CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

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CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM RASTREAMENTO AUTOMATIZADO PARA MAXIMIZAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Angela Monteiro Brito Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos Mestrado Profissional, PPGEP/ITEC, da Universidade Federal do Pará, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestra em Engenharia de Processos. Orientador: Edinaldo José de Sousa Cunha Belém Julho de 2018

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CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM

RASTREAMENTO AUTOMATIZADO PARA MAXIMIZAR A EFICIÊNCIA

ENERGÉTICA

Angela Monteiro Brito

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Engenharia de Processos –

Mestrado Profissional, PPGEP/ITEC, da

Universidade Federal do Pará, como parte dos

requisitos necessários à obtenção do título de Mestra

em Engenharia de Processos.

Orientador: Edinaldo José de Sousa Cunha

Belém

Julho de 2018

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CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM

RASTREAMENTO AUTOMATIZADO PARA MAXIMIZAR A EFICIÊNCIA

ENERGÉTICA

Angela Monteiro Brito

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO PROGRAMA DE

PÓSGRADUAÇÃO EM ENGENHARIA PROCESSOS – MESTRADO

PROFISSIONAL (PPGEP/ITEC) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ COMO

PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

MESTRE EM ENGENHARIA DE PROCESSOS.

Examinada por:

_______________________________________________

Prof. Edinaldo José de Sousa Cunha, D.Eng.

(PPGEP/ITEC/UFPA - Orientador)

________________________________________________

Prof. Deibson Silva da Costa, D.Eng.

(FEMat/CAMPANAIN/UFPA - Membro)

_______________________________________________

Prof. Jean da Silva Rodrigues, Dr.

(PPGEMAT/IFPA – Membro)

________________________________________________

Profª. Raimunda Figueiredo da Silva Maia, Dra.

(PRODENA/ITEC/UFPA - Membro)

BELÉM, PA - BRASIL

JULHO DE 2018

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

Sistema de Bibliotecas da UFPA

Brito, Angela Monteiro, 1963-

Construção de concentrador solar parabólico com

rastreamento automatizado para maximizar a eficiência

energética / Angela monteiro Brito — 2018.

Orientador: Edinaldo José de Sousa Cunha

Dissertação (Mestrado Profissional) – Universidade

Federal do Pará. Instituto de Tecnologia. Programa de Pós-

Graduação em Engenharia de Processos, 2018

1. Energia Solar. 2. Concentrador. 3. Controle de

posição I. Título

CDD 621.042

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Dedico este trabalho a minha família,

amigos e a todos aqueles que

contribuíram para sua realização.

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AGRADECIMENTOS

A meu Deus, que me deu condições intelectuais e físicas para concluir este

trabalho e conquistar esse título.

Agradeço a minha família pelo apoio e por suportar a minha ausência ao longo

do curso, em especial ao meu marido que sempre esteve ao meu lado em todos os

momentos: bons e difíceis.

Ao meu orientador, pelo acompanhamento durante as pesquisas experimentais e

pela assistência na elaboração desta dissertação.

Aos professores do PPGEP.

Agradeço também a todos os amigos que torceram pelo sucesso de meu trabalho,

em especial os que trabalharam diretamente comigo; Reginaldo, Paulo Wallace, Miguel

Alexandre, André.

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“A mente que se abre a uma nova ideia jamais

voltará ao tamanho original.”

(Albert Einstein)

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Resumo da Dissertação apresentada ao PPGEP/UFPA como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Processos (M. Eng.)

CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABOLICO COM

RASTREAMENTO AUTOMATIZADO PARA MAXIMIZAR A EFICIÊNCIA

ENERGÉTICA

Angela Monteiro Brito

Julho/2018

Orientador: Edinaldo José de Sousa Cunha

Área de Concentração: Engenharia de Processos

Um concentrador solar cilíndrico parabólico incrementado com rastreamento

automatizado em um único eixo é apresentado para aquecer água a ser aplicada na

técnica do branqueamento do açaí. Este sistema utiliza a radiação solar direta e a

concentra em um ponto focal transformando-a em energia térmica. Diante do exposto,

um sistema de geração de energia térmica utilizando a radiação solar direta concentrada

em calha parabólica para o aquecimento de água e controlando-se a vazão gerar vapor,

será construído com materiais reciclados, o protótipo tem como principal característica

o sistema de rastreamento automatizado através de um micro controlador, com entradas

digitais onde estão conectados sensores do tipo LDR (resistor dependente de luz) e na

saída um atuador de um único eixo e com um grau de liberdade para mover o sistema no

sentido Leste-Oeste, o rastreador foi implementado e testado para seu desempenho em

tempo real. O programa que é transferido para o controlador, desenvolvido em

linguagem Ladder e faz o controle em malha fechada, baseado no sinal de saída que é

comparado ao set point e a resposta para corrigir o erro de posição, o que fez com que a

calha parabólica esteja sempre apontada para o sol num ângulo de 90º, ângulo ideal para

que a calha receba a máxima irradiação direta do sol. O controlador corrigiu o erro de

regime em tempo real, o sistema esta sempre posicionado no ângulo de máxima

irradiância que pode ser observada com os resultados apresentados a partir da Análise

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de dados coletados do sistema operando em modo: rastreamento manual e

automatizado, outro fator que demostra a eficiência do concentrador é a taxa de

concentração, que é a razão entre a área da abertura da calha, isto é, área que recebe a

radiação direta e área de absorção, protótipo apresentou uma taxa no valor de 14, este é

um parâmetro que afeta inversamente proporcional à eficiência térmica do

concentrador, isto é, o balanço energético, mas este resultado está dentro dos limites de

rastreamento em um único eixo. A máxima eficiência energética foi 127,81 ºC para o

rastreamento manual e 131,70 ºC para o rastreamento automatizado. Desta forma, a

implementação do método de rastreamento automatizado em um único eixo, a partir da

análise dos resultados, comprova a contribuição do trabalho se comparados a métodos

de rastreamento manual.

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Abstract of Dissertation presented to PPGEP/UFPA as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master in Process Engineering (M. Eng.)

CONSTRUCTION OF PARABOLIC SOLAR CONCENTRATOR WITH

AUTOMATIC TRACKING TO MAXIMIZE ENERGY EFFICIENCY

Angela Monteiro Brito

July/2018

Advisor: Edinaldo José de Sousa Cunha

Research Area: Process Engineering

An enhanced parabolic cylindrical solar concentrator with automated tracking on a

single axis is presented to heat water to be applied in the açaí bleaching technique. This

system uses the direct solar radiation and concentrates it in a focal point transforming it

into thermal energy. In view of the above, a system of thermal energy generation using

the direct solar radiation concentrated in parabolic trough for the heating of water and

controlling the flow generate steam, will be constructed with recycled materials, the

prototype has as main characteristic the tracking system automated through a micro

controller, with digital inputs where LDR (light dependent resistor) type sensors are

connected and at the output a single axis actuator and with a degree of freedom to move

the system in an East-West direction, the tracker was implemented and tested for real-

time performance. The program that is transferred to the controller, developed in Ladder

language and does the closed-loop control, based on the output signal that is compared

to the set point and the response to correct the position error, which caused the parabolic

trough is always pointed at the sun at a 90º angle, ideal angle so that the trough receives

the maximum direct irradiation from the sun. The controller corrected the real-time

regime error, the system is always positioned at the maximum irradiance angle that can

be observed with the results presented from the analysis of data collected from the

system operating in mode: manual and automated tracking, another factor that

demonstrates the efficiency of the concentrator is the concentration rate, which is the

ratio between the area of the gutter opening, that is, area receiving the direct radiation

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and absorption area, prototype showed a rate in the value of 14, this is a parameter

which affects inversely proportional to the thermal efficiency of the concentrator, ie the

energy balance, but this result is within the limits of tracking on a single axis. The

maximum energy efficiency was 127.81 ºC for manual tracing and 131.70 ºC for

automated tracing. Thus, the implementation of the automated tracking method on a

single axis, based on the analysis of the results, proves the contribution of the work

compared to manual tracking methods.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO.......................................................................... 1

1.1 - MOTIVAÇÃO................................................................................................ 1

1.2 - OBJETIVOS................................................................................................... 4

1.2.1 - Objetivo geral............................................................................................. 4

1.2.2 - Objetivos específicos.................................................................................. 4

1.3 - CONTRIBUIÇÕES DA DISSERTAÇÃO..................................................... 4

1.4 - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.............................................................. 5

CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA................................................. 6

2.1 - REFERENCIAL TEORICO........................................................................... 6

2.2 - RADIAÇÃO SOLAR..................................................................................... 7

2.3 - CONCENTRADORES TERMOSSOLARES................................................ 11

2.3.1 - Concentradores Solar Parabólicos........................................................... 11

2.4 - CARACTERÍSTICAS DO CONCENTRADOR PARABÓLICO................. 12

2.4.1 - Definição de parábola................................................................................ 12

2.4.2 - Distância focal............................................................................................ 13

2.4.3 - Fator geométrico........................................................................................ 14

2.4.4 - Cálculo da abertura do coletor................................................................. 14

2.4.5 - Ângulo do arco de incidência solar........................................................... 15

2.4.6 - Seleção do diâmetro do tubo absorvedor................................................. 16

2.4.7 - Desempenho óptico do coletor.................................................................. 17

2.4.8 - Desempenho térmico do coletor................................................................ 17

2.4.9 - Eficiência instantânea do coletor.............................................................. 18

2.4.10 - Sistema de rastreamento......................................................................... 19

2.4.11 - Automação do rastreamento................................................................... 21

2.4.12 - Controle de posição.................................................................................. 22

CAPÍTULO 3 - MATERIAIS E MÉTODOS..................................................... 23

3.1 - MATERIAIS................................................................................................... 23

3.2 - METODOLOGIA EXPERIMENTAL........................................................... 24

3.2.1 - Dimensões do Protótipo............................................................................. 24

3.2.2 - Sistema de rastreamento solar.................................................................. 31

3.2.3 - Sistema de controle.................................................................................... 35

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3.2.4 - Testes do absorvedor sem carga e com rastreamento manual............... 40

3.2.5 - Testes do absorvedor com carga e com rastreamento manual.............. 41

3.2.6 - Testes do absorvedor com carga e com rastreamento automático........ 43

CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................... 45

4.1 - ANÁLISE DO SISTEMA DE RASTREAMENTO MANUAL.................... 45

4.1.1 - Análise térmica do absorvedor sem cobertura e carga........................... 45

4.1.2 - Análise térmica do absorvedor com cobertura....................................... 49

4.2 - ANÁLISE DO SISTEMA DE RASTREAMENTO AUTOMÁTICO........... 52

4.2.1 - Análise térmica do absorvedor................................................................. 52

4.2.2 - Análise da influência do rastreamento automático na temperatura do

fluido....................................................................................................................... 55

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES.............................................. 61

5.1 - CONCLUSÕES.............................................................................................. 61

5.2 - SUGESTÕES.................................................................................................. 62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 63

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 A geometria sol – terra................................................................. 8

Figura 2.2 Processos de interação da radiação solar..................................... 9

Figura 2.3 Mapa de isolinhas de radiação solar no Brasil............................. 10

Figura 2.4 Concentrador cilíndrico parabólico.............................................. 11

Figura 2.5 Exemplos de algumas parábolas.................................................. 12

Figura 2.6 Gabarito construído em compensado........................................... 13

Figura 2.7 Ângulos notáveis em solarimetria................................................ 15

Figura 2.8 Sistema de coordenadas cilíndricas.............................................. 16

Figura 2.9 Exemplo de tubos de cobre.......................................................... 16

Figura 2.10 Posicionamentos do sistema para seguir o movimento diário de

rotação da terra............................................................................. 20

Figura 2.11 Micro Controlador Programável CLIC-02................................... 21

Figura 2.12 Exemplo de controle em malha fechada...................................... 22

Figura 3.1 Diagrama de blocos da metodologia............................................ 23

Figura 3.2 Cálculo e formato da parábola do concentrador.......................... 25

Figura 3.3 Perfil da parábola em papel milimetrado..................................... 26

Figura 3.4 Gabarito em compensado para construção da estrutura............... 26

Figura 3.5 Montagem da estrutura de ancoragem......................................... 27

Figura 3.6 Calha montada para receber as lâminas....................................... 27

Figura 3.7 Fixação das lâminas de alumínio................................................. 28

Figura 3.8 Lâminas sem o filme protetor...................................................... 28

Figura 3.9 Posição do tubo na linha focal..................................................... 29

Figura 3.10 Tubo absorvedor posicionado na linha focal............................... 30

Figura 3.11 Tubo absorvedor revestido com tubo de vidro............................. 30

Figura 3.12 Instalação do primeiro motor....................................................... 31

Figura 3.13 Sistema de redução....................................................................... 32

