Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

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CONTABILIDADE EMPRESARIAL E ANÁLISE DE BALANÇOS - 1 -

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CONTABILIDADE

EMPRESARIAL

E

ANÁLISE DE BALANÇOS

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MÓDULO IMÓDULO ICONTABILIDADE EMPRESARIAL

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Page 3: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

INTRODUÇÃO

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE

Em um país fortemente industrializado, todos, desde o cidadão comum até os

organismos de dimensão nacional e internacional, estão envolvidos de diversas

maneiras e de modo cada vez mais acentuado nas atividades empresariais. É

grande, portanto, o número de agentes que desejam ser informados a respeito do

andamento da vida das empresas.

Mas são poucos aqueles que conhecem de modo claro o papel dos levantamentos

contábeis em relação aos fatos empresariais. Ainda hoje se ouve de

personalidades de destaque, que a contabilidade das empresas não lhes diz

respeito e que deve ser tratada por contabilistas.

Tal atitude não é aceitável nem produtiva, pois são cada vez mais importantes as

relações entre a empresa e organizações externas, bem como ficam cada vez

mais estreitas as ligações entre as diversas funções empresariais (técnica,

comercial, administrativa etc).

Falar de contabilidade significa, portanto, vir ao encontro das exigências de um

número cada vez maior de indivíduos desejosos de aumentar seus conhecimentos

a respeito dos "fatos empresariais".

DEFINIÇÃO DE CONTABILIDADE

Trata-se de uma metodologia que estuda e organiza os registros dos fatos que

afetam a situação patrimonial, financeira e econômica da empresa.

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PATRIMÔNIO

É o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade, registrados no

Balanço Patrimonial.

BENS

Tudo aquilo que a empresa possui está em seu domínio. Ex. Dinheiro em Caixa,

Estoques, Veículos, Máquinas, Imóveis etc.

DIREITOS

Tudo aquilo que a empresa possui e está temporariamente sob domínio de

terceiros. Ex. Duplicatas a Receber, Impostos a Restituir, Aplicações Financeiras

etc.

OBRIGAÇÕES

Tudo o que a empresa deve a terceiros. Ex. Salários e Impostos a Pagar,

Financiamento, Fornecedores etc.

BALANÇO PATRIMONIAL

Trata-se de uma demonstração estática, porque mostra a situação econômica,

financeira e patrimonial da empresa em um determinado momento.

O termo “Balanço” origina-se de balança, nos dá a idéia de equilíbrio entre os dois

lados (origem = aplicação).

O corpo do Balanço é constituído por 2 colunas. A da direita (Passivo e Patrimônio

Líquido) nos mostra a origem, ou seja, a fonte de recursos da empresa.

A coluna da esquerda (Ativo) nos mostra onde os recursos da empresa estão

sendo investidos.

Em resumo, Balanço Patrimonial significa demonstração de forma equilibrada dos

bens, direitos e obrigações em um único relatório, em que estão claramente

evidenciados o ativo, o passivo e o patrimônio líquido da entidade.

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PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - OBRIGAÇÕES

ATIVO

Compreende os bens e os direitos de uma empresa. São discriminados no lado

esquerdo do balanço.

PASSIVO

São as obrigações a pagar, isto é, as dívidas para com terceiros. Compõem o lado

direito do balanço.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

É formado pelos recursos dos sócios e lucros obtidos por meio da atividade da

empresa, sendo considerado capital próprio. A representação quantitativa do

patrimônio líquido é dada pela equação:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO - APLICAÇÃO DOS RECURSOS PASSIVO - FONTE DOS RECURSOS

Bens: - Caixa- Estoques- Imóveis- Veículos- Máquinas- Equipamentos- Etc.

Direitos:- Títulos a Receber- Aplicações Financeiras- Impostos a Restituir- Empréstimos a Acionistas- Etc.

Obrigações (Capital de Terceiros): - Títulos a Pagar- Contas a Pagar- Financiamentos- Fornecedores- Impostos a Pagar- Salários a Pagar- Etc.

Patrimônio Líquido (Capital Próprio):- Capital Social- Lucro/Prejuízo- Reservas

RAZÃO

São registros dos lançamentos a débito ou crédito das contas do ativo, do passivo

e do patrimônio líquido.

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Na prática não é possível preparar um balanço após cada operação, porque elas

se sucedem a cada instante, ocasionando aumentos e diminuições no ativo, no

passivo e no patrimônio líquido. Esses aumentos e diminuições são registrados

em contas.

Graficamente, pode ser representado por "razonete em T":

No lado esquerdo do "T" serão relacionados os lançamentos a débito, e do lado

direito, os lançamentos a crédito.

A diferença entre o total de débito e o total de crédito feitos em uma conta, será

chamada de saldo. Se o valor dos débitos for superior ao valor dos créditos, a

conta terá um saldo devedor. Se acontecer o contrário, a conta terá um saldo

credor.

MECANISMOS DO DÉBITO E CRÉDITO

CONTAS DO ATIVOEntrada de Valor - débito

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Page 7: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Saída de Valor - crédito

CONTAS DO PASSIVOEntrada de Valor - crédito

Saída de Valor - débito

1) Para aumentar o saldo das contas no Ativo, temos de fazer lançamentos a

débito. Isso, porque, as contas do Ativo apresentam saldo devedor.

Perceba que “saldo devedor”, em termos contábeis, significa que o saldo

remanescente está do lado do débito e não do crédito. Não podemos confundir

com saldo devedor em conta-corrente.

Por outro lado, para diminuir o saldo das contas do Ativo, faremos lançamentos a

crédito.

2) As contas do Passivo e do Patrimônio Líquido, apresentam saldo credor. Isso

quer dizer que, para aumentá-las, faremos lançamentos a crédito e para diminuí-

las, a débito.

PARTIDAS DOBRADAS

É o método de escrituração contábil usado universalmente, apresentado no

século XII pelo Frade Luca Paccioli.

