Contabilidade de Custos - ATPS

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FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL RICARDO SILVA DE ALMEIDA RA: 230066 SINGELA DO CARMO RODRIGUES RA: 230051 ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS: Contabilidade de Custos

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FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL

RICARDO SILVA DE ALMEIDA RA: 230066

SINGELA DO CARMO RODRIGUES RA: 230051

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS:

Contabilidade de Custos

CAXIAS – MA

2012

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FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL

RICARDO SILVA DE ALMEIDA RA: 230066

SINGELA DO CARMO RODRIGUES RA: 230051

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS:

Contabilidade de Custos

Trabalho de conclusão da matéria de Contabilidade de Custos do curso de administração da Faculdade Anhanguera Educacional como requisito parcial de obtenção de nota complementar (ATPS), sob orientação do (a) professor (a): Rozana Carvalho Pereira

CAXIAS - MA

2012

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RICARDO SILVA DE ALMEIDA RA: 230066

SINGELA DO CARMO RODRIGUES RA: 230051

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS:

Contabilidade de Custos

Trabalho de conclusão da matéria de

Contabilidade de Custos do curso de

administração da Faculdade

Anhanguera Educacional como

requisito parcial de obtenção de nota

complementar (ATPS), sob orientação

do(a) professor(a): Rozana Carvalho

Pereira

Aprovado em: ____/____/______

Nota: ________________

EXAMINADORA

_______________________________________

Profa. Rozana Carvalho Pereira

Faculdade Anhanguera Educacional

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SUMÁRIO

1. Introdução2. Organização3. Componentes do custo3.1. Espécie de custo em relação à variação do volume3.2. Critérios de apropriação3.3. Fases do custo3.4. Materiais3.5. Mão de obra3.6. Gastos gerais de fabricação/produção3.7. Métodos para valoração de material4. Métodos de custeio4.1. Custos por ordem4.2. Custos por processo5. Sistemas de custos5.1. Sistema de custo integral (absorção ou rkw)5.2. Sistema de custo direto5.3. Sistema de custo 5.4. Custos diretos5.5. Custos indiretos5.6. Custos totais6. Demonstração do custo de produtos vendidos7. Apuração de resultados 8. Demonstrativo de resultado9. Análise custo - volume -lucro 10.Ponto de equilíbrio10.1. Análise das variações11. Influência da variação de quantidade11.1. Influência da variação de preço11.2. Influência das variações de preço e de quantidade11.3. Influência da variação de custos fixos totais11.4. Influência da variação de custos variáveis unitários12.Análise dos produtos

Referencia Bibliográficas

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1. Introdução

As empresas industriais caracterizam-se pelo fato de atenderem às necessidades da clientela oferecendo a estes produtos diferentes dos que compram. As empresas industriais modificam os bens adquiridos, transformando-lhes a estrutura ou a composição, às vezes agregando-lhes outros materiais, às vezes agindo sobre eles de tal modo que passam ter nova aplicação ou nova utilidade.

2. Organização

A administração de uma empresa, para ser profícua, exige uma organização interna capaz de desenvolver com precisão as funções. E para montagem dessa estrutura de apoio é necessário que se considere, em primeiro lugar, que nas empresas industriais ocorrem duas modalidades distintas de operações:

a) - operações que se prendem a indústria propriamente dita, isto é, referentes à transformação da matéria prima no produto ou nos produtos visados:

b) - operações comerciais, referentes ao movimento de compras e vendas e ao controle financeiro e econômico dessas operações.

As operações comerciais ou industriais são agrupadas pelas afinidades que apresentam, constituindo cada grupo o objeto de uma seção ou de um departamento da empresa.

Essa distribuição atende à delimitação das áreas de atividade (técnica, comercial e contábil) e permite um efetivo controle geral.

O número de seções ou departamentos subordinados a cada direção dependerá de vários fatores (ramo industrial, dimensão da empresa, tipo de produção, seu volume e escoamento, exigências legais, etc.) e as áreas diferenciadas na estrutura de uma organização industrial são, a grosso modo, as seguintes:

a) - aprovisionamento - compreendendo, geralmente os setores de compras e estocagem (almoxarifado) de materiais a transformar;

b) - fabricação - abrangendo todos os setores que se integram na linha de transformação dos materiais em produtos elaborados;

c) - comercialização - abarcando a estocagem dos produtos elaborados e a colocação destes junto ao mercado consumidor;

d) - finanças - envolvendo a guarda e a movimentação do numerário, as previsões das necessidades de meios de pagamento, o acompanhamento dos prazos e atendimento dos compromissos e o recebimento dos créditos;

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e) - controle contábil - desenvolvendo as atividades de registro global e setorial, auditoria interna, análises e de acompanhamento dos compromissos de ordem fiscal, tenham ou não repercussões financeiras;

f) - administração geral - reunindo as atividades relativas ao controle e a movimentação do pessoal e à manutenção do organismo administrativo.

3. Componentes do Custo

Se nos detivermos na análise do custo de produção de um bolo, constataremos logo uma série de elementos que foram utilizados na sua fabricação, como a farinha, a manteiga, o açúcar, o sal, o fermento, os ovos, o leite e mais outros que completam a receita. Um pouco mais de atenção na análise leva-nos ao esforço do confeiteiro e de seus auxiliares, aplicado à coleta e mistura dos ingredientes ao controle da fermentação e do cozimento, ao combustível utilizado...

De modo geral, esses elementos são solicitados na proporção da quantidade de bolo que se deseja produzir; são os componentes variáveis do custo do bolo.

Continuando a análise, constata-se que, para produzir o bolo, foram utilizadas fôrmas, local próprio, aparelhos especiais, elementos esses de duração mais ou menos longa, que talvez já tenham sido usados em produções anteriores e que continuarão servindo as futuras, mas que se desgastam paulatinamente e vão, aos poucos, perdendo o seu valor, ou melhor, que se depreciam a medida que são usados ou à medida que envelhecem: o local utilizado requer conservação, limpeza e, não raro, pagamento de aluguel. De modo geral são gastos que ocorrem do mesmo modo, fabrique-se um ou mil bolos e, por esse motivo, denominam-se custos fixos.

