Construção e Validação de Instrumentos de Avaliação Da Gestão Da Diversidade

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    Construo e Validao de Instrumentos de Avaliao da Gesto da Diversidade:a Insero no Trabalho de Pessoas com Deficincia

    Autoria: Maria Nivalda de Carvalho-Freitas, Antnio Luiz Marques

    ResumoEsta pesquisa apresenta a construo e validao de dois instrumentos de avaliao da

    Gesto da Diversidade relativos insero de pessoas com deficincia nas organizaes: oInventrio de Concepes de Deficincia (ICD) e o Inventrio das Condies eProcedimentos de Trabalho (ICPT). Para a construo dos instrumentos foi realizada amplareviso de literatura, definidas as caractersticas dos construtos, realizados pr-testes e painelde especialistas. Para a validao dos construtos foram realizadas Anlise Fatorial dos doisinstrumentos e anlises da consistncia interna dos fatores, a partir de dados coletados em 18empresas do pas. A estrutura fatorial do ICD se constituiu em sete fatores: desempenho,

    benefcios, vnculo, normalidade, espiritual, treinamento e diversidade e a do ICPT em trs

    fatores: sensibilizao, adaptaes e prticas de RH. Os resultados indicam que o ICD e oICPT apresentam caractersticas que os tornam fidedignos para serem utilizados tanto em

    pesquisas acadmicas quanto no diagnstico e avaliao de prticas de Gesto da Diversidadeem empresas.

    1. Introduo

    A Gesto da Diversidade tem se configurado como uma questo relevante para ocampo do Comportamento Organizacional em funo das modificaes no mundo dotrabalho, fruto da globalizao e fuso das empresas e tambm devido s presses deorganismos internacionais e da legislao antidiscriminao dos pases. Essas mudanasimplicam numa maior heterogeneidade da fora de trabalho e na necessidade de administraras diferenas e as atitudes de discriminao em relao raa, etnia, gnero, deficinciasfsicas e mentais, dentre outros, visando a obteno de resultados.

    Especificamente sobre a diversidade com foco na insero no trabalho das pessoascom deficinciai, objeto da presente investigao, os resultados das pesquisas tmdemonstrado as dificuldades dessas pessoas para se inserirem e se manterem no mercado detrabalho a despeito da poltica de cotasii (HEINSKI e BIGNETTI, 2002; NERI (2003);BATISTA (2004)); as dificuldades percebidas pelas pessoas com deficincia ao buscar seinserir no mercado de trabalho (CARVALHO-FREITAS, MARQUES e SCHERER, 2004 eCARVALHO-FREITAS et al, 2005); as relaes entre prticas de diversidade e gesto da

    diversidade cultural (HANASHIRO e GODOY, 2004); as dvidas dos empregadores arespeito da prpria insero dessas pessoas no mercado de trabalho formal (OLIVEIRA,1993; PETEAN et al., 1994); os obstculos para ingressarem, manterem-se e cresceremdentro das empresas (LEWIS e ALLEE, 1992); a necessidade de adaptaes em postos detrabalho e falta de preparo do mundo industrial para absorver pessoas com deficincia.(SILVA, 1993) e a maior possibilidade de contratao dessas pessoas por parte de grandesempresas que possuam profissionais de Recursos Humanos (GOSS; GOSS e ADAM-SMITH,2000). Ademais, destacam-se atitudes contraditrias entre as empresas, que vo desde asegregao, ao contratarem essas pessoas por grupos e categorias em trabalhos consideradosinferiorizados, mantendo condutas discriminatrias, ao reconhecimento do desempenho das

    pessoas com deficincia e adequao das condies de trabalho s necessidades diferenciadas

    dessas pessoas (BATISTA, 2004).Analisando essas pesquisas que investigam a diversidade nas organizaes devido insero de pessoas com deficincia verifica-se que, na maioria delas, a questo da adequao

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    das condies de trabalho se constitui em uma dimenso relevante da gesto da diversidade eque necessita ser avaliada dentro do contexto organizacional, pois ela tem sido uma

    justificativa para a no contratao de pessoas com deficincia; para a segregao dessaspessoas em setores especficos e para a ausncia de possibilidade de ascenso profissional por

    parte delas.Outra dimenso considerada como um fator explicativo importante para a gesto dadiversidade a forma de interpretao compartilhada sobre a deficincia, devido seu impactonas aes e escolhas das pessoas. Por exemplo, Goss, Goss e Adam-Smith (2000) afirmamque a legalizao do trabalho das pessoas com deficincia esto ancoradas em duas formas deinterpretao principais sobre a deficincia: uma baseada numa viso de caridade que se apoiano esquema de cotas de emprego e que tem no modelo mdico sua forma privilegiada decompreenso da deficincia, isto , considerando a deficincia como um atributo individualresultado de uma patologia; e outra que defende o modelo social com forte nfase nosdireitos e que define a deficincia ou desvantagem como produto das limitaes causadas

    pelos impedimentos e barreiras sociais.

    Sassaki (1999), por seu turno, afirma que as polticas sociais voltadas s necessidadesdas pessoas com deficincia foram caracterizadas por dois modelos de interpretao dadeficincia: o modelo da integrao social que se constitui em uma viso mdica dadeficincia e que deu origem s prticas sociais que visavam melhorar a pessoa comdeficincia para conviver em sociedade; e o modelo da incluso social compreendido comoum processo bilateral em que a sociedade se adapta s necessidades das pessoas comdeficincia e essas pessoas buscam o seu desenvolvimento na sociedade.

    Ainda dentro desse fator explicativo, que contempla as interpretaes sobre adeficincia, esto os esteretipos entendidos como crenas generalizadas sobre caractersticas

    pessoais (atributos) de grupos minoritrios que so consideradas como tipicamente negativase que se concretizam atravs dos preconceitos. Vrias pesquisas foram produzidascontemplando a questo do preconceito em relao s pessoas com deficincia (OMOTE,1987; GLAT, 1995; CROCHK, 1996; POPOVICH et al, 2003; QUINTO, 2005, dentreoutros). Stone e Colella (1996), por exemplo, desenvolveram um modelo de fatores queafetam o tratamento das pessoas com deficincia nas organizaes, sendo um dos fatores osatributos (esteretipos) que os observadores (colegas e chefias) consideravam comocaractersticos das pessoas com deficincia.