O princípio do método é que não há débito sem crédito e vice-versa. Os

lançamentos contábeis podem ser efetuados em uma ou mais contas, contanto

que a soma dos débitos seja igual a soma dos créditos.

APRESENTAÇÃO DO BALANÇO

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Se o Balanço Patrimonial fosse demostrado como um “amontoado de contas”,

teríamos dificuldade em ler, interpretar e analisá-lo. Por isso, é importante

apresentar o Balanço agrupando-se as contas de mesma característica.

A Lei das Sociedades Anônimas (6404/76), dispõe de uma estrutura de contas

nacionalmente aceita, inclusive por outros tipos de sociedades.

No Ativo, as contas são agrupadas de acordo com a rapidez de conversão

em dinheiro, em ordem decrescente de liquidez (capacidade de se

transformar em dinheiro mais rapidamente).

No Passivo e no Patrimônio Líquido estarão as contas representativas das

obrigações e capital próprio respectivamente, sendo que as contas deverão

ser agrupadas em ordem decrescente de exigibilidade.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

PERMANENTE

Investimentos Imobilizado Diferido

TOTAL

CIRCULANTE

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social Lucros ou prejuízos acumulados

TOTAL

* ATIVO CIRCULANTE

Agrupam-se as contas que já são dinheiro (caixa, bancos) com aquelas que se

converterão em dinheiro no curto prazo* (duplicatas a receber, estoques etc).

É um grupo com elevado grau de liquidez.

*Curto Prazo: As contas cujo prazo, para conversão em dinheiro, seja de até

um ano, a contar da data de encerramento do Balanço Patrimonial.

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* REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Agrupam-se as contas que se transformarão em dinheiro no longo prazo*. São

ativos com menor grau de liquidez (títulos a receber no longo prazo etc.).

*Longo Prazo: As contas cujo prazo, para conversão em dinheiro, seja acima

de um ano, a contar da data de encerramento do Balanço Patrimonial.

* ATIVO PERMANENTE

Agrupam-se as contas que dificilmente serão transformadas em dinheiro;

normalmente não são vendidos, são utilizados como meio de consecução dos

objetivos operacionais da empresa. Aqui estão os itens com caráter de

permanência da empresa.

Divide-se em três subgrupos:

Investimentos

São contas financeiras de caráter permanente que geram rendimentos e não

são necessárias à manutenção da atividade fundamental da empresa. Ex.:

Ações de outras empresas, imóveis a título de investimento, obras de arte etc.

Imobilizado

São itens de natureza permanente que serão utilizados para a manutenção da

atividade básica da empresa. Ex.: Edifícios, imóveis, máquinas, equipamentos,

veículos etc.

Diferido

São gastos com serviços que beneficiarão resultados de exercícios futuros.

Ex.: Projetos, pesquisas, divulgação etc.

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* PASSIVO CIRCULANTE

Representam as dívidas com terceiros. Em primeiro lugar agrupam-se as

contas que serão pagas mais rapidamente. Ex.: salários a pagar, impostos a

recolher, empréstimos e financiamentos que vencem no curto prazo,

fornecedores de mercadorias etc.

* EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Representam as dívidas com terceiros, que vencem no longo prazo. Ex.:

financiamentos e empréstimos que vencem no longo prazo etc.

* RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

Tratam-se de receitas já recebidas, que devem ser reconhecidas em

exercícios futuros.

* PATRIMÔNIO LÍQUIDO

São os recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos

significam o capital social mais o seu rendimento - lucros ou prejuízos

acumulados e reservas.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

A demonstração do resultado do exercício é a apresentação resumida, das

operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, de forma a

destacar o resultado líquido do período (lucro ou prejuízo), subtraindo as

despesas das receitas.

R$

Receita Operacional Bruta

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( - ) Deduções (abatimentos, devoluções, impostos etc)

( = ) Receita Operacional Líquida

( - ) Custo Produtos Vendidos (matéria-prima, mão-de-obra)

( = ) Resultado Bruto

( - ) Despesas Operacionais

(+/-)Encargos Financeiros Líquidos(receita financ-desp.finac.)

( = ) Resultado Operacional

( + ) Receitas não Operacionais

( - ) Despesas não Operacionais

( = ) Resultado Líquido

* RECEITA OPERACIONAL BRUTA

São as vendas ou faturamento bruto.

É o valor recebido pelas vendas de produtos (empresa industrial),

mercadorias (empresa comercial) ou de serviços (empresa de prestação de

serviços).

* DEDUÇÕES

São impostos que incidem sobre o faturamento bruto (IPI, ISS, ICMS etc);

abatimentos concedidos, vendas canceladas ou devoluções de mercadorias,

cujos valores são deduzidos da Receita Operacional Bruta.

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* RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

É o resultado da Receita Operacional Bruta menos as deduções. Considerada

a receita efetiva da empresa, já que está livre das vendas canceladas e dos

impostos.

* CUSTO DOS PRODUTOS/MERCADORIAS VENDIDAS (CPV OU

CMV)

Para a empresa comercial, custo representa o valor de aquisição dos

estoques, já na indústria custo compreende todo gasto para a transformação

da matéria-prima em produto acabado.

Exemplo:

Matéria-prima, mão-de-obra, material de embalagem, energia elétrica etc.

* RESULTADO BRUTO

É o resultado da Receita Operacional Líquida menos o C.P.V.

* DESPESAS OPERACIONAIS

São despesas decorrentes da atividade principal da empresa, podendo ser

classificadas em:

Despesas com vendas:

Representam os gastos de promoção, colocação e distribuição dos produtos, como:

propaganda e publicidade;

salários e comissões dos vendedores;

distribuição dos produtos etc.

Despesas Administrativas:

Representam os gastos com a direção ou administração da empresa, como:

honorários da administração;

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salários e encargos do pessoal;

material de escritório;

impostos e taxas etc.