Os componentes acima indicados são também denominados componentes diretos sempre que possa ser conhecido o volume de sua participação no ato produtivo; são chamados componentes indiretos os que não possam ter essa participação determinada em termos quantitativos.

Custo fixo é o que ocorre independentemente do ato produtivo. , e desse modo são entendidos todos os custos suportados para que a empresa se encontre apta a funcionar: aluguel, impostos prediais, depreciações, vigilância, despesas administrativas; custo variável é o que ocorre à medida que a produção se desenvolve, como a matéria prima, a mão de obra e, quase sempre, o combustível, o lubrificante, a energia elétrica; custos diretos são aqueles cujo volume de participação pode ser conhecido ao ser utilizado, como, por exemplo, a matéria prima e a mão de obra no preparo do bolo.

Também o combustível empregado para o cozimento será um custo direto se houver possibilidade de medir-lhe o consumo; custos indiretos são aqueles que se referem, à fabricação em geral, cuja participação especial em determinado produto não pode ser medido no ato de sua utilização.

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O custo fixo e o custo variável têm conceitos antagônicos em se tratando de custos totais e de custos unitários. Numa situação é constante e na outra varia, e vice-versa; pode ser visualizado da seguinte forma:

3.1. Espécie de custo Em relação à variação do volume

Fixo total Não varia

Fixo unitário Varia inversamente

Variável total Varia proporcionalmente

Variável unitária Não varia

3.2. Critérios de Apropriação

Deve-se entender como apropriação o procedimento que tem por fim reunir os diversos componentes do custo de um produto de modo a apurar e a demonstrar o valor resultante.

Dada a diversidade de comportamento dos componentes, não se pode esperar que a sua apropriação se revista de simplicidade, ou que possa obedecer às normas rígidas. Pode-se dizer, mesmo, que apenas os custos diretos não oferecem grandes dificuldades à apropriação.

A apropriação rigorosa dos custos indiretos importa na consideração de fatores e fenômenos tão diversos e, ao mesmo tempo, tão complexos que persegui-la trará em contrapartida o esmorecimento, pelos fatais insucessos ou a mania de perfeccionismo, ambos prejudiciais ao controle patrimonial. Na verdade, quanto mais seriamente é encontrado o problema, mais se firma a convicção de que as regras genéricas para a apropriação dos gastos indiretos de modo algum constituem, em si, soluções; podem e devem ser recebidos como sugestões. Soluções menos falhas só se obtêm apoiadas em observações seguras, em experimentos cautelosos e em grande dose de bom senso.

Para a apropriação de custos indiretos é indispensável o estabelecimento de uma base para os cálculos. Pode não ser impossível encontrar a base perfeitamente adequada à apropriação de custos variáveis, porém é muito difícil estabelecê-la para os custos fixos, pois a excelência da sua base se mede pela relação que guarda para com o gasto: tanto melhor quanto mais estreita essa relação. Em uma fabricação atípica, cujo custo de limpeza variasse na proporção do valor ou do volume da matéria prima utilizada, esse valor ou volume seria ótima base par a apropriação; se, porém o custo de limpeza variasse de acordo com o maior ou menor número de operários na fábrica, a melhor base para a apropriação passaria então a ser o número de operários ou o número de horas trabalhadas.

Para os custos fixos, a dificuldade de ser encontrada uma base adequada transforma sua apropriação, às vezes, em problema insolúvel,

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particularmente na fabricação onde cada produto deveria receber a apropriação de todos os componentes. Quando se contenta em apurar custos globais, como geralmente ocorre nas indústrias de vários produtos, a base para a apropriação, por exemplo, do aluguel, pode ser a área utilizada pelos centros de produção ou número de operários empregados a cada um. A opção por uma base, no entanto, só pode ser racional depois de contato direto com o problema e da análise das peculiaridades do sistema operativo da empresa.

Poderão servir de base de apropriação os seguintes:

O custo da mão de obra; O número de operários; O número de horas trabalhadas; O custo do material empregado; O volume ou o peso do material; A área ocupada; O volume físico da produção; O número de máquinas ou motores; h instalado; A força utilizada; Número de telefones; Número de documentos processados; Número de vendedores; Horas máquinas; Volume padrão utilizado; Número de clientes; Número de encomendas; Capacidade de produção; Custo primário Custo industrial A conjugação de dois ou mais dos elementos acima.

3.3. Fases do Custo

Geralmente são três fases:

Custo primário Custo Industrial Custo comercial

O custo primário é formado pela soma dos custos diretos de matéria prima e da mão de obra direta;

O custo industrial é formado pela soma do custo primário com os gastos gerais de fabricação/produção;

O custo comercial é formado pela soma do custo industrial com as despesas gerais referentes à comercialização do produto.

3.4. Materiais

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Os materiais utilizados na fabricação podem ser classificados em:

Matérias primas - são os materiais principais e essenciais que entram em maior quantidade na fabricação do produto. A matéria prima passa para uma indústria de móveis de madeira é a madeira; para uma indústria de confecções é o tecido; para uma indústria de massas alimentícias é a farinha;

Materiais secundários - são os materiais que entram em menor quantidade na fabricação do produto. Esses materiais são aplicados juntamente com a matéria prima, complementando-a ou até mesmo dando o acabamento necessário ao produto. Os materiais secundários para uma indústria de móveis de madeira são: pregos, cola, verniz, dobradiças, fechos, etc.; para uma indústria de confecções são: botões, zíperes, linha, etc. ; para uma indústria de massas alimentícias são: ovos, manteiga, fermento, açúcar, etc. ;

Materiais de embalagens - são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os produtos, antes que eles saiam da área de produção. Os materiais de embalagens, em uma indústria de móveis de madeira, podem ser caixas de papelão, que embalam os móveis desmontados; em uma indústria de confecções, caixas ou sacos plásticos; em uma indústria de massas alimentícias, caixas, sacos plásticos etc.

