Contabilidade Gerencial

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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Armando de Queiroz Monteiro NetoPresidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAIConselho Nacional

Armando de Queiroz Monteiro NetoPresidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAIDepartamento Nacional

José Manuel de Aguiar MartinsDiretor Geral

Regina Maria de Fátima TorresDiretora de Operações

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Confederação Nacional da IndústriaServiço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional

Contabilidade Gerencial

Brasília

2010

Roberto Alexandre Nogueira Brum

Solange Mendes

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© 2010. SENAI – Departamento Nacional

É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio

consentimento do editor.

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Coordenador Projeto Estratégico 14 DRs

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Equipe técnica que participou da elaboração desta obra

Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 –

SENAI/SC Florianópolis

B893c

Brum, Roberto Alexandre Nogueira

Contabilidade gerencial

/

Roberto Alexandre Nogueira Brum, Solange Mendes. Brasília: SENAI/DN, 2010.

Inclui bibliografias.

1. Contabilidade gerencial.

2. Contabilidade. 3. Balanço (Contabilidade).

I.

Mendes, Solange. II.

SENAI.

Departamento Nacional. III. Título.

CDU 657.05

70 p. : il. color ; 30 cm.

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Apresentação do Curso ................................................................................07

Plano de estudos ............................................................................................09

Unidade 1: As Ciências Contábeis ...........................................................11

Unidade 2: Contabilidade Gerencial .........................................................23

Palavras dos Autores......................................................................................65

Conhecendo os Autores ...............................................................................67

Referências ........................................................................................................69

Sumário

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Caro aluno:

Seja bem-vindo ao curso Contabilidade Gerencial! O objetivo da gestão contábil é alcançado por meio dos registros e das análises de todos os fatos relacionados com a formação, a movimentação e as variações do patrimônio, permitindo o seu controle e o fornecimento de informações aos seus adminis-tradores, sócios, acionistas e demais pessoas liga-das à organização. As informações sobre o estado patrimonial e o resultado das atividades desenvolvi-das permitem dar respostas a perguntas relaciona-das às atividades da organização e aos seus fins.

Consideradas as observações, verificamos que a contabilidade adquire cada vez maior importância quando se considera o crescimento e a globalização da economia, assim como das atividades dentro das organizações, que exigem grande eficácia dos pro-fissionais da contabilidade para que sejam capazes de trabalhar a infinita gama de informações neces-sárias ao estudo e controle do patrimônio.

Sendo assim, espero que, com este curso, seus co-nhecimentos sobre contabilidade se amplifiquem e ajudem você a ser um profissional de sucesso.

Bons estudos!

Apresentação do Curso

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Carga horária:

20h

Ementa

Estudo relacionado às ciências contábeis. Seu his-tórico, suas funções e seus princípios fundamentais. A contabilidade gerencial e suas características. Balancetes e plano de contas.

Objetivos

Objetivo geral

Capacitar profissionais para atuar no acompa-nhamento das atividades realizadas pelas orga-nizações, no sentido indispensável de controlar o comportamento de seus patrimônios e a produção e comparação dos resultados obtidos entre perío-dos estabelecidos; registrando, de forma minuciosa e ordenada, as atividades realizadas; verificando, sistematicamente, os resultados obtidos; devendo identificar, classificar e anotar as operações da organização e todos os fatos que, de alguma forma, afetam sua situação econômica, financeira e patri-monial.

Objetivos específicos

� Registrar todos os fatos que ocorrem e po-dem ser representados em valor monetário.

� Organizar um sistema de controle adequado à empresa.

Plano de Estudos

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� Demonstrar, com base nos registros realizados, e expor periodicamen-te, por meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa.

� Analisar os demonstrativos com a finalidade de apurar os resultados obtidos pela empresa.

� Acompanhar a execução dos planos econômicos da empresa, preven-do os pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e alertando para eventuais problemas.

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1As Ciências Contábeis

Objetivos de Aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de compreender os objetivos, os fundamentos e o processo evolutivo da construção das ciências contábeis, bem como as finalidades e aplicações da área contábil.

Aulas:

Aula 1: Histórico da contabilidade

Aula 2: A contabilidade

Aula 3: Funções da contabilidade

Aula 4: Princípios fundamentais da contabilidade

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Para Iniciar

A origem da contabilidade está ligada à necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material, oriundos, principalmente, das atividades comercias. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou rela-tórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia, já se faziam com escritas, embora rudimentares. Dessa forma, à medida que as operações econômicas se tornam mais complexas, o seu controle se refina. As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despe-sas, compreendidas nos itens salários, perdas e diversões.

Aula 1: Histórico da contabilidade

A contabilidade praticada pelo homem antigo já tinha como objeto o patrimô-nio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitati-vos. Esse período antigo inicia-se com as primeiras civilizações e vai até 1202 da era cristã, quando Leonardo Pisano publicou o Liber Abaci.

A contabilidade no mundo medieval

O período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494 foi importante na história do mundo, especialmente na história da contabilidade. Foi denominada “era técni-ca” devido às grandes invenções, como o moinho de vento e o aperfeiçoamen-to da bússola, que abriram novos horizontes a Marco Polo e a outros grandes navegadores.

Naquela época, as técnicas matemáticas já vinham sendo estudadas, assim como os pesos e as medidas, o câmbio entre uma região e outra etc. O homem começava a evoluir seus conhecimentos comerciais e financeiros.

Em 1494, foi publicado o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas), de frei Luca Paciolo, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimen-to humano.

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A contabilidade no mundo moderno

A fim de se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava, a contabilidade tornou-se necessária.

A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciantes italianos do século XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que refletissem os interesses dos credores e dos investidores e, ao mesmo tempo, fossem úteis aos comerciantes em suas relações com os consu-midores e os empregados.

Entre 1494 e 1840, surge uma obra considerada marcante na história da conta-bilidade: La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche, de Franscesco Villa, que foi premiada pelo governo da Áustria.

A contabilidade no mundo científico

Esse período inicia-se em 1840 e continua até os dias de hoje.

O período científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores con-sagrados: Fábio Bésta, escritor veneziano, e Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público que, com sua obra La Contabilità Applicatta alle administra-zioni Private e Plubbliche, inicia uma nova fase na contabilidade.

Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de contabilidade, segundo os quais escrituração e guarda-livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para ele, a contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria administrada, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista. Com isso, teve início a fase cien-tífica da contabilidade.

AtençãoA criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos acionistas, foi a causa primeira do estabelecimento de teorias e práticas contábeis que permitissem uma correta interpretação das informações por qualquer acionista ou outro interessado em qualquer parte do mundo.

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A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-americana dentro da contabilidade.

No início do século atual, com o surgimento de gigantescas corporações, aliado ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário rit-mo de desenvolvimento que os Estados Unidos experimentaram e ainda expe-rimentam, constituiu-se um campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis. Não é por acaso que, atualmente, o mundo possui inúmeras obras contábeis de origem norte-americana que têm reflexos diretos nas economias dos países.

A história da contabilidade no Brasil

A vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, exigindo, devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados, um melhor aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). As Tesourarias de Fazenda nas províncias eram compostas de um inspetor, um contador e um procurador fiscal, responsáveis por toda a arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal (PORTAL..., 2010).

Em 1870, acontece a primeira regulamentação brasileira da profissão contábil, por meio do decreto imperial nº 4475. É reconhecida oficialmente a Associação dos Guarda-Livros da Corte, considerada a primeira profissão liberal regulamen-tada no país. Daí para frente, várias conquistas aconteceram.

Em 1902, o então presidente Rodrigues Alves declara de utilidade pública, com caráter oficial, os diplomas conferidos pela Academia de Comércio do Rio de Janeiro, pela Escola Prática de Comércio de São Paulo, pelo Instituto Comercial do Distrito Federal e pela Academia de Comércio de Juiz de Fora.

Em 1915, é fundado o Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais. No ano seguin-te, surgem a Associação dos Contadores de São Paulo e o Instituto Brasileiro de Contabilidade, no Rio de Janeiro. Nove anos depois, em 1924, é realizado o 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade e são lançadas as bases para a campanha pela regulamentação de contador e a reforma do ensino comercial no Brasil.

Em 1927, é fundado o Conselho Perpétuo, um embrião do que mais tarde seria o sistema do Conselho Federal e do Conselho Regional de Contabilidade no século XXI. Essa instituição abrigava o Regime Geral de Contabilistas no Brasil, concedendo a matrícula aos novos profissionais aptos a desenvolver a atividade de contador.

Esse período é marcado por turbulências políticas, revoluções e pela chegada de Getúlio Vargas ao poder, em 1930. Em 1931, ocorre a primeira grande vitória da classe contábil: é sancionado o Decreto ederal nº 20.158, que organizou o

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ensino comercial e regulamentou a profissão. É criado o curso de Contabilidade, que formava dois tipos de profissionais: os guarda-livros, que cursavam dois anos, e os peritos-contadores, que cursavam três.

No ano seguinte, é sancionado o Decreto Federal nº 21.033, estabelecendo novas condições para o registro de contadores e guarda-livros. Com essa lei, resolveu-se o problema dos profissionais da área que possuíam apenas o co-nhecimento empírico, pratico, determinando-se as condições e os prazos para o registro desses profissionais. A partir desse momento, o exercício da profissão contábil passou a estar ligado, indissoluvelmente, à preparação escolar. Ou seja, quem desejasse abraçar a carreira teria, primeiro, de estudar (WIKIPÉDIA, 2010).

Hoje, as funções do contabilista não se restringem ao âmbito meramente fiscal. Num mercado de economia complexa, tornaram-se vitais para as empresas, tra-zendo informações mais precisas para a tomada de decisões e, assim, atraindo mais investidores. Esse profissional vem ganhando destaque, também, nos mer-cados de auditoria, de controladoria e atuarial. São as áreas de análise contábil e operacional da empresa, nas quais, para os atuários, há ainda a possibilidade de se especializar em estimativas e análises, tendo esse profissional um merca-do crescente em virtude dos planos de previdência privada.

Aula 2: A contabilidade

A contabilidade é uma arte. É a arte de registrar todas as transações de uma companhia que possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de informar os reflexos dessas transações na situação econômico-financeira dessa companhia. (GOUVEIA, 1993)

As atividades da contabilidade são realizadas com a aplicação de diversas técni-cas, que permitem a interpretação e a análise dos fatos gerados nas atividades de uma organização. Essas técnicas são:

� Escrituração: registro, em livros próprios (diário, razão, caixa e contas cor-rentes), de todos os fatos administrativos que ocorrem nas organizações.

� Elaboração das demonstrações contábeis: elaboração de relatórios que apresentam dados extraídos dos registros contábeis da empresa. As de-monstrações financeiras mais conhecidas são: o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício.

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� Auditoria: confirmação dos registros e das demonstrações contábeis; veri-ficação da exatidão dos documentos que deram origem aos dados contidos nas demonstrações financeiras, por meio do exame minucioso dos registros contábeis.

� Análise de Balanços: extração e interpretação dos dados contidos nas de-monstrações financeiras, com o objetivo de transformá-los em informações para a tomada de decisão.

O objetivo da gestão contábil é alcançado por meio dos registros e das análises de todos os fatos relacionados com a formação, a movimentação e as variações do patrimônio, permitindo o seu controle e o fornecimento de informações aos seus administradores, sócios, acionistas e demais pessoas ligadas à organização.

As informações sobre o estado patrimonial e o resultado das atividades desen-volvidas permitem dar respostas relacionadas às atividades da organização os seus fins.

