o veículo e nós. Qualfoi o meu espanto quando observei que tinha caídonum campo de milho entre duas pequenas oliveiras.É digno de nota este facto: Não bati na grande árvo-re, nem caí em cima de uma oliveira! Deus operaraoutro milagre livrando-me da morte ou de ficar alei-jado. Alguns populares acorreram para observar osucedido e entre eles estava o dono do milho queperguntou: “Quem é que me paga este milho des-truído?”

E paguei quinhentos escudos por aquele milho quecertamente foi restaurado e produziu com abundân-cia. Mas glória a Deus.

O veículo não parou de trabalhar, mas eu parti o vo-lante com o peito, e a esposa do meu acompanhan-te, que viajava no banco traseiro, partiu o encostodo banco dianteiro. Os esticadores das rodas dian-teiras partiram também.

Alguém me tirou o carro do milho para a estrada eregressámos a casa. Quando cheguei, minha mulhercontou-me que lhe tinha sido revelado que teria umacidente para morrer. Satanás queria matar-me, já otinha afirmado anteriormente. Mas ela sempre oravanas minhas saídas, e suplicou por nós ao Senhor queprovidenciou o livramento. Nenhum de nós partiuqualquer osso, só houve escoriações que precisa-vam de leves tratamentos.

Outra das experiências foi o facto de termos idopara a Covilhã no tempo da revolução de 25 deAbril de 1974. Muitos refugiados do Ultramar fo-ram abrigados no edifício do antigo sanatório exis-tente na Serra da Estrela. Então, coube-me o privilé-

gio de visitar regularmente esse lugar levando so-corro e evangelização àquelas pessoas.

Levámos duas meninas para nossa casa, Marta e Ju-dite, que tinham perdido o pai na guerra angolana.Depois procurei internar a mais velha e dois irmãosno orfanato Lar de Betânea em Estremoz para rece-berem educação cristã.

Cantanhede - Coimbra (1978-1983)

Da Covilhã rumámos a Cantanhede, no Distrito deCoimbra. Guardo gratas recordações desse lugar,mas mencionarei as mais importantes. Uma das me-lhores experiências foi a edificação duma Casa deCulto na Sanguinheira, onde trabalhei desde as fun-dações até ao telhado ajudando naquilo que me erapossível. Uma das mais trágicas foi um frente afrente com Satanás.

Certa vez fui chamado por uma família, eram cercadas vinte e três horas, ao lugar de Pelicanos, porquealguém queria atirar-se ao poço e só com dificulda-de puderam deter. E lá vou eu outra vez à luta con-

tra Satanás. Enquanto me aproximava ouvi uma vozgrave a clamar: “Chamaram-te, eu cheguei cá pri-meiro e vou matar-te”.

Normalmente, costumo perguntar o nome dessapessoa para começar, e a resposta foi ouvida namesma voz: “Eu sou Lúcifer que tu persegues, mashei-de matar-te”. Realmente sempre tenho sido per-seguido por este adversário, mas também Deus metem concedido a vitória. Ele prometeu estar comigotodos os dias e tem sido fiel.

Claro que fiquei amedrontado com esta ameaçaconstante, por isso mais me agarrava ao Senhor econfiava no Seu poder para meu livramento. Emnome de Jesus todos os espíritos diabólicos saíam, eeste também haveria de sair.

Depois de muito esforço e cansaço, ouviu-se, paraespanto de todos, a mesma voz: “Bem, bem, deixa-me ir à festa”. Deixou a jovem senhora e deve terido à festa que se realizava ali perto. Depois de selevantar, perguntou ela: “O que foi isto? Porque es-tou aqui?” Contámos-lhe o sucedido, e facilmenteacreditou na sua libertação. Só temos que glorificar

a Deus.

Portalegre (1983-1988)

Partimos então para Portalegre, cidade do nortealentejano. Ali registámos também algumas memó-rias, das quais mencionarei as principais. Uma delasfoi quando um grande pedaço do estuque do tectoda sala de jantar caiu.

Era uma placa grande e grossa que poderia matar-nos ou ferir-nos, porém, não estávamos lá naquelemomento.

Isto, e o estado degradado do edifício obrigou-nos aprocurar uma casa em melhores condições, que ar-rendámos em nosso nome a uma organização socialdo estado. Anos mais tarde recebemos a proposta decompra, o que aconteceu com o dinheiro da igreja elhe pertence.

Certa vez, na viagem para Ponte de Sôr, um porcodesenfreado atravessa subitamente a estrada, mes-mo à minha frente pelo lado direito, e amolga-me oguarda-lamas. Consegui segurar o veículo e conti-

nuei a viagem com segurança. Mas não conseguiapanhar o porco para fazer chouriços.

Noutra ocasião, fui convidado por uma irmã, pos-suidora de um café em Alter do Chão, para liderar alibertação de uma empregada que revelava grandepossessão demoníaca. Contaram-me que quando en-trava em crise partia tudo na loja e provocava umprejuízo enorme.

Mas, como pertencia a gente pobre, a patroa tinhacompaixão e não a queria despedir. Os bombeirostinham de colocar-lhe colete de força para a trans-portar ao hospital, a fim de ser tratada. Estávamosnum culto familiar quando ordenei a libertação e seestatelou imediatamente no chão. Então, ordeneique se levantasse e a conduzi a Cristo.

Uma sobrinha da dona do café assistia certa vez aum culto familiar. No decorrer do mesmo praticoualguns actos muito estranhos. Tirou o relógio dopulso, arregaçou as mangas de ambos os braços ecomeçou arranhar-se com aquelas unhas grandescomo algumas senhoras usam. Já próximo do finalda reunião voltei-me para ela e ordenei ao espírito

imundo que saísse em nome de Jesus. Subitamentedeixa cair a cabeça em cima da mesa, à volta daqual estávamos. Depois disto perguntou intrigada emostrando os braços: “Quem me fez isto?” Imedia-tamente respondi: “Foste tu com as tuas unhas”.“Eu?!” interrogou ela. “Sim, mas foi o Diabo comas tuas unhas” respondi. A sessão continuou paraconduzi-la a Jesus.

Évora (1988-1996)

Em Évora tive igualmente algumas provações dig-nas de registo. Recordo uma delas quando uma se-nhora assistia ao culto e, de repente, começou a es-trebuchar no seu lugar. Dirigi-me para ela e ordeneiao espírito imundo que a deixasse em paz. A luta foide tal forma renhida que a dita senhora agarrou-mepela camisa e rasgou-a enquanto, ao mesmo tempo,marcava um grande arranhão no meu corpo. Queriaestrangular-me, mas Deus é mais poderoso e nãopermitiu que tal acontecesse. A sessão continuoupara igualmente a conduzir a Jesus.

Certa vez um pai aflito procurou-me porque lhe ha-

viam aconselhado que assim procedesse. Ele con-tou-me que já tinha despendido muito dinheiro nabusca de socorro para a sua querida filha que sofrianas mãos de Satanás.

Ela tinha visões e ouvia vozes que lhe roubavam osono e a tranquilidade. A primeira sessão aconteceumesmo assentados no sofá de minha casa. Conduziambos a Jesus e a seguir a mãe dela. Deu muito tra-balho, levou muito tempo, mas o esforço valeu apena porque o Diabo foi vencido, e uma família foiliberta da opressão e da angústia. Eu recebi maisuma filha, espiritual claro. Hoje são uma família fe-liz e assistem aos cultos regularmente.

È lamentável que algumas das pessoas que experi-mentaram a libertação do poder de Satanás não per-maneçam no caminho do Senhor; preferindo voltaràs veredas antigas para servirem o mesmo senhor edominador, e não permanecer fiéis à Palavra deDeus que as libertara. Estes existem em toda a par-te. Porém, outros rejeitam o assédio constante pararegressarem à vida anterior, preferindo sofrer in-compreensão e maus tratos pelo nome de Cristo.

Estes serão eternamente abençoados devido à suafidelidade ao Senhor.

Nesta cidade experimentei alguns dissabores entremuitas alegrias. O que mais me marcou pessoal-mente foi o ter de ser transportado ao hospital, certavez, devido a uma insuportável dor no peito. Estiveali algum tempo, melhorei e voltei para casa a fimde continuar a minha missão.

Apesar da constante doença de minha mulher, e dasdores que suporta diariamente, Deus sempre nosconcedeu a vitória em todas as provações. Por issotemos permanecido fiéis em todos os aspectos davida. Devemos a nossa vitória à misericórdia e aopoder do Senhor. Como escreveu S. Paulo: “Nãovos sobreveio nenhuma tentação senão humana;mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tenta-dos acima do que podeis resistir, antes com a tenta-ção dará também o meio de saída para que a possaissuportar” (1 Co 10:13).

Palmela (1996-2000)

De Évora rumámos para Palmela a fim de supriruma necessidade pastoral em colaboração com aigreja no Fogueteiro sob a liderança do Pr. Lucas daSilva. Nesta localidade parecia não haver provaçõesalgumas para os servos de Deus. Aparentemente es-tava tudo a favor, sem dificuldades importantes paraenfrentar. Mas não é bem assim; onde há rosas ha-verá também espinhos para ferir, embora, às vezeslevemente.

Uma experiência amarga foi quando regressávamosde um culto, durante a noite. Subitamente, numalomba, apareceu pela frente uma motorizada que meencandeou e embateu em nosso veículo sem que ativesse visto. Ouvimos somente o estrondo da bati-da do capacete do condutor. Soubemos depois queestava embriagado.

Nessa ocasião disse com imensa tristeza e aflição:“Já matei alguém”. Felizmente isso não tinha acon-tecido porque o companheiro dele ajudou-o e, apósalguns momentos, seguiram o seu caminho. O capa-cete foi o objecto da salvação dele e de alívio paramim. Depois lembrei-me do conselho do apóstolo

Paulo para usarmos sempre o capacete da salvação.Uma vez mais agradecemos ao Senhor pela sua pro-tecção.

Deus é fiel e poderoso para proteger seus filhos, etem operado maravilhas na minha vida. Sempre temestado comigo nos bons e nos maus momentos.

III

A INSTRUÇÃO

Eu tenho sido propriamente um autodidacta que,para compensar a falta de preparação académica najuventude, enveredou pelo estudo pessoal intensivo.Ainda tentei fazer um curso nocturno, mas os horá-rios alternados não permitiram a permanência, porisso concluí somente um ano. Então, a partir dosvinte anos dediquei-me ao estudo pelo método auto-didáctico e aprendi a ler, primeiro, francês, depoisinglês, ainda antes da minha conversão a Cristo.Depois adquiri um livro de português para estudan-tes do secundário. Estes conhecimentos me têm sidoúteis para pesquisar vários comentários e obras teo-lógicas importantes.

Após a minha conversão a Cristo, comecei a estudara Bíblia, o Livro que é realmente uma importanteBiblioteca. Qualquer estudante que anseia sabermais é inspirado a procurar e a consultar livros es-pecializados sobre os vários temas bíblicos. Assim,quando deparava com dificuldades, comprava umlivro qualificado para encontrar a resposta. Por isso,já alguém comentou que “tenho poucos, mas bons”.

Certa ocasião, ainda estava em Cantanhede, senti-me inspirado para estudar o grego bíblico. Compreium Manual de EstudoAutodidáctico e come-cei a árdua tarefa.Completei os estudos efiz abundantes co-mentários para revis-tas, usando os conheci-mentos adquiridos. Aseguir, querendo escla-recer algumas dúvidassobre o texto do Velho Testamento, enveredei peloestudo do hebraico bíblico. Adquiri um livro autodi-dáctico e procedi de forma semelhante.