3.5. Mão de Obra

Compreende os gastos com o pessoal envolvido na produção da empresa industrial, englobando salários e encargos sociais, refeições, vale transporte; etc.

3.6.Gastos Gerais de Fabricação/Produção

Compreende os demais gastos necessários para a fabricação dos produtos, como: aluguéis, energia elétrica, serviços de terceiros, manutenção da fábrica, depreciação, seguros diversos, material de limpeza, óleos e lubrificantes para as máquinas, pequenas peças paras reposição, telefones e comunicações, etc.

Podem ser classificados em Gastos Gerais Diretos quando incidem diretamente na fabricação, sendo facilmente identificados as suas quantidades e os seus valores em relação aos produtos e Gastos Gerais Indiretos quando não houver meios seguros que permitam perfeita identificação do gasto em relação ao produto.

3.7.Métodos para valoração de material

Em virtude de poder existir em estoque o mesmo material a valor unitário de aquisição diferente, no momento da requisição do material ao almoxarifado para aplicação na produção, foram criados diversos métodos para valorar o material e poder apropriar o seu custo à produção.

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O primeiro método, denominado custo específico, consiste na utilização do valor unitário real de aquisição de cada unidade específica do material a ser utilizado na produção.

Assim, por este método, a unidade ou unidades do material são retiradas aleatoriamente do depósito considerando-se o valor real da aquisição de cada uma como o custo a ser apropriado. Naturalmente, cada unidade tem uma identificação tal como número de série de fabricação, tem uma ficha de identificação específica com os dados mais importantes (data de fabricação, data de aquisição, valor unitário, fabricante etc.).

É evidente que este método só pode ser utilizado em unidades de grande porte e de alto valor unitário, cuja quantidade armazenada é sempre muito pequena, que, normalmente, se adquire para aplicação específica em uma ordem de produção ou em determinado produto. É mais utilizado em empresas cujo sistema de produção é por encomenda.

O segundo método - PEPS - significa que o primeiro valor a entrar é o primeiro valor a sair; às vezes até se confunde com o primeiro material entrado no Almoxarifado como sendo o que deve ser utilizado nas primeiras saídas até que a quantidade adquirida àquele valor unitário se esgote. Neste momento, passa-se para o valor unitário da segunda entrada do material, e assim sucessivamente, podendo ou não coincidir a saída física do material nesta ordem. Escrituralmente considera-se que o primeiro material entrado no estoque é o primeiro a sair, embora fisicamente possa ocorrer a saída até na ordem inversa da entrada ou, até mesmo, desordenadamente.

O terceiro método - UEPS - significa que o último a entrar é o primeiro valor a sair, o que na prática leva a confundir com o último material entrado no Almoxarifado, como sendo o que deve ser o utilizado nas primeiras saídas até que a quantidade adquirida àquele valor unitário se esgote ou que haja nova entrada. Caso a quantidade do último valor unitário se esgote sem que a requisição seja atendida, passa-se para o valor unitário da penúltima entrada, em seguida para o da antepenúltima, e assim sucessivamente até que se efetue nova entrada, ou que a requisição seja completada.

O quarto método - MÉDIO -, como o próprio nome indica, significa um valor médio do saldo existente no Almoxarifado e que é determinado pela divisão do valor do saldo pela sua quantidade, após cada entrada do material, já que as saídas não alteram o valor médio do estoque.

As devoluções de material requisitado em excesso e não aplicado na produção entram no estoque pelo mesmo valor unitário da saída que o originou, na data em que se efetuar a devolução, qualquer que seja o método citado anteriormente e que esteja em uso.

O único critério não aceito pela Legislação do Imposto de Renda brasileiro é o UEPS, porque esse critério distorce completamente os resultados, atribuindo custos maiores aos produtos e ficando os estoques finais com custos sempre menores.

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4.Métodos de custeio

Os custos dos produtos em processo e acabados são geralmente determinados sob dois tipos básicos de procedimentos de custeio.

Por ordem Por processo

4.1. Custos por ordem

É o método pelo qual os custos são acumulados para cada ordem, representando um lote de um ou mais itens produzidos. Sua característica básica é identificar e agrupar especificamente os custos para cada ordem, os quais não são relativos a determinado período de tempo e nem foram obtidos pela média entre uma série de unidades produzidas, como nos custos por processo contínuo.

O método de custo por ordem deve ser usado quando as quantidades de produção são pequenas e feitas especialmente para determinados clientes, ou, ainda, em operações de produção nas quais os custos aplicáveis podem ser, de maneira prática e imediata, atribuídos aos produtos.

Os custos acumulados pelo método de ordem de produção normalmente são os reais, nos casos de materiais e mão de obra direta, sendo que os gastos gerais de fabricação/produção são normalmente apropriados por rateios para as diversas ordens.

4.2. Custos por processo

É o método mediante o qual os custos são acumulados por fase do processo, por operação ou por departamento, estabelecendo-se uma média de custo que toma por base as unidades ali processadas ou produzidas. O custeio por processo é indicado quando o processo de produção é contínuo e se fabricam produtos homogêneos, tais como na produção de cimento, papel, petróleo, produtos químicos e outros semelhantes.

este sistema os custos são normalmente apropriados por departamento ou seção de produção, com base em consumo, em horas trabalhadas, etc. Assim, os custos totais acumulados durante o mês, de cada departamento, são divididos pela quantidade produzida, apurando-se os custos unitários, e assim vão sendo transferidos aos custos do departamento seguinte, sendo finalmente transferidos para o estoque de produtos acabados.

