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CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE ENSAIO DE DESGASTE
ABRASIVO DE MESA DO TIPO PINO SOBRE LIXA
Lueders, L. (1); AL-RUBAIE, K.S. (2)
Rua Frederico Weege, 1630 Pomerode/SC 89107-000
(1) Catolicasc- Jaraguá do Sul; (2)UNISOCIESC-Joinville
Para realizar o ensaio de desgaste abrasivo, desenvolveu-se um abrasômetro
do tipo pino sobre lixa, com movimentos de deslocamento linear controlado por
CNC, permitindo variações nas distâncias dos ensaios e na velocidade de avanço,
através da programação, tornando o equipamento flexível e de fácil manuseio. Com
este controle de movimento, pode-se programar a trajetória do corpo de prova e
garantir desta forma que todos os movimentos de desgaste sejam realizados em
abrasivos novos. Os ensaios podem ser realizados com ou sem rotação no corpo de
prova e a carga é aplicada com pesos colocados no sistema de fixação do corpo de
prova, regulada com contrapeso e o valor da carga é verificado com célula de carga.
Para realizar a validação do equipamento foi feito um planejamento experimental de
forma aleatória, de dois níveis, cinco fatores de entrada (abrasivo, granulometria,
carga, material e dureza) e três réplicas. Os materiais testados foram os aços AISI
4140 e AISI D6. A taxa de desgaste abrasivo foi relacionada com os fatores de
entrada. Os resultados obtidos mostram que o tipo de abrasivo foi o fator de maior
influência na taxa de desgaste.
Palavras chave: Desgaste; Abrasão; Ensaios.
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1 INTRODUÇÃO
Componentes mecânicos estão presentes em todos os equipamentos das
indústrias e mesmo com todo o desenvolvimento tecnológico dos materiais de
construção mecânica, melhoria de projetos, sistemas de lubrificação e proteção,
eles continuam sujeitos ao desgaste. Nos Estados Unidos, estudos demonstram que
os custos gerados pela substituição de componentes mecânicos, em função do
desgaste, está entre 6% e 7% do Produto Nacional Bruto (1) e o desgaste abrasivo
nas nações industrializadas representa um custo entre 1% a 4% do Produto Interno
Bruto (2). Aplicando os conhecimentos atuais referentes aos sistemas tribológicos,
pode-se diminuir em 20% as perdas geradas pelo desgaste(3).
Considerando a competitividade nas indústrias e sua busca pela diminuição
de custos operacionais, o fato de diminuir em 20% as perdas geradas com o
desgaste, pode significar uma economia significativa e também uma grande
vantagem competitiva. A economia gerada pela diminuição de perdas pode
significar, maior investimento em novos produtos, ampliação de mercados e
vantagens em relação aos concorrentes. O desgaste abrasivo é comum em todos os
segmentos da indústria brasileira, mas pode-se citar segmentos importantes na
economia, tais como: a mineração, energias renováveis, o segmento produtivo do
álcool, a indústria siderúrgica e toda a cadeia produtiva do petróleo.
Para realizar os estudo em relação ao desgaste abrasivo utiliza-se uma
classificação bastante aceita e difundida dividindo-a em dois tipos: abrasão de dois
corpos e a três corpos. No desgaste abrasivo a três corpos as partículas duras estão
livres para rolar e deslizar entre duas superfícies em movimento relativo, já no
desgaste abrasivo de dois corpos o desgaste é causado por protuberâncias na
superfície oposta (4).
O desgaste abrasivo representa aproximada-mente 36% das perdas geradas
por desgaste, sendo superado apenas pelo desgaste por adesão(5). O estudo do
desgaste pode ser realizado com diferentes equipamentos, no entanto, o
equipamento desenvolvido para os ensaios desta dissertação, é do tipo pino sobre
lixa, que mantém movimentos lineares e será utilizado para um ensaio de desgaste
de dois corpos.