    Tambm a questo da interpretao compartilhada sobre a deficincia foi analisadaatravs de uma abordagem histrica por alguns pesquisadores. Por exemplo, Pessotti (1984)apresenta a evoluo do conceito de deficincia mental desde a antigidade at o sculo XXcom vistas a explicitar a conquista do conhecimento da etiologia da deficincia e da educao

    especial e Ribas (1985) utiliza-se do argumento de que so os valores culturais,historicamente localizados, que permitem a identificao de pessoas estigmatizadas emfuno da deficincia.

    A exemplo das pesquisas mencionadas, necessrio conhecer as interpretaes sobreas concepes de deficincia no que se refere s possibilidades de trabalho dessas pessoas,considerando que a gesto da diversidade tem se tornando uma realidade para as empresas.Alm disso, esta uma lacuna nos estudos sobre a diversidade no trabalho e um fatorexplicativo importante para sua compreenso, pois informa sobre os pressupostos quenorteiam as escolhas e as aes em relao s pessoas com deficincia.

    Frente a este cenrio, o objetivo desta pesquisa desenvolver dois instrumentos dediagnstico que auxiliem na gesto da diversidade nas organizaes: um instrumento que

    avalie as principais modificaes das condies de trabalho necessrias para a insero depessoas com deficincia e outro que contemple as principais concepes de deficincia daschefias e das pessoas que trabalham, ou desejam trabalhar, com pessoas com deficincia. Na

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    literatura, no foram encontrados instrumentos que avaliassem as concepes de deficincia eas condies de trabalho necessrias insero de pessoas com deficincia, podendo-seconsiderar este estudo uma contribuio exploratria a este tema.

    O artigo est organizado em quatro partes, alm da presente introduo. Na prxima

    seo sero apresentados os pressupostos tericos que sustentaram a construo dosinstrumentos. Depois ser apresentada a metodologia utilizada para a construo e validaodos instrumentos de pesquisa, alm da caracterizao das amostras utilizadas. Na seoseguinte sero apresentados os resultados obtidos e finalmente as concluses do estudo.

    2. Fundamentao Terica

    Nesta seo sero apresentados os principais fundamentos de duas dimensesconsideradas relevantes na avaliao da gesto da diversidade: a adequao das condies detrabalho e as concepes de deficincia.

    2.1.A adequao das condies de trabalho

    A questo da diversidade, colocada pela insero de pessoas com deficincia nasorganizaes, tem especificidades que precisam ser avaliadas com vistas a garantir o acessodessas pessoas ao trabalho e sade e segurana dentro das organizaes.

    No Brasil as pessoas com deficincia ainda no so contempladas pela legislao emmatria de segurana e sade no trabalho. Por esse motivo, sero utilizadas como refernciaas orientaes elaboradas pela Agncia Europia para a Segurana e Sade dos trabalhadorescom deficincia, que tm por base a legislao europia de antidiscriminao e de segurana esade no trabalho.

    Conforme documento da Agncia Europia (2005), a legislao de segurana e sade e alei antidiscriminao adotam abordagens convergentes. A legislao de segurana e sadeexige que os empregadores avaliem situaes de riscos e implementem medidas de prevenoadequadas e a lei antidiscriminao requer adaptaes no trabalho e nos recursos dos locais detrabalho visando acessibilidade de todos os trabalhadores, isto , a promoo de medidasque facilitem o trabalho das pessoas com deficincia assegurando a maior autonomia possvel.

    Considerando que uma das dimenses de avaliao da gesto da diversidade so ascondies de trabalho da pessoa com deficincia, sero considerados na construo doinstrumento de avaliao desta dimenso alguns itens relevantes, segundo a Agncia Europia

    para a Segurana e a Sade no Trabalho (2005):- adaptaes de instalaes de trabalho (por exemplo: rampas, elevadores, degraus

    sinalizados com cores vivas, adaptao de banheiros, de bebedouros etc.);- alocao das pessoas com deficincia em reas de fcil acesso;- aquisio ou modificaes de equipamentos de trabalho conforme as necessidades das

    pessoas com deficincia contratadas pela empresa;- sinalizao dos locais de trabalho facilitando a locomoo e o acesso das pessoas com

    deficincia;- fornecimento de informaes sobre segurana e sade de forma acessvel a todas as

    pessoas com deficincia contratadas pela empresa;- redistribuio de tarefas conforme necessidades das pessoas com deficincia;- alterao e adequao de horrios de trabalho visando insero de pessoas com

    deficincia;

    -

    promoo de atividades de formao, instruo e informao das pessoas com deficinciaque no as coloquem em desvantagem em relao s demais pessoas no que se refere sinformaes de segurana e sade no trabalho;

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    - realizao de sensibilizao das chefias em relao insero de pessoas com deficincia;- sensibilizao dos grupos de trabalho para a insero de pessoas com deficincia;- treinamento aos membros das Brigadas de Incndio para a evacuao das pessoas com

    deficincia;

    -

    sistematizao dos procedimentos de promoo e transferncia garantindo a possibilidadede participao das pessoas com deficincia, tendo por critrio sua capacidade eexperincia de trabalho;

    - modificao dos procedimentos de seleo assegurando a possibilidade de realizaopelas pessoas com deficincia.

    Esses itens contemplam as principais modificaes necessrias para a adequao dolocal de trabalho com vistas a inserir pessoas com deficincia e funcionam como elementos deverificao que auxiliam as organizaes nesse processo, j que muitas delas no tmorientaes formalizadas sobre as modificaes mnimas necessrias.

    2.2.Concepes de deficincia

    Ainda que concordando com a premissa de que toda reconstruo histrica supenecessariamente uma escolha e, conforme Reed (1999), sempre sujeita a contestaes,optou-se na presente pesquisa por utilizar a histria como um instrumento para auxiliar noentendimento das formas de interpretao da deficincia predominantes ao longo do tempo.

    Nesse sentido, a diversidade considerada como um produto emergente de umprocesso histrico de classificao e atribuio de caractersticas que distingue pessoas,grupos, comunidades e sociedades tendo por parmetro matrizes de interpretao construdashistoricamente e calcadas em concepes de homem, mundo, sociedade e conhecimento queofereciam e oferecem a justificao para as posies sociais diferenciadas desses grupos.