Figura 3.14 Placa eletrônica da Ponte “H”...................................................... 33

Figura 3.15 Diagrama do circuito da Ponte H................................................. 33

Figura 3.16 Caminho percorrido pela corrente................................................ 34

Figura 3.17 Posição da fixação dos sensores................................................... 34

Figura 3.18 Sensores fixados na lateral da calha............................................. 35

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Figura 3.19 Diagrana de blocos da malha fechada.......................................... 36

Figura 3.20 Trecho da programação em linguagem Ladder............................ 37

Figura 3.21 Calha com sistema de rastreamento............................................. 39

Figura 3.22 Diagrama de blocos do procedimento.......................................... 39

Figura 3.23 Tubulação de saída com tratamento térmico................................ 40

Figura 3.24 Exemplo de verificação de temperatura....................................... 41

Figura 3.25 Absorvedor com sifão e registro.................................................. 42

Figura 3.26 Método manual de travamento..................................................... 42

Figura 3.27 Método manual deslizante de travamento da calha...................... 43

Figura 3.28 Imagem do termômetro digital..................................................... 44

Figura 4.1 Ensaio do concentrador................................................................ 46

Figura 4.2 Comportamento da temperatura ao longo do tempo.................... 47

Figura 4.3 Variâncias da temperatura ao longo do tempo............................. 49

Figura 4.4 Absorvedor pintado e recoberto com tubo de vidro..................... 49

Figura 4.5 Influência da cobertura do tubo absorvedor................................. 51

Figura 4.6 Comportamento da temperatura................................................... 52

Figura 4.7 Concentrador com o rastreamento automatizado instalado......... 53

Figura 4.8 Comportamento da temperatura com rastreamento automático

do coletor...................................................................................... 54

Figura 4.9 Comparação do sistema manual e automático de rastreamento... 55

Figura 4.10 Concentrador de calha parabólica................................................ 56

Figura 4.11 Comparação dos resultados de sistemas automatizados.............. 57

Figura 4.12 Influência da degradação no sistema............................................ 59

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 Dados de radiação solar diária.................................................... 10

Tabela 2.2 Classificação dos coletores solares por graus de rastreamento... 20

Tabela 3.1 Dimensões do concentrador de Calha Parabólica....................... 25

Tabela 4.1 Resultados do teste do concentrador operando sem carga.......... 46

Tabela 4.2 Resultados do teste do concentrador operando sem carga.......... 48

Tabela 4.3 Resultados do teste do concentrador com cobertura de vidro e

com carga.................................................................................... 50

Tabela 4.4 Comparativo de ensaios dos concentradores com carga e

rastreamento manual................................................................... 51

Tabela 4.5 Resultados do teste do concentrador operando com carga.......... 53

Tabela 4.6 Dimensões do concentrador solar............................................... 56

Tabela 4.7 Comparativo de ensaios dos concentradores com rastreamento

automático................................................................................... 57

Tabela 4.8 Influencia da degradação nos resultados obtidos........................ 58

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NOMENCLATURA

ANVISA AGENCIA NACIOANL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

CPTEC CENTRO DE PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMATICOS

CP CONTROLADOR PROGRAMÁVEL

CRESESB CENTRO DE REFERÊNCIA PARA ENERGIA SOLAR E EÓLICA

SÉRGIO DE SALVO BRITO

GEDAE GRUPO DE ESTUDOS E DESENVOLVIMENTO DE

ALTERNATIVAS ENÉRGÉTICAS

GLP GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO

LABREN LABORATÓRIO DE MODELAGEM E ESTUDO DE RECUROS

RENOVAVEIS DE ENERGIA

NEMA NATIONAL ELECTRICAL MANUFACTURERS ASSOCIATION

NERL NATIONAL RENEWABLE ENERGY LABORATORY

SEGS SOLAR ELECTRIC GENERATION SYSTEMS

SIN SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 - MOTIVAÇÃO

A necessidade de aquecimento da água a uma temperatura adequada, que

possibilitasse a técnica de branqueamento do açaí, preparando o fruto para o

beneficiamento, a partir do aproveitamento da energia solar, surgiu para diminuir os

custos com energia elétrica e o gás GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) usados no

processo de aquecimento da água.

A utilização da energia solar térmica pela humanidade já se faz presente em

períodos bastante remotos. KALOGIROU (2009), cita um dos primeiros registros

embora não comprovados, que Arquimedes (282 a 212 aC), com um sistema composto

24 espelhos que concentravam os raios solares em um único ponto focal, teria ele usado

esta invenção para queimar a frota marítima romana na Baía de Syracuse, atualmente

pertencente à Itália. Este fato foi descrito pelo do matemático polonês Vitelio em seu

livro Optics Vitelio.

De acordo com KROTH (2016), com o advento da revolução industrial, a

humanidade passou a demandar cada vez mais o uso de energia elétrica em face da

busca por conforto, atualmente este consumo é baseado na utilização de produtos

elétricos, eletrônicos e eletroeletrônicos. Ainda segundo KROTH (2016) essa energia

elétrica, obtida principalmente a partir da queima de combustíveis fosseis, gerou por

consequência um aumento considerável na concentração de dióxido de carbono (CO2)

na atmosfera, provocando os inconvenientes do efeito estufa, além de acarretar a

degradação dos recursos naturais. Portanto, a consciencialização da importância da

utilização das energias renováveis, para complementar a energia oriunda da queima de

combustíveis fósseis, se faz necessária, através de uma mudança de atitude compatível

com o desenvolvimento sustentável.

O consumo de energia elétrica é uma das atividades mais essenciais para a vida

moderna, causa e consequência do desenvolvimento das sociedades e da indústria, em

se tratando da região amazônica a dificuldade é ainda maior devido sua extensão

territorial, baixa densidade demográfica, inúmeras áreas alagadas e floresta compacta

(LASCIO e BARRETO, 2009).

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2

Acrescentando-se a este cenário a crise do petróleo que teve início na década de

1970, quando se percebeu que esse recurso natural não é renovável a curto e médio

prazo, seu valor de mercado sofre até os dias atuais variações frequentes (KROTH,

2016). Diante a estes fatores, os incentivos ao uso de fontes alternativas de energia

principalmente a solar começaram a ganhar cada vez mais evidencia nas pesquisas para

o desenvolvimento de projetos de concentradores solares pelo mundo.

Atualmente, já existe um acervo técnico cientifico no sentido de alimentar o

desenvolvimento de concentradores pelo mundo. JETER (1986) desenvolveu o cálculo

da distribuição da densidade do fluxo concentrado e no ano seguinte, através de

experimentos, determinou o desempenho ótico de concentradores parabólicos através de

uma formulação analítica semifinita, para facilitar a modelagem numérica eficiente do

fluxo radiante, concentrado na superfície receptora do concentrador parabólico. Além

do acervo técnico, já contamos com tecnologias para utilização da energia solar em

equipamentos como: coletores planos, sacadores solar, fogões solares entre outros.

Além dos experimentos, alguns métodos de simulação de concentradores foram

desenvolvidos para facilitar o trabalho dos pesquisadores, dentre eles o MCRT - Método

Monte Carlo Ray-Trace, que é um simulador computacional usado para obter a

distribuição heterogênea da transferência de calor no interior do tubo. Esse método foi

usado por HE et al., (2010) para comparar os resultados experimentais de suas

pesquisas com o simulador, e após Análise dos resultados, confirmaram a eficiência do

mesmo.

Por tanto, a partir das pesquisas realizadas confirma-se que a utilização da

energia solar por meio de concentradores é uma realidade concreta e promissora.

Segundo MALAGUETA (2012) os países EUA e Espanha, são referências na utilização

da energia solar térmica de alta potência. Os Estados Unidos possuem as Plantas SEGS

(Solar Electric Generation Systems) na Califórnia gerando 353MW (SEGS LS-2, 1994)

e a Espanha conta com diversos campos; a usina na Almería gera 0,5MW (SOUZA

FILHO, 2008) e entre Sevilha e Córdoba a Usina Gemasolar, com 2.650 painéis solares

de 120 metros quadrados cada, gera 11 MW.

O Brasil, sendo um país tropical apresentando elevada incidência de radiação

solar, tem grande potencial para desenvolvimento de tecnologias capaz de transformar

energia solar em energia térmica (TIBA e FRAIDENRAICH, 2000). Como contribuição

para o desenvolvimento de projetos no setor, o Rio Grande do Norte, onde os valores da

irradiância solar são favoráveis para projetos termossolares, na UFNR (Universidade

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3

Federal do Rio Grande do Norte) há um laboratório onde são desenvolvidas pesquisas

para utilização de coletores solares na produção de vapor e energia elétrica (SOUZA

FILHO, 2008). No Pará a UFPA (Universidade Federal do Pará) possui o laboratório

GEDAE (Grupo de Estudos e de Alternativas Energéticas), responsável por vários

projetos já implantados e pesquisas buscando cada vez mais a melhoria e a eficiência na

utilização da irradiância solar, aplicadas em placas fotovoltaicas para geração de energia

elétrica.

Como contribuição às pesquisas, o Atlas Solarimétrico do Brasil fornecem os

dados dos recursos solares (irradiância) no território brasileiro enquanto que, o Atlas

Brasileiro de Energia Solar, apresentam análises sobre os níveis de confiança, da

variabilidade espacial e temporal do recurso solar, tais contribuições são referenciais

básicos importantes para o desenvolvimento de novas pesquisas na área. De acordo

com PEREIRA et al. (2017) a avaliação do potencial de recursos de energia solar em

uma determinada região é importante; pois envolve três componentes básico para o

desenvolvimento de projetos termossolares, que são: a distribuição espacial, a

variabilidade temporal e as incertezas envolvendo as duas variáveis.

Para PEREIRA et al. (2017) a componente distribuição espacial é um parâmetro

importante a ser observado para a viabilidade técnica do potencial energético de uma

dada região, por tanto, para obter um melhor aproveitamento da irradiância os coletores

solares devem seguir o sol em seu movimento diário aparente ao longo do céu.

Para se obter o rastreamento segundo KALOGIROU (2013), dois métodos

podem ser utilizados, um é o método altazimute no qual exige que a estrutura de

sustentação e mobilidade da calha, gire tanto na altitude como também o ângulo

azimutal; o segundo modelo é o rastreamento somente no eixo, onde esta localizada a

linha focal, neste método a estrutura rastreia o sol em uma única direção, de leste a oeste

ou de norte a sul.

Portanto, sabendo que o sol é uma fonte inesgotável de energia e que a energia

térmica, também chamada heliotérmica, resulta da conversão da radiação solar, sua

utilização com tecnologias apropriadas; o concentrador solar poderá ser um instrumento

importante, usado como alternativa energética promissora, diante a demanda crescente

por energia e quiçá, enfrentar os desafios deste milênio.

Diante do exposto, o presente trabalho apresenta como contribuição à pesquisa

experimental em busca de alternativas energéticas, a construção de um concentrador

solar de calha parabólica com rastreamento automático, para aquecimento de água a ser

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4

utilizada em processos térmicos, susceptível à produção de vapor. Tendo como

característica particular na sua construção a utilização de materiais reciclados como

sucata de alumínio e como principal contribuição o rastreamento solar automatizado,

através de um microcontrolador embarcado, sensores e atuadores, para controlar em

malha fechada o posicionamento da calha no ponto de maior incidência solar.

O rastreamento automatizado do concentrador solar tem como objetivo

maximizar a captação da radiação direta solar poderá também o concentrador contribuir

com a efetiva utilização do sistema, na diversificação da matriz energética brasileira.

1.2 - OBJETIVOS

1.2.1 - Objetivo geral

Este trabalho tem por objetivo geral desenvolver um sistema de de rastreamento

solar automatizado, para um concentrador de calha parabólica, afim de aquecer água a

ser utilizada no processo de branqueamento de açaí.

1.2.2 - Objetivos específicos

Dimensionar a geometria para construção do protótipo;

Incrementar o rastreamento automatizado no protótipo através de

microcontrolador;

Comparar os resultados de concentradores similares já existentes com

concentradores automatizados e comprovar a melhoria da eficiência energética.

1.3 - CONTRIBUIÇÕES DA DISSERTAÇÃO

O aproveitamento da energia solar a partir de concentradores solares já é

realidade em alguns países como Estados Unidos, Espanha, Israel entre outros, pois se

trata de uma tecnologia bem desenvolvida (SOUZA FILHO, 2008).

Neste sentido, a contribuição do presente trabalho à pesquisa experimental, será

automatização do rastreamento de concentradores de calha parabólica e seu controle em

malha fechada por meio de micro controlador, visando maximizar a eficiência

energética do sistema.

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1.4 - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O capítulo 1 através da introdução apresenta-se uma breve descrição do trabalho:

a motivação, os objetivos, as contribuições da dissertação e a forma de organização do

trabalho.

