Contabilidade Online

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Itamar Miranda Machado Contabilidade

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  • Itamar Miranda Machado

    Contabilidade

  • IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel Curitiba PR 0800 708 88 88 www.iesde.com.br

    Todos os direitos reservados.

    2007 IESDE Brasil S.A. proibida a reproduo, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorizao por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

    B118 Machado, Itamar Miranda. / Contabilidade. / Itamar Mi-randa Machado. Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009.

    188 p.

    ISBN: 978-85-7638-769-5

    1. Contabilidade, Balano Patrimonial. 2. Demonstrao do Re-sultado do Exerccio (DRE). 3. Demonstraes Contbeis. 4. Tomada de Deciso. I. Ttulo.

    CDD 086.9

  • Itamar Miranda MachadoMestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de So Paulo (USP). Especialista em Cincias Contbeis pela Fundao Getulio Vargas (FGV). Bacharel em Cincias Contbeis pela Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais (PUC Minas). Executivo e Consultor na rea de Controladoria. Professor de Contabili-dade Financeira, Gesto Estratgica de Custos e Oramento Empresarial.

    Contabilidade

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    Estrutura Patrimonial e de Resultado 11

    11 | A Contabilidade e seus Usurios

    15 | Estrutura Patrimonial

    19 | Modelo de Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE

    Mtodo das Partidas Dobradas 41

    41 | Dbito e Crdito

    44 | Representao grfica dos lanamentos de dbito e crdito

    44 | Razonete x Balano

    48 | Caractersticas das partidas dobradas

    49 | O extrato bancrio e as partidas dobradas

    51 | Apurao do Resultado doExerccio ARE

    Princpios Contbeis: Entidade e Competncia 55 | Princpios Fundamentais da Contabilidade

    57 | Princpio da Competncia

    60 | Provises

    61 | Despesas Pagas Antecipadamente

    63 | Exerccio de fixao (resolvido)

    Demonstraes Contbeis I 71

    71 | Depreciao e Amortizao

    74 | Amortizao do Ativo Diferido

    77 | Demonstraes Contbeis

    78 | Balano Patrimonial

    55

  • Demonstraes Contbeis II 87

    87 | Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE

    Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos DOAR 105 | Explicao da variao do CCL

    107 | Conceito de origem e aplicao

    107 | Modelo da Doar

    109 | Esquema para elaborar a Doar

    119 | Demonstraes Contbeis: exerccio de fixao

    Relatrio da Diretoria, Notas Explicativas e Parecer dos Auditores 127 | Relatrio da Diretoria

    128 | Notas Explicativas

    132 | Parecer dos Auditores Independentes

    105

    127

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    sum

    rio

    Indicadores de Gesto 139

    143 | EBIT e EBITDA

    Consolidao das demonstraes contbeis 147 | Objetivo

    147 | Obrigatoriedade de Consolidao

    148 | Informaes adicionais s demonstraes consolidadas

    148 | Uniformidade de prticas

    149 | Tcnica de Consolidao

    150 | Participaes minoritrias

    Gabarito 157

    Referncias 185

    Anotaes 187

    147

  • IntroduoObjetivo Geral

    Propiciar aos participantes o entendimento dos conceitos, registros e dinmica contbil, bem como a interpretao dos fatos e a contribui-o das informaes no processo de tomada de decises.

    Entender as interfaces das demonstraes con-tbeis compreendendo como os fatos econmi-cos e financeiros afetam a situao patrimonial da empresa.

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

    A Contabilidade e seus Usurios

    Conceito e finalidade

    A Contabilidade um sistema bem estruturado que visa a transformao de dados em informaes. Funciona como um sistema fabril, uma indstria, por exemplo, que transforma matria-prima, insumos, mo-de-obra e horas de mquinas e equipamentos em produto acabado, portanto h uma entrada de recursos que, aps processados pela rea produtiva, gera o produto acaba-do. A Contabilidade tambm funciona dessa forma, pois h uma entrada de dados econmicos e financeiros (tudo que a empresa compra, vende, paga e recebe), e esses dados so processados e transformados em informaes, logo h uma entrada, um processamento e conseqentemente uma sada. Gouveia (1993, p. 1), caracteriza muito bem isso quando menciona que:

    Contabilidade um sistema muito bem idealizado que permite registrar as transaes de uma entidade que possam ser expressas em termos monetrios e informar os reflexos dessas transaes na situao econmico-financeira em uma determinada data.

    Dessa forma, pode-se concluir que o produto final da Contabilidade a gerao de informaes que possibilitam a consolidao das informaes econmico-financeiras e a elaborao de relatrios que contribuam para o processo de tomada de decises. Como afirma Marion (2003, p. 24) A Contabilidade a linguagem dos negcios. Mede os resultados das empre-sas, avalia o desempenho dos negcios, dando diretrizes para tomadas de decises.

    Usurios

    As pessoas que tomam suas decises baseando-se nas informaes con-tbeis so os chamados Usurios da Contabilidade, evidentemente cada usu-rio tem um objetivo diferente no momento da sua anlise, por exemplo:

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    Scios/Acionistas (investidores) : tm como finalidade principal anali-sar o retorno dos seus investimentos, verificando qual a lucratividade (rentabilidade) gerada e com que grau de segurana (risco), definindo se deve ou no continuar investindo recursos na empresa.

    Gestores : utilizam-se do fluxo contnuo de informaes sobre os mais variados aspectos da gesto financeira e econmica das empresas para direcionar suas decises estratgicas, tticas e operacionais.

    Governo : tem como grande finalidade a tributao e cobrana de im-postos e taxas, mas tambm utiliza as informaes contbeis geradas pelas empresas para dimensionar alguns indicadores da economia.

    Financiadores : normalmente, so as instituies financeiras que em-prestam recursos financeiros para as empresas, o grande objetivo das anlises desses usurios determinar a segurana de retorno do seu dinheiro emprestado. Uma anlise criteriosa das demonstraes con-tbeis do cliente contribui para definio do limite de crdito a ser concedido e da taxa de juro a ser aplicada.

    Fornecedores : so aqueles que vendem mercadorias e matrias-pri-mas a prazo para a empresa, a exemplo dos financiadores, tambm precisam determinar a segurana de recebimento do seu crdito.

    Esses dois ltimos usurios citados (financiadores e fornecedores) so os que chamamos de Credores da empresa, pois concederam crdito para elas. Alm desses usurios, podemos citar uma srie de outros como: os sin-dicatos, a imprensa, os institutos de pesquisa e at mesmo as pessoas fsicas de modo geral, dentre outros.

    Diferenas entre as Contabilidades Financeira, Gerencial e Fiscal

    A Contabilidade, para atender a essa gama enorme de usurios e cada um com objetivos diferentes, se segregou em pelo menos trs grandes reas: a Contabilidade Financeira, a Gerencial e a Fiscal.

    As informaes destinadas ao pblico em geral, principalmente aos cre-dores e aos investidores, so apuradas em conformidade com os Princpios Fundamentais de Contabilidade, que refletem em grau considervel, as exi-gncias destes interessados e constituem o que se convencionou denominar Contabilidade Financeira ou Societria.

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

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    As pessoas responsveis pela gesto empresarial, tambm precisam de informaes econmico-financeiras para executar seus trabalhos eficiente-mente. Embora grande parte dessas informaes estejam contidas nos re-latrios preparados para o uso externo (Contabilidade Financeira), freqen-temente necessitam ser tratadas com enfoque diferenciado para orientar as tomadas de decises. Esta abordagem no tratamento das informaes para uso interno constitui o que denomina-se Contabilidade Gerencial.

    Em inmeros pases, como no Brasil, acabou por haver uma prepondern-cia no atendimento aos interesses de um dos usurios externos da Contabi-lidade o Governo, uma vez que esse usurio tem o poder de fiscalizao, pois seu grande interesse poder tributar e para isso acompanha de perto o que se passa na Contabilidade dos seus contribuintes.1

    Como o peso e a influncia do Fisco muito grande e suas necessidades e imposies tm de ser seguidas, as empresas se viram foradas a direcionar grande parte do esforo da sua Contabilidade para atender apenas a este usurio. No entanto, graas ao alto nvel do profissional de Contabilidade que, com grande discernimento de sua responsabilidade social perante todos os demais usurios das informaes contbeis, soube impedir que a Contabilidade de modo geral fosse subjugada por um nico usurio. Portan-to para preservar a Contabilidade Financeira e a Gerencial criou-se, ento, uma rea destinada exclusivamente a esse usurio (governo), assim, nasceu a Contabilidade Fiscal, cuja preocupao maior a apurao de um resul-tado dentro dos cnones da legislao tributria.

    Para que se tenha uma nica base de dados, evitando retrabalhos, a Con-tabilidade Fiscal utiliza as informaes geradas pela Contabilidade Societria (Financeira) e efetua os ajustes dos lanamentos que no so aceitos pelo Fisco. Esses ajustes, que so tecnicamente denominados de adies e ex-cluses, so feitos num livro chamado LALUR Livro de Apurao do Lucro Real. Em termos prticos, na realidade, esse livro no apura o lucro real, mas sim o lucro fiscal.

    Muitos itens que so aceitos pela Contabilidade Societria no o so pela Fiscal, por isso a necessidade de se efetuar os ajustes, dentre eles os mais comuns so:

    Despesas sem comprovantes;

    Depreciao acelerada (acima das taxas estabelecidas);

    1 Contribuintes so pesso-as fsicas ou jurdicas que pagam impostos.

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    Despesas com multas;

    Resultado de Equivalncia Patrimonial;

    Recebimento de dividendos (quando transitam pelo resultado da em- presa);

    Gratificaes pagas aos administradores (scios/acionistas e diretores estatutrios);

    Doaes que no estiverem enquadradas nos limites da lei.

    Apenas para ilustrar, supondo que uma pessoa fsica obteve $ 10 000 de receitas no ano e pagou $ 4 000 de despesas com educao de um filho. Para simplificar o exemplo, vamos partir do pressuposto que houve apenas essa movimentao no ano. O Regulamento do Imposto de Renda das Pessoas F-sicas estipula limites para despesas com educao, supondo que esse limite seja de $ 2 200. Ento o lucro dessa pessoa seria assim apresentado:

    ItensContabilidade

    Societria FiscalReceitas 10 000 10 000

    Despesas com Educao (4 000) (2 200)

    Lucro 6 000 7 800

    Portanto, a pessoa obteve um lucro de $ 6 000 no ano, mas pagar impos-to sobre $ 7 800. Vale ressaltar, que o contribuinte pode gastar o valor que bem entender com educao, cada um livre para estudar onde se sentir melhor, mas o fisco para fins de deduo da base de clculo do imposto es-tabelece limites, que nesse exemplo de $ 2 200.

    A forma correta de apresentar o Lucro Fiscal, conforme mencionado, atravs dos ajustes feitos no LALUR, portanto seria demonstrado da se-guinte forma:

    Lucro Societrio 6 000

    Adies:

    Excesso de Despesas com Educao 1 800 (Diferena entre os $ 4 000 gastos e os $ 2 200 que o fisco aceita)

    Base de Clculo IR (Lucro Fiscal) 7 800

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

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    Quadro comparativo

    Contabilidade Caractersticas UsuriosFinanceira ou Societria Contabilidade gerada pelos lanamentos normais Em geral

    Gerencial Contabilidade Financeira ajustada por critrios internos Internos

    Fiscal Contabilidade Financeira ajustada por exigncias fiscais Governo (Fisco)

    Estrutura PatrimonialA estrutura patrimonial apresenta a composio dos bens, direitos,

    deveres e obrigaes de uma empresa, conforme a seguir:

    ATIVO(Bens e Direitos)

    PASSIVO EXIGVEL(Deveres e obrigaes)

    Capital de Terceiros

    PATRIMNIO LQUIDO(Capital Prprio)

    Ativo

    Conjuntos de bens e direitos, tangveis e/ou intangveis de uma empresa, expressos em moeda, que iro gerar benefcios presentes ou futuros.

    Exemplo: Dinheiro em caixa ou banco, contas a receber, mercadorias, ter-renos, mquinas, veculos, prdios e outros.