Considerando o crescimento e a globalização da economia, assim como as ati-vidades dentro das organizações, que exigem que os profissionais da contabili-dade sejam capazes de trabalhar a infinita gama de informações necessárias ao estudo e controle do patrimônio, pode-se observar que a contabilidade adquire uma importância cada vez maior.

Finalidades da contabilidade

O princípio da contabilidade é o acompanhamento das atividades realizadas pelas organizações, no sentido de controlar o comportamento de seus patrimô-nios e também a produção, comparando os resultados obtidos entre períodos estabelecidos; registrando, de forma minuciosa e ordenada, as atividades rea-lizadas; verificando sistematicamente os resultados obtidos; devendo identifi-car, classificar e anotar as operações da organização e todos os fatos que, de alguma forma, afetam sua situação econômica, financeira e patrimonial.

Sua finalidade fundamental resume-se em orientar a administração das organi-zações no exercício de suas funções. Portanto, a contabilidade é o controle e o planejamento de toda e qualquer entidade socioeconômica.

� Controle: administração das informações contábeis, por meio de relatórios que permitam às organizações acompanharem suas atividades direcionando as ações em conformidade com planos e políticas determinados.

� Planejamento: informação contábil que se refere, principalmente, ao esta-belecimento de padrões e ao inter-relacionamento da contabilidade e dos planos orçamentários, sendo de grande utilidade no planejamento empresa-rial, auxiliando no processo de decisão.

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Atenção

Desta forma, a contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. (Pronunciamento do Instituto Brasileiro de Contadores − Ibracon. Aprovado pela CVM através da Deliberação CVM nº 29/86).

A atividade contábil

Até meados do século XX, a atividade contábil era vista por muitos autores como um processo. Por esse motivo, alguns a chamavam de Contabilidade His-tórica.

Com a popularização da visão sistêmica e o advento do estruturalismo, de-senvolvidos na Economia e na Sociologia, os autores contábeis começaram a pensar a atividade contábil também em termos estruturalistas.

As atividades contábeis no Brasil

No Brasil, diante das peculiaridades próprias da aplicação da matéria, foi pro-posto um sistema de funções que atendesse os três principais objetivos con-tábeis: registro, controle e informação. Mas logo surgiriam outras propostas, visando a satisfazer diferentes usuários da atividade contábil.

Em países como o Brasil, onde a legislação é um fator decisivo na forma final que receberá a atividade, há a ideia do Sistema de Contabilidade ser um siste-ma de escrituração. A contabilidade de custos, por exemplo, é vista pelos legis-ladores como um sistema à parte do Sistema Contábil, havendo um dispositivo que permite, contudo, que a empresa possa optar por integrar ou não à sua escrituração o sistema de custos.

Os usuários da contabilidade

Os usuários podem ser internos, externos e apresentar interesses diversificados. Por essa razão, as informações geradas pela organização devem ser amplas e fidedignas e, pelo menos, suficientes para a avaliação da sua situação patrimo-nial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindo a realização de inferências sobre o seu futuro.

Os usuários internos são os administradores de todos os níveis que, usualmen-te, valem-se de informações mais aprofundadas e específicas acerca da organi-zação, principalmente as relativas ao seu ciclo operacional. Já os usuários ex-ternos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis.

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Nos países com um mercado de capitais ativo, a existência de informações corretas, suficientes e inteligíveis sobre o patrimônio das organizações e suas mutações, possui uma grande importância. Isso porque, nesses países, há uma avaliação de riscos e oportunidades adequada por parte dos investidores, sem-pre interessados na segurança dos seus investimentos e em retornos compen-sadores em relação às demais aplicações. A qualidade dessas informações deve ser assegurada pelo sistema de normas alicerçado nos princípios fundamentais, o que torna a contabilidade um verdadeiro catalisador do mercado de ações.

O tema é vital e, por consequência, deve-se manter vigilância sobre o grau em que os objetivos gerais da contabilidade aplicada a uma atividade particularizada estão sendo alcançados. O entendimento das informações pelos próprios usuários pode levá-los à conclusão da necessidade de valer-se dos trabalhos de profissionais da contabilidade (WIKIPÉDIA, 2010).

Aula 3: Funções da contabilidade

Como já vimos, o campo de atuação da gestão contábil abrange os setores administrativos (controlar o patrimônio) e econômicos (apurar o resultado). Assim, suas principais funções são:

� Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário.

� Organizar: o sistema de controle deve ser adequado à empresa.

� Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente, por meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa.

� Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apu-ração dos resultados obtidos pela empresa.

� Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa prevê os pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e alerta para eventuais problemas.

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Áreas de atuação da contabilidade

A contabilidade oferece um campo de atuação muito amplo em qualquer esfe-ra. Veja, a seguir, as principais:

� Contabilidade fiscal: auxilia na elaboração de informações para os órgãos fiscalizadores. Dela depende todo o planejamento tributário da entidade.

� Contabilidade pública: instrumento de controle e fiscalização que o gover-no possui sobre todos os seus órgãos. Estes estão obrigados a preparar or-çamentos que são aprovados oficialmente, devendo, a contabilidade pública, registrar as transações em função deles e atuar como instrumento para o seu acompanhamento.

� Contabilidade gerencial: auxilia a administração na otimização dos re-cursos disponíveis na organização, por meio de um controle adequado do patrimônio.

� Contabilidade financeira: elabora e consolida as demonstrações contábeis para disponibilizar informações aos usuários externos.

� Contabilidade e auditoria: examina documentos, livros e registros, inspe-ções e obtenção de informações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes.

� Contabilidade ambiental: informa o impacto ambiental do funcionamento da organização e avalia os possíveis riscos que suas atividades podem cau-sar na qualidade de vida local.

� Contabilidade atuarial: especializada na contabilidade de empresas de pre-vidência privada e em fundos de pensão.

� Contabilidade social: informa sobre a influência do funcionamento da or-ganização na sociedade, sua contribuição na agregação de valores e rique-zas, além dos custos sociais.

� Contabilidade agribusiness: atua em empresas com atividade agrícola de beneficiamento in loco dos produtos naturais.

� Contabilidade bancária: planeja e controla as atividades operacionais e contábeis de bancos.

� Perícia contábil: elabora laudos em processos judiciais ou extrajudiciais sobre organizações com problemas financeiros causados por erros adminis-trativos.

� Análise econômica e financeira de projetos: elabora análises,por meio dos relatórios contábeis, que devem demonstrar a exata situação patrimonial de uma organização.

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Aula 4: Princípios da contabilidade

Os princípios fundamentais da contabilidade foram aprovados pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº 530, de 23 de outubro de 1981, e visam ao tratamento uniforme dos atos e fatos administrativos e das demons-trações deles decorrentes, sendo que, havendo mudanças de tratamento, o efeito deve ser informado. Veja quais são esses princípios:

� Princípio da entidade: o patrimônio da organização não se confunde com o dos seus sócios e acionistas ou o do proprietário individual.

� Princípio da qualificação e quantificação dos bens patrimoniais: os com-ponentes do patrimônio da organização deverão ser diferenciados quanti-tativa e qualitativamente, sendo suscetíveis de expressão em termos físico e monetário.

� Princípio da expressão monetária: o patrimônio e as operações da orga-nização devem ser expressos na moeda em vigor no país, convertendo-se nesta as transações realizadas em outras moedas.

� Princípio da competência: as receitas e despesas devem ser reconhecidas na apuração do resultado do período a que pertencerem e de forma simul-tânea, quando se correlacionarem. As despesas devem ser reconhecidas independentemente do seu pagamento, e as receitas, somente quando de sua realização.

� Princípio da oportunidade: as mudanças nos ativos, passivos e na expres-são contábil do patrimônio líquido devem reconhecer-se formalmente nos registros contábeis logo que ocorrerem, ainda que os seus valores sejam razoavelmente estimados, e as provas documentais, posteriormente comple-mentadas.

� Princípio da formalização dos registros contábeis: os atos e fatos ad-ministrativos devem estar consubstanciados em registros apropriados. Qualquer que seja o processo adotado para tais registros, os elementos de comprovação necessários à verificação devem ser sempre preservados, não só quanto à precisão, mas quanto à perfeita compreensão das demonstra-ções contábeis.

� Princípio da terminologia contábil: os termos utilizados nos registros e nas demonstrações contábeis consequentes devem expressar, tanto quanto possível, o verdadeiro significado das transações ocorridas, preservando-se expressões do idioma nacional.

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� Princípio da equidade: no registro contábil da transação, o seu efeito deve sobrepor-se a quaisquer interesses conflitantes.

� Princípio da continuidade: a vida da organização é continuada. As de-monstrações contábeis não estáticas não podem ser desvinculadas dos pe-ríodos anteriores e subsequentes. Ocorrendo a descontinuidade, o fato deve ser divulgado.

� Princípio da periodicidade: os exercícios contábeis deverão ser de igual duração, o que permitirá a sua comparabilidade, a avaliação da eficiência-eficácia da gestão.

� Princípio da prudência: o critério de menor valor para os itens do ativo e da receita, e o de maior valor para os itens do passivo e da despesa, com os efeitos correspondentes no patrimônio líquido, serão adotados para registro diante de opções na escolha de valores.

� Princípio da uniformidade: os critérios aplicados em um período nos regis-tros contábeis e nos levantamentos deles decorrentes devem ser mantidos nos períodos subsequentes. Contudo, em certas circunstâncias, havendo mudanças de critérios, o seu efeito nas demonstrações contábeis deve ser divulgado.

� Princípio da informação: as demonstrações contábeis devem revelar, a quem de direito, todos os fatos que possam influir, significativamente, na sua interpretação.

� Princípio dos atos e fatos aleatórios: os direitos e obrigações da organiza-ção, de natureza aleatória, devem ser registrados e divulgados nas demons-trações contábeis.

� Princípio da correção monetária: a perda do poder aquisitivo da moeda deve ser reconhecida em valores que integrem as demonstrações contábeis.

� Princípio da integração: as organizações dependentes, por participação de capital, deverão ter suas demonstrações contábeis integradas, o que origi-nará uma nova demonstração (CRIBB, 2010).

Colocando em prática

Você chegou ao final da primeira unidade! Para verificar seus conhe-cimentos, acesse o AVA e realize as atividades propostas. Caso tenha dúvidas, volte ao conteúdo e encontre sua resposta!

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Relembrando

Nesta unidade, você viu que a contabilidade já era praticada pelo homem antigo, que tinha como objeto o seu patrimônio. Conheceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobra-das), de frei Luca Paciolo, publicado em 1494, e entendeu que a intro-dução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciantes italianos do século XIII.

A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-americana dentro da Contabilidade.

Em 1870, acontece a primeira regulamentação brasileira da profissão contábil, por meio do decreto imperial nº 4475. É reconhecida oficial-mente a Associação dos Guarda-Livros da Corte, considerada a primeira profissão liberal regulamentada no país.

Em 1915, é fundado o Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais. No ano seguinte, surgem a Associação dos Contadores de São Paulo e o Insti-tuto Brasileiro de Contabilidade, no Rio de Janeiro. Nove anos depois, em 1924, é realizado o 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade, e são lançadas as bases para a campanha pela regulamentação do contador e pela reforma do ensino comercial no Brasil.

No ano de 1932, é sancionado o decreto federal nº 21.033, que diz que o exercício da profissão contábil passa a estar ligado, indissoluvelmen-te, à preparação escolar.

Além de mergulhar na história das ciências contábeis, você pôde com-preender, também, um pouco mais sobre contabilidade. As atividades contábeis são realizadas com a aplicação de diversas técnicas, que per-mitem a interpretação e a análise dos fatos gerados nas atividades de uma organização. Sua finalidade fundamental resume-se na orientação da administração das organizações no exercício de suas funções. Os princípios fundamentais da contabilidade visam ao tratamento unifor-me dos atos e fatos administrativos e das demonstrações deles decor-rentes, sendo que, havendo mudanças de tratamento, o efeito deve ser informado.