* ENCARGOS FINANCEIROS LÍQUIDOS (RECEITA/DESPESA

FINANCEIRA)

Representam a diferença entre juros e atualização monetária pagos e

recebidos de instituições financeiras.

* RESULTADO OPERACIONAL

É o resultado (lucro ou prejuízo) obtido por meio da atividade principal da

empresa.

* RECEITAS NÃO OPERACIONAIS

São receitas não provenientes da atividade principal da empresa. Ex.: aluguéis

recebidos, venda de itens do imobilizado por valor superior ao que está

contabilizado etc.

* DESPESAS NÃO OPERACIONAIS

São despesas não provenientes da atividade principal da empresa. Ex.: venda

de bens do imobilizado por valor inferior ao que está contabilizado, multa de

trânsito, doações feitas pela empresa etc.

* RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

É o resultado contábil (lucro ou prejuízo) do exercício.

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Se o resultado for lucro, deste valor saem, o imposto de renda, as reservas e

os dividendos, a sobra é transportada para a conta de resultados acumulados

no balanço.

* RESULTADO

Será lucro quando as receitas forem maiores que as despesas.

Será prejuízo quando as despesas forem maiores que as receitas.

MECANISMO DO DÉBITO E CRÉDITO

Até aqui, vimos lançamentos com contas do Balanço. A partir de agora,

trabalharemos, também, com contas da Demonstração do Resultado do Exercício,

também chamadas “Contas de Resultado”.

DRE

Receita – Crédito

Despesa – Débito

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

* COMPRA DE MERCADORIAS

Débito

Conta estoques.

Crédito

Conta caixa ou fornecedores.

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* VENDA DE MERCADORIAS

Crédito

Conta de receita operacional pelo valor total da venda.

Débito

Conta caixa ou duplicatas a receber pelo valor total da venda.

Crédito

Conta estoques pelo custo dos produtos vendidos.

Débito

Conta custo dos produtos vendidos.

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DESPESAS COM DEPRECIAÇÃO

Depreciação é a perda da capacidade produtiva dos bens. Como a maior parte

dos elementos do ativo imobilizado tem a sua vida útil limitada no tempo, o custo

correspondente deve ser rateado e distribuído pelos períodos de sua vida útil

estimada. Esse procedimento é conhecido como:

Depreciação

Quando se referir à amortização de bens tangíveis como edifícios,

máquinas e equipamentos, veículos etc.

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A tendência de um grande número de empresas é simplesmente adotar as taxas

admitidas pela Legislação Fiscal, cujos critérios básicos de depreciação estão

consolidados no Regulamento do Imposto de Renda. Abaixo relacionamos

algumas taxas anuais de depreciação, constantes de publicações da Secretaria da

Receita Federal:

BENS TAXA ANUAL VIDA ÚTILEdifícios 4% 25 anosMáquinas e Equipamentos 10% 10 anosInstalações 10% 10 anosMóveis e Utensílios 10% 10 anosVeículos 20% 5 anosSist.Processamento de Dados 20% 5 anos

Procedimento Contábil

Débito

Despesas operacionais ou custo dos produtos.

Crédito

Conta de depreciação acumulada no ativo imobilizado.

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DEPRECIAÇÃO ACUMULADA

débito

DESPESAS OPERACIONAIS

crédito

DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE

Beneficiam mais do que um exercício contábil e que portanto não podem ser

encerradas ao final do exercício, devendo constar do ativo. Ex.: Assinatura de

Jornais e Revistas, Seguros etc.

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Figuram no ativo circulante ou realizável a longo prazo, e poderão ser

encontrados com as seguintes denominações: Despesas do Exercício Seguinte,

Despesas Diferidas, Despesas Antecipadas ou Despesas Pagas Antecipadamente.

* PROCEDIMENTO CONTÁBIL

Débito Despesas do exercício seguinte pelo valor total gasto.

CréditoConta caixa.

No final de cada período beneficiado pelo gasto:

DébitoDespesas operacionais (pelo valor proporcional).

CréditoDespesas do exercício seguinte.

RECEITAS ANTECIPADAS

São recebimentos adiantados que vão gerar um passivo para uma prestação de

serviço futura ou a entrega posterior de bens. Integram o grupo Resultado de

Exercícios Futuros, cuja denominação de conta mais comum é Receitas

Antecipadas.

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* PROCEDIMENTO CONTÁBIL

Débito Caixa (pelo valor total recebido).

Crédito Receitas antecipadas.

No final de cada período efetivo para apropriação da receita:

Débito Receitas antecipadas.

CréditoReceitas operacionais.

RESERVAS

São constituídas para complementar o capital na formação do patrimônio líquido

das empresas. Podem ser:

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Page 21: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Reservas de capital

São constituídas com valores recebidos pela empresa e que não transitam

pelo resultado como receitas, por se referirem a valores destinados a reforço

de capital. Como exemplo temos o ágio na emissão de ações, as doações

recebidas e a correção monetária do capital realizado.

Reservas de reavaliação

Constituídas pelas reavaliações dos ativos a preços de mercado.

Reservas de lucros

Constituídas após a apuração do resultado com o objetivo de dar proteção aos

acionistas. As principais são a reserva legal, a estatutária, a de contingências

etc.

PROVISÕES

Elementos de redução do ativo ou verdadeiro passivo. Representam despesas já

incorridas, com total, muitas vezes, apenas estimado e, portanto, deverão ter

como contrapartida um débito em conta de despesa.

Exemplos:

Provisões para devedores duvidosos de duplicatas a receber e provisão para

imposto de renda.

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MÓDULO IIMÓDULO IIANÁLISE DE BALANÇOS

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Um dos objetivos da análise das demonstrações contábeis é o de reduzir o risco

de concessão de crédito às empresas.