    Passivo

    Conjunto dos deveres e obrigaes de uma empresa, expressos em moeda. Passivo so dvidas, so valores devidos aos credores. Os credores, por se tratarem de pessoas externas, so denominados Capital de Terceiros, ou seja, o valor que a empresa deve para o mercado. Tambm chamado de Passivo Exigvel, uma vez que essas obrigaes tm um prazo de ven-cimento, cujo pagamento ser exigido em determinada data. Portanto, os termos: credores, capital de terceiros e exigibilidades so todos sinnimos de Passivo.

    Exemplo: Fornecedores, contas a pagar, ttulos a pagar, salrios e impos-tos a pagar dentre outros.

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    Patrimnio Total (ou Bruto)

    o total dos bens e direitos, ou seja, abrange tudo que uma entidade possui, portanto o seu Ativo.

    Patrimnio Lquido

    Ao pegar os bens e direitos (ativo) e reduzir os deveres e obrigaes (pas-sivo) chega-se ao valor lquido da empresa, ou seja ao valor que os proprie-trios (scios/acionistas) tm investido na sociedade em determinado mo-mento. Por representar o valor lquido da empresa chamado de Patrimnio Lquido (PL), que formado pelo capital social, reservas e lucros/prejuzos acumulados.

    Conceitos de Capital

    Capital nominal : o investimento inicial feito pelos proprietrios e registrado pela Contabilidade numa conta denominada Capital. O capital nominal s ser alterado quando os proprietrios realizarem investimentos adicionais (aumento de capital) ou desinvestimentos (diminuio do capital).

    Capital prprio : corresponde ao conceito de patrimnio lquido e abrange o capital inicial e suas variaes.

    Capital de terceiros : corresponde aos investimentos feitos na empre-sa com recursos provenientes de terceiros.

    Capital total disposio da empresa : corresponde ao conjunto dos valores disponveis pela empresa em dado momento (capital prprio + capital de terceiros).

    A Equao Bsica da Contabilidade

    Pode-se dizer que no Ativo esto registrados os recursos aplicados na empresa e no Passivo e no Patrimnio Lquido a origem desses recursos. Se forem recursos de terceiros estaro lanados no Passivo e se forem recur-sos prprios estaro lanados no Patrimnio Lquido. Exemplo:

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

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    ATIVO PASSIVO

    Caixa 1 000 Exigvel 5 000

    Veculo 5 000 Financiamento 5 000

    Patrimnio Lquido 1 000

    Capital 1 000

    Total do Ativo 6 000 Total do Passivo + PL 6 000

    Ativo = Passivo + Patrimnio Lquido

    Patrimnio Lquido = Ativo Passivo

    Passivo = Ativo Patrimnio Lquido

    O fato do total do Ativo ser exatamente igual ao total do Passivo + Pa-trimnio Lquido no se trata de mera coincidncia, pois para que se tenha bens e direitos necessrio que algum esteja financiando as aquisies, esse financiamento provm de terceiros (Passivo) ou dos donos (PL). Assim, esse equilbrio entre as duas colunas, de um lado o Ativo e do outro Passivo + PL, fez com que o nome Estrutura Patrimonial migrasse para Balano Patri-monial. O termo Balano representa equilbrio entre as fontes de recursos (Passivo + PL) e as aplicaes desses recursos (Ativo).

    O Balano a fotografia da situao patrimonial de uma empresa em de-terminado momento, pois mostra o que ela tem de bens e direitos e o que est devendo para terceiros e para os donos em determinada data.

    Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE

    Essa demonstrao como o prprio nome sugere, apresenta como se formou o resultado do ano, ou seja, traz de forma detalhada cada um dos componentes que contriburam para o resultado ocorrido. Para facilitar o en-tendimento, vamos interpretar o nome:

    Demonstrao = apresentao

    Resultado = lucro ou prejuzo

    Exerccio = ano contbil

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    Portanto, essa demonstrao poderia se chamar Apresentao do Lucro ou Prejuzo do Ano. A DRE formada por trs grandes grupos: Receita, Custo e Despesa, alm dos impostos.

    Receita

    Considera-se como receita de uma empresa a entrada de recursos, seja vista ou a prazo, em funo das operaes relacionadas venda de bens, produtos e mercadorias, prestao de servios e ainda o resultado positivo de aplicaes financeiras, exemplo:

    Receita de Vendas

    Receita de Servios Prestados

    Receita Financeira

    Receita de Aluguel

    Despesa

    o bem ou servio consumido com a finalidade de ser obter recei-tas. Portanto, as despesas esto relacionadas com a administrao e a comercializao:

    Aluguel de salas

    Comisses de vendedores

    Juros sobre emprstimos

    Gastos com propaganda

    Salrios e encargos do pessoal das reas administrativas e comercial

    Material de limpeza

    Custo

    Custo a expresso, monetariamente quantificada, da utilizao de recur-sos para adquirir ou processar um determinado bem. So os gastos consumi-dos no processo produtivo, portanto so chamados de custo da produo.

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

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    Salrios e encargos dos funcionrios da linha de produo ou presta- o de servios

    Matria-prima

    Depreciao de todos os bens utilizados na produo

    gua, energia eltrica e outros insumos utilizados na produo

    O termo produo deve ser entendido como a fabricao de produtos e tambm a gerao de servios, por exemplo, um escritrio de consultoria produz servios, enquanto uma indstria produz produtos.

    Resultado

    Conforme j mencionado, a diferena entre as receitas, os custos e as despesas em um determinado perodo, quando as receitas so maiores que os custos e as despesas, chamamos de lucro, quando os custos e as despesas so maiores que as receitas, chamamos de prejuzo. Evidentemente que os impostos tambm fazem parte dessa equao. Exemplo:

    Receitas 1 000 Receitas 1 000

    Custos e Despesas (500) Custos e Despesas (1 100)

    Impostos (100) Impostos (100)

    Lucro 400 Prejuzo (200)

    Modelo de Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE

    (+) Receita Bruta de Vendas e Servios

    () Impostos sobre Vendas

    () Devolues de Vendas

    () Descontos Concedidos

    = Receita Lquida

    () Custo das Mercadorias Vendidas

    = Lucro Bruto

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    Despesas/Receitas Operacionais

    () Despesas com Vendas

    () Despesas Gerais e Administrativas

    (+-) Receitas/Despesas Financeiras Lquidas

    (+) Outras Receitas e Despesas Operacionais

    (+) Resultado de Equivalncia Patrimonial

    = Resultado Operacional

    (+) Resultado No-Operacional

    = Lucro Antes do Imposto de Renda

    () Proviso para Imposto de Renda e Contribuio Social

    = Lucro Lquido

    A seguir um exemplo de movimentao da situao patrimonial e de re-sultado de uma empresa.

    Supondo que ao levantar os dados patrimoniais de uma empresa ela apresentasse a seguinte situao:

    ATIVO PASSIVO

    Caixa 5 000 Exigibilidade 200 000

    Banco 10 000 Financiamentos a Pagar 150 000

    Aplic. Financeira 20 000 Consrcio a Pagar 30 000

    Contas a Receber 3 000 Contas a Pagar 15 000

    Imveis 200 000 Impostos a Pagar 3 000

    Veculos 40 000 Salrios a Pagar 2 000

    Mveis e Utenslios 22 000

    Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 70 000

    Lucros Acumulados 30 000

    Total 300 000 Total 300 000

    A partir desse levantamento inicial houve as seguintes movimentaes:

    1. Recebimento do Contas a Receber de 3 000.

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

    21

    ATIVO PASSIVOCaixa 8 000 Exigibilidade 200 000

    Banco 10 000 Financiamentos a Pagar 150 000

    Aplic. Financeira 20 000 Consrcio a Pagar 30 000

    Contas a Receber Contas a Pagar 15 000

    Imveis 200 000 Impostos a Pagar 3 000

    Veculos 40 000 Salrios a Pagar 2 000

    Mveis e Utenslios 22 000

    Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 70 000

    Lucros Acumulados 30 000

    Total 300 000 Total 300 000

    Movimentao: houve reduo do Contas a Receber e aumento do Caixa.

    2. Pagamento de salrio no valor de 2 000.

    ATIVO PASSIVOCaixa 6 000 Exigibilidade 198 000

    Banco 10 000 Financiamentos a Pagar 150 000

    Aplic. Financeira 20 000 Consrcio a Pagar 30 000

    Imveis 200 000 Contas a Pagar 15 000

    Veculos 40 000 Impostos a Pagar 3 000

    Mveis e Utenslios 22 000 Salrios a Pagar

    Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 70 000

    Lucros Acumulados 30 000

    Total 298 000 Total 298 000

    Movimentao: reduziu o Caixa e tambm a dvida com Salrios.

    3. Compra prazo de Mercadorias para Estoque no valor de 30 000.

    ATIVO PASSIVOCaixa 6 000 Exigibilidade 228 000Banco 10 000 Financiamentos a Pagar 150 000Aplic. Financeira 20 000 Consrcio a Pagar 30 000Imveis 200 000 Contas a Pagar 15 000Veculos 40 000 Impostos a Pagar 3 000Mveis e Utenslios 22 000 Fornecedores a Pagar 30 000Estoque 30 000

    Patrimnio Lquido 100 000Capital Social 70 000

  • 22

    Lucros Acumulados 30 000Total 328 000 Total 328 000

    Movimentao: surgiu a conta Estoque e tambm a dvida com Fornecedores.

    4. Aumento de Capital no valor de 30.000 em dinheiro .ATIVO PASSIVO

    Caixa 36 000 Exigibilidade 228 000Banco 10 000 Financiamentos a Pagar 150 000Aplic. Financeira 20 000 Consrcio a Pagar 30 000Imveis 200 000 Contas a Pagar 15 000

    Veculos 40 000 Impostos a Pagar 3 000Mveis e Utenslios 22 000 Fornecedores a Pagar 30 000Estoque 30 000

    Patrimnio Lquido 130 000Capital Social 100 000Lucros Acumulados 30 000

    Total 358 000 Total 358 000

    Movimentao: aumentou o Caixa e o Capital Social.

    5. Venda a prazo de todo Estoque de Mercadorias por 80 000 .ATIVO PASSIVO

    Caixa 36 000 Exigibilidade 228 000

    Banco 10 000 Financiamentos a Pagar 150 000

    Aplic. Financeira 20 000 Consrcio a Pagar 30 000

    Imveis 200 000 Contas a Pagar 15 000

    Veculos 40 000 Impostos a Pagar 3 000

    Mveis e Utenslios 22 000 Fornecedores a Pagar 30 000

    Estoque

    Ctas. Receber Clientes 80 000 Patrimnio Lquido 130 000

    Capital Social 100 000

    Lucros Acumulados 30 000

    Total 408 000 Total 358 000 ???

    Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE

    Receita 80 000

    Custos (30 000)

    Despesas

    Lucro ou Prejuzo 50 000

    Movimentao: surgiram as contas Receita (DRE) e Contas a Receber de

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

    23

    Clientes, zerou o Estoque e surgiu tambm a conta de Custos (DRE).

    Nota-se que o Balano no est fechando, no Ativo h um total de $ 408 000 e no Passivo + PL apenas $ 358 000, isso porque o Lucro da DRE ainda no foi transferido para os Lucros Acumulados do Balano.

    6. Transferncia do Lucro da DRE para o Balano.

    ATIVO PASSIVOCaixa 36 000 Exigibilidade 228 000

    Banco 10 000 Financiamentos a Pagar 150 000

    Aplic. Financeira 20 000 Consrcio a Pagar 30 000

    Imveis 200 000 Contas a Pagar 15 000

    Veculos 40 000 Impostos a Pagar 3 000

    Mveis e Utenslios 22 000 Fornecedores a Pagar 30 000

    Ctas. Receber Clientes 80 000

    Patrimnio Lquido 180 000

    Capital Social 100 000

    Lucros Acumulados 80 000

    Total 408 000 Total 408 000

    Demonstrao do resultado do exerccio DRE

    Receita 80 000

    Custos (30 000)

    Despesas

    Lucro ou Prejuzo 50 000

    Movimentao: transferncia do Lucro da DRE para a conta de Lucros Acumulados.