    A anlise histrica foi, ento, realizada atravs da busca de invariantes ou padres quepermanecem nas vises compartilhadas sobre a deficincia mesmo quando o contextohistrico varia, denominadas como matrizes interpretativas. Essa perspectiva de anlise dasconcepes de deficincia baseada na viso de Domingues (2004) que defende o argumentodo conhecimento como construo e no contemplao e afirma que uma via possvel deconhecimento tratar o acontecimento visando distinguir o que permanece e o que muda.Assim, a definio de estrutura tem um papel fundamental, pois auxilia a entender os padresde relaes e regularidades que permanecem mesmo quando a dimenso do tempo semodifica.

    Assim, para a construo das matrizes interpretativas foi buscado nos diversosperodos histricos Grcia antiga, Perodo Clssico, Idade Mdia, Idade Moderna e

    Contempornea estudos que, de forma direta ou indireta, fizessem meno s pessoas comdeficincia. Aps anlise dos diversos estudos foram verificadas as invariantes, ou padres decomportamento predominantes em relao s pessoas com deficincia em cada perodo, e suareedio ou no em pocas diferentes.

    O argumento defendido na presente pesquisa o de que as concepes de deficinciase estruturam atravs de matrizes de interpretao predominantes que contribuem para oaparecimento de aes sociais mais ou menos regulares e que abrem maiores ou menores

    possibilidades de insero social para a pessoa com deficincia. Cada matriz foi definida emfuno das modalidades predominantes de pensamento que organizam a atividade social,reconhecendo, qualificando e desenvolvendo aes sociais especficas e favorecendo ouinterditando a insero social das pessoas com deficincia. Por outro lado, o recurso da

    anlise histrica desnaturaliza a questo da deficincia como um atributo caracterstico daspessoas com deficincia e a recoloca na dimenso das relaes.

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    Assim, as matrizes de interpretao do Quadro 1 Sntese das Principais Concepesde Deficincia formam o conjunto explicativo que ancora os pressupostos subjacentes queespecificam as vises compartilhadas da realidade, referidas e originrias de contextoshistricos especficos, mas no reduzidos a eles. No quadro tambm esto contidas as

    principais aes sociais decorrentes dessas vises e as possibilidades de insero das pessoascom deficincia.

    QUADRO 1Sntese das Principais Concepes de Deficincia

    Matriz de interpretaopredominante/Contexto histrico de

    origem e reedio

    Ao social decorrente Possibilidades de insero da pessoacom deficincia

    Subsistncia/sobrevivncia(Grcia Antiga; perodo ps 2Guerra Mundial; atualidade de

    forma implcita).

    aes de excluso ou incluso socialda pessoa com deficincia com

    vistas a propiciar a manuteno dasociedade

    integrao mediante comprovaode contribuio social efetiva,

    atravs do trabalho.

    Sociedade Ideal e Funoinstrumental da pessoa

    (Perodo Clssico sc. VI a.C. aoano 322 a. C; 2 Guerra Mundial;atualidade grupos neonazistas).

    excluso social ausncia de possibilidade deintegrao

    Espiritual(Idade Mdia; atualidade).

    segregao/caridade segregao em instituies decaridade separadas da sociedade ou

    exposio pblica sujeita compaixo

    Normalidade(Idade Moderna; atualidade). segregao/integrao segregao em instituieshospitalares ou psiquitricas ouinsero da pessoa com deficincia

    mediante sua retificao eadequao social

    Diversidade(Sculo XX)

    incluso das pessoas comdeficincia nos diversos espaos

    sociais

    incluso das pessoas comdeficincia a partir de suas

    potencialidades

    Tcnica(principalmente a partir de 1990)

    gesto da diversidade como recursoa ser administrado nas organizaes

    de trabalho

    incluso no trabalho e maior oumenor adaptao da pessoa comdeficincia em funo da forma

    como gerida a diversidade nasorganizaesFonte: MARCONDES, 2002; MANSAN, 2004; MEUNIER, 1976; TANNERY, 1954; ARISTTELES, 1988;LIMONCIC, 2004; AGOSTINO, 2004; GALLAGHER, 1995; AMIRALIAN, 1986; PESSOTI, 1984;ARANHA, 1995; MANTOAN, 2004; FOUCAULT, 1989; MARQUES e OLIVEIRA, 2003; OMOTE, 1995;BATAVIA e SCHRINER, 2001; GOSS, GOSS e ADAM-SMITH, 2000, ALVES e GALEO-SILVA, 2004.

    As matrizes de interpretao sobre a deficincia, enunciadas acima, tambm podem serdefinidas como modelos ou tipos ideais, isto , como instrumentos intelectuais que funcionamcomo um meio heurstico para compreender uma determinada realidade, sem, contudo,

    pretender reproduzi-la. Ento, a despeito de suas diferentes origens histricas, essas matrizesso formas de interpretao da deficincia ainda presente na atualidade, podendo ser

    identificadas atravs de seus modelos explicativos sobre a deficincia e atravs de seuimpacto para a insero das pessoas com deficincia. Foram identificadas seis matrizes deinterpretao sobre a deficincia, conforme mostrado no Quadro 1.

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    A matriz da subsistncia/sobrevivncia tem como pressuposto a necessidade demanuteno da organizao social e do trabalho e seu primeiro impacto para a pessoa comdeficincia a excluso, sendo, contudo, aberta uma possibilidade de integrao mediante anecessidade social ou a comprovao por parte da pessoa com deficincia de sua capacidade

    de contribuio, principalmente atravs do trabalho. Os princpios que norteiam essa matrizesto presentes de forma implcita em todas as outras matrizes.A sociedade ideal e funo instrumental da pessoa como matriz de interpretao est

    calcada na busca de uma organizao social ideal e de um homem perfeito, belo e que temuma funo definida na sociedade. A conseqncia desse modo de pensamento a completaexcluso da pessoa com deficincia.

    A deficincia como fenmeno espiritual atribui uma origem metafsica deficincia ea considera uma manifestao de desejos ou castigos divinos, gerando a segregao das

    pessoas com deficincia.A normalidade como matriz de interpretao tem na norma seu padro de avaliao

    sendo a deficincia considerada um desvio ou doena que necessita de cuidados especiais

    dos profissionais da sade. A possibilidade de insero das pessoas com deficincia se datravs da reabilitao dessas pessoas e de sua adequao ao sistema social.

