Contabilidade Gerencial

Contabilidade Gerencial

Luciana Matos dos Santos Figueiredo Barreto

Jouberto Ucha de MendonaReitor

Amlia Maria Cerqueira UchaVice-Reitora

Jouberto Ucha de Mendona JuniorPr-Reitoria Administrativa - PROAD

Ihanmarck Damasceno dos SantosPr-Reitoria Acadmica - PROAC

Domingos Svio Alcntara MachadoPr-Reitoria Adjunta de Graduao - PAGR

Temisson Jos dos SantosPr-Reitoria Adjunta de Ps-Graduaoe Pesquisa - PAPGP

Gilton Kennedy Sousa FragaPr-Reitoria Adjunta de Assuntos Comunitrios e Extenso - PAACE

Jane Luci Ornelas FreireGerente do Ncleo de Educao a Distncia - Nead

Andrea Karla Ferreira NunesCoordenadora Pedaggica de Projetos - Nead

Lucas Cerqueira do ValeCoordenador de Tecnologias Educacionais - Nead

Equipe de Elaborao e Produo de Contedos Miditicos: Alexandre Meneses Chagas - Supervisor Ancjo Santana Resende - CorretorAndira Maltas dos Santos DiagramadoraBruno Costa Pinheiro - WebdesignerClaudivan da Silva Santana - DiagramadorEdilberto Marcelino da Gama Neto DiagramadorEdivan Santos Guimares - DiagramadorFbio de Rezende Cardoso - WebdesignerGeov da Silva Borges Junior - IlustradorMrcia Maria da Silva Santos - CorretoraMatheus Oliveira dos Santos - IlustradorPedro Antonio Dantas P. Nou - WebdesignerRebecca Wanderley N. Agra Silva - DesignerRodrigo Otvio Sales Pereira Guedes - WebdesignerRodrigo Sangiovanni Lima - AssessorWalmir Oliveira Santos Jnior - Ilustrador

Redao:Ncleo de Educao a Distncia - NeadAv. Murilo Dantas, 300 - FarolndiaPrdio da Reitoria - Sala 40CEP: 49.032-490 - Aracaju / SETel.: (79) 3218-2186E-mail: [email protected]: www.ead.unit.br

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Copyright Sociedade de Educao Tiradentes

S237c Barreto, Luciana Matos dos Santos Figueiredo.Contabilidade gerencial / Luciana Matos

dos Santos Figueiredo Barreto. Aracaju: UNIT, 2010.

152 p.: il. : 22 cm.

Inclui bibliografia

1. Contabilidade gerencial. 2. Contabilidade empresarial. I. Universidade Tiradentes Educao a Distncia II. Titulo.

CDU : 657:658.15

Prezado(a) estudante, A modernidade anda cada vez mais atrelada ao

tempo, e a educao no pode ficar para trs. Prova disso so as nossas disciplinas on-line, que possibi-litam a voc estudar com o maior conforto e comodi-dade possvel, sem perder a qualidade do contedo.

Por meio do nosso programa de disciplinas

on-line voc pode ter acesso ao conhecimento de forma rpida, prtica e eficiente, como deve ser a sua forma de comunicao e interao com o mundo na modernidade. Fruns on-line, chats, podcasts, livespace, vdeos, MSN, tudo vlido para o seu aprendizado.

Mesmo com tantas opes, a Universidade Tiradentes

optou por criar a coleo de livros Srie Bibliogrfica Unit como mais uma opo de acesso ao conhecimento. Escrita por nossos professores, a obra contm todo o contedo da disciplina que voc est cursando na modalidade EAD e representa, sobretudo, a nossa preocupao em garantir o seu acesso ao conhecimento, onde quer que voc esteja.

Desejo a voc bom aprendizado e muito sucesso!

Professor Jouberto Ucha de Mendona

Reitor da Universidade Tiradentes

Apresentao

SumrioParte 1: Fundamentos da Contabilidade Gerencial . . . .11

Tema 1: Contabilidade Gerencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

1.1 Caracterizao da Contabilidade Gerencial . . . . . . . . . . . . 14

1.2 Objetivos e Finalidades da Contabilidade

Gerencial - funo de criao de valor . . . . . . . . . . . . . . . . .21

1.3 Da contabilidade fi nanceira gerencial . . . . . . . . . . . . . . . 30

1.4 Contabilidade Gerencial como instrumento da

administrao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

Tema 2: Contabilidade de Custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49

2.1 Caracterizao da Contabilidade de Custos . . . . . . . . . . . 50

2.2 Elementos Bsicos do Custo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

2.3 Classifi cao dos Custos: natureza, contabilizao,

apurao e formao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

2.4 Classifi cao dos Custos: ocorrncia . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

Parte 2: Comportamento e Aspectos Gerenciais dos Custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

Tema 3: Mtodos de Custeio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85

3.1 Abordagem por Absoro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

3.2 Abordagem do Custeio Varivel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

3.3 Diferenas Custeio por Absoro e Varivel . . . . . . . . . . . 101

3.4 Abordagem do Custeio ABC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109

Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117

Tema 4: Relao Custo/Volume/Lucro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119

4.1 Anlise Custo/Volume/Lucro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120

4.2 Margem de Contribuio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .126

4.3 Ponto de Equilbrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .133

4.4 Outras aplicaes Custo/Volume/Lucro . . . . . . . . . . . . . . 141

Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149

Referncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150

Ementa

Contabilidade Gerencial: Caracterizao da Con-tabilidade Gerencial; Objetivos e Finalidades da Con-tabilidade Gerencial funo de criao de valor; Da Contabilidade Financeira Gerencial; Contabilidade Gerencial como instrumento da administrao. Conta-bilidade de Custos: Caracterizao da Contabilidade de Custos; Elementos Bsicos do Custo; Classificao dos Custos: natureza, contabilizao, apurao e for-mao; Classificao dos Custos: ocorrncia. Mtodos de Custeio: Abordagem por Absoro; Abordagem do Custeio Varivel; Diferenas Custeio por Absoro e Varivel; Abordagem Custeio ABC. Relao Custo/Vo-lume/Lucro: Anlise Custo/Volume/Lucro; Margem de Contribuio; Ponto de Equilbrio; Outras aplicaes Custo/Volume/Lucro.

Objetivos

Geral

Objetiva propiciar ao aluno uma viso terico-prtica dos conceitos da contabilidade gerencial. Con-tribuir qualitativamente no aprimoramento profissional, aprofundando o conhecimento de sua rea de atuao, desenvolvendo e criando uma nova viso da contabili-dade como instrumento de gesto empresarial.

Especficos

Definir o conceito de Contabilidade Gerencial e sua caracterizao;

Concepo da Disciplina

Identificar as diferenas e similaridades entre a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira;

Entender as funes e conceitos de custos e perceber o papel do sistema de custeio como instrumento de gesto de custos e de maximizao do valor das atividades e da empresa;

Compreender as categorias de decises gerenciais envolvidas nas empresas de negcio e como aquelas se integram ao processo de gesto, atravs da Relao Custo/Volume/Lucro;

Orientao para Estudo

A disciplina prope orient-lo em seus procedi-mentos de estudo e na produo de trabalhos cientficos, possibilitando que voc desenvolva em seus trabalhos de pesquisas, o rigor metodolgico e o esprito crtico necessrios ao estudo.

Tendo em vista que a experincia de estudar a distncia algo novo, importante que voc observe algumas orientaes:

Cuide do seu tempo de estudo! Defina um horrio regular para acessar todo o contedo da sua disciplina disponvel neste material impresso e no Ambiente Virtual de Aprendi-zagem (AVA). Organize-se de tal forma para que voc possa dedicar tempo suficiente para leitura e reflexo;

Esforce-se para alcanar os objetivos pro-postos na disciplina;

Utilize-se dos recursos tcnicos e humanos que esto ao seu dispor para buscar escla-recimentos e para aprofundar as suas reflexes. Estamos nos referindo ao contato permanente com o professor e com os cole-gas a partir dos fruns, chats e encontros presenciais, alm dos recursos disponveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem AVA.

Para que sua trajetria no curso ocorra de forma tranquila, voc deve realizar as atividades propostas e estar sempre em contato com o professor, alm de acessar o AVA.

Para se estudar num curso a distncia deve-se ter a clareza de que a rea da Educao a Distncia pauta-se na autonomia, responsabilidade, cooperao e colaborao por parte dos envolvidos, o que requer uma nova postura do aluno e uma nova forma de con-cepo de educao.

Por isso, voc contar com o apoio das equipes pedaggica e tcnica envolvidas na operacionalizao do curso, alm dos recursos tecnolgicos que contribuiro na mediao entre voc e o professor.

FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Parte 1

1 Contabilidade GerencialIniciaremos nossa disciplina neste bloco abordando pontos

importantes da Contabilidade Gerencial. Apresentaremos a caracteriza-o da Contabilidade Gerencial, abordando conceitos, caractersticas, objetivos e finalidades, com a funo de criao de valor, tambm as principais diferenas e semelhanas entre a contabilidade financeira1 e a contabilidade gerencial, alm da Contabilidade Gerencial como instrumento da administrao para tomada de deciso.

Diante desses pontos, voc precisa entender o que os gerentes fazem e por que eles precisam da informao contbil no processo de tomada de deciso; para isso voc precisa saber o que a Con-tabilidade Gerencial. Vamos, portanto, sua definio.

1 Quando nos referimos contabilidade fi nanceira estamos, na realidade, enfocando a contabilidade geral.

Contabilidade Gerencial14

1.1 Caracterizao da Contabilidade Gerencial

Voc j estudou anteriormente sobre a contabilidade na disciplina Contabilidade Geral. Certamente aprendeu que uma cincia que estuda e controla o patrimnio das empresas. Assim j sabe que a contabilidade uma atividade de grande importncia para o funcionamento das empresas.

Voc lembra qual a importncia da Contabili-dade Financeira?

Relembrando, a Contabilidade Financeira uti-liza os dados apresentados pela contabilidade para demonstrar os resultados da empresa para terceiros, atravs das suas demonstraes contbeis, sempre ob-servando os Princpios Fundamentais de Contabilidade. Por exemplo, atravs dos dados contbeis podemos calcular se o resultado da empresa foi positivo (lucro) ou negativo (prejuzo).