Sabemos que há necessidade de equilíbrio e ponderação no processo de

concessão de crédito, sendo fundamental o uso de instrumentos eficazes para

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avaliação da saúde financeira das empresas. É indispensável, portanto, conhecer

seu mercado, sua estratégia e seu comando.

Vários aspectos devem ser considerados ao se analisar demonstrações

financeiras, tais como:

™ Aspectos Econômico-Financeiros dos Últimos Exercícios;

™ Participação de Capitais de Terceiros;

™ Dependência de Recursos Bancários;

™ Composição das Exigibilidades;

™ Grau de Liquidez a Curto e Longo Prazo;

™ Ciclo Financeiro/Operacional;

™ Evolução das Vendas;

™ Índice de Retorno do Patrimônio Líquido;

™ Necessidade de Capital de Giro;

™ Condições do Ramo de Atividade;

A análise não pára nos itens elencados acima. Após a apuração desses índices,

teremos à mão uma gama de informações que poderão ser confirmadas por meio

de visitas, informações cadastrais e gerenciais, que aliadas ao seu conhecimento

a respeito da empresa, lhe darão condições mais confiáveis para operar com as

mesmas.

ANÁLISE VERTICAL

A Análise Vertical é importante para todas as demonstrações contábeis,

principalmente para o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados do

Exercício.

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Tem por objetivo fornecer a representatividade em porcentagem de cada conta

em relação à Demonstração Contábil a que pertence e, por meio da comparação

com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos

anteriores, observar se há itens fora das proporções normais.

Observe que os percentuais a Análise Vertical, nos permite ter uma visão

interpretativa, que é extremamente difícil nos valores absolutos.

BALANÇO PATRIMONIAL

Fórmula

AV =Conta

Total Ativo / Passivo x 100

Exemplo:

Estoque = R$ 22.520,00Total do Ativo = R$ 248.730,00

AV x 22 520 00

248 730 00100 9%

. ,

. ,

O resultado acima mostra que do total de Ativos que a empresa possui, 9% estão

investidos em estoques.

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO(Conta de lucros e perdas)

Fórmula:

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ContaAV = x 100 Receita Operacional Líquida (Vendas / Faturamento)

Exemplo:

C.P.V. = R$ 102.740,00R.O.L. = R$ 291.630,00

AV x 102 740 00

291630 00100 35%

. ,

. ,

O resultado mostra que o Custo dos Produtos Vendidos é de 35% em relação às

Vendas, portanto conclui-se que a Margem Bruta (Lucro Bruto) é de 65%.

Ao se efetuar a análise das Contas de Resultados, deve-se atentar aos seguintes

itens: Margem Bruta, Margem Operacional e Margem Líquida, que são

termômetros para análise dos demais itens. Assim, por exemplo, se a Margem

Operacional de uma empresa for de 28% e a Margem Líquida de 2%, conclui-se

que houveram contas (Despesas não operacionais) que afetaram o resultado

significativamente.

Fórmulas:

Resultado Bruto

Margem Bruta = x 100 Receita Operacional Líquida

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Page 26: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Resultado Operacional

Margem Operacional = x 100 Receita Operacional Líquida

Resultado LíquidoMargem Líquida = x 100

Receita Operacional Líquida

CAPITAL DE GIRO OU CAPITAL CIRCULANTE

É o montante ou conjunto de recursos que não está imobilizado. Estes recursos

estão em constante movimentação no dia-a-dia da empresa para compra de

matéria-prima, pagamento de impostos, salários e outras despesas. Para

realização destes compromissos é necessário ter Capital de Giro, que não se

limita somente ao numerário “em Caixa”, mas também são considerados os

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Page 27: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

CAPITAL DE GIRO = ATIVO CIRCULANTE

CCL = ATIVO CIRCULANTE - PASSIVO CIRCULANTE

valores que serão transformados em numerário dentro de certo espaço de tempo

(um exercício social).

ATIVO

CIRCULANTE{Capital de Giroou

Circulante

PASSIVO

CIRCULANTE

Exigível a Longo Prazo

PATRIMÔNIO

LÍQUIDO

Realizável a Longo Prazo

ATIVO

PERMANENTE

CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO OU CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

O Capital Circulante Líquido (CCL) representa a folga financeira a curto prazo, ou

seja, são recursos que a empresa dispõe para o seu giro e que não serão exigíveis

naquele exercício.

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Page 28: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Sendo uma equação aritmética, seu resultado pode ser positivo ou negativo,

indicando se a empresa está numa situação favorável ou não. Porém, é

necessário considerar o perfil setorial e a natureza do negócio, por exemplo, há

setores que têm como característica vender à vista e comprar a prazo. Outros,

fazem o contrário por imposição de seu mercado. Outros ainda, devem pedir

adiantamento a seus clientes, ou devem fazer adiantamento a seus fornecedores.

Tudo, enfim, acaba por delinear o Capital de Giro e o Capital de Giro Líquido da

empresa.

ATIVO CIRCULANTE

{CCL>0

PASSIVOCIRCULANTE

Exigível a Longo Prazo

PATRIMÔNIO

LÍQUIDO

Realizável a Longo Prazo

ATIVOPERMANENTE

ATIVO CIRCULANTE

}CCL<0

PASSIVO

CIRCULANTE

Exigível a Longo Prazo

PATRIMÔNIOLÍQUIDO

Realizável a Longo Prazo

ATIVOPERMANENTE

CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO

O Capital de Giro Próprio (CGP) é a parcela do Capital de Giro (Ativo Circulante)

que é financiada por recursos próprios da empresa. Em outras palavras, é a parte

do Patrimônio Líquido que não está investida no Ativo Permanente ou no

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CGP = PATRIMÔNIO LÍQUIDO – ATIVO PERMANENTE – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Realizável a Longo Prazo. Partindo deste entendimento, temos a seguinte

equação aritmética.