    A diversidade como matriz de interpretao desloca a deficincia de um problemaindividual para um problema social. Seu pressuposto de que a sociedade tem que se adaptar

    para incluir a todos. Abre-se, ento, a possibilidade de incluso das pessoas com deficincianos diversos espaos sociais, tendo como pressuposto a adaptao da sociedade e a inclusodas pessoas com deficincia a partir de suas potencialidades.

    A matriz de interpretao tcnica da deficincia se materializa quando a diversidadepassa a ser um recurso a ser gerido nas organizaes. Dentro deste pressuposto duas correntesmais expressivas tm predominado nas discusses sobre a gesto da diversidade: a concepoda gesto da diversidade como fonte de vantagem competitiva para as organizaes (COX eBLAKE, 1991; FLEURY, 2000) e a diversidade como possibilidade de coeso e sucessogrupal sendo considerada, quando bem administrada, um ativo para o desempenhoorganizacional (DADFAR e GUSTAVSSON, 1992). Tambm dentro dessa matriz deinterpretao encontram-se as expectativas das chefias e colegas de trabalho em relao aodesempenho e relacionamento no trabalho com as pessoas com deficincia.

    Essas matrizes contemplam as principais interpretaes sobre a deficinciaidentificadas atravs da histria e implicam em aes sociais diversas e em maiores oumenores possibilidades de insero no trabalho por parte das pessoas com deficincia. Almdisso, conforme verificado, as matrizes de interpretao se reeditam em contextos diferentesdos que lhe deram origem, permanecendo, assim, como possibilidades reais de se lidar com as

    pessoas com deficincia na atualidade.3. Metodologia

    A metodologia utilizada para a construo e validao dos instrumentos Inventrio deConcepes de Deficincia (ICD) e Inventrio das Condies e Procedimentos deTrabalho (ICPT) ser apresentada em duas etapas: a primeira contemplar a construo e asegunda a validao dos inventrios.

    3.1.Construo dos Inventrios

    Os inventrios de Concepes de Deficincia (ICD) e das Condies e Procedimentosde Trabalho (ICPT) foram construdos, no perodo de maro a julho de 2005, a partir dareviso da literatura sobre essas dimenses apresentadas na seo anterior. Esta reviso

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    possibilitou o levantamento das categorias que deveriam compor os construtos de concepesde deficincia e adequao das condies de trabalho.

    Em relao ao construto concepes de deficincia foram consideradas quatro das seismatrizes identificadas: a matriz espiritual, a matriz da normalidade, a matriz da diversidade e

    a matriz tcnica. A matriz da subsistncia/sobrevivncia foi considerada uma forma deinterpretao das possibilidades de insero das pessoas com deficincia que, de uma formaimplcita, se manifesta em todas as outras matrizes de interpretao, por este motivo noforam elaborados itens especificamente para contempl-la. Por outro lado, a matriz sociedadeideal e funo instrumental da pessoa no foi submetida anlise emprica, pois seconsiderou que pouco provavelmente seria admitida explicitamente devido aos preceitospoliticamente incorretos que subjazem nela. Alm disso, considerou-se que na matriz deinterpretao tcnica deveriam ser contempladas as expectativas em relao imagem da empresa,s dificuldades de insero das pessoas com deficincia e ao desempenho das pessoas comdeficincia normalmente explicitados em pesquisas e artigos prescritivos sobre o tema.

    Para o construto das condies de trabalho foram considerados os itens sugeridos pela

    Agncia Europia para a Segurana e a Sade no Trabalho (2005).Foram construdos dois questionrios: o primeiro relativo ao construto concepes de

    deficincia composto por 27 itens e o segundo, referente s condies de trabalho, com 14itens.

    Os questionrios foram submetidos a um pr-teste com seis alunos de graduao emAdministrao e que trabalhavam em empresas. Alm disso, foram analisados por um painelde nove especialistas composto por trs pesquisadores do tema insero social de pessoas comdeficincia, um professor de metodologia cientfica, um pesquisador da questo da sade esegurana no trabalho, dois doutorandos em administrao e dois profissionais de RecursosHumanos que atuavam com insero de pessoas com deficincia. A partir do pr-teste e daanlise desses especialistas foram modificados alguns itens e feita a adequao dasorientaes para os respondentes dos questionrios visando um melhor direcionamento emrelao questo da deficincia, isto , os participantes da pesquisa deveriam responder aosquestionrios tendo por referncia apenas pessoas com deficincia que no tivessem nenhumtipo de comprometimento intelectual, como era o interesse da pesquisa.

    O questionrio referente ao construto concepes de deficincia foi, ento, aplicadoem uma amostra pr-teste composta por 137 alunos de especializao em Administrao esubmetido a Analise Fatorial com vistas a purificar a escala. Foram, assim, a partir dasanlises realizadas, acrescentados itens no questionrio original e retirados aqueles que noapresentaram carga acima de 0,30 nos fatores encontrados. O questionrio passou de 27 para34 itens em sua verso final.

    Com relao ao questionrio referente ao construto relativo s condies de trabalhono foram coletados dados de uma amostra pr-teste, como no questionrio de concepes dedeficincia, pois os itens pressupunham a anlise das condies de trabalho existentes nasorganizaes e seriam necessrias pessoas que trabalhassem em empresas que contratassem

    pessoas com deficincia, que seria objeto da pesquisa.Os questionrios definitivos foram compostos por questes fechadas, com a utilizao

    da escala Likert, de escolha forada, para medio, considerando-se uma variao de 1(discorda totalmente) a 6 (concorda totalmente).

    3.2.Validao dos Inventrios

    Devido s dificuldades de informao em relao s empresas que contratam ou nopessoas com deficincia, o universo considerado para a realizao da pesquisa foram as 147empresas que no ano de 2004 publicaram seu balano social no Instituto Brasileiro de

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    Anlises Sociais e Econmicas IBASE. Essas empresas se constituam na totalidade dasempresas que contratavam pessoas com deficincia e que tinham seus resultadosdisponibilizados, por via eletrnica, nesse Instituto.