    7. Houve despesas diversas no valor de 10 000 que sero pagas somen-te no prximo ms.

    ATIVO PASSIVOCaixa 36 000 Exigibilidade 238 000

    Banco 10 000 Financiamentos a Pagar 150 000

    Aplic. Financeira 20 000 Consrcio a Pagar 30 000

    Imveis 200 000 Contas a Pagar 25 000

    Veculos 40 000 Impostos a Pagar 3 000

    Mveis e Utenslios 22 000 Fornecedores a Pagar 30 000

  • 24

    Ctas. Receber Clientes 80 000

    Patrimnio Lquido 170 000

    Capital Social 100 000

    Lucros Acumulados 70 000

    Total 408 000 Total 408 000

    Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE

    Receita 80 000

    Custos (30 000)

    Despesas (10 000)

    Lucro ou Prejuzo 40 000

    Movimentao: surgiu a conta de Despesas (DRE) e aumentou o Contas a Pagar (Passivo), em funo dessa despesa houve reduo do Lucro da DRE e conseqentemente dos Lucros Acumulados.

    8. Os acionistas decidiram em assemblia que 30% do Lucro do Exerc-cio dever ser enviado para eles no mximo em 60 dias.

    ATIVO PASSIVOCaixa 36 000 Exigibilidade 250 000

    Banco 10 000 Financiamentos a Pagar 150 000

    Aplic. Financeira 20.000 Consrcio a Pagar 30 000

    Imveis 200 000 Contas a Pagar 25 000

    Veculos 40 000 Impostos a Pagar 3 000

    Mveis e Utenslios 22 000 Fornecedores a Pagar 30 000

    Ctas. Receber Clientes 80 000 Dividendos a Pagar 12 000

    Patrimnio Lquido 158 000

    Capital Social 100 000

    Lucros Acumulados 58 000

    Total 408 000 Total 408 000

    Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE

    Receita 80 000

    Custos (30 000)

    Despesas (10 000)

    Lucro ou Prejuzo 40 000

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

    25

    Movimentao: houve reduo dos Lucros Acumulados e surgiu a conta de Dividendos a Pagar, isso porque os acionistas deram um prazo de 60 dias para envio dos dividendos, se eles exigissem vista haveria reduo do Caixa e no surgiria a conta de Dividendos a Pagar.

    Importante: itens com valores iguais a zero no podem constar no Balan-o, aqui foram apresentados apenas para possibilitar a explicao da movi-mentao ocorrida.

    Observa-se que para cada movimentao gerou uma nova situao patri-monial.Planos de Contas

    Cada item do Balano e da DRE denominamos de Contas Contbeis da o termo Contabilidade, que o conjunto das contas. Portanto, h dois grandes grupos de contas: as Patrimoniais e as de Resultado, conforme a seguir:

    Contas Patrimoniais

    Como o prprio nome diz so representaes grficas dos elementos pa-trimoniais, que permitem registrar e controlar suas mutaes, estas contas esto registradas no Balano Patrimonial, exemplo: conta caixa, conta esto-ques, conta imveis, conta fornecedores, conta contas a pagar etc.

    Contas de Resultado

    So representaes grficas das contas que formam o resultado (lucro ou prejuzo) da empresa, estas contas esto registradas no Demonstrativo do Resultado do Exerccio - DRE, exemplo: receita de vendas, receita de servios, custo das mercadorias vendidas, despesas administrativas, equivalncia pa-trimonial e outras.

    Plano de Contas

    o elenco de todas as contas utilizadas pela Contabilidade das empresas. Este plano todo codificado, onde cada conta recebe um cdigo de acordo com o grupo e o sub-grupo que faz parte. No Balano Patrimonial, as contas devero estar destacadas da seguinte forma:

    As contas do Ativo: sero apresentadas de acordo com a sua rapidez de converso em dinheiro, ou seja, de acordo com o seu grau de liquidez (capa-

  • 26

    cidade de se transformar em dinheiro mais rapidamente).

    As contas do Passivo: sero apresentadas de acordo com o seu venci-mento, isto , sero destacadas prioritariamente as contas que devero ser pagas mais rapidamente, embora, muitas vezes, haja dificuldades em se es-tabelecer o que ser pago primeiro.

    O Ativo e o Passivo esto divididos em sub-grupos para distinguir os itens de curto e de longo prazo. A explicao de cada um deles ser feita no cap-tulo que trata especificamente do Balano Patrimonial.

    Importante: Um plano de contas bem elaborado permite que os dados registrados se transformem em informaes. Estas informaes podem estar tanto nos Demonstrativos Contbeis, principalmente no Balano Patrimonial e na Demonstrao do Resultado do Exerccio - DRE, como tambm, em rela-trios especficos para a administrao.

    A seguir ser apresentado um modelo simplificado de Plano de Contas do Balano Patrimonial. Cada empresa em funo da complexidade de suas operaes, dever adequar o Plano de Contas de acordo com as suas neces-sidades, podendo abrir quantos subgrupos necessitar. No entanto, recomen-da-se que seja de simples aplicao.

    Modelo de Plano de Contas

    Ativo1.

    Ativo Circulante1.1.

    Disponvel1.1.1.

    Caixa1.1.1.1.

    Bancos Conta Movimento1.1.1.2.

    Banco A1.1.1.2.1.

    Banco B1.1.1.2.2.

    Aplicaes Financeiras1.1.2.

    1.1.2.1. Fundos de Investimento

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

    27

    1.1.2.2. CDB

    Clientes1.1.3.

    1.1.3.1. Duplicatas a Receber de Clientes (ou apenas Clientes)

    1.1.3.1.1. Cliente A

    1.1.3.1.2. Cliente B

    1.1.3.2. () Duplicatas Descontadas

    1.1.3.3. () Proviso para Devedores Duvidosos

    Outras Contas a Receber1.1.4.

    1.1.4.1. Emprstimos a Receber

    1.1.4.2. Adiantamento a Funcionrios

    1.1.4.3. Impostos a Recuperar

    Estoques1.1.5.

    1.1.5.1. Produtos Acabados ou Mercadorias

    1.1.5.2. Produtos em Elaborao

    1.1.5.3. Matrias-primas

    1.1.5.4. Material de Consumo

    1.1.5.5. Material de Escritrio

    1.1.5.6. () Proviso para Perda no Estoque

    Despesas Antecipadas1.1.6.

    1.1.6.1. Prmios de seguro a apropriar

    1.1.6.2. Aluguis

    1.1.6.3. IPVA

    1.1.6.4. Assinatura de Jornais e Revistas

    Ativo Realizvel a Longo Prazo1.2.

  • 28

    1.2.1. Clientes

    1.2.2. Contas a Receber

    1.2.3. Despesas Antecipadas

    1.2.4. Depsitos Judiciais

    1.2.5. Emprstimo a Scios/Acionistas

    1.2.6. Emprstimos a empresas Controladas/Coligadas

    Ativo permanente1.3.

    1.3.1. Investimentos

    1.3.1.1. Participaes em Controladas/Coligadas

    1.3.1.2. Participaes em Outras empresas

    1.3.1.3. Outros Investimentos

    1.3.1.4. () Proviso para Perda em Investimento

    1.3.2. Imobilizado

    1.3.2.1. Terrenos

    1.3.2.2. Imveis

    1.3.2.3. Instalaes

    1.3.2.4. Mquinas e Equipamentos

    1.3.2.5. Mveis e Utenslios

    1.3.2.6. Veculos

    1.3.2.7. Marcas e Patentes

    1.3.2.8. () Depreciaes Acumuladas

    1.3.2.8.1. Imveis

    1.3.2.8.2. Instalaes

    1.3.2.8.3. Mquinas e Equipamentos

    1.3.2.8.4. Mveis e Utenslios

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

    29

    1.3.2.8.5. Veculos

    1.3.3. Diferido

    1.3.3.1. Gastos Pr-Operacionais

    1.3.3.2. Pesquisas e Desenvolvimento de Produtos

    1.3.3.3. Gastos de Organizao e Reorganizao

    1.3.3.4. () Amortizao Acumulada

    Passivo2.

    2.1. Passivo Circulante

    2.1.1. Fornecedores

    2.1.1.1. Fornecedor A

    2.1.1.2. Fornecedor B

    2.1.2. Contas a Pagar

    2.1.2.1. gua

    2.1.2.2. Luz

    2.1.2.3. Telefone

    2.1.2.4. Aluguel

    2.1.3. Emprstimos e Financiamentos

    2.1.4. Salrios a Pagar

    2.1.5. Impostos a Pagar

    2.1.6. Provises

    2.1.6.1. Proviso para Frias

    2.1.6.2. Proviso para 13. Salrio

    2.1.7. Dividendos a Pagar

    2.2. Exigvel a Longo Prazo

    2.2.1. Fornecedores

  • 30

    2.2.2. Contas a Pagar

    2.2.3. Emprstimos e Financiamentos

    2.2.4. Obrigaes Fiscais

    2.2.5. Emprstimos de empresas Controladas/Coligadas

    2.3. Resultado de Exerccios Futuros

    2.3.1. Receitas Antecipadas

    2.3.2. Custos e Despesas Correspondentes

    Patrimnio Lquido3.

    3.1. Capital Social

    3.1.1. Capital Subscrito

    3.1.2. () Capital a Integralizar

    3.2. Reservas

    3.2.1. De Capital

    3.2.2. De Reavaliao

    3.2.3. Legal

    3.2.4. Estatutria

    3.2.5. Para Contingncias

    3.3. Lucros (Prejuzos) Acumulados

    3.3.1. Lucros (Prejuzos) Exerccios Anteriores

    3.3.2. Lucros (Prejuzos) Exerccio Corrente

    Contas de Resultado4.

    4.1. Receita Bruta de Vendas e Servios

    4.1.1. Receita Filial MG

    4.1.2. Receita Filial SP

    4.1.3. Receita Filial RJ

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

    31

    4.2. Vendas Canceladas

    4.2.1. Filial MG

    4.2.2. Filial SP

    4.2.3. Filial RJ

    4.3. Impostos Sobre Vendas e Servios

    4.3.1. Filial MG

    4.3.2. Filial SP

    4.3.3. Filial RJ

    4.4. Custo da Mercadoria/Produto e Servios Prestados

    4.4.1. Custo Filial MG

    4.4.2. Custo Filial SP

    4.4.3. Custo Filial RJ

    4.5. Despesas Operacionais

    4.5.1. Despesas Operacionais MG

    4.5.1.1. Despesas com Vendas

    4.5.1.2. Despesas Gerais e Administrativas

    4.5.1.3. Encargos Financeiros Lquidos

    4.5.1.4. Outras Receitas e Despesas Operacionais

    4.5.2. Despesas Operacionais SP

    4.5.2.1. Despesas com Vendas

    4.5.2.2. Despesas Gerais e Administrativas

    4.5.2.3. Encargos Financeiros Lquidos

    4.5.2.4. Outras Receitas e Despesas Operacionais

    4.5.3. Despesas Operacionais RJ

    4.5.3.1. Despesas com Vendas

  • 32

    4.5.3.2. Despesas Gerais e Administrativas

    4.5.3.3. Encargos Financeiros Lquidos

    4.5.3.4. Outras Receitas e Despesas Operacionais

    4.5.4. Despesas Operacionais Sede

    4.5.4.1. Despesas com Vendas

    4.5.4.2. Despesas Gerais e Administrativas

    4.5.4.3. Encargos Financeiros Lquidos

    4.5.4.4. Outras Receitas e Despesas Operacionais

    4.5.4.5. Resultado de Equivalncia Patrimonial

    4.5.4.5.1. Resultado da Investida A

    4.5.4.5.2. Resultado da Investida B

    4.6. Resultado No-Operacional

    4.6.1. Filial MG

    4.6.1.1. Receita de Vendas de Bens Imobilizados

    4.6.1.2. Baixa de Bens Imobilizados

    4.6.2. Filial SP

    4.6.2.1. Receita de Vendas de Bens Imobilizados

    4.6.2.2. Baixa de Bens Imobilizados

    4.6.3. Filial RJ

    4.6.3.1. Receita de Vendas de Bens Imobilizados

    4.6.3.2. Baixa de Bens Imobilizados

    4.6.4. Sede

    4.6.4.1. Receita de Vendas de Bens Imobilizados

    4.6.4.2. Baixa de Bens Imobilizados

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

    33

    4.6.4.3. Perda em Investimento

    4.7. Proviso para Imposto de Renda e CSL

    Para ilustrar o contedo estudado at esse ponto, ser apresentado um exemplo da formao da Estrutura Patrimonial e de Resultado desde a cons-tituio da empresa:

    Exerccio de fixao (resolvido)

    1. Constituio da Cia. ABC com capital social no valor de $ 100 000, sen-do integralizado em dinheiro.

    ATIVO PASSIVOCaixa 100 000 Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 100 000

    Total 100 000 Total 100 000

    2. Compra vista de mveis e utenslios no valor de $ 12 000.

    ATIVO PASSIVOCaixa 88 000 Patrimnio Lquido 100 000

    Mveis e Utenslios 12 000 Capital Social 100 000

    Total 100 000 Total 100 000

    3. Compra de mercadorias no valor de $ 15 000, sendo $ 5 000 vista e o restante a prazo.

    ATIVO PASSIVOCaixa 83 000 Exigibilidade 10 000

    Mveis e Utenslios 12 000 Fornecedores 10 000

    Estoque de Mercadorias 15 000

    Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 100 000

    Total 110 000 Total 110 000

    4. Compra de um veculo financiado por $ 6 000.

  • 34

    ATIVO PASSIVOCaixa 83 000 Exigibilidade 16 000

    Mveis e Utenslios 12 000 Fornecedores 10 000

    Estoque Mercadorias 15 000 Financiamento 6 000

    Veculos 6 000

    Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 100 000

    Total 116 000 Total 116 000

    5. Pagamento de $ 10 000 referente compra de mercadorias.

    ATIVO PASSIVOCaixa 73 000 Exigibilidade 6 000

    Mveis e Utenslios 12 000 Financiamento 6 000

    Estoque de Mercadorias 15 000

    Veculos 6 000 Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 100 000

    Total 106 000 Total 106 000

    6. Obteno de um emprstimos bancrio no valor de $ 50 000.

    ATIVO PASSIVOCaixa 73 000 Exigibilidade 56 000

    Mveis e Utenslios 12 000 Financiamento 6 000

    Estoque de Mercadorias 15 000 Emprstimos 50 000

    Veculos 6 000

    Banco Conta Movimento 50 000 Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 100 000

    Total 156 000 Total 156 000

    7. Aumento de capital social no valor de $ 50 000, sendo 50% em dinhei-ro e 50% em mquinas.

    ATIVO PASSIVOCaixa 98 000 Exigibilidade 56 000

    Mveis e Utenslios 12 000 Financiamento 6 000

    Estoque de Mercadorias 15 000 Emprstimos 50 000

    Veculos 6 000

    Banco Conta Movimento 50 000 Patrimnio Lquido 150 000

    Mquinas 25 000 Capital Social 150 000

    Total 206 000 Total 206 000

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

    35

    8. Aquisio de um imvel financiado no valor de $ 3 000.

    ATIVO PASSIVOCaixa 98 000 Exigibilidade 59 000

    Mveis e Utenslios 12 000 Financiamento 9 000

    Estoque de Mercadorias 15 000 Emprstimos 50 000

    Veculos 6 000 Patrimnio Lquido 150 000

    Banco Conta Movimento 50 000 Capital Social 150 000

    Mquinas 25 000

    Imveis 3 000

    Total 209 000 Total 209 000

    9. Venda a prazo de 1/3 do estoque por $ 20 000.

    ATIVO PASSIVOCaixa 98 000 Exigibilidade 59 000

    Mveis e Utenslios 12 000 Financiamento 9 000

    Estoque de Mercadorias 10 000 Emprstimos 50 000

    Veculos 6 000

    Banco Conta Movimento 50 000

    Mquinas 25 000 Patrimnio Lquido 165 000

    Imveis 3 000 Capital Social 150 000

    Contas a Receber - Clientes 20 000 Lucros Acumulados 15 000

    Total 224 000 Total 224 000

    DREReceita 20 000

    Custo (5 000)

    Lucro 15 000

    Comentrios sobre o exemplo:

    A cada transao a situao patrimonial da empresa foi se alterando.a)

    Nos itens 4 e 8 houve aquisies com financiamentos, no Balano os b) valores so somados na conta de Financiamentos a Pagar, evidente-mente que a empresa ter o controle dos dois financiamentos separa-dos na sua Contabilidade, mas no Balano lana-se pelo valor total, ou seja pela conta sinttica. Relembrando no Plano de Contas como se fosse da seguinte forma:

  • 36

    2.1. Passivo Circulante

    2.1.3. Emprstimos e Financiamentos $ 9 000 (conta sinttica)

    2.1.3.1. Financiamento de Veculos $ 6 000 (conta analtica)

    2.1.3.2. Financiamento de Imveis $ 3 000 (conta analtica)

    c) No item 7, houve aumento de Capital envolvendo mquinas, por-tanto vale destacar que o acionista pode colocar recursos na em-presa no somente em dinheiro, mas tambm com quaisquer tipo de bens.

    d) No item 9, houve venda, portanto gerou lucro ou prejuzo, dessa forma foi necessrio elaborar a DRE.

    e) O lucro da DRE est igual o do Balano, isso s acontece no pri-meiro ano, pois no Balano aparece o Lucro Acumulado gerado ao longo da existncia da empresa, enquanto na DRE aparece apenas o lucro do Exerccio, ou seja do ano atual.

    Ampliando seus conhecimentos

    GOUVEIA, Nlson. Contabilidade Bsica. 2 ed. So Paulo: Harbra, 1993.

    IUDCIBUS, Srgio de; MARION, Jos Carlos. Curso de Contabilidade para No-Contadores. 3. ed. So Paulo: Atlas, 2000.

    Atividades de aplicao1. Dadas as contas abaixo, classific-las em Ativo (A), Passivo (P), Patrim-

    nio Lquido (PL) e Resultado ( R ).

    Emprstimos a Pagar ( ) Investimento em Aes ( )

    Despesa com Salrios ( ) Despesas Financeiras ( )

    Fornecedores ( ) Veculos ( )

    Capital ( ) Receitas Financeiras ( )

    Dividendos a Pagar ( ) Bancos Conta Movimento ( )

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

    37

    Mveis de Escritrio ( ) Impostos a Pagar ( )

    Aplicaes Financeiras ( ) Adiantamento de Clientes ( )

    Receita de Vendas ( ) Contas a Receber ( )

    Estoques ( ) Salrios a Pagar ( )

    Contas a Pagar ( ) Adiantamento a Fornecedores ( )

    Lucros Acumulados ( ) Despesas Tributrias ( )

    2. Considera-se Ativo:

    a) o conjunto das Receitas, Custos e Despesas.

    b) os Deveres e as Obrigaes.

    c) os investimentos efetuados pelos acionistas.

    d) os Bens e Direitos

    3. Considera-se Passivo:

    a) o conjunto das Receitas, Custos e Despesas.

    b) os Deveres e as Obrigaes.

    c) os investimentos efetuados pelos acionistas.

    d) os Bens e Direitos.

    4. Considera-se Patrimnio Lquido:

    a) o conjunto das Receitas, Custos e Despesas.

    b) os Deveres e as Obrigaes.

    c) os investimentos efetuados pelos acionistas.

    d) os Bens e Direitos.

    5. Considera-se Receita:

    a) gastos consumidos pela rea de produo.

    b) gastos consumidos pelos setores administrativos e comerciais.

    c) entrada de recursos em funo de vendas e prestao de servios.

    d) todo dinheiro que entra na empresa.

  • 38

    6. Considera-se Custo:

    a) gastos consumidos pela rea de produo.

    b) gastos consumidos pelos setores administrativos e comerciais.

    c) sada de recursos em funo da compra de mquinas.

    d) todo dinheiro que sai da empresa.

    7. Considera-se Despesa:

    a) gastos consumidos pela rea de produo.

    b) gastos consumidos pelos setores administrativos e comerciais.

    c) sada de recursos em funo da compra de mquinas.

    d) todo dinheiro que sai da empresa.

    8. A Cia. Alvorada foi organizada em 1. de novembro de X1. O Balano abaixo foi preparado depois de realizadas quatro transaes. Analise e prepare a lista das quatro transaes que voc julga terem ocorrido e a situao patrimonial aps cada transao.

    Balano Patrimonial Cia. Alvorada 01.11. X 1

    ATIVO PASSIVOCaixa 40 000 Exigvel 30 000

    Estoque 30 000 Fornecedores 20 000

    Veculo 20 000 Financiamento 10 000

    Patrimnio Lquido 60 000

    Capital 60 000

    Total do Ativo 90 000 Total do Passivo + PL 90 000

    9. Citar as alteraes nos grupos de contas em cada um dos eventos, dizendo se aumentou (A), se diminuiu (D) ou se no alterou (NA).

    Eventos Ativo Passivo Patrimnio Lquidoa) Aumento de Capital em dinheiro (exemplo) A NA A

    b) Compra a prazo de estoque

    c) Compra de um veculo vista

    Contabilidade

  • Estrutura Patrimonial e de Resultado

    39

    d) Compra de uma mquina financiada

    e) Custo da Mercadoria Vendida

    f ) Despesas pagas vista

    g) Despesas que sero pagas no ms seguinte

    h) Despesas sendo uma parte paga vista e outra a prazo

    i) Dividendos provisionados

    j) Emprstimo efetuado a um scio

    k) Emprstimo recebido de um banco

    l) Recebimento de Clientes

    m) Receita de venda a prazo

    10. Abaixo esto relacionadas as transaes da Cia. Beta. Apresentar a situao patrimonial aps cada transao.

    a) Integralizao do capital social em dinheiro no valor de $ 50 000.

    b) Obteno de um emprstimo sem juros no montante de $ 10 000, o dinheiro entrou no caixa da empresa.

    c) Compra a prazo de mercadorias no valor de $ 20 000.

    d) Abertura de uma conta bancria, efetuando um depsito de 50% do saldo de caixa.

    e) Compra a prazo de um veculo no valor de $ 15 000 financiado.

    f) Aumento de capital mediante compra de um imvel avaliado em $ 20 000.

    g) Compra vista, em dinheiro, de um estoque de material de escri-trio no valor de $ 5 000.

    h) Pagamento, em cheque, de 15% da dvida para com os fornecedo-res.

    i) Emprstimo efetuado ao scio da empresa, no valor de $ 2 000 em dinheiro.

    j) Venda de 30% do seu estoque de mercadorias por $ 14 000, sendo $ 4 000 vista e o restante a prazo.

  • Mtodo das Partidas Dobradas

    Com esse mtodo iniciou-se uma forma estruturada de se registrar as va-riaes patrimoniais de uma empresa. No final do sculo XIV, o Papa Leo X delegou ao Frei Lucca Paccioli, um matemtico, o controle financeiro de um convento numa cidade da Itlia. O Frei precisava demonstrar para o Papa a origem dos recursos e suas destinaes, ento para cada movimentao financeira ele tinha que apresentar dois registros: o de onde veio (origem dos recursos) e para onde foi (aplicao, destino dos recursos), da o termo Partidas Dobradas.

    O Frei Lucca Paccioli publicou um livro de matemtica em Veneza no ano de 1494 intitulado Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Propor-tionalit, e apesar de ser um livro de Matemtica, continha um captulo com o nome: Particularis de Computis et Scripturis, que trata dos registros pelo mtodo das partidas dobradas. H literaturas que trazem o incio da Conta-bilidade h 4000 anos a.C. Entretanto, o primeiro registro sobre o tema que se tem notcia esse livro de Paccioli.