O capítulo 2 compreende a revisão da literatura e o referencial teórico, no campo

da energia solar e dos concentradores parabólicos, que será o embasamento teórico

necessário para o desenvolvimento do projeto de construção do protótipo e o

rastreamento automatizado.

O capítulo 3 apresenta os materiais e a metodologia experimental empregada na

construção do coletor solar com rastreamento e seus detalhes de construção.

O capítulo 4 demostra os resultados obtidos no procedimento experimental, a

partir dos dados coletados e apresentados nos gráficos e tabelas.

No capítulo 5 são apresentadas as conclusões a partir das Análises dos resultados

e sugestões para pesquisas futuras.

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CAPÍTULO 2

REVISÃO DA LITERATURA

Este capítulo compreende o referencial teórico e a revisão bibliográfica;

abordam os conceitos e cálculos fundamentais para construção da calha parabólica,

eficiências e o rastreamento automatizado.

2.1 - REFERENCIAL TEORICO

JETER (1986) desenvolveu o cálculo de densidade de fluxo concentrado

utilizável em coletores solares, proporcionando vantagem conceitual e de eficiência,

para ser aplicada em programas computacionais, no qual foram considerados para os

cálculos a geometria do tubo, pois sua sombra na superfície também afeta o rendimento,

está modelagem tornou-se uma ferramenta útil para a análise e construção de

concentradores de calha parabólica.

A viabilidade técnica para aplicação de concentradores de calha parabólica em

substituição aos coletores de placa plana foi pesquisada por KALOGIROU e LLOYD

(1994) de forma que os resultados obtidos após a comparação dos dois sistemas

destacam-se como vantagens: o fluido de trabalho pode atingir temperaturas mais

elevadas quando comparado com um sistema de placas planas da mesma área de

superfície coletora de energia solar, resultando em uma maior eficiência termodinâmica;

a eficiência térmica é maior por causa da menor área de perda de calor em relação à área

do receptor e a superfície refletora requer menos material e sua construção é

estruturalmente mais simples.

A contribuição às pesquisas dos autores ODEH et al. (1998), foi a modelagem

de um concentrador cilíndrico parabólico para produção direta de vapor, no qual foi

usado como fluido de trabalho o óleo Syltherm 800 para determinar as perdas térmicas

do coletor. A modelagem matemática foi baseada na temperatura da parede do

absorvedor, em vez da temperatura do fluido, na qual foram consideradas as perdas de

radiação, de convecção e de condução para as diferentes zonas de fase fluida (água,

vapor e vapor seco), esta estratégia foi usada para que os resultados possam prever o

desempenho geral do coletor com qualquer fluido de trabalho.

Page 23: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

7

Na construção da estrutura parabólica, um dos fatores importantes que afetam o

desempenho de um PTC (Parabolic Trough Solar Collector) é a precisão da superfície

refletora. Neste sentido, para a redução dos erros de contorno na superfície do

concentrador ARASU e SORNAKUMAR (2007) aplicaram em seu protótipo um

compósito de fibra de vidro para fazer o reforço da ancoragem, que além de melhorar o

desempenho térmico do coletor, obtiveram bons resultados em testes de carga e de

torção aplicados a estrutura, o que concedeu ao coletor cilíndrico parabólico; alta

resistência específica (relação força-peso), rigidez específica (relação rigidez-peso),

propriedades que conferem ao protótipo alta resistência à temperaturas elevadas e à

corrosão ácida do concentrador.

Uma caracterização do erro de rastreamento direto em um rastreador solar de um

eixo foi proposta por SALLABERRY et al. (2015) no qual os pesquisadores usaram um

sensor digital de ângulo de gravidade (inclinômetro) para otimizar o ângulo de aceitação

que é uma característica chave de um concentrador solar, o qual pode ser definido como

o ângulo máximo no qual todos os raios incidentes em um sistema de concentração

ótica são transmitidos ao seu receptor. O procedimento proposto fornece uma melhor

precisão para o erro de rastreamento do que o ângulo teórico de aceitação.

No Brasil MALAGUETA (2012) fez uma revisão bibliográfica, apresentando

um panorama mundial a cerca do histórico da evolução do aproveitamento da energia

solar, que datam de tempos bem remotos e dos princípios e tecnologias aplicadas à

geração heliotérmica. Em seu trabalho descreve as principais tecnologias utilizadas

atualmente como: concentradores cilíndricos parabólicos, coletor Fresnel, disco

parabólico e torre central, informando ainda onde essas tecnologias estão sendo

aplicadas pelo mundo. Esta visão ampla desperta a necessidade da implantação de

projetos aqui no Brasil que conta com uma irradiância média mensal de expressiva

relevância.

2.2 - RADIAÇÃO SOLAR

Conceitos básicos são necessários ao desenvolvimento de tecnologias para o

aproveitamento da geração heliotérmica. Um primeiro conceito é dado por

KALOGIROU (2004); radiação solar é o termo usado no conceito da energia radiante

emitida pelo sol sob a forma de onda eletromagnética, que é obtida a partir de fusão

contínua no qual o hidrogênio é transformado em hélio.

Page 24: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

8

Para mensurar a quantidade de radiação solar disponível em uma região e sua

variabilidade espacial e temporal é necessário compreender a posição relativa entre o sol

e a terra. Segundo PEREIRA et al. (2017) a terra orbita o sol a uma distância média de

cerca de 150 milhões de quilômetros, completando um ciclo a cada 365,25 dias solares.

Conforme apresentado na Figura 2.1 é possível observar a geometria do movimento

aparente da terra ao redor do sol, relacionada à transferência radioativa, a variância da

distância do sol em relação a um ponto na superfície e a variabilidade diária e sazonal

do sol que determina as estações do ano e a duração do dia.

Figura 2.1 - A geometria sol‐terra.

Fonte: TIBA e FRAIDENRAICH (2000).

No território brasileiro, os valores mensurados de irradiância constam no Atlas

Solarimétrico do Brasil. Devido a inclinação do eixo da terra essa distância varia entre

1,47 x 108 km e 1,52 x 108 km, por consequência, o fluxo de radiação solar também

varia entre 1.325 W/m² e 1.412 W/m² (TIBA e FRAIDENRAICH, 2000). De acordo

com NREL (National Renewable Energy Laboratory), um valor médio da irradiância

solar é estabelecido em 1.366 W/m² e é definido como a constante solar. Diante do

exposto, a duração do dia e a quantidade de energia solar incidente na superfície

Page 25: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

9

terrestre apresenta variabilidade temporal, dado importante a ser considerado na

construção de um concentrador solar.

A irradiância solar fora da atmosfera é quase constante, contudo somente parte

da radiação solar atinge a superfície terrestre, a quantidade de radiação incidente na

superfície terrestre é composta pela radiação difusa, advinda do céu devido à difusão da

radiação solar na atmosfera e nas nuvens e a direta que representa a direção de

incidência na linha imaginária entre a superfície e o sol sem interferências dos processos

radiativos de absorção e espalhamento que ocorrem na atmosfera (PEREIRA et al.,

2017). Na Figura 2.2 é mostrado em detalhes os efeitos físicos e os processos que sofre

a irradiância a até atingir a superfície terrestre.

Figura 2.2 - Processos de interação da radiação solar.

Fonte: PEREIRA et al. (2017).

Segundo TIBA e FRAIDENRAICH (2000) existe consciência generalizada de

que o Brasil em toda sua extensão territorial conta com um recurso solar de excelente

qualidade. Na Figura 2.3 é apresentado um panorama do comportamento geral anual da

radiação solar global diária média anual no território brasileiro.

Page 26: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

10

Figura 2.3 - Mapa de Isolinhas de Radiação Solar do Brasil.

Fonte: PEREIRA et al. (2017).

Na Tabela 2.1 são apresentados valores de radiação solar diária (médias

mensais) para algumas localidades no mundo, inclusive em Belém-PA.

Tabela 2.1 - Dados de radiação solar diária.

Localidade Latitude Hh (mínimo)

(MJ/m2)

Hh (máximo)

(MJ/m2)

Dongola - Sudão 19o 10' 19,1(Dez) 27,7(Mai)

Dagget - USA 34o 52' 7,8(Dez) 31,3(Jun)

Belém/PA - Brasil 1o 27' 14,2(Fev) 19,9(Ago)

Floriano/PI - Brasil 6o 46' 17,0(Fev) 22,5(Set)

Petrolina/PE - Brasil 9o 23' 16,2(Jun) 22,7(Out)

B. J, da Lapa/BA - Brasil 13o 15' 15,9(Jun) 21,1(Out)

Cuiabá/MT- Brasil 15o 33' 14,7(Jun) 20,2(Out)

B. Horizonte/MG - Brasil 19o 56' 13,8(Jun) 18,6(Out)

Curitiba/PR - Brasil 25o 26' 9,7(Jun) 19,4(Jan)

P. Alegre/RS - Brasil 30o 1' 8,3(Jun) 22,1(Dez)

Fonte: Adaptado de PEREIRA et al. (2017).

Page 27: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

11

2.3 – CONCENTRADORES TERMOSSOLARES

Concentradores de energia solar são dispositivos trocadores de calor que tem por

função transformar a componente direta da radiação solar em energia térmica para o uso

em processos térmicos e para geração de energia elétrica, tendo como principal

elemento o coletor solar, isto é, a superfície óptica refletiva (KALOGIROU, 2004).

2.3.1 - Concentradores Solares Parabólicos

Os concentradores de calha parabólica constituem um tipo especial de

permutadores de calor que transformam energia da radiação solar em energia interna do

meio de transporte (KALOGIROU, 2004). São construídos dobrando uma lâmina de

material reflexivo ou montando com pedaços de espelhos em uma base côncava, para

formar a parábola, onde raios incidentes são refletidos e então focados na superfície

externa do tubo de metal, localizado na linha focal, e recoberto por um involucro de

vidro, a fim de reduzir as perdas de absorção do calor. O fluído a ser aquecido circula

pelo tubo e as trocas de calor ocorrem por condução e convecção. Exemplo de

concentrador é mostrado na Figura 2.4.

Figura 2.4 - Concentrador cilíndrico parabólico.

Fonte: RENEWABLE POWER NEWS (2009).

Page 28: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

12

2.4 - CARACTERÍSTICAS DO CONCENTRADOR PARABÓLICO

2.4.1 - Definição de parábola

Em um projeto de construção da calha parabólica são necessários os cálculos

fundamentais para sua plotagem. Segundo MATOS (2009) a construção do

concentrador tem como base o traçado geométrico da parábola. Portanto,

matematicamente uma parábola é uma função quadrática definida pela expressão:

𝑦 = 𝑎𝑥2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 (2.1)

Sendo a constante “a” define a abertura da parábola, conforme mostra a Figura 2.5.

Figura 2.5 - Exemplos de algumas parábolas.

Fonte: MATOS (2009).

Logo, tendo uma parábola definida da forma:

(𝑥; 𝑦) = (𝑥; 𝑎𝑥2) (2.2)

E, aplicando a derivada em qualquer ponto, temos:

(𝑥; 𝑦′) = (𝑥; 2𝑎𝑥) (2.3)

Então, derivando o y, encontramos a normal a curva será da forma:

(𝑦′; 𝑥) = (2𝑎𝑥; 𝑥) (2.4)

Portanto, ao aplicar-se a Equação reduzida da parábola, temos:

𝑥2 = 2𝑎𝑦𝑥2 (2.5)

Page 29: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

13

2.4.2 - Distância focal

A partir da definição da parábola para encontrar a distância focal, aplica-se o

teorema de Pitágoras no triângulo formado pelos raios incidente e o raio refletido e a

normal ao espelho no ponto de incidência. Finalmente a distância focal, que é

representada pelo cateto oposto, é expressa da forma:

𝑓 =𝑥2

𝑎 (2.6)

Sendo:

𝑓=Distância focal;

𝑎=Abertura da parábola.

Conforme ARASU e SORNAKUMAR (2007) um gabarito executado a partir

das dimensões encontradas da parábola é necessário, para construção da estrutura da

calha parabólica onde será instalada a superfície refletora, que deve ser mais uniforme

possível, pois os erros de construção implicarão em perda de rendimento óptico e

consequentemente das eficiências gerais do concentrador de calha parabólica. Na Figura

2.6 estão representados os detalhes e as dimensões dos gabaritos utilizados pelos autores

em seu protótipo experimental.

Figura 2.6 – Gabarito construindo em compensado.

Fonte: ARASU e SORNAKUMAR (2007).

2.4.3 - Fator geométrico

De acordo com KALOGIROU (1996) as características construtivas, isto é, as

dimensões do coletor determinam o fator geométrico que é uma medida da redução

efetiva da área de abertura devido a efeitos anormais de incidência. Esta medida é

calculada pela razão entre a área sombreada e área total de abertura do coletor.