Agora que j relembrou qual a importncia dada Contabilidade Financeira voc precisa entender a im-portncia que tem a Contabilidade Gerencial.

Segundo Crepaldi (2008, p.20), a contabilidade gerencial o ramo da contabilidade que tem por ob-jetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funes gerenciais.

Para Padoveze (2009, p. 36), a contabilidade gerencial relacionada com o for-necimento de informaes para os administradores, isto , aqueles que esto dentro da organiza-o e que so responsveis pela direo e controle de suas operaes.

Nesse momento voc deve ter observado que a Contabili-dade Gerencial, diferente da Contabilidade Financeira que

15Tema 1 | Contabilidade Gerencial

utiliza os dados contbeis para descrever ape-nas os resultados da empresa, busca esses da-dos para que os administradores possam tomar as melhores decises, auxiliando em suas funes gerenciais.

Sob esse ponto de vista, vamos observar como se caracteriza a contabilidade Gerencial.

A contabilidade gerencial pode ser caracte-rizada por abordar procedimentos contbeis trata-dos em diversas reas, como na contabilidade fi-nanceira, na contabilidade de custos, na anlise de balanos, na controladoria, entre outras. No entanto, so extrados de forma diferente, com o objetivo de auxiliar os gerentes das entidades em seu processo de tomada de decises. Todas essas reas so de fundamental importncia para a coleta de dados.

Voc deve estar se perguntando quais os dados que so oferecidos por cada uma dessas reas. Para que voc compreenda melhor vamos explicar:

1. Contabilidade Financeira: busca transmitir aos usurios informaes sobre o patrimnio da empresa, atravs do registro dos fatos cont-beis e das suas demonstraes (Balano Pa-trimonial, Demonstrao do Resultado).

2. Contabilidade de Custos: o mais impor-tante so as informaes para controle e tomada de decises, atravs da apurao correta dos custos.

3. Anlise de Balanos: atravs dos relatrios gerados pela contabilidade financeira de-monstra resultados, mais evidentes, dispos-tos em grficos, tabelas, anlises de ndices.

4. Contabilidade Tributria: abrange a apurao, a gesto e o planejamento tributrio, j que qualquer deciso tributria afeta necessariamente os negcios da empresa.


Podemos esclarecer melhor porque a contabi-lidade gerencial aborda diversas reas, evidencian-do que se caracteriza por ser um processo, com o objetivo de produzir informaes, financeiras e ope-racionais, para orientar os administradores no plane-jamento, avaliao, deciso e controle empresarial.

Segundo a Associao Nacional dos Conta-dores dos Estados Unidos, atravs de seu relatrio nmero 1, Contabilidade Gerencial o processo de identificao, mensurao, acumulao, anlise, preparao, interpretao e comunicao de infor-maes financeiras utilizadas pela administrao para planejamento, avaliao e controle dentro de uma organizao e para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos. Sendo assim, as principais caractersticas dos processos da Contabi-lidade Gerencial so apresentadas a seguir:

Identificao

Ponto inicial de um processo de gesto - reconhe-

cimento e avaliao dos acontecimentos financeiros/

econmicos e outros eventos ocorridos na empresa

e registrados pela contabilidade.

Mensurao

Avaliao quantitativa dos acontecimentos

financeiros/econmicos ou outros eventos, que j

ocorreu ou estimativas dos que podem acontecer.

Acumulao

Determinar informaes das diversas reas

que sejam consistentes para o registro e classifica-

o de todos os acontecimentos financeiros/econ-

micos e outros eventos empresariais.


Anlise

Interpretao dos acontecimentos financeiros/

econmicos e de outros eventos empresariais que pos-

sam contribuir para o processo de tomada de deciso.

Preparao Planejamento dos acontecimentos financeiros/

econmicos para obteno de determinado resultado.

InterpretaoConcluso de determinado acontecimento

empresarial atravs das informaes apresentadas pela contabilidade.

ComunicaoInformao importante para os administrado-

res e diversos interessados na empresa, para utili-zao no processo de tomada de deciso.

PlanejamentoNesse momento, envolve o processo de in-

terpretao dos resultados de eventos planejados, incluindo os aspectos econmicos, financeiros, patrimoniais, estratgicos e operacionais, atravs das informaes contbeis. Desses resultados ocor-re um novo planejamento, direcionado por metas que possam ser realizadas e pela escolha de meios apropriados para monitorao dessa metas. Na re-alidade um planejamento envolve a escolha de um rumo de ao e a determinao de como esta ser implantada.

AvaliaoInterpretao das dificuldades em alcanar os

resultados esperados, buscando a traduo de in-formaes atravs de determinadas anlises.


ControleVisa a assegurar o cumprimento do plano

e acompanhar se as devidas modificaes esto sendo efetuadas de forma correta. Nessa etapa, a integridade da informao contbil gerencial de-sempenha papel fundamental. Destacamos tambm a necessidade de monitoramento e medio do desempenho e induo a qualquer ao corretiva exigida para retornar a atividade a seu curso inten-cional; fornecimento de informaes aos executivos que operam em reas funcionais que possam us-las para alcanarem o desempenho desejvel.

Assegurar Recursos de ResponsabilidadeConstruo de um sistema alinhado com as

responsabilidades da organizao e contribuio para o uso de medidas de desempenho da admi-nistrao; transmitir os objetivos e as metas da administrao ao longo da empresa; sistema que fornece, contabiliza, reporta e que acumular e informar receitas apropriadas, despesas, ativos, obrigaes e informao quantitativa relacionada para os administradores que tero, ento, melhor controle sobre estes elementos.

RelatriosPreparao de relatrios financeiros basea-

dos em princpios fundamentais de contabilidade, ou em outras bases apropriadas, para grupos no administrativos, como acionistas, credores, agn-cias regulamentadoras e autoridades tributrias; par-ticipao no processo de desenvolver os princpios de contabilidade que esto subjacentes ao relatrio externo.


Se voc percebeu, todas as caractersticas apresentadas so importantes, pois se faltar uma delas o processo no funcionar de forma correta. Por exemplo, se voc no preparar os relatrios financeiros no teremos dados para tomada de deciso, se no tivermos dados no poderemos estabelecer metas alcanveis e escolher os meios apropriados de monitorar o progresso em direo s metas.

Dessa forma, se a Contabilidade Gerencial for bem utilizada se caracteriza uma ferramenta muito importante no processo de gesto, signifi-cando o uso da contabilidade como instrumento da administrao.

Voc observou que a Contabilidade Geren-cial para poder transmitir suas informaes aos administradores necessita apresentar diferentes e diversas caractersticas, como apresentadas ante-riormente. Esse conjunto de caractersticas descre-ve o verdadeiro funcionamento da Contabilidade Gerencial, apresentando como ponto fundamental o fornecimento de informaes aos administradores.

Assim, se temos a Contabilidade, se temos a informao contbil, mas no a usamos no pro-cesso administrativo, no processo gerencial, en-to no existe gerenciamento contbil, no existe Contabilidade Gerencial. Dessa forma, fica claro que os administradores necessitam da contabili-dade e de suas informaes para agregar valor as suas decises.

Dando continuidade aos fundamentos da contabilidade gerencial, vamos abordar no prximo tema os seus objetivos e finalidades como ferramenta gerencial que tem por funo a criao de valor.


INDICAO DE LEITURA COMPLEMENTAR

CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial: teoria e prtica. 4. ed. So Paulo: Atlas, 2008.

Para saber mais sobre a Contabilidade Gerencial leia o tpico 1.3 e 1.4 (pginas 20-24). Aps a leitu-ra recomendada acima, voc compreender melhor os aspectos relacionados importncia da aplica-o da contabilidade gerencial como instrumento decisrio em um processo de gesto.

PADOVEZE, Clvis Lus. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informao contbil. 6. ed. So Paulo: Atlas, 2009.

Leia os tpicos Contabilidade gerencial tcnica ou ao, Contabilidade gerencial como disciplina integradora, contabilidade gerencial como instru-mento de administrao e contabilidade gerencial como ao administrativa (pgina 37- 39). Com esta leitura voc ter mais esclarecimentos sobre a importncia da contabilidade gerencial para a ad-ministrao.

PARA REFLETIR

Aps o estudo que desenvolvemos at aqui, possvel identificar a importncia da Contabilida-de Gerencial e quais so as suas principais caracte-rsticas. Desta forma, pesquise em sua cidade uma


empresa que utilize a contabilidade Gerencial como instrumento no processo de tomada de deciso. Coloque no debate em sala de aula a sua pesquisa e anlise para que seus colegas conheam a em-presa que voc escolheu como objeto de estudo. Aproveite tambm para compartilhar a sua resposta na sala de aula com colegas e tutores.

1.2 Objetivos e Finalidades da Contabilidade Gerencial - funo de criao de valor

Uma vez que j tratamos da caracterizao da Contabilidade Gerencial no tema anterior, funda-mental apresentar para voc mais detalhes sobre esse ramo da contabilidade, que pode ser consi-derado uma extenso da contabilidade financeira.

Voc lembra qual o objetivo da Contabilida-de Financeira? Voc tambm estudou esse ponto na disciplina Contabilidade Geral.

Sob o ponto de vista da contabilidade finan-ceira o objetivo a prestao de informaes a ter-ceiros, como acionistas, credores e demais pessoas interessadas, atravs dos dados contbeis demons-trados nos relatrios contbeis.

J sob o ponto de vista gerencial, foco do nos-so estudo, o objetivo fornecer dados contbeis aos administradores (gestores) de empresas, pesso-al interno empresa, que os auxiliem em suas fun-es gerenciais. Esses dados devem ser fornecidos por um adequado sistema de informao contbil gerencial.

Como objetivo principal a contabilidade gerencial deve utilizar um sistema de informao e avaliao


destinado a orientar seus usurios atravs de de-monstraes e anlises de natureza econmica, fi-nanceira e operacional.

Sendo importante registrar que a criao de valor para uma empresa est fundamentado no processo de informao gerado pela contabilida-de. Assim, um sistema de informao gerencial s poder ser executado de forma eficiente, atravs de um sistema integrado de informaes contbeis que abrangem as diversas reas de uma empresa.