Os custos unitários para cada fase do processo e para a produção acabada são determinados com base em controles ou apontamentos das quantidades produzidas. O custo correspondente às unidades estragadas, ou perdidas nas diferentes fases do processo é normalmente absorvido pelas unidades efetivamente produzidas no mesmo período, desde que sejam perdas em níveis normais. Quando houver perdas não normais, seu custo não deve

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onerar as demais unidades, mas, sim, ser lançado diretamente em resultados do exercício.

Quando a empresa tiver produção diversificada, ou seja, diversos tipos de produto, o sistema deve ser aplicado, segregando-se produto por produto.

5. Sistemas de custos

5.1. Sistema de custo integral (absorção ou rkw)

Compreende todos os custos de produção, administração e vendas, sem distinguir, a priore, entre diretos, indiretos, variáveis ou fixos, isto é, agrupam matérias primas, mão de obra, custos de fabricação, administração, vendas, distribuídos e apropriados à unidade de produto em função de determinadas bases, tais como: valor das vendas, custos das vendas, horas/máquina, horas/homem, etc.

Pelo método do custeamento por absorção o custo marginal fica indeterminado, logo, impossível de se calcular o Ponto de Equilíbrio.

Exemplo:

VENDAS

(-) CUSTOS DOS PRODUTOS (FIXOS E VARIÁVEIS)

(=) RESULTADO BRUTO

(-) DESP. ADM/FINAN (FIXAS)

(-) DESP. VENDAS (FIXAS E VARIÁVEIS)

= RESULTADO LÍQUIDO

5.2. Sistema de custo direto

Este sistema é baseado na necessidade de se procurar apropriar os custos tanto quanto possível diretamente aos produtos fabricados por uma empresa. No entanto, o conceito de custo direto é bastante elástico, permitindo-nos dizer que à necessidade de se definir os custos diretos e indiretos juntou-se à necessidade de definir os custos fixos e variáveis sejam diretos ou indiretos, dentro da catalogação de custos da empresa.

Está claro que a aplicação deste sistema requer uma boa adaptação da empresa em todos os seus escalões às necessidades dos custos, pois os encarregados buscarão estabelecer com uma razoável dose de precisão, quais são os custos realmente ligados aos produtos (diretos) e não ligados (indiretos). Funcionarão neste mister os princípios de exceção, pois todos os custos que na eventualidade de supressão do produto fossem sumariamente eliminados deveriam ser apropriados como custos diretos do produto; em

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contrapartida, todos os custos que na eventualidade de supressão do produto fossem inteiramente mantidos deveriam ser apropriados como custos indiretos da empresa.

Exemplo:

VENDAS

(-) CUSTOS DOS PRODUTOS (VARIÁVEIS)

(-) DESP. VENDAS (VARIÁVEIS)

(=) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

(-) CUSTO FIXO DE PRODUÇÃO

(-) DESP.ADM/FINAN (FIXAS)

(-) DESP. VENDAS (FIXAS)

= RESULTADO LÍQUIDO

Os dois sistemas podem ser utilizados, porém escolheremos um terceiro que será composto da teoria do custo direto e com rateio de alguns custos indiretos que julgamos necessários e oportunos. Como dissemos, preservaremos todas as condições para que se possa calcular o Ponto de Equilíbrio, ferramenta muito eficaz para a administração da política de preço, produção, etc.

5.3. Sistema de custo

Itens, Produto, Produto Total

A B C

5.4. Custos diretos

Matérias Primas 50.000,00 100.000,00 150.000,00 300.000,00

Embalagens 10.000,00 20.000,00 30.000,00 60.000,00

Materiais Auxiliares 10.000,00 20.000,00 30.000,00 60.000,00

Mão de obra Direta 20.000,00 40.000,00 60.000,00 120.000,00

Gastos Gerais de produção 5.000,00 10.000,00 15.000,00 30.000,00

Montante dos Custos diretos Variáveis

95.000,00 190.000,00 285.000,00 570.000,00

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Produção (unidades) 10.000 8.000 15.000

Custo marginal unitário 9,50 23,75 19,00

Gastos Gerais de Produção 10.000,00 20.000,00 30.000,00 60.000,00

Depreciação 5.000,00 10.000,00 15.000,00 30.000,00

Montante dos Custos Diretos Fixos

15.000,00 30.000,00 45.000,00 90.000,00

Montante dos custos diretos 110.000,00 220.000,00 330.000,00 660.000,00

Produção (unidades) 10.000 8.000 15.000

Custo direto unitário 11,00 27,50 22,00

5.5. Custos indiretos

Mão de obra indireta 25.000,00 10.000,00 15.000,00 50.000,00

Gastos gerais de Produção 12.000,00 15.000,00 18.000,00 45.000,00

Custos Administrativos 10.000,00 8.000,00 11.000,00 29.000,00

Depreciação Indireta 1.000,00 2.200,00 4.000,00 7.200,00

Montante dos Custos Indiretos 48.000,00 35.200,00 48.000,00 131.200,00

Produção (unidades) 10.000 8.000 15.000

Custo indireto unitário 4,80 4,40 3,20

5.6. Custos totais

Montante total dos Custos 158.000,00 255.200,00 378.000,00 790.000,00

Produção (unidades) 10.000 8.000 15.000

Custo total unitário 15,80 31,90 25,20

6. Demonstração do custo de produtos vendidos

Demonstração do custo dos produtos vendidos

1 - Estoque inicial de Matérias Primas........................................................100,00

2 - (+) Compras de Matérias Primas........................................................1.000,00

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3 - (=) Custo das Matérias Primas Disponíveis........................................1.100,00

4 - (-) Estoque Final de Matérias Primas....................................................300,00

5 - (=) Custo das Matérias Primas Consumidas.........................................800,00

6 - (+) Mão de obra direta...........................................................................400,00

7 - (=) Custo Primário...............................................................................1.200,00

8 - (+) Outros custos diretos

8.1 - Materiais Secundários....................................................... ..................80,00