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2 EQUIPAMENTO
O abrasômetro do tipo pino sobre lixa para ensaio de desgaste abrasivo de
dois corpos éde mesa,do tipo pino sobre lixa que realiza movimentos lineares, no
eixo longitudinal e no eixo transversal. Este abrasômetro está representado de forma
esquemática na Fig.1(6).
Fig. 1 - Abrasômetro do tipo pino sobre lixa, de movimentos lineares
(6)
O equipamento desenvolvido manteve os movimentos em dois eixos
horizontais controlados por motores de passo, um eixo vertical livre, para receber a
carga e realizar um movimento de rotação do corpo de provae está representado na
Fig. 2.
Fig.2 - Conjunto do Abrasômetro de mesa para ensaios do tipo pino sobre lixa.
O sistema de controle eletrônico dos conjuntos é realizado com uma placa
Isoladora amplificadora para porta paralela. Esta placa recebe o sinal via porta
paralela do micro computador, utilizando o software específico e amplifica os sinais
para o drive de cada motor. A placa isola eletricamente o computador dos driver’s de
acionamento dos motores de passo, possui entrada para sensores de fim de curso e
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dois relês para ligar outros periféricos. Este controle eletrônico permite a
programação das distâncias e velocidades de deslocamento dos eixos longitudinais
(eixo X) e do eixo transversal (eixo Y).
3 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL
O planejamento foi realizado com o software estatístico MINITAB, com cinco
fatores e dois níveis, conforme Tab. 1. Com os cinco fatores e dois níveis, e três
réplicas, obteve-se um total de 96 ensaios. Os materiais AISI D6 e AISI 4140 quando
fornecidas em barras, sem tratamentos, apresentam durezas diferentes e para
realizar o planejamento experimental no software, optou-se por classificar o material
sem tratamento como “normal”. Esta denominação “normal” significa 210HVpara
SAE 4140 e 268HV para o AISI D6.
Tab. 1-Fatores e níveis do planejamento experimental
Fator Nome Nível (baixo -) Nível (alto +)
A Granulometria 80 Mesh 180 Mesh
B Lixa R477 ( SiC ) R984 (Al2O3Sinterizado)
C Carga 3,7 kg 5,9 kg
D Material AISI D6 SAE 4140
E Dureza Normal Temperado
O resultado do desgaste do corpo de prova foi controlado pela perda de
massa, que foi verificada com a utilização de uma balança com capacidade máxima
de 210 g, com divisão de escala de 0,1 mg, de gabinete fechado, prato de pesagem
de diâmetro 80mm e tempo de estabilização de 4 s.
4 MATERIAIS
Aço AISI 4140
A composição química do material foi verificada em um espectrômetro, e a
Tab.2 especifica a composição máxima e mínima de cada elemento e o valor
encontrado no material analisado.
Tab. 2- Composição química (em peso%) do aço AISI 4140.
AISI 4140
C% Mn% P máx.% S máx.% Si% Cr% Mo%
Valores de referência
0.38 –0.43
0.75 – 1 0.030 0.040 0.15 – 0.35
0.8 – 1.10 0.15 – 0.25
Valores encontrados
0.385 0.762 0.208 0.349 0.264 0.976 0.159
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Aço AISI D6
A composição química do material foi verificada em um espectômetro, e a
Tab.3 especifica a composição máxima e mínima de cada elemento e o valor
encontrado no material analisado.
Tab.3- Composição química (em peso%) do aço AISI D6.
AISI D6 C% Mn% P máx.% S máx%. Si% Cr% Mo%
Valores de referência. 2.00 – 2.25 0.20 –0.60 0.030 0.030 0.20 – 0.40 11,00 – 13.00 0.60 – 1.25
Valores encontrados. 2.045 0.377 0.252 0.005 0.392 11.15 0.975
As durezas dos materiais AISI D6 e AISI 4140 e seu tratamento térmico estão
representados na Tab. 4.