Podemos esclarecer melhor como funciona um sistema de informao contbil gerencial. Pri-meiro vamos definir Sistema para que voc com-preenda melhor:

Um Sistema pode ser conceituado como um grupo de elementos em interao que forma uma organizao, tendo todos estes elementos trabalhado para um objetivo comum, recebendo dados para produzir algum resultado, e sempre seguindo um processo organizado de transformao.

Todo sistema possui componentes bsicos de um sistema em interao. Essa diviso se faz necessria para entender como so divididas as etapas de um sistema.

a) Entrada: a captao e agrupamento de elementos que ingressam no sistema para serem processados ou transformados. Exemplos: dados para um relatrio contbil gerencial, o cimento para uma construo, etc.

b) Processamento: abrange processos de transformao que convertem insumos (entradas) em produto ou servio. Exemplos: o processo de elaborao de um relatrio contbil gerencial, a construo de uma casa, etc.


c) Sada: a transferncia de elementos pro-duzidos por um processo de transformao at seu destino final. Exemplos: o relatrio contbil gerencial finalizado, a construo de uma casa finalizada, etc.

Para se tornar mais til, para nossa rea, foram includos mais dois componentes adicionais do sistema e que so fundamentais:

- Feedback: tambm entendido como retorno, so dados sobre o desempenho de um sistema qual-quer, que vo proporcionar ao gestor um acompa-nhamento e avaliao sobre as etapas do sistema, verificando, inclusive, todos os setores envolvidos na realizao da atividade que est sendo executada. Um exemplo que podemos citar um relatrio contbil gerencial. Imagine voc como gerente de uma gran-de empresa. Ao final do dia voc recebe o relatrio de todas as filiais e percebe que uma delas est com um ndice abaixo do esperado. Este relatrio o feedback.

- Controle e Tomada de Deciso: a anlise do feedback para verificar se um sistema est se dirigindo para a realizao de sua meta ou no que foi estabelecida pelo gestor.

Trs pontos fundamentais para validar um Sistema de Informao Contbil Gerencial: opera-cionalidade, integrao e custo da informao.

a) Operacionalidade: todos devem operar com a coleta de dados reais, significativos, prticos e objetivos, que devem tambm ser armazenados e processados de forma prtica e objetiva forma operacional.


b) Integrao: para que ocorra a integrao todos devem utilizar o mesmo e nico sistema de informao. No existe um sistema de informao gerencial integrado quando o sitema de informao da contabilidade financeira no o mesmo do sis-tema de contabilidade de custos. Exemplificando um sistema integrado observamos o pagamento dos funcionrios, a mesma classificao dada pela contabilidade financeira dever ser dada pela con-tabilidade de custos, que ser classificada da mes-ma forma por todos os setores da empresa.

c) Informao: reflete a relao custo x benefcio para a empresa, significa os resultados alcanados pela empresa no processo de toma-da de deciso.

Esse conjunto descreve o verdadeiro funcio-namento da Contabilidade Gerencial, apresentando como ponto fundamental o fornecimento de infor-maes aos administradores.

Ao final da fase de estruturao do Sistema de Informao Contbil Gerencial, todos os proce-dimentos devem estar consolidados para que seja possvel ele se desenvolver e atingir todos os seus objetivos. Em seguida o gestor dever colocar o sistema em prtica, conforme o plano aprovado anteriormente. Para isso o gestor deve preparar a documentao que informar, treinar e orientar os usurios do sistema, bem como supervisionar a implementao de todas as partes do Sistema para que consolide o processo de avaliao e a sua otimizao ao longo do tempo.

O sistema de informao contbil gerencial um sistema de apoio gesto. Assim, quando abordamos o aspecto gerencial podemos destacar que o objetivo fundamental a consolidao de todas as informaes necessrias em um processo de gesto.


Vejamos a seguir um resumo dos aspectos principais e mais relevantes que voc deve obser-var na elaborao de um Sistema de Informao Contbil Gerencial, bem como das caractersticas e procedimentos para sua utilizao adequada.

A informao contbil precisa atender inicial-mente a dois pressupostos bsicos, para que tenha validade integral no processo de gesto administrativa:

1. Necessidade da informao: primeiro a informao precisa ser desejada, para de-pois ser necessria e para ser necessria, deve ser til. Assim, a informao deve ser construda para atender s necessida-des dos administradores.

A Informao o dado trabalhado que permite ao executivo tomar decises, diminuindo o grau de incerteza e aumentando a qualidade nos resultados alcanados. O custo da informao deve ser menor que os benefcios gerados pela deciso tomada.

2. Planejamento e controle: o sistema de in-formao contbil gerencial exige planeja-mento para produo dos relatrios, para atender plenamente aos usurios e efetu-ar o controle posterior.

O sistema de informao contbil gerencial deve possuir algumas caractersticas de forma a fornecer elementos necessrios aos usurios e to-madores de deciso, conforme segue:

a) Volume de informaes: normalmente, um sistema que possui um maior volume de informa-es propicia um maior leque de alternativas de sua utilizao - fornecendo maiores dados para os gestores evidenciarem as suas decises;


b) Tempo de resposta: um sistema eficiente deve ter agilidade de retorno ao usurio - resposta em tempo hbil significa melhores resultados;

c) Preciso: a informao deve possuir carter de exatido em face do objeto a ser avaliado infor-mao exata resulta em deciso correta;

d) Confiabilidade: deve gerar segurana aos usurios e gestores sem confiana no existe in-formao adequada em um processo de gesto;

e) Flexibilidade: flexvel quando pode ser facilmente alterado em funo da evoluo natural de qualquer processo para atender as necessi-dades dos usurios interessados nas informaes;

f ) Custo: o custo das informaes geradas no deve ser maior que os benefcios que elas tra-zem se ocorre o contrrio essas informaes dei-xam de agregar valor em um processo de gesto;

g) Oportunidade: a informao deve ser opor-tuna, em tempo hbil para tomada de decises;

h) Relevncia: a informao deve ser relevante, importante, para efeito de deciso informao desnecessria deve ser descartada;

i) Comparvel: uma informao deve permitir consistente relao ou referncia dos dados do mesmo tipo; e

j) Fluida: a informao deve ser facilmente compreendida, clara, objetiva.


Observadas essas caractersticas vale ressaltar que a contabilidade gerencial o processo de pro-duzir informaes, financeiras e operacionais, para orientar os administradores no planejamento, ava-liao, deciso e controle empresarial.

Podemos chegar seguinte concluso:O cumprimento da misso das empresas est

fundamentada no conceito de criao de valor, associando dentro do mesmo escopo o processo de informao gerado pela contabilidade para que as empresas possam cumprir adequadamente sua misso sucesso da empresa.

Para obter um sistema de informao contbil eficiente a contabilidade gerencial deve utilizar tcni-cas j desenvolvidas por outras disciplinas, incorpo-rando os elementos de tais disciplinas, necessrios para o gerenciamento da empresa e consequente-mente cumprir a sua funo de gerao de valor atravs da obteno de resultados positivos (lucro).

Para que esse sistema funcione de forma efi-ciente tambm necessrio que exista na empresa um sistema integrado de informaes contbeis, que exista apoio da alta administrao da empresa e que exista planejamento para a produo dos re-latrios que serviro de instrumento administrativo no processo de tomada de deciso.

Assim, quando a empresa possui um efetivo sistema de informaes contbeis gerenciais que fornece informaes constantes e precisas sobre as atividades desenvolvidas dentro da empresa, cria um valor considervel para o sucesso da empresa.

Em outras palavras, para se fazer contabili-dade gerencial necessrio um sistema de infor-mao contbil gerencial, que seja um instrumento dotado de caractersticas que preencha todas as necessidades dos administradores para o gerencia-mento de sua empresa.


Diante do exposto fica claro o caminho a ser adotado para que a contabilidade se transforme em ferramenta de ao administrativa e se torne um instrumento gerencial que agrega valor empresa. Para criao de valor na contabilidade gerencial, necessria a construo de um Sistema de Informao Contbil Gerencial.

Para voc compreender melhor o funciona-mento da contabilidade gerencial no tema seguinte sero abordadas as diferenas entre a contabilida-de gerencial e a contabilidade financeira.


CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial: teoria e prtica. 4. ed. So Paulo: Atlas, 2008.

Leia os tpicos 1.5 (Sistemas de gerenciamento de custos e desempenhos) e 1.7 (Como implementar um sistema de informaes gerenciais construindo uma base para deciso e controle) (pginas 24-29). Aps a leitura recomendada acima, voc com-preender melhor o funcionamento dos sistemas de gerenciamento e os pontos necessrios para implementar um sistema de informaes gerenciais construindo uma base para deciso e controle bastante til em um processo de gesto.

PADOVEZE, Clvis Lus. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informao contbil. 6. ed. So Paulo: Atlas, 2009


Para saber mais sobre sistema de informao con-tbil leia os tpicos Sistema e Sistemas de infor-mao e arquitetura de um sistema de informao contbil gerencial (pginas 46-50). Voc poder ve-rificar que para as organizaes poderem usufruir das vantagens da utilizao dos SIG necessrio que o gestor observe alguns importantes aspectos de quem ir trabalhar com esta ferramenta.

PARA REFLETIR

J que ns aprendemos o que vem a ser informa-o, vamos exercitar um pouco para aprendermos a tomar uma deciso. Voc o gerente de suprimen-tos de uma empresa e foi solicitado que comprasse mil caixas de papelo. Para isso necessrio que faa uma pesquisa de preos sobre o material so-licitado em pelo menos trs lojas. Avalie, dentro desse contexto, como a contabilidade gerencial cria valor para as empresas, dando suporte ao adminis-trador na tomada de decises. Discuta com seus colegas em sala de aula com o apoio de Tutores.


1.3 Da contabilidade financeira gerencial

No tpico anterior pudemos observar que a contabilidade gerencial o processo de produzir informaes, financeiras e operacionais, para orien-tar os administradores no planejamento, avaliao, deciso e controle empresarial, utilizando outras reas do conhecimento. Sendo assim, de funda-mental importncia observar alguns aspectos da contabilidade financeira e da gerencial.

Iniciamos dizendo que a contabilidade Geren-cial pode ser considerada uma extenso da Con-tabilidade Financeira, em que a delimitao entre ambas pode ser observada pelas respectivas carac-tersticas bsicas.