    Todas as 147 empresas foram contatadas atravs do servio fale conosco solicitando

    o endereo eletrnico e telefone da pessoa responsvel pela insero de pessoas comdeficincia. Dessas empresas, 35 responderam fornecendo os dados da pessoa de contato.Nesse primeiro contato, 30 empresas responderam dizendo que em princpio poderiamparticipar. Cinco empresas no responderam nem aos e.mails nem aos telefonemas. Das 30empresas que se disponibilizaram a participar, 18 efetivamente contriburam com a pesquisa.A justificativa das demais para a no participao foi o envolvimento dos possveisrespondentes em projetos em andamento na empresa; no cumprimento da lei de cotas e

    poltica de insero de pessoas com deficincia ainda no definida pela empresa.O mtodo de pesquisa utilizado foi o surveyde desenho transversal, sendo os dados

    coletados no perodo de outubro a dezembro de 2005. Segundo Malhotra (2001), o mtodo desurvey se baseia no inqurito dos participantes, atravs de questionrio estruturado, que visa

    uma padronizao no processo de coleta de dados.Os questionrios foram administrados atravs do mtodo eletrnico de survey pela

    internet. Foi criada uma pgina na Internet com as informaes necessrias sobre a pesquisa econtendo os questionrios a serem respondidos. Foi enviado um e.mail para cada pessoa decontato das empresas e informado o login e a senha de acesso aos questionrios. Ao serconcludo o preenchimento, os questionrios eram enviados eletronicamente ao banco dedados da pesquisa. s pessoas de contato na empresa tambm foi solicitado quereencaminhasse as informaes aos demais funcionrios que deveriam participar da pesquisa(profissionais da rea de sade e segurana no trabalho e chefias imediatas das pessoas comdeficincia). Duas empresas, em funo de dificuldades de acesso dos funcionrios Internet,solicitaram o encaminhamento dos questionrios e os reproduziram para os respondentes,encaminhando em seguida os questionrios respondidos para os pesquisadores.

    O ICD e o ICPT foram aplicados a uma amostra de convenincia composta por 18empresas, conforme quadro 2.

    QUADRO 2Caracterizao da amostra

    N. . funcionrios N. . pessoas com deficinciaSetorAtividade

    N. .empresas

    201a500

    501a1000

    Acimade 1000

    At20

    21a50

    51a100

    101a500

    Acima1000

    N. . participantespesquisa

    Agrcola 01 01 01 02

    Indstria 03 01 02 02 01 08Servios 14 01 01 12 03 04 02 04 01 155TOTAL 18 01 02 15 05 04 03 05 01 165Fonte: DADOS DA PESQUISA

    Analisando o quadro verifica-se que 78% das empresas participantes so do setor deservios, as demais so da indstria (17%) e do setor agrcola (5%). 83% das empresas

    participantes possuem mais de mil funcionrios em seu quadro de pessoal. Com relao aonmero de pessoas com deficincia, 39% delas possuem entre 20 e 100 funcionrios

    portadores de deficincia e 28% possuem entre 100 e 500 funcionrios com deficincia.Contudo, tambm fizeram parte da amostra empresas que possuem at 20 funcionrios

    portadores de deficincia (28%) e com mais de 1000 funcionrios portadores de deficincia(5%).

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    Dessas empresas, 33% eram de capital nacional privado; 11% eram de capitalestrangeiro; 33% eram de capital misto; e 22% eram de capital nacional pblico. Trsempresas participantes tm unidades em todo o territrio nacional e as demais se distribuemem 16 estados do pas, sendo que 3 delas esto distribudas em dois ou mais estados. Alm

    disso, 44% delas trabalham com a insero de pessoas com deficincia h mais de 10 anos e17% h mais de 5 anos, apenas 1 empresa (5%) trabalha h menos de 1 ano com a insero depessoas com deficincia.

    Os participantes (unidades de observao) da pesquisa foram os profissionais que seresponsabilizavam pela insero de pessoas com deficincia nas empresas (a maioria da reade Recursos Humanos); profissionais da rea de sade e segurana no trabalho e chefiasimediatas das pessoas com deficincia, num total de 165 pessoas. A mdia de idade dos

    participantes foi de 43 anos. 73% deles eram do sexo masculino e 91% deles tinha formaode nvel superior.

    Os procedimentos adotados para a validao dos instrumentos de pesquisa foram:a) Validade de contedo ou nominal que se refere a uma avaliao subjetiva, mas

    sistemtica, da representatividade do contedo de uma escala para o trabalho de medioem questo (GONALVES e MEIRELLES, 2004, p. 137). Foi verificada mediante aapreciao dos questionrios pelo painel de especialistas e realizao dos pr-testes.

    b) Validade discriminante ou dimensionalidade que estabelece o nmero de variveis queexplica ou operacionaliza um dado construto (GONALVES e MEIRELLES, 2004, p.140). Foi utilizada a Anlise Fatorial Exploratria com suporte do programa estatsticoSPSS. A fatorabilidade dos dados foi verificada atravs dos ndices de KMO e do teste deesfericidade de Bartlett, apresentados nos resultados.

    c) Validade convergente ou consistncia dos itens. Foi utilizado o Alpha de Cronbach, poispossibilita a verificao da medida em que o conjunto de itens explica os construtosinvestigados. Tambm foram analisadas as cargas fatoriais de cada indicador obtido naAnlise Fatorial Exploratria. Segundo Pasquali e Arajo (1998), o tamanho da cargafatorial fala da validade do item: quanto maior a carga, mais o item constitui umarepresentao adequada do construto medido pelo fator (p.285).

    d) Foi analisada a possibilidade de generalizao do Inventrio de Concepes deDeficincia ICD atravs de sua replicao em uma amostra de 285 estudantes deespecializao de trs estados diferentes.

    4. Resultados

    O tratamento preliminar dos dados identificou a ocorrncia de menos de 5% de

    ocorrncia de casos faltosos (missing values), os quais foram eliminados das anlises. Todosos itens dos dois inventrios foram mantidos nas anlises, pois apresentaram carga fatorialsuperior a 0,30 e no apresentaram ambigidade.

    A amostra conseguida para a realizao da Anlise Fatorial no ICD foi de 5respondentes para cada varivel. Para o ICPT, a amostra foi de 12 respondentes para cadavarivel.

    4.1. Inventrio de Concepes de Deficincia (ICD)

    O ndice de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO = 0,660) e o teste de esfericidade de Bartlett(significativo a p < 0,001) indicaram a fatorabilidade dos dados.

