Construção - Perfeito e Imperfeito Do Subjuntivo

3
Construção - Chico Buarque Amou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico Seus olhos embotados de cimento e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago Dançou e gargalhou como se ouvisse música E tropeçou no céu como se fosse um bêbado E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote flácido Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego Amou daquela vez como se fosse o último Beijou sua mulher como se fosse a única E cada filho seu como se fosse o pródigo E atravessou a rua com seu passo bêbado Subiu a construção como se fosse sólido Ergueu no patamar quatro paredes mágicas Tijolo com tijolo num desenho lógico Seus olhos embotados de cimento e tráfego Sentou pra descansar como se fosse um príncipe Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo Bebeu e soluçou como se fosse

description

exercicio ple

Transcript of Construção - Perfeito e Imperfeito Do Subjuntivo

Construo - Chico Buarque

Amou daquela vez como se fosse a ltimaBeijou sua mulher como se fosse a ltimaE cada filho seu como se fosse o nicoE atravessou a rua com seu passo tmido

Subiu a construo como se fosse mquinaErgueu no patamar quatro paredes slidasTijolo com tijolo num desenho mgicoSeus olhos embotados de cimento e lgrima

Sentou pra descansar como se fosse sbadoComeu feijo com arroz como se fosse um prncipeBebeu e soluou como se fosse um nufragoDanou e gargalhou como se ouvisse msicaE tropeou no cu como se fosse um bbadoE flutuou no ar como se fosse um pssaroE se acabou no cho feito um pacote flcidoAgonizou no meio do passeio pblicoMorreu na contramo atrapalhando o trfegoAmou daquela vez como se fosse o ltimoBeijou sua mulher como se fosse a nicaE cada filho seu como se fosse o prdigoE atravessou a rua com seu passo bbadoSubiu a construo como se fosse slidoErgueu no patamar quatro paredes mgicasTijolo com tijolo num desenho lgicoSeus olhos embotados de cimento e trfegoSentou pra descansar como se fosse um prncipeComeu feijo com arroz como se fosse o mximoBebeu e soluou como se fosse mquinaDanou e gargalhou como se fosse o prximoE tropeou no cu como se ouvisse msicaE flutuou no ar como se fosse sbadoE se acabou no cho feito um pacote tmidoAgonizou no meio do passeio nufragoMorreu na contramo atrapalhando o pblicoAmou daquela vez como se fosse mquinaBeijou sua mulher como se fosse lgicoErgueu no patamar quatro paredes flcidasSentou pra descansar como se fosse um pssaroE flutuou no ar como se fosse um prncipeE se acabou no cho feito um pacote bbadoMorreu na contra-mo atrapalhando o sbadoPor esse po pra comer, por esse cho pr dormirA certido pra nascer e a concesso pra sorrirPor me deixar respirar, por me deixar existir,Deus lhe paguePela cachaa de graa que a gente tem que engolirPela fumaa e a desgraa, que a gente tem que tossirPelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,Deus lhe paguePela mulher carpideira pra nos louvar e cuspirE pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrirE pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,Deus lhe pague

1. Compreenso da letra.

2. Contexto da Msica

a. A msica Construo do ano de 1967. Quais importantes acontecimentos internacionais ocorreram na poca? E no Brasil, qual era o contexto poltico e cultural?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________b.