Como do seu conhecimento a contabilidade financeira tem o propsito de atender a um pblico externo organizao, tais como acionistas, cre-dores, instituies financeiras, autoridades fiscais, entidades fiscalizadoras e agncias governamen-tais, reportando-o sobre o desempenho passado. Alm disso, regulamentada, ou seja, dirigida por regras e princpios fundamentais de contabi-lidade e por normas emanadas pelas autoridades governamentais. A contabilidade financeira comu-nica-se preponderantemente pelos demonstrativos financeiros. Esses demonstrativos devem ser de na-tureza objetiva, auditveis, consistentes e precisos.

Por outro lado a contabilidade gerencial tem o propsito de atender aos clientes internos, tais como funcionrios, administradores e executivos, cuja inteno a gerao de informaes para a tomada de decises, visando melhorar a qualida-de das operaes, reduzir os custos operacionais, adequar as operaes segundo as necessidades dos clientes, estabelecer controle sobre o desem-penho financeiro e operacional e agregar valor ao


planejamento estratgico. A contabilidade gerencial

desregulamentada, direcionada para atender s

necessidades especficas, seja estratgicas ou

operacionais.

Como voc pode notar, a Contabilidade fi-

nanceira preocupa-se em fornecer informaes aos

usurios externos (acionistas, credores e a outros),

de acordo com as normas brasileiras de contabili-

dade e com os princpios fundamentais de contabi-

lidade. A contabilidade gerencial, no entanto, no

obrigatria, no delimitada pelos princpios fun-

damentais de contabilidade, no existem organis-

mos reguladores que identifiquem o que deve ou

no ser realizado. Os gerentes estabelecem as suas

prprias regras bsicas referentes elaborao dos

relatrios internos. A nica restrio que os cus-

tos da coleta e da anlise dos dados no superem

os benefcios gerados pelo uso da informao.

Nesse sentido a informao transmitida pela

contabilidade gerencial dever ser til aos geren-

tes, que tem a funo de dirigir e controlar as ope-

raes da empresa.

Sendo assim, vamos a uma pergunta bsica:

qual a responsabilidade do gerente na utilizao da

Contabilidade Gerencial?

O papel do gerente fundamental em qual-

quer empresa, seja pequena ou grande, por ser

responsvel pelo planejamento, pela organizao,

pela direo e pelo controle das operaes. No mo-

mento em que estudamos sobre contabilidade ge-

rencial, estamos entendendo as ferramentas que o

gerente necessita para aplicao na empresa.


Voc deve estar se perguntando: O que fazem

os gerentes?

A primeira responsabilidade do gerente na utilizao da contabilidade gerencial o planeja-mento observando resultados futuros. Atravs do planejamento identificamos as alternativas e de-pois selecionamos a que melhor se enquadra para os objetivos da organizao. Alm do planejamento futuro, os gerentes devem supervisionar as ativida-des dirias, mantendo a organizao funcionando. Para isso, necessrio ter capacidade de motivar e conduzir as pessoas de modo eficiente. Ao exerce-rem a funo de controle, os gerentes procuram as-segurar que o planejamento est sendo cumprido.

Para exercer sua funo o gerente utiliza tanto a contabilidade gerencial quanto a financeira. Quan-do focamos a contabilidade gerencial observamos a existncia de um planejamento para obteno de re-sultados futuros, ou seja, os gerentes se apoiam em parte na previso do que pode ocorrer e no no que j aconteceu. Assim utilizam os resultados passados fornecidos pela contabilidade financeira.

Esses resultados so divulgados atravs de re-latrios gerenciais, que devem ser desenvolvidos con-forme as necessidades da empresa, para serem utili-zados no processo de avaliao ou nas tomadas de decises da empresa. Para a produo de relatrios gerenciais, a Contabilidade Gerencial utiliza em seus procedimentos e tcnicas contbeis, informaes de outras reas de conhecimento (administrao, custos, economia, estatstica, anlise de balanos).

O que so os Relatrios Gerenciais?

So documentos organizados de forma estru-turada que fornecem informaes precisas para a to-mada de decises, conforme objetivos e estratgias


da organizao. Podem ser apresentados na forma convencional (relatrio fsico) e na forma moderna (eletrnico via e-mail, pgina na web, entre outros).

A estrutura dos relatrios gerenciais pode ser modificada em funo da atividade desenvolvida pela empresa, buscando expressar pontos funda-mentais para o processo decisrio.

De forma geral, a estrutura dos relatrios deve ser composta por:

Nmeros: apresentam a situao desejada atravs de anlises do momento pre-sente e do passado;

Grficos: atravs da exposio visual facilitam o entendimento do resultado apresentado;

Comentrios: interpretaes dos gestores consideradas importantes e suas obser-vaes sobre as informaes. Este campo interessante conter no relatrio porque os gerentes podem ter, algumas vezes, diferentes interpretaes dos relatrios analisados, o que pode gerar alguns problemas no processo de deciso.

Decises: que demonstram os procedi-mentos adotados pelo executivo; e

Resultados: devem ser explicitados os re-sultados que se pretende obter aps an-lise dos diversos elementos do relatrio. Sabemos que o administrador de empre-sas est em constante busca pela otimiza-o dos resultados. Assim, ele deve deixar claro o resultado que pretende alcanar


atravs das aes e decises tomadas de acordo com as informaes apresentadas nos relatrios.

Para ser considerado bom, um relatrio, deve apresentar as informaes de forma clara e preci-sa, sendo classificadas pelo grau de importncia, onde primeiro se destaca as mais importantes e depois as de pouca importncia. Um bom relatrio deve informar claramente a situao passada e a perspectiva futura do fato abordado. Em um bom relatrio, uma informao clara e precisa permite a compreenso, a qual conduz credibilidade dos resultados esperados.

Diante deste contexto, podemos concluir que os relatrios produzidos devem ser gerados de acor-do com a necessidade dos gestores. A complexidade e tamanho da empresa que ir definir se eles sero dirios, semanais, mensais, se apresentaro infor-maes de carter financeiro, contbil ou administra-tivo, se sero simples ou complexos, ou se contero muitas ou poucas informaes, porm, independen-temente disso, todos tero uma nica funo, que auxiliar o gestor na sua tomada de deciso.

Retornando os aspectos que envolvem a con-tabilidade gerencial e financeira, observamos que tambm existem diferenas na utilizao dos rela-trios. Os relatrios contbeis financeiros so ela-borados para uso dos acionistas e credores, pes-soal externo, enquanto os relatrios gerenciais se destinam aos administradores da empresa. Desse contraste resulta algumas diferenas importantes entre a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial, embora ambas dependam dos mesmos dados financeiros.


Observe que a contabilidade financeira preocupa-se, principalmente, com a elaborao dos relatrios da empresa como um todo. A conta-bilidade gerencial, ao contrrio, concentra-se mui-to mais nos setores da empresa, que podem ser linhas de produtos, de vendas, departamentos ou qualquer outra classificao das atividades da em-presa que a administrao considere conveniente.

Vejamos a seguir um resumo das principais diferenas entre a Contabilidade Financeira e a Con-tabilidade Gerencial, com relao aos relatrios:

- Objetivo dos relatrios: Contabilidade Financeira: serve para facilitar a anlise financeira para as necessidades dos usurios externos e tambm para os usurios internos.

Contabilidade Gerencial: tem por objetivo fa-cilitar o planejamento e controle, para toma-da de deciso pelos usurios internos, admi-nistradores.

- Forma dos relatrios:

Contabilidade Financeira: Balano Patrimo-nial, Demonstrao de Resultados, Demons-trao das Mutaes do patrimnio Lquido, entre outros.

Contabilidade Gerencial: relatrios de custos, relatrios de desempenho, relatrios diver-sos, no obrigatrios, utilizados para facilitar a tomada de decises.


- Frequncia dos relatrios: Contabilidade Financeira: anual, trimestral e mensal.

Contabilidade Gerencial: quando solicitado pela administrao da empresa.

- Restries nas informaes fornecidas:

Contabilidade Financeira: Princpios Funda-mentais de Contabilidade, Normas Brasileiras de Contabilidade e legislao fiscal.

Contabilidade Gerencial: no apresenta res-trio, apenas se determinadas pela prpria administrao.

- Caractersticas da informao fornecida:

Contabilidade Financeira: apresentadas de forma resumida, sobre a organizao, a infor-mao deve ser objetiva e relevante.

Contabilidade Gerencial: elaborao de re-latrios setoriais detalhados sobre departa-mentos, produtos, clientes e empregados. Deve ser relevante, podendo ser subjetiva.

- Pblico Alvo:

Contabilidade Financeira: apresenta como p-blico-alvo as pessoas externa empresa como os acionistas, credores, autoridades tributrias.

Contabilidade Gerencial: apresenta como pblico-alvo as pessoas que compem a em-presa, como os funcionrios e administradores.


- nfase:

Contabilidade Financeira: a nfase est nas consequncias financeiras das atividades passadas.

Contabilidade Gerencial: nfase nas decises que afetam o futuro.

Os demonstrativos relatrios contbeis contbeis financeiros destinados ao usurio ex-terno precisam ser elaborados segundo os prin-cpios fundamentais de contabilidade. Um ponto fundamental demonstrar ao usurio externo se-gurana com relao preparao dos relatrios contbeis.

Diante dos pontos que caracterizam as dife-renas entre a contabilidade financeira e a conta-bilidade gerencial, vale destacar que a contabilida-de gerencial utilizada dentro da empresa, como ferramenta de auxlio administrao, em todas as suas facetas operacionais, no se condiciona s imposies legais, e tem o objetivo de gerar informaes teis para a tomada de decises.

No prximo tema vamos abordar a Contabili-dade Gerencial como instrumento da administrao.


BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administrao: um novo cenrio competitivo. 2. ed. So Paulo: Atlas, 2006.

Veja um bom exemplo de tomada de deciso atravs da utilizao de informaes fornecidas por um


relatrio gerencial simples e que rendeu boas ven-das. O caso apresentado de uma empresa americana que vendia carros de mo. Encontre na pgina 582, tpico Das pginas da Business Week Informao poder.

PADOVEZE, Clvis Lus. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informao contbil. 6. ed. So Paulo: Atlas, 2009.