Alongue-se

É hora de deixar a mente relaxar e de aproveitar para buscar um lan-che! Não está com fome agora? Então, que tal um café? Um suco? Uma água? Seja o que for, deixe um pouco os estudos de lado e concentre-se em desconcentrar.

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2Contabilidade Gerencial

Objetivos de Aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de compreender e aplicar os objetivos contábeis, as legislações regentes em nosso país, os prin-cípios fundamentais da área contábil e, ainda, de elaborar um plano de contas simplificado, o qual servirá de roteiro para a execução dos lançamentos contábeis.

Aulas:

Aula 1: Características e importância

Aula 2: Demonstrações contábeis e demonstra-ções financeiras

Aula 3: Balancetes

Aula 4: Plano de contas

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Contabilidade Gerencial

Para Iniciar

Contabilidade gerencial é o processo de produzir informações finan-ceiras e operacionais para os empregados e gerentes das organizações. Tal processo deve ser dirigido pelas necessidades de informações de indivíduos internos à organização, e deve guiar suas decisões operacio-nais e de investimentos.

A contabilidade gerencial é de fundamental importância na vida eco-nômica atual, principalmente nas complexas economias modernas. Em sentido geral, ela trata da coleta, apresentação e interpretação dos fatos econômicos.

Aula 1: Características e importância

A contabilidade gerencial não existe dentro de uma entidade da mesma manei-ra que existe a contabilidade financeira, a contabilidade de custos ou a admi-nistração financeira. Em todas as entidades, as aplicações dessas disciplinas são visíveis e, dependendo do porte da empresa, existem departamentos distintos responsáveis por sua execução.

Contabilidade gerencial como instrumento de administração

Atenção A contabilidade gerencial existe ou existirá se houver uma ação que faça com que ela exista. Uma organização terá contabilidade gerencial se houver, dentro dela, pessoas que consigam traduzir os conceitos contábeis em atuação prática.

Contabilidade gerencial significa gerenciamento da informação contábil. Geren-ciamento é uma ação, um fazer, e não um existir. Contabilidade gerencial signi-fica o uso da contabilidade como instrumento da administração.

A contabilidade gerencial é desregulamentada, ou seja, não é dirigida por regras e princípios fundamentais da contabilidade ou por autoridades governamentais.

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25Unidade 2

Contabilidade Gerencial

Todas as informações levantadas pela contabilidade gerencial são determinadas pela administração para satisfazer as necessidades estratégicas e operacionais da empresa.

Como todas as informações geradas pela contabilidade gerencial para as toma-das de decisão dos administradores, ela não precisa cumprir normas e princí-pios da contabilidade.

A contabilidade gerencial como fator de criação de valor

Segundo o Portal da Contabilidade (2010), o atual foco das pesquisas sobre a missão das organizações está apontado para o conceito de criação de valor, associando, dentro do mesmo escopo, o processo de informação gerado pela contabilidade para que as empresas possam cumprir adequadamente sua mis-são.

A criação de valor para o acionista centra-se na geração de lucro empresarial. Afinal, esse lucro é transferido para os proprietários da organização: os próprios acionistas.

Evolução e mudança na contabilidade gerencial

O campo da atividade organizacional, abarcado pela contabilidade gerencial, foi desenvolvido por meio de quatro estágios reconhecíveis:

� Estágio 1: Antes de 1950, o foco estava na determinação do custo e contro-le financeiro, por meio do uso das tecnologias de orçamento e contabilidade de custos.

� Estágio 2: Por volta de 1965, o foco foi mudado para o fornecimento de informação para o controle e planejamento gerencial, por meio do uso de tecnologias como análise de decisão e contabilidade por responsabilidade.

� Estágio 3: Por volta de 1985, a atenção deslocou-se para a redução do desperdício de recursos usados nos processos de negócios, por meio do uso das tecnologias de análise e administração estratégica de custos.

� Estágio 4: Por volta de 1995, o foco passou a apontar para a geração ou criação de valor, por meio do uso efetivo de recursos e do uso de tecno-logias como o exame dos direcionadores de valor ao cliente, valor para o acionista e inovação organizacional.

Cada estágio da evolução representa a adaptação para um novo conjunto de condições que as organizações enfrentam, pela absorção, reforma, e adição aos focos e tecnologias utilizadas anteriormente.

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Veja, agora, alguns conceitos importantes dentro do mundo contábil:

� Acionista: título de conta destinado a registrar movimentos financeiros em relação a sócios de sociedades por ações. Geralmente, essa conta é debitada quando há subscrições de ações.

� A descoberto: expressão que indica, geralmente, um valor fora de sua fina-lidade, ou ainda que não encontra contraposição real ou concreta para sua existência. Assim: diz-se passivo a descoberto quando há prejuízo, ou, ainda, quando os valores do passivo superavam os do ativo investido; diz-se que uma conta está a descoberto quando a sua natureza, devendo ser credora, apresenta um saldo devedor. Geralmente, essa designação procura eviden-ciar uma anormalidade nas transações.

� Amortização: eliminação gradual e periódica do ativo de uma empresa, como encargos de exercício, das imobilizações financeiras ou imateriais. É habitual confundir-se amortização com depreciação. A depreciação atinge a perda de valor de coisas materiais, como máquinas, móveis etc., enquanto a amortização destina-se apenas a significar perda de valor de coisas imate-riais ou de imobilizações financeiras. São objeto de amortização: despesas gerais de instalação, aviamentos, dívidas a longo prazo etc.

� Amortização acumulada: valor de amortização que se refere a diversos exercícios, em razão da acumulação ou soma; soma de amortizações de di-versos exercícios. Na legislação brasileira, as amortizações alcançam os direi-tos de propriedade comercial e industrial, assim como os encargos diferidos, que devem ser “deduzidos” dos valores do ativo e realizados em um prazo máximo de dez anos.

� Análise contábil: análise que se fundamenta em normas, métodos e proce-dimentos indicados pela técnica e ciência da contabilidade. Estudo de um ou vários fenômenos por suas partes, em um patrimônio. Existem vários siste-mas de análise contábil: perícias, demonstrações, verificações de balanços por análises próprias, etc.

� Ativo corrente: o mesmo que ativo circulante; expressão que representa a tradução do termo inglês current asset.

� Ativo de giro: o mesmo que ativo circulante.

� Ativo disponível: grupo ou parte do ativo que reúne os valores que repre-sentam a forma mais líquida do capital, ou seja, o dinheiro.

� Azienda: é o sistema de elementos material e pessoal que busca a realiza-ção de um fim e que, em sentido dinâmico, origina uma série de fatos que concorrem para a formação e o desenvolvimento da sociedade.

� Balanço anual: balanço realizado no fim de um ano ou exercício.

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� Contador gerente ou controller: aquele que exerce as funções da contabi-lidade gerencial. São confiadas ao contador gerente as tarefas de planeja-mento, organização, coordenação, controle, relações e direção dos assuntos financeiros, contábeis e de crédito.

� Patrimonial: relativo a patrimônio.

� Perda de fabricação: são os investimentos que não produzem resultado positivo, constituindo um fator contrário ao lucro na fabricação.

� Produção: fenômeno patrimonial oriundo da ação da mão de obra sobre materiais para a obtenção de um produto.

� Retorno de investimento: medida percentual obtida por meio de cálculos, que evidencia a recuperação dos investimentos realizados por uma azienda.

O objetivo das demonstrações contábeis

O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posi-ção patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição finan-ceira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e na tomada de decisão econômica.

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Demonstrações contábeis preparadas de acordo com os pressupostos do pará-grafo anterior atendem às necessidades comuns da maioria dos usuários.

Entretanto, as demonstrações contábeis não fornecem todas as informações que os usuários possam necessitar, uma vez que elas retratam os efeitos finan-ceiros de acontecimentos passados e não incluem, necessariamente, informa-ções não financeiras.

Demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atua-ção da administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados.

Os usuários que desejam avaliar a atuação ou prestação de contas da admi-nistração fazem-no com a finalidade de estar em condições de tomar decisões econômicas que podem incluir, por exemplo, manter ou vender seus investi-mentos na entidade ou reeleger ou substituir a administração.

Conceitos administrativos financeiros e indicadores

Segundo Carvalho (2010), a complexidade das relações econômicas atualmen-te existentes no mercado torna a atuação das empresas igualmente complexa, transformando o correto entendimento das relações financeiras em uma vanta-gem competitiva extremamente importante, independentemente de seu tama-nho e do segmento de atuação.

Nesse sentido, veja alguns conceitos fundamentais para as tomadas de deci-sões.

� Alavancagem: significa a capacidade de uma empresa utilizar ativos ou fun-dos a um custo fixo de forma a maximizar o retorno de seus proprietários. Como existe uma relação direta entre risco e rentabilidade, quando maior for o risco, maior será o retorno, e vice versa. Alavancagens crescentes sig-nificam um grau maior de incerteza quanto à rentabilidade projetada e, por extensão, um retorno esperado maior.

� Alavancagem operacional: é determinada pela relação existente entre as receitas operacionais e o lucro antes de juros e imposto de renda, conhe-cido como LAJIR (este conceito confunde-se com o lucro operacional).

� Alavancagem financeira: pode ser definida como a capacidade da empresa em maximizar o lucro líquido por unidade de cotas, no caso de uma empre-sa por cotas de responsabilidade limitada, ou por ações, no caso de uma sociedade anônima, por meio da utilização de encargos financeiros fixos.

� Apropriação de receita: apropriação das receitas, que podem ser associa-das a um produto individual (serviço, cliente etc.) de maneira economica-mente viável (custo efetivo).

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� Apropriação do custo: termo geral que engloba a apropriação direta dos custos a um objeto de custo e o rateio dos custos indiretos ao objeto de custo.

� Capital de giro: diferença entre os ativos e passivos circulantes ou entre o patrimônio liquido acrescido do exigível a longo prazo e o ativo permanente acrescido do realizável a longo prazo. A diferença significa o montante de recursos a longo prazo aplicados no financiamento das necessidades corren-tes de recursos da empresa, ou seja, o grau de sucesso da empresa ao obter recursos de longo prazo para financiamento das necessidades de curto prazo.

� Centro de custo: unidade acumuladora de custos; centro de responsabilida-de em que o gerente responde somente pelos custos.

� Ciclo de caixa: um dos fatores mais importantes na determinação da neces-sidade de capital de giro. O ciclo de caixa é definido como o tempo decor-rido entre o pagamento da matéria-prima e o recebimento do produto da venda. Durante esse período, os recursos da empresa estão aplicados no capital de giro.

� Custeio direto: custeio direto (ou variável) é o método de se avaliar os es-toques de produtos atribuindo a eles apenas e tão somente os custos vari-áveis de fabricação, sendo os custos fixos descarregados diretamente como despesas do período.

� Custeio por absorção: Significa a apropriação, por parte dos produtos ela-borados pela empresa, de todos os custos incorridos no processo de fabri-cação, quer estejam diretamente vinculados ao produto, quer se refiram à tarefa de produção em geral e só possam ser alocados aos bens fabricados indiretamente, isto é, mediante rateio.