Após aprender a ler o hebraico, tenho esclarecido ecomentado algumas dúvidas. Por exemplo, escrevium estudo sobre “Modas e Costumes” que foieditado pelo Monte Esperança Instituto Bíblico, eaparecerá mais à frente.

Outros escritos meus têm como base estas duas lín-guas bíblicas. Há quatro livros editados pela EditoraPró-Luz: Eis O Homem, A Pureza da Palavra, OReino de Deus e Medita Nestas Coisas. Existem ou-tros não editados, mas encontram-se actualmentepara edição. São eles: A Paixão do Servo (Traduçãodo Evangelho de Marcos com notas e Adenda), DaManjedoura à Cruz, Descobrindo a Vocação, GregoProgramado Autodidáctico, Comentários Haja Luz,Ministérios na Igreja, Propósitos de Vida Feliz,Quem é Este?, Triunfo do Amor, As Escrituras Ins-piradas, o Devocional Pão da Vida, e algumas bro-churas.

Estou certo, porém, que por mim mesmo nada con-seguiria, mas Aquele que tudo sabe me tem ajudadoe revelado pelo Seu Espírito.

Instituo Bíblico - Fanhões (2000-2007)

Apesar de não possuir qualquer grau académico,Deus providenciou que fosse convidado para leccio-nar no Instituto Bíblico do Monte Esperança comovisitante e, ao mesmo tempo, recebia melhor prepa-ração. Teve início no ano de 1992 quando comeceia leccionar História da Reforma. Depois leccioneioutras disciplinas bíblicas, incluindo grego. Tantoaprendi quanto ajudei os alunos a aprender, pois,quem não aprende não pode ensinar.

Então, Deus ordenou ao seu servo Professor Erick-son que me convidasse para frequentar o curso àdistância do Seminário Teológico Ministerial, noMonte Esperança, em Fanhões. Aceitei o convite einiciei os estudos com gosto e dedicação, que dura-ram quatro anos, recebendo a graduação em Junhode 1998. Foi óptimo aprender com professores es-pecializados e conviver com estudantes interessadosem servir melhor.

No início do ano 2000 quis o Senhor levar-me parao Monte Esperança, em Fanhões, e participar nocorpo lectivo. Tem sido, para mim, uma valiosa ex-

periência conviver e colaborar com dedicados ho-mens e mulheres de Deus na nobre missão de pre-parar obreiros para a seara do Senhor. Nesta função,tenho aprendido ainda mais a arte de estudar e ensi-nar.

A culminar esta etapa, quis a direcção da Escola, napessoa do seu director Harry Osland, agraciar-mecom a Licenciatura Honoris Causa na graduação deverão de 2007. Agradeço, mas glorifico ao meuSenhor que me tomou pela mão e me tem ensinadoao longo dos anos. A Ele, pois, toda a glória.

Chegou a reforma, mas de modo algum poderei fi-car inactivo. Ao longo dos anos, as letras têm sido aminha ocupação, e continuarão a ser, pois o meuSenhor assim me ordena, e tenho que obedecer aoSeu propósito. Não poderei fazer outra coisa. Quan-do deixar de fazer isto morrerei, e quando morrerdeixarei de fazer o que tenho feito.

Além disso, quero seguir o conselho do apóstoloPaulo que diz: “Portanto, quer comais quer bebais,ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para gló-ria de Deus.” 1 Co 10:31.

No início do ano 2009, fui convidado pelo Director do Instituto Bíblico, Pr. Paulo Branco, para prosse-guir a criação do Museu de História da Igreja em Portugal numa sala do edifício administrativo.

Ocupei-me nessa tarefa durante cinco anos. Quandojá estava organizado, o meu coração falhou e tive deabandonar o serviço e consultar o médico.

Mais tarde, o médico de família enviou-me para o cardiologista, e este para a respectiva operação.

IV

A DOENÇA

A doença de Maria José começou com o nascimentodo primeiro filho, Samuel, em 1966 no Hospital deSanta Maria, em Lisboa, por cesariana. No início deestar a servir em Rio Maior, nasceu o segundo filho,João Paulo, em Caldas da Rainha, igualmente porcesariana. A experiência mais amarga e difícil foiquando nasceu o nosso terceiro filho. A Maria Joséfoi conduzida pela parteira para o Hospital de San-tarém. Embora os médicos esperassem um partonormal, como anteriormente, ele não acontecia.

Os médicos foram chamados durante a noite paraefectuarem a uma cesariana de emergência. Apósesta ocorrência, Maria José sofria uma embolia ce-

rebral, hoje AVC, ficando em coma profundo duran-te muito tempo. O seu lado esquerdo inchara de talforma que, quando a visitei, parecia que duas pesso-as estavam na mesma cama.

O médico operador informou-nos que aquele AVCera para morte, (a minha mãe sucumbira aos trinta enove anos) mas “Deus operara um milagre como játinha acontecido com outras da vossa igreja” disseele. Contudo, segundo a sua experiência, ele espera-va que Maria José teria de viver numa cadeira derodas o resto da sua vida. Pois ela permaneceu na-quele hospital cerca de sessenta dias com a criançaa seu lado, visto eu não ter possibilidade de a ter co-migo. Todavia, Deus operou o milagre, e ela recu-perou do coma, embora não na saúde. As respecti-vas mazelas continuam a atormentá-la.

Foi nesta ocasião que começou o calvário de sofri-mento para ambos. Não cessaram as visitas a hospi-tais e médicos. A Segurança Social gastou, e nósgastámos também segundo a nossa possibilidade.Durante todo este tempo, muito nos valeram asofertas dos nossos queridos irmãos.

Havendo rumado até Águeda, a saúde de MariaJosé agravou-se e teve de ser internada no HospitalUniversitário de Coimbra. Finalmente, devido a vá-rias complicações, os médicos rejeitaram operá-lapara lhe extrair o mal com que se debate. Houve atéquem aconselhasse para não se deixar operar senãoem Coimbra, e quando fosse velhinha, onde haviamaiores recursos.

Tendo rumado até Portalegre, também ali foi inter-nada para operação. E foi operada, mas somentepara extracção da vesícula. Quanto ao restante, o es-pecialista limitou-se a encerrar e a informar que nãopodia fazer mais. Disse-me pessoalmente: “Se co-meçasse a cortar não sabia onde terminaria”. Oraisso era perigoso, e ela era ainda uma jovem que elequeria manter viva. Jamais esqueceremos o precio-so auxílio daqueles queridos irmãos. A partir destaocasião jamais foi internada, pois ela mesma receiamaior sofrimento pelo facto, e segue o conselho querecebeu. Assim, tem convivido com o próprio mal,agravado nos três partos desde o primeiro em 1966.

As consultas médicas têm sido constantes, o dinhei-

ro gasto bastante, e as amarguras muitas, mas a mi-sericórdia de Deus, a fé e a confiança no Seu poder,têm providenciado ânimo suficiente para suportartodas as coisas. Glorificamos a Deus que nunca nosabandonou nem desamparou, esteve sempre ao nos-so lado e providenciou socorro através de filhosqueridos onde quer que O servimos. Agora, MariaJosé segue uma medicação simples para auxiliar océrebro e a circulação sanguínea. O seu útero conti-nua com a bexiga colada, tumores no seu interior, eo cólon causando-lhe muitas dores por estar cance-roso. Tudo precisava de ser extraído, mas é impossí-vel pelo receio de deixar de viver, e ser útil à famí-lia. Porém, Deus é maravilhoso e operou na MariaJosé, eliminando o câncer atormentador. Estamosgratos.

Embora a Maria José tenha duas pernas e dois bra-ços, é como se não tivesse, pois o cérebro foi afec-tado e perdeu a sensibilidade em dois desses mem-bros. Todavia, ela criou os filhos, tem realizadotodo o serviço de casa, tem executado bordadospara ajudar nalgumas necessidades, e actualmentesão entregues para fins missionários.

Apesar de não ter sido completamente curada, a suavida está marcada pelo milagre, e por isso agradece-mos e glorificamos a Deus. Mas sabemos uma coisaimportante: Quando chegar ao céu não sentirá maisdor, nem doença nem mal algum. Ali haverá perfei-ta saúde.

Recentemente, também eu sofri enfarte do miocár-dio e tive de recorrer ao Hospital de Santa Maria,em Lisboa, onde fui submetido a cateterismo paracuidar da tensão arterial e da circulação sanguínea.Estou actualmente a seguir a medicação e sinto-mebem, graças ao Senhor.

O meu coração

No final de 2013 o meu estado cardiológico agra-vou-se e decidi abandonar o serviço que vinha fa-zendo na criação do Museu de História da Igreja. E,no início de 2014, o nosso filho, que vivia connos-co, procurou uma casa mais próxima do seu traba-lho. Encontrou uma em Loures, que arrendou, e nósfomos viver com ele para apoio mútuo.

Entretanto, o médico de família resolveu entregar omeu caso ao cardiologista no Hospital de Loures.Este, por sua vez, após um ano de consultas, mandafazer em Santa Maria exame por cateterismo. O re-sultado veio rápido, aconselhando a operação ao co-ração. Visto em Loures não haver ainda este servi-ço, teria que ser feito em Santa Maria. E, aos 28 deSetembro de 2015 entrava no Hospital para ser ope-rado, onde permaneci cerca de duas semanas. .Re-cebi alta e fui para casa.

Agora, repousando em casa, comecei a sentir-memuito mal e fui levado às urgências em Santa Ma-ria. Os exames revelaram onze patologias clínicas efiquei logo internado em Medicina, onde estive dedois a onze de Novembro de 2015. Recebi alta e fuilevado para casa novamente. A médica de medicinateve o cuidado de providenciar um Posto médicoperto de Loures e uma enfermeira para cuidar demim em casa nos primeiros tempos.

Passados dois anos, continuo em tratamento e vigi-lância médica com sucesso. Deus é excelente.

A minha próstata

Havia já alguns anos que vinha tratando a minhapróstata, mas em Maio de 2016, o seu estado agra-vou-se e fui às Urgências. Nesse dia tive de ser in-ternado no Hospital de Loures, onde estive desdedois a nove desse mês.

Mas, o meu estado não melhorou significativamen-te, Então, comecei a ser assistido em Urologia, atéque a especialista decidiu pela operação. Esta acon-teceu a 28 de Dezembro do mesmo ano e tive altano dia 30. Correu bem e sinto-me bem. Porém, oexame do material retirado acusou adenocarcinomae prossigo exames e tratamento ao restante. Passadoalgum tempo, o último exame não revelou quais-quer sinais de câncer.

Neste percurso, posso dizer que tive seis médicos acuidar de mim: clínico familiar, cardiologista, ope-radores, urologista, e o grande especialista JesusCristo.

Os meus olhos

Há já alguns anos que necessito de óculos parqa aleitura, mas as cataratas atacaram-me os olhos, im-pedindo assim uma visão perfeita, e sujeitei-me amais uma operação para extrair esse obstáculo visu-al. Aos 25 de Junho de 2018 serei examinado a fimde preparar a referida operação. Em tudo isto tenhosido e serei vencedor, porque Deus está comigo emtodas as circunstâncias.

V

A GRATIDÃO

Finalmente, resta mencionar a gratidão a Deus e atodos os cristãos que nos têm ajudado no cumpri-mento do nosso ministério. Primeiramente, ao meucaro amigo Pr. João Trindade de Oliveira por me terconvidado para aceitar Cristo como meu salvador eSenhor. A um querido casal de irmãos que gentil-mente custeou a nossa estadia no primeiro InstitutoBíblico. Depois, aos professores que providencia-ram belos ensinamentos segundo as possibilidadesda época. Então, à igreja Assembleia de Deus emLisboa e à Missão Nacional que nos apoiaram eofereceram o primeiro veículo que possuí e conduzino serviço do Senhor.