Portanto, o resultado pode ser positivo ou negativo, sendo que para sua análise

deve ser sempre lembrado o ramo de atividade que a empresa está inserida.

ATIVO

CIRCULANTE

{CGP>0

PASSIVO

CIRCULANTE

Exigível a Longo Prazo

PATRIMÔNIO

LÍQUIDOATIVO

PERMANENTE

Realizável a Longo Prazo

ATIVO CIRCULANTE

{CGP<0

PASSIVO

CIRCULANTE

Exigível a Longo Prazo

PATRIMÔNIO

LÍQUIDO

Realizável a Longo Prazo

ATIVO

PERMANENTE

ANÁLISE HORIZONTAL

Tem por objetivo avaliar a evolução ou involução das contas do Balanço

Patrimonial e da Demonstração de Resultados, de um exercício para outro ou de

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vários exercícios seguidos. Esta comparação permite perceber o

“comportamento” da empresa no mercado e as tendências para o futuro.

Quando há a comparação de índices ou de contas de uma série de exercícios,

ocorre o problema da inflação, por estar comparando valores cujo poder

aquisitivo da moeda é diferente em cada período. Portanto, para efetuar o cálculo

da variação percentual dos itens a serem analisados, o primeiro passo é converter

os valores em moeda do último ano (mesmo poder aquisitivo) corrigindo

monetariamente as contas a serem analisadas. Esta técnica de inflacionar é a

mais recomendada, porém pode-se também trazer os valores do ano atual para o

ano anterior fazendo o deflacionamento.

Fórmula do Cálculo da Variação Percentual

AHConta do Atual

Conta do Anterior1 x 100

Exercício

Exercício

Exemplo:Valores

Estoque (ano atual) = R$ 22.520,00Estoque (ano anterior) = R$ 4.350,00Inflação anual = 350%Estoque Corrigido = 4.350,00 (1+3,5) = 19.575,00

AH22.520,00

19.575,001 x 100 15%

O resultado indica que houve crescimento real de estoque, do ano anterior para o

atual em 15%.

Todavia, freqüentemente a Análise Horizontal ganha sentido apenas quando

aliada à vertical. Por exemplo, o disponível pode ter crescido em valores

absolutos, mas sua participação percentual sobre o Ativo Circulante ou Total do

Ativo pode ter-se mantido constante ou até ter diminuído por causa do aumento

do giro ou das dimensões da empresa.

ANÁLISE POR ÍNDICES

Índice é a relação entre contas ou grupos de contas de Demonstrações Contábeis,

que visa evidenciar determinados aspectos da situação econômica e financeira de

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Page 31: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

uma empresa, permitindo ao analista extrair tendências e comparar índices com

padrões pré-estabelecidos. A finalidade da análise não é somente retratar o que

aconteceu no passado, mas sim, também fornecer bases para deduzir o que

poderá ocorrer no futuro.

O cálculo e a avaliação do significado de cada índice, é um dos pontos mais

importantes da Análise de Balanços, pois os mesmos relacionam grupos e itens

do Balanço e da Demonstração do Resultado.

A avaliação do número encontrado, dependerá de um exame de consistência e do

confronto com índices apresentados por empresas do mesmo ramo de atividade,

e de como o setor vem se desenvolvendo.

O importante não é o cálculo do grande número de índices, mas de um conjunto

de índices que permita conhecer a situação da empresa segundo o grau de

profundidade desejada da análise, que normalmente, varia de usuário para

usuário.

PRINCIPAIS ASPECTOS REVELADOS PELOS ÍNDICES FINANCEIROS

Situação Financeira

Liquidez

Estrutura

Situação Econômica Rentabilidade

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ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa. Os

índices de liquidez não são índices extraídos de fluxo de caixa que comparam as

entradas e saídas de dinheiro. São índices que, a partir do confronto dos Ativos

Circulantes com as Dívidas, procuram medir quão sólida é a base financeira da

empresa.

Bons índices de liquidez significam que a empresa tem condições de ter boa

capacidade de pagar suas dívidas, mas não estará obrigatoriamente, pagando

suas dívidas em dia em função de outras variáveis.

Para que estes índices sejam considerados adequadamente convém

observar dois aspectos limitativos:

Primeiro, os índices não revelam a qualidade dos Ativos.

Segundo, os índices não revelam a sincronização entre recebimentos e

pagamentos, ou seja, não possibilitam identificar se os recebimentos

ocorrerão em tempo para pagar dívidas vincendas.

ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE

Fórmula

Este índice relaciona os recursos em reais disponíveis e os que serão convertidos

dentro de um prazo de até 360 dias, em relação as dívidas dentro do mesmo

prazo.

- 32 -

LCAtivo Circulante

Passivo Circulante

Page 33: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

O resultado revela até que ponto os investimentos do Ativo Circulante são

suficientes ou não para cobrir as dívidas do Passivo Circulante.

Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de

Passivo Circulante.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Exemplo:

Valores:AC =R$ 110.500,00PC = R$ 80.600,00

Conclusão: O índice 1,37 indica que os investimentos no Ativo Circulante são

suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo e ainda permite uma folga de

0,37 centavos para cada R$ 1,00 de dívida.

LIQUIDEZ GERAL

Fórmula

Este índice detecta a saúde financeira da empresa, no que se refere a liquidez,

considerando a curto e longo prazo.

- 33 -

Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo

LG =

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Page 34: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

LSAtivo Circulante Estoque

Passivo Circulante

Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo

para cada R$ 1,00 de dívida total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Exemplo:

Valores:AC = R$ 110.500,00RLP = R$ 55.600,00PC = R$ 80.600,00ELP = R$ 20.450,00

O resultado 1,64 indica que, para cada R$ 1,00 de dívida total, a empresa tem R$

1,64 de investimentos realizáveis, ou seja, consegue pagar suas dívidas e ainda

dispõe de uma folga ou margem de R$ 0,64 (64%).