Page 30: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

14

𝐴𝑓 = [

2

3 𝑊𝑎 . ℎ𝑝+𝑓.𝑊𝑎(1+ 𝑊𝑎

2

48.𝑓2)⁄

𝐴𝑎] (2.7)

Sendo:

𝐴𝑓 =Fator geométrico;

𝐴𝑎=Área Receptora (m²);

𝑊𝑎=Abertura da parábola (m);

ℎ𝑝=Altura da parábola (m);

𝑓=Distância focal.

Dessa forma, ao mensurar as dimensões do protótipo, deve-se ter máxima

atenção às relações gerais do coletor, pois seu desempenho depende das dimensões

inter-relacionadas.

2.4.4 - Cálculo da abertura do coletor

Segundo KALOGIROU (1996) para definir a área projetada dos raios solares

incidentes na calha é necessário definir o diâmetro do absorvedor e o melhor ângulo

para incidência solar, conforme Eq. (2.8). Portanto, a área de abertura do coletor afeta

não somente a taxa de concentração como também a eficiência óptica e o mau

dimensionamento desses fatores levam a perdas térmicas.

𝑊𝑎 = 2𝑟𝑟 𝑠𝑒𝑛(𝜃𝑟) = 4𝑓 𝑡𝑎𝑛𝑔 (𝜃𝑟

2) (2.8)

Sendo:

𝑊𝑎=Abertura da parábola (m);

𝜃𝑟 =Ângulo do quadrante (grau);

𝑓=Distância focal (m).

2.4.5 - Ângulo do arco de incidência solar

A refletividade é uma propriedade que determina a fração da radiação incidente

refletida por uma superfície; depende da direção da radiação incidente e radiação

refletida (PEREIRA et al., 2017).

Page 31: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

15

Desta forma, para obter a posição do arco cujo ângulo ideal fará com que toda

radiação incidente na superfície refletora seja direcionado ao absorvedor, deve ser

escolhido segundo HE et al. (2011) de acordo com as coordenas cartesianas, esse

procedimento é necessário para o posicionamento da calha parabólica seguindo o

ângulo horário solar (ω), que corresponde ao deslocamento angular do movimento

aparente do sol devido à rotação da terra e varia entre -180° e +180° e cada hora

corresponde a 15° de variação do ângulo horário solar (OLIVEIRA, 2008). O ângulo

horário pode ser observado em detalhe na Figura 2.7.

Figura 2.7 - Ângulos notáveis em solarimetria.

Fonte: TIBA e FRAIDENRAICH (2000).

De acordo com HE et al. (2011) sendo a parábola simétrica e o fluxo de calor

também simétrico ao longo do eixo z, a amplitude do ângulo do círculo varia de -90º a

90º. Observando as coordenadas cilíndricas mostrada na Figura 2.8, o melhor ângulo

para construção da calha parabólica é o de 90º, desta forma mantendo a abertura do

concentrador neste ângulo, todo feixe de luz paralelo ao eixo proporcionará uma maior

irradiação absorvida pelo sistema.

Figura 2.8 - Sistema de coordenadas cilíndricas.

Fonte: HE et al. (2011).

Page 32: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

16

2.4. 6 - Seleção do diâmetro do tubo absorvedor

Conforme citado, o absorvedor tem um papel importante no sistema, pois se

trata de um trocador de calor, onde será realizado o balanço energético do sistema, sua

função é receber a irradiação solar transmiti-la para o fluido térmico de trabalho. O

diâmetro do tubo é uma variável que interfere no cálculo da taxa de concentração; um

parâmetro importante para o cálculo da eficiência térmica do sistema (KALOGIROU e

LLOYD, 1984). Portanto, para a escolha do diâmetro do tubo absorvedor é necessário

considerar a altura de abertura da calha, para que sejam asseguradas as relações de

eficiências do sistema como um todo.

Segundo MATOS (2009) o tubo deverá apresentar uma boa condutibilidade para

que o calor absorvido seja facilmente transmitido ao fluído. O material mais utilizado

nas pesquisas experimentais é o cobre, sua condutibilidade térmica é da ordem de 400

W/m. Na Figura 2.9 podemos observar exemplos de tubos de cobre de vários diâmetros.

Figura 2.9 - Exemplo de tubos de cobre.

Fonte: MATOS (2009).

Foi demonstrado por INCROPERA (2003) que o tubo deve ter uma espessura

que lhe dê resistência mecânica, porém, seja o mais fino possível para que a

transferência de calor seja mais eficiente.

2.4.7 - Desempenho óptico do coletor

A eficiência óptica, segundo KALOGIROU (1996) é definida como a proporção

da energia absorvida pelo receptor para o incidente de energia na abertura do

concentrador.

Page 33: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

17

𝜂𝑜 = 𝜌𝑚 𝜏𝑒𝛼𝑎 𝛾 [(1 − 𝐴𝑓 𝑡𝑎𝑛𝑔 (𝜃𝑟)) 𝑐𝑜𝑠(𝜃𝑟)] (2.9)

Sendo:

𝐴𝑓 =Fator geométrico;

𝛼𝑎 =Absorção do receptor;

𝜂𝑜=Eficiência ótica;

𝜃𝑟 =Ângulo do quadrante (grau);

𝜌𝑚 =Reflexão do espelho;

𝜏𝑒=Transmissão do material de cobertura;

𝛾=Fator de interceptação.

Segundo SOUZA FILHO (2008) dependendo do material e do grau de precisão

que é construída a superfície refletora, a eficiência óptica representa um fator de

características limitadoras no resultado global do sistema.

Para OLIVEIRA JUNIOR (2015) o alumínio polido é uma alternativa para a

construção da superfície refletora, pois dependendo do processo de polimento de uma

das faces a folha de alumínio, pode alcançar uma refletividade de até 90%. Essa

superfície conta ainda com a proteção formada pela camada de óxido de alumínio

(Alumina), decorrente da oxidação natural do material.

2.4.8 - Desempenho térmico do coletor

A eficiência térmica de um concentrador solar, segundo KALOGIROU e

LLOYD (1984) é definida como a proporção da energia útil entregue ao incidente de

energia na abertura do concentrador. O cálculo é obtido pelo balanço energético no

receptor dado pela Eq. (2.10).

𝜂 = 𝜂𝑜 − (𝑈𝐿 (𝑇𝑟− 𝑇𝑎)

𝐼 x 𝐶𝑅) (2.10)

Sendo:

𝜂=Eficiência térmica;

𝜂𝑜=Eficiência óptica;

𝑈𝐿=Coeficiente de perda de calor (W/m²K);

𝑇𝑟=Temperatura média do receptor (ºC);

𝑇𝑎=Temperatura ambiente (ºC);

Page 34: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

18

𝐼=Radiação solar direta (W/m²);

𝐶𝑅=Taxa de concentração.

A taxa de concentração é obtida a partir da Eq. (2.11).

𝐶 = 𝑊𝑎

𝜋 𝐷 (2.11)

Sendo:

C=Taxa de concentração;

Wa=Abertura da parábola (m);

D=Diâmetro do tubo.

Ainda segundo SOUZA FILHO (2008) assim como a eficiência óptica a

eficiência térmica também constitui um fator limitador para o desempenho global do

sistema.

2.4.9 – Eficiência instantânea do coletor

Segundo KALOGIROU (1996) as relações de eficiências são parâmetros

importantes para o bom desempenho de concentradores solares, neste sentido, a

eficiência instantânea é definida como a taxa de energia que é fornecida ao fluido de

trabalho e depende da taxa de energia útil, da área de abertura do coletor e da

quantidade de radiação solar que cai na parábola. Pode ser calcular através da Eq.

(2.12).

𝜂 = 𝑞𝑢

𝐼 𝐴𝑎 (2.12)

Sendo:

𝜂=Eficiência térmica;

𝑞𝑢=Taxa de energia;

𝐼=Radiação solar direta (W/m²);

𝐴𝑎=Área receptora (m²).

Para o cálculo da eficiência instantânea é necessário conhecer também o valor da

taxa de energia útil, que é calculada usando a Eq. (2.10).

𝑞𝑢 = 𝜂𝑜 𝐼 𝐴𝑎 − 𝑈𝐿(𝑇𝑟 − 𝑇𝑎) 𝐴𝑎 (2.10)

Sendo:

𝑞𝑢=Taxa de energia;

Page 35: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

19

𝜂𝑜=Eficiência óptica;

𝐼=Radiação solar direta (W/m²);

𝐴𝑎=Área receptora (m²).

𝑈𝐿=Coeficiente de perda de calor (W/m²K);

𝑇𝑟=Temperatura média do receptor (ºC);

𝑇𝑎=Temperatura ambiente (ºC).

2.4.10 - Sistema de rastreamento

Os rastreadores solares são dispositivos usados para orientar sistemas de

concentração solar, a fim de aumentar a focalização da radiação solar em um receptor.

(SALLABERRY et al., 2015).

De acordo com OLIVEIRA (2008) os sistemas de rastreamento podem ser de

dois tipos: ativos, impulsionados por motores ou passivos quando o sistema é

impulsionado pelo deslocamento de um fluido, aquecido pela energia solar o qual muda

o ponto de equilíbrio.

Segundo SUMATHI et al. (2017) rastreadores ativos com sistema de eixo único

fornece apenas um grau de liberdade que atua como o eixo de rotação.

Para OLIVEIRA JUNIOR (2015) rastreadores ativos são aqueles que possuem

alguma forma de controle eletromecânico que permitem o alinhamento do sistema com

o sol, utilizando atuadores mecânicos, sensores e controlados por microprocessadores.

Dentre os tipos de rastreadores ativo, os rastreadores microprocessados, são

aqueles em que a posição do equipamento em relação ao sol é definida por equações

matemáticas que descrevem o movimento do sol sobre a terra (OLIVEIRA JUNIOR,

2015).

Uma classificação adicional atribuída aos coletores solares, segundo

KALOGIROU (2013) é através do potencial de rastreabilidade que estes apresentam em

relação aos raios solares, podendo ser estacionários, quando se mantem em

posicionamento constante em relação ao feixe direto da radiação, ou rastreadores, os

quais de acordo com o grau de liberdade, podem mover-se em um ou dois eixos. A

Tabela 2.2 apresenta esta classificação.

Page 36: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

20

Tabela 2.2 - Classificação dos coletores solares por graus de rastreamento.

Motor Coletor Receptor Taxa de

concentração

Faixa de

temperatura

(oC)

Estacionário

Solar Plano Plano 1 30 a 80

Tubular a

vácuo Plano 1 50 a 200

Parabólico

composto Tubular

1 – 5 60 a 240

5 – 15 60 - 300

Rastreamento

em 1 eixo

Refletor linear

Fresnel Tubular 10 – 40 60 a 250

Cilíndrico

Parabólico Tubular 10 – 85 60 a 400

Rastreamento

em 2 eixos

Disco

parabólico Pontual 600 – 20000 100 a 1500

Heliostato

(torre central) Pontual 300 – 1500 150 a 2000

Fonte: Adaptado de KALOGIROU (2013).

A Tabela 2.2 mostra as principais características de sistemas de rastreamento

usados em alguns tipos de concentradores e os resultados obtidos no modo estacionário

e movimentos dos eixos.

De acordo com KALOGIROU (2013) os posicionamentos do sistema para

seguir o movimento diário de rotação da terra, em um único eixo podem ser conforme

mostrado na Figura 2.10.

Figura 2.10 - Posicionamentos do sistema para seguir o movimento diário de rotação da

terra.

Fonte: Adaptado de KALOGIROU (2013).

Para uma orientação no sentido Leste-Oeste, observando a Figura 2.10 tem-se

como vantagem; o fato de mover-se pouco ao longo de todo o dia e de sempre ficar

Page 37: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

21

diretamente voltado para o sol ao meio-dia, enquanto que, o rastreamento no sentido

norte-sul; possibilita os melhores ângulos de incidência no horário de meio-dia.

Segundo NSENGIYUMVA (2008) a posição instantânea do sol, descrita por um

ângulo chamado “Ângulo de horas (ω)” representa a distância entre o meridiano que

passa pelo sol e o meridiano do lugar. Esse ângulo é zero ao meio-dia e aumenta em

direção ao leste à tarde. Considerando um rastreamento automatizado de forma hibrida,

isto é, por sensores e pelo ângulo horário a posição instantânea aparente do sol de ser

considerada para instalar adequadamente o concentrador solar no ponto de maior

irradiância.

Neste sentido, visto que o modo de rastreamento afeta a quantidade de radiação

incidente que cai na superfície do coletor, um sistema eletroeletrônico de rastreamento

automatizado possibilita maior confiabilidade e precisão.