    Dbito e CrditoA premissa bsica das partidas dobradas, conforme mencionado, que

    para toda transao contbil h no mnimo dois registros (origens e desti-nos). Esses registros so denominados de Dbito e Crdito e funcionam como as aes contbeis, uma vez que o ato de debitar e creditar alteram os saldos das contas e, conseqentemente, geram as variaes patrimoniais.

    Portanto, debitar e creditar so os verbos da Contabilidade. Todas as tran-saes contbeis que ocorrem so registradas utilizando esses dois verbos.

    Antes de iniciar o entendimento de como se debita e se credita, neces-srio entender qual a natureza dos grupos de contas. Para facilitar o entendi-mento, apresentamos o seguinte esquema:

  • 42

    Grupo de contas Natureza Dbito Crdito

    Ativo Devedora aumenta diminui

    Passivo e PL Credora diminui aumenta

    Despesa e Custo Devedora aumenta diminui

    Receita Credora diminui aumenta

    Assim, se o Ativo de natureza devedora, para aument-lo h que se fazer um dbito e para reduzi-lo h que se fazer um crdito. O mesmo raciocnio serve para os demais grupos, como o Passivo e o PL so de natureza credora, para aument-los faz-se um crdito e para reduzi-los um dbito.

    Essa natureza dos grupos de contas gera ao iniciante desse estudo alguma confuso, pois pode-se questionar o seguinte: se ativo so os bens e direitos que uma empresa possui, como isso pode ser um dbito?. Essa dvida surge porque somos acostumamos a pensar que dbito estar em falta com algo, ou seja uma coisa negativa, mas em Contabilidade no bem assim, veja a origem das palavras:

    Dbito: do latim debes = devido a mim (pertencente a mim)

    Crdito: do latim credo = confiana, crena

    Portanto, a palavra dbito significa devido a mim, logo o Ativo de na-tureza devedora, pois os bens e direitos pertencem empresa, ou seja so devidos a ela.

    A palavra crdito significa confiana, portanto quem vende a prazo tem confiana na empresa, ou seja, acredita que ela vai pagar a dvida e, confor-me j visto, as dvidas e obrigaes so lanadas no Passivo, da esse grupo ser de natureza credora. O mesmo ocorre com o Patrimnio Lquido, pois o investidor (proprietrio) colocou recursos na empresa, acreditou nela.

    As receitas, os custos e as despesas esto apresentadas na DRE, que, pos-teriormente, de forma resumida (pelo saldo: lucro ou prejuzo) so transfe-ridas para a conta de Lucros Acumulados no Patrimnio Lquido, ento o raciocnio para essas contas o seguinte:

    A receita de natureza credora, pois aumenta o lucro, portanto au- menta a conta de Lucros Acumulados, sendo de mesma natureza que o Patrimnio Lquido.

    Contabilidade

  • Mtodo das Partidas Dobradas

    43

    Os custos e as despesas so de natureza devedora, pois reduzem o lu- cro, portanto reduzem a conta de Lucros Acumulados, sendo de natu-reza contrria a do Patrimnio Lquido.

    Outra maneira de se entender essa questo atravs da escola persona-lista. Considerando que no Passivo e no Patrimnio Lquido temos as fontes de recursos e no Ativo as aplicaes, ento o Ativo sempre financiado por algum (Passivo e Patrimnio Lquido) e, por isso, deve prestar contas a esse algum. Para explicar vamos utilizar o exemplo da Cia. ABC do captulo anterior:

    Item1: Constituio da Cia. ABC com capital social no valor de $ 100 000, sendo integralizado em dinheiro.

    ATIVO PASSIVO

    Caixa 100 000 Patrimnio Lquido 100 000Capital Social 100 000

    Total 100 000 Total 100 000

    No Ativo h $ 100 000 no Caixa, esse recurso veio do acionista, portanto do Capital Social, ento o Caixa est devendo esse valor para o Capital Social. Se a empresa fosse fechada nesse momento, teria que pegar o $ 100 000 e devolver para o dono (acionista). Entende-se, ento, que o Ativo sempre deve para algum, por isso dizemos que de natureza Devedora. Por outro lado, o acionista acreditou na empresa, colocou $ 100 000 nesse empreendi-mento, da o Patrimnio Lquido ser considerado de natureza Credora.

    Outro raciocnio seria considerar a origem das palavras, com a entrada de $ 100 000 para o Caixa a empresa passou a ter esse valor, ento h que se de-bitar esse valor para o Caixa, uma vez que a palavra dbito significa devido a mim. Por outro lado, o acionista acreditou na empresa ao colocar $ 100 000 de recursos nela, portanto h que creditar esse valor para o acionista, uma vez que a palavra crdito significa credo, confiana.

    O registro contbil dessa transao:

    D- Caixa: $ 100 000

    C- Capital Social: $ 100 000

  • 44

    Representao grfica dos lanamentos de dbito e crdito

    Uma forma de melhor visualizar os lanamentos contbeis atravs dos Razonetes, tambm chamados de Conta T , pois seu formato igual a letra T, onde do lado direito lana-se os valores que esto Debitados e do lado esquerdo os valores Creditados.

    Nome da Conta

    DbitoD

    CrditoC

    Para cada conta contbil haver um razonete (T), assim, se no Plano de Contas de uma empresa houver 10 000 contas contbeis haver essa mesma quantidade de razonetes.

    Contabilizando o exemplo anterior nos razonetes teremos:

    Caixa

    (1) 100 000

    Capital Social

    100 000 (1)

    Explicaes dos lanamentos:

    Como o Ativo de natureza devedora, para se aumentar uma conta desse grupo faz-se um dbito e, conseqentemente, para diminuir faz-se um crdito. Portanto, havia zero no Caixa agora h $ 100 000, ento houve um aumento de uma conta do Ativo, por isso, foi feito um dbito.

    O Patrimnio Lquido de natureza credora, para se aumentar uma conta desse grupo faz-se um crdito e, conseqentemente, para di-minuir faz-se um dbito. Portanto, havia zero no Capital Social agora h $ 100 000, ento houve um aumento de uma conta do Patrimnio Lquido, por isso, foi feito um crdito.

    Razonete x BalanoObserva-se que se unirmos os dois razonetes teremos $ 100 000 de cada lado

    a exemplo do Balano apresentado no item-1, portanto a representao grfica de um razonete nos lembra um Balano sem as bordas laterais e inferiores.

    Contabilidade

  • Mtodo das Partidas Dobradas

    45

    Caixa: 100 000 Capital Social: 100 000

    Dessa forma, fica mais fcil compreender porque as contas do Ativo so de natureza devedora e as do Passivo e Patrimnio Lquido de natureza credora. Lembrando mais uma vez que o dbito aumenta o saldo das contas do Ativo e o crdito aumenta o saldo das contas do Passivo e do Patrimnio Lquido.

    Nota-se que lanar qualquer valor no lado esquerdo de um razonete debitar. Lanar qualquer valor no lado direito de um razonete creditar. Da a conjugao dos verbos: debitar e creditar.

    Prosseguindo com o exemplo vamos a mais trs lanamentos. Faremos o registro at o item 4.

    Item 2: Compra vista de mveis e utenslios no valor de $ 12 000.

    ATIVO PASSIVOCaixa 88 000 Patrimnio Lquido 100 000

    Mveis e Utenslios 12 000 Capital Social 100 000

    Total 100 000 Total 100 000

    O registro contbil dessa transao:

    Havia $ 100 000 no Caixa, agora s h $ 88 000, portanto houve uma re- duo de uma conta do Ativo e quando isso ocorre faz-se um crdito.

    Por outro lado, havia zero de Mveis e Utenslios agora h $ 12 000, portanto houve um aumento de uma conta do Ativo e quando isso ocorre faz-se um dbito.

    D- Mveis e Utenslios: $ 12 000

    C- Caixa: $ 12 000

    Caixa Capital Social Mveis e Utenslios

    (1) 100 000 12 000 (2) 100 000 (1) (2) 12 000

    # 88 000

    Detalhes importantes:

    Devemos sempre numerar os lanamentos para saber a que transao se refere.

  • 46

    O smbolo # (jogo da velha) representa o saldo de cada razonete.

    Unindo os saldos dos trs razonetes num nico, chega-se a uma repre-sentao semelhante ao Balano apresentado no item 2, conforme a seguir:

    Caixa: 88 000Mveis e Utenslios: 12 000

    Capital Social: 100 000

    Item 3: Compra de mercadorias no valor de $ 15 000, sendo $ 5 000 vista e o restante a prazo.

    ATIVO PASSIVOCaixa 83 000 Exigibilidade 10 000

    Mveis e Utenslios 12 000 Fornecedores 10 000

    Estoque de Mercadorias 15 000 Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 100 000

    Total 110 000 Total 110 000

    O registro contbil dessa transao:

    Havia $ 88 000 no Caixa e houve um pagamento de $ 5 000 devido a compra de mercadorias, com isso o saldo caiu para $ 83 000, portanto houve uma reduo de uma conta do Ativo e quando isso ocorre faz-se um crdito.

    Uma parte da compra foi a prazo, portanto a empresa fez uma dvida de $ 10 000 para com os Fornecedores, portanto houve um aumento de uma conta do Passivo e quando isso ocorre faz-se um crdito (j que esse grupo de natureza credora).

    Por outro lado, havia zero de Estoque de Mercadorias agora h $ 15 000, houve, ento, um aumento de uma conta do Ativo e quando isso ocorre faz-se um dbito.

    D- Estoque de Mercadorias: $ 15 000

    C- Caixa: $ 5 000

    C- Fornecedores: $ 10 000

    Contabilidade

  • Mtodo das Partidas Dobradas

    47

    Caixa Fornecedores Mveis e Utenslios(1) 100 000 12 000 (2)

    5 000 (3)10 000 (3) (2) 12.000

    # 83 000

    Capital Social Estoque de Mercadorias

    100 000 (1) (3) 15 000

    Nota-se que o lanamento de crdito do item 3 foi desmembrado em dois: $ 5 000 no Caixa e $ 10 000 em Fornecedores, em funo da compra ter sido uma parte vista e outra a prazo.

    Unindo os saldos dos cinco razonetes num nico, chega-se a uma repre-sentao semelhante ao Balano apresentado no item 3, conforme a seguir:

    Caixa:Mveis e Utenslios:Estoque de Mercadorias:

    83 00012 00015 000

    Fornecedores:Capital Social:

    10 000100 000

    Item 4: Compra de um veculo financiado no valor de $ 6 000.

    ATIVO PASSIVOCaixa 83 000 Exigibilidade 16 000

    Mveis e Utenslios 12 000 Fornecedores 10 000

    Estoque de Mercadorias 15 000 Financiamento 6 000

    Veculos 6 000 Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 100 000

    Total 116 000 Total 116 000

    O registro contbil dessa transao:

    Havia zero de Veculos agora h $ 6 000, portanto houve um aumento de uma conta do Ativo e quando isso ocorre faz-se um dbito.

    Por outro lado, havia zero de Financiamentos a Pagar agora h $ 6 000, houve um aumento de uma conta do Passivo e quando isso ocorre faz-se um crdito.

  • 48

    D- Veculos: $ 6 000

    C- Financiamentos: $ 6 000

    Caixa Fornecedores Mveis e Utenslios(1) 100 000 12 000 (2)

    5 000 (3)10 000 (3) (2) 12 000

    # 83 000

    Estoque de Mercadorias Financiamento Capital Social(3) 15 000 6 000 (4) 100 000 (1)

    Veculos(4) 6 000

    Unindo os saldos dos sete razonetes, chega-se a uma representao semelhante ao Balano apresentado no item 4, conforme a seguir:

    Caixa : 83 000Mveis e Utenslios : 12 000Estoque de Mercadorias: 15 000Veculos: 6 000

    Fornecedores: 10 000Financiamento: 6 000Capital Social: 100 000

    Concluso importante:

    O Balano a forma de espelhar o saldo de cada razonete de maneira organizada, segregando em contas do Ativo, do Passivo e do Patrimnio L-quido, apresentando a situao patrimonial da empresa. Para o usurio, bem melhor receber a informao do saldo de cada conta no Balano do que receber diversos razonetes soltos.