    Foi realizada a Anlise de Componentes Principais, pois o objetivo era determinar onmero mnimo de fatores que respondessem pela mxima varincia dos dados. Os resultados

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    estatsticos da pesquisa indicaram, em princpio, a existncia de onze fatores com eigenvaluesuperior a 1,0, os quais explicavam 66% da varincia total.

    Ao realizar a anlise da preciso do instrumento, atravs do mtodo de consistnciainterna (coeficiente alpha de Cronbach), dos onze fatores encontrados, seis apresentaram

    consistncia interna superior a 0,62, o que, de acordo com Malhotra (2001), indicaconfiabilidade satisfatria da consistncia interna. Contudo, um fator com alpha de Cronbachigual a 0,53 foi mantido nas anlises devido sua relevncia terica para a construo doinstrumento (Fator 7). Esses sete fatores explicam 52% da varincia total o que representa um

    bom resultado em um estudo exploratrio, pois, segundo Pasquali (1999, p. 61), a varinciano explicada considerada irrelevante ao contedo que o teste mede (como, erros demedida e peculiaridades especficas dos itens). Os demais fatores extrados foram excludosda anlise, devido aos baixos coeficientes de alpha de Cronbachencontrados. O inventrioficou reduzido a 7 fatores e 22 itens.

    Os fatores foram denominados segundo sua caracterstica geral e sua relao com asmatrizes de interpretao construdas no referencial terico. Os fatores extrados representam

    concepes de deficincia, que se traduzem em expectativas compartilhadas pelas pessoas quelidam, no trabalho, com portadores de deficincia. Fator 1 Desempenho: composto por cinco itens com cargas fatoriais variando de 0,57 a

    0, 76 e Alpha de Cronbach = 0,77. Como caracterstica geral, este fator focaliza apercepo das pessoas em relao ao desempenho, produtividade e qualidade de trabalhodas pessoas com deficincia e suas implicaes para a competitividade da empresa.

    Fator 2 Benefcios: composto por trs itens com cargas fatoriais variando de 0,69 a 0,85eAlpha de Cronbach = 0,81. Como caracterstica geral, este fator focaliza a percepo doimpacto da contratao de pessoas com deficincia para a imagem da empresa junto afuncionrios e clientes e tambm para o clima da organizao.

    Fator 3 Vnculo: composto por dois itens com cargas fatoriais de 0,75 e 0,87respectivamente e Alpha de Cronbach = 0,79. Como caracterstica geral, este fatorfocaliza a percepo das pessoas em relao ao comprometimento e estabilidade noemprego das pessoas com deficincia.

    Fator 4 Normalidade: composto por cinco itens com cargas fatoriais variando de 0,45 a0,70 e Alpha de Cronbach = 0,65. Como caracterstica geral, este fator focaliza a

    percepo das pessoas tendo por referncia o desvio da normalidade das pessoas comdeficincia e suas implicaes para o trabalho, tais como, atitudes inadequadas

    provocando situaes embaraosas, propenso a acidentes, alocao em setoresespecficos e problemas de relacionamento. Alm disso, avalia a receptividade para ainsero de pessoas com deficincia ao considerar as instituies especializadas mais

    adequadas ao trabalho dessas pessoas. Fator 5 Espiritual: composto por trs itens com cargas fatoriais variando de 0,50 a 0,86eAlpha de Cronbach = 0,65. Como caracterstica geral, este fator focaliza a percepo dadeficincia como um fenmeno espiritual. A predominncia de alto grau de concordncianeste fator indica uma atitude de caridade em relao s pessoas com deficincia.

    Fator 6 Treinamento: composto por dois itens com cargas fatoriais de 0,77 e 0,82respectivamente eAlpha de Cronbach = 0,62. Como caracterstica geral, este fator indicaa percepo quanto necessidade de treinamento das chefias e funcionrios para ainsero de pessoas com deficincia na empresa.

    Fator 7 Diversidade: composto por dois itens com cargas fatoriais de 0,50 e 0,81respectivamente e Alpha de Cronbach = 0,53. Como caracterstica geral, este fator

    focaliza a percepo quanto necessidade de adequao dos instrumentos e condies detrabalho para a insero de pessoas com deficincia na empresa.

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    Visando analisar a possibilidade de generalizao da escala de concepes dedeficincia para um universo de pessoas que no trabalhavam com pessoas com deficincia, oInventrio de Concepes de Deficincia foi aplicado a uma amostra de 285 alunos de cursosde especializao em Administrao de trs estados diferentes. A aplicao foi coletiva, em

    sala de aula, com a presena de um monitor orientado para a aplicao.Foram utilizados os mesmos procedimentos de validao do inventrio aplicado nasempresas. O ndice de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO = 0,757) e o teste de esfericidade deBartlett (significativo a p < 0,001) indicaram a fatorabilidade dos dados. O inventriomanteve a mesma estrutura de fatores (7 fatores e 22 itens), os quais explicavam 50% davarincia total. Os ndices de alpha de Cronbach dos sete fatores foram superiores a 0,60indicando boa consistncia interna dos dados.

    Esses resultados indicam que o Inventrio de Concepes de Deficincia tambm podeser utilizado com pessoas que no trabalham com pessoas com deficincia. No entanto, sernecessrio avaliar sua adequao para um universo de pessoas com baixa escolaridade. J queem ambas as amostras pesquisadas a quase totalidade dos respondentes possuam pelo menos

    formao de nvel superior.

    4.2. Inventrio das Condies e Procedimentos de Trabalho

    O ndice de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO = 0,810) e o teste de esfericidade de Bartlett(significativo a p < 0,001) indicaram a fatorabilidade dos dados.

    Foi realizada a Anlise de Componentes Principais, pois o objetivo era determinar onmero mnimo de fatores que respondessem pela mxima varincia dos dados. Os resultadosestatsticos da pesquisa indicaram a existncia de trs fatores com eigenvalue superior a 1,0,os quais explicavam 60% da varincia total.

    Ao realizar a anlise da preciso do instrumento, atravs do mtodo de consistnciainterna (coeficiente alpha de Cronbach), os fatores encontrados apresentaram consistnciainterna superior a 0,68, o que, de acordo com Malhotra (2001), indica confiabilidadesatisfatria da consistncia interna. Apenas um item foi retirado do inventrio, pois suaexcluso implicava em elevao do ndice de consistncia interna do fator. O inventrio foireduzido de 14 para 13 itens.