2.4.11 - Automação do rastreamento

Um instrumento importante para a automação trata-se do controlador

programável, pois representam uma alternativa eficaz para fazer o controle de posição

dos concentradores solares parabólicos. Neste sentido, um conceito geral é dado pela

NEMA (National Electrical Manufacturers Association) para um CP (Controlador

Programável): É um aparelho eletrônico digital que utiliza uma memória programável

para o armazenamento interno de instruções para implementação de funções especificas.

A Figura 2.11 mostra um exemplo de controlador lógico.

Figura 2.11 - Micro Controlador Programável CLIC-02. Fonte: WEG Manual do usuário (2010).

Na automação além do controlador é necessária à utilização de sensores que são

dispositivos transdutores capazes de responder a um estimulo. O Resistor Dependente

Page 38: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

22

de Luz - LDR é um dispositivo semicondutor de junção p-n, cuja região de operação é

limitada à condução reversa (BOYLESTAD e NASHELSKY, 2004).

No sistema de rastreamento os sensores são inseridos em circuitos utilizados

para adequar eletricamente os sinais de entrada que serão processados pelo

microprocessador do CP (FRANCHI e CAMARGO, 2008).

2.4.12 - Controle de posição

Segundo NISE (2008) um sistema de controle consiste em subsistemas e

processos (ou plantas) reunidos com o propósito de controlar as saídas dos processos,

isto é, fornece uma saída ou resposta para uma dada entrada ou estimulo. De modo

geral, os sistemas são compostos de subsistemas do tipo: elétrico, mecânico e os

eletromecânicos. A Figura 2.12 apresenta o exemplo geral de um sistema de controle

em malha fechada e seus subsistemas.

Figura 2.12 - Exemplo de controle em malha fechada.

Fonte: NISE (2008).

O benefício de um sistema de controle é a precisão em mover grandes

equipamentos até mesmo remotamente, como por exemplo, um elevador que para

automaticamente no andar estabelecido. Ainda segundo NISE (2008), os sistemas de

controle são construídos por quatro razões: amplificação de potência, controle remoto,

facilidade do uso da forma de entrada e compensações de perturbações.

Page 39: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

23

CAPÍTULO 3

MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo será descrito os materiais e métodos utilizados para o projeto,

construção e avaliação do protótipo de um concentrador solar cilíndrico parabólico com

rastreamento manual e automatizado.

3.1 - MATERIAIS

Os materiais e a metodologia utilizada para execução do concentrador de calha

parabólica será apresentada conforme diagrama de blocos mostrado na Figura 3.1.

Figura 3.1 – Diagrama de blocos.

A elaboração do projeto foi planejada de acordo com referencial teórico descrito

na seção anterior, os cálculos para definir a distância focal e a plotagem da parábola

foram executados no programa Wolfram Mathematica.

O concentrador solar parabólico foi construído com materiais reciclados:

pedaços de compensado com espessura de 30 mm, usados como molde para conformar

a parábola, barras chata de liga de alumínio medindo 2” x 1/8” (50,8 mm x 3,175 mm ),

utilizadas para a armação geral da calha e as com dimensões 1” x 1/8”(25,4 mm x

3,175 mm) para formar a superfície parabólica.

A superfície refletora foi montada com lâminas de alumínio polido com

dimensões de 0,22m x 1,08m e presas na ancoragem com rebites pop repuxo de

alumínio 510 - 4,8mm x 10,0mm, tubo de cobre com diâmetro de 19 mm,

concentricamente o tubo de cobre foi envolvido com tubo de vidro. Dois registros de

Page 40: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

24

gaveta foram utilizados para controlar a passagem do fluido e um de inspeção para

realizar as leituras de temperatura do fluido em escoamento.

O rastreamento manual foi elaborado com pedaços de barra quadrada de 2/3” x

2/3” x 23,62” (16,93 mm x 16,93 mm x 599,99 mm), fixadas na estrutura com rebites

pop repuxo de alumínio 510 - 4,8mm x 10,0mm.

O concentrador experimental apresenta como característica principal o

rastreamento automatizado que utiliza um microcontrolador CLIC 02 WEG, sensores do

tipo LDR (Resistor dependente de Luz), um circuito eletrônico chamado de Ponte “H”,

um motor de corrente continua de 12 VCD , um conjunto de redutores, ligado ao eixo da

calha e condutores elétricos de cobre de 1mm² para fazer as conexões entre o

microcontrolador, sensores e motor.

3.2 - METODOLOGIA EXPERIMENTAL

Inicialmente a exemplo de CHAUHAN (1976), surgiu a ideia de construir uma

lente fluida para concentrar a radiação solar, que foi confeccionada com barra de aço em

forma circular e plástico translucido para conter a água, apesar das tentativas, não se

obteve um foco puntiforme adequado para atingir a temperatura desejada. Utilizou-se

então lente convencional de vidro, mas ao calcular a quantidade de lentes necessárias

para compor um arranjo que permitisse atingir a temperatura desejada, o projeto se

mostrou inviável devido ao alto custo e a área ocupada pelo conjunto, que ficaria maior

que o equipamento. Desta forma a solução foi a construção de um concentrador solar,

pois este, dependendo de suas características construtivas, possibilita alcançar

temperaturas entre 60 a 400 ºC (KOLOGIROU, 2013).

3.2.1 - Dimensões do protótipo

Determinar os parâmetros geométricos é o ponto de partida para construção do

protótipo experimental, para o qual foram utilizadas as Equações 2.5 e 2.6, citadas por

MATOS (2009).

Os cálculos que definiram a abertura da parábola e distância focal

respectivamente foram executados, usando o programa Wolfram Mathematica e são

mostrados na Figura 3.2.

Page 41: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

25

Figura 3.2 - Cálculo e formato da parábola do concentrador.

Com os resultados, o protótipo ficou com as dimensões físicas gerais definidas

conforme apresentado na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 - Dimensões do concentrador de Calha Parabólica.

Descrição Valor

Área de abertura do coletor 0,80 m²

Abertura do coletor 0,80 m

Relação abertura comprimento 0,80

Ângulo da parábola 90º

Diâmetro do absorvedor 19 mm

Taxa de concentração 14

Comprimento 1 m

Os resultados numéricos obtidos da parábola e a distância focal foram utilizados

para plotar no papel milimetrado e em escala natural a forma parabólica da superfície

refletora. O traçado pode ser observado na Figura 3.3a. Posteriormente o perfil da

parábola traçado no papel, foi colado no compensado de espessura 30 mm, para que o

corte na madeira fosse reproduzido com a máxima precisão. Após o corte do

compensado o gabarito ficou conforme apresentado nas Figuras 3.3 e 3.4.

Page 42: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

26

Figura 3.3 - Perfil da parábola em papel milimetrado.

Figura 3.4 - Gabarito em compensado para construção da estrutura.

Com o gabarito em compensado pronto, o mesmo foi utilizado para moldar as

barras de alumínio com dimensões: 1” x 1/8” (25,4 mm x 3,175 mm), que formaram a

ancoragem de sustentação das lâminas, depois de conformadas as barras foram fixadas

com rebite pop na peça de alumínio mais larga 2” x 1/8” (50,8 mm x 3,175 mm), e após

concluída as fixações as quatro extremidades foram amarradas com arame recozido nº

16. A Figura 3.5 mostra os detalhes da montagem da calha.

Page 43: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

27

Figura 3.5 - Montagem da estrutura de ancoragem.

A estrutura da ancoragem principal do concentrador foi construída com as barras

de alumínio 2” x 1/8” x 39,37” (50,8 mm x 3,175 mm x 1.000mm) alinhadas e pré-

fixadas com arame galvanizado número 16; com o máximo cuidado para não deformar a

superfície, posteriormente a estrutura foi soldadas para conceder à calha uma maior

estabilidade. Após a soldagem o perfil ficou pronto para receber as lâminas de alumínio

polido. A calha soldada pode ser observada na Figura 3.6.

Figura 3.6 – Calha montada para receber as Lâminas.

Page 44: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

28

Para construção da superfície refletora utilizou-se alumínio polido, que além de

ser fácil de moldar atingiu bons níveis de reflexão. Porém, infelizmente o alumínio

apesar de apresentar a vantagem de ter um maior índice de reflexão é também mais

susceptível a riscos, o que foi percebido ao longo dos ensaios. Uma visão geral da calha

pronta é apresentada nas Figuras 3.7 e 3.8.

Figura 3.7 - Fixação das lâminas de alumínio.

Figura 3.8 - Lâminas sem o filme protetor.

Page 45: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

29

Concluída a estrutura de ancoragem, a distância focal foi marcada na lateral da

calha no sentido longitudinal em uma barra de alumínio, soldada e furada para ser

fixado o tubo absorvedor de cobre. Um primeiro ensaio do coletor foi realizado para

confirmar a se tubo estava realmente posicionado na distância focal, mensurada a partir

do cálculo efetuado usando a Eq. (3.6). A posição do tubo absorvedor instalado na linha

focal é mostrada conforme Figura 3.9.

Figura 3.9 - Posição do tubo na linha focal.

O absorvedor é o principal componente térmico do sistema, sendo responsável

pela troca de calor e onde o balanço energético é realizado. O material escolhido para o

tubo absorvedor é o cobre, pois sua característica física apresenta uma boa

condutibilidade térmica e a transferência de calor por condução é facilitada pela pouca

espessura da parede do material, porém sem comprometer a proteção mecânica

necessária ao tudo devido o aumento da pressão, quando o fluido ganha energia térmica

e circula em seu interior.

O ângulo do arco usado para se obter o melhor aproveitamento da irradiação

solar é o de 90º, tomando como referência os estudos de HE et al. (1984) que

determinaram a partir de modelamento matemático, como sendo o mais apropriado. A

Figura 3.10 mostra o tubo absorvedor fixado na linha focal recebendo a energia

radiante; em sua superfície é possível também notar alguns pontos escuros no espectro

Page 46: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

30

formado, efeito este que se deve às imperfeições na superfície refletora, causados no

momento de fixação das lâminas.

Figura 3.10 - Tubo absorvedor posicionado na linha focal.

De acordo com as pesquisas de MALAGUETA, (2011) para diminuir as perdas

térmicas, resultantes das trocas de calor por convecção e radiação entre a parede do tubo

e o meio ambiente, é necessário proteger o absorvedor. Neste trabalho o tubo de cobre

foi recoberto com um tubo de vidro (sucata de lâmpada fluorescente tubular de 40W). O

resultado final da adequação pode ser observado na Figura 3.11.

Figura 3.11 - Tubo absorvedor revestido com tubo de vidro.

Page 47: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

31

3.2.2 – Sistema de rastreamento solar – Controlador Programável

Uma estrutura feita com cantoneiras de aço foi construída para suportar a calha

parabólica e o sistema de rastreamento solar, composto dos seguintes equipamentos:

motor e engrenagens redutoras de acoplamento à calha, placa eletrônica da Ponte “H” e

o microcontrolador CLIC 02 da WEG. O protótipo experimental tem como

característica o movimento em apenas um eixo, com um grau de liberdade, para seguir o

sol em seu descolamento aparente com ajuste pelo ângulo horário solar (𝜔); que

corresponde ao deslocamento angular do movimento aparente do Sol devido à rotação

da Terra (PEREIRA et al., 2017). O descolamento da calha será lento, promovido pelo

motor de corrente continua, sendo essa uma característica do sistema de rastreamento

com orientação Leste-Oeste.

Para que o mecanismo dê ao protótipo a mobilidade esperada no eixo de rotação,

o acionamento do atuador será realizado pelo microprocessador que recebe o sinal de

suas entradas digitais, através de quatro sensores (LDR, 5W) que foram instalados nas

laterais da calha ou no caso em que céu esteja nublado, pelo ângulo horário, calculado

para o grau de inclinação desejado.

Uma primeira tentativa de utilização de motor para movimentar a estrutura da

calha, foi frustrada devido a dificuldade de controlar a alta rotação apresentada pelo

mesmo e a falta de torque, pois não suportou o peso da calha em ângulos próximos a 45º

e -45º. A Figura 3.12 mostra a instalação do primeiro motor acoplado na estrutura.

Figura 3.12 - Instalação do primeiro motor.

Page 48: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

32

A solução encontrada, após a tentativa frustrada com a utilização do motor com

alta rotação, foi utilizar outro motor de corrente contínua, porém mudou-se a forma de

acoplamento a calha. Para atingir o torque necessário utilizou-se um sistema de

redutores com engrenagens; desta forma foi possível movimentar a calha A Figura 3.13

mostra o protótipo com o sistema de redução montado acoplado a calha por correias.

Figura 3.13 – Sistema de redução.