� Custo: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços: são todos os gastos relativos à atividade de produção.

a Custo ABC: o custo ABC – Activity Basead Costing é uma das maneiras que dispomos para calcular os custos da empresa, mas não é a única. É uma metodologia que procura reduzir sensivelmente as distorções pro-vocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos.

b Custo de capital: pode ser definido como a taxa de retorno necessária à cobertura das despesas financeiras geradas por investimentos realizados por uma empresa, de forma a manter inalterado o valor atual dos lucros esperados. A determinação do custo de capital é fundamental para as decisões de investimento, seja por meio da compra ou do aluguel de um bem e para a definição da estrutura de capital.

c Custo de manutenção de estoque: é composto do investimento reali-zado em estoques acrescido dos custos financeiros relativos a armazena-gem, manuseio, impostos, seguros, depreciação e obsolescência.

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d O valor do custo de manutenção é igual ao custo unitário de manuten-ção de cada item componente do estoque multiplicado pelo estoque médio (o estoque médio no período vai depender da frequência dos pedidos de renovação dos estoques).

e Custo de oportunidade de capital: sempre que se for investir, deve-se decidir por uma alternativa de investimento em detrimento às demais opções existentes naquele momento, utilizando implicitamente o critério de optar pela alternativa que gerará o maior retorno.

f Custo de produção: é o custo do que foi produzido em um período.

g Custo de transformação: representa o esforço da empresa para transfor-mar o material adquirido do fornecedor em produto acabado. É a soma da mão de obra direta mais os gastos gerais de fabricação (GGF).

h Custo direto: podem ser apropriados diretamente aos produtos fabrica-dos, porque há uma medida objetiva de seu consumo nessa fabricação.

i Custo dos produtos fabricados: representa a soma dos custos dos pro-dutos fabricados até o momento do encerramento do exercício, ou seja, é o custo da produção do período mais o custo da produção dos perío-dos anteriores ainda em estoque.

j Custo dos produtos vendidos: é o custo dos produtos entregues aos clientes em um período, ou seja, o custo dos produtos acabados que saíram do depósito. Representa a parcela de custo confrontada com a receita visando à apuração do resultado.

k Custo fixo: seu valor é o mesmo qualquer que seja o volume e a produ-ção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado pelo mesmo valor, qualquer que seja o nível de produção, inclu-sive no caso de a fábrica nada produzir.

l Custo indireto: depende de cálculos, rateios ou estimativas para ser apropriado em diferentes produtos, portanto, só é apropriado indireta-mente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é chama-do de base ou critério de rateio.

m Custo padrão: é um custo determinado da forma mais científica possível pela engenharia de produção da empresa, dentro de condições ideais de qualidade dos materiais, de eficiência da mão de obra e com o mínimo de desperdício de todos os insumos envolvidos.

n Custo padrão corrente: situa-se entre o ideal e o estimado. Ao contrário deste último, para fixar o corrente, a empresa deve proceder a estudos para uma avaliação da eficiência da produção. Por outro lado, ao contrá-rio do ideal, leva em consideração as deficiências que, reconhecidamen-te, existem, mas que podem ser sanadas pela empresa, pelo menos, a curto e médio prazos. Esse tipo de custo padrão pode ser considerado o mais adequado para fins de controle.

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o Custo padrão estimado: é o determinado simplesmente por meio de uma projeção, para o futuro, de uma média dos custos observados no passado, sem qualquer preocupação de avaliar a ocorrência de ineficiên-cias na produção.

p Custo primário: é a soma da matéria-prima mais a mão de obra direta.

q Custo semifixo: custos semifixos são fixos em determinada faixa de pro-dução, mas variam se houver uma mudança nessa faixa.

r Custo semivariável: custos semivariáveis variam com o nível de produ-ção, entretanto, têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima, mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor da conta dependa do número de quilo-watts consumidos e, portanto, do volume de produção da empresa.

s Custo variável: seus valores alteram-se em função do volume de pro-dução da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção.

� Depreciação acelerada: método de depreciação em que, nos primeiros anos após o investimento, a depreciação é maior do que no método linear.

� Depreciação linear: método de depreciação em que o mesmo valor é consi-derado a cada ano.

� Desembolso: saídas de caixa para atender a aquisição de um bem ou ser-viço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto, defasada ou não do gasto.

� Despesa: gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produti-vas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas.

� Estoque: os estoques são um dos itens mais significativos do investimento em ativo circulante de qualquer empresa industrial. Da mesma forma que no contas a receber, existe uma relação direta e de interdependência entre as vendas e os estoques. No entanto, enquanto o contas a receber cresce após a venda, o nível de estoques cresce antes de a venda ocorrer, fato gerador de uma diferença fundamental.

Tipos de Estoque:

a Matéria-prima: qualquer tipo de indústria tem algum tipo de matéria-prima em seu estoque. O nível de cada tipo vai depender da análise de vários fatores.

b Produto em fabricação: compreende o estoque de todos os itens que estão sendo utilizados no processo produtivo. Existe uma relação dire-ta entre a duração do ciclo de produção e o nível médio de estoque de produção em elaboração, isto é, quanto maior for o ciclo de produção, maior será o nível de estoque de produtos em fabricação.

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c Produtos acabados: o estoque de produtos acabados compreende os produtos já terminados, mas ainda não vendidos. Como na maioria das empresas industriais a produção corre antes da venda, o nível de produ-tos acabados é determinado pelas projeções de vendas, pela capacida-de de produção e pelo nível de investimentos requeridos em produtos acabados.

� Fluxo de caixa: tem por objetivo principal a projeção das entradas e das saídas dos recursos financeiros da empresa em determinado período de tempo.

� Gasto: sacrifício com o qual a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço, representado por entrega ou promessa de entrega de ativos.

� Giro de caixa: representa o número de vezes que o caixa girou no período de análise e utiliza a mesma conceituação teórica de giro do estoque, contas a receber e contas a pagar.

� Investimento: gasto com bens ou serviços ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros.

� Liquidez: mostra a base da situação financeira da empresa. Os índices de liquidez são índices que confrontam ativos circulantes e dívidas. Uma em-presa com bons índices de liquidez tem condição de ter boa capacidade de pagar suas dívidas.

� Lucratividade: é a relação do valor do lucro com o montante de vendas, ou seja, divide-se o valor do lucro pelo volume de vendas (lucro líquido/ven-das).

� Lucro: de uma forma simplificada, nada mais é do que o resultado positivo, deduzidos das vendas os custos e as despesas da atividade.

a Lucro líquido operacional: margem operacional deduzidas as despesas financeiras líquidas e as perdas com devedores duvidosos.

b Lucro operacional: o lucro operacional é igual às receitas totais das operações menos os respectivos custos totais.

c Margem de contribuição: o conceito de margem de contribuição está associado à identificação do custo imediatamente “emergente” na produ-ção de determinado produto. O custo que varia de acordo com a produ-ção, ou seja, que surge em função dela e que se chama “variável” possi-bilita o cálculo do lucro marginal.

� Ponto de equilíbrio: significa a quantidade que equilibra a receita total com a soma dos custos e despesas relativos aos produtos vendidos.

a Ponto de equilíbrio econômico: é a quantidade que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas acrescidas de uma remuneração mínima (custo de oportunidade) sobre o capital investido pela empresa.

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b Ponto de equilíbrio financeiro: é a quantidade que iguala a receita total com a soma de custos e despesas que representam desembolso financei-ro para a empresa. Nesse caso, os encargos da depreciação são exclusos por não representarem desembolso para empresa.

� Rentabilidade: refere-se ao resultado que possibilita a análise do retorno sobre o investimento realizado na empresa.

Aula 2: Demonstrações contábeis e demonstrações financeiras

Demonstrações exigidas pelas legislações (fiscal e comercial) (PORTAL..., 2010)

No ano de 1973, a união dos órgãos de contabilidade de dez países (Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Irlanda, Japão, México, Países Baixos e Reino Unido), por meio de um consenso, cria a International Accounting Standards Board (IASB), ou seja, “Comitê de Pronunciamentos Contábeis Inter-nacionais”, responsável pela emissão das International Financial Reporting Standards (IRFS), “Normas de Relatórios Financeiros Internacionais”, com o objetivo de formular e publicar, de forma totalmente independente, um novo padrão de normas contábeis internacionais que pudesse ser universamente aceito no mundo.

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A partir de 2005, 107 países adotaram as normas contábeis internacionais (IFRS). Com isso, várias companhias brasileiras adotam sua forma de escritura-ção, fato que conflitava com as leis brasileiras.

A adesão brasileira às Normas do IASB vem com a reforma da Lei das S.A. (6.404/76), que começou sua peregrinação pelo legislativo com PL 3.741/2000. Em 28 de dezembro de 2007, é assinada e vira Lei 11.638/2007. Essa nova Lei altera e revoga dispositivos da Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976 e da Lei 6.385 (CVM) de 7 de dezembro de 1976, além de estender às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras.

Das demonstrações financeiras de sociedades de grande porte, o Artigo 3º da Lei 11.638/07 e a MP 449/08 tornam obrigatória as DF’s às sociedades de gran-de porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, as disposições da Lei 6.404/76 sobre escrituração e elaboração de demonstrações financeiras, e a auditoria independente, por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários, bem como os parágrafos 2º e 3º do artigo 289 daquela lei.

O parágrafo único diz que considera-se de grande porte, para os fins exclusivos da lei, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tive-rem, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões.

Atenção A elaboração de demonstrações financeiras é obrigatória tanto por determinação da legislação comercial (Lei nº 11.638/07, art.3º.) quanto da legislação do Imposto de Renda. Na prática, as expressões “demonstrações financeiras” e “demonstrações contábeis” têm o mesmo significado, embora a segunda seja mais apropriada.

As principais demonstrações financeiras obrigatórias são:

1 Balanço Patrimonial (BP);

2 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);

3 Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE);

4 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);

5 Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

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O § 2ºdo artigo 186 da Lei nº 6.404/76 autoriza a inclusão da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados numa outra demonstração – a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, caso esta seja elaborada pela empresa.

Assim, as empresas que elaborarem tal demonstração ficam dispensadas de ela-borar, em separado, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, uma vez que estará, obrigatoriamente, incluída naquela.

Transcrição das demonstrações no livro diário

O balanço e as demais demonstrações contábeis de encerramento do exercício devem ser transcritos no livro diário, completando-se com assinaturas do con-tabilista e do titular ou do representante legal da empresa.

Igual procedimento deve ser adotado quanto a outras demonstrações contábeis que, eventualmente, sejam elaboradas por força de disposições legais, contratu-ais ou estatutárias.

Lucro real trimestral e balanço de suspensão/redução de estimativa

O balanço ou balancete levantado trimestralmente pelas pessoas jurídicas optantes pelo lucro real trimestral deve ser transcrito no livro diário. E no caso de balanço ou “balancete” levantado para efeito de suspensão ou redução de estimativa, a legislação do Imposto de Renda exige a transcrição no livro diário até a data fixada para pagamento do imposto do respectivo mês, ou seja, até o ultimo dia útil do mês seguinte ao de referência do imposto suspenso ou redu-zido.

Notas explicativas

As demonstrações financeiras das sociedades por ações devem ser comple-mentadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para esclarecimento da situação patrimonial e dos resul-tados do exercício.

Essa regra é dirigida, especificamente, para as sociedades anônimas, mas as demais empresas também podem utilizar notas explicativas e/ou quadros ana-líticos ou demonstrações que entender necessários para complementar suas demonstrações contábeis.

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Balanço patrimonial

O patrimônio da empresa é um conjunto de bens, direitos e obrigações. O con-junto de bens e direitos denomina-se ativo, e o conjunto de obrigações com terceiros denomina-se passivo (chamado de passivo exigível).

Atenção

Do patrimônio deriva o conceito de patrimônio líquido, mediante a equação (bens + direitos) - (obrigações) = patrimônio líquido.