    Caractersticas das partidas dobradasPara todo fato contbil haver no mnimo dois lanamentos, um no dbito e outro no crdito.

    Todas as aplicaes de recursos (dbito) vo necessitar de uma origem de recursos (crdito).

    No Ativo, podemos dizer que toda entrada dbito e toda sada crdito.

    Contabilidade

  • Mtodo das Partidas Dobradas

    49

    Exemplo: Compra de mercadoria vista.

    D- Estoque de Mercadoria (entrou mercadoria no estoque)

    C- Caixa (saiu dinheiro do caixa)

    A soma dos dbitos ser sempre igual soma dos crditos.

    No h dbito sem que haja o respectivo crdito e vice-versa

    O extrato bancrio e as partidas dobradasO extrato bancrio gera algumas dificuldades para o iniciante nesse

    assunto, pois os lanamentos constantes no extrato so contrrios aos re-gistros das empresas, por exemplo, quando feito um depsito na conta bancria, h que se fazer um dbito, pois est aumentando a conta Banco, portanto est aumentando uma conta do Ativo. Mas no extrato o depsito consta como Crdito. Como isso possvel? Significa que a Contabilidade dos bancos contrria das empresas? Essas so perguntas rotineiras feitas pelo iniciante. Para responder utilizaremos o seguinte exemplo:

    1. Supondo que a empresa efetue um depsito no valor de $ 100 000. A contabilizao na empresa e no banco se dar da seguinte forma:

    Na empresa

    Saiu dinheiro do Caixa e foi para a conta Bancria, portanto preciso cre-ditar o Caixa uma vez que houve uma reduo de recursos e aumentar a conta Banco em funo do aumento.

    Caixa Banco Conta Movimento

    100 000 (1) (1) 100 000

    No Banco

    Entrou dinheiro no caixa do banco, portanto preciso debitar o Caixa uma vez que houve uma entrada de recursos, por outro lado o banco

    est devendo esse valor para a empresa, como dvida conta de Passivo, ter que efetuar um crdito na conta chamada Depsitos Vista (C/C)

  • 50

    Passivo.Caixa Depsito Vista

    (1) 100 000 100 000 (1)

    Na empresa

    Saiu dinheiro da conta bancria, portanto preciso creditar a conta Banco uma vez que houve uma reduo e debitar a conta Veculos em funo da entrada de recursos para essa conta.

    Caixa Banco Conta Movimento

    100 000 (1) (1) 100 000 30 000(2)

    Veculo

    (2) 30 000

    No Banco

    Saiu dinheiro do caixa do banco, portanto preciso creditar a conta Caixa uma vez que houve uma sada de recursos, por outro lado o banco que devia $ 100 000 passou a dever apenas $ 70 000 para a empresa, portanto houve uma reduo da dvida, quando reduz uma conta do Passivo h que se fazer um dbito.

    Caixa(1) 100 000 30 000(2)

    Depsito Vista (C/C)(2) 30 000 100 000 (1)

    Agora podemos responder aos questionamentos feitos, principalmen-te pergunta: Significa que a Contabilidade dos bancos contrria das empresas?

    A resposta no, a Contabilidade dos bancos segue exatamente os mesmos conceitos da Contabilidade Empresarial, ou seja, quando aumenta uma conta do Ativo faz-se um dbito e quando aumenta uma conta do Pas-sivo faz-se um Crdito.

    Ento, por que h divergncia entre a forma de apresentao dos lana-mentos no extrato bancrio e na Contabilidade das empresas?

    A resposta muito simples, ocorre que o extrato bancrio recebido pelas empresas, nada mais que a contabilizao da conta Depsitos Vista

    Contabilidade

  • Mtodo das Partidas Dobradas

    51

    (c/c), ou seja, os bancos quando comearam a fornecer os extratos, no ti-veram o zelo de formatar um relatrio que demonstrasse a contabilidade dos clientes, simplesmente pegaram a conta contbil do Passivo e envia-ram para os clientes, , por isso, que os depsitos aparecem como crdito e os cheques pagos como dbito, pois no caso do depsito, conforme de-monstrado anteriormente, gera uma dvida para o banco, portanto regis-tra-se como crdito e quando pagam um cheque do cliente reduz a dvida, portanto diminui uma conta do Passivo, por isso aparecem como dbito.

    Concluso: o extrato bancrio retrata a Contabilidade do banco e no do cliente.

    Apurao do Resultado do Exerccio ARE

    Toda empresa obrigada legalmente a fazer apurao dos resultados pelo menos uma vez por ano. O lucro ou prejuzo de um exerccio est na dependncia do confronto das contas de receitas, custos e despesas, e este resultado lquido apurado na conta denominada ARE Apurao do Re-sultado do Exerccio.

    As contas de receitas, custos e despesas tem periodicidade anual, por isso, so chamadas de contas transitrias, isto , somente devero conter registros para um ano, ou perodo menor, conforme a durao do perodo contbil, o que significa que todas as contas de resultado devem possuir saldo zero no incio de cada ano. Por esta razo, feito o encerramento dessas contas em 31 de dezembro.

    Procedimentos para Apurao do Resultado do Exerccio

    Apurar o saldo das contas de resultado nos razonetes (T). Abrir a conta ARE e transferir todos os saldos das contas de resultado para o ARE.

    Debitar o saldo das contas de receitas, em contrapartida creditar a conta ARE.

    Creditar o saldo das contas de despesas, em contrapartida debitar a conta ARE.

  • 52

    Apurar o saldo da conta ARE. Se for credor, o resultado ser lucro do exerccio, se devedor, ser prejuzo do exerccio.

    Transferir o saldo da conta ARE para a conta Lucros/Prejuzos Acumula- dos, esta conta do Patrimnio Lquido.

    Ampliando seus conhecimentos

    Para saber mais, ler os captulos 03 dos livros:

    Equipe de Professores da USP. Contabilidade Introdutria. 9 ed. So Paulo: Atlas, 1998.

    GOUVEIA, Nlson. Contabilidade Bsica. 2 ed. So Paulo: Harbra, 1993.

    Ler tambm o captulo 17 do livro:

    IUDCIBUS,Srgio de. MARION, Jos Carlos. Curso de Contabilidade para no Contadores. 3 ed. So Paulo: Atlas, 2000.

    Atividades de aplicao1. Durante o ms de janeiro a Cia. EFG realizou as seguintes operaes:

    1. Constituio da empresa com capital social integralizado em di-nheiro no valor de $10 000.

    2. Compra a prazo de mercadorias no valor de $ 5 000.

    3. Contratao de um emprstimo no valor de $ 3 000, o dinheiro entrou no caixa da empresa.

    4. Venda de 50% do seu estoque de mercadorias pelo valor de $ 6 000, sendo que 40% foram vendidos a prazo e o restante vista.

    5. Pagamento de $ 500 de juros referente ao emprstimo contrado no item 3.

    6. Houve uma despesa de salrios no valor de $ 2 000 que sero pa-gos em fevereiro.

    Contabilidade

  • Mtodo das Partidas Dobradas

    53

    Pede-se

    Faa todos os lanamentos em conta T e Apurao do Resultado do Exerccio transferindo para a Conta de Lucros Acumulados.

    2. Durante o ms de janeiro a Cia. Tico e Tco realizou as seguintes ope-raes:

    1. Constituio da empresa com capital inicial integralizado em di-nheiro no valor de $ 70 000.

    2. Contratao de um emprstimo bancrio no valor de $ 10 000, tendo o banco depositado a quantia na conta da empresa.

    3. Compra a prazo de mercadorias no valor de $ 40 000.

    4. Venda de 75% do seu estoque de mercadorias pelo valor de $ 50 000, sendo que 40% foram vendidos a prazo e o restante vista.

    5. Pagamento em cheque no valor de $ 2 000 referente a juros do emprstimo contrado no item 2.

    6. Despesa com energia eltrica no valor de $ 3 000 pago vista em dinheiro.

    7. Houve uma despesa de salrios no valor de $ 4 000 que sero pa-gos em fevereiro.

    8. Despesa com telefone no valor de $ 1 000 que sero pagos no ms seguinte.

    9. Aumento do Capital Social em cheque no valor de $ 25 000. Este valor foi depositado diretamente na conta da empresa.

    Pede-se:

    a) Lanar todas as transaes em razonetes

    b) Apurar o Resultado do Exerccio ARE em 31.01.X1

    c) Elaborar a DRE em 31.01.X1

    d) Elaborar o Balano Patrimonial em 31.01.X1

  • Princpios Contbeis: Entidade e Competncia

    Princpios Fundamentais da Contabilidade

    Representam um conjunto de conceitos, princpios e procedimentos de-senvolvidos pela teoria contbil e utilizados como elementos disciplinadores na escriturao de eventos e transaes e na elaborao das demonstraes financeiras.

    Tendo em vista a natural evoluo da Cincia Contbil nos ltimos anos, o Conselho Federal de Contabilidade aprovou em 29/12/93 a Resoluo 750/93, que deu novo enfoque e redao aos Princpios Fundamentais de Contabilidade.

    importante observar o que diz os pargrafos 1. e 2. do artigo 1..

    Art. 1. [...]

    1. A observncia dos Princpios Fundamentais de Contabilidade obrigatrio no exerccio da profisso e constitui condio de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

    2. Na aplicao dos PFC s situaes concretas, a essncia das transaes devem prevalecer sobre seus aspectos formais.

    So Princpios Fundamentais de Contabilidade:

    1. o da Entidade

    2. o da Continuidade

    3. o da Oportunidade

    4. o do Registro pelo Valor Original

    5. o da Atualizao Monetria

    6. o da Competncia

    7. o da Prudncia

  • 56

    Neste estudo, sero focados os Princpios da Entidade e da Competncia, cujos entendimentos so imprescindveis para a compreenso da Contabi-lidade. No entanto, recomenda-se a leitura dos demais princpios nos livros indicados nas referncias.

    Princpio da Entidade

    Faz a distino entre o patrimnio do investidor e o patrimnio da socieda-de, o patrimnio da empresa no pertence ao proprietrio (investidor), portanto ele no pode dispor ou usufruir dos bens da entidade segundo sua vontade.

    Scio e empresa so pessoas distintas, com patrimnios distintos.

    Exemplo do Princpio da Entidade

    Supondo que a empresa tenha o seguinte Balano em determinada data:

    ATIVO PASSIVOCaixa 100 000 Exigibilidades

    Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 100 000

    Total 100 000 Total 100 000

    No final do ms, o proprietrio solicita ao tesoureiro que retire $ 10 000 do Caixa para pagar diversas despesas pessoais. Como deve ser contabiliza-da essa transao?

    Hipteses:

    a) Nas despesas da empresa? No, pois essas despesas so do dono da empresa e no dela.

    b) Como distribuio de lucros? No, pois conforme pode ser obser-vado no Balano, no h lucro para ser distribudo.

    c) Como devoluo (reduo) do Capital Social? No, pois para redu-

    Contabilidade

  • Princpios Contbeis: Entidade e Competncia

    57

    o do Capital deve haver aprovao em assemblia geral e regis-tro nos rgos governamentais.

    O correto lanar como emprstimos ao proprietrio, para isso aconse-lhvel inclusive a formalizao atravs de um contrato de mtuo (emprsti-mo). Portanto, o Balano ficar da seguinte forma:

    ATIVO PASSIVOCaixa 90 000 Exigibilidades

    Emprstimo ao Acionista 10 000

    Patrimnio Lquido 100 000

    Capital Social 100 000

    Total 100 000 Total 100 000

    Princpio da CompetnciaEste princpio determina que as receitas, os custos e as despesas devem

    ser includos na apurao do resultado do perodo em que ocorrem, sempre simultaneamente quando se relacionarem, independentemente do recebi-mento ou pagamento.

    As receitas, os custos e as despesas sero sempre reconhecidas segundo o fato gerador e no segundo o fluxo de recursos financeiros, ou seja, no importa se houve entrada ou sada de recursos, o fato aconteceu deve ser contabilizado.