8.2 - Materiais de Embalagens.....................................................................30,00

.8.3 - Outros Materiais.........................................................-

8.4 - Gastos Gerais de Fabricação - Diretos.......................-......................110,00

9 - (=) Custos Diretos de Fabricação.......................................................1.310,00

10 - (+) Custos Indiretos de Fabricação

10.1 - Materiais Indiretos.....................................................-

10.2 - Mão de obra indireta.........................................................................100,00

10.3 - Gastos Gerais de Fabricação - Indiretos.................350,00..............450,00

11 - (=) Custo de Produção do período...................................................1.760,00

12 - (+) Estoque Inicial de Produtos em Elaboração....................................80,00

13 - (=) Custo de Produção............................................. ........................1.840,00

14 - (-) Estoque final de produtos em elaboração.......................................140,00

15 - (=) Custo da Produção Acabada no período...................................1.700,00

16 - (+) Estoque Inicial de Produtos Acabados.........................................500,00

17 - (=) Custo dos Produtos Disponíveis para Venda............................2.200,00

18 - (-) Estoque Final de Produtos Acabados................. ...........................300,00

19 - =) Custo dos Produtos Vendidos............................ ........................1.900,00

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7. Apuração de resultados

Nosso objetivo agora é demonstrar a apuração do resultado, para tanto, vamos nos socorrer das informações sobre o custo da produção demonstrado na folha anterior.

Custo da produção do Produto “A” 15,80 a unidade

produzido e vendido 10.000 unidades

Valor unitário da venda 25,00

Custo da produção do Produto “B” 31,90 a unidade

produzido e vendido 8.000 unidades

Valor unitário da venda 51,00

Custo da produção do Produto “A” 25,20 a unidade

produzido e vendido 15.000 unidades

Valor unitário da venda 40,00

8. Demonstrativo de resultado

Produto “A” Produto “B” Produto “C”

Venda bruta 250.000,00 408.000,00 600.000,00

Devoluções/abatimentos 18.000,00 20.000,00 17.000,00

Impostos 51.600,00 84.000,00 124.000,00

Custo dos Produtos vendidos 158.000,00 255.200,00 378.000,00

Lucro operacional 22.400,00 48.800,00 81.000,00

Despesas Comerciais 7.500,00 12.240,00 18.000,00

Despesas Financeiras 3.000,00 5.000,00 8.000,00

Despesas Administrativas 2.000,00 3.000,00 4.000,00

Resultado líquido 9.900,00 28.560,00 51.000,00

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9. Análise custo - volume -lucro

Esta análise consiste na comparação dos diversos resultados que podem ser apresentados por um empreendimento. Isto significa que os vários níveis de produção, dentro da capacidade máxima instalada, devem ser estudados e comparados para ser detectada a alternativa mais viável ou as alternativas mais convenientes.

Não devemos esquecer que o preço deve oferecer o valor de uso ou utilidade que justifique a troca do seu dinheiro por aquele produto. A tendência do consumidor é comprar o produto mais barato e buscar produto de maior segurança.

De acordo com esta análise, podem ser respondidas perguntas tais como:

O empreendimento é viável? Qual o produto mais rentável? Qual o produto mais lucrativo? Quais as conseqüências da retirada de determinado produto de

fabricação? Variando um tipo de custo, para mais ou para menos, quais são as

conseqüências nos resultados da empresa? Reduzindo a produção da empresa, quais são as conseqüências nos

resultados? Quais as conseqüências da variação, para mais e para menos, de

custos diferentes nos resultados da empresa? Quando se produz diferentes produtos em proporções diferentes, quais

as conseqüências no ponto de equilíbrio?

As perguntas formuladas podem ser respondidas com o conhecimento de alguns parâmetros, aliados a algumas técnicas simples de análise, que serão desenvolvidas e exercitadas neste capítulo.

10.Ponto de equilíbrio

Este parâmetro determina o ponto em que a empresa equilibra custos com receitas.

Este ponto é também chamado Ponto de Ruptura, Ponto de Nivelamento, Ponto Crítico ou Ponto de Quebra.

No ponto de equilíbrio a empresa está produzindo o suficiente para gerar receita que se iguala ao custo, ou seja, a empresa não tem lucro nem prejuízo quando está operando em um nível de produção igual ao seu ponto de equilíbrio, porque ela está gerando recursos suficientes apenas para remunerar os seus fatores de produção.

Este ponto indica o mínimo de receita gerada pela produção para que a empresa não sofra prejuízo.

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As empresas instalam-se na expectativa de gerar receita não só para remunerar os seus fatores de produção, mas também para proporcionar um excedente que permita distribuir lucro e constituir uma reserva para possibilitar a sua expansão.

Considerando-se as definições e conceitos já vistos, verifica-se que no Ponto de Equilíbrio podem ser deduzidas as seguintes fórmulas:

Legenda:

RT = Receita total ou Vendas

CT = Custo total

CF = Custo fixo total

CV = Custo variável total

cv = custo variável unitário

p = preço unitário de venda

q = quantidade

Ponto de equilíbrio em quantidade:

q = CF / (p-cv)

Ponto de equilíbrio em percentual:

% = (CF / (RT-CV))*100

Ponto de equilíbrio em valor de receita total ou das vendas

RT= CF / (1-cv/p)

ou,

RT= CF / (1-CV/RT)

ou,

RT= CF / % margem de contribuição

Não existe Ponto de Equilíbrio que se possa afirmar ser o ideal. Ele deve ser o mais baixo possível. Quando menor o ponto de equilíbrio, mais segurança para a empresa não entrar na área de prejuízo.

O Ponto de Equilíbrio é um dos parâmetros mais usados para avaliação da viabilidade de um empreendimento. Na determinação dele, deve ser feita

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uma classificação rigorosa dos custos quanto à formação, tendo-se a preocupação de separar a parcela fixa da parcela variável existentes nos custos.