LIQUIDEZ SECA

O Ativo Circulante da empresa compreende investimentos de risco, enquanto o

Passivo Circulante é líquido e certo: deve ser pago no dia e na quantia

combinada.

Daí a idéia de excluir do Ativo Circulante, o item de maior risco, o Estoque.

Fórmula:

A finalidade deste índice é medir o grau de excelência da situação financeira da

empresa. Se o índice encontrado for abaixo do limite, segundo os padrões do

ramo, pode indicar alguma dificuldade de liquidez, porém, se ocorrer o contrário,

conjugado com o índice de liquidez corrente é um reforço à conclusão de que a

empresa é um “atleta de liquidez”.

- 34 -

Page 35: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Indica: quanto a empresa possui do Ativo Circulante, para cada R$ 1,00 de dívida

de curto prazo, independente dos estoques.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Exemplo:

Valores:AC = R$ 110.500,00Estoque = R$ 56.300,00PC = R$ 80.600,00

LS110.500,00 56.300,00

80.600,000,67

O índice 0,67 indica que a empresa somente conseguiria pagar 67% de suas

dívidas de curto prazo, sem depender dos Estoques.

Obs.: Na liquidez seca, deve-se sempre levar em conta o ramo de atividade da

empresa, pois existem ramos em que não há estoques e outros que vivem

basicamente de estoques, que é o caso dos supermercados, onde o cálculo deste

índice não leva a conclusão nenhuma.

GRAU DE SOLVÊNCIA

Este grau relaciona o total de investimentos (Total do Ativo) com o total de

Capital de Terceiros (Passivo Circulante mais o Exigível a Longo Prazo).

Fórmula:

- 35 -

Ativo Total GS =

x 100

Exigível Total

Page 36: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Indica: A capacidade da empresa em saldar suas dívidas, considerando o total de

seu Patrimônio.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Exemplo:

Valores

Total do Ativo: R$ 240.150,00

Exigível Total : R$ 92.850,00

240.150,00GS = x 100 = 258,64% 92.850,00

Conclusão: O seu patrimônio total representa 258,64% do valor total de suas

dívidas. Portanto, o total dos seus Ativos, é suficiente para cobrir 2,5 vezes suas

dívidas.

ÍNDICES DE ESTRUTURA

Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em

termos de obtenção e aplicação de recursos.

GRAU DE ENDIVIDAMENTO

Exigível TotalGE = x 100 Patrimônio Líquido

O grau de endividamento demonstra qual a proporção entre Capitais de Terceiros

(Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo) e Patrimônio Líquido utilizado pela

empresa, que são as duas fontes de recursos. É um indicador de riscos ou de

dependência de terceiros, por parte da empresa.

Também pode ser chamado de Índice de Participação de Capitais de Terceiros.

- 36 -

Page 37: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Indica: quanto a empresa tomou de Capitais de Terceiros para cada R$ 100,00

de capital próprio investido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Exemplo:Valores:

PC = R$ 80.600,00ELP = R$ 12.250,00PL = R$ 147.300,00

GE80.600,00 12.250,00

147.300,00x100 63%

O resultado mostra que em cada R$ 100,00 de Capital Próprio (Patrimônio

Líquido), a empresa tomou R$ 63,00 de Terceiros.

Obs.: A cada apreciação sobre o grau de endividamento é preciso comparar os

seus índices com padrão, isto é, verificar se o nível de endividamento da

empresa, está dentro ou fora de certos padrões de normalidade, obtidos por meio

de resultados de outras empresas do mesmo ramo.

GRAU DE DEPENDÊNCA BANCÁRIA

Fórmula:

Indica: Proporção de endividamento bancário em relação ao Patrimônio Líquido.

Interpretação: quanto menor melhor.

- 37 -

Instituições Financeiras DB =

x 100

Patrimônio Líquido

Page 38: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Exemplo:

Valores:

Bancos = R$ 37.140,00

PL = R$ 147.300,00

DB37.140,00

147.300,00x100 25%

Conclusão: O resultado indica que em cada R$ 100,00 de Capital Próprio (P.L.) a

empresa tomou R$ 25,00 em Instituições Financeiras.

GRAU DE IMOBILIZAÇÃO

Ativo PermanenteGI = x 100 Patrimônio Líquido

O grau de imobilização indica qual a parcela de recursos próprios (Patrimônio

Líquido) investida no Ativo Permanente.

Quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos próprios

sobrarão para o Ativo Circulante e, maior será a dependência de capitais de

terceiros para o financiamento do giro da empresa.

- 38 -

Page 39: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

O ideal em termos financeiros é a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente

para cobrir o Ativo Permanente, o Realizável a longo prazo e ainda sobrar uma

parcela para giro da empresa.

Indica: quantos reais a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada R$

100,00 de Patrimônio Líquido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Exemplo:

Valores:AP = R$ 108.980,00PL = R$ 147.300,00

GI108.980,00

147.300,00x100 74%

Isto significa, que a empresa imobilizou 74% do seu Patrimônio Líquido.

Obs.: Para dizer se imobilizou muito ou pouco, necessita-se de padrões de

comparação, isto é, comparar com índices estabelecidos por empresas do mesmo

ramo.

GIRO DO ATIVO

Vendas LíquidasGA = Ativo Total

Indica: quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Exemplo:

Valores:

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Page 40: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

ROL (Vendas Líquidas) = R$ 291.630,00

Ativo Total = R$ 240.150,00

291.630,00GA = = 1,21 240.150,00

Conclusão: Cada R$ 1,00 de investimento total gerou um volume de vendas de

R$ 1,21.

O sucesso de uma empresa depende em primeiro lugar de um volume de vendas

adequado.