    Exemplo 1: Supondo que a Cia. Competncia tenha sido constituda em 1. de janeiro com capital inicial igual a zero (apenas para ilustrar) e que du-rante o ms de janeiro ocorreram as seguintes transaes:

    1 Compra a prazo de mercadorias por $ 30 000.

    2 Venda a prazo de 100% do estoque de mercadorias por $ 80 000.

    3 Contabilizao da folha de pagamento de salrios no valor de $ 12 000 que ser pago no dia 5 de fevereiro.

    4 Contabilizao do 13. salrio referente ao ms de janeiro na propor-o de 1/12 sobre a folha de pagamento: $ 12 000 x 1/12 = $ 1 000.

  • 58

    Balano e DRE em 31.01.X1

    ATIVO Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4Caixa e Bancos 0 0 0 0 0

    Estoque 30 000 0 0 0

    Clientes 80 000 80 000 80 000

    Total do Ativo 0 30 000 80 000 80 000 80 000

    PASSIVO Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4Exigibilidade 0 30 000 30 000 42 000 43 000

    Fornecedores 30 000 30 000 30 000 30 000

    Salrios a pagar 12 000 12 000

    Proviso 13. salrio 1 000

    Patrimnio Lquido 0 0 50 000 38 000 37 000

    Capital Social 0 0 0 0 0

    Lucros Acumulados 50 000 38 000 37 000

    Total 0 30 000 80 000 80 000 80 000

    DRE Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4Receita de Vendas 80 000 80 000 80 000

    C.M.V (30 000) (30 000) (30 000)

    Despesas com Salrios (12 000) (12 000)

    Despesas com 13. Salrio (1 000)

    Lucro 50 000 38 000 37 000

    Observa-se no exemplo apresentado que embora a empresa tenha exe-cutado quatro transaes no perodo, obtendo um lucro de $ 37 000 seu caixa no se alterou, pois sua compra de mercadorias e sua respectiva venda foram a prazo e tambm suas despesas com salrio e com 13. salrio ainda no foram pagas.

    Esse exemplo deixa bem claro a diferena entre o chamado Regime de Caixa e o de Competncia, pois mesmo no tendo movimentao finan-ceira as transaes foram registradas normalmente. Se a empresa efetuas-se sua Contabilidade de acordo com a movimentao financeira (regime de caixa) no teria contabilizado nada em janeiro, pois no houve entradas nem sadas de recursos financeiros nesse perodo.

    Com isso, pode-se concluir que todas as transaes devem ser registradas de acordo com sua ocorrncia (fato gerador) e no simplesmente com seu pagamento e/ou recebimento (fato financeiro).

    Contabilidade

  • Princpios Contbeis: Entidade e Competncia

    59

    Exemplo 2: No dia 2 de janeiro a Cia. ABC efetuou uma Aplicao Finan-ceira no valor de $ 10 000 por um perodo de 3 meses, que render juros de 10% ao ms, cujo resgate ser junto com o principal ao final do perodo.

    Lanamento em 2 de janeiro:

    D- Aplicao Financeira (conta de ativo) $ 10 000

    C- Bancos (conta de ativo) $ 10 000

    Histrico: Aplicao Financeira pelo prazo de 90 dias, conforme aviso bancrio _____.

    Lanamento em 31 de janeiro:

    D- Aplicao Financeira (conta de ativo) $ 1 000

    C- Receita Financeira (conta de resultado) $ 1 000

    Histrico: Receita Financeira referente ao ms de janeiro.

    Lanamento em 28 de fevereiro:

    D- Aplicao Financeira (conta de ativo) $ 1 100

    C- Receita Financeira (conta de resultado) $ 1 100

    Histrico: Receita Financeira referente ao ms de fevereiro.

    Lanamentos em 31 de maro:

    D- Aplicao Financeira (conta de ativo) $ 1 210

    C- Receita Financeira (conta de resultado) $ 1 210

    Histrico: Receita Financeira referente ao ms de maro.

    No momento do resgate:

    D- Bancos (conta de ativo) $ 13 310

    C- Aplicao Financeira (conta de ativo) $ 13 310

    Histrico: Resgate da aplicao financeira realizada em 2 de janeiro conforme aviso bancrio_____.

  • 60

    ProvisesPara se cumprir o Princpio da Competncia, tem que se ficar atento

    quanto s despesas e receitas incorridas, cujo valor possa ser conhecido ou estimado, mas que, no entanto, sero pagos no exerccio seguinte, a este fato chamamos de provises.

    Exemplo

    Alm do pagamento mensal do salrio, temos ainda o 13. Salrio e a gratificao de frias que representa 1/3 do salrio. Esses valores devem ser provisionados, pois, embora o pagamento do 13. Salrio venha ocorrer apenas no final do ano sua formao acontece ms a ms, ou seja, se o funcionrio demitido no ms de agosto ele ter direito a 8/12 de 13. Salrio. O mesmo ocorre com a gratificao de frias.

    Portanto, se a empresa tem uma folha de pagamento mensal no valor de $ 24 000, ela dever provisionar todo ms 1/12 ( 24 000 / 12 = 2 000 ) como 13 Salrio, efetuando o seguinte lanamento contbil.

    D- Despesa com 13. Salrio (conta de resultado) $ 2 000

    C- Proviso para 13. Salrio (conta de passivo) $ 2 000

    O mesmo procedimento dever ser adotado para o valor correspondente a gratificao de 1/3 de frias.

    As provises devem ser feitas, at mesmo, para provisionar receitas, custos e despesas cujo documento ainda no tenha chegado. Supondo que a empresa no tenha recebido a fatura da conta de telefone do ms, devido ao atraso do correio, mas o valor aproximado da conta possvel de se esti-mar utilizando, por exemplo, a mdia dos ltimos 3 meses, ento h como lanar a proviso da conta para que sua despesa fique realmente no ms em que ocorreu. Na chegada do documento faz-se o lanamento da diferena do valor.

    D- Despesa com Telefone (conta de resultado) $ 5 000

    C- Contas a Pagar (conta de passivo) $ 5 000

    Histrico: Proviso da conta de telefone do ms X que at essa data no fora recebida.

    Contabilidade

  • Princpios Contbeis: Entidade e Competncia

    61

    Importante: antes de se constituir uma proviso, h que se verificar a ma-terialidade, pois o valor pode ser to insignificante que o custo-benefcio para se provisionar pode no valer a pena.

    Despesas Pagas AntecipadamenteConforme mencionado no Princpio da Competncia, as receitas, custos

    e despesas devero ser reconhecidas no momento do fato gerador. No entanto, existem algumas despesas que so desembolsadas vista ou at mesmo, a prazo, mas que contemplam diversos perodos futuros.

    Para ilustrar, vejamos a seguinte situao:

    Item 1 : no dia 2 de janeiro voc negocia um desconto com o dono da lanchonete prxima ao seu local de trabalho, onde voc pagar $ 1 000 de lanche antecipado e ele ir descontando medida em que voc for consumindo, e assim lhe dar um bom desconto por estar pagando antecipadamente. Portanto, nesse momento voc no teve uma despesa com lanche no valor de $ 1 000, mas adquiriu um direito de poder lanchar at esse valor.

    Item 2 : no final de janeiro voc foi at a lanchonete e perguntou qual foi o valor consumido no ms, o comerciante respondeu $ 100.

    Item 3 : no final de fevereiro voc foi at a lanchonete e perguntou qual foi o valor consumido no ms, o comerciante respondeu $ 80.

    Item 4 : no final de maro voc foi at a lanchonete e perguntou qual foi o valor consumido no ms, o comerciante respondeu $ 120.

    Os valores dos itens 2, 3, e 4 so lanados como Despesa com Lanche na DRE e reduzem o direito lanado na conta Despesas Antecipadas com Lan-che no Ativo. E assim sucessivamente at consumir o valor total de $ 1 000.

    Balano Patrimonial

    ATIVO Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4Bancos 10 000 9 000 9 000 9 000 9 000

    Despesa Antecipada com Lanche 1 000 900 820 700

  • 62

    Total do Ativo 10 000 10 000 9 900 9 820 9 700

    PASSIVO Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4Exigibilidade 0 0 0 0 0

    Patrimnio Lquido 10 000 10 000 9 900 9 820 9 700

    Capital 10 000 10 000 10 000 10 000 10 000

    Prejuzos Acumulados (100) (180) (300)

    Total 10 000 10 000 9 900 9 820 9 700

    Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE

    Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4 TotalDespesas com Lanche (100) (80) (120) (300)

    Resultado Operacional (100) (80) (120) (300)

    Outro exemplo clssico de Despesas Antecipadas a despesa com seguro. Quando uma empresa faz seguro de um ativo qualquer que lhe pertence, ela o faz por um perodo longo, geralmente um ano. Este seguro significa que a empresa paga um prmio (despesa de seguro) para uma seguradora que, em troca, garante indenizar o valor segurado do ativo caso ocorra algum sinistro, como: roubo, incndio, coliso etc., dentro do prazo contratado. Dessa maneira a empresa est obtendo um benefcio, ou seja, a garantia de receber o valor segurado de volta, caso ocorra algum sinistro. Portanto, ao pagar ou incorrer numa despesa de seguro, est se adquirindo um direito (ativo) a um beneficio, presente ou futuro, que ser consumido em funo do tempo (pro rata temporis).

    No momento da aquisio do seguro (direito), a Contabilidade registra esta despesa como um ativo, numa conta chamada Despesa Antecipada com Seguro, na medida em que este benefcio vai sendo consumido, vai se transferindo o valor proporcional ao perodo, normalmente a cada ms, como Despesa com Seguro. Portanto, nesse momento, deixa de ser despesa antecipada e passa a ser reconhecida como despesa efetiva do perodo.

    Contabilidade

  • Princpios Contbeis: Entidade e Competncia

    63

    Exemplo:

    Uma empresa fez o seguro de um carro no dia 01.07.X1, por um ano no valor total de $ 24 000 pago vista.

    Lanamento em Julho/X1:

    D- Despesa Antecipada de Seguro (ativo) $ 24 000

    C- Banco (ativo) $ 24 000

    D- Despesa com seguro (resultado) $ 2 000

    C- Despesa Antecipada de Seguro (ativo) $ 2 000 (1/12 de $ 24 000)

    Lanamento em Agosto/X1:

    D- Despesa com seguro (resultado) $ 2 000

    C- Despesa Antecipada de Seguro (ativo) $ 2 000 (1/12 de $ 24 000)

    E assim sucessivamente at junho/X2 quando completar 12 meses, conseqentemente extinguindo a cobertura do seguro.

    Exerccio de fixao (resolvido)A Cia. Contabilidade apresentava os seguintes saldos de conta em 31.12.X1:

    Capital 220 000 Caixa 80 000

    Estoque 100 000 Fornecedores 50 000

    Banco Conta Movimento 120 000 Lucros Acumulados 30 000

    Durante o ms de janeiro/X2 ocorreram as seguintes transaes:

    1. Venda de 70% do estoque de mercadorias por $ 150 000 sendo que 60% foi vista com depsito bancrio e o restante a prazo.

    2. No dia 1. de janeiro houve uma aplicao financeira no valor de $ 100 000 por um perodo de 2 meses, com juros mensais de 10% que sero resgatados junto com o principal.

    3. No dia 1. de janeiro houve contratao de uma aplice de seguro no valor de $ 30 000, para o perodo de 6 meses, sendo que 50% foram pagos vista, em dinheiro, e o restante ser pago a prazo.

  • 64

    4. No dia 16 de janeiro houve a obteno de um emprstimo bancrio no valor de $ 50 000 pelo prazo de trs meses, tendo o banco cobrado juros simples de 20% ao ms que sero pagos junto com o principal.

    5. Despesa com a folha de pagamento de salrio no valor de $ 20 000, que ser pago no ms de fevereiro.

    Pede-se:

    a) Preparar a DRE em 31.01.X2.

    b) Preparar o Balano Patrimonial em 31.01.X2.