Recordo a gentileza e o apoio do Pr. José Barros esua esposa, enquanto éramos cooperadores em RioMaior. Este querido irmão manifestou interesse emprocurar o Sr. Dr. Ernesto Moreira para que a minhamulher fosse assistida por um especialista com for-mação cristã. Assim como agradecemos ao Sr. Dou-tor por ter efectuado o serviço de parto, outra cesa-riana, sem receber quaisquer proventos.

Lembro ainda os queridos irmãos da igreja em Cal-das da Rainha, que nos apoiaram, e alguns disponi-bilizaram sangue para minha mulher, cujos nomes éimpossível mencionar aqui.

Não deixo de mencionar os queridos irmãos de RioMaior, sobretudo aqueles que estiveram mais próxi-mos nós. Recordo ainda a querida irmã Arminda,que se prontificou a transportar minha mulher parao Hospital de Santarém.

A “avó” Cândida e a irmã Celeste, que nos apoia-ram mais directamente, enquanto a Maria José e obebé estavam internados e depois disso. Muito lhesdevo. Só o Senhor lhes pode recompensar, e o faráconforme a Sua promessa.

Em Águeda, recordo a querida família Vidal, cujosmembros estiveram muito próximos de nós e nosapoiaram notavelmente. O estado de minha mulherera tão débil que nem podia segurar a criança. Porisso, a irmã Noémia Vidal sempre nos acompanhouem nossas idas ao hospital, segurando no bebé re-cém nascido enquanto eu conduzia o veículo. Re-gisto aqui também a nossa gratidão.

É justo mencionar a querida irmã Alice Santa Bar-bara pelo seu interesse, como enfermeira, por minhamulher durante o seu internamento em Coimbra.Ela e seu marido são um estimado casal que nosmarcaram com a sua gentileza e serviço cristão. OPr. José António Lourenço e sua digna esposa pelomaravilhoso apoio concedido em vários aspectos,muito nos valeram na ocasião. Esperamos que todosestes queridos serão recompensados agora e na eter-nidade.

Tivemos o grato prazer de cooperar com o prezadoPr. Miguel Cóias, em Coimbra, cuja amizade recor-damos sinceramente. A humanidade, o cristianismo,e a espiritualidade do casal Cóias contribuíram para

que fossem realmente nossos amigos e exemplo noministério. Muito lhes devemos por isso. Assimcomo à igreja na área de Cantanhede, pelo carinhocom que nos trataram.

Em Portalegre recordamos a estimada irmã JustinaDurão que, quando a Maria José teve de ser interna-da mais uma vez, nos apoiou grandemente em visi-tas constantes para fazer o serviço de casa. Ela foiuma verdadeira amiga.

O referido internamento aconteceu para extracçãoda vesícula e observar se poderia também ser extraí-do o útero, afectado. Infelizmente não foi possívelpor correr risco de morte. Note-se que na ocasião tí-nhamos três filhos para cuidar e enviar à escola. Naocasião estava connosco uma equipa do barco Dou-los, cujos membros foram prontos a ajudar-nos nasnecessidades do lar.

Menciono ainda a estimada irmã Margarida Cam-beiro, em Évora que, vivendo ao nosso lado, nosapoiou igualmente nos momentos críticos de minhamulher. Assim como alguns vizinhos que, emboranão professassem a nossa fé, sempre nos ajudaram

suprindo necessidades materiais. Tivemos neles ver-dadeiros amigos.

Finalmente, é justo lembrar o Pr. Lucas da Silva esua querida esposa Leonor, que muito nos apoiaramenquanto cooperámos com eles na igreja do Fogue-teiro, no Seixal. Ainda nos encontrávamos em Évo-ra, o Pr. Lucas providenciou um veículo em condi-ções para nos deslocarmos na nossa missão. Alémdisso, já editou alguns dos meus livros. A irmã Leo-nor sempre diligenciou para que a Maria José nãousasse sempre a mesma roupa. Estes queridos ir-mãos têm sido verdadeiros amigos ao longo dosanos.

Oramos e rogamos a Deus que recompense a todosos mencionados agora e na eternidade, e colham deacordo com a sua sementeira. A Deus toda a glória.

FAMÍLIA FELIZ

VI

OS BENEFÍCIOS DA FÉ

A fé tem grande importância na relação entre Deuse o homem. Sem a mesma não é possível haver co-

munhão com o Criador,nem receber dele assuas benesses. Sem fé éimpossível agradar aoSenhor e motivá-lo aconcedernos as Suasbênçãos. Sem fé nin-guém ouvirá a Sua voz,nem será um discípulofiel. A fé é o elemento

mais importante para alguém ser feliz.

Alguém disse que “a verdadeira fé é o meio termoentre a rapidez com que alguém precipitadamentecrê e a pertinácia em não crer senão no que se podedemonstrar pela razão”. E santo Agostinho diz que“a fé é crer no que não vemos, e a recompensa destafé consiste em ver o que cremos.” Fé é ver o quenão temos para ter o que não vemos.

Muitas pessoas alegam não ter fé por não observa-rem factos convincentes. Na realidade não têm féporque não escutam a Palavra de Deus. A mesmafoi escrita para crermos que Jesus é o Cristo, o Fi-lho de Deus, e para que crendo tenhamos a salva-ção. Quem ouve e lê a mensagem da Bíblia recebe afé suficiente para desfrutar as maravilhosas bênçãosdo Céu.

Há três factores importantes para a felicidade: AsSagradas Escrituras, a Graça de Deus, e a nossa Fé.

A vida física depende de quatro factores como: ali-mento, energia, exercício e repouso. A vida espiritu-al segue a mesma norma, embora conte com outrosfactores importantes: O cristão vive pela fé, fortale-ce o espírito na fé, exercita-se na fé e serve pela fé.

Primeiro, fé implica confiança no carácter de Deus.Pelas Sagradas Escrituras sabemos que Deus é san-to, justo e bom. Ele é fiel às suas promessas. Porisso, a fé confidencia com Deus sobre os problemaspessoais, por mais difíceis que pareçam. Certo cen-turião romano, que confiava no poder de Jesus,confidenciou-lhe a necessidade do seu servo e comoreconhecia a Sua autoridade. “Jesus, ouvindo isso,admirou-se e, voltando-se para a multidão que o se-guia, disse: Eu vos afirmo que nem mesmo em Isra-el encontrei tamanha fé.” (Lc 7:9).

Segundo, fé implica confiança na provisão de Deus.Encontramos uma ilustração exemplar no relato deGénesis 22, que apresenta a fé de Abraão na provi-são de Deus: “Então disse Isaque a Abraão, seu pai:Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu fi-lho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, masonde está o cordeiro para o holocausto? RespondeuAbraão: Deus proverá para si o cordeiro para o ho-locausto, meu filho. E os dois iam caminhando jun-tos.” (Gn 22:7,8). Na hora do sacrifício Deus impe-diu Abraão de imolar Isaque e supriu aquela neces-sidade com um cordeiro preso num arbusto ao lado.

Em resultado dessa provisão, Abraão chamou àque-le lugar ‘Jahveh Jiré’ que significa ‘Deus proverá’.

A fé arrisca-se a coisas difíceis, assim como constana Galeria dos Heróis da Fé no livro de Hebreus ca-pítulo onze.

Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindopara um lugar que havia de receber por herança; esaiu, sem saber para onde ia.

Pela fé peregrinou na terra da promessa, como emterra alheia, habitando em tendas com Isaque eJacó, herdeiros com ele da mesma promessa; por-que esperava a cidade que tem os fundamentos, daqual o arquitecto e edificador é Deus.

Igualmente, Paulo confiava nas riquezas do seuDeus para suprir as necessidades dos crentes, comoestá escrito: “O meu Deus suprirá todas as vossasnecessidades, segundo as suas riquezas na glória emCristo Jesus.” (Fl 4:19).

Terceiro, a fé implica confiança no amor de Deus. Eeste amor é melhor definido pelo vocábulo grego‘agape’ porque é o amor da entrega, do sacrifício

pelo outro. Isto foi demonstrado por Deus, ao entre-gar o Seu único Filho por nós em sacrifício paraque, mediante a fé nele, possamos viver isentos depecado e sem condenação. Como está narrado emJoão 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal ma-neira que deu o seu Filho unigénito, para que todoaquele que nele crê não pereça, mas tenha a vidaeterna.”

E, se nos deu o Filho, como nos não daria tambémtodas as boas coisas?! “Aquele que nem mesmo aseu próprio Filho poupou, antes o entregou por to-dos nós, como não nos dará também com ele todasas coisas? (Rm 8:32).

A fé persevera na esperança, à semelhança da mu-lher cananeia, e, por esse motivo, a sua acção foihonrada pelo Senhor: “Então respondeu Jesus, edisse-lhe: ó mulher, grande é a tua fé! seja-te feitocomo queres. E desde aquela hora sua filha ficousã.” (Mt 15:28).

A fé é provada na obediência aos mandamentos deDeus e qualquer coisa que lhe pedirmos dele a rece-beremos, como João escreveu: “e qualquer coisa

que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guar-damos os seus mandamentos e fazemos o que éagradável à sua vista.” (1 Jo 3:22).

Quarto, a fé implica servir a Deus incondicional-mente. A fé manifesta-se no serviço feito em nomede Deus e para glória de Deus. Como diz Tiago:“Que proveito há, meus irmãos, se alguém disserque tem fé e não tiver obras?

Porventura essa fé pode salvá-lo? (Tg 2:14). E con-tinua com uma ilustração muito prática: Se um ir-mão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta demantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser:Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhesderdes as coisas necessárias para o corpo, que pro-veito há nisso? Assim também a fé, se não tiverobras é morta em si mesma.” (Tg 2.15-17).

Por conseguinte, podemos dizer que fé é confiar nocarácter imutável de Deus, na sua provisão, no seuamor e servi-lo incondicionalmente, fazendo tudoem Seu nome e para sua glória, como prova da nos-sa fé. Isto agrada a Deus e é fonte de provisão.

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VII

SALVAÇÃO E VIDA

Apraz-me apresentar aqui o meu primeiro texto, es-crito após a minha conversão, ou recepção do Se-nhor Jesus como meu Salvador e Senhor. Aconteceuaos dois de Junho de 1962, num culto com a cola-boração da Mocidade Para Cristo, na Assembleia deDeus na Rua Neves Ferreira, em Lisboa. O referidotexto, editado na Revista Novas de Alegria emAgosto de 1964, segue incluso abaixo.

A. O Propósito de Deus

Quero, pelo nosso mensageiro da verdade, levar aoconhecimento dos estimados leitores o propósito de

Deus para trazer-me ao recinto de salvação.

Tendo eu sido criado num lar católico, aprendi,como é natural, os preceitos católicos, os quais nun-ca observei sinceramente.

Aos sete anos de idade fiz a primeira comunhão, emais tarde, num dia aprazado, recebi o crisma. Fre-quentei a catequese, aprendi muitas orações, mesmoalgumas em latim. Ajudava, na falta do sacristão, osacerdote na missa. Enquanto frequentava a escolaestava sempre pronto para este serviço religioso. Saída escola e comecei a trabalhar. Tudo acabou. Tudoesqueceu. A casa construída na areia havia sidoderrubada pelos ventos e pela chuva, Mt. 7:26, 27.

