Construindo violino
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Construindo violino
Projeto consagrado e segundo Rafael Sando perfeito, a construção de um violino não requer segredos nem omissão, mas sim muita habilidade, dedicação, delicadeza e experiência. Para quem acha que um violino é produzido sem estudos e projeto, vai se surpreender quando entender cada detalhe pensado para seu funcionamento. Através de um Projeto desenvolvido há anos, a produção foi pouco modificada e segue uma forte padronização. Explicaremos a seguir, algumas partes deste processo de produção.
Escolhendo a Madeira
O violino é confeccionado com madeiras Européias e africanas, onde cada uma possui sua qualidade que é aplicada para bom funcionamento do instrumento.
Como parte inicial é escolhida a madeira, para produzir o fundo e o tampo. Essas madeiras são disponíveis no mercado internacional como peças abertas, divididas em dois planos simétricos. São encomendadas já com tamanhos e cortes apropriados e é essencial que elas estejam bem secas para começar a produção.
Para o fundo é usada o acero, madeira clara, com venatura visivelmente ondulada. As fibras são trançadas e trabalhar com ela exige habilidade e cautela, para ter um resultado satisfatório. Já o tampo é feito de abeto, madeira européia que através de sua venatura alinhada consegue obter um bom resultado sonoro.
Colando tampo e fundo
Após a escolha da madeira é feita a colagem para a união das duas partes simétricas. É utilizada cola animal rica em colágeno, que também ajuda bastante para que a união seja perfeita.
Desenhando e cortando
Mantendo-se uma folga de uns 2 milímetros como margem de erro, é feito o molde, desenho perfeitamente simétrico em ambas madeiras. Como próximo passo vem o corte, com o auxilio de limas , plaininhas ou lâminas.
Trabalhando a Bombatura
Já com tampo e fundo cortado e colado, são ligeiramente presos em uma forma apropriada e daí sim começa o trabalho da bombatura , feito com goivas . Depois então, corrige-se a simetria e as curvas com uma plaininha.
Fazendo o Sulco
Feito o esboço e corrigidas as falhas, é hora de acertar a espessura das margens com auxilio de um graminho.
Preparando a Filetatura
Logo depois é feito um sulco com uma goiva larga, contornando a bombatura, onde
posteriormente se fará o filetamento . A borda deve ter uma espessura variando entre 3,5 e 4,5 mm. Depois de feito o sulco, é hora de acertar a altura máxima final do tampo e fundo (aproximadamente 15 mm).Hora também de suavizar as curvas e desníveis, com as plaininhas, deixando-o em ponto de acabamento com as raspadeiras .Começa-se então adicionar o filete, normalmente comprado pronto. É feito dois cortes marcando os traços, com a distancia ligeiramente inferior à largura do filete, para que o mesmo entre apertado. O filete deve ser cortado na medida exata e testado antes de ser colado. Eles são colados com cola animal e após secos devem ser aparados com uma goiva.
Dando acabamento com a raspadeira
O acabamento começa com a raspadeira que deve obedecer o sentido à condição das fibras e o tipo de madeira.
Escavando tampo e fundo
Agora é feita a escavação da parte interna do tampo e do fundo.Essa parte é extremamente importante para o resultado sonoro do instrumento. Além disso, é um trabalho extremamente delicado, pois qualquer erro pode ser fatal. A espessura do tampo chega a ser tão fina que ele se torna quase transparente. O processo de escavação deve ser iniciado com auxilio de goivas e depois, com plaininhas de fundo convexo, sempre controlando com o uso do espessimetro . Os pontos com a espessura desejada devem ser assinalados e não mais tocados.
Curvando as laterais
As faixas laterais normalmente já são adquiridas semi-prontas e têm largura de aproximadamente 30 mm, mas devem ser trabalhadas com uma margem de 5 mm.
Para se curvar a madeira, é preciso banhá-la em água com pano encharcado, depois passa as faixas de madeira em uma resistência quente pressionando lentamente, de acordo com a curva desejada. A resistência deve estar aquecida em 150°C.
Montando e colando as laterais e reforços
Agora é feita a montagem de todas as laterais curvadas, onde prende-se tudo com grampos, conferindo todos os pontos, antes de colar.Logo depois a colagem é feita com cola animal. Os locais de colagem, devidamente ajustados, recebem cola abundante. Após a colagem, que é feita com pincel, espera-se um dia até o momento de plainar a lateral. A plainagem é feita com plaina comum, bem afiada e com pouca lamina, podendo-se intercalar entre a de médio e a de grande porte, dependendo do ponto a ser plainado. Em seguida, são coladas as contrafaixas, reforços internos às faixas laterais, que acompanham as curvas.
Acertando contrafaixa e Colando fundo e tampo
Depois de coladas as laterais, acertados os reforços e contra-faixas, a lateral pode ser removida da forma, para começar a colagem dos tampo e fundo. O fundo é preso a lateral com grampos especializados, é passada a cola nas superfícies de contato com auxilio de uma espátula fina e espera-se ao menos um dia para secagem da cola.Depois
de colado o fundo, é colado o tampo repetindo o processo.
Esculpindo o Braço
Para fazer o braço é preciso técnica. Ele é retirado de um bloco de madeira e depois esculpido.Terminando esse processo, começa-se esculpir a voluta e o dorso.Para estes, é preciso de um bom desenho além de muita coordenação e experiência.Usa-se goivas, formão, lima e raspadeira.
Trabalhando curvatura e colagem do braço
É feito agora o arredondamento do braço, com facas, formões e grosas . As curvas das extremidades devem ser suaves, porém determinadas.O processo de colagem é longo e deve ser feito com calma e atenção, dado o número de variáveis a serem consideradas. Após braço colado, são feitas as nocetas . Em seguida, com facas, formões e raspadeiras, seguem-se com o acabamento.
Fase final
Como fase final, são colocadas as cravelhas , cavalete e a alma. Para dar o acabamento, passa-se uma raspadeira leve nas laterais, para corrigir as imperfeições do acero depois de aquecido e curvado.Então é lixado e envernizado. Como ultimo passo, a montagem. Cola-se a escala, pende-se as cordas no cordal cravelhas e insere-se o cavalete, fazendo o ajuste da altura das cordas. O processo de acabamento do violino é um tanto longo em relação ao tempo empregado pela sua construção, dado o período de secagem do verniz, antes do polimento de cada demão.
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