O volume de vendas tem relação direta com o montante de investimentos. Não se

pode dizer se uma empresa está vendendo pouco ou muito olhando-se apenas

para o valor absoluto de suas vendas. Uma empresa que vende R$ 100.000,00

por mês tem vendas elevadas se o seu ativo for de R$ 40.000,00. Certamente

suas vendas serão baixas se o ativo for de R$ 2.000.000,00.

ÍNDICE DE RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Fórmula:

Lucro LíquidoIR = x 100 Patrimônio Líquido

Indica: quanto a empresa obteve de lucro para cada R$ 100,00 de Capital Próprio

investido.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Exemplo:Valores:

Lucro Líquido do Exercício = 29.530,00

- 40 -

Page 41: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Patrimônio Líquido = 147.300,00

Conclusão: Para cada R$ 100,00 de Capital Próprio investido, a empresa

conseguiu R$ 20,00 de lucro.

Este índice revela a situação econômica da empresa, se está ou não, por meio da

estrutura, gerando lucros.

O objetivo desta análise, como parte da Análise de Crédito, é a de avaliar a Taxa

de Retorno sobre o Patrimônio Líquido, isto é, qual foi o retorno sobre os recursos

próprios investidos no negócio por uma empresa.

Essa taxa pode ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no

mercado, como Caderneta de Poupança, CDB, Ações etc, para avaliar se a

empresa oferece rentabilidade superior ou inferior.

O Lucro Líquido se acha expurgado da inflação, a Taxa de Retorno do Patrimônio

Líquido é real.

ÍNDICES DE ATIVIDADE OU PRAZOS MÉDIOS

Basicamente são três os Índices de Prazos Médios que podem ser encontrados a

partir das Demonstrações Financeiras.

- Prazo Médio de Renovação de Estoque

Estoque MédioPMRE = x 360

CPV

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Page 42: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

- Prazo Médio de Recebimento de Duplicatas

Duplicata a Receber MédioPMRD = x 360 Receita Oper. Líquida

Obs.: Do valor da Receita Operacional Bruta devem ser excluídas as devoluções e

vendas canceladas.

- Prazo Médio de Pagamento ao Fornecedor

Fornecedor MédioPMPF = x 360 Compras

Os índices de Prazos Médios não devem ser analisados individualmente, mas

sempre em conjunto, assim permitem avaliar se as políticas utilizadas pela

empresa vem sendo adequadas.

A precisão dos índices de prazos médios está diretamente ligada à uniformidade

das vendas e compras. Se a empresa tem vendas e compras aproximadamente

uniformes durante o ano, os índices de Prazos Médios calculados a partir dos

dados do Balanço e da Demonstração de Resultado refletirão satisfatoriamente a

realidade. Agora, se as vendas e/ou compras flutuantes tiverem picos e vales ou

concentração em determinadas épocas do ano, os índices poderão estar

completamente distorcidos.

Exemplo:

Valores:Dupl. a receber, ano anterior (corrigida) = R$ 20.480,00Dupl. a receber, ano atual = R$ 27.110,00Estoque, ano anterior (corrigido) = R$ 19.575,00Estoque, ano atual = R$ 22.520,00Fornecedor, ano anterior (corrigido) = R$ 18.020,00Fornecedor, ano atual = R$ 11.900,00

- 42 -

Page 43: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

C.P.V. (Custo Prod. Vendido) = R$ 102.740,00R.O.L. (Receita Oper. Líquida) = R$ 292.630,00Compras = R$ 105.685,00

EI = Estoque Inicial (ano anterior)

EF= Estoque final (ano atual)

C = 102.740,00 - 19.575,00 + 22.520,00

C = 105.685,00

19.575,00 + 22.520,00PMRE = 2 x 360 = 74 dias 102.740,00

20.480,00 + 27.110,00PMRD = 2 x 360 = 29 dias 292.630,00

18.020,00 + 11.900,00PMPF = 2 x 360 = 51 dias 105.685,00

- 43 -

Compras = CPV - EI + EF

Page 44: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

CICLO OPERACIONAL DE UMA INDÚSTRIA

Obs.: Nota-se, na figura, acima a ausência de financiamentos bancários, porque

estes são fontes complementares de recursos e não fontes primárias que devem

sempre estar presentes no conjunto de eventos que compõem o ciclo operacional.

Os empréstimos só ocorrem quando o “CAIXA”, não é suficiente para pagamento

de fornecedores, encargos, despesas etc, em tempo necessário para completar

cada etapa do ciclo.

A soma dos prazos PMRE + PMRD representa o que se chama Ciclo Operacional,

ou seja, o tempo decorrido entre compra e o recebimento da venda da

mercadoria.

Graficamente tem-se:

Ciclo Operacionalcompra venda

PMRE PMRD

recebimento

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Page 45: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

CICLO FINANCEIRO

Ciclo Operacionalcompra venda

PMRE PMRD

recebimento

PagamentoPMPF

Ciclo Financeiro

Ciclo Operacional = PMRE + PMRD

Ciclo Financeiro = PMRE + PMRD - PMPF

O Ciclo Operacional mostra o prazo de investimento. Paralelamente ao Ciclo

Operacional ocorre o financiamento concedido pelos fornecedores, a partir do

momento da compra. Até o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa

não precisa preocupar-se com financiamento, o qual é automático.

Se o PMPF (Prazo Médio de Pagamento ao Fornecedor) for superior ao PMRE

(Prazo Médio de Renovação de Estoque) então os fornecedores financiarão

também uma parte das vendas. O tempo decorrido entre o momento em

que a empresa paga ao fornecedor e o momento em que recebe as vendas

é o período em que a empresa precisa de financiamento. É o chamado Ciclo

Financeiro.

No gráfico acima observa-se que os fornecedores financiam totalmente os

estoques e uma parte das vendas.

Ciclo Operacional e Financeiro, representado pelos prazos médios anteriormente.