Mandaram-me então para Lisboa, onde há de tudo oque o mundo oferece. Eu, que outrora gostava doserviço religioso, tornara-me um ateu, descrendo dequalquer espécie de divindade. Blasfemava deDeus. Estava perdido. Não tinha paz, não tinha ale-gria, andava inquieto. Buscava, por todos os meios,satisfação e paz neste mundo, mas não era possívelencontrá-las, porque sem Deus não pode haver paznos corações; os ímpios não têm paz, Is. 48:22.

Assim andei perdido vários anos, sem Deus, sempai, sem mãe, sem família, sem lar, sozinho, entre-gue ao dissabor deste mundo perverso, governadopelo maior inimigo das almas, Ef. 2:2, sempre bus-cando a quem possa tragar, I Ped. 5:8.

Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, Ef.2:4, e, quando havia chegado o tempo determinado,Ecl. 3:1, segundo o Seu eterno propósito, levou-mepara um lugar onde havia duas dedicadas servas tes-tificando do Seu Nome. Ali, ouvi bastante acerca doSeu amor, mas como o meu entendimento estivesseentenebrecido pela dureza do meu coração, Ef.4:18, para crer naquilo que ouvia, continuava sepa-rado de Deus. Como era triste andar sem Deus!

Passou-se um ano e fui trabalhar para outra casa,enquanto me afastava cada vez mais de Deus. MasDeus, que tinha o Seu propósito, enviou um íntimoamigo meu, já convertido, procurar trabalho juntode mim. O patrão não o admitiu por estar próxima asua incorporação militar. O inimigo estava à suamão direita para se lhe opor, Zac. 3:1. Mas Deus,que nunca falha nos Seus propósitos, fez com que,

mais tarde, o Seu servo fosse admitido no mesmolugar. Aleluia! Era a vitória.

Porém, o meu amigo não me convencia com as suaspalavras. Eu bem conhecia o seu passado pecamino-so. Somente quando verifiquei, por seu testemunhopróprio, que ele era uma nova criatura, II Cor. 5:17,cedi ao pedido: “Vamos à casa do Senhor”. Aleluia!Eu fui e fiquei lá. Fiquei na Casa do Senhor quandome convidaram a descansar nos braços do mei-go JESUS. Então, descansei e recebi paz no meucoração.

Deus achou-me e, logo me chamou Seu filho, S.João 1:12. Portanto, hoje tenho Deus, Pai, Mãe, Fa-mília e Lar celestial. Aleluia! Jamais haverá triste-zas em mim, pois Jesus está sempre ao meu ladopara suprir todas as minhas necessidades, Fil. 4:9.Jamais andarei perdido, pois creio n’Aquele quedesceu da glória e veio a este pobre mundo para quetodo aquele que n’Ele crê não se perca mas tenha avida eterna, S. João 10:10. Após três meses de terentrado neste Lar, o Pai me selou, também, com oselo da promessa, para nunca mais sair, que Ele dis-

se que é para todos, tantos quantos Deus nosso Se-nhor chamar, Actos 2:39. Aleluia! Hoje vivo feliz enada me faltará porque o Senhor é o meu SumoPastor, (Salmo 23).

Prezado leitor que lês estas linhas, repara neste sim-ples testemunho como Deus ama o pecador, e comotem propósitos para tudo. Pensa bem na tua situaçãoe se ainda não conheces o Senhor Jesus Cristo pro-cura encontrar-te com Ele ainda hoje, porque ama-nhã pode ser tarde.

B. O Arrependimento

Enquanto João pregava, preparando o caminho parao Messias, muitas pessoas respondiam ao seu apeloe pediam o baptismo. Mas ele exigia deles a mani-festação de sinais de arrependimento. Então, todosperguntaram: “Que faremos?” Vamos observar asrespostas de João a cada classe de pessoas.

1. “Quem tiver duas túnicas, que reparta com o quenão tem, e quem tiver alimentos que faça da mesmamaneira” (Lc 3.11). Aqui, notamos que o primeiro

sinal de arrependimento é amor. Amar ao próximocomo a nós mesmos é mandamento do Senhor. Apessoa que se arrepende sinceramente está dispostaa mudar de vida para ser uma nova criatura emCristo (2 Co 5.17). Assim como Cristo prova o seuamor por nós dando a sua vida na cruz, também nósprovamos o amor aos irmãos dando a vida por eles,1 Jo. 3.16. As obras realizadas em favor dos outrossão a prova do verdadeiro arrependimento e da ge-nuína fé (Tg 2.15–17). O arrependido não fica in-sensível às necessidades do próximo. Portanto, arre-pendimento é mais do que sentir pesar. É mudançade atitude em relação ao pecado e mudança de vida.O amor não prejudica, só edifica.

2. “Não peçais mais do que aquilo que vos está or-denado” (Lc 3.13). Notamos que o segundo sinal dearrependimento é justiça. Justiça é reconhecer os di-reitos dos outros e cumprir os nossos deveres. Aspessoas que se arrependem deixam de prejudicar ecomeçam a ajudar. Não usam dois pesos e duas me-didas nos seus negócios porque isso é abominávelao Senhor.

Lucas relata o encontro dum funcionário público is-raelita com Jesus, do qual resultou o arrependimen-to daquele. Visto ser cobrador de impostos ao servi-ço de Roma, Zaqueu fazia o seu salário por percen-tagem. Mas, não se contentando com o estabelecidopor lei sobrecarregava os contribuintes com impos-tos mais pesados. Durante o encontro com o Senhorfoi convencido do pecado e fez confissão do seu ar-rependimento: “Senhor, eis que eu dou aos pobresmetade dos meus bens; e se em alguma coisa tenhodefraudado alguém o restituo quadruplicado” (Lc19.8). Zaqueu reconheceu o direito dos outros edispôs-se a cumprir os seus deveres. Perante estaatitude Jesus declarou a salvação na sua casa. A jus-tiça não prejudica, só edifica.

3. “A ninguém trateis mal, nem defraudeis, e con-tentai-vos com o vosso salário (Lc 3.14). O terceirosinal de arrependimento é paz. A paz é uma caracte-rística de vida nova com Cristo. Primeiro, experi-mentamos a paz interior como resultado de justifi-cação (Rm 5.1). Logo, a pessoa arrependida procuraviver em paz com todos, pois é também um sinal vi-sível do reino de Deus (Rm 14.17,19).

Jesus, apresentando a ética do reino de Deus, ensi-nou o seguinte: “Eu, porém, vos digo: Amai a vos-sos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazeibem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos mal-tratam e vos perseguem, para que sejais filhos devosso Pai que está nos céus; porque faz que o Seusol se levante sobre maus e bons e a chuva desçasobre justos e injustos” (Mt 5.44,45).

Por conseguinte, os sinais de verdadeiro arrependi-mento são amor, justiça e paz. Estas característicasdevem acompanhar o arrependimento e a fé. Semelas ninguém pode agradar a Deus, nem provar asua fé. Deus concedeu-nos o Espírito Santo paranos ajudar a viver desta maneira.

C. A Salvação

A salvação consta de cinco itens especialmentemuito importantes. Três deles relacionam-se com aacção de Deus. Os outros dois dizem respeito à nos-sa atitude acerca do sacrifício de Cristo. David atri-bui a sua salvação ao Senhor, que é a sua rocha, for-taleza e refúgio (Sl 18:2).

Visto que o Homem transgrediu as leis do Criadorteria que receber algum castigo por esse facto. Deustinha sido muito claro ao advertir o primeiro casalpara não desobedecer à Sua ordem. Pois, caso issoacontecesse perderia a vida que recebera d’Ele. Ora,aconteceu que ambos cometeram transgressão domandamento comendo do fruto proibido. Então,perderam a comunhão com Deus e a vida espirituale eterna.

Entraram em queda contínua até chegarem ao caosem todos os aspectos. E este caos atingiu propor-ções tais que o Senhor decidiu enviar um dilúviopara destruir a humanidade, salvando somente umafamília de oito pessoas, com alguns animais, atravésduma gigantesca arca que lhes mandara construir.Com muita fé e perseverança, Noé alcançou a sal-vação com a sua família. Sem dúvida que isto foiexpressão dum acto amoroso de Deus.

Mas Deus não queria salvar somente aquelas oitopessoas; Ele tem interesse em todos quantos criou ecolocou nesta terra. Por isso prometeu a sua salva-ção através da semente da mulher noutra expressão

amorosa registada em Génesis. E fez um convite àhumanidade nestes termos: “Olhai para mim e se-reis salvos, vós todos os confins da terra; porque eusou Deus, e não há outro.” (Is 45:22)

1. Amor

O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, asseveraque “Deus deseja que todos os homens sejam sal-vos.” Por este motivo, o Senhor agiu amorosamente

na preparação desta caríssimasalvação e, “vindo a plenitudedos tempos, Deus enviou seu fi-lho, nascido de mulher, nascidosob a lei” (Gl 4:4). “PorqueDeus amou o mundo de tal ma-neira que deu o seu Filho unigé-nito para que todo aquele quenele crê não pereça, mas tenha a

vida eterna.” (Jo 3:16)

O Senhor não tem prazer que as suas criaturas se-jam condenadas, por isso resolveu o problematransferindo a condenação para o Seu querido Filhoque, oferecendo-se voluntariamente para tomar o

nosso lugar, foi morto entre dois malfeitores repre-sentando toda a humanidade. Como escreveu o au-tor de Hebreus: “mas agora, na consumação dos sé-culos, uma vez por todas se manifestou para aniqui-lar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.” (Hb9:26).

2. Sacrifício

Visto que o pagamento do pecado requer sacrifício,Deus instituiu, no princípio, o sacrifício de animaissem defeito algum sobre os quais os pecadores con-fessavam os seus pecados que eram queimados noaltar. Todos aqueles sacrifícios eram uma figura tí-pica de nosso Senhor Jesus Cristo que havia de virpara tirar o pecado do mundo. Quando veio, foi re-conhecido por João Baptista que proclamou aosseus ouvintes: “Eis o Cordeiro Deus que tira o peca-do do mundo.” E João, no seu Evangelho, asseguraque Jesus não veio para condenar o mundo, maspara salvá-lo.

Quando o Senhor iniciou o Seu ministério dirigiu-seà sinagoga da sua terra e aí foi convidado para fazera leitura e leu uma profecia a Seu respeito: “O Espí-

rito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiupara anunciar boas novas aos pobres; enviou-mepara proclamar libertação aos cativos, e restauraçãoda vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimi-dos e para proclamar o ano aceitável do Senhor.”(Lc 4:18,19).

Então, Pedro, cheio do Espírito santo, afirma que“em nenhum outro há salvação; porque debaixo docéu nenhum outro nome há, dado entre os homens,por quem devamos ser salvos.” (At 4:12).

3. Graça

A graça é o acto generoso de Deus ao entregar oSeu querido Filho para ser sacrificado em nosso lu-gar. O justo em lugar dos injustos. O santo em vezdos pecadores. Ele podia dar a Sua vida porque ti-nha poder para tornar a tomá-la. Desta forma cum-priu o castigo do pecado na Sua morte e ressuscitoupara nos conceder a vitória sobre a própria morte.Como escreveu o apóstolo Paulo: “Porque, se pelaofensa de um só, a morte veio a reinar por esse,muito mais os que recebem a abundância da graça,e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Je-

sus Cristo.” (Rm 5:17).

Graça é a oferta do perdão de Deus aos pecadoressujeitos à condenação eterna. Agora não há maiscondenação para os que andam com Cristo, mas hávida abundante e eterna para desfrutar na presençade Deus. Quando a graça de Deus e a fé do pecadorse encontram é operado o milagre da salvação, comescreveu S. Paulo: “Porque pela graça sois salvos,por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom (pre-sente) de Deus.” (Ef 2:8).