Considerando-se que (bens + direitos) = ATIVO e que obrigações = PASSIVO exigível, então, essa mesma equação pode ser assim representada:

Ativo - passivo = patrimônio líquido.

A diferença entre ativo total e passivo eExigível é igual ao patrimônio líquido. Se o ativo contém os bens e direitos e o passivo exigível contém as obrigações, podemos dizer que o patrimônio líquido é a situação líquida do patrimônio, ou a diferença entre o que a empresa “tem” e o que ela “deve”.

Pergunta

Você sabe o que é patrimônio?

É considerado patrimônio tudo aquilo que a empresa possui. Trata-se do con-junto de bens, direitos e obrigações, assim entendidos:

� Bens: estoques de mercadorias, móveis e utensílios de uso da empresa, suas instalações, prédios, galpões, veículos etc.

� Direitos: valores a receber (de clientes ou não), como por exemplo, as dupli-catas a receber, eventuais empréstimos efetuados a terceiros etc.

� Obrigações: dívidas da empresa, por exemplo, com seus fornecedores (aqueles de quem adquire mercadorias, matérias-primas etc.), tributos a pa-gar, aluguel a ser pago, água, energia elétrica e telefone já consumidos, mas ainda a pagar etc.

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O balanço patrimonial é exatamente a representação gráfica do patrimônio.

Do balanço constam os valores do ativo, do passivo exigível e do patrimônio líquido em determinado momento (na data em que o balanço for elaborado, ou “levantado”, como se costuma dizer).

Estruturalmente, o balanço divide-se em duas colunas: ativo e passivo. A colu-na do ativo subdivide-se em bens e direitos, e a coluna do passivo, em passivo exigível e patrimônio líquido.

Tabela 1 – Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO

Bens Serviços 1. Passivo exigível 2. Patrimônio líquido

1 Passivo exigível: são as obrigações (dívidas) para com terceiros, sob as mais variadas formas.

2 Patrimônio líquido: é a situação líquida do patrimônio.

No passado, dizia-se que existiam dois passivos: o pPassivo exigível (dívidas com terceiros) e o passivo não exigível, que seria justamente o patrimônio líqui-do, ou seja, o que a empresa “devia” a seus sócios.

A conclusão tinha certa lógica: a diferença entre o que a empresa “tem” e o que ela “deve” a terceiros, se positiva, seria o que ela “deve” a seus sócios (basica-mente, o capital por eles investido na empresa e os lucros por ala auferidos). E essa “dívida” não seria, pelo menos em princípio, cobrada pelos sócios, como fariam terceiros – daí a denominação “não exigível”.

“Passivo” é, genericamente, a denominação que se dá a “dividas”, “obriga-ções”.

Para que você consiga visualizar melhor esse assunto, pense no exemplo de estrutura do balanço patrimonial abaixo.

Suponhamos que, na data de levantamento do balanço, a empresa tenha de bens 3.000,00 e de direitos 7.000,00, e ainda deva 7.000,00 (obrigações com terceiros). Consequentemente, o valor do patrimônio líquido será 3.000,00, e o balanço, resumidamente, terá a seguinte configuração:

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Exemplo 1

Tabela 2 - Exemplo 1 de Balanço de Patrimônio

ATIVO PASSIVO

Bens ........................... 3.000,00 Obrigações com terceiros ........... 7.000,00

Direitos ..................... 7.000,00 Patrimônio líquido ..................... 3.000,00

Total do ativo ............... 10.000,00 Total do passivo ...................... 10.000,00

É fácil concluir, então, que, se a empresa tiver um montante de obrigações maior do que de bens e direitos, seu patrimônio líquido será negativo.

Essa situação, obviamente desfavorável, também é conhecida como “passivo a descoberto”, pois a soma de tudo o que a empresa possui é inferior ao valor que ela deve a terceiros.

Ou seja: conceitualmente, mesmo que a empresa venda todos os seus bens e receba tudo o que tem direito não terá como pagar suas dívidas com terceiros.

Observe outro exemplo:

Vamos supor que, na data de levantamento do balanço, a empresa tenha de bens 3.000,00 e de direitos 5.000,00, e ainda deva 9.000,00 (obrigações com ter-ceiros). Nesse caso, o valor do patrimônio líquido será de (–1.000,00) e o balan-ço terá a seguinte configuração:

Exemplo 2

Tabela 3 – Balanço de Patrimônio

ATIVO PASSIVO

Bens ........................... 3.000,00 Obrigações com terceiros ........... 9.000,00

Direitos ..................... 5.000,00 Patrimônio líquido .................... (1.000,00)

Total do ativo......................... 8.000,00 Total do passivo.......................... 8.000,00

O balanço patrimonial é formado por contas, como veremos a seguir. A finalida-de da conta é representação de fatos e valores.

As demonstrações contábeis são compostas de contas patrimoniais e de resul-tado. Já as contas patrimoniais são agrupadas no balanço, e as contas de resul-tado, na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

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Ao longo do período (normalmente um ano), as contas vão recebendo valores (a débito e/ou a crédito) por meio dos lançamentos contábeis, cuja execução será focalizada. No balanço, as contas são agrupadas com a indicação do saldo destas na data do levantamento (geralmente, em 31 de dezembro).

Grupos de contas do ativo e do passivo

No ativo, as contas são dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados.

PerguntaLiquidez? O que é isso?

Liquidez significa a condição que o “bem” tem de se transformar em moeda corrente. Assim, no ativo, a primeira conta que aparece é sempre o caixa, que representa o dinheiro em poder da empresa, em seguida, os depósitos à vista e assim por diante. Portanto, as contas são relacionadas no ativo partindo-se da mais líquida (caixa) para as menos líquidas (por exemplo: um bem do ativo imo-bilizado, que se converte em moeda corrente somente se e quando a empresa o vender).

No passivo, as contas são classificadas em ordem de prioridade de pagamento. Portanto, têm-se, sempre, os passivos trabalhistas em primeira ordem, poste-riormente, os fornecedores, e assim consequentemente.

Classificação das contas nos grupos do ativo

No ativo, as contas são classificadas do seguinte modo:

� Ativo circulante: são considerados ativos circulantes os bens que podem ser convertidos em dinheiro a curto prazo. São compostos por:

1 disponibilidades (caixa, bancos conta movimento etc.);

2 direitos (valores a receber, tais como duplicatas), inclusive estoques, rea-lizáveis até o término do exercício social subsequente (ou seja, durante o ano seguinte àquele a que se refere o balanço);

3 estoque (estão representados, basicamente, por: mercadorias para reven-da, produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas etc.).

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Denominam-se “estoques”:

a os bens destinados à fabricação de produtos (matérias-primas e materiais de consumo industrial);

b os produtos acabados e os em elaboração no momento de levantamento do balanço;

c os bens destinados à revenda (mercadorias);

d as embalagens e os bens destinados a consumo da própria empresa (o “al-moxarifado” de manutenção, de materiais de escritório etc.).

� Ativo não circulante:

1 Realizável a longo prazo:

� os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte (valores a re-ceber em prazo mais dilatado, tais como notas promissórias decorrentes da venda de bens do ativo imobilizado feitas a longo prazo);

� os direitos derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a socie-dades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da empresa, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da empresa.

2 Investimento:

� as participações permanentes no capital de outras sociedades (ou seja, o investimento feito pela empresa ao tornar-se sócia de outra pessoa jurídica);

� os direitos de qualquer natureza não classificáveis no ativo circulante e que não se destinem à manutenção da atividade da empresa (por exem-plo: imóveis adquiridos pela empresa mas não destinados ao uso).

3 Imobilizado:

� os bens destinados à manutenção das atividades da empresa (por exem-plo: móveis e utensílios de uso da empresa, suas instalações, maquiná-rios, prédios, galpões, veículos etc.).

4 Intangível:

� os direitos de propriedade industrial ou comercial (por exemplo: marcas e patentes).

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Contabilidade Gerencial

Classificação das contas nos grupos do passivo

No passivo, as contas são classificadas do seguinte modo:

� Passivo circulante:

Consiste nas obrigações da empresa, inclusive financiamentos para aquisição de bens e direitos do ativo permanente, dívidas com fornecedores de mercadorias, materiais e matérias-primas, tributos a pagar, aluguel a ser pago, água, energia elétrica e telefone a pagar etc, cujo vencimento ocorrerá no exercício seguinte.

� Passivo exigível a longo prazo:

Refere-se às obrigações da empresa, inclusive financiamentos para aquisição de bens e direitos do ativo permanente, cujo vencimento ocorrerá após o térmi-no do exercício seguinte. Inclui também as contas do “resultado de exercícios futuros”, que é dado pela diferença entre: as receitas de exercícios futuros e os custos e despesas a elas correspondentes (obedecendo ao grau de liquidez e solvência).

� Patrimônio líquido:

Conta do capital social que deve discriminar, pelos sócios ou acionistas, o mon-tante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

As reservas de capital são contas que registram:

� o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não capi-talizado, ou seja, enquanto não utilizado para aumento de capital (mediante alteração de contrato social);

� as doações eventualmente recebidas pela empresa, bem como as subven-ções porventura concedidas pelo governo;

� no caso de sociedades anônimas: ágio na emissão de ações; o produto da alienação de partes beneficiárias e o bônus de subscrição; e o prêmio rece-bido na emissão de debêntures;

� as reservas de lucros (contas constituídas pela apropriação de lucros da empresa);

� lucros ou prejuízos acumulados: conta que registra os resultados acumula-dos pela empresa – ainda não distribuídos ao titular, aos sócios ou ao acio-nista, no caso de lucros ou, ainda, não absorvidos por lucros posteriores, no caso de prejuízos.

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Contabilidade Gerencial

Demonstrações do resultado do exercício

Podemos dizer que o balanço patrimonial é a representação gráfica do patrimô-nio e que dele constam os valores do ativo, do passivo exigível e do patrimônio líquido em determinada data.

Há outra demonstração contábil, todavia, que indica o resultado (lucro ou pre-juízo) que a empresa apurou no ano e que abrange o período integral (normal-mente, de 1º de janeiro a 31 de dezembro): é a Demonstração do Resultado do Exercício.

Diferença fundamental entre as duas demonstrações:

No balanço patrimonial, é refletido um retrato da situação patrimonial da em-presa, ao demonstrar, de maneira agrupada, os saldos das contas empresariais e os saldos patrimoniais (ativo, passivo e patrimônio líquido). Ou seja, com esse balanço, obtém-se uma posição “financeira” que serve de base para os indica-dores financeiros de liquidez e endividamento da empresa.

Já a Demonstração do Resultado do Exercício apresenta, exclusivamente, da-dos relativos ao desempenho da empresa num período (normalmente, anual, semestral ou mensal), pois apresenta o saldo dos acumulados das contas de receitas, custos e despesas (as chamadas “contas de resultado”), ou seja, um posicionamento “econômico” da empresa, demonstrando a lucratividade da organização.

Apuração de resultados

O resultado apurado pela empresa é medido pelo confronto entre as receitas e os custos e despesas do período. Se positivo, o resultado será o lucro; se nega-tivo, o prejuízo.

Dica

Receitas – (custos e despesas) = lucro ou prejuízo

Para formar o conceito de resultado:

� Se as receitas forem maiores do que os custos e as despesas, a empresa teve “lucro”.

� Se os custos e as despesas forem maiores do que as receitas, a empresa teve “prejuízo”.

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Contabilidade Gerencial

Conceitos de receita, custos e despesa:

De uma maneira bastante simplificada, pode-se dizer que:

1 Receita é a renda que a empresa obtém pelas vendas de mercadorias e pro-dutos, pela prestação de serviços etc. (quer receba os valores à vista ou não).