Além da necessidade da utilização de outros parâmetros para se avaliar a viabilidade de um empreendimento, o Ponto de Equilíbrio deve estar relacionado com o setor da economia em que a empresa irá atuar. Assim, deve ser considerado o mercado supridor de mão-de-obra e de outros insumos básicos. Se todas essas condições forem favoráveis, o empreendimento pode ter sucesso, apesar de apresentar um Ponto de Equilíbrio elevado (até 70% da capacidade máxima); por outro lado, se algumas dessas condições forem desfavoráveis, o empreendimento só será viável se apresentar um Ponto de Equilíbrio baixo (até 40% da capacidade máxima).

Deve ser dedicada especial atenção a esses fatores porque, em algumas circunstâncias (matérias- primas de safras esporádicas), mesmo com baixo Ponto de Equilíbrio (40% da capacidade máxima), o empreendimento pode ser inviável. Nestes casos devem ser avaliados os custos fixos não elimináveis mesmo nos períodos de entressafras. Para que o Ponto de Equilíbrio possa continuar sendo usado como um parâmetro confiável é necessário que os dados para a sua determinação abranjam um ciclo completo de produção da empresa, independentemente dos períodos civis, ou seja, semanas, quinzenas, meses, semestres ou anos.

10.1. Análise das variações

Se dentro da capacidade máxima de produção se estabelece um nível de produção abaixo do máximo, e é chamado normal, as variações de quantidade produzida em torno deste normal ocasionam alterações nos resultados da empresa.

Dependendo da estrutura de produção, de venda e de custos do produto, uma variação, para menos, na quantidade produzida em um período pode acarretar resultado desastroso, mesmo que aparentemente as variações sejam consideradas pequenas.

O mesmo raciocínio é aplicado nas variações de preço de venda e dos diferentes custos unitários, cada uma delas apresentando influências de maior ou menor significação, mas, invariavelmente, todas ocasionando influências significativas nos resultados.

Em virtude disso, cada produto diferente produzido deve sofrer uma análise específica, para que possam ser avaliadas as conseqüências das variações nos resultados. Esta análise utiliza os conceitos do custeio direto, referido anteriormente. Basicamente, são considerados os custos incorridos em função exclusiva da produção. Ou seja, os custos que só ocorrem se houver produção e estes custos são os custos variáveis.

Esta análise considera prioritária a diferença entre a receita total e o custo variável total, porque é com a diferença que a empresa vai absorver os

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custos fixos e obter lucro. A diferença é chamada receita marginal ou margem de contribuição, ou margem de segurança que, quanto maior for, maior lucro ou menor prejuízo proporcionará.

Em outras palavras, a receita marginal é o que sobra da receita total depois de abatidos os custos variáveis totais e serve para absorver custos fixos e proporcionar lucro.

Nesta análise, os custos fixos são, inicialmente, considerados como prejuízo, uma vez que, ao iniciar o período, em que a produção é zero, a receita é zero e o custo variável total também é zero, mas o custo fixo total tem valor porque corresponde ao custo da estrutura da empresa que independe da produção. Assim, toda empresa inicia o período com prejuízo, correspondente aos custos fixos ou, pelo menos, a alguns deles, ou parte deles.

Será demonstrada a influência das variações sobre os resultados da empresa.

11. Influência da variação de quantidade

Será demonstrado através de um exercício prático o que ocorre com os resultados considerados normais (coluna central do quadro) apresentados por um produto, quando ocorrem variações na quantidade produzida em um período.

Partindo de um investimento (I) igual a R$ 2.000, um preço unitário de venda (p) igual a R$ 20, um custo variável unitário (cv) igual a R$ 15 e um custo fixo total (CF) igual a 800, far-se-á um exemplo com uma capacidade normal de produção de 200 unidades, para determinar a influência da variação da quantidade na rentabilidade (lucro sobre o investimento), na lucratividade (lucro sobre a receita) e no Ponto de Equilíbrio da empresa.

ITENS -20% -10% NORMAL +10% +20%

Preço de venda 20 20 20 20 20

Quantidade 160 180 200 220 240

Receita total (=) 3.200 3.600 4.000 4.400 4.800

Custos variáveis totais (-) 2.400 2.700 3.000 3.300 3.600

Receita marginal (=) 800 900 1.000 1.100 1.200

Custos Fixos (-) 800 800 800 800 800

Lucro (=) 0 100 200 300 400

Rentabilidade L*100/I 0% 5% 10% 15% 20%

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Lucratividade L*100/RT 0% 2,8% 5% 6,8% 8,3%

P.E. % CF*100/(RT-CV) 100% 88,9% 80% 72,7% 66,7%

P.E. valor CF/ (1-CV/RT) 3.200 3.200 3.200 3.200 3.200

A - Variações Negativas

Para a redução de 10% na quantidade, observa-se decréscimo de rentabilidade de 50%, de lucratividade de 44%, enquanto o Ponto de Equilíbrio em valor se manteve constante e o em percentual sofreu acréscimo de 11%. Para a redução de 20% na quantidade produzida, observa-se decréscimo de 100% na rentabilidade e lucratividade, enquanto o ponto de equilíbrio em valor se manteve constante e o em percentual sofreu acréscimo de 25%.

B - Variações Positivas

Para o acréscimo de 10% na quantidade, observa-se acréscimo de 50% na rentabilidade, de 36% na lucratividade, enquanto o Ponto de Equilíbrio em valor permaneceu constante e em percentual sofreu redução de 9%. Para o acréscimo de 20% na quantidade, observa-se acréscimo de 100% na rentabilidade, de 67% na lucratividade, enquanto o Ponto de Equilíbrio em valor permaneceu constante e o em percentual sofreu redução de 17%.

O Ponto de Equilíbrio em valor da receita é determinado em função da relação custo variável total sobre vendas. Se as variações de quantidades provocam variações proporcionais em ambos os parâmetros, significa que a relação permanece constante e, portanto, o resultado é o mesmo.