Tab. 4- Tratamentos térmicos, dureza e micro dureza dos corpos de prova
Material Tratamento térmico Dureza Vickers(HV
10)
Média da micro dureza da matriz (HV
0,10)
AISI D6
1° Pre- aquecimento 450°C /1hr; 2° Pré-aquecimento 850°C/30min.; Aquecimento 970°C/10min.; Resfriamento 280° à 320°/10min.; Resfriamento Ar 1° Revenimento 200°C à 270°C/2hr; Resfriamento Ar 2° Revenimento 550°C/2hr; Resfriamento Ar
513 684
AISI D6 Fornecimento laminado a quente, descascado com alívio de tensões
268 292
AISI 4140
1° Pré-aquecimento 450 °C /1hr.; Aquecimento 870°C/18 min.; Resfriamento 180°C à 200°C/10 min.; Resfriamento Ar
513 650
1° Revenimento 180°C à 200°C /2hr; Resfriamento Ar 2° Revenimento 260°C/2hr; Resfriamento Ar
AISI 4140 Fornecido laminado 210 271
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados dos ensaios demonstram que o tipo de abrasivo foi o fator de
maior relevância no desgaste, seguido pela carga aplicada no corpo de prova, pela
dureza do material, pela granulometria e pelo material utilizado.
A influência dos fatores nos desgastes pode ser verificada na Fig.3.
18080
0,024
0,022
0,020
0,018
0,016
Al2O3SiC 5,93,7
AISI4140D6
0,024
0,022
0,020
0,018
0,016
TemperadoNormal
Granulometria
Pe
rda
de
ma
ssa
( g
)
Lixa carga
material Dureza
Gráfico de influência dos fatores na média de perda de massaMédia
Fig. 3 - Significância dos fatores na perda de massa do corpo de prova
No desgaste dos corpos de prova, pode-se observar que além dos fatores
individuais apresentarem grande significância no desgaste dos materiais, como
demonstrado no Fig.3, as interações destes fatores também podem ser importantes
na análise de desgaste. A importância destes fatores e suas interações estão
representadas na Fig.4 e Fig.5.
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BCEBCD
ABCECDEABDACDACE
BCDECD
ABEABDE
BDEABC
ABCDBD
ACDEADE
AEACABADDEBCCEBE
DAECB
80706050403020100
Fato
res
Efeito padronizado
2,00
A Granulometria
B Lixa
C carga
D material
E Dureza
Fator Nome
Gráfico de Pareto dos efeitos padronizados(Resposta é perda de massa, Desvio padrão = 0,05)
Fig.4 - Significância dos fatores e suas interações no desgaste dos corpos de prova
7550250-25-50
99
95
90
80
70
60
50
40
30
20
10
5
1
Efeitos Padronizados
Pe
rce
ntu
al
A Granulometria
B Lixa
C carga
D material
E Dureza
Fator Nome
Não significativo
Significativo
Tipo de efeito
ACDEADE
DECE
BE
BC
AEAD
ACAB
E
D
C
B
A
Gráfico normal dos efeitos padronizados(Resposta perda de massa, Desvião padrão = 0,05)
Fig. 5 - Significância dos fatores e suas inter-relações na perda de massa do corpo de prova
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O objetivo na construção do abrasômetropara ensaios de desgaste por
abrasão de dois corpos, foi atender as especificações de movimentos e de controle
de carga conforme Fig.1(6). O equipamento gerou todos os ensaios, conforme
planejamento experimental, atendendo desta forma este objetivo proposto.
Na Fig. 6 (a)observa-se que os resultados estão dentro da normalidade e que
os valores se aproximam da reta da normalidade. O histograma naFig.6 (c)
comprova esta afirmação. Na Fig. 6(b) pode-se perceber o quanto os valores se
afastam dos valores padronizados e na Fig. 6 (d) pode-se verificar a aleatoriedade
dos valores amostrais, resultantes do planejamento experimental no software
MINITAB.