2 Custo é o gasto relativo à aquisição ou produção de um bem de venda ou de uso. Por exemplo: para que uma empresa comercial venda mercadoria, ela, primeiramente, adquire essa mercadoria. O gasto com a aquisição é classificado como custo da mercadoria vendida.

3 Despesa é o gasto que a empresa tem com as demais “utilidades”, ou seja, os gastos com as vendas (comissões pagas a vendedores), com a administra-ção da empresa (aluguel, água, luz, telefone), com os juros de empréstimos bancários (despesas financeiras) etc.

AtençãoCusto e despesa têm o mesmo significado (gasto). A distinção que se faz entre ambos decorre da técnica de registro dos gastos e de sua apresentação na DRE (Demonstração do Resultado do Exercício).

Modelo de Demonstração de Resultado do Exercício

Roteiro de apuração do resultado do exercício:

� Elaborar um balancete de verificação, composto por contas cujos saldos serão extraídos do livro razão (ou razonete).

� Transferir os saldos das contas de despesas para a conta transitória Apura-ção do Resultado.

� Transferir os saldos das contas de receitas também para a conta Apuração do Resultado.

� Apurar o saldo da conta Apuração do Resultado. Essa conta receberá, em seu débito, os saldos das contas de despesas e, em seu crédito, os saldos das contas de receitas. Logo, se o saldo dessa conta for devedor, o resultado do período será “prejuízo”, e se o saldo for credor, o resultado será “lucro”.

� Transferir o resultado da conta Apuração do Resultado (conta transitória) para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados (conta patrimonial), do grupo do patrimônio líquido.

� Levantar o balanço patrimonial.

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Contabilidade Gerencial

Aula 3: Balancetes

A periodicidade dos balancetes é mensal, no entanto, esse período pode ser aumentado ou diminuído. A listagem de um elenco de contas com seus respec-tivos saldos não é suficientemente hábil para atender às necessidades de plane-jamento e controle das atividades da empresa.

A eficiência de um balancete somente será válida se estiver estruturada em nível de balanço, de maneira que todas as apropriações, (provisões, depreciações, amortizações, etc.) ajustes e custos integrados sejam consideradas no devido tempo. Acompanhe a estrutura:

� deve estar disposto em forma de balanço;

� deve se apresentar de forma comparada;

� deve apresentar as mutações patrimoniais;

� deve apresentar a demonstração de origem e aplicação de recursos.

Pergunta

Você já ouviu falar em balancete de verificação? Saberia dizer como ele deve ser feito?

O balancete de verificação (ou balancete de verificação do razão) consiste na relação das contas (patrimoniais e de resultado) com seus respectivos saldos contábeis, extraídos em determinada data. É por meio dele que inúmeros re-sultados importantes para a contabilidade de uma empresa são revelados, pois sua finalidade é agrupar as contas e tomar por base os saldos dessas contas no razão.

Normatização

Os critérios a serem observados pelas pessoas jurídicas para efeito de elabo-ração do balancete de verificação são regidos pela NBC T.2.7 – Do Balancete, aprovada pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) por meio da Resolução nº 685/90.

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Contabilidade Gerencial

Sublinha-se que a inobservância da Norma Brasileira de Contabilidade, aprova-da pelo Conselho Federal de Contabilidade, constitui infração ao exercício legal da profissão (alínea “C” e caput do artigo 27 do Decreto-lei nº. 9.245/46), assim como infração ao Código de Ética Profissional do Contabilista.

Conteúdo

Segundo a citada NBC T.2.7, os elementos mínimos que devem constar do ba-lancete são:

� identificação da entidade;

� data a que se refere;

� abrangência;

� identificação das contas e dos respectivos grupos;

� saldo das contas, indicando se são devedoras ou credoras;

� soma dos saldos devedores e credores;

Os saldos das contas que integrarão o balancete são os que constam do razão. Em face do método das partidas dobradas, é obvio que os saldos devedores e credores deverão ter o mesmo valor total, ou seja, o total dos débitos menos o total dos créditos deve ser igual a zero.

Balancete destinado a fins externos

O balancete é, geralmente, elaborado para fins internos, ou seja, para utilização da própria empresa.

Há casos, todavia, em que o balancete é elaborado para fins externos, como, por exemplo, para ser apresentado a bancos, fornecedores etc.

Se o balancete se destinar a fins externos, é necessário que contenha nome e assinatura do contabilista responsável pela Entidade, sua categoria profissional e número de registro no CRC.

De acordo com a Resolução CFC nº 874/2000, em qualquer documento vincula-do à responsabilidade técnica, deverá ser utilizada a Declaração de Habilitação Profissional (DHP), confeccionada na forma de etiqueta autoadesiva. Isso se aplica, especialmente:

� às demonstrações contábeis;

� aos laudos e pareceres;

� às Declarações de Percepções de Rendimentos (Decore) ou documentos oriundos de convênios firmados pelo CRC.

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Contabilidade Gerencial

Periodicidade

O balancete de verificação deve ser elaborado mensalmente, no mínimo.

Em cada balancete mensal, poderá haver a indicação tanto dos saldos do mês a que se refere quanto dos saldos acumulados no período de janeiro até o mês em que o balancete esteja sendo levantado.

Como você já viu anteriormente, o grau de detalhamento do balancete deve ser adequado à sua finalidade.

Elaborando um balancete

O modelo de balancete costuma conter o movimento a débito e a crédito da cada conta e o respectivo saldo. O modelo 1, que você verá mais adiante, con-tém apenas os saldos.

Como você já estudou, a NBC T.2.7 exige que o balancete contenha, no mínimo, os saldos das contas da empresa (modelo 2), ou seja, não são exigidos os movi-mentos a débito e a crédito. Ambas as formas podem ser utilizadas.

As contas que estão com saldo zero (no exemplo, “capital a integralizar”) po-dem ou não constar no balancete – isso vai variar de acordo com os interesses dos usuários (internos ou externos).

Há várias maneiras de se apresentar um balancete de verificação. É possível representá-lo com os saldos iniciais de cada conta (devedor ou credor) e com os respectivos movimentos no período (débitos e créditos) ou, simplesmente, com os saldos finais das contas (devedor ou credor). Esse último caso é o mais comum e também o mais prático.

Para ilustrar, veja a análise de um modelo de balancete para fins internos, ela-borado de acordo com os critérios previstos na mencionada NBC T.2.7.

Modelo 1

Tabela 4 – Modelo de Balancete para fins internos

ContasMovimento Saldo

Débitos Créditos Devedor CredorCaixa 45.000,00 40.000,00 5.000,00

Bancos 34.000,00 9.000,00 25.000,00 Veículos 24.000,00

Duplicatas a pagar 24.000,00 24.000,00Capital social 40.000,00 40.000,00

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Vendas 5.000,00 5.000,00Compras 14.000,00 14.000,00 Aluguéis 1.000,00 1.000,00

Totais 118.000,00 118.000,00 69.000,00 69.000,00valores em reais (R$)

Observe que, nesse tipo de balancete, são listados os movimentos de cada con-ta, além dos seus respectivos saldos finais.

Modelo 2

Tabela 5 – Modelo de Balancete para fins internos

ContasSaldo

Devedor CredorCaixa 5.000,00

Bancos 25.000,00 Veículos 24.000,00

Duplicatas a pagar 24.000,00Capital social 40.000,00

Vendas 5.000,00Compras 14.000,00 Aluguéis 1.000,00

Totais 69.000,00 69.000,00valores em reais (R$)

Note que, tanto no modelo 1 como no modelo 2, podemos observar tanto con-tas patrimoniais como contas de resultado.

O que se verifica, na prática, é que um balancete com as prescrições mínimas exigidas pelo CFC poderia atender às necessidades para a avaliação de investi-mentos pela equivalência patrimonial, ou o lucro acumulado no ano, desde 1º de janeiro ou desde a data de início de atividade, para a redução ou suspensão do pagamento do IRPJ e da CSL – pois evidenciariam saldos de final de perío-do. Porém, não conteria informações suficientemente claras para a apuração de resultados do lucro trimestral, pois trata-se de resultados de períodos interme-diários.

Um dos modelos de balancete mais utilizado é o que contém colunas para os saldos iniciais, para as movimentações a débito e a crédito e para os saldos finais. Veja o modelo a seguir.

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Tabela 6 – Modelo de Balancete mais Utilizado

EXEMPLO LTDA.CNPJ XX.XXX.XXX/0001-XXBALANCETE DE VERIFICAÇÃO LEVANTADO 31/01/2010 - ABRANGÊNCIA 1º A 31 DE JANEIRO/2010

Contas Saldos – R$ Movimentação Saldos – R$Códi-

goTítulo Devedores Credores Débitos

Crédi-tos

Deve-dores

Cre-dores

1. Ativo 1.1. Circulante (...)

1.2Realizável a longo pazo

(...) 1.3 Permanente

1.3.1 Investimentos (...)

1.3.2 Imobilizado (...)

1.3.3 Diferido (...)

1.3.4 Intangível (...) Total do ativo 2. Passivo

2.1 Circulante (...)

2.2Exigível a

longo prazo (...)

2.3Patrimôniolí-

quido (...)

Total do pas-

sivo 3. Receitas (...)

Total das receitas

4. Despesas (...)

Total das despesas

Total geral

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49Unidade 2

Contabilidade Gerencial

Aula 4: Plano de contas

O plano de contas é, na essência, um guia que norteia os trabalhos contábeis de registro de fatos e atos inerentes à empresa e serve de parâmetro para a elaboração das demonstrações financeiras (ou demonstrações contábeis). Sua finalidade principal é estabelecer normas de conduta para o registro das opera-ções da organização.

Para montar um plano de contas adequado, três objetivos fundamentais devem ser considerados:

� atender às necessidades de informação da administração da empresa;

� observar o formato compatível com os princípios de contabilidade e com a norma legal que regula elaboração do balanço patrimonial e das demais demonstrações contábeis;

� adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos à empresa (fornecedores, bancos, fisco, auditoria externa) e, particularmente, às regras da legislação do Imposto de Renda. Na prática, essa adaptação é feita quase automaticamente, adotando-se um plano de contas que, embora atenda às exigências internas da empresa, não seja excessivamente “diferen-te” dos modelos usualmente utilizados.

O plano de contas é o instrumento que o profissional consulta quando vai fazer um lançamento contábil, pois indica qual conta deve ser debitada e qual conta deve ser creditada.

Genericamente tido como um simples elenco de contas, o plano de contas é muito mais do que isso. Constitui um conjunto de normas das quais pertencem o chamado Manual de Contas, que contém a descrição do funcionamento de cada conta, com comentários e indicações gerais sobre a aplicação e o uso de uma das contas (para que serve, o que deve conter e outras informações sobre critérios gerais de contabilização). Há empresas que, de fato, adotam esse crité-rio, mas há muitas outras também que se limitam ao elenco de contas, tal como aqui faremos, levando em consideração os limites de aplicação prática deste Curso (PORTAL..., 2010).

Segue um modelo de plano de contas (elenco de contas) que, com as devidas adaptações, pode ser utilizado por empresas industriais, comerciais ou presta-doras de serviços.