Para saber mais sobre as diferenas entre a conta-bilidade financeira e a contabilidade gerencial leia o tpico Contabilidade gerencial e contabilidade fi-nanceira (pginas 36-37). Neste material voc ter uma maior comparao entre a contabilidade gerencial e a financeira.

PARA REFLETIR

Vamos refletir um pouco sobre o que estudamos agora?

Ento faa uma pesquisa na internet para encontrar um modelo de relatrio gerencial, preferencialmen-te da rea de Administrao. Faa um resumo do re-latrio que voc encontrou contendo o responsvel (setor ou rgo) pelo relatrio, ttulo, objetivo e a concluso apresentada no documento pesquisado. Depois discuta com os seus colegas no encontro presencial.


1.4 Contabilidade Gerencial como instrumento da administrao

A contabilidade gerencial, num sentido mais amplo, apresenta como foco a administrao da empresa, procurando suprir suas informaes le-vando em conta as aes futuras, informaes im-portantes sobre situaes passadas ou presentes que serviram para o processo de gesto.

As informaes geradas pela contabilidade gerencial podem auxiliar os administradores a aprenderem como fazer o seguinte:

1. Melhorar a qualidade das operaes.

2. Reduzir os custos operacionais.

3. Aumentar a adequao das operaes s necessidades dos clientes.

Como voc estudou na caracterizao da contabilidade gerencial, ela utilizada dentro da empresa, como ferramenta de auxlio administra-o. Tendo em vista que uma empresa apresenta sua estrutura de forma hierrquica, a contabilida-de gerencial deve utilizar como fonte de anlise, as informaes gerenciais, abordadas por todas as reas da empresa

Como voc j sabe a contabilidade gerencial o processo de produzir informaes, financeiras e operacionais, para orientar os administradores no pla-nejamento, avaliao, deciso e controle empresarial.

Assim, para que ocorra a utilizao das infor-maes gerenciais, de forma correta, vamos abordar os trs blocos de informaes gerenciais:


O primeiro bloco de informa-es gerenciais denominado de gerenciamento contbil global, tem por objetivo principal as informa-es extradas de forma resumida, buscando o controle e o planeja-mento da empresa, tendo como foco a alta administrao da empresa. Os responsveis pelo planejamento es-tratgico e pelo acompanhamento da empresa como um todo sente necessi-dade de controle atravs dos grandes

nmeros. Sendo denominado de gerenciamento contbil global, absorve todas as informaes do Sistema de Informao Contbil, dos Demonstrati-vos Contbeis Bsicos, da Anlise de Balano e da Gesto de Tributos.

O segundo bloco de informaes gerenciais tem por objetivo utilizar os dados contbeis para controle e acompanhamento das divises ou de-partamentos que compem a empresa. Tendo como foco a mdia administrao e sendo denominado de gerenciamento contbil setorial. Basicamente, as tcnicas de gerenciamento setorial so as mesmas tcnicas contbeis utilizadas para o gerenciamento contbil global. No necessariamente o gerencia-mento contbil setorial se aplica apenas quando a empresa segmentada em divises. possvel, mesmo a empresa no apresentando divises, fa-zer o gerenciamento setorial. O gerenciamento con-tbil global absorve informaes da contabilidade divisional e da consolidao de balanos.

Finalmente, o terceiro bloco de informaes gerenciais tem por objetivo o gerenciamento da empresa de forma especfica. Essa abordagem da contabilidade gerencial denominada de gerencia-mento contbil especfico.


O gerenciamento contbil especfico trata das tcnicas de custeamento, contabilizao e controle dos custos, apresentando dados detalhados para tomada de decises.

Assim, podemos ressaltar que enquanto o gerenciamento contbil global relata a empresa como um todo e o gerenciamento contbil setorial demonstra as ferramentas de gerenciamento con-tbil para as divises da empresa, o gerenciamen-to contbil especfico envolve um grau de detalhe maior na produo de informaes.

Uma vez que trabalhamos a informao no tema anterior, fundamental apresentar para voc maiores detalhes sobre a Contabilidade Gerencial.

Agora voc j pode perceber diante de tudo que estudou que a contabilidade gerencial apre-senta como elemento fundamental as informaes extradas das diversas reas do conhecimento. Por serem de grande relevncia em um processo de gesto, essas informaes, devem ser preparadas de forma objetiva, com o acompanhamento do contador gerencial nos processos de planejamento, execuo e controle, apurando as variaes ocorri-das e suas possveis causas.

Sendo assim, vamos a uma pergunta bsica: qual a funo de um contador gerencial?

Para Crepaldi (2008, p.21), o contador gerencial um profissional que: identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informaes (tanto financeiras como operacionais) para uso da administrao de uma empresa, nas funes de planejamento, avaliao e controle de suas ativida-des e para assegurar o uso apropriado e a respon-sabilidade abrangente de seus recursos.


O contador gerencial buscar as informaes gerenciais extradas de seu sistema para atender s necessidades dos administradores. Para que esse atendimento ocorra da melhor forma necessrio que a empresa possua um sistema de controle operacional adequado s necessidades da empre-sa, buscando sempre uma melhor apurao de custos, de qualidade e de reduo de tempo de processamento das atividades desenvolvidas por seus funcionrios.

Se perguntassem a voc qual ou quais as caractersticas que distinguem o bom contador gerencial de outros profissionais ligados rea da contabilidade, qual seria a sua resposta?

A sua resposta deveria ser que fundamental para o contador gerencial apresentar de maneira objetiva os dados extrados dos registrados cont-beis e de outros registros utilizados pela contabili-dade gerencial, bem como unir essas informaes com outros conhecimentos no especificamente ligados rea contbil, dando suporte adminis-trao em seu processo de tomada de deciso.

importante destacar que o grande desafio para o contador gerencial assegurar que a adminis-trao tome as melhores decises estratgicas para o longo prazo, para que isso ocorra deve propiciar in-formaes teis e relevantes para os administradores.

A deciso o resultado de um processo que se desenvolve a partir do momento em que o pro-blema for detectado e termina com a escolha da ao a ser executada.


Assim, nesse contexto, a tomada de decises pode ser encarada como:

1. estabelecimento de premissas;

2. identificao de alternativas;

3. avaliao das alternativas em termos da meta almejada; e

4. escolha de uma alternativa.

Para que isso ocorra o contador gerencial deve desenvolver um estudo das principais neces-sidades de informaes, para tomada de decises, tomando por base o Sistema de Informao Contbil Gerencial.

Para Padoveze (2009, p.48), a necessidade da informao determinada pelos usurios finais dessa informao, por seus consumidores. Assim, a informao deve ser construda para atender a esses consumidores e no para atender aos contadores.

Podemos estudar alguns propsitos da infor-mao contbil gerencial como segue:

O primeiro propsito identificado como con-trole operacional tem por objetivo obter resultados sobre a qualidade, oportunidade e eficincia de ta-refas executadas e do desempenho de indivduos e de unidades operacionais. Essa informao seria til, por exemplo, para um gerente avaliar os nveis de estoque.

O custeio do produto, como segundo prop-sito, agrega importantes propsitos na construo da informao contbil atravs do fornecimento de dados sobre custo e rentabilidade, permitindo aos gerentes otimizarem suas escolhas e mtodos preferidos de apurao dos seus custos operacionais.


O terceiro e ltimo propsito consiste no desenvolvimento e promoo de medidas de de-sempenho para unidades de negcios que deno-minamos como Medida de Desempenho Organiza-cional. Esse propsito aborda medidas financeiras e no financeiras. As Medidas Financeiras servem para avaliar o desempenho do lucro relativo de cada loja, na cadeia, como tambm a eficincia de cada centro de distribuio. Enquanto as Medidas no financeiras para cada empresa, como parcela do mercado, satisfao do cliente, falta de merca-dorias e retornos, resultaro em medidas adicio-nais de desempenho das empresas.

Hoje em dia fica difcil para uma empresa obter uma vantagem competitiva sem utilizar es-sas ferramentas de informao. Os gestores que possuem novas vises esto em constante busca do aperfeioamento contnuo para suas empresas e o desenvolvimento e evoluo das organizaes resultado da evoluo e uso do conhecimento e da informao de forma rpida e correta.

Alm disso, as transformaes decorridas do desenvolvimento tecnolgico nas reas de comu-nicao e informao afetaram consideravelmente a sociedade.

Vale ressaltar que o sucesso das organiza-es est totalmente relacionado velocidade em que as informaes so recebidas e pela rapidez em que as decises so tomadas e a Tecnologia de Informao a grande responsvel por esse sucesso.

O processo para implantar a contabilidade gerencial como instrumento de informao geren-cial no difcil e no apresenta custo oneroso. O grande desafio a ser vencido, quase sempre, o fator humano. Em grande parte, as empresas, no adotam um gerenciamento de suas operaes, por falta de conhecimento do assunto por parte do empresrio.


Outro grande desafio dos administradores de empresas compreender o comportamento dos custos em funo das mudanas nos nveis de produo ou de atividades. Para facilitar esse en-tendimento, no prximo tema voc vai estudar os fundamentos da contabilidade de custos como fer-ramenta de auxlio no processo decisrio empresarial.


BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Adminis-trao: um novo cenrio competitivo. 2. ed. So Paulo: Atlas, 2006.

Para entender o contexto de uma tomada de deciso leia o tpico O que fazer? Da ao rpida inao (69-70). Voc ter acesso a exemplos reais de gestores que tiveram que tomar decises impor-tantes em momentos de crise e poder perceber de fato como a tomada de deciso fundamental para o administrador.

CURY, Antnio. Organizao e Mtodos: uma viso holstica perspectiva comportamental e abordagem contingencial. 8. ed. rev. e ampl. 2. reimpr. So Paulo: Atlas, 2006.

Leia o tpico 3.1 (Algumas consideraes sobre a formulao de decises) (pginas 89-90). Nele voc poder observar que a tomada de deciso teve dois momentos no processo evolutivo da teoria da ad-ministrao, e uma deciso sempre acarretar numa sequncia de outras. Se alguma delas for tomada de forma errada acarretar em problemas que necessitaro de novas decises.


PARA REFLETIR

Agora que voc j sabe a importncia da tomada de deciso para uma organizao, vamos exercitar um pouco.

Faa uma pesquisa em uma empresa da sua cida-de para levantar os tipos de decises programas que costumam acontecer nela. Levante tambm um exemplo de uma deciso no programada que o gestor da referida empresa teve que tomar. Se for possvel, informe as consequncias e o resultado desta deciso.

