Construção de uma situação de aprendizagem

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MELHOR GESTÃO MELHOR ENSINO SÔNIA GABALDO SÔNIA REGINA SÔNIA MARIA LUCAS VALDENIR ZÉLIA CONSTRUÇÃO DE UMA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

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MELHOR GESTÃO MELHOR ENSINOSÔNIA GABALDOSÔNIA REGINASÔNIA MARIA

LUCASVALDENIR

ZÉLIA

CONSTRUÇÃO DE UMA SITUAÇÃO DE

APRENDIZAGEM

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TEXTO “PAUSA”MOACYR SCLIAR

Série: 9º ano E.F.Tipologia textual:

NarraçãoGênero: Conto

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Ativamento de conhecimento prévio:

Hoje vamos trabalhar um novo gênero.

Alguém sabe o que é uma conto?

O que é uma pausa?Se você ler um texto com o nome “Pausa”, consegue imaginar do que se trata?

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E essas imagens? Que mensagens elas transmitem?

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Texto “Pausa” Moacyr Scliar Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o

banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:

- Vais sair de novo, Samuel? Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.

- Todos os domingos tu sais cedo - observou a mulher com azedume na voz. - Temos muito trabalho no escritório – disse o marido, secamente. Ela

olhou os sanduíches: - Por que não vens almoçar? - Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche. A mulher

coçava a axila esquerda. Antes que voltasse a carga, Samuel pegou o chapéu: - Volto de noite. As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o

carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas.

Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé.

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• - Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? - Estou com pressa, seu Raul! – atalhou Samuel.

• - Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. – estendeu a chave. Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade.

• - Aqui, meu bem! - uma gritou e riu: um cacarejo curto. Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d’água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.

• Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos.

• Dormir. Em pouco dormia. Lá embaixo a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, as jornaleiras gritando, os sons longínquos.

• Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.

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Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido

por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá-lo com a lança. Esvaindo-se em sangue, molhado de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.

• Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu.

• Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista. - Já vai, seu Isidoro?• - Já – disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em

silêncio. - Até domingo que vem, seu Isidoro – disse o gerente.• - Não sei se virei – respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.• - O senhor diz isto, mas volta sempre – observou o homem, rindo.• Samuel saiu.• Ao longo do cais guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os

guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.

• Moacyr Scliar (http://w.michiganprevestibular.com.br/site/content/artigos/detalhe.php ?artigo_id=17)

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• DESENVOLVENDO OS CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS: GRAMATICAL, SEMÂNTICO , DISCURSIVO, PRAGMÁTICO E TEXTUAL

• O que você entende ao analisar o título Pausa?

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Faça uma relação das imagens acima com o texto lido.

Encontre no texto trechos que se relacione com o tema.

No trecho “ Olhou para os lados e entrou furtivamente”, qual é o significado da palavra grifada.

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“Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando”:

- Vais sair de novo, Samuel? Fez que sim com a cabeça.”

De acordo com a tipologia Narrativa, encontre os elementos que responda às questões:

Tempo;Lugar onde se da a ação;Quais as características das personagens.

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Uma vida não basta ser vivida. Ela precisa ser sonhada.Mario Quintana

O silêncio é o espaço que envolve toda a ação e vida em comum. Dag Hammarkskjod

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PAUSA - MÁRIO QUINTANA

Quando pouso os óculos sobre a mesa para uma pausa na leitura de coisas feitas, ou na feitura de minhas próprias coisas, surpreendo-me a indagar com que se parecem os óculos sobre a mesa.Com algum inseto de grandes olhos e negras e longas pernas ou antenas?Com algum ciclista tombado?Não, nada disso me contenta ainda. Com que se parecem mesmo?E sinto que, enquanto eu não puder captar a sua implícita imagem-poema, a inquietação perdurará.E, enquanto o meu Sancho Pança, cheio de si e de senso comum, declara ao meu Dom Quixote que uns óculos sobre a mesa, além de parecerem apenas uns óculos sobre a mesa, são, de fato, um par de óculos sobre a mesa, fico a pensar qual dos dois - Dom Quixote ou Sancho - vive uma vida mais intensa e portanto mais verdadeira...

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E paira no ar o eterno mistério dessa necessidade da recriação das coisas em imagens, para terem mais vida, e da vida em poesia, para ser mais vivida.Esse enigma, eu o passo a ti, pobre leitor.E agora?Por enquanto, ante a atual insolubilidade da coisa, só me resta citar o terrível dilema de Stechetti:"Io sonno un poeta o sonno un imbecile?"Alternativa, aliás, extensiva ao leitor de poesia...A verdade é que a minha atroz função não é resolver e sim propor enigmas, fazer o leitor pensar, e não pensar por ele.E daí? - Mas o melhor - pondera-me, com a sua voz pausada, o meu Sancho Pança -, o melhor é repor depressa os óculos no nariz.

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Socialização do texto.Faça uma comparação entre o texto Pausa de Moacyr Scliar, as imagens e o texto Pausa de Mário Quintana.

Produza um texto dizendo em que você gostaria de dar uma pausa;

Ilustre com um desenho a sua compreensão do texto.

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BiBLIOGRAFIA:ROJO. R.H.R(2002) A concepção de leitor e

Produtor de textos nos PCNshttp://tecopoetasonhador.blogspot.com.br/2010/07/pausa-mario-quintana.htmlhttp://pensador.uol.com.br/autor/dag_hammarkskjod/http://w.michiganprevestibular.com.br/site/content/artigos/detalhe.php ?artigo_id=17)

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