4. Fé

A fé é o acto de confiar plenamente na acção gene-rosa de Deus em nosso favor. Pois, “sem fé é im-possível agradar a Deus; porque é necessário queaquele que se aproxima de Deus creia que ele exis-te, e que é galardoador dos que o buscam.” (Hb11:6). E João escreveu o seguinte: “Quem crê nelenão é condenado; mas quem não crê já está conde-nado; porquanto não crê no nome do unigénito Fi-lho de Deus.” (Jo 3:17).

A fé deve ser manifesta por acções adequadascomo, por exemplo, o baptismo: “Quem crer e for

baptizado será salvo; mas quem não crer será con-denado.” (Mc 16:15). E ainda a invocação ao Se-nhor: “e acontecerá que todo aquele que invocar onome do Senhor será salvo.” (At 2:21).

Certa vez, um carcereiro perguntou a Paulo e a Silaso que deveria fazer para ser salvo, e “responderameles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tuacasa. Então lhe pregaram a palavra de Deus e a to-dos os que estavam em sua casa. Tomando-os eleconsigo naquela mesma hora da noite, lavou- lhesas feridas; e logo foi baptizado, ele e todos os seus.”(At 16:33).

5. Perseverança

Isto foi o próprio Senhor que o afirmou como ad-vertência para nós: “E sereis odiados por todos porcausa do meu nome, mas aquele que perseverar atéao fim, esse será salvo.” (Mt 10:22). Perseverançasignifica não desistir nas contrariedades, oposição,ou perseguições. É seguir em frente olhando paraCristo diariamente, Senhor experiente na perseve-rança.

Por isso mesmo, pôde Ele entregar-nos estes bons

conselhos a fim os seguirmos fielmente: “Pela vos-sa perseverança ganhareis as vossas almas.” (Lc21:19). E continua: “Mas a que caiu em boa terrasão os que, ouvindo a palavra com coração recto ebom, a retêm e dão fruto com perseverança.” (Lc8:15). E o autor da Epístola aos Hebreus escreveu oseguinte: “Porque necessitais de perseverança paraque, depois de haverdes feito a vontade de Deus, al-canceis a promessa… Portanto, nós também, queestamos rodeados de tão grande nuvem de testemu-nhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tãode perto nos rodeia, e corramos com perseverança acarreira que nos está proposta, fitando os olhos emJesus.” (Hb 11:1,2).

D. O Baptismo

O baptismo é uma prática antiga aplicado aos neófi-tos. Era sinal de iniciação do indivíduo na práticareligiosa e servia como símbolo de integração nogrupo a que se destinava. A primeira referência bí-blica ao baptismo é para nos relatar a pregação deJoão Baptista seguida do baptismo de arrependi-

mento. “Naqueles dias apareceu João, o Baptista,pregando no deserto da Judeia, dizendo: Arrepen-dei-vos porque é chegado o reino dos céus. Porqueeste é o anunciado pelo profeta Isaías, que diz: Vozdo que clama no deserto; Preparai o caminho do Se-nhor, endireitai as suas veredas.” (Mt 3.1–3). A par-tir deste referente a João, a Bíblia menciona ainda obaptismo de Jesus, e o baptismo dos apóstolos.

O baptismo de João era ministrado aos judeus que oprocuravam no deserto para ouvir a sua mensagemde arrependimento. Ele declarava-lhes ousadamenteo seu pecado e exigia-lhes uma conversão práticapara anuir a baptizá-los. Uns confessavam os seuspecados e eram baptizados. A outros, porém, retru-cava ele: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fu-gir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos dearrependimento…” (Mt 3.7,8). “Eu, na verdade, vosbaptizo em água para o arrependimento; mas aqueleque vem após mim é mais poderoso do que eu, quenem sou digno de levar-lhe as alparcas; ele vos bap-tizará em Espírito Santo e fogo.” (Mt 3.11).

O baptismo de Jesus foi efectuado neste contexto do

deserto. É digno denota o facto deJoão procurar escu-sar-se a baptizar Je-sus pelo facto denão achar nelequalquer pecado.Porém, o Senhor,ainda que sem pe-cado, exigiu o cum-primento da justiça fazendo-se baptizar por João,ainda que este fosse menor. Encontramos neste fac-to uma grande lição de humildade e submissão da-quele que era o maior e sem necessidade alguma dearrependimento nem confissão de pecados. Ele ofez para servir de exemplo a todos os seus discípu-los na História da humanidade. Ninguém tem o di-reito de sentir desnecessário o seu baptismo, vistoque, além do Senhor, não há um justo sequer, por-que todos estão em pecado e sob o domínio do pe-cado.

Depois vem o baptismo dos apóstolos, assim cha-mado porque eles foram incumbidos de pregar o ar-

rependimento e baptizar aqueles que aceitassem asua palavra na disposição de continuarem a ser ins-truídos na doutrina dos apóstolos, como está escrito:“Portanto indo, fazei discípulos de todas as nações,baptizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Es-pírito Santo; ensinando-os a observar todas as coi-sas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estouconvosco todos os dias até a consumação dos sécu-los.” (Mt 28.19,20).

Ao celebrarem a Festa do Pentecostes, os discípulosreunidos esperavam ansiosos pelo cumprimento dapromessa e, de repente, o Espírito Santo encheutoda a casa e começaram a louvar a Deus em outraslínguas. O facto atraiu a multidão que, admirada,acusava os discípulos de estarem embriagados commosto. Isto obrigou Pedro a dar uma explicação de-talhada do acontecimento e rematou com as seguin-tes palavras: “Saiba pois com certeza toda a casa deIsrael que a esse mesmo Jesus, a quem vós crucifi-castes, Deus o fez Senhor e Cristo.” (At 2.36). Pe-dro acusou-os de terem humilhado Jesus, mas Deusexaltou-o soberanamente.

E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu cora-ção, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos:Que faremos, irmãos? Pedro então lhes respondeu:Arrependei-vos, e cada um de vós seja baptizadoem nome de Jesus Cristo, para remissão de vossospecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At2.37,38). “De sorte que foram baptizados os que re-ceberam a sua palavra, e naquele dia agregaram-sequase três mil almas e perseveravam na doutrinados apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nasorações.” (At 2.41,42).

O baptismo significa que o candidato já se conside-ra como morto para o pecado, mas vivo para Deus,conforme escrito por Paulo: “Ou, porventura, igno-rais que todos quantos fomos baptizados em CristoJesus fomos baptizados na sua morte? Fomos, pois,sepultados com ele pelo baptismo na morte, paraque, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortospela glória do Pai, assim andemos nós também emnovidade de vida.” (Rm 6.3,4). Por conseguinte, obaptismo é um marco histórico da restauração, dorecomeço para uma vida nova.

E. A Vida Cristã

Dizem que a vida é bela, mas bela é a vida cristã.Não existe melhor quando é vivida à semelhança doSenhor Jesus. Como Mestre, Ele deixou-nos o me-lhor exemplo a fim de ser seguido dedicadamente, eaté disse: “Porque eu vos dei o exemplo para que euvos fiz façais vós também” (Jo 13.15). A vida cristãcomeça no relacionamento com Deus, o qual é de-pois comprovado pelo relacionamento com o próxi-mo.

1. Relacionamentos

O bom relacionamento começa no amor recíproco.Quando duas pessoas se amam mutuamente aí háóptimo relacionamento, a ponto de estarem prontosa ajudar um ao outro conforme as necessidades.Acerca disto o Senhor declarou que “ninguém temmaior amor do que este, de dar alguém a sua vidapelos seus amigos.” (Jo 15:13). Este foi o Seu ex-emplo de amor. Depois de ter servido em sua vida,serviu na sua morte. E João assevera que se Ele as-sim nos amou, também devemos amar uns aos ou-

tros. (cf. 1 Jo 4.11).

O supremo exemplo encontra-se nas palavras se-guintes corroboradas pela prática constante do Se-nhor perante os discípulos: “Mas a vós que ouvis,digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos quevos odeiam” (Lc 6:27). Isto, que Ele sempre fez, fi-cou gravado pelas suas fiéis testemunhas que oacompanhavam diariamente. E, a este respeito, Joãoatesta o seguinte: “o que vimos e ouvimos, isso vosanunciamos para que vós também tenhais comu-nhão connosco; e a nossa comunhão é com o Pai ecom seu Filho Jesus Cristo.” (1 Jo 1:3).

O historiador Lucas informa-nos da prática correnteentre os cristãos primitivos ao dizer que “persevera-vam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, nopartir do pão e nas orações.” (At 2:42). E o apóstoloPaulo entregou-nos este mandamento da parte doSenhor: “Amai-vos cordialmente uns aos outroscom amor fraternal, preferindo-vos em honra unsaos outros” (Rm 12:10). É este procedimento queproduz bons relacionamentos.

2. Discipulado

Discipular envolve a prática de ensinar e aprender.Existe sempre alguém que ensina e alguém queaprende. O próprio vocábulo grego 'matheteo' temeste duplo significado. Eis um exemplo na práticade Jesus instruir os discípulos, e pregar para fazermais discípulos: “Tendo acabado Jesus de dar ins-truções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensi-nar e a pregar nas cidades da região.” (Mt 11:1).Outra área do discipulado é o discípulos seguir oseu mestre: “Então disse Jesus aos seus discípulos:Se alguém quer vir após mim negue-se a si mesmo,tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24).

Os primeiros discípulos foram preparados e ordena-dos para fazerem discípulos em todas as nações, etambém a ensiná-los segundo o modelo de vidacristã: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as na-ções, baptizando-os em nome do Pai, e do Filho, edo Espírito Santo, ensinando-os a observar todas ascoisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28:19). Edeixou-nos uma advertência de suprema importân-cia, a que devemos dar crédito: “Ide, pois, e apren-dei o que significa: Misericórdia quero, e não sacri-fícios. Porque eu não vim chamar justos, mas peca-

dores.” (Mt 9:13).

3. Evangelismo

A própria palavra significa levar boas notícias,como foi relatado por Lucas: “O anjo, porém, lhesdisse: Não temais, porquanto vos trago novas degrande alegria que o será para todo o povo.” (Lc2:10). Embora não pareça, mas onde está ‘vos tra-go’ consta o verbo grego ‘euaggelizomai’ (euangue-lizomai) que significa ‘vos evangelizo’ ou, anuncioa boa notícia: “É que vos nasceu hoje, na cidade deDavi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lc2:11).

Este foi igualmente o ministério constante do Se-nhor, pois: “percorria Jesus toda a Galileia, ensinan-do nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, ecurando todas as doenças e enfermidades entre opovo.” (Mt 4:23). E foi também a sua suprema or-denança com vista ao alargamento do seu reino: “Eeste evangelho do reino será pregado no mundo in-teiro, em testemunho a todas as nações, e então viráo fim.” (Mt 24:14).

4. Adoração

Nós fomos criados com o propósito de sermos ado-radores e servidores do Criador. Quando estas duasacções são descuidadas não estamos em bomrelacionamento com Deus. Quando Jesus estava nodeserto e foi tentado respondeu peremptoriamente:“Está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só aele servirás.” (Lc 4:8).

Noutra ocasião, encontrou-se com uma samaritana,e à sua curiosa indagação respondeu: “a hora vem, eagora é, em que os verdadeiros adoradores adorarãoo Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procu-ra a tais que assim o adorem.” (Jo 4:23). E quandoJoão se prostrou perante um anjo para adorá-lo ou-viu da sua boca: “Olha, não faças tal; porque eu souconservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos queguardam as palavras deste livro. Adora a Deus.”(Ap 22:9).