11.1. Influência da variação de preço

As premissas fixadas na variação de quantidade serão mantidas no exemplo a seguir:

ITENS -20% -10% NORMAL +10% +20%

Preço de venda 16 19 20 22 24

Quantidade 200 200 200 200 200

Receita total (=) 3.200 3.600 4.000 4.400 4.800

Custos variáveis totais (-) 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000

Receita marginal (=) 200 600 1.000 1.400 1.800

Custos Fixos (-) 800 800 800 800 800

Lucro (=) -600 -200 200 600 1.000

Page 22: Contabilidade de Custos - ATPS

Rentabilidade L*100/I -30% -10% 10% 30% 50%

Lucratividade L*100/RT -18,75% -5,6% 5% 13,64% 20,80%

P.E. % CF*100/(RT-CV) 400% 133,3% 80% 57,1% 44,4%

P.E. valor CF/ (1-CV/RT) 12.800 4.800 3.200 2.514 2.133

A - Variações Negativas

Para a redução de 10% no preço, observa-se redução de 200% na rentabilidade e 212% na lucratividade, enquanto o Ponto de Equilíbrio em percentual sofreu acréscimo de 67% e o em valor, acréscimo de 50%. Para a redução de 20% no preço, observa-se redução de 400% na rentabilidade e de 475% na lucratividade, enquanto o Ponto de Equilíbrio em percentual sofreu acréscimo de 400% e o em valor, de 300%.

B - Variações Positivas

Para o acréscimo de 10% no preço, observa-se acréscimo de 200% na rentabilidade e de 173% na lucratividade, enquanto o Ponto de Equilíbrio em percentual sofreu redução de 28,5% e o em valor, 21,4%. Para o acréscimo de 20% no preço, observa-se acréscimo de 400% na rentabilidade e de 316% na lucratividade, enquanto o Ponto de Equilíbrio em percentual sofreu redução de 44,5% e o em valor, de 33,3%.

Pode-se verificar que as variações no preço são muito mais influentes nos resultados da empresa do que as variações de quantidade. Em virtude disso uma redução de preço deve ocasionar acréscimo muito maior nas quantidades vendidas para manter os mesmos ou melhorar os resultados.

As variações de preço, sem variação da quantidade, acarretam variação da receita total sem variar o custo variável total, tendo em vista que este último varia em função da variação da quantidade produzida.

11.2. Influência das variações de preço e de quantidade

ITENS PREÇO -20% -10% NORMAL +10% +20%

ITENS QUANTIDADE +20% +10% NORMAL -10% -20%

Preço de venda 16 18 20 22 24

Quantidade 240 220 200 180 160

Receita total (=) 3.840 3.960 4.000 3960 3840

Custos variáveis totais (-) 3.600 3.300 3.000 2.700 2.400

Receita marginal (=) 240 660 1.000 1.260 1.440

Page 23: Contabilidade de Custos - ATPS

Custos Fixos (-) 800 800 800 800 800

Lucro (=) -560 -140 200 460 640

Rentabilidade L*100/I -28% -7% 10% 23% 32%

Lucratividade L*100/RT -14,6% -3,5% 5% 11,6% 16,7%

P.E. % CF*100/(RT-CV) 333,3% 121,2% 80% 63,5% 55,6%

P.E. valor CF/ (1-CV/RT) 12.800 4.800 3.200 2.514 2.133

Este quadro é a superposição do segundo quadro no primeiro quadro com sinais invertidos. Com isto, ficou evidenciada a maior influência da variação de preço do que da variação de quantidade sobre os resultados da empresa.

A - Variações Negativas de Preço e Positivas de Quantidade

As variações de 10% provocaram redução de 170% na rentabilidade e na lucratividade, enquanto no Ponto de Equilíbrio em percentual houve acréscimo de 51,5% e no em valor o acréscimo foi de 50%.

As variações de 20% provocaram desvantagens mais acentuadas para a empresa.

B - Variações Positivas de Preço e Negativas de Quantidade

As variações de 10% provocaram acréscimo de 130% na rentabilidade e de 132% na lucratividade. O Ponto de Equilíbrio em percentual decresceu 20,6% e o em valor decresceu 21,4%. As variações de 20% acentuam mais as vantagens para a empresa.

11.3. Influência da variação de custos fixos totais

ITENS -20% -10% NORMAL +10% +20%

Preço de venda 20 20 20 20 20

Quantidade 200 200 200 200 200

Receita total (=) 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000

Custos variáveis totais (-) 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000

Receita marginal (=) 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000

Custos Fixos (-) 640 720 800 880 960

Lucro (=) 360 280 200 120 40

Page 24: Contabilidade de Custos - ATPS

Rentabilidade L*100/I 18% 14% 10% 6% 2%

Lucratividade L*100/RT 9% 7% 5% 3% 1%

P.E. % CF*100/(RT-CV) 64% 72% 80% 88% 96%

P.E. valor CF/ (1-CV/RT) 2.560 2.880 3.200 3.520 3.840

A - Variações Negativas

A redução em 10% nos custos fixos totais provocou acréscimo de 40% na rentabilidade e na lucratividade, ao mesmo tempo em que os Pontos de Equilíbrio em percentual e em valor sofreram redução de 10%. A redução em 20% nos custos fixos totais provocou acréscimo de 80% na rentabilidade e na lucratividade, ao mesmo tempo em que os Pontos de Equilíbrio em percentual e em valor sofreram redução de 20%.

B - Variações Positivas

O acréscimo em 10% nos custos fixos totais provocou redução de 40% na rentabilidade e na lucratividade, ao mesmo tempo em que os Pontos de Equilíbrio em percentual e em valor sofreram acréscimos de 10%. O acréscimo em 20% nos custos fixos totais provocou redução de 80% na rentabilidade e na lucratividade, ao mesmo tempo em que os Pontos de Equilíbrio em percentual e em valor sofreram acréscimo de 20%.