    Os fatores foram denominados segundo sua caracterstica geral e representam apercepo das pessoas quanto s modificaes das condies e procedimentos de trabalhoimplementados nas empresas visando insero de pessoas com deficincia. Fator 1 Sensibilizao: composto por quatro itens com cargas fatoriais variando de 0,50

    a 0,85 e Alpha de Cronbach = 0,86. Como caracterstica geral, este fator focaliza a

    percepo das pessoas em relao s aes da empresa no sentido de sensibilizar aschefias e funcionrios para a insero de pessoas com deficincia e fornecer informaessobre sade e segurana no trabalho s pessoas com deficincia contratadas.

    Fator 2 Adaptaes: composto por cinco itens com cargas fatoriais variando de 0,40 a0,85 e Alpha de Cronbach = 0,81. Como caracterstica geral, este fator focaliza a

    percepo das pessoas em relaes s adaptaes nas condies e instrumentos detrabalho realizadas pela empresa para facilitar a insero de pessoas com deficincia.

    Fator 3 Prticas de RH: composto por quatro itens com cargas fatoriais variando de 0,42a 0,88 e Alpha de Cronbach = 0,68. Como caracterstica geral, este fator focaliza a

    percepo das pessoas em relao adequao das prticas de seleo, treinamento,promoo e transferncia realizadas pela empresa com vistas a inserir as pessoas com

    deficincia.

    5. Concluso

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    A metodologia utilizada para a construo do Inventrio de Concepes de Deficincia

    (ICD) e do Inventrio de Condies e Procedimentos de Trabalho (ICPT) garantem a validadede construto dos mesmos (MALHOTRA, 2001; GONAVES e MEIRELLES, 2004;

    SPECTOR, 1992; HAIR JR. et al, 1995; PASQUALI, 1999), podendo-se afirmar que essesinstrumentos avaliam duas dimenses relevantes da gesto da diversidade: as concepes dedeficincia compartilhadas pelas pessoas e a adequao das condies e procedimentos detrabalho necessrias para a insero de pessoas com deficincia nas organizaes. Osinstrumentos e os critrios de anlise encontram-se nos anexos 1 e 2, respectivamente.

    O Inventrio de Concepes de Deficincia, constitudo por interpretaes dascaractersticas da deficincia, composto por sete fatores principais, sendo quatro delesrelacionados matriz de interpretao tcnica da deficincia que tem por foco a gesto dadiversidade como um recurso a ser administrado pelas organizaes, so eles: Desempenho,

    Benefcios, Vnculo e Treinamento. Os demais fatores fazem, cada um deles, referncia diretaa uma matriz de interpretao sobre a deficincia identificada ao longo da histria, so eles:

    Normalidade, Espiritual e Diversidade. O Inventrio de Condies e Procedimentos deTrabalho composto por trs fatores: Sensibilizao, Adaptaes e Prticas de RH, que

    possibilitam a avaliao das modificaes implementadas pela organizao visando inserode pessoas com deficincia.

    Como instrumentos que avaliam dimenses da gesto da diversidade nas empresas, oICD e o ICPT abrem a perspectiva para novos estudos, tanto com vistas a aprimorar osinventrios quanto para a construo de novos instrumentos que analisem outras dimensesrelevantes da Gesto da Diversidade. Por outro lado, necessrio avaliar como as medidas deConcepes de Deficincia e de Condies e Procedimentos de Trabalho se relacionam comoutros construtos, no sentido de construir uma contribuio terica para a questo da Gestoda Diversidade nas organizaes. Alm disso, sero necessrias novas pesquisas para avaliar aadequao dos instrumentos apresentados para um universo de pessoas com escolaridademenor que as das amostras utilizadas na presente investigao.

    Finalizando, necessrio realar a possibilidade de contribuio dos instrumentosvalidados para a Gesto da Diversidade nas organizaes, os quais podero ser utilizados parao diagnstico, implementao e modificaes de aes dentro das empresas, facilitando,assim, o processo de insero de pessoas com deficincia.

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    ANEXO 1 - Inventrio das Concepes de Deficincia (ICD)

    InstruesNeste questionrio esto listados alguns itens relacionados a diversas concepes de deficincia.Concepo de deficincia pode ser definida como a percepo que voc possui sobre as pessoas portadoras dedeficincia (visual, auditiva, fsica ou motora sem comprometimento intelectual).Por favor, leia cada um dos itens abaixo e utilize a escala de 1 a 6 para avali-los.A escala avalia quanto voc se identifica com cada item.

    1 2 3 4 5 6Discordo

    TotalmenteDiscordo

    muitoDiscordopouco

    ConcordoPouco

    ConcordoMuito

    ConcordoTotalmente

    POR FAVOR, NO DEIXE QUALQUER ITEM SEM RESPOSTA!

    Respostas CRIVO1. A deficincia uma manifestao de um poder divino que define as

    caractersticas que o ser humano dever possuir em sua vida terrena1 2 3 4 5 6 Espiritual

    2.

    As pessoas portadoras de deficincia podem desempenhar adequadamentequalquer tipo de trabalho desde que modificadas as condies de trabalho

    1 2 3 4 5 6Diversidade

    3. A deficincia uma marca que indica uma preferncia divina 1 2 3 4 5 6 Espiritual4. A qualidade do trabalho de uma pessoa com deficincia a mesma daspessoas no portadoras de deficincia

    1 2 3 4 5 6Desempenho

    5. As chefias no esto preparadas para supervisionar o trabalho de pessoasportadoras de deficincia

    1 2 3 4 5 6Treinamento

    6. O trabalho das pessoas portadoras de deficincia contribui para amanuteno das vantagens competitivas da empresa

    1 2 3 4 5 6Desempenho

    7. As pessoas com deficincia so to produtivas quanto as demais pessoas noportadoras de deficincia

    1 2 3 4 5 6Desempenho

    8. Somente alguns setores so adequados para o trabalho de pessoas com

    deficincia

    1 2 3 4 5 6

    Normalidade9. A convivncia com pessoas com deficincia melhora o clima da empresa 1 2 3 4 5 6 Benefcios10. Contratar pessoas portadoras de deficincia melhora a imagem da empresajunto aos clientes