0,00100,00050,0000-0,0005-0,0010
99,9
99
90
50
10
1
0,1
Residual
Pe
rce
ntu
al
0,0300,0250,0200,0150,010
0,0010
0,0005
0,0000
-0,0005
-0,0010
Valores marcados
Re
sid
ua
l
0,00120,00080,00040,0000-0,0004-0,0008
20
15
10
5
0
Residual
Fre
qu
en
cia
9080706050403020101
0,0010
0,0005
0,0000
-0,0005
-0,0010
Ordem de observação
Re
sid
ua
lGráfico da probabilidade normal (a) Residuos x valores (b)
Histograma (c) Ordem dos ensaios
Figura 6 - Teste de normalidade e aleatoriedade dos ensaios
A variação da granulometria nos ensaios, apresentou a mesma tendência de
desgaste com aço SAE 1045, em ensaios de desgaste abrasivo de dois corpos(7).
Ensaiosde abrasão em aço AISI 1090 com cinco abrasivos de alumina (# 320, # 240,
# 150, # 80 e # 36) também apresentaram uma tendência de desgaste maior para
uma lixa de grãos maiores (8).
Os materiais temperados e revenidos, com dureza superior aos materiais sem
tratamento, apresentam maior resistência ao desgaste e uma carga maior, aumenta
o desgaste do corpo de prova(9,10,11). O Carbeto de silício, mesmo apresentando uma
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dureza maior do que o óxido de alumínio, resultou em um desgaste menor nos
materiais analisados. Este resultadoé influenciado pela elevada fragilidade do grão
de carbeto de silício.
Todos os ensaios foram realizados em regime severo de desgaste, pois em
todos os casos a dureza do abrasivo é 20% maior que o do material dos corpos de
prova.
6 CONCLUSÕES
O equipamento de ensaio de desgaste por abrasão de dois corpos, de mesa,
com movimentos lineares, para ensaios do tipo pino sobre lixa, foi concluída com
exito, pois os resultados obtidos nos ensaios estão de acordo com os resultados
apresentados por outros equipamentos.
O planejamento fatorial e o estudo estatístico dos dados, demonstram que os
resultados de desgaste do material AISI 4140 e AISI D6 estão alinhados com os
resultados de outras pesquisas relativas ao desgaste abrasivo.
Verificou-se que todos os fatores estudados apresentaram significativa
influência no desgaste dos corpos de prova, sendo que o fator de maior influência foi
o tipo de abrasivo. Os ensaios demonstraram que mesmo que as interações dos
fatores demonstram ser significativas, os fatores individualmente são os mais
relevantes nos desgastes ocorridos nos ensaios.
7 BIBLIOGRAFIA
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Marcel Dekker Inc, 1998.
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(Doutorado), Departamento de Engenharia Mecânica, Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010, 150f.
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(10)VILLABÓN, R.L.Construção e instrumentação de abrasômetro do tipo roda-
de-borracha para o estudo do comportamento tribológico de aços. Dissertação
(Mestrado), Departamento de Engenharia Mecânica, Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005, 82f.
(11)MISRA, A.; FINNIE, I. A classification of three-body abrasive wear and
design of a new tester, Wear 60, 1980, p.111-121.
ABSTRACT
Abrasion testing equipment with a configuration of pin on abrasive paper was
developed. It consists of a system controlled by CNC for linear movements, allowing
variations in the distance and speed of the tests, thereby making the equipment
flexible and easy to handle. With this motion control, all tests were performed on new
abrasive particles, avoiding the influence of grain breakage or large variations in the
abrasion results on passing on the same abrasive particles during the course of
abrasion. Abrasion testscan be performed with or without specimen rotation. A load
cell was used for controlling the applied load. To validate the abrasion equipment, an
experimental design, two-level, five input factors (abrasive type,abrasive particle size,
load, material type, and material hardness), three replicas,was randomly carried out.
The materials tested were AISI 4140 and AISI D6 steels. The abrasion
ratewasrelated to input factors. The results showed that the type of abrasive was the
most influential factor on the wear rate.
Keywords: Wear; abrasion; Tests.
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