Com o sistema de redutores montado para garantir uma rotação do eixo da calha

segura e precisa, e o controle de velocidade do motor mantida, foi necessário

desenvolver uma placa eletrônica conhecida como Ponte “H”, pois o microcontrolador,

responsável pelo controle lógico, utiliza baixos valores de tensão e corrente, sendo,

portanto, incapaz de chavear a corrente requerida pelo motor. A Figura 3.14 apresenta a

Ponte “H” construída para compor o sistema de rastreamento.

Page 49: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

33

Figura 3.14 - Placa eletrônica da Ponte “H”.

Uma Ponte “H” é construída com quatro chaves que permitem direcionar o

caminho que a corrente deve percorrer através motor (OLIVEIRA JUNIOR, 2015). Essa

chave eletrônica tem como principal componente tiristores, um dispositivo eletrônico

semicondutor que opera como chave, e seu nome é decorrente da configuração das

chaves no circuito formando a letra “H”, sendo que cada uma situa-se em um quadrante,

cujo centro tem o motor, as chaves tem por finalidade ligar e inverter o sentido de

rotação do motor. A Figura 3.15 mostra o diagrama da posição das chave no circuito.

Figura 3.15 - Diagrama do circuito da Ponte H.

Fonte: PATSKO (2006).

Page 50: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

34

A variação da velocidade de um motor de corrente continua se faz de acordo

com intensidade de corrente fornecida ao mesmo e para inverter o sentido de rotação,

que é necessário para a calha voltar ao fim do percurso para o ponto de partida, deve-se

inverter o sentido da corrente fornecida ao circuito. A Figura 3.16 apresenta o diagrama

com o sentido da corrente ao fazer a inversão da rotação.

Figura 3.16 – Caminho percorrido pela corrente.

Fonte: PATSKO (2006).

Para fazer o controle do ângulo da radiação direta que cai sobre a calha, quatro

sensores (LDR - Light Dependance Resistor), foram fixados na lateral da mesma, os

quais tiveram que ser colocados dentro de um tubo escuro, pois a sensibilidade dos

mesmos é; incialmente os sensores foram posicionados num ângulo de 90º em relação

ao plano de abertura da parábola, porém não funcionaram adequadamente e finalmente

os sensores foram fixados a uma angulação próximo a 180º, conforme pode ser

observado na Figura 3.17.

Figura 3.17 - Posição da fixação dos sensores.

Page 51: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

35

Com os sensores fixados na posição ideal, eles receberam a radiação direta do

sol de forma idêntica, tendo-se aí o ponto de melhor alinhamento para que o sistema de

rastreamento posicione a abertura da calha do concentrador no melhor ângulo de

incidência. Os sensores fixados na lateral da calha são mostrados na Figura 3.18.

Figura 3.18 – Sensores fixados na lateral da calha.

3.2.3 – Sistema de controle

Para o controle lógico foi utilizado um microcontrolador, chamado de relé

inteligente, CLIC 02 da WEG, que opera com 24 V e 100mA. O microcontrolador,

responsável pelo controle lógico da movimentação do atuador, foi programado para

fazer o controle em malha fechada, isto é, comparar o sinal de saída com o sinal de

entrada estabelecido no set point, de tal forma que os subsistemas chamados de sensores

e atuador sejam usados para regular a posição definida no set point a fim de manter a

calha no ângulo de maior irradiância solar, conforme é descrito na Figura 3.19.

Page 52: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

36

Figura 3.19 - Diagrana de blocos da malha fechada.

O rastreamento automático se fará conforme programação efetuada; após

varredura das leituras dos sinais de entradas e saída do microcontrolador. Ao receber o

sinal de entrada enviado pelos sensores, o microcontrolador compara o estado lógico em

sua região de memória, com os definidos no set point e corrige o erro de posição

enviando um sinal de saída a ponte “H” que dará o comando para o motor ligar e girar o

eixo até assumir a posição corrigida, esse procedimento é mantido num ciclo de

varredura dentro de um intervalo de tempo preestabelecido, ao final do dia o controlador

envia um sinal para que a calha retorne ao ponto inicial e no dia seguinte, no tempo

inicial definido, recomeça o ciclo de varredura.

Este procedimento é realizado quando o dia estiver ensolarado, isto é, sem a

presença de nuvens que encubra os sensores da radiação solar direta, porém como a

região Norte apresenta grande nebulosidade, o sistema foi planejado para funcionar de

forma hibrida, isto é, através dos sensores e pelo ângulo horário. A programação do

sistema lógico que o micro controlador executa, foi desenvolvida usando a linguagem

Ladder, um trecho da programação é mostrado na Figura 3.20.

Page 53: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

37

Figura 3.20 – Trecho da programação em linguagem Ladder.

No desenvolvimento da programação para o sistema hibrido, o controle pelo

ângulo horário solar se fará, nos momentos em que o céu esteja nublado. Neste caso, o

rastreamento se fará conforme o ângulo horário (𝜔), tendo como parâmetro a hora solar

ou tempo solar verdadeiro e calculado conforme a Eq. (3.7) (OLIVEIRA, 2008).

Page 54: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

38

𝜔 = 15 (𝑇𝑆𝑉 − 12) (3.7)

Sendo:

𝜔=Ângulo horário solar;

𝑇𝑆𝑉=Tempo Solar Verdadeiro;

O Tempo Solar Verdadeiro – TSV que está relacionado com a hora local, é

calculado usando a Eq. (3.8).

𝑇𝑆𝑉 = 𝑇𝑂 + 4 (𝐿𝑆𝑇 − 𝐿𝑂𝐶) + 𝐸𝑇 (3.8)

Sendo:

𝑇𝑆𝑉=Tempo Solar Verdadeiro;

𝑇𝑂=Hora oficial da região;

𝐿𝑆𝑇=Hora oficial

𝐿𝑂𝐶=longitude padrão (Brasília 45º oeste);

𝐸𝑇=Equação do tempo.

A Equação do tempo (𝐸𝑇) é calculada pela Eq. (3.9)

𝐸𝑇 = (0,000075 + 0,001868 cos ┌ − 0,032077 sin ┌ − 0,014615 cos ┌ −0,04089 sin ┌) (3.9)

Sendo:

┌ = Ângulo do dia em radianos.

Pode ser calculado por:

┌ = 2𝜋 (𝑑𝑛−1)

365 (3.10)

Sendo:

𝑑𝑛 = Dia do ano.

O sistema de rastreamento solar foi testado em diferentes situações; com carga e

sem carga e devido às condições climáticas da região, só foi possível realiza-lo nos dias

em que o céu apresentou-se ensolarado ou em dias parcialmente nublado.

Os primeiros ensaios do concentrador solar foram realizados sem carga para

confirmar a distância focal, o ângulo de incidência e para observar se a superfície

refletora, apesar do cuidado ao fixa-la, apresentava erros de contorno. O sistema de

rastreamento fixado a calha é apresentado na Figura 3.21.

Page 55: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

39

Figura 3.21 – Calha com sistema de rastreamento.

O diagrama de blocos apresentado na Figura 3.22 descreve o algoritmo de

controle do sistema de rastreamento solar e suas sub-rotinas que compõem o conjunto

de instruções do programa de controle principal.

Figura 3.22 - Diagrama de blocos do procedimento.

3.2.4 - Testes do absorvedor sem carga e com rastreamento manual

O teste sem carga foi realizado posicionando o concentrador solar com a

abertura da calha parabólica voltada para o ângulo de incidência solar e seu

Page 56: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

40

comprimento longitudinal, no sentido norte-sul geográfico e com rastreamento solar

efetuado de forma manual.

O rastreamento feito de forma manual, para seguir o Sol no sentido Leste-Oeste,

com uma cantoneira em que foram feitos rasgos a cada 1 centímetro para fazer o

travamento na posição desejada. A Figura 4.1 mostra as características do coletor e do

céu no dia do ensaio.

No início dos ensaios percebeu-se que a ação dos ventos na tubulação externa a

calha causava perda de calor, o evento foi percebido nas primeiras leituras de

temperatura efetuadas no meio do tubo absorvedor e na saída do mesmo, a solução ao

problema detectado foi revestir toda tubulação externa a calha, entrada e saída com

material esponjoso isolante térmico recoberto com fita também isolante. A Figura 3.23

mostra o tratamento isolante dado à tubulação externa.

Figura 3.23 - Tubulação de saída com tratamento isolante térmico.

Após o tratamento executado, a cada 10 ou 15 minutos, o que corresponde ao

movimento angular horário de 2,5º e 3,75º respectivamente, era feito o

reposicionamento da calha na posição adequada e ao mesmo tempo observava-se

também o espectro da radiação solar no absorvedor, para receber a máxima radiação

solar na abertura da parábola. As leituras de temperatura foram realizadas a cada 30

minutos no intervalo entre 10:00 h e 16:00 h, a 10 cm antes da saída do tubo onde foi

instalado um registro que serviu para a inspeção. A Figura 3.22 mostra uma coleta de

temperatura na abertura de inspeção.

Page 57: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

41

Figura 3.24 - Exemplo de verificação de temperatura.

Os ensaios iniciais foram importantes para se perceber os acertos e corrigir os

erros de construção que o sistema apresentou.

3.2.5 - Testes do absorvedor com carga e com rastreamento manual

Após a confirmação que o absorvedor foi fixado na linha focal, foram realizados

os ensaios com carga para posteriormente comparar os resultados com os do

rastreamento automático, o procedimento de reposição da calha no foco foi o mesmo

executado no ensaio sem carga.

Inicialmente encheu-se o absorvedor com água potável, certificando se estava

totalmente cheio e sem bolhas de ar uma garrafa pet de dois litros foi instalada na

entrada da tubulação, para reabastecer o tubo conforme necessário, isto é, à medida que

na outra extremidade a água saia em forma de vapor, os registros localizados na saída

do tubo e na saída para inspeção eram fechados; efetuava-se leitura de temperatura da

água na entrada do tubo.

Um registro de gaveta foi instalado na entrada da tubulação juntamente com um

sifão feito com o mesmo material, para não permitir que a água retornasse ao

reservatório e outro instalado no final do tubo absorvedor. Com esse procedimento foi

possível controlar a pressão abrindo o registro permitindo a saída do fluido. A Figura

3.25 mostra o controle de pressão interna do absorvedor em teste.

Page 58: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

42

Figura 3.25 - Absorvedor com sifão e registro.

O rastreamento manual da calha inicialmente foi executando através de uma

cantoneira, na qual foram feitos cortes, com serra circular, com 1 cm de distância ao

longo de seu comprimento, porém essa distância em alguns momentos não posicionava

a calha na posição correta. A Figura 3.26 mostra a calha com posição travada na base da

estrutura de sustentação.

Figura 3.26 - Método manual de travamento da calha.

Page 59: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

43

Foi necessário fazer outro método de travamento para que a calha pudesse

percorrer um range maior de valores e possibilitasse uma posição de acordo com a

declinação do sol no ângulo adequado. A Figura 3.27 mostra a calha com posição

travada na base da estrutura de sustentação com o novo método de fixação.

Figura 3.27 - Método manual deslizante de travamento da calha.

Com os ajustes feitos, seguiram-se os ensaios reposicionando a calha em

intervalos de 3 minutos ou quando o céu estava encoberto aguardando a nuvem passar

para posicionar a calha; com o tempo decorrido de 30 minutos, abria-se o registro de

inspeção lentamente e o termômetro era introduzido na abertura, fazia-se a primeira

leitura e na sequencia fechava-se o registro e aguardava 30 minutos para efetuar a

próxima leitura até finalizar o horário definido de 16:00 h. Quando a temperatura se

aproximava de 100 ºC, começava a ser observado o vórtex causado pelo escoamento

turbulento devido o aumento de temperatura no interior do tubo. Este evento era

percebido antes de começar a vaporização da água e quando isto acontecia era momento

de abrir o registro de entrada para liberar água na tubulação. O reabastecimento era

realizado através da garrafa localizada na entrada da tubulação.

3.2.6 - Testes do absorvedor com carga e com rastreamento automático

Nos ensaios do concentrador com o rastreamento automático, foram seguidos os

mesmos procedimentos para posicionamento da calha. Porém, agora a calha move-se de

forma automática, seguindo o movimento aparente do sol através do movimento de

Page 60: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

44

rotação causado no eixo do motor de corrente continua, que foi ligado na saída de um

circuito eletrônico (Ponte “H”) que por sua vez recebe o comando a partir do micro

controlador.

O microcontrolador para enviar o sinal para a posição adequada, ao ser ligado

faz uma varredura em suas entradas, onde estão instalados os sensores (LDR), e

conforme programação compara os sinais recebidos e caso haja erro de posição, manda

o sinal para sua saída digital onde esta conectada a ponte “H” que por sua vez liga o

motor, que se moverá até a posição corrigida. O microcontrolador mantém o ciclo de

varredura durante o intervalo entre 10:00 h e 16:00 h, mantendo o motor sempre com a

abertura da calha voltada para o ângulo de melhor incidência solar. No final do ciclo de

um dia, o motor inverte o sentido de rotação e move o concentrador para a posição

inicial, para que no dia seguinte recomece o processo de rastreamento.