    Importante: antes de comear a resolver importante se atentar para algumas situaes:

    Verificar a data em que esto solicitando as demonstraes, nesse exer- ccio a data solicitada 31 de janeiro. Embora algumas transaes como os itens 2, 3 e 4 se refiram a mais de um ms, a contabilizao tem que ser feita levando-se em considerao somente o ocorrido at 31 de janeiro.

    Se o exerccio estivesse pedindo para levantar as demonstraes em 28 de fevereiro os juros e despesas referentes aos itens 2, 3 e 4 levariam em considerao os valores at o final de fevereiro, pois, relembrando, o Balano uma fotografia do momento, portanto precisa refletir a situao patrimonial de acordo com a data que est sendo solicitado.

    No item 4, o emprstimo ocorreu no dia 16 de janeiro, portanto a despesa com juros a ser considerada ser de apenas 15 dias em janeiro, ou seja do dia 16 a 31.

    Soluo Passo a Passo

    Balano Patrimonial 31.01.X2 em milhares de $

    ATIVO Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4 Item 5Caixa 80 80 80 80 - 15 65 65

    Banco 120 120+90 210-100 110 110+50 160

    Aplicao Financeira 100 + 10 110 110 110

    Clientes 60 60 60 60 60

    Estoque 100 100-70 30 30 30 30

    Despesa Antecipada Seguro 30 - 5 25 25

    Total do Ativo 300 380 390 400 450 450

    Contabilidade

  • Princpios Contbeis: Entidade e Competncia

    65

    PASSIVO Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4 Item 5Exigibilidades 50 50 50 65 120 140

    Fornecedores 50 50 50 50 50 50

    Emprstimos a Pagar 50 + 5 55

    Contas a Pagar 15 15 15

    Salrios a Pagar 20

    PATRIMNIO LQUIDO 250 330 340 335 330 310

    Capital 220 220 220 220 220 220

    Prejuzos Acumulados 30 30+80 30+90 30+85 30+80 30+60

    Total 300 380 390 400 450 450

    Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE em milhares de $

    Inicial Item 1 Item 2 Item 3 Item 4 Item 5Receita de Vendas 150 150 150 150 150

    Custo da Mercadoria Vendida (70) (70) (70) (70) (70)

    Receita Financeira 10 10 10 10

    Despesa com Seguro (5) (5) (5)

    Despesa Financeira (5) (5)

    Despesa com Salrio (20)

    Resultado Operacional 80 90 85 80 60

    Demonstraes Finais

    Balano Patrimonial Cia. Contabilidade 31.01.X2

    ATIVO PASSIVOCaixa 65 000 Exigibilidades 140 000

    Banco conta movimento 160 000 Fornecedores 50 000

    Aplic. Financeira 110 000 Emprstimos a pagar 55 000

    Clientes 60 000 Contas a pagar 15 000

    Estoque mercadoria 30 000 Salrios a pagar 20 000

    Desp. Antecipada - seguro 25 000

    Patrimnio Lquido 310 000

    Capital Social 220 000

    Lucros Acumulados 90 000

    Total do ativo 450 000 Total do passivo + PL 450 000

  • 66

    DRE Cia. Contabilidade 31.01.X2

    Receita com vendas 150 000 Item-1

    Custo Merc. Vendida (70 000) Item-1 = 70% de $ 100 000 do Estoque

    Receita financeira 10 000 Item-2 = 10% de $ 100 000 da Aplicao Financeira

    Despesa com seguro (5 000) Item-3 = 1/6 de $ 30 000 referente ao ms de janeiro

    Despesa financeira (5 000) Item-4 = 10% de $ 50 000 por se tratar de apenas 15 dias do ms de janeiro

    Despesa com salrio (20 000) Item-5

    Lucro 60 000

    Ampliando seus conhecimentos

    Para saber mais, ler:

    Captulo 11 do livro:

    GOUVEIA, Nlson. Contabilidade Bsica. 2 ed. So Paulo: Harbra, 1993.

    Captulo 3 do livro:

    IUDCIBUS, Srgio. MARTINS, Eliseu. GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de Con-tabilidade das Sociedades por Aes. 5 ed. S.Paulo: Atlas, 2000. Cap. 4 a 20.

    Atividades de aplicao1. A Cia. Competncia apresentava os seguintes saldos de conta em

    31.12.X1:

    Capital $ 130 000

    Lucros Acumulados $ 40 000

    Estoque $ 110 000

    Banco Conta Movimento $ 20 000

    Durante o ms de janeiro/X2 ocorreram as seguintes transaes:

    1. Venda de 50% do estoque de mercadorias por $ 50 000 sendo que 70% foi vista com depsito bancrio, e o restante a prazo.

    Contabilidade

  • Princpios Contbeis: Entidade e Competncia

    67

    2. No dia 1. de janeiro houve contratao de uma aplice de seguro no valor de $ 18 000, para o perodo de 6 meses, sendo que $ 10 000 foram pagos vista, em cheque, e o restante ser pago em 2 parcelas iguais, com o prazos de 45 e 75 dias.

    3. No dia 16 de janeiro houve uma aplicao financeira no valor de $ 80 000 por um perodo de 3 meses, com juros simples mensais de 10% a serem resgatados juntamente com o principal.

    4. No dia 21 de janeiro houve a obteno de um emprstimo bancrio no valor de $ 20 000 pelo prazo de 6 meses, com juros de $ 3 000 ao ms, que sero pagos junto com o principal. Pede-se:

    a) Preparar o Balano Patrimonial em 28.02.X2.

    b) Preparar a DRE em 28.02.X2.

    Ateno, a data das demonstraes 28 de fevereiro.

    2. A Cia Aprendiz apresentava os seguintes saldos de conta em 31.12.X1.

    Capital $ 400 000

    Lucros Acumulados $ 100 000

    Estoque $ 300 000

    Banco Conta Movimento $ 200 000

    Durante o primeiro trimestre ocorreram as seguintes transaes:

    1. Venda de 80% do estoque de mercadorias por $ 400 000 sendo que 50% foram vista com depsito bancrio, e o restante a prazo.

    2. No dia 16 de janeiro houve uma aplicao financeira no valor de $ 100 000 por um perodo de 6 meses, com juros mensais de $ 10 000 que sero resgatados juntos com o principal.

    3. No dia 1. de fevereiro houve o pagamento de aluguel no valor de $ 80 000 para um perodo de 4 meses.

    4. No dia 11 de maro houve a obteno de um emprstimo bancrio no valor de $ 100 000 pelo prazo de trs meses, tendo o banco cobrado juros simples de 12% ao ms.

  • 68

    5. Em maro houve despesa com salrio no valor de $ 7 000 que ser pago em abril. Pede-se:

    a) Elaborar o Balano Patrimonial em 31.03.X2.

    b) Elaborar a DRE em 31.03.X2.

    Ateno, a data das demonstraes 31 de maro.

    Contabilidade

  • Demonstraes Contbeis I

    Depreciao e Amortizao

    Depreciao do Ativo Imobilizado

    Dentro do Ativo h um grupo chamado de Imobilizado onde ficam re-gistrados os bens da empresa cuja vida til ultrapassa um ano. Esses bens perdem valor econmico com o passar do tempo, seja pelo desgaste em funo do uso ou pela obsolescncia. A esta perda de valor econmico d-se o nome de Depreciao.

    Alguns estudiosos, principalmente os das Cincias Econmicas, tratam a depreciao como um fundo para repor o bem ao final da sua vida til, outros entendem que esta definio muito subjetiva, uma vez que o valor correspondente a depreciao no fica reservado para esse investimento futuro, as empresas utilizam o dinheiro no dia-a-dia.

    A fundamentao mais adequada para a depreciao a obedincia ao Princpio da Competncia, ou seja, o desgaste dos bens devem ser confron-tados com as geraes de receitas pelo qual contribuiu. Portanto, pode-se conceituar Depreciao como a perda do valor econmico de um bem em funo do seu desgaste pelo uso e/ou pela sua obsolescncia.

    Taxas de depreciao aceitas pelo fisco.

    Bens Vida til em anos Taxa anualPrdios e Edificaes 25 4 %

    Mquinas e Equipamentos 10 10 %

    Mveis e Utenslios 10 10 %

    Veculos 5 20 %

    Bens de Informtica 5 20 %

    Importante: Essas taxas so utilizadas para fins fiscais, as empresas devem verificar o prazo real de vida til de seus bens e depreciar de acordo com esse prazo. A depreciao pode ainda ser calculada em funo de algum outro critrio que no o tempo, como por exemplo: horas trabalhadas para as m-

  • 72

    quinas, quilmetro rodado para os veculos, dentre outros. Se o valor encon-trado por estes critrios for superior ao encontrado pela aplicao das taxas fiscais, a diferena dever ser ajustada no LALUR.

    Os percentuais de depreciao so aplicados sobre o valor de aquisio do bem e lanado na DRE como despesa ou custo com depreciao, de acordo com o setor/departamento onde o bem est sendo utilizado. No balano, registrado como Conta Retificadora dentro do Ativo Imobilizado. A palavra retificar significa corrigir, consertar, ou seja, mantm-se o valor original do bem e a depreciao registrada ao longo dos anos (por isso, o termo acu-mulada) como uma conta negativa dentro do Ativo, uma vez que trata-se de uma conta de natureza credora dentro do Ativo. Portanto, deduzindo a de-preciao acumulada do valor original chega-se ao valor residual do bem.

    Supondo que a empresa tenha um veculo no valor de $ 10 000 e que no primeiro ano fora depreciado em 20%:

    Lanamento:

    D- Despesa ou custo com depreciao DRE

    C- Depreciao acumulada Ativo Imobilizado

    Veculos

    # 10 000

    Custo com Depreciaoa 2 000

    Depreciao Acumulada

    2 000 a

    Ao invs de efetuar o crdito dentro da conta Veculos, mantm-se o valor original do bem e a depreciao acumulada lanada numa conta especfica (retificadora).

    Demonstrao no Balano:

    Veculos $ 10 000

    () Depreciao Acumulada ($ 2 000)

    Contabilidade

  • Demonstraes Contbeis I

    73

    Com isso, o usurio da Contabilidade consegue ter uma noo sobre o tempo de vida til dos bens da empresa. Nesse exemplo, possvel saber que os veculos so seminovos, pois foram depreciados apenas 20% at o momento. Se no Balano aparecesse apenas o valor residual de $ 8 000, o usurio externo no teria como estimar a vida til do bem.

    Outro exemplo:

    Supondo o seguinte Balano inicial:

    ATIVO PASSIVOCaixa Exigibilidade

    Mquinas 200 000 Patrimnio Lquido 200 000

    Capital Social 200 000

    Total 200 000 Total 200 000

    Enunciado do exemplo: no ano a empresa obteve Receitas no valor $ 80 000 e Custos no valor de $ 30 000, tudo isso aconteceu vista. Alm disso, foi considerado uma depreciao da mquina de 10% em funo do seu desgaste no ano.

    Ento, teremos as seguintes demonstraes contbeis:

    DREReceita 80 000

    Custos (30 000)

    Custo com Depreciao (20 000) (10% do valor da mquina)

    Lucro 30 000

    Balano

    ATIVO PASSIVOCaixa 50 000 Exigibilidade

    Mquinas 200 000

    Depreciao Acumulada (20 000) Patrimnio Lquido 230 000

    Capital Social 200 000

    Lucros Acumulados 30 000

    Total 230 000 Total 230 000

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    Forma de Contabilizao da Depreciao nos Razonetes (T)

    Mquinas

    # 200 000

    Custo com Depreciao(1) 20 000

    Depreciao Acumulada

    20 000 (1)

    Portanto, manteve-se o valor original das mquinas e em outro razonete lanou-se a Depreciao Acumulada, gerando um valor residual de $ 180 000.

    Daqui h 10 anos, teremos um saldo devedor de $ 200 000 no razone-te das mquinas e um credor no mesmo valor no razonete da Depreciao Acumulada, portanto o valor residual ser igual a zero, ou seja, as mquinas estaro totalmente depreciadas.

    Amortizao do Ativo DiferidoDentro do Ativo h um grupo chamado de Diferi