- 45 -

Page 46: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

PMRE = 74 dias

PMRD = 29 dias

PMPF = 51 dias

Ciclo Operacional

compra venda recebimento

Pagamento

Ciclo Financeiro

103

74 29

PMRE PMRD

PMPF

51

Conclusão: O Ciclo Operacional é de 103 dias, isto é, o período entre a compra

da matéria-prima e o recebimento das vendas, enquanto o Ciclo Financeiro é de

52 dias, pois os fornecedores estão financiando apenas 51 dias. O ciclo financeiro

é a parcela do Ciclo Operacional que não é financiada pelos fornecedores, no qual

a empresa precisa buscar capital de giro de outras fontes.

- 46 -

Page 47: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO

Capital de Giro sob uma nova ótica é o recurso investido nas contas do balanço

(Ativo¬) ligadas diretamente ao processo produtivo da empresa. Ex.: Estoque,

Duplicatas a Receber, etc (Ativo Circulante Operacional).

Considera-se que esse capital de giro origina-se em parte ou integralmente por

aquelas contas também ligadas ao processo produtivo da empresa, localizadas no

passivo.

Ex.: Fornecedores, Salários a pagar (Passivo Circulante Operacional).

* Quando o Capital de Giro necessário para manter o Ativo Circulante

Operacional for maior que o valor originado pelo Passivo Circulante

Operacional, diz-se que a empresa tem Necessidade de Capital de

Giro (NCG).

Necessidade de Capital de Giro (NCG)

Para encontrar a necessidade de Capital de Giro de uma empresa, é preciso em primeiro lugar

reclassificar as contas do balanço, conforme abaixo:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

Ativo CirculanteFinanceiro

Passivo CirculanteFinanceiro

Ativo CirculanteOperacional

Passivo CirculanteOperacional

AtivoNão

Circulante

PassivoNão

Circulante

Ativo (Aplicação dos recursos)

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Page 48: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Ativo Circulante Financeiro

É basicamente representado pelas Disponibilidades, Aplicações Financeiras e

outras contas Realizáveis a Curto Prazo ligadas diretamente à área financeira da

empresa.

Ativo Circulante Operacional

É o grupo de contas que se renova de acordo com a produção da empresa,

portanto estão diretamente ligadas à área operacional, normalmente

representadas pelas contas Duplicatas a Receber, Estoques etc.

Ativo não Circulante

É o grupo de contas de caráter permanente (fixas) da empresa, ou seja, aquelas

que não são movimentadas e substituídas com freqüência. São contas localizadas

no Realizável a Longo Prazo e Permanente.

Passivo (Origem dos recursos)

Passivo Circulante Financeiro

É constituído por financiamentos de curto prazo que representam fontes de

recursos ocasionais Ex.: Empréstimos/Financiamentos, Duplicatas Descontadas e

outras contas que não figuram com freqüência no Passivo Circulante.

Passivo Circulante Operacional

A exemplo do ativo, também são contas ligadas a produção e que se

movimentam em função da produção da empresa. Essas contas são

constantemente renovadas Ex.: Fornecedores, Salários a Pagar, etc.

Passivo não Circulante

São as contas consideradas permanentes, pois seus valores são mantidos com

freqüência no balanço, ou pelo menos por um longo prazo. Incluem-se nesse

grupo: Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido.

Resumo das Contas Reclassificadas

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Page 49: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Grupos ATIVO(Aplicações)

PASSIVO(Origens)

Circulante Financeiro

Caixa e Banco Financiamentos a Curto Prazo

Circulante Operacional

Clientes e Estoque

Fornecedores

Não CirculanteR.L.P.

ePermanente

E.L.P. e P.L.

Logo NCG é a diferença entre os valores do Ativo Circulante Operacional e Passivo

Circulante Operacional.

- - =

Os recursos necessários para financiar a NCG deveriam ser oriundos de fontes

permanentes, ou seja, a diferença entre o Passivo não Circulante e o Ativo não

Circulante.

- =

Quando a empresa necessitar de Capital de Giro e o saldo de Fundos

Permanentes for inexistente ou insuficiente para suprir essa necessidade, ela terá

que recorrer a empréstimos de curto prazo, representados pela diferença entre os

valores do Ativo Circulante Financeiro e do Passivo Circulante Financeiro. (Saldo

de Tesouraria)

- 49 -

Ativo Circulante Operacional

Passivo Circulante Operacional

N.C.G.

Passivo Não Circulante

Ativo Não Circulante Fundo Permanente

Page 50: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

- =

As contas do Ativo Circulante Operacional são freqüentes nos balanços, pois uma

empresa em atividade terá sempre saldo em estoque e duplicatas a receber,

portanto quando essas contas estão sendo financiadas com empréstimos de Curto

Prazo (Saldo de Tesouraria), a situação torna-se desconfortável para a empresa,

tendo em vista a pouca confiabilidade desse tipo de empréstimo como fonte de

recursos renováveis, além do alto custo financeiro.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Análise Financeira de Balanço

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Ativo CirculanteFinanceiro

Passivo Circulante Financeiro

Saldo de Tesouraria

Page 51: Contabilidade Empresarial e AnÁlise de BalanÇos

Autor: Dante C. Matarazzo

Editora Atlas - ano 1988 - 2ª edição

Análise da Correção das Demonstrações Financeiras

Autor: Eliseu Martins

Editora Atlas - ano 1987 - 2ª edição

Planejamento de Pequenas e Médias Empresas

Autor: Haroldo Vinagre Brasil

Contabilidade Introdutória

Autor: Equipe de professores da FEA/USP

Editora Atlas - ano 1990 - 7ª edição

Administração Financeira

Autor: Eliseu Martins e Alexandre Assaf Neto

Editora Atlas - ano 1985 - 1ª edição

Manual de Contabilidade para não Contadores

Autor: Sérgio de Indícibus e José Carlos Marion

Editora Atlas - ano 1992 - 1ª edição

- 51 -