5. Serviço

A adoração preconiza prestação de serviço desinte-ressado, feito pelo mérito da pessoa servida. Jesusviveu deste modo para dar-nos o exemplo, comoestá escrito: “Pois também o Filho do homem não

veio para ser servido, mas para servir e para dar asua vida em resgate de muitos.” (Mc 10:45).

A nosso respeito Ele declarou que: “Se alguém mequiser servir, siga-me; e onde eu estiver ali estarátambém o meu servo; se alguém me servir, o Pai ohonrará.” (Jo 12:26). O Senhor advertiu a respeitodo conceito errado de serviço prestado a Deus: “Ex-pulsar-vos-ão das sinagogas; ainda mais, vem ahora em que qualquer que vos matar julgará prestarum serviço a Deus.” (Jo 16:2).

Mas ensinou que o verdadeiro serviço a Deus é cui-dar dos necessitados como se fosse Ele mesmo onecessitado: “E responder-lhes-á o Rei: Em verdadevos digo que, sempre que o fizestes a um destesmeus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim ofizestes.” (Mt 25:40). E Paulo aconselha-nos a fazertudo para glória de Deus. Transcrevo a versão de ‘OLivro’ de 2 Co 9.12 por ser esclarecedor: “São as-sim dois os bons resultados da vossa generosidade:contribuir para satisfação das necessidades doscrentes em Jerusalém e suscitar louvores a Deus.

Conclusão

O arrependimento leva-nos, primeiro, ao bom rela-cionamento com Deus, depois com os outros. A se-guir vem o discipulado, no qual aprendemos a serdiscípulos à medida do Senhor e a cumprir a nossamissão de evangelizar, seguindo-se a adoração aDeus e serviço ao próximo como se ao Senhor fos-se.

F. A Família Cristã

Génesis 2:18

“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o ho-mem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora para estarna sua presença.”

Questão

Visto que Deus planeou o casamento entre dois se-res de sexo diferente, por que razão aparecem ho-mens e mulheres reclamando direitos legais paracontrair casamento com indivíduos do mesmo sexo?

Problema legal

Segundo o artigo 1577 do Código Civil, o casamen-to “é o contrato celebrado entre duas pessoas desexo diferente que pretendem constituir família me-diante uma plena comunhão de vida”.

Mas, o artigo 13º da Constituição diz que ninguémpode ser privilegiado,beneficiado, prejudica-do, privado de qualquerdireito ou isento de qual-quer dever em razão deascendência, sexo, raça,(…), condição social ou

orientação sexual”. (In, CM, 1–5-07).

Está planeado alterar a Constituição. Desconhece-mos, porém, qual será a sua alteração, mas sabemosque a Lei Divina é mais importante que a lei doshomens. Guiemo-nos por ela.

Contexto bíblico

Para encontrar a resposta para esta questão sigamosa pista do relato bíblico. Primeiramente, considere-mos a segunda narrativa de Génesis: “Criou, pois,Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o

criou; homem e mulher os criou. Então Deus osabençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos;enchei a terra e sujeitai-a;” (Gn 1:27,28). Como te-ria sido possível, no início, multiplicarem-se seexistissem só homens, ou somente mulheres? Maseles multiplicaram-se e encheram a terra de habitan-tes de ambos os sexos.

Então, temos o facto de Deus ter criado ambos à suaprópria imagem, semelhantes, portanto, em pensa-mento, inteligência e volição. Além disso, a mulheré parte do homem, e os dois completam-se perfeita-mente no casamento. Por isso, O Senhor tambémdisse: “Portanto, deixará o homem a seu pai e a suamãe e unir-se-á à sua mulher e serão uma só carne.”(Gn 2:24).

Após terem transgredido às ordens do Senhor, Adãorespondeu: “A mulher que me deste por companhei-ra deu-me da árvore, e eu comi.” (Gn 3:12). O Cria-dor não deu um homem ao primeiro homem, masuma mulher capaz de o completar e ajudar nopovoamento da terra. Dois homens não teriam pos-sibilidade de se multiplicar e povoar a terra.

Consideremos agora o castigo que era infligidoàqueles que transgrediam as normas divinas do ca-samento: “O homem que adulterar com a mulher deoutro, sim, aquele que adulterar com a mulher doseu próximo, certamente será morto, tanto o adúlte-ro, como a adúltera.” (Gn 20:10). E “se um homemse deitar com outro homem, como se fosse com mu-lher, ambos terão praticado abominação; certamenteserão mortos; o seu sangue será sobre eles.” (Lv20:13).

Para evitar a confusão dos sexos, Deus ditou a se-guinte norma distintiva: “Não haverá traje de ho-mem na mulher, e não vestirá o homem vestido demulher, porque qualquer que faz isto é abominaçãoao Senhor teu Deus.” (Lv 22:5). Note-se que as ves-tes, naqueles tempos bíblicos, eram distinguidas pe-las cores do tecido. Visto que o Senhor não toleraesta confusão a respeito de vestes, devemos admitirque, igualmente, abomine e rejeite a união de doishomens ou duas mulheres em casamento.

Observemos um exemplo, dos vários narrados naBíblia, em que uma mulher estéril deu à luz um fi-

lho por promessa e acção divinas: “Havia um ho-mem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Ma-noá; e sua mulher, sendo estéril, não lhe dera fi-lhos.” (Jz 13:2). Porém, Deus visitou-os e conce-deu-lhes um filho, a quem chamaram Sansão. Estamulher estava em condições de gerar, porém, umhomem não tem condição alguma para o efeito.Nem por milagre.

No tempo dos juízes, em Israel, uma tribo ficou pri-vada de mulheres, e os mancebos não tinham par-ceiras para o casamento. Então, “Disseram, pois osanciãos da congregação: Como havemos de conse-guir mulheres para os que restam, pois que foramdestruídas as mulheres de Benjamim?” (Jz 21:16).Não nos parece que, à falta de mulheres, alguém te-nha optado pelo homem. A solução foi encontradadoutra forma bem mais decente, procurando mulhe-res noutro lugar.

Até aqui temos considerado a narrativa do AntigoTestamento. Doravante, consideraremos o relato doNovo Testamento. S. Paulo é o grande instrutor nes-te aspecto: “mas, por causa da prostituição, tenha

cada homem sua própria mulher e cada mulher seupróprio marido. O marido cumpra à mulher os seusdeveres conjugais, e do mesmo modo a mulher aomarido.” (1 Co 7:2,3). Como observamos, a lei divi-na atribui deveres mútuos entre um homem e umamulher. “Todavia, no Senhor, nem a mulher é inde-pendente do homem, nem o homem é independenteda mulher. pois, assim como a mulher veio do ho-mem, assim também o homem nasce da mulher,mas tudo vem de Deus.” (1 Co 11:11,12). Aindaninguém nasceu de dois homens, ou de duas mulhe-res, prova prática de aberração abominável a uniãohomossexual.

O apóstolo instrui ainda os deveres sociais entremarido e mulher, não entre dois homens, destemodo: “Vós, mulheres, submetei-vos a vossos mari-dos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeçada mulher, como também Cristo é a cabeça da igre-ja, sendo ele próprio o Salvador do corpo.” (Ef5:22,23). Quem será a cabeça entre dois homens?Aquele que toma o lugar do homem? Se isso é já di-fícil entre sexos opostos, quanto mais entre sexosiguais? Esta é mais uma prova da grande aberração

do homossexualismo.

O mesmo doutor da Igreja apresenta, na sua cartaaos romanos, a sua violenta crítica acerca do ho-mossexualismo, informando a que se deve esse des-vio sexual: “pois trocaram a verdade de Deus pelamentira, e adoraram e serviram à criatura antes queao Criador, que é bendito eternamente. Amém. Peloque Deus os entregou a paixões infames. Porque atéas suas mulheres mudaram o uso natural no que écontrário à natureza; de modo semelhante, tambémos varões, deixando o uso natural da mulher, se in-flamaram em sua sensualidade uns para como osoutros, varão com varão, cometendo torpeza e rece-bendo em si mesmos a devida recompensa do seuerro. E assim, como eles rejeitaram o conhecimentode Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um senti-mento depravado, para fazerem coisas que não con-vêm… os quais, conhecendo bem o decreto deDeus, que declara dignos de morte os que tais coi-sas praticam, não somente as fazem, mas tambémaprovam os que as praticam.” (Rm 1:25–28,32)

Como instrução final, consideremos o que foi escri-

to aos hebreus do primeiro século: “Honrado sejaentre todos o matrimónio e o leito sem mácula; poisaos devassos e adúlteros, Deus os julgará.” (Hb13:4).

ConclusãoA prática normal do casamento, segundo a lei divi-na, é um homem e uma mulher separados de seuspais para viverem unidos e continuarem a povoar aterra. A aberração e pecado do homossexualismoentrou no mundo por causa do pecado e do afasta-mento de Deus. Por este motivo, os factores de se-melhança entre homem e Deus foram anulados. Opensamento do homem difere bastante do de Deus,assim como a inteligência. Quanto à vontade, dire-mos que Deus tem um alvo e o homem procura ou-tro bem diferente.

Por isso, o Senhor os abandona aos seus instintospecaminosos até completarem a medida do mereci-do castigo. Como escreveu João: “Mas, quanto aosmedrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, eaos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, eaos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte

será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a se-gunda morte.” (Ap 21:8). “E não entrará nela (naNova Jerusalém) coisa alguma impura, nem o quepratica abominação ou mentira; mas somente os queestão inscritos no livro da vida do Cordeiro.” (Ap21.27).

VIII

SER CRISTÃO

Há uma grande diferença entre ser cristão e serevangélico. O título ‘evangélico’ deixou de fazersentido porque já nada tem a ver com as Boas No-vas de Jesus e dos apóstolos. Os modernos gruposreligiosos, rotulados ‘evangélicos’, na sua avidezdesenfreada por crescimento, deixaram de se preo-cupar com a pureza do evangelho, e passaram a usartoda a espécie de ardis e promessas para cativar osincautos. Estão mais concentrados no espectáculosem espiritualidade, que no amor a Deus e ao próxi-mo. Muitas de suas interpretações aparecem fora docontexto, adulterando assim o verdadeiro sentido daPalavra de Deus. Alguns deixaram de merecer o tí-tulo de cristãos porque desprezam o amor, a humil-

dade, afinal, o exemplo de Jesus.

Quanto a mim, desejo continuar a ser cristão comperfil marcado pela Palavra de Deus. Estou decidi-do a examinar tudo quanto ouvir ou ler para saberse está conforme as Sagradas Escrituras. O culto,mesmo sem ser igual, é semelhante ao dos cristãosprimitivos? O amor a Deus e ao próximo é parecidoao dos primeiros tempos do cristianismo? A comu-nhão, ou ajuda mútua, é da mesma natureza à dostempos apostólicos? Quero ter esses cristãos comoexemplo, e não me estribar em modernices isentasde cristianismo prático. Quero permanecer fiel à Pa-lavra de Deus, sem forçar nem torcer o seu real sen-tido para obter dividendos pessoais. Não embarcoem promessas de prosperidade, senão aquela previs-ta na Palavra de Deus em recompensa da fé, comoestá escrito: “Seja a vossa vida isenta de ganância,contentando-vos com o que tendes; porque ele mes-mo disse: Não te deixarei, nem te desampararei.”(Hb 13:5).