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Contabilidade Gerencial

Tabela 7 – Modelo de Plano de Contas

Contas patrimoniais

Ativo circulante Disponível (caixa e bancos)

Ativo realizável a longo prazo

ClientesDespesas antecipadas

Direito realizáveis (após 12 meses)

Ativo permanente InvestimentosImobilizado

DiferidoPassivo circulante Fornecedores

Obrigações tributáriasObrigações de curto prazo

Exigível a longo prazo Obrigações de longo prazoResultados de exercícios

futurosReceitas de exercícios futuros

Custos e despesas referentes às receitas

Patrimônio líquido Capital social

Contas de resultado

Reservas de capitalReservas de reavaliação

Receita bruta de serviços Mercado nacionalExportação

ProjetoProcessoAtividade

Custo de operações de serviço

Processo essencial

Compreender mercado e clienteRealizar acordo de serviços

Desenvolver o sistemaEfetuar treinamento

Prestar suporte ao clienteProcesso de apoio

Desenvolver estratégiasGerenciar informações financei-

rasGerenciar recursos físicos

Executar programas de quali-dade

Gerenciar recursos humanosProver relacionamentos exter-

nos

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Contabilidade Gerencial

Partindo desse modelo, e após verificar as reais necessidades da empresa, o profissional eliminará contas excessivas e incluirá outras, que se revelarem ne-cessárias, bem como adotará a codificação e as subdivisões que se mostrarem mais convenientes.

AtençãoA codificação das contas merece sua atenção, pois, além de agilizar, na prática, o trabalho de classificação de documentos, é ainda, um elemento indispensável para o efeito do processamento de dados.

Denominação (título) da conta

O título de uma conta deve expressar o significado adequado das operações nela registradas.

A importância da adequada denominação das contas decorre do fato de que as denominações contábeis não são de utilização apenas da própria empresa; são, também, analisadas por auditores, fornecedores, instituições financeiras e, é cla-ro, pelo fisco. Além disso, se a empresa for uma sociedade anônima de capital aberto (com ações negociadas em bolsas de valores), é fundamental que suas demonstrações tenham uma linguagem precisa e, tanto quanto possível, clara, para facilidades, em particular, de seus acionistas e do mercado em geral.

O conceito de conta é atrelado à sua finalidade, que é a representação de fatos e valores.

Como vimos na unidade anterior, as demonstrações contábeis são compostas de contas patrimoniais e de resultado, as quais devem distinguir-se, normal-mente, por sua própria denominação.

Embora seja, em tese, desejável certa padronização geral das contas (e, assim, dos diversos planos de contas das diversas empresas), deve ser preservado o respeito às peculiaridades dos vários ramos de atividades. Desse modo, a denominação de uma conta deve ser adaptada, quando necessário, à atividade específica de cada empresa.

Denominações do tipo “despesas diversas” devem ser evitadas tanto quanto possível, pois geram o agrupamento em uma só conta de fatos diversos que deveriam estar registrados em contas específicas.

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Contabilidade Gerencial

Modelos de plano de contas

O modelo aqui apresentado possui cinco tópicos principais, que se desmem-bram em vários subtópicos, que, por sua vez, detalham outros itens integrantes a eles. Os cinco tópicos são: ativo, passivo, contas de resultados com foco em custos e despesas, contas de resultado com foco em Receitas e contas de apu-ração.

1 – Ativo

1.1 – Ativo Circulante

1.1.1 – Disponível

1.1.1.1 – Caixa

1.1.1.2 – Banco conta movimento

1.1.1.3 – Aplicações financeiras de liquidez imediata

1.1.2 – Clientes

1.1.2.1 – Duplicatas a receber

1.1.2.2 – (-) Duplicatas descontadas

1.1.2.3 – (-) Créditos vencidos e não liquidados*

*A conta “crédito vencidos e não liquidados” está em conformidade com o que dispõe a Lei nº 9.430/96, artigo 10, II. Esse diploma legal tornou indedutível, a partir de 1º de janeiro de 1997, a antiga “provisão para crédito de liquidação duvidosa”, tanto para fins de Imposto de Renda quanto da contribuição social sobre o lucro. Se a empresa optar por constituir a provisão indedutível, importa observar que esta será, também, conta redutora de “clientes”.

1.1.3 – Outros créditos

1.1.3.1 – Bancos conta vinculada

1.1.3.2 – Títulos a receber

1.1.3.3 – Cheques em cobrança

1.1.3.4 – Dividendos a receber

1.1.3.5 – Importações em andamento

1.1.3.6 – Adiantamentos a fornecedores

1.1.3.7 – Adiantamentos a empregados

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Contabilidade Gerencial

1.1.3.8 – Empréstimos a empregados

1.1.4 – Tributos a recuperar/compensar

1.1.4.1 – IPI a recuperar

1.1.4.2 – ICMS a recuperar

1.1.4.3 – Imposto de Renda Retido na Fonte

1.1.4.4 – Imposto de Renda Pago por Estimativa

1.1.5 – Aplicações financeiras

1.1.5.1 – Aplicações financeiras com rendimentos pós-fixados

1.1.5.2 – Aplicações financeiras com rendimentos pré-fixados

1.1.5.3 – Ações

1.1.5.4 – Debêntures (titulo de divida amortizável)

1.1.6 – Estoques

1.1.6.1 – Mercadorias para revenda

1.1.6.2 – Matérias primas

1.1.6.3 – Material de embalagem e acondicionamento

1.1.6.4 – Outros materiais de consumo industrial

1.1.6.5 – Produtos acabados

1.1.6.6 – Produtos em elaboração

1.1.7 – Despesas pagas antecipadamente

1.1.7.1 – Prêmios de seguros a apropriar

1.1.7.2 – Assinaturas e anuidades

1.2 – Ativo Não Circulante

1.2.1 – Ativo Realizável A Longo Prazo

1.2.1.1 – Clientes

1.2.1.1.1 – Duplicatas a receber

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Contabilidade Gerencial

1.2.1.1.2 – (-) Duplicatas descontadas

1.2.1.2 – Outros créditos

1.2.1.2.1 – Títulos a receber

1.2.1.2.2 – Bancos conta vinculada

1.2.1.2.3 – Empréstimos a controladora, controladas e coligadas

1.2.1.2.4 – Empréstimos a sócios, administradores e pessoas ligadas

1.3 – Ativo Permanente

1.3.1 – Investimentos

1.3.1.1 – Participação em empresas controladas e coligadas – equi-valência patrimonial

1.3.1.2 – Participação em empresas controladas e coligadas – custo corrigido

1.3.1.3 – Outras participações societárias

1.3.1.4 – Participações por incentivos fiscais (Finor, Finam)

1.3.1.5 – Imóveis não destinados ao uso

1.3.2 – Imobilizado

1.3.2.1 – Terrenos

1.3.2.2 – Edifícios

1.3.2.3 – Construções

1.3.2.4 – Móveis e utensílios

1.3.2.5 – Máquinas, equipamentos e ferramentas

1.3.2.6 – Veículos

1.3.2.7 – (-) Depreciações, amortizações e exaustões acumuladas

1.3.3 – Ativo intangível

1.3.3.1 – Recursos naturais

1.3.3.2 – Marcas, direitos e patentes

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55Unidade 2

Contabilidade Gerencial

2 – Passivo

2.1 – Passivo Circulante

2.1.1 – Empréstimos e financiamento

2.1.1.1 – Empréstimos bancários

2.1.1.2 – Empréstimo do exterior

2.1.1.3 – Financiamentos bancários

2.1.2 – Debêntures

2.1.2.1 – Debêntures conversíveis em ações

2.1.2.2 – Debêntures não conversíveis

2.1.2.3 – (-) Deságios a apropriar

2.1.3 Fornecedores

2.1.3.1 – Fornecedores nacionais

2.1.3.2 – Fornecedores estrangeiros

2.1.4 – Obrigações tributárias

2.1.4.1 – IPI a recolher

2.1.4.2 – ICMS a recolher

2.1.4.3 – ISS a recolher

2.1.4.4 – Provisão para Imposto de Renda

2.1.4.5 – Provisão para contribuição social sobre o lucro

2.1.4.6 – Imposto de Renda por estimativa a recolher

2.1.4.7 – Contribuição social sobre o lucro por estimativa a recolher

2.1.4.8 – Imposto de Renda na fonte a recolher

2.1.4.9 – PIS a recolher

2.1.4.10 – Cofins a recolher

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Contabilidade Gerencial

2.1.5 – Obrigações trabalhistas e previdenciárias

2.1.5.1 – Salário e ordenados a pagar

2.1.5.2 – Pro labore a pagar

2.1.5.3 – Gratificações a pagar

2.1.5.4 – INSS a recolher

2.1.5.5 – FGTS a recolher

2.1.5.6 – Provisão para férias

2.1.5.7 – Provisão para 13º salário

2.1.5.8 – INSS sobre provisão para férias

2.1.6 – Outras obrigações

2.1.6.1 – Adiantamentos de clientes

2.1.6.2 – Contas a pagar

2.1.6.3 – Energia elétrica, água e telefone a pagar

2.1.6.4 – Contas correntes

2.1.6.5 – Seguros a pagar

2.1.6.6 – Outras obrigações a pagar

2.1.6.7 – Juros sobre capital próprio a pagar

2.1.7 – Dividendos e participações

2.1.7.1 – Dividendos a pagar

2.1.7.2 – Participações a pagar

2.2 Passivo Exigível A Longo Prazo

2.2.1 – Empréstimos e financiamentos

2.2.1.1 – Empréstimos bancários

2.2.1.2 – Empréstimos estrangeiros

2.2.1.3 – Financiamentos bancários

2.2.1.4 – Financiamentos estrangeiros

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57Unidade 2

Contabilidade Gerencial

2.2.1.5 – Títulos a pagar

2.2.1.6 – Débitos com controladora, controladas e coliga-das

2.2.1.7 – Outros débitos com sócios, administradores e pessoas ligadas

2.2.2 – Fornecedores

2.2.2.1 – Fornecedores nacionais

2.2.2.2 – Fornecedores estrangeiros

2.2.3 – Outras obrigações

2.2.3. 1 – Contas a pagar

2.3 – Patrimônio Líquido

2.3.1 – Capital social

2.3.1.01 – Capital subscrito

2.3.1.02 – (-) Capital a integralizar

2.3.2 – Reservas de capital

2.3.2.01 – Correção monetária do capital integraliza-do*

2.3.2.02 – Ágio na emissão de ações

2.3.2.03 – Doações e subvenções para investimentos

2.3.2.04 – (-) Ações/Quotas em tesouraria

*A correção monetária das demonstrações financeiras foi revogada, inclusive para fins societários a partir de 1º de janeiro de 1996, por força do artigo 4º da Lei nº 9.249/95. Portanto, a conta Correção Monetária do Capital Integralizado somente apresentará saldo se a empresa não houver incorporado a reserva ao capital social.

2.3.3 – Reservas de reavaliação

2.3.3.1 – Reavaliação de ativos próprios

2.3.3.2 – Reavaliação de ativos de coligadas

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Contabilidade Gerencial

2.3.4 – Reservas de lucros

2.3.4.1 – Reserva legal

2.3.4.2 – Reserva estatutária

2.3.4.3 – Reserva para contingências

2.3.4.4 – Reserva de lucros e realizar

2.3.4.5 – Reserva especial

2.3.4.6 – (-) Ações /Quotas em tesouraria

2.3.5 – Lucros ou prejuízos acumulados

2.3.5.1 – Lucros acumulados

2.3.5.2 – (-) Prejuízos acumulados

3 – Contas de Resultados – Custos E Despesas

3.1 – Custos de Produção

3.1.1 – Custos diretos de produção

3.1.1. 1 – Material aplicado

3.1.1.2 – Mão de obra direta

3.1.1.3 – Gastos gerais

3.1.2 – Custos indiretos de produção*

3.1.2.1 – Mão de obra indireta

3.1.2.2 – Materiais de consumo indireto

3.1.2.3 – Materiais de manutenção e reparo

3.1.2.4 – Utilidades e serviços

3.1.2.5 – Aluguéis e arrendamentos

3.1.2.6 – Depreciações, amortizações e exaustões

3.1.2.7 – Combustíveis e energia elétrica

3.1.3 – Custos diretos da produção de serviços*

3.1.3.1 – Mão de obra direta

3.1.3.2 – Gastos gerais

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59Unidade 2

Contabilidade Gerencial

3.1.4 – Custos indiretos da produção de serviços*

3.1.4.1 – Mão de obra indireta

3.1.4.2 – Materiais de consumo indireto

* Os custos estão, aqui, apresentados de forma sintética. Portanto, as respecti-vas contas devem ser desdobradas em subcontas específicas, de acordo com as peculiaridades de cada empresa.