RESUMO

Nesta parte tivemos a oportunidade de conhecer e analisar as caractersticas da contabilidade ge-rencial como uma ferramenta muito importante no processo de gesto: identificao; mensurao, acumulao, anlise, preparao e Interpretao, comunicao, planejamento, avaliao, controle, assegurar recursos de responsabilidade e relat-rios. A partir da estudamos os objetivos e finali-dades da Contabilidade Gerencial como funo de criao de valor, gerando informaes necessrias para um crescimento, continuidade e obteno de lucro para a empresa. Diante dessa importncia, explicamos o que os gerentes fazem e por que eles precisam da informao contbil. Em seguida identificamos as principais diferenas e semelhan-as entre a contabilidade financeira ou geral e a contabilidade gerencial, onde identificamos que a contabilidade Gerencial pode ser considerada uma


extenso da Contabilidade Financeira. Por fim, estu-damos a Contabilidade Gerencial como instrumento da administrao identificando que as informaes geradas pela contabilidade gerencial podem auxiliar os administradores a aprenderem como fazer o seguinte: melhorar a qualidade das operaes; reduzir os custos operacionais e aumentar a ade-quao das operaes s necessidades dos clientes.

Contabilidade de Custos2Como exposto no tema anterior, o trabalho da administrao

est centrado no planejamento e no controle. O planejamento consiste no estabelecimento dos objetivos e no esboo de como alcan-los. O controle compreende as medidas a serem tomadas para que se alcancem tais objetivos. Para executar essas funes, os gerentes precisam de informaes sobre a organizao. Do ponto de vista contbil, essas informaes muitas vezes esto relacionadas aos custos da organizao.

Na contabilidade gerencial, o termo custo empregado de muitas maneiras. Assim, neste tema, vamos examinar muitos dos possveis usos dos dados de custo e como estes so definidos e classificados. Tudo isso com o intuito de otimizar os resultados planejados pelos gestores.


2.1 Caracterizao da Contabilidade de Custos

A Contabilidade de Custos tem como objetivo gerar informaes contbeis utilizadas pelos admi-nistradores no processo de tomada de decises.

Diferente da Contabilidade Financeira que fornece dados de forma resumida que atendem aos usurios externos empresa, a Contabilidade de Custos analtica e produz dados que atendem aos usurios internos empresa, auxiliando-os em suas decises.

Os custos so essencialmente valores mone-trios dos sacrifcios que uma organizao precisa assumir para atingir seus objetivos. Consequen-temente representa parte muito importante do processo de deciso em uma empresa.

Sendo assim, vamos a uma pergunta bsica: qual a importncia da Contabilidade de Custos?

A contabilidade de custos se torna parte

importante em um processo de gesto, quando destacamos pontos determinantes para a aplicao na contabilidade gerencial. Podemos traduzir esses pontos:

51Tema 2 | Contabilidade de Custos

Localizao dos desperdcios de mate-riais, demonstrando atravs de relatrios a reduo ou eliminao de determina-dos gastos;

Os custos podem ser apurados por departamentos, produtos, perodos, entre outros, facilitando levantamento de relatrios, como: balancetes, balano e demonstrao de resultados;

Possibilita descobrir quais os produtos que apresentam maior lucratividade para a empresa.

Finalidade da Contabilidade de CustosA finalidade principal da contabilidade de

custos fornecer informaes aos administradores no processo de deciso. Informaes para a tomada de decises, principalmente em se tratando de pla-nejamento e controle das operaes, para alcanar a maximizao dos lucros.

Por que estudar os Custos?

Para compreender determinadas necessida-des gerenciais que envolvem informaes sobre a rentabilidade, planejamento e controle para toma-da de decises.

A administrao necessita de informaes r-pidas e precisas, com a finalidade de aumentar a eficincia da empresa e manter o equilbrio econ-mico e financeiro.

Nesse sentido, podemos destacar que as informaes de custos so necessrias para trs propsitos principais:

- deciso de planejamento e controle;- mensurao de lucros; e- informao aos usurios.


Agora voc j sabe o que contabilidade de custos e sua importncia. Vamos, portanto, definir alguns termos especficos utilizados na terminologia da contabilidade de custos.

Na terminologia da contabilidade de custos alguns termos so especficos da linguagem da comunidade da classe que atua na rea de custos, como se mostra a seguir.

Gastos, Custos e Despesas so trs palavras sinnimas ou dizem respeito a conceitos diferen-tes? Confundem-se com Desembolso? E Investi-mento tem alguma similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos?

Gasto - pode ser considerado um investimento, custo ou despesa. Para Padoveze (2009, p. 313), gastos so todas as ocorrncias de pagamentos ou recebimentos de ativos, custos ou despesas.

Exemplo: gasto com salrios, gasto com co-misses sobre vendas, gasto com a compra de ma-trias primas. Note que o gasto implica desembol-so, mas so conceitos distintos.

Investimento gasto resultante de benefcios em funo de sua vida til ou benefcios futuros.

Todos os sacrifcios havidos pela aquisio de bens ou servios (gastos) que so estoca-dos, nos Ativos da empresa para baixa ou amor-tizao quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorizao so especificamente chamados de investimentos (MARTINS, 2009, p. 25).

Exemplo: a matria prima um gasto (custo) contabilizado temporariamente como investimento circulante; a mquina (custo/despesa) um gasto


que se transforma num investimento no circulante; as aes adquiridas de outras empresas so gastos classificados como investimentos circulantes e no circulantes.

Custo - gasto utilizado para produzir bens ou executar servios. O custo, somente, afeta o resul-tado quando o produto vendido, denominado de Custo do Produto Vendido. Quando se fala em cus-tos, neste livro, estamos nos referindo apenas aos bens ou servios utilizados na produo de outros bens e servios.

Segundo Martins (2009, p. 25), o custo tambm um gasto, s que reconhecido como tal, isto , como custo, no momento da utilizao dos fatores de produo (bens e servios), para a fabri-cao de um produto ou execuo de um servio.

Exemplo: Mquina: foi um gasto em sua en-trada, que se torna investimento e parceladamente transformado em custo, atravs da depreciao, medida que utilizada no processo de produo.

Despesa so os gastos necessrios para vender e entregar o produto. De forma geral, es-to ligadas s reas administrativas e comerciais. A despesa afeta direto o resultado do exerccio, diferente do custo, que apenas afeta o resultado quando o produto vendido.

Exemplo: salrios dos vendedores um gasto que se torna imediatamente uma despesa; o com-putador do setor administrativo, que na compra se tornou investimento, tem uma parcela reconhecida como despesa (depreciao).


Desembolso representa o efetivo pagamento (sada de dinheiro) em funo de uma compra de um bem ou servio. Pode ocorrer antes, durante ou aps o recebimento da compra.

Exemplo: pagamento de uma duplicata, paga-mento de salrios e encargos sociais relativos folha dos funcionrios da empresa, compra vista.

Perda - bem ou servio consumido de forma anormal e involuntria. Identificado como um gasto no intencional de fatores externos ou da atividade produtiva normal da empresa. As perdas no man-tm nenhuma relao com a operao da empresa e geralmente ocorrem de fatos no previstos.

No primeiro caso so consideradas despesas (incndio, enchente, material com prazo de valida-de vencido, perodo de greve, furto/roubo) e no segundo caso, onde se enquadram, por exemplo, as perdas normais de matrias primas na produo industrial, integram o custo de produo. Como exemplo de custo o caso da empresa que considera o preo do pano total comprado, como custo, no se importando com os retalhos.

Rateios: representa uma diviso dos custos indiretos aos produtos, atravs da utilizao de cri-trios preestabelecidos para sua alocao.

Exemplo: o aluguel da fbrica que produz os itens A e B deve ser rateado na proporo da rea utilizada na produo de cada produto. Se o pro-duto A ocupa 60% da rea deve receber um custo maior que o produto B.

Insumos: so os bens adquiridos para consumo no processo de produo.


Exemplo: material secundrio, matria prima, embalagens, mo de obra, dentre outros.

Matria-prima: so os bens necessrios para a composio, produo de outro bem e sem eles no possvel concluir o produto.

Exemplo: na produo de mveis de madeira o elemento essencial a prpria madeira, os de-mais como parafusos, dobradias, devem ser clas-sificados como materiais secundrios, auxiliares.

Receita: representa o resultado obtido pelo preo de venda multiplicado pela quantidade vendida.

Exemplo: na contabilidade representamos esse resultado atravs de uma conta contbil2 denominada Receita de Vendas.

Preo: valor determinado pela empresa para negociar um bem. Se o preo for maior que o custo, a empresa ter como resultado lucro; se o preo for menor ter prejuzo; e se for igual no ter nem lucro e nem prejuzo.

Exemplo: valor de venda de uma mesa.

Agora com esse aprendizado voc j consegue efetuar separao entre Custos e Despesas?

Em termos prticos, nem sempre fcil dis-tinguir Custos e Despesas. Pode-se, entretanto, propor uma regra simples do ponto de vista didti-co: os custos representam os valores aplicados ao processo de produo e as despesas os relativos administrao, s vendas e aos financiamentos. As-sim, por exemplo, gastos com embalagens so Cus-

2 o nome tcnico dado aos compo-nentes patrimoniais (bens, direitos, obrigaes e patrimnio lquido) e aos elementos de resultado (despesas e receitas).


tos se realizados no mbito do processo produtivo (o produto vendido embalado); so Despesas, se realizados aps a produo (o produto pode ser vendido com ou sem embalagem).

Os custos e despesas no so sinnimos, tm sentido prprio, assim como investimentos, gastos e perdas. A utilizao de uma terminologia homognea simplifica o entendimento.


MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. So Paulo: Atlas, 2009.

Leia o tpico 3.4 A difcil separao, na prtica, de custos e despesas (pginas 39 e 40). Com esta lei-tura voc ter mais esclarecimentos sobre a difcil separao, na prtica, de custos e despesa e de como importante ser levado em conta alguns aspectos que podem influenciar sua estruturao.

PADOVEZE, Clvis Lus. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informao contbil. 6. ed. So Paulo: Atlas, 2009.