Prefiro ser cristão à maneira bíblica, histórica e prá-tica. Desejo pertencer ao grupo dos que foram com-

prados pelo sangue do Cordeiro de Deus e vivem deacordo com a Palavra de Deus. Prefiro servir aDeus, fazendo o que Jesus faria, e não fazer a von-tade de algum iluminado, tornando-me escravo dassuas ideias e seus ideais. Quero ser eu próprio, semdeixar de pensar e decidir por mim mesmo à luz dasEscrituras Sagradas. Quero continuar a poder con-fessar que: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo,não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida queagora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus,o qual me amou, e se entregou a si mesmo pormim.” (Gl 2:20).

Afinal, quero continuar e irradiar o aroma de Cristopara que todos O conheçam como Salvador e Se-nhor. E este é o Seu aroma: “Nisto conhecemos oamor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós de-vemos dar a vida pelos irmãos.” (1 Jo 3:16). Queroviver e servir sob o lema do amor, e não através domedo e do terror, proclamado por alguns, que maisparece terrorismo evangélico. Quero ser apenas umcristão no meio de tantos outros, que procura servira Deus com os dons recebidos, fazendo o que Jesusfaria no meu lugar. Um cristão enviado pelo Senhor

pode mesmo ser incompreendido e rejeitado, comoos profetas no passado, mas jamais o será por Aque-le que o comprou por elevado preço. Ele prometeuque não rejeitaria ninguém: “Todo o que o Pai medá virá a mim; e o que vem a mim de maneiranenhuma o lançarei fora.” (Jo 6:37).

Além disso, Jesus disse: “Quem vos ouve, a mimme ouve; e quem vos rejeita, a mim me rejeita; equem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.” (Lc10:16). E continuando: “Quem me rejeita e não re-cebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; apalavra que tenho pregado, essa o julgará no últimodia.” (Jo 12:48). Concluindo, quero continuar a se-guir e servir o meu Senhor e Mestre Jesus, porque éisso que me dá o direito a usar o título de ‘cristão’.Ser cristão é uma honra, mas somente recebe galar-dão enquanto o serviço e a glória for para Deus.Amém.

IX

MODAS E COSTUMES

INTRODUÇÃO

O vocábulo "moda' é definido da seguinte maneirapelo dicionário: uso passageiro que rege, de acordocom o gosto do momento, a maneira de viver, devestir, etc. Acerca do "costume" lê-se: maneira deagir, de vestir, etc., própria de um povo, de umaépoca ou de uma condição social. O homem, duran-te a sua história milenar, já teve muitos costumesque deram lugar a outros e estão constantemente emmutação. Nem seria de esperar outra coisa vistoque, à semelhança de Deus, o homem é também cri-tivo.

Esta qualidade impele-o à procura de coisas novas

provocando, deste modo, as mutações e a civiliza-ção diversificada de acordo com as regiões e gruposétnicos. Propomo-nos estudar algo sobre algunscostumes bíblicos que se relacionam com o nossotempo.

Como introdução, vamos ao encontro de Adão eEva e observaremos alguns costumes que actual-mente já não possuímos. Deus havia-os criado per-feitos e alegrou-se por isso. Porém, após a desobe-diência criaram a primeira moda em relação ao ves-tuário. Aventais de folhas de figueira foram as rudi-mentares roupas do homem que logo trocou por pe-les de animais mais próprias e agasalhadoras (Gn3:7,21). Quanto aos cabelos, devemos ter em contaque não havendo utensílios para cortá-los, tanto osdo homem como os da mulher cresceriam o máxi-mo, até mesmo a barba masculina.

Tinham também o costume de se abrigar em caver-nas disputando esses lugares com os animais selva-gens até que resolveram construir a sua palhota ru-dimentar que resultou na nossa casa confortável. Oseu hábito alimentar era o fruto do campo que lhes

proporcionava uma longevidade maravilhosa (Gn5:5). Acerca do casamento devemos notar que cedocomeçou a poligamia (Gn 4:19) e embora não fosseesse o plano de Deus, os hebreus adoptaram-no. Eque dizer do costume das mulheres oferecerem suasservas a seus maridos como Sara e Raquel fizeram?(Gn 16:3; 30:3). Somente podemos dizer que vive-mos num mundo em constante mutação.

A. AS VESTES

1. Generalidades

As vestes eram seme-lhantes para ambos ossexos entre os hebreus.Ambos usavam vesti-dos e túnicas, emborade cores diferentes paradistinguir os sexos. EmDeuteronómio 22:5 háuma advertência quan-

to ao uso de roupas entre os israelitas: "A mulhernão usará roupa de homem, nem o homem veste

peculiar à mulher; porque qualquer que faz tais coi-sas é abominável ao Senhor teu Deus".

O termo hebraico que aqui aparece para roupa ouveste "simlâh" י que se encontra também em Gn9:23 para a capa com que os filhos de Noé o cobri-ram e em Dt 22.17 para mencionar a roupa com quea moça se cobriu e serviria de prova da suavirgindade. O que aqui se diz na realidade é que nãousará o homem a capa da mulher nem esta a dohomem. Ou literalmente: "Não haverá objectosmasculinos sobre uma mulher, não vestirá o homemmanto feminino…" A diferença no tecido e nascores deve ter sido notável para que não houvesseengano provável. Ainda que fossem semelhantes asvestes não serviam para ambos os sexos. Cremosque se pode seguir a mesma regra em todos ostempos.

Verificamos neste costume bíblico alguma instruçãopara os homens de hoje usarem vestidos? Da mes-ma forma não vemos nele algum impedimento paraa modificação das vestes femininas desde que sedistingam das masculinas. E quantas modificações

têm sofrido as nossas roupas na história do vestuá-rio? Se assim não fora andaríamos ainda de panoenrolado ao tronco à espera da última moda, ou atémesmo com as peles como o homem primitivo.

Jesus não falou da maneira de vestir a quem querque fosse. Há, porém, uma referência a roupasquando Ele aconselha a que não haja inquietaçãopelo que havemos de vestir (Mt 6:31), mas isto éuma chamada de atenção para a abundância do SeuReino. S. Paulo aconselha as mulheres cristãs a tra-jar com modéstia e decência (I Tm 2:9). A ênfase édada ao conjunto da apresentação da mulher que,embora com bom gosto, não deve fazer-se notar pe-los vestidos luxuosos ou pelas joias que ostenta,mas sim por obras de justiça.

O mesmo conselho lhes dá o apóstolo Pedro (1 Pd3:3). Em ambas as referências não há a proibição aoadorno, visto que a ênfase, no contexto, vai para ocomportamento moral da mulher. Claro que se al-guém se apresenta na congregação extravagante-mente adornado será um insulto aos mais pobres.

2. Os Véus

Os véus que as mulheres hebreias usavam exigemque nos debrucemos um pouco sobre eles. Numaconcordância hebraica encontramos três véus nome-dos por termos diferentes:

a) “Mitpahath” é o manto que a viúva Rute usoupara carregar seis medidas de cevada (Rt 3:15). Erasemelhante à toga romana que cobria a cabeça egrande parte do corpo.

b) “Tsaiyph” foi usado pela donzela Rebeca quandose encontrou com Isaque e ainda pela viúva Tamarpara enganar seu sogro fazendo-se passar por pros-

tituta (Gn 24:65 e 38:14,19). Este

véu cobria-lhe o rosto e de tal formaque Judá não a reconheceu.

c) “Radiyd” era um véu degrandes dimensões, de tecidofino, usado pelas senhoras, eencontra-se mencionado em Ct5:7 e Is 3:23. Na Arménia asmulheres solteiras cobriamsomente o queixo, as casadasmetade das suas faces, e isto, na

sua maioria, como um sinal de sujeição. Supõe-seser este o véu mencionado por S. Paulo aoscoríntios em virtude de sua grafia e som serem bas-tante semelhantes ao verbo “ter domínio sobre”.

Levantar o véu a uma virgem tomava-se um grandeinsulto, enquanto tirar o véu a uma mulher casadaera uma das maiores indignidades que se podia re-ceber. E, realmente, as palavras do apóstolo em I Co11 revelam este sentido. Devemos ter em conta queCorinto era uma cidade grega, com outros costu-mes, onde existia o culto da prostituição sagrada àdeusa Afrodite, que era visitada por muitos mari-nheiros em busca de satisfação sexual. Uma mulhertinha de ir ali pelo menos uma vez na vida prestarculto, havendo ainda as "sacerdotisas" nesse serviçoperverso.

Entre os gregos somente as prostitutas, tão numero-sas em Corinto, saíam desveladas pelas ruas; as es-cravas usavam a cabeça rapada, o que era também apunição por adultério (Is 7.20). Os gregos, homense mulheres, permaneciam descobertos na oração pú-blica, e este costume Paulo recomenda aos homens.

Quanto às mulheres, diz que orar ou profetizar semvéu era a mesma vergonha como se estivesse rapada(v. 5). Por que motivo este incidente aconteceu nãose sabe ao certo.

É muito provável que se tenham convertido algu-mas gregas que, segundo os seus costumes, fre-quentavam as reuniões cristãs, o que levantou polé-mica entre as mulheres hebreias. Também é possí-vel que algumas mulheres cristãs tentassem pôr emprática o costume grego de orarem descobertas. No-tamos que existe aqui um choque de costumes dife-rentes. Sempre, que alguém tentou mudar costumeshouve um choque social.

Um caso semelhante, mas ao inverso, o encontra-mos em At 16:20,21 que diz: “Estes homens sendojudeus, perturbam a nossa cidade propagando costu-mes que não podemos receber nem praticar porquesomos romanos”.

A respeito do problema de Corinto o que observa-mos à luz dos originais é o seguinte: Paulo defendeo uso do tradicional véu hebreu para não ofender asmulheres judias que não queriam identificar-se com

as prostitutas do templo. O verdadeiro sentido dassuas palavras é este: “se alguma mulher não querocultar-se com o véu, então deve tosquiar-se. Masse é vergonhoso tosquiar-se ou rapar-se, então devecobrir-se (cf. v. 6). Nas expressões referentes a“cortar o cabelo” são usados dois vocábulos: “kei-rastho” e “xurasthai”. O primeiro tem um sentidovasto de cortar o cabelo, tosquiar as ovelhas, podar,etc. O segundo significa barbear-se.

Portanto, se a mulher não se oculta, tosquie-se.Concernente à cabeça descoberta ou coberta obser-vemos as expressões originais: No v. 5 observamosa expressão “akatakaluptoi tei kephalei”, literalmen-te “com a cabeça descoberta”. No v. 6 estão as for-mas verbais “katakaluptetai” cobrir-se, e “kataka-luptestho” o qual está no presente imperativo mé-dio, ordenando: cubra-se, oculte-se. Estes verbossão compostos com a raiz do substantivo “kaluma”(véu) e a preposição “kata” (para baixo) sendo, por-tanto, um véu da cabeça para baixo que oculta amulher.

Nos versos 13-15 lemos literalmente: “Julgai entre

vós mesmos: é próprio a mulher orar a Deus desco-berta? Ou não vos ensina a mesma natureza que seo homem tem cabeleira é desonra para ele? Mas sea mulher tem cabeleira é glória para ela, pois a ca-beleira em lugar de mantilha lhe foi dada”.

Primeiro, o apóstolo parece dar a escolher. Ou usa ovéu, ou corta o cabelo. No final diz que o cabeloestá no lugar do véu, parecendo haver contradição.Mas, com isto, Paulo está defendendo a cabeleira eo uso do véu ao mesmo tempo. E está tentando con-vencer as crentes coríntias que, conforme o costumee a natureza da mulher, é mais próprio e belo o ca-belo crescido. E, de facto, achamos mais bela umamulher com cabeleira do que à “Joãozinho”.