As leituras de temperatura realizadas nos ensaios, foram mensuradas com um

termômetro digital, da marca Incoterm, tipo espeto com alarme, visor em cristal líquido,

resolução de 1º C e exatidão com faixas compreendidas entre; -10º C a 100º C = ∓ 1º C

e acima de 200º C = ∓ 2º C. A Figura 3.28 mostra a imagem do termômetro usado na

pesquisa.

Figura 3.28 – Imagem do termômetro digital.

Page 61: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

45

CAPÍTULO 4

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através dos estudos realizados, base para o dimensionamento, construção e

implementação do rastreamento automatizado do protótipo experimental, o qual fosse

capaz de aproveitar a energia solar; concentrado a radiação direta solar em ponto focal

(linha focal) e transferindo-a para um tubo absorvedor que por sua vez aquecesse a água

a uma temperatura de 80 ºC, para aplicar a técnica de branqueamento do açaí

determinada pela resolução da ANVISA nº 218, de 29 de julho de 2005. A coleta das

amostras dos valores de temperaturas foram mensuradas e ordenadas em tabelas, em um

período compreendido entre 22 de fevereiro e 20 de junho de 2018, apresentadas em

diferentes aspectos: climáticos, horários, com e sem cobertura do tubo absorvedor,

rastreamento manual e automatizado, sendo este último aspecto, a contribuição principal

da dissertação para atingir a temperatura requerida.

4.1 - ANÁLISE DO SISTEMA DE RASTREAMENTO MANUAL

4.1.1 - Análise térmica do absorvedor sem cobertura e carga

O primeiro ensaio foi realizado com o tempo estabelecido de seis horas,

compreendido entre 10:00 h e 16:00 h. No primeiro ensaio, as amostras dos valores de

temperatura foram realizadas a cada 30 minutos, ocorrendo o teste no dia 22 de

fevereiro de 2018. O céu apresentava-se com bastantes nuvens espaças, o que

comprometeu os resultados. O posicionamento da calha foi realizado conforme

procedimento descrito na secção anterior, com o tubo absorvedor sem a cobertura de

vidro e o acompanhamento do movimento do Sol, executado manualmente.

O rastreamento feito de forma manual, para seguir o Sol no sentido Leste-Oeste,

com uma cantoneira em que foram feitos rasgos a cada 1 centímetro para fazer o

travamento na posição desejada. A Figura 4.1 mostra as características do coletor e do

céu no dia do ensaio.

Page 62: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

46

Figura 4.1 – Ensaio do concentrador.

O ensaio consistiu-se em medir a temperatura inicial do tubo absorvedor as

10:00 h, com o termômetro digital, posicionado na extremidade onde sairá o fluido

(água potável) e posteriormente foram coletados os valores de temperatura a cada 30

minutos, concluindo o ensaio as 16:00 h, ao final do ensaio o coletor foi coberto para

proteger a superfície refletora, os dados do ensaio podem ser observados na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 - Resultados do teste do concentrador operando sem carga.

Hora de medição (h) Tabsorvedor (ºC)

10:00 30

10:30 130

11:00 140

11:30 127

12:00 150

12:30 160

13:00 167

13:30 140

14:00 120

14:30 145

15:00 160

15:30 158

16:00 167

Média 138

Page 63: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

47

Com base nos resultados obtidos na Tabela 4.1, foi plotado o gráfico

demostrando o comportamento da temperatura ao longo do tempo. A Figura 4.2 mostra

o comportamento da temperatura durante o ensaio.

Figura 4.2 - Comportamento da temperatura ao longo do tempo.

Com pode ser observado na Figura 4.2, no primeiro ensaio o valor de

temperatura máxima que o concentrador atingiu foi de 167º C e apresentou uma média

igual a 138 ºC, desta forma, os resultados do primeiro ensaio apresentados pelo

concentrador, mostrou que o mesmo possui condições de atingir a temperatura

pretendida. Porém, foi observado durante o primeiro ensaio que os valores de

temperatura declinavam rapidamente quando o coletor ficava sobre o céu encoberto ou

sofrendo a ação de rajadas de vento.

Para se observar melhor o comportamento da temperatura e fazer o registro

desses eventos e registra-los ao longo de seis horas, optou-se por diminuir o intervalo de

tempo entre as coletas de dados para 10 minutos. Os novos resultados podem ser

observados na Tabela 4.2. Os ensaios foram realizados no dia 5 de fevereiro de 2018 o

céu estava claro, porém apresentando nuvens espaças.

0

50

100

150

2001

0:0

0

10

:30

11

:00

11

:30

12

:00

12

:30

13

:00

13

:30

14

:00

14

:30

15

:00

15

:30

16

:00

Tem

per

atura

(ºC

)

Tempo (h)

Page 64: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

48

Tabela 4.2 – Resultados do teste do concentrador operando sem carga.

Hora de

medição Tabsorvedor (ºC)

Hora de

medição Tabsorvedor (ºC)

10:00 32 13:10 167

10:10 135 13:20 160

10:20 122 13:30 50

10:30 142 13:40 167

10:40 140 13:50 165

10:50 160 14:00 145

11:00 165 14:10 150

11:10 165 14:20 148

11:20 170 14:30 149

11:30 81 14:40 42

11:40 168 14:50 141

11:50 170 15:00 160

12:00 164 15:10 168

12:10 174 15:20 159

12:20 40 15:30 159

12:30 170 15:40 150

12:40 175 15:50 153

12:50 168 16:00 148

13:00 173

Média 143,11

Percebe-se que o valor médio de temperatura foi um pouco maior, mesmo

apesentando picos de temperaturas baixas devido o céu apresentar períodos encobrindo

o coletor com maior frequência, o que também foi observado no primeiro ensaio, mas

sem registro da ocorrência na tabela.

O gráfico apresentado na Figura 4.3 contém os resultados obtidos diminuindo-se

os intervalos de leitura, nos mostrando uma visão melhor da variância de temperatura ao

longo do tempo, que mesmo sofrendo a ação do vento e céu encoberto, proporciona uma

temperatura média de 143,11 ºC.

Page 65: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

49

Figura 4.3 – Variâncias da temperatura ao longo do tempo.

4.1.2 - Análise térmica do absorvedor com cobertura

O ensaio do coletor com cobertura de vidro sobre o absorvedor é necessário para

comprovar a ação do vento, provocando perdas térmicas e consequentemente diminindo

a temperatura. O ensaio foi realizado seguindo os mesmo procedimentos de

posicionamento ja citados anteiormente, porém aplicando tinta seletiva preta para

melhorar a absorção no tubo de cobre e colocando concentricamento ao mesmo um tubo

de vidro. A Figura 4.4 mostra como o concentrador ficou apos recoberto com o tubo de

vidro e aplicada pintura.

Figura 4.4 – Absorvedor pintado e recoberto com tubo de vidro.

0

50

100

150

200

Tem

per

atura

C)

Tempo (h)

Page 66: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

50

Conforme se previa, a resposta do sistema melhorou após a aplicação da tinta e

protegendo o absorvedor de cobre com o tubo de vidro. O ensaio foi realizado no dia 17

de março de 2018, os dados obtidos podem ser observados na Tabela 4.3.

Tabela 4.3 – Resultados do teste do concentrador com cobertura de vidro e com carga.

Hora de

medição Tabsorvedor (ºC)

Hora de

medição Tabsorvedor (ºC)

10:00 30 13:10 137

10:10 134 13:20 138

10:20 134 13:30 138

10:30 136 13:40 136

10:40 138 14:50 142

10:50 80 14:00 140

11:00 138 14:10 134

11:10 139 14:20 136

11:20 141 14:30 136

11:30 130 14:40 140

11:40 138 14:50 138

11:50 136 15:00 65

12:00 138 15:10 73

12:10 141 15:20 142

12:20 137 15:30 140

12:30 139 15:40 140

12:40 139 15:50 142

12:50 138 16:00 136

13:00 70

Média 127,81

Observando o gráfico, plotado a partir da Tabela 4.3, na Figura 4.5 podemos

visualizar o comportamento da temperatura ao londo do tempo sobre a influencia da

cobertura de vidro no abasorvedor. Neste dia o céu apresentou-se com menos nuvens

durante o ensaio.

Page 67: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

51

Figura 4.5 - Influência da cobertura do tubo absorvedor.

Com os ensaios realizados no concentrador acrescentando ao tubo, pintura e o

recobrindo com tudo de vidro, proporcionou-se ao concentrador certa estabilidade nos

valores de temperatura mensurados, representando um ganho significativo às eficiências

gerais empíricas do concentrador. No entanto, ainda é possível observar picos de baixa

temperatura causados pelo céu encoberto, devido à característica do concentrador de

calha parabólica só trabalhar com a radiação direta recebida do Sol.

Para avaliar o progresso dos testes realizados, os resultados apresentados pelo

concentrador foram comparados com a pesquisa de SOUZA FILHO (2008). A Tabela

4.4 apresenta o trecho onde os dados foram coletados no mesmo horário.

Tabela 4.4 – Comparativo de ensaios dos concentradores com carga e rastreamento

manual.

AUTORA SOUZA FILHO

(2008)

Tempo (h) Temperatura (ºC)

10 - 11 112,86 160,30

11 -12 137,14 147,70

12 -13 128,86 148,30

13 - 14 128,71 154,30

14 - 15 127,00 152,10

Média 126,91 152,54

0

50

100

150

10:0

0

10:2

0

10:4

0

11:0

0

11:2

0

11:4

0

12:0

0

12:2

0

12:4

0

13:0

0

13:2

0

13:4

0

14:0

0

14:2

0

14:4

0

15:0

0

15:2

0

15:4

0

16:0

0

Tem

per

atura

(ºC

)

Tempo (h)

Page 68: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

52

A comparação foi possível, pois os concentradores apresentavam as mesmas

características construtivas e mesmas condições de ensaio, isto é, sem carga e com

rastreamento manual. A Figura 4.6 apresenta o resultado das duas pesquisas.

Figura 4.6 – Comportamento da temperatura.

Observando a Figura 4.6 é possível notar que o protótipo apresenta

características de comportamento da temperatura similares, levando-se em consideração

as amplitudes das temperaturas e as restrições de cada região dos ensaios, pois o ensaio

de SOUZA FILHO (2008) foi realizado em Natal-RN onde os valores de radiação solar

global diária, média anual; conforme mostrada na Figura 2.3 do Capítulo 2, são maiores

que as apresentadas na região Norte e sem esquecer-se das condições climáticas no dia

dos ensaios que variam de um dia para o outro.

4.2 - ANÁLISE DO SISTEMA DE RASTREAMENTO AUTOMÁTICO

4.2.1 – Análise térmica do absorvedor

Os ensaios foram realizados entre 08 de maio a 20 de junho de 2018 e as coletas

de dados realizadas entre 10:00 h e 16:00 h, com intervalos de 10 minutos. Os ensaios

realizados neste período dois foram concluído com o tempo previsto de seis horas, pois

devido o período chuvoso da região ter se estendido além do previsto, alguns testes

-

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

160,00

180,00

10 - 11 11 -12 12 -13 13 - 14 14 - 15

AUTORA FILHO (2008)

Tem

per

atura

ºC

Tempo (h)

Page 69: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

53

começavam, mas não foram concluídos devido o mau tempo; nublado e com chuvas,

desta forma impossibilitando a coleta de dados.

O posicionamento da calha foi realizado conforme procedimento descrito na

secção anterior, com o tubo absorvedor com a cobertura de vidro devidamente instalada

e o acompanhamento do movimento aparente do Sol, controlado por um micro

controlador; os detalhes de instalação e programação foram descritos na seção 3.2.3 do

Capitulo 3. A Figura 4.7 apresenta o concentrador solar com sistema de engrenagens

para o movimento de rotação da calha e sistema de rastreamento automático

devidamente instalado.

Figura 4.7 - Concentrador com o rastreamento automatizado instalado.

Os resultados obtidos no dia da coleta de dados das temperaturas com o

concentrador de calha parabólica operando com carga e o rastreamento solar

automatizado realizado por micro controlador, podem ser observados na Tabela 4.5.

Tabela 4.5 – Resultados do teste do concentrador operando com carga.

Hora de

medição Tabsorvedor (ºC)

Hora de

medição Tabsorvedor (ºC)

10:00 31 13:10 115

10:10 155 13:20 113

10:20 150 13:30 141

10:30 150 13:40 139

10:40 148 13:50 131

10:50 140 14:00 133

Page 70: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

54

Tabela 4.5 – Continuação.