Para saber mais sobre o que acabamos de ver, leia o tpico Terminologias e Gastos para o produto e gastos para o perodo (pginas 313-315). Neste tex-to voc ter acesso a informaes adicionais sobre o assunto, como o esquema bsico dos gastos na demonstrao de resultados.


PARA REFLETIR

Depois que abordamos a caracterizao da conta-bilidade de custos, importncia e finalidade. Avalie a correlao que existe entre a contabilidade ge-rencial e a contabilidade de custos. Justifique sua resposta baseando-a e associando-a teoria que foi apresentada.

2.2 Elementos Bsicos do Custo

De acordo com os pontos comentados ante-riormente, partiremos agora para o estudo dos trs elementos bsicos do custo: Material Direto, Mo de Obra e Gastos Gerais de Fabricao.

O primeiro elemento que destacamos o Ma-terial Direto que representa o prprio custo com material aplicado de forma direta. O custo direto aquele que pode ser alocado ao produto de for-ma direta. Exemplo: matria prima, material secun-drio, material de embalagem, material auxiliar. O custo de material direto obtido por meio da se-guinte frmula:

MD = EI + C - EF

Onde:

MD = materiais diretosEI = estoque inicialC = comprasEF = estoque final


Tipos de Material Direto

Podemos classificar os materiais utilizados na fabricao da seguinte forma:

Matria Prima: so representadas pelos principais materiais aplicados na produ-o de determinado produto. Elemento essencial no processo produtivo. Consi-derado como custo bsico (CB).

Materiais Secundrios: so os materiais utilizados no processo produtivo, sendo aplicado em proporo menor que a matria prima.

Para que voc entenda melhor vamos trabalhar com um exemplo. Imagine uma Indstria de mveis de madeira, podemos admitir que a matria prima, nessa produo, seria a madeira e os materiais secundrios seriam representados por parafusos, fechos e outros.

Materiais de Embalagens: so os materiais utilizados para embalar os produtos. Exemplo: na indstria de mveis so representados pelos sacos plsticos, caixa de papelo e outros.

Operaes com Materiais

Os materiais sero normalmente classifica-dos como custo direto e indireto, fixo e varivel de acordo com as classificaes quanto apurao e quanto formao, respectivamente. O material pode ser dividido em: matria-prima direta, mat-ria-prima indireta, materiais auxiliares, materiais de embalagem e outros.


Para a empresa apurar o custo desses mate-riais aplicados na produo necessrio a utiliza-o de um sistema de custo. O Sistema de Custo pode ser: permanente e peridico

a) Sistema de inventrio permanente: existe o controle contnuo da movimentao dos estoques. Possibilita, a qualquer momento, saber o custo dos materiais aplicados na produo e o valor de cada um deles em estoque na empresa industrial. Apre-senta os seguintes critrios de avaliao dos mate-riais estocados:

PEPS: primeiro a entrar, primeiro a sair ou, em ingls, First In, First Out (FIFO). So baixados, em primeiro lugar, os materiais adquiridos h mais tempo (mais antigos) e, depois, os mais novos, nesta ordem;

UEPS: ltimo a entrar, primeiro a sair ou, em ingls, Last In, First Out (LIFO). So baixados, em primeiro lugar, os materiais adquiridos mais recen-temente e, depois, os mais antigos, nesta ordem. Esse mtodo no permitido pela legislao fiscal brasileira;

Custo Mdio Ponderado: representa uma mdia dos custos de aquisio.

Para tornar mais clara a compreenso, sobre os critrios de avaliao de estoques, veja um exemplo que demonstra a apurao por cada um dos critrios.

Durante o incio das suas atividades determinada empresa apresentou os seguintes dados:

- No dia 03 adquiriu trs unidades por $ 40,00 cada;

- No dia 15 adquiriu mais duas unidades por $ 88,00 no total;


- No dia 23 adquiriu mais uma unidade por $ 54,00;

- No dia 29 vendeu quatro unidades por $ 62,00 cada.

Pergunta: Qual o custo do material utilizado na produo e o seu lucro bruto, considerando os trs diferentes critrios de avaliao de custos?

No Critrio PEPS (o primeiro a entrar o pri-meiro a sair), o material utilizado custeado pelos preos mais antigos, permanecendo os mais recen-tes em estoque. Nesse caso, o material vendido seria avaliado:

Dia 29: Baixa do estoque (material vendido)

3 unidades x $40,00/un. = $ 120,001 unidade x $44,00/un. = $ 44,00

Custo material vendido $ 164,00

Com a adoo do PEPS, em perodos inflacio-nados (preos crescentes), o produto geralmente fica avaliado por custo menor em comparao com os demais critrios. O custo do produto avaliado pelas compras antigas que representam o menor valor existente do material nos estoques. Essa su-bavaliao do custo do produto proporciona um lu-cro maior para a empresa. Apresentando a apurao do resultado, temos:

Receitas ($62,00 x 4un.) = 248,00(-) CPV = (164,00)

Lucro bruto = 84,00


O mtodo de ltimo a entrar primeiro a sair (UEPS) provoca efeitos contrrios ao PEPS, sendo baixado primeiro os custos mais recentes do estoque. Usando ainda os mesmos dados referente ao exemplo anterior, teramos:

Dia 29: Baixa do estoque (material vendido)

1 unidade x $54,00/un. = $54,002 unidade x $44,00/un. = $88,001 unidade x $40,00/un. = $40,00

Custo material vendido $182,00

Se o uso desse mtodo ocorrer em um perodo inflacionrio, os custos apropriados aos produtos so os mais recentes e o resultado apurado reduzido. Provavelmente por essa razo no admitida pelo Imposto de Renda brasileiro, pois lucro menor significa menos imposto. Apresentando a apurao do resultado, temos:

Receitas ($62,00 x 4un.) = 248,00(-) CPV = (182,00)

Lucro bruto = 66,00

Outra alternativa para registro e controle de estoques envolve o emprego do custo mdio, critrio mais utilizado no Brasil. Por esse mtodo a empresa mantm um controle constante de seus estoques, atualizando seu preo mdio aps cada aquisio. Vejamos, ainda com base no exemplo anterior, como ficaria:

Inicialmente precisamos calcular o preo mdio do estoque, basta dividir o total dos custos que adquirimos pela quantidade ($262,00/6 = 43,66). Assim:


- Dia 03 03 unidades por $ 40,00 cada = $120,00

- Dia 15 02 unidades por $ 88,00 no total = $ 88,00

- Dia 23 01 unidade por $ 54,00 = $ 54,00

Compras Totais $262,00

Preo Mdio do Estoque = Compras totais = 262,00 = 43,66

Qtde comprada 6

Agora sabendo o valor do preo mdio do estoque podemos calcular o custo do material vendido, multiplicando a quantidade vendida pelo preo mdio (4un. X $43,66 = 174,64).

Apresentando a apurao do resultado, temos:Receitas ($62,00 x 4un.) = 248,00(-) CPV = (174,64)Lucro bruto = 73,36

Uma sntese dos valores obtidos para os trs mtodos pode ser vista na tabela seguinte:

Mtodo Custo Lucro Imposto de Renda

PEPS 164,00 84,00 Pago mais imposto

Custo Mdio

174,64 73,36 Mdia entre PEPS e UEPS

UEPS 182,00 66,00 Pago menos imposto

Conforme exposto, algumas das vantagens e desvantagens de cada um dos mtodos podem ser descritas no quadro seguinte, especialmente em perodos de inflao.


Mtodo Custo Lucro Imposto de Renda

PEPS Menor Maior Maior

Custo Mdio

Mdia Mdia Mdia

UEPS Maior Menor Menor

b) Sistema de inventrio peridico: por esse sistema a empresa no mantm um controle per-manente dos estoques. Esse controle efetuado atravs da contagem fsica dos estoques. Essa operao denominada inventrio de materiais.

Consumo de material direto = Estoque Inicial + Compras Estoque Final

Nas empresas industriais, esse sistema deter-mina o valor do estoque final de cada material, porm no possibilita a determinao do valor do material aplicado em cada tipo diferente de produto que es-teja sendo ou que foi produzido, a no ser que cada material seja de uso exclusivo de cada produtivo.

O controle peridico dos estoques s pode ser utilizado pelas empresas industriais que s pro-duzem um tipo de produto ou por aquelas que no tm interesse em determinar o custo de cada pro-duto separadamente, o que impossibilita algumas formas de anlise de desempenho.

Voltando para os elementos bsicos do custo apresentamos o segundo elemento representado pela Mo de obra (MO) que envolve os custos com os funcionrios envolvidos no processo de produo da empresa. A Mo de Obra pode ser classificada em direta ou indireta.


Podemos esclarecer melhor a diferena entre Mo de obra Direta e Indireta. Mo de obra Direta aquela realizada diretamente sobre o produto em elaborao, sem necessidade de qualquer apropria-o indireta ou rateio. Se houver qualquer tipo de alocao por meio de estimativas ou divises pro-porcionais, desaparece a caracterstica de Direta e aparece Indireta.

Para finalizarmos, como terceiro elemento temos os Gastos Gerais de Fabricao que absorvem diversos gastos necessrios para a fabricao dos produtos, como: aluguis, energia eltrica, depre-ciao, manuteno da fbrica, seguros diversos, material de limpeza, telefones, entre outros.


BRUNI, Adriano Leal; FAMA, Rubens. Gesto de Custos e Formao de Preos com Aplicaes na Calculadora HP 12C e Excel: Srie Finanas na Prtica. 5. ed. So Paulo: Atlas, 2008.

Leia o tpico Objetivos do captulo e Avaliao de materiais diretos (pginas 50-57). Nele, alm de abordar um pouco sobre gesto de materiais, apre-senta outras importantes questes relacionadas aos sistemas para controle de estoques, como a diferenciao.



Leia tambm o tpico Tratamento contbil das perdas de materiais e Impostos na aquisio de materiais: o IPI e o ICMS (pginas 118-120). Com esta leitura voc ter mais esclarecimentos sobre os critrios de avaliao de estoque utilizados pela empresa para apurar o custo dos materiais aplica-dos na produo.

PARA REFLETIR

Pense a respeito de duas organizaes com as quais voc se encontra familiarizado. Ela pode ser o local onde voc trabalha ou qualquer outra de sua preferncia. Sua tarefa identificar e relatar o mtodo de custo utilizado, sistema de inventrio permanente ou sistema de inventrio peridico. Avalie o seu resultado comparando os mtodos utilizados.