3.2 – Despesas Operacionais

3.2.1 – Despesas com vendas

3.2.1.1 – Salário e ordenados

3.2.1.2 – Pro labore

3.2.1.3 – Prêmio e gratificações

3.2.1.4 – 13º salário

3.2.1.5 – Férias

3.2.1.6 – INSS

3.2.1.7 – FGTS

3.2.1.8 – Indenizações e aviso prévio

3.2.1.9 – Assistência médica e social

3.2.1.10 – Comissões sobre vendas

3.2.1.11 – Propaganda e publicidade

3.2.1.12 – Amostras grátis

3.2.1.13 – Fretes e carretos

3.2.1.14 – Manutenção de veículos

3.2.1.15 – Despesas com viagens e representações

3.2.1.16 – Despesas com hospedagem

3.2.1.17 – Despesas com refeições

3.2.1.18 – Aluguéis

3.2.1.19 – Manutenção e reparos

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Contabilidade Gerencial

3.2.1.20 – Telefone

3.2.1.21 – Despesas postais e telegráficas

3.2.1.22 – Depreciações e amortizações

3.2.1.23 – Serviços prestados por terceiros

3.2.1.24 – Seguros

3.2.1.25 – Créditos vencidos e não liquidados*

* A conta Créditos Vencidos e Não Liquidados está em conformidade com a disciplina instituída pela Lei nº 9.430/96, que tornou indedutível, a partir de 1º de janeiro de 1997, a antiga Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, tanto para fins de Imposto de Renda como da contribuição social sobre o lucro. Se a empresa optar por constituir a provisão indedutível, importa observar que a contrapartida da provisão (despesa) será, também, classificada no subgrupo Despesas com Vendas.

3.2.2 – Despesas administrativas

3.2.2.1 – Salários e ordenados

3.2.2.2 – Pro labore

3.2.2.3 – Prêmio e gratificações

3.2.2.4 – 13º salário

3.2.2.5 – Férias

3.2.2.6 – INSS

3.2.2.7 – FGTS

3.2.2.8 – Indenizações e aviso prévio

3.2.2.9 – Assistência médica e social

3.2.2.10 – Aluguéis e arrendamentos

3.2.2.11 – Aluguéis de imóveis

3.2.2.12 – Aluguéis de máquinas e equipamentos

3.2.2.13 – Arrendamento de imóveis

3.2.2.14 – Arrendamento mercantil (leasing)

3.2.2.15 – PIS/Pasep*

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61Unidade 2

Contabilidade Gerencial

3.2.2.16 – Cofins*

3.2.2.17 – IPTU

3.2.2.18 – IPVA

3.2.2.19 – Taxas diversas

3.2.2.20 – Energia elétrica

3.2.2.21 – Água e esgoto

3.2.2.22 – Telefone

3.2.2.23 – Despesas postais e telegráficas

3.2.2.24 – Seguros

3.2.2.25 – Material de escritório

3.2.2.26 – Material de higiene e limpeza

* Exceto a parcela das contribuições ao PIS e Cofins incidente sobre a receita bruta de vendas e serviços, que deve ser lançada no subgrupo 4.1.2 (deduções da receita bruta).

3.3 – Despesas Não Operacionais

3.3.1 – Resultados não operacionais

3.3.1.1 – Perdas na alienação de participações em coliga-das

3.3.1.2 – Perdas na alienação de imóveis

3.3.1.3 – Outras baixas de ativo permanente*

*Utilizável para registro de baixas de bens do ativo permanente por obsolescên-cia, deterioração, desaparecimento, sinistro não ressarcido etc., ou seja, baixas em relação às quais não tenha havido o correspondente de receita.

4 – Contas de Resultados – Receitas

4.1 – Receitas Operacionais

4.1.1 – Receita bruta de vendas e serviços

4.1.1.1 – Receita de vendas de produtos

4.1.1.2 – Receita de vendas de mercadorias

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Contabilidade Gerencial

4.1.1.3 – Receita de prestação de serviços

4.1.2 – (-) Deduções da receita bruta

4.1.2.1 – (-) Cancelamento e devoluções

4.1.2.2 – (-) Descontos incondicionais

4.1.2.3 – (-) IPI*

4.1.2.4 – (-) ICMS

4.1.2.5 – (-) ISS

4.1.2.6 – (-) Cofins**

4.1.2.7 – (-) PIS**

*A conta IPI somente figurará entre os impostos incidentes sobre vendas se a empresa adotar o critério de contabilizar as vendas pelo valor total da nota fiscal (inclusive IPI).

**Somente a parcela da contribuição ao PIS e Cofins incidente sobre a recei-ta bruta de vendas e serviços. O valor relativo às demais receitas será lançado como despesa tributária.

4.1.3 – Receitas financeiras

4.1.3.1 – Juros de aplicações financeiras

4.1.3.2 – Juros ativos [outros]

4.1.3.3 – Descontos obtidos

4.1.4 – Recuperação de despesas

4.1.4.1 – Recuperação de créditos considerados incobráveis

4.1.4.2 – Reversão de provisões

4.1.5 – Outras receitas operacionais

4.1.5.1 – Aluguéis e arrendamentos

4.1.5.2 – Vendas acessórias

4.1.5.3 – Receitas de equivalência patrimonial

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63Unidade 2

Contabilidade Gerencial

4.2 – Receitas Não Operacionais

4.2.1 – Resultados não operacionais

4.2.1.1 – Resultados positivos alienação de investimentos

4.2.1.2 – Lucros na alienação de imóveis

4.2.1.3 – Lucros na alienação de móveis e utensílios

4.2.1.4 – Lucros na alienação de máquinas, equipamentos e ferramentas

4.2.1.5 – Lucros na alienação de veículos

5 – Contas de Apuração

5.1 – Custo dos Produtos e dos Serviços Vendidos

5.1.1 – Custo dos produtos vendidos

5.1.1.1 – Custo dos produtos vendidos

5.1.2 – Custo dos serviços prestados

5.1.2.1 – Custo dos serviços prestados

5.1.3 – Custos das mercadorias vendidas

5.1.3.1 – Custo das mercadorias vendidas

5.1.4 – Apuração do resultado do exercício

5.1.4.1 – Apuração do resultado do exercício

Colocando em prática

Agora que você finalizou a última unidade deste curso, que tal testar seus novos conhecimentos? Entre no seu AVA e realize as atividades propostas.

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Contabilidade Gerencial

Relembrando

Nesta unidade, você descobriu que a contabilidade gerencial só existe se houver uma ação que faça com que ela exista. Se, dentro de uma empresa, houver pessoas que consigam traduzir os conceitos contábeis em atuação prática, essa empresa terá uma contabilidade gerencial. Conheceu o objetivo das demonstrações contábeis, que é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômicas. Além disso, você, agora, já sabe diferenciar balanço de balancete, não é mesmo?

A definição de patrimônio dentro de uma empresa também foi estu-dada e, já que estamos relembrando: patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações, observando-se que o conjunto de bens e direitos denomina-se ATIVO e, o conjunto de obrigações com terceiros denomina-se PASSIVO (chamado de passivo exigível). É considerado patrimônio tudo aquilo que a empresa possui. Trata-se do conjunto de bens, direitos e obrigações.

Você viu, ainda, o significado de liquidez dentro do mundo contábil e a classificação das contas no passivo: circulante e exigível a longo prazo. E, para terminar, estudou as definições e atuações do patrimônio líqui-do e do balanço patrimonial.

Alongue-se

Que tal aproveitar uns minutinhos para relaxar? A ideia parece boa? Então, não pense duas vezes: dê aquela espreguiçada, respire e vá fazer alguma outra coisa que você está louco(a) para fazer!

Desafio

Antes de concluir o curso, você deve passar por um desafio. É impor-tante ter bastante atenção, pois um bom desempenho nesse exercício lhe garantirá o direito de receber seu certificado. Acesse seu Ambiente Virtual de Aprendizagem para iniciá-lo.

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O curso Contabilidade Gerencial proporcionou a você compreender a teoria e os objetivos contábeis, bem como as legislações brasileiras da área. Pos-sibilitou que você analisasse os princípios funda-mentais da área contábil e também mostrou como elaborar um Plano de Contas simplificado.

Espero que esses novos conhecimentos lhe sirvam com enorme eficiência e que o ajudem a ser um profissional cada vez melhor.

Palavras dos Conteudistas

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ROBERTO BRUM é consultor técnico de Gestão Fi-nanceira e professor dos cursos de Gestão Financei-ra, Gestão de Custos, Contabilidade Geral e Custos no SENAI/MT, na unidade SENAI CUIABÁ. Graduado em Economia pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é especialista em Finanças, Contro-ladoria e Auditoria pela FGV/UNIC-Cuiabá.

SOLANGE MENDES é consultora na área de Gestão no SENAI/MT em Cuiabá. Graduada em Administra-ção pela Universidade de Cuiabá (UNIC) e pós-gra-duada em Administração, Finanças e Negócios pela Escola Superior Aberta do Brasil (ESAB/ES).

Conhecendo os Autores

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CARVALHO, Carlos Augusto Freitas de. Assessoria financeira. Disponível em: <http://www.fnhrbs.com.br/site/assessoriaFinanceira.asp>. Acesso em: 8 set. 2010.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princí-pios fundamentais de contabilidade e normas brasileiras de contabilidade. São Paulo: Atlas, 1995.

CRIBB, André Yves. Princípios fundamentais de contabilidade. Disponível em: <http://www.algo-sobre.com.br/contabilidade-geral/principios-funda-mentais-de-contabilidade.html>. Acesso em: 8 set. 2010.

FLORÊNCIO, Sérgio Abreu e Lima; ARAÚJO, Ernesto H. F. Normas e práticas contábeis no Brasil. 2. ed. São Paulo, SP: Atlas, 1994.

GONÇALVES, Eugênio Celso; BAPTISTA, Antônio Eustáquio. Contabilidade geral. São Paulo, SP: Atlas, 1996.

GOUVEIA, Nelson. Contabilidade básica. 2. ed. São Paulo, SP: McGraw-Hill do Brasil, 1993.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. et al. Manual de contabi-lidade das sociedades por ações. 4. ed. rev. São Paulo, SP: Atlas, 1995.

PORTAL de Contabilidade. Guia contábil on-line. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/>. Acesso em: 5 out. 2010

______. Normas brasileiras de contabilidade nbc t 1 – estrutura conceitual para a elaboração e apre-sentação das demonstrações contábeis. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t1.htm>. Acesso em: 8 set. 2010.

Referências

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______. História da contabilidade. Disponível em: <http://www.portalde-contabilidade.com.br/tematicas/historia.htm>. Acesso em: 8 set. 2010.

UNICONTÁBIL – Assessoria Empresarial S/S LTDA. Áreas de atuação da contabilidade. Disponível em: <http://www.contabilidade.inf.br/areas_de_atuacao_da_contabilidade.asp>. Acesso em: 8 set. 2010.

WIKIPÉDIA. Contabilidade. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Contabilidade>. Acesso em: 8 set. 2010.