Porém, nas palavras bíblicas nada encontramos queinterdite cortar os cabelos e usá-los como entender,desde que seja a bom gosto e mantenha o aspectofeminino. O problema reside entre o verso 6 e o 15:aquele que diz que deve usar véu, este diz que o ca-belo está em lugar do véu.

A dificuldade está em que nós só possuímos um vo-cábulo para exprimir véu e os hebreus vários, e com

o sentido de mantilha, como observamos. No origi-nal, a raiz das palavras nos versos 5 e 6 é "kaluma"véu, enquanto no v. 15 diz que a cabeleira lhe foidada em lugar de “peribolaiou”.

Este era um véu fino, enquanto aquele era mais es-pesso e servia de mantilha para cobrir a face. Embo-ra a mulher coríntia tivesse um véu permanente emsua cabeça, era aconselhada a cobrir-se com umamantilha para não ser confundida com as adorado-ras de Afrodite. Porém, hoje não existe este proble-ma e não vemos necessidade que a mulher cristãuse qualquer véu para adorar.

O apóstolo resolve a situação com o v. 16: “Porém,se alguém intenta ser contencioso, nós não temos talcostume nem as igrejas de Deus”. Reparemos bem

na construção da frase e verificaremos que o costu-me que eles não tinham era “contender”, pois o ad-jectivo ‘tal’ refere-se à contenda. Isto é, não hajacontenda sobre os costumes dos povos.

3. Os Adornos

O adorno das mulheres tem de igual modo a adver-

tência dos apóstolos Paulo e Pedro:

"Do mesmo modo, que as mulheres, em traje decen-te, se ataviem com modéstia e bom senso, não comcabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuá-rio dispendioso, porém, com boas obras” (1 Tm 2:9)

“Não seja o adorno das esposas o que é exterior,como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparatode vestuário; seja, porém, o homem interior incor-ruptível com um espírito manso e tranquilo, que éde grande valor diante de Deus”. (I Pd 3:3,4)

Ao atentarmos na leitura, descobre-se que os escri-tores enfatizam a ideia de que a mulher cristã devetornar-se notória pela nova vida, testemunhada nasboas obras. Note-se que “do mesmo modo” refere-se ao modo da oração em público, mencionada an-teriormente, e ambos se dirigem às esposas, poisusam o vocábulo “gynaicas”. Naturalmente, não de-verão ser excluídas desta advertência pelo motivoque adiante se dirá. Quando os apóstolos mencio-nam os cabelos frisados, ouro e pérolas, referem-sea tranças ornamentadas com ouro e pérolas à voltada cabeça.

A palavra traduzida frisados é “emplokes” ou “pleg-masin”, ambas derivadas de “pleko” que significatecer, entrelaçar ou entrançar. É este mesmo verboque aparece nos evangelhos para mencionar a coroade espinhos que teceram para o Senhor. A expressãode S. Pedro “adereços de ouro” vem de “peritheseosxrysion” que literalmente significa pôr ouro em re-dor.

Ora, as mulheres orientais faziam tranças do seu ca-belo (lembremos as sete tranças de Sansão) e orna-mentavam-nas com ouro e pérolas à volta da cabe-ça. Punham ainda uma redezinha a segurá-la, e usa-vam jóias nos dedos, nos braços e nos artelhos.Confira-se com Isaías 3:16-24.

Parece que estes adornos eram uma cópia dos usa-dos pela deusa babilónica Istar e, portanto, símbolode paganismo. É este exagero pagão que os apósto-los aconselhavam a evitar para que as cristãs se nãoidentificassem com as mulheres pagãs e prostitutasdo templo.

De modo algum eles desaconselham o arranjo de-cente da mulher cristã. Ambos usam termos deriva-

dos de “kosmos” que, além de significar mundo,tem o sentido de ordem, bem arranjado. Senão, ve-jamos como a ordem da criação tem beleza. O quese dá é maior ênfase à beleza interior de santidade,mansidão e submissão ao marido.

E, o apóstolo Pedro refere-se ao bom testemunhopara conquistar os maridos descrentes para Cristo. Asua expressão “pois foi assim também que a si mes-mas se ataviaram outrora as santas mulheres” nãosignifica que elas não possuíam joias, e a prová-lotemos a oferta de Isaque a Rebeca (Gn 24:22,53). Émister que haja decência e ordem, e então haverámaior beleza.

B. OS COSTUMES

Falando de modas e costumes não omitiremos asbarbas masculinas e a gravata. Não seria, naquelestempos, honroso ao homem possuir barbas? (cf. IISm 10:4,5). Contudo, nós cortamo-la por exigênciada moda. É certo que não há nada no N.T. que nosoriente sobre o assunto, e, por esse motivo, cadaqual usa conforme o seu gosto.

Quanto à gravata não será esta um luxo desnecessá-rio e por vezes incómodo, exigido pela moda? Fale-mos um bocadinho da sua história. No século XVII,muitos croatas serviram a França como mercenári-os. Eles usavam uns lenços de vários formatos aopescoço que ganharam a simpatia dos franceses ecomeçaram também a usá-los, dando-lhes o nomede “cravate”, de croata. A partir daí, espalhou-sepela Europa e outros continentes, e teve a sua evo-lução até chegar à gravata actual. Afinal, andamostodos na moda!

Quanto à recepção dos hóspedes, os hebreus tinhamum costume muitocaracterístico. Quan-do alguém chegava,era saudado com umbeijo, era trazidauma bacia com águae uma toalha para la-var os pés e, ao mesmo tempo, era derramado óleoperfumado sobre a cabeça (Cf. Lv 7:44-46). Jesusrepreendeu Simão porque não praticara tal acto emsinal de amizade e hospitalidade. A respeito do

lava-pés encontramos essa prática em Gn 24:32,quando Labão recebeu o servo de Abraão.

O apóstolo João menciona no seu evangelho (cp.13) que Jesus lavou os pés aos seus discípulos eordenou que fizessem o mesmo uns aos outros. EPaulo recomenda que só devem ser inscritas nabeneficência as viúvas que tenham lavado os pésaos santos (1 Tm 5:10), o que prova ter sido ocostume entre os cristãos primitivos.

Sabendo que os caminhos eram poeirentos e o cal-çado simples sandálias, havia necessidade de provi-denciar esta higiene e, além disso, refrescar e revi-gorar os pés cansados da caminhada. Jesus, ao prati-car este acto dá-nos uma lição de humildade e ami-zade. Sendo Senhor, curva-se perante os discípulose serve-os como escravo. Ao mesmo tempo, prova-lhes a Sua amizade pela maneira como os serve,praticando o gesto de um bom hospedeiro.

Hoje não sentimos mais a necessidade de lavar ospés uns aos outros, mas podemos encontrar outrasmaneiras de manifestar a nossa humildade e amiza-de servindo-nos uns aos outros de acordo com as

necessidades da época, sobretudo sendo bons hospi-taleiros.

Em referência ao beijo da saudação teremos a dizerque este era um sinal de afeição, amizade, reverên-cia e submissão. O beijo poderia ser dado na boca,na face ou na mão, conforme a intenção. Reverênciae submissão seriam manifestadas pelo beijo na mão,enquanto a amizade era declarada pelo beijo naface. Esta prática e recomendada aos cristãos, con-forme se lê em: (Rm 16:16; 1 Co 16:20; II Co13:12; I Ts 5:26; I Pe 5:14).

Em todas as suas passagens, Paulo ordena que sesaúdem com o beijo santo, e Pedro manda que sesaúdem com o beijo do amor. Crê-se que por causados abusos, homens beijavam homens e mulheresbeijavam mulheres. Hoje, no ocidente as mulheressaúdam-se com o tradicional beijo, enquanto os ho-mens apertam a mão, sendo esta a prática entre oscristãos. O que importa é que se manifeste verda-deira fraternidade e amizade.

Quanto à prática da oração, observamos pela Bíbliaque naqueles tempos levantavam os olhos e as mãos

para o Céu. Jesus, tomando os cinco pães e os doispeixes, levantou os olhos ao Céu e abençoou-os (Mt 14.19). O apóstolo Paulo aconselha os homens aorar levantando mãos santas (I Tm 2:8). Todavia, aênfase está na isenção da ira e da contenda e nãonas mãos levantadas. O que importa é orar e ser ou-vido por Deus.

CONCLUSÃO

Concluindo, com estes apontamentos procuramoschamar a atenção para a realidade de que muitoscostumes são próprios de um povo e de uma época,sujeitos a mudanças de acordo com o desenvolvi-mento da cultura e da condição social, não havendo,por isso, motivo para se imporem a outros povos ede outras condições. Os próprios povos bíblicosabandonaram muitas práticas ancestrais, inserindo-se no contexto social contemporâneo. É mister, por-tanto, extrair o ensino espiritual e moral da mensa-gem bíblica e não ficar escravo da letra.

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Vida Nova

Old Testament Word Studies

Novo Testamento Grego

Word Pictures in the New Testament

O Novo Dicionário da Bíblia

Dicionário de Provérbios e Ditos curiosos

X

DECLARAÇÃO DE FÉ

Eu creio

... na Bíblia e na sua autoridade como única, infalí-vel e inspirada Palavra de Deus, como regra de fé eprática da vida cristã.

... num só Deus, como Espírito pessoal, perfeita-mente bom e existente em três pessoas distintas:Pai, Filho e Espírito Santo.

... na divindade do Senhor Jesus Cristo, a segundapessoa da Trindade, na Sua encarnação mediante onascimento virginal, na Sua vida absolutamenteisenta de pecado, nos Seus milagres, na Sua paixãoe morte expiatória e vicária como único meio de

salvação para o pecador, na Sua ressurreição corpó-rea, na Sua ascensão à dextra de Deus Pai, comoúnico Sumo sacerdote sobre a Sua Igreja.

... que o único meio para o homem alcançar a salva-ção e a remissão dos pecados é através de arrepen-dimento e fé no precioso sangue de Jesus.

... que a regeneração pelo Espírito Santo, a terceirapessoa da Trindade, é absolutamente essencial e oúnico meio do indivíduo se tornar filho de Deus eherdeiro, conforme a promessa.

... que a obra redentora consumada por nosso Se-nhor Jesus Cristo sobre a cruz, além da salvação daalma, providencia cura para toda a enfermidade físi-ca, em resposta à oração da fé.

... na bem-aventurada esperança do arrebatamentoda verdadeira Igreja de Cristo e na Sua próximavinda para a consumação deste evento.

... na vinda pessoal de Cristo à terra, após o arreba-tamento da Igreja, a fim de estabelecer o Milénio ereinar em justiça e paz.

... no verdadeiro baptismo por imersão, realizado

em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo,como testemunho da identificação do salvo comCristo na Sua morte, sepultamento e ressurreiçãopara uma vida nova.

... no baptismo do Espírito Santo, segundo Actos2.4, com o sinal confirmativo de falar línguas estra-nhas, que é dado aos crentes que o buscam.

... nos dons espirituais e respectivos ministériosconcedidos por Cristo à Igreja para sua edificação esucesso do Reino de Deus neste mundo.

... no poder santificador do Espírito Santo, atravésdo qual o crente é capacitado para viver uma vidasanta.

... na ressurreição dos salvos e dos perdidos, unspara a vida eterna e outros para condenação eterna.

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Quando ouvirem que o Constantino Ferreiramorreu, não acreditem.

www.editoraviseu.com.br/pt/autores/ Letra C

Toda a Escritura é Inspirada por Deus e

CONTINUEMOS A EMPURRAR