2.3 Classificao dos Custos: natureza, contabi-lizao, apurao e formao

Para tornar mais clara a compreenso sobre os elementos dos custos, vamos observar e aprender como os custos so classificados.

Classificao de Custos quanto Natureza

A caracterstica principal da classificao de custos quanto natureza a padronizao das contas, no permitindo que pessoas diferentes em pocas diferentes usem ttulos diferentes para re-gistrar uma mesma operao. A padronizao per-mite que uma mesma operao efetuada em pocas diferentes ou classificadas por pessoas diferentes tenha a mesma classificao, possibilitando com-parao ao longo do tempo.

Exemplo de alguns ttulos que devem integrar o plano de contas: mo de obra direta e indireta, produtos acabados, produtos em elaborao, mate-riais auxiliares, materiais secundrios, materiais de expediente e matria-prima.

Classificao de custos quanto contabilizao

Os custos de acordo com sua contabilizao so alocados em um dos dois grupos e denominados:

Custos realizados so representados pelos custos que integram as contas de resultado do exerccio de determinado perodo. Representam os custos incorporados nos produtos vendidos. Como exemplo os materiais utilizados no processo produ-tivo do produto vendido.


Custos a Realizar so representados pelos custos que integram as contas patrimoniais. Re-presentam os custos incorporados aos produtos que permanecem no estoque, ou seja, que ainda no foram vendidos. Como exemplo a Mo de obra e demais custos que integram o produto em estoque. Tambm representam os custos que sero aplicados na produo, apesar de os mesmos j terem sido incorporados pela empresa (adquiridos e at j aplicados, ainda permanecem na empresa). Como exemplo, podemos citar uma mquina indus-trial, que representa na aquisio um investimento, sendo contabilizada no ativo imobilizado que ainda no sofreu depreciao.

Frmula: CT = RE + AR

Onde:

CT = custo totalRE = custo realizadoAR = custo a realizar

Classificao dos Custos quanto apurao

A caracterstica dessa classificao a sepa-rao dos custos por produto. Classificando-se em custos diretos e indiretos.

Os Custos Diretos so aqueles que podem ser alocados diretamente aos produtos. So de fcil identificao. Tomando por base os custos diretos mais comuns (matria prima, mo de obra direta e embalagens), observe o exemplo:

Matria prima ser considerada como custo direto quando a empresa apresenta a quantidade exata que est sendo utilizada para a produo de cada unidade do produto;


Mo de Obra direta ser considerada como custo direto quando for possvel para a empresa identificar o tempo que cada trabalhador gastou na produo de um nico produto;

Energia eltrica das mquinas - quando possvel saber quanto foi consumido na produo de cada produto.

Existe possibilidade de todos os custos serem classificados como diretos. Por exemplo, quando determinada empresa fabrica um nico tipo de produto, sem nenhuma variao, somente existe custos diretos para essa empresa.

Por outro lado, os Custos Indiretos no podem ser alocados de forma direta, para sua alocao ao produto se torna necessrio identificar uma medida objetiva. Na realidade, dependem de cl-culos, rateios ou estimativas para ser apropriados em diferentes produtos.

O Custo Indireto recebe essa denominao por ser impossvel uma segura identificao de seus valores e quantidades em relao ao produto. Normalmente, o custo indireto existe na empresa que fabrica produtos diversos - quanto maior for o nmero de tipos de produtos, maior sero os custos indiretos.

Como um custo comum a tipos diferentes de bens, utiliza-se um critrio especial denominado rateio. O rateio uma diviso utilizada para separar a parcela do custo referente a cada um desses bens no momento de sua ocorrncia.

A utilizao de um determinado rateio para a alocao dos custos indiretos aos produtos deve ser coerente observando a relao entre os custos indiretos e o produto, o critrio utilizado deve representar a realidade da empresa. Podemos citar como exemplo:


Energia Eltrica: quando no houver medidor em cada mquina, possibilitando identificar o consumo de energia em relao a cada produto fabricado, o valor consumido por toda a fbrica em determinado perodo dever ser rateado entre todos os produtos fabricados no referido perodo.

Aluguel da Fbrica: impossvel de ser deter-minado em relao a cada produto;

Outros: salrios dos supervisores da fbrica, combustveis, depreciao, gua, material consumido na limpeza.

Frmula: CT = CD + CI

Onde:

CT = custo totalCD = custo diretoCI = custo indireto

Classificao dos Custos quanto Formao

A caracterstica principal da classificao de custos quanto formao sua variabilidade ou no em funo da variao do volume de atividade no perodo, podendo ser classificados em custo fixos e custos variveis:

Os Custos Fixos so aqueles que, indepen-dentemente do volume de produo do perodo, (quantidade produzida) no se alteram. Podemos citar como exemplo: Aluguel da fbrica, deprecia-o das mquinas (linear), salrios e encargos dos su-pervisores da fbrica.


Por outro lado, os Custos Variveis so aqueles que variam em funo das quantidades produzidas. Quanto maior o volume de atividades maior o custo varivel. Quanto menor o volume de atividades menor o custo varivel.

Veja tambm alguns exemplos de custos va-riveis: energia acionadora da mquina cujo con-sumo cresce proporcionalmente menos do que o crescimento da produo.

Frmula: CT = CF + CV


Onde:

CT = custo totalCF = custo fixoCV = custo varivel

importante registrar que os custos fixos e variveis tm conceitos contrrios em relao aos custos totais e custos unitrios. Em um momento no sofre variao, em outro varia e vice-versa. J o custo total (global) varia sempre, s que na mes-ma proporo da variao do volume produzido em sua verso total e na proporo inversa, em sua verso unitria.

Para tornar mais clara a compreenso, sobre os custos fixos e variveis, vejamos abaixo o com-portamento do custo em relao variao do volume produzido:

Espcie de CustoComportamento em relao variao do volume produzido

Fixo Total No varia

Fixo Unitrio Varia inversamente

Varivel Total Varia proporcionalmente

Varivel Unitrio No varia

Total Global Varia proporcionalmente

Total por unidade Varia inversamente

Segundo Martins (2009, p. 50), de grande importncia notar que a classificao em Fixos e Va-riveis leva em considerao a unidade de tempo, o valor total de custo com um item nessa unidade de tempo e o volume de atividade. No se trata, como no caso da classificao de Diretos e Indiretos, de


um relacionamento com a unidade produzida. Por exemplo, a matria-prima um Custo Varivel, j que, por ms, seu valor total consumido depende da quantidade de bens fabricados. Entretanto, por unidade elaborada a quantidade de matria-prima provavelmente a mesma; mas isso no lhe tira a caracterstica de Varivel; pelo contrrio, refora-o.

Os Custos Mistos, por sua vez, so os que possuem, em seu total, uma parcela fixa e outra varivel. Por exemplo, o aluguel de uma copiadora poder ter como valor fixo (determinado at n de cpias) e valor varivel (as cpias acima do n determinado).

Exemplo: Determinando as variaes do vo-lume produzido e do custo misto, conforme tabela abaixo:

Perodo Volume de Atividade Custo Misto

1 1.000 unidades 50.000,00

2 1.150 unidades 54.500,00

Diferena 150 unidades 4.500,00

Pede-se: Estabelecer a parte fixa e a parte varivel do custo misto.

Resoluo:Clculo parcela varivel por unidade: 4.500/150 = 301 Perodo: 30 x 1.000 unidades = 30.000,00 Custo Varivel30.000,000 50.000,00 = 20.000,00 Custo Fixo

2 Perodo: 30 x 1.150 unidades = 34.500 Custo Varivel34.500,00 54.500,00 = 20.000,00 Custo Fixo


A classificao dos custos fundamental em um processo de gesto, pois atravs dessas apuraes que o gestor consegue estabelecer o preo de venda, determinar o nvel mnimo de produo, dentre outros.


BRUNI, Adriano Leal; FAMA, Rubens. Gesto de Custos e Formao de Preos com Aplicaes na Calculadora HP 12C e Excel: Srie Finanas na Prtica. 5. ed. So Paulo: Atlas, 2008.

Veja o tpico 1.7 Classificao de custos (pginas 31-33). Voc ver que os custos podem ser agrupa-dos em diferentes categorias, em funo da neces-sidade de tomada de deciso e poder verificar o fato de a deciso poder ou no afetar os custos.


Leia o tpico Classificao dos custos em diretos e indiretos e outra classificao dos custos: fixos e variveis (pginas 48-50). Nele voc poder co-nhecer um pouco mais sobre a classificao dos custos, suas caractersticas, conhecer como apurar esses custos alm de constatar a relao entre eles.


PARA REFLETIR

Aps estudarmos a classificao dos Custos quanto natureza, contabilizao, apurao e formao, faa um levantamento de uma empresa na sua cidade, identificando como o processo de apurao dos custos. Aps identificar, diga quais os aspectos positivos que voc encontrou na empresa que pesquisou, sob o ponto de vista do processo de tomada de deciso.

2.4 Classificao dos Custos: ocorrncia

Nessa parte vamos continuar a abordagem com relao classificao dos custos, como ferra-menta de apoio operacional dentro da organizao. Nessa etapa do processo vamos abordar os diver-sos estgios do custo at chegarmos apurao do Custo dos Produtos Vendidos.

Classificao dos custos quanto Ocorrncia

1. O Custo Bsico representa o custo com o material direto (matria prima) utilizado na produo. Podendo ser calculado atravs de uma frmula simples.


Frmula: CB = EI + C EF

Onde:

MD = materiais diretosEI = estoque inicialC = comprasEF = estoque final

2. O Custo Primrio corresponde ao custo com a matria prima direta e com a mo de obra direta. O custo com matria prima direta difere do custo direto, pois absorve apenas matria prima, os ma-teriais secundrios e os materiais de embalagem, ainda que diretamente aplicados no produto, no so considerados custo primrio. Esse custo est associado diretamente produo, equivalendo soma do material direto com a mo de obra dire-ta. So os primeiros custos incorridos3 no processo produtivo, por essa razo foi denominado primrio.

Frmula: CP = CB + MOD

Onde:

CP = custo primrioCB = custo bsicoMOD = mo de obra direta

3. O

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