    1 2 3 4 5 6Benefcios

    11. Contratar pessoas portadoras de deficincia melhora a imagem da empresajunto aos funcionrios

    1 3 4 5 6Benefcios

    12. As pessoas portadoras de deficincia podem assumir atitudes inadequadasna empresa provocando situaes embaraosas

    1 2 3 4 5 6Normalidade

    13. As pessoas portadoras de deficincia so mais propensas a se acidentar queas demais pessoas

    1 2 3 4 5 6Normalidade

    14. As pessoas portadoras de deficincia so mais comprometidas que asdemais

    1 2 3 4 5 6Vnculo

    15. As pessoas portadoras de deficincia so mais estveis no emprego que as

    demais

    1 2 3 4 5 6 Vnculo

    16. As pessoas com deficincia tm desempenho no trabalho equivalente aodas pessoas no portadoras de deficincia

    1 2 3 4 5 6 Desempenho

    17. As empresas com grande nmero de pessoas com deficincia so tocompetitivas como as demais

    1 2 3 4 5 6Desempenho

    18. As instituies especializadas so mais aptas a trabalhar com pessoas comdeficincia que as empresas

    1 2 3 4 5 6Normalidade

    19. As pessoas com deficincia tm uma misso especial em suas vidas 1 2 3 4 5 6 Espiritual20. As pessoas com deficincia podem desempenhar adequadamente qualquertipo de trabalho desde que realizadas as adequaes necessrias nosinstrumentos de trabalho

    1 2 3 4 5 6Diversidade

    21. As pessoas com deficincia costumam ter problemas no relacionamento

    com as pessoas no portadoras de deficincia

    1 2 3 4 5 6

    Normalidade22. Os funcionrios precisam ser treinados para trabalhar com pessoas comdeficincia

    1 2 3 4 5 6Treinamento

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    ANEXO 2 - Inventrio de Condies e Procedimentos de Trabalho

    InstruesDesejamos saber sua opinio sobre as afirmativas que se seguem. Use a escala abaixo, marcando em cadaquesto o nmero que mais se aproxima de sua percepo sobre as aes e condies de trabalho da

    empresa que voc trabalha.1 2 3 4 5 6

    DiscordoTotalmente

    Discordomuito

    Discordopouco

    ConcordoPouco

    ConcordoMuito

    ConcordoTotalmente

    POR FAVOR, NO DEIXE QUALQUER ITEM SEM RESPOSTA!Respostas CRIVO1. Foram realizadas adaptaes de instalaes de trabalho visando insero

    de Pessoas Portadoras de Deficincia (por exemplo: rampas, elevadores,degraus sinalizados com cores vivas, adaptao de banheiros, de bebedourosetc.)

    1 2 3 4 5 6Adaptaes

    2. feita a alocao das pessoas portadores de deficincia em reas de fcilacesso

    1 2 3 4 5 6 Adaptaes

    3. Foram feitas aquisies ou modificaes de equipamentos de trabalho

    conforme as necessidades das pessoas portadoras de deficincia contratadas

    1 2 3 4 5 6

    Adaptaes4. Existe sinalizao dos locais de trabalho facilitando a locomoo e o acessodas pessoas portadoras de deficincia

    1 2 3 4 5 6Adaptaes

    5. So fornecidas informaes sobre segurana e sade no trabalho de formaacessvel a todas as pessoas portadoras de deficincia contratadas

    1 2 3 4 5 6Sensibilizao

    6. Ocorre a redistribuio de tarefas conforme necessidades das pessoasportadoras de deficincia

    1 2 3 4 5 6Adaptaes

    7. So promovidas atividades de formao, instruo e informao das pessoasportadoras de deficincia que no as coloquem em desvantagem em relao sdemais pessoas no que se refere s informaes de segurana e sade notrabalho

    1 2 3 4 5 6

    Sensibilizao

    8. realizada a sensibilizao das chefias em relao insero de pessoasportadoras de deficincia

    1 2 3 4 5 6Sensibilizao

    9. feita a sensibilizao dos grupos de trabalho para a insero de pessoasportadoras de deficincia

    1 2 3 4 5 6Sensibilizao

    10. realizado treinamento aos membros das Brigadas de Incndio para aevacuao de pessoas portadoras de deficincia

    1 2 3 4 5 6Prticas de RH

    11. Os procedimentos de promoo e transferncia das pessoas portadoras dedeficincia so sistematizados tendo por critrio sua capacidade para otrabalho

    1 2 3 4 5 6Prticas de RH

    12. Os procedimentos de promoo e transferncia das pessoas portadoras dedeficincia so sistematizados tendo por critrio sua experincia detrabalho

    1 2 3 4 5 6 Prticas de RH

    13. Os procedimentos de seleo foram modificados assegurando apossibilidade de realizao pelas pessoas portadoras de deficincia

    1 2 3 4 5 6 Prticas de RH

    OBSERVAO: Nos dois inventrios, o escore de cada fator ser obtido atravs da mdia aritmtica, ou seja, osomatrio dos escores obtidos em cada item que compe o fator, dividido pelo nmero de itens que o compem.

    IMPORTANTE: No Inventrio de Concepes de Deficincia o fator com maior mdia aritmtica indica aconcepo de deficincia predominante do respondente.No Inventrio de Condies e Procedimentos de Trabalho os resultados dos fatores indicam a avaliao dosrespondentes quanto s adequaes realizadas pela empresa.

    iDe acordo com o Decreto n 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que dispe sobre a Poltica Nacional para aIntegrao da Pessoa Portadora de Deficincia, considera-se que a deficincia toda perda ou anormalidade deuma estrutura ou funo psicolgica, fisiolgica ou anatmica que gere incapacidade para o desempenho deatividade, dentro do padro considerado normal para o ser humano.ii

    Em relao aos direitos trabalhistas, as pessoas com deficincia e acidentados so amparados pela Constituiobrasileira. Em virtude disso, em empresas com mais de 100 funcionrios ocorre reserva de cargos e a proibiode qualquer discriminao no tocante remunerao e critrio de admisso dos amparados. Tais medidas foramregulamentadas pelas Leis: Lei 8.213/91, Lei 7.853/89 e Decreto 3.298/99.