Nas variações dos custos fixos totais observou-se o Ponto de Equilíbrio, tanto em percentual como em valor, sofrendo as mesmas variações. Isto ocorre porque, variando apenas os custos fixos totais, observa-se que, em ambas as fórmulas de Ponto de Equilíbrio, os denominadores permanecem constantes. O resultado variará na mesma proporção da variação do numerador.

Em suma, se os custos fixos totais forem acrescidos ou reduzidos em determinado percentual, os Pontos de Equilíbrio, em percentual e em valor, irão sofrer os mesmos acréscimos ou decréscimos. O Ponto de Equilíbrio, sob qualquer forma de apresentação, é diretamente influenciado pelos custos fixos totais. Conseguindo-se reduzir os custos fixos até zero (hipoteticamente ou em condições excepcionais), ter-se-ia um ponto de equilíbrio igual a zero, também.

11.4. Influência da variação de custos variáveis unitários

ITENS -20% -10% NORMAL +10% +20%

Preço de venda 20 20 20 20 20

Quantidade 200 200 200 200 200

Custo variável unitário 12,00 13,50 15,00 16,50 18,00

Receita total (=) 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000

Page 25: Contabilidade de Custos - ATPS

Custos variáveis totais (-) 2.400 2.700 3.000 3.300 3.600

Receita marginal (=) 1.600 1.300 1.000 700 400

Custos Fixos (-) 800 800 800 800 800

Lucro (=) 800 500 200 -100 -400

Rentabilidade L*100/I 40% 25% 10% -15% -20%

Lucratividade L*100/RT 20% 12,5% 5% -2,5% -10%

P.E. % CF*100/(RT-CV) 50% 61,5% 80% 114,3% 200%

P.E. valor CF/ (1-CV/RT) 2.000 2.462 3.200 4.571 8000

A - Variações Negativas

A redução de 10% no custo variável unitário provocou acréscimo de 150% na rentabilidade e na lucratividade, ao passo que os Pontos de Equilíbrio em percentual e em valor reduziram-se 23,1%. A redução em 20% no custo variável unitário provocou acréscimo de 300% na rentabilidade e na lucratividade, enquanto os Pontos de Equilíbrio em percentual e em valor reduziram-se 37,5%.

B - Variações Positivas

O acréscimo em 10% no custo variável unitário provocou redução de 150% na rentabilidade e na lucratividade, ao passo que os Pontos de Equilíbrio, tanto em percentual quanto em valor aumentaram 42,9%. O acréscimo de 20% no custo variável unitário provocou redução de 300% na rentabilidade e na lucratividade, enquanto os Pontos de Equilíbrio em percentual e em valor aumentaram 150%.

Em processos produtivos bem ordenados dificilmente se consegue redução nos custos variáveis unitários, tendo em vista que toda empresa procura manter esses custos no nível mínimo possível. Assim, a única maneira de conseguir uma redução seria através de um arranjo mais racional do processo produtivo ou novas técnicas de produção, ou seja, racionalização do processo produtivo. Mesmo assim elaborou-se o quadro anterior para efeito de ilustração.

Já a redução dos custos fixos é bem mais comum, tendo em vista certa liberalidade das empresas com certos custos que são classificados como fixos e que, em épocas de dificuldades das empresas, seus dirigentes são obrigados a cortá-los ou reduzi-los, como, por exemplo, gratificações, ajudas de custo, qualidade de transporte fornecido ao pessoal, assistência dentária, médica, etc.

O Ponto de Equilíbrio acima é conhecido como Ponto de Equilíbrio Contábil, há ainda dois outros tipos: o Financeiro e o Econômico.

Page 26: Contabilidade de Custos - ATPS

O Ponto de Equilíbrio Financeiro exclui os custos e as despesas que não implicam um desembolso de caixa. Esses gastos normalmente referem-se à depreciação.

O Ponto de Equilíbrio Econômico considera o lucro almejado pelos proprietários da empresa. É obtido somando-se o lucro desejado ao custo fixo. Pode-se também chegar a um lucro percentual, diminuindo-se da margem de contribuição o percentual desejado.

12. Análise dos produtos

Foram apresentadas no item anterior tabelas para estudo das influências das variações de quantidade produzida, de preço de venda, de custos fixos totais e de custos variáveis unitários, considerando-se os valores globais da empresa ou admitindo serem aqueles valores oriundos da produção de um único tipo de produto.

A importância do conhecimento dos resultados globais da empresa não torna menos importante o conhecimento do desempenho de cada um dos produtos que constituem aquele resultado. Pelo contrário, o estudo de cada um dos elementos, além de permitir a extrapolação do raciocínio para o global, permite o conhecimento exato da dimensão do resultado de cada um, com as conseqüências que cada um pode ocasionar no global.

Estudando cada um dos produtos, é possível definir os que são mais lucrativos, os menos lucrativos e até aqueles que dão prejuízo, para que as decisões possam ser tomadas com vistas na melhoria do desempenho destes últimos ou a sua eliminação da produção.

Referencias Bibliográficas

.ALBERTO LUIZ ZUCCHI - Contabilidade de Custos - Editora Scipione 1992.

AMÉRICO M.FLORENTINO - Custos - Princípios, Cálculo e contabilização

Editora da Fundação Getúlio Vargas - 1972.

OSNI MOURA RIBEIRO - Contabilidade de Custos - Editora Saraiva - 1995

RENÉ GOMES DUTRA - Custos - Editora Atlas - 1992

SALVADOR CHEVITARESE -Contabilidade Industrial - Editora da Fundação Getúlio Vargas - 1974.

SÉRGIO FERNANDES PRIETO - Custos na pequena indústria - Editora STS

Publicações e Serviços Ltda. - 1993.

Page 27: Contabilidade de Custos - ATPS

WALTER ARNALDO ANDREOLI - Apostila de Contabilidade de Custos

Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado - 1975