Hora de

medição Tabsorvedor (ºC)

Hora de

medição Tabsorvedor (ºC)

11:00 143 14:10 135

11:10 150 14:20 134

11:20 150 14:30 134

11:30 152 14:40 90

11:40 150 14:50 133

11:50 150 15:00 131

12:00 146 15:10 131

12:10 144 15:20 131

12:20 145 15:30 133

12:30 141 15:40 130

12:40 138 15:50 133

12:50 90 16:00 133

13:00 80

Média 131,70

A Figura 4.8 apresenta o comportamento das temperaturas na saída do fluido no

absorvedor. Este gráfico foi obtido através da aquisição dos dados apresentados na

Tabela 4.4. Observando o gráfico é possível perceber que o rastreamento automático

associado aos ganhos adquiridos pela pintura do tudo de cobre e protegido dos ventos

pelo tubo de vidro, forneceu ao sistema uma melhora na estabilidade dos valores de

temperatura por mais tempo, o que permitiu atingir uma temperatura média em torno de

108,59 ºC. Porém, os picos de baixa temperatura ainda podem são observados.

Figura 4.8 – Comportamento da temperatura com rastreamento automático do coletor.

0

100

200

10:0

0

10:2

0

10:4

0

11:0

0

11:2

0

11:4

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12:0

0

12:2

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12:4

0

13:0

0

13:2

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13:4

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14:0

0

14:2

0

14:4

0

15:0

0

15:2

0

15:4

0

16:0

0

Tem

per

atura

ºC

Automático Tempo

Page 71: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

55

Através da Análise dos resultados apresentados pelo concentrador com

rastreamento automatizado, verificados até o momento já é possível perceber que o

mesmo fornece ao concentrador ganhos positivos ao seu desempenho energético e a

possibilidade de aplicação em processos térmicos.

4.2.2 – Análise da influência do rastreamento automático na temperatura do fluido

Tomando como referência os resultados de temperatura mostrados nas Tabelas

4.3 e 4.4; rastreamento manual e automático respectivamente e agrupando os dados,

será possível observar com maior clareza a influência que o sistema de rastreamento

automatizado provoca no resultado global. A Figura 4.9 mostra o comportamento das

temperaturas de saída do fluido no absorvedor nos dois modos de rastreamento.

Figura 4.9 – Comparação do sistema manual e automático de rastreamento.

Conforme foi citado, a partir do gráfico ficou fácil observar o comportamento da

temperatura no sistema automático de rastreamento em comparação ao manual, pois se

trata de um incremento fundamental para maximizar as eficiências energéticas do

concentrador de calha parabólica, possibilitando aumento apreciável na estabilidade dos

valores, como também aumento nos valores médios de temperatura do fluido que

circula dentro do tubo absorvedor.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

manual Automático

Tem

per

atura

ºC

Tempo (h)

Page 72: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

56

Os resultados obtidos com o rastreamento automático, para uma Análise mais

ampla, foram comparados com a pesquisa de SRIDHAR et al. (2017), A Figura 4.10

mostra o protótipo desenvolvido pelo autor e seus colaboradores.

Figura 4.10 – Concentrador de calha parabólica.

Fonte: SRIDHAR et al. (2017).

A Tabela 4.6 apresenta as características construtivas do concentrador

desenvolvido pelos pesquisadores.

Tabela 4.6 – Dimensões do concentrador solar

Item Valor

Comprimento do coletor 1,5 m

Distância focal 0,2 m

Ângulo do arco 90º

Abertura da Parábola 0,8 m

Tubo absorvedor 12,5 mm

Fonte: Adaptado de SRIDHAR et al. (2017).

A partir das informações sobre a pesquisa do autor e seus colaboradores, seus

dados de temperatura são mostrados na Tabela 4.7 para comparar as duas pesquisas.

Page 73: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

57

Tabela 4.7 - Comparativo de ensaios dos concentradores com rastreamento automático.

AUTORA SRIDHAR et al.

Hora de

medição Tabsorvedor (ºC) Tabsorvedor (ºC)

10:30 150 36

11:00 143 37

11:30 152 39

12:00 146 39

12:30 144 40

13:00 80 41

13:30 141 43

14:00 133 45

14:30 134 45

15:00 131 43

15:30 133 42

16:00 133 40

16:30 40

Média 134,75 37,62

Para melhor observar os resultados das pesquisas um gráfico comparativo

plotado é mostrado na Figura 4.11.

Figura 4.11 – Comparação dos resultados de sistemas automatizados.

Observando o gráfico plotados a partir dos dados dos dois resultados e

comparando-os é possível notar que os comportamentos da curva dos valores de

temperatura apresentam padrão similar. Importante observar que o local da pesquisa é

0

20

40

60

80

100

120

140

160

10:3

0

11:0

0

11:3

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0

12:3

0

13:0

0

13:3

0

14:0

0

14:3

0

15:0

0

15:3

0

16:0

0

16:3

0

SRIDHAR et al. AUTORA

Tem

per

atura

ºC

Tempo

Page 74: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

58

na Índia. A partir da comparação feita entre as duas pesquisas, pode-se concluir que o

sistema de rastreamento utilizado no protótipo experimental é compatível com sistemas

já desenvolvidos pelo mundo, por tanto é viável seu implemento em pesquisas e no

desenvolvimento de equipamentos que utilizam a radiação solar como fonte alternativa

de energia.

Observando os valores apresentados na Tabela 4.5, na coluna que representa os

dados desta pesquisa, é possível notar um declínio nos valores de temperatura do

protótipo apresentado por este trabalho; evento que comprometeu o desempenho óptico

do concentrador.

Os valores de temperatura mensurados no último ensaio foram comparados aos

valores dos primeiros; que apresentaram valores sempre acima da temperatura de

evaporação da água. Tais eventos podem ser justificados devido ao material utilizado

para compor a superfície refletora da calha parabólica; o alumínio polido, que apesar de

apresentar uma excelente refletividade próxima a do espelho, durante os ensaios foi

perdendo sua capacidade de reflexão, devido a degradação a medida que os testes eram

realizados. Os resultados dos dois testes são apresentados na Tabela 4.8.

Tabela 4.8 – Influência da degradação nos resultados obtidos.

Hora de

medição

Tabs. (ºC)

08/05

Tabs. (ºC)

20/06

Hora de

medição

Tabs. (ºC)

08/05

Tabs. (ºC)

20/06

10:00 31 30 13:10 115 63

10:10 155 67 13:20 113 63

10:20 150 67 13:30 141 68

10:30 150 67 13:40 139 68

10:40 148 65 13:50 131 63

10:50 140 65 14:00 133 53

11:00 143 65 14:10 135 48

11:10 150 63 14:20 134 25

11:20 150 65 14:30 134 70

11:30 152 29 14:40 90 72

11:40 150 67 14:50 133 73

11:50 150 67 15:00 131 73

12:00 146 63 15:10 131 74

12:10 144 63 15:20 131 60

Page 75: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

59

Tabela 4.8 – Continuação.

Hora de

medição

Tabs. (ºC)

08/05

Tabs. (ºC)

20/06

Hora de

medição

Tabs. (ºC)

08/05

Tabs. (ºC)

20/06

12:20 145 62 15:30 133 60

12:30 141 60 15:40 130 63

12:40 138 65 15:50 133 48

12:50 90 65 16:00 133 50

13:00 80 64

Médias 131,70 60,89

Para uma melhor visualização do evento ocorrido os dados da Tabela 4.9 foram

plotados no gráfico mostrado na Figura 4.12.

Figura 4.12 – Influência da degradação no sistema.

Observado o comportamento da amplitude dos valores de temperatura é possível

perceber o quanto a perda de refletividade da superfície da calha parabólica prejudica o

desempenho térmico do concentrador e consequentemente as suas eficiências

energéticas. Tal ocorrência demonstra que o material utilizado na superfície precisa ser

reavaliado para sua aplicação em futuras pesquisas.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

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0

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10:4

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0

11:2

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11:4

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12:2

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12:4

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0

13:2

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13:4

0

14:0

0

14:2

0

14:4

0

15:0

0

15:2

0

15:4

0

16:0

0

08/mai 20/jun

Page 76: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

60

Apesar de o protótipo experimental ter atingindo a temperatura proposta, outros

fatores verificados durante os ensaios afetaram a proposta inicial de forma negativa,

sendo a mais relevante é o fato da região Norte, apresentar em Belém/PA uma radiação

diária, média mensal entre 14,2 MJ/m² no mês de fevereiro e 19,9 MJ/m² em agosto,

segundo dados de PEREIRA et al., (2017). A nebulosidade intermitente e frequente

afeta diretamente o concentrador de calha parabólica, que só utiliza a radiação solar

direta, desprezando a difusa e albedo, radiação refletida por objetos.

Neste sentido, as chuvas também representam um fator negativo para o

aproveitamento da radiação solar na região, pois os testes só poderão ser realizados em

dias sem chuva e mesmo assim, alguns testes tiveram que ser interrompidos por causa

da mesma.

Apesar dos fatos negativos ocorridos durante a pesquisa, os valores médios de

temperatura de saída do fluido, atingidas pelo concentrador enquanto a superfície

apresentava bons índices de refletividade, e o rastreamento automatizado atuando no

processo de forma adequada, seus resultados de forma geral proporcionaram atingir o

objetivo esperado. Portanto, alcançando o valor de temperatura da água adequado para

aplicar a técnica de branqueamento do açaí: 80 ºC conforme determinação da ANVISA.

Page 77: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

61

CAPÍTULO 5

CONCLUSÕES E SUGESTÕES

5.1 – CONCLUSÕES

Este trabalho propôs a criação de um sistema capaz de transformar energia solar

em energia térmica; através do estudo realizado para dimensionamento, construção com

materiais recicláveis, incremento do rastreamento solar do protótipo experimental e

levantamento da eficiência térmica. Tem-se como conclusão que os objetivos esperados,

foram atingidos, como pode ser percebido após Análise e discursão dos resultados,

como também, mostrando ser possível através do concentrador solar parabólico o

aquecimento de água para ser aplicada a técnica de branqueamento do açaí, o qual

requer uma temperatura de 80 ºC por 10 minutos.

Os materiais reciclados utilizados no protótipo foram adequados e mostraram

bom desempenho, contribuindo para atingir o objetivo principal desta pesquisa, exceto o

alumínio polido que sofreu degradação durante os ensaios. Percebeu-se que o vento

interfere de forma negativa no sistema e o tubo de vidro (sucata de lâmpada

fluorescente) teve um papel fundamental para minimizar esse efeito.

O mecanismo desenvolvido para o rastreamento manual foi eficiente permitindo

a regulagem em um amplo range de valores, de forma a seguir o movimento do sol,

com travamento fácil e seguro na posição adequada.

Este trabalho teve como característica principal a automatização do rastreamento

solar, por um sistema composto de fonte, micro controlador, sensores e atuador, com

programação adequada, de modo a rastrear o Sol em seu movimento aparente diário o

que proporcionou um aumento de temperatura e certa regularidade, mas amplitudes

mensuradas. Pode-se concluir que o protótipo construído atingiu as temperaturas

esperadas, para a aplicação da técnica referida.

O sistema de rastreamento solar desenvolvido neste estudo funcionou conforme

foi projetado, sendo capaz de minimizar os erros de posição que possibilitou atingir os

objetivos esperados. O sistema de controle identificou as ocorrências de tempo

completamente nublado ou céu com poucas nuvens e se posicionou adequadamente

conforme foi programado o sistema lógico de forma hibrida, isto é, por sensores e pelo

ângulo solar.

Page 78: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

62

A metodologia para mensurar empiricamente o ganho energético do sistema com

rastreamento automático em relação ao manual foi adequada. Como pode ser observado

pelos resultados obtidos. Mesmo com os eventos negativos percebidos durante os

ensaios é possível implementar o sistema fazendo os ajustes necessários.

Os resultados obtidos neste trabalho experimental possam provocar uma reflexão

quanto à capacidade do uso da energia térmica do sol, que é exemplo concreto quanto à

aplicabilidade da energia solar, o uso do Sol como fonte energética em concentradores

solar, ainda mostra-se com pouca relevância na região Norte, fato este que justifica a

pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias na área.

5.2 – SUGESTÕES

Devido à grande abrangência do assunto abordado neste estudo, são

apresentadas, a seguir, algumas sugestões para a continuação do presente trabalho:

Realizar os testes durante o ano todo para usa visão mais ampliada das

sazonalidades climáticas da região Norte;

Realizar as leituras de irradiância com instrumento apropriado para mensuras as

eficiências energéticas do concentrador de calha parabólica;

Realizar um estudo térmico para o armazenamento da água aquecida;

Realizar estudo para o material mais adequado para a superfície refletora.

Page 79: CONSTRUÇÃO DE CONCENTRADOR SOLAR PARABÓLICO COM ...

63

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