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Depois de 35 anos de sólida experiência, oferecemos: Soluções legais e avançadas na sua vida comercial; Controle e racionalização da massa trabalhadora; Reacção rápida e eficiente em circunstâncias traumáticas - disputas matrimoniais, falecimento de ente queridos, acidentes de percurso, e ataques cerrados de Autoridades Reguladoras Cambridge Office Park, Cnr. Kirby and Oxford St. Bedfordview * Tel: +27 11 622 0960 * 072 881 3970 * 010 023 0824 Cell: +27 (0) 72 153 6760 * E-mail: [email protected] Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com * Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2020 Suplemento Desportivo África do Sul Papa Francisco preocupado com violência armada em Cabo Delgado Moçambique preside à SADC com foco no terrorismo Passagem ao Nível 2 de confinamento impulsionará a recuperação da economia última página 5 página 4 Miguel Oliveira conquistou primeira vitória lusa no Mundial de MotoGP

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Depois de 35 anos de sólida experiência, oferecemos:Soluções legais e avançadas na sua vida comercial;Controle e racionalização da massa trabalhadora;

Reacção rápida e eficiente em circunstâncias traumáticas - disputas matrimoniais, falecimento de ente queridos, acidentes

de percurso, e ataques cerrados de Autoridades ReguladorasCambridge Office Park, Cnr. Kirby and Oxford St. Bedfordview

* Tel: +27 11 622 0960 * 072 881 3970 * 010 023 0824Cell: +27 (0) 72 153 6760 * E-mail: [email protected]

Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com * Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2020

Suplemento Desportivo

África do Sul

Papa Francisco preocupado com violência armada em Cabo Delgado

Moçambiquepresideà SADC com foco no terrorismo

Passagem ao Nível 2 de confinamento impulsionará a recuperação da economia

última

página 5

página 4

Miguel Oliveira conquistouprimeira vitória lusa no Mundial de MotoGP

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2 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 24 DE AGOSTO DE 2020

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O Século de Joanesburgo

A África do Sul entrou, a partir da terça-feira 18 de Agosto às zero horas, no níveldois do estado de emergência. E, com ele,podemos voltar a comprar tabaco, voltar acomprar bebidas alcoólicas e, para nossamaravilha, podemos ir agora passear poreste maravilhoso país fora. A nossa Áfricado Sul é mesmo linda! Agora, de carro ouavião, podemos nos deslocar em lazer à Ci-dade do Cabo, a Durban ou a vários outroslocais como o Kruger National Park ou a re-serva natural de Santa Lúcia.

Sabemos que esta redução foi em muitoforçada por pressões socioeconómicas, nãotardava nada e tínhamos a guerra civil nasmãos que não tivemos em 1994. Porque, onúmero mais impressionante desta pande-mia, não é o número de infectados ou asmortes, mas sim o número de desemprega-dos.

Antes desta pandemia, a África do Sul es-tava em recessão técnica – ou seja em re-cessão, mas ninguém queria admitir – etudo por causa da incapacidade de manteras luzes ligadas. E, com uma taxa de de-semprego nos 27%, o país não estava mes-mo nada bem. Entretanto, dá-se a pandemia e com a des-

culpa perfeita, que veio mesmo a calhar,centenas de empresas despediram milharesde pessoas. Empresas declararam falência,fecharam portas e só nestes quatro mesesde confinamento, perderam emprego cercade três milhões de pessoas. Três milhões! Ajuntar aos outros milhões desempregados ea situação não está mesmo nada fácil.

Se reparar, nas ruas de Joanesburgo,vêem-se pedintes em cada semáforo, emcada stop, em cada rotunda onde anterior-mente viam-se a mendigar nos maiores cru-zamentos e entroncamentos. Se o sectoragrícola produzisse para todos, mas o pior éque com os sindicatos e greves laborais,pouco se faz e com a expropriação semcompensação o medo de investir é aindamaior. Resultado: pouca comida produzida; é pre-

ciso importar-se mais; com a economia nobalde o Rand não vale nada, é preciso pa-gar mais para importar produtos do estran-geiro; o poder de compra diminui e a econo-mia piora. É um ciclo vicioso o qual tem queser quebrado! E para além disto tudo, agoranão podemos ir a lado nenhum sem más-cara, sem levar com álcool nas mãos e nosmedirem a temperatura a cada cinco minu-tos. O que fazer?

Bem, eu pensei bastante e a resposta ésimples: trabalhar a terra. Foi Almeida Gar-rett que em Portugal afirmou “Oh geraçãodo vapor, plantai batatas”, porque ele viunas suas viagens, que a Revolução Indus-trial britânica adveio da Revolução Agrícola.

Temos de voltar a produzir muita comida,não só internamente, mas também para ex-portar. E temos que conseguir ter os básicosda sociedade a funcionar: água, luz, sanea-mento, educação, saúde, justiça. Só voltan-do aos básicos é que poderemos voltar aoque era antes do coronavírus!

O vírus não ceifousó vidas, matoutambém o nossomodo de vida!

O Meu Aparo!

por Michael Gillbee

Com Sede em Gezina - PRETÓRIAe Filial em Wonderboom - Cnr. Lavender & Braam

Pretorius Str. - Tel. 012 567-1391Especializados em toda a boa qualidade de Fruta e Vegetais,

todo o sortido de Fruto Seco, Azeites, Óleos, Pastas, produtosde Mercearia e venda de leite em avulso de qualquer medida.

MUDANÇA DE INSTALAÇÕESPara melhor podermos servir a nossa vasta clientela, acabamosde mudar de instalações para outras mais amplas e modernas,

situadas precisamente em frente às que deixamosneste mesmo centro comercial de Wanderboom, esperando continuarmos a merecer a confiança

e preferência de quem vimos a servir há muitos anos

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Estamos abertos 7 dias por semanaSegunda a sexta-feira - das 8h00 às 18h00

Sábados - das 8h00 às 17h00Domingos - das 8h00 às 14h00

O Governo português seleccionou 31 órgãos decomunicação social da diáspora em 11 paísespara repartir uma verba de 200 mil euros, valorconsiderado "aquém" do necessário para enfren-tar a crise da covid-19.

"O que recebemos são 9.500 euros e não nosvai ajudar praticamente nada. Temos uma ediçãosuspensa em papel e o nosso negócio está naedição em papel", afirmou Carlos Pereira, direc-tor do "LusoJornal", o maior jornal português emFrança, em declarações à agência Lusa.

Os meios apoiados foram conhecidos no iníciodo mês de Agosto, após um período de candida-tura por parte dos consulados e de selecção,tendo a escolha recaído sobre 22 jornais, quatrorádios, três revistas, um canal de televisão e umgrupo de media, espalhados pelo mundo. Este apoio vem na forma de "um regime excep-

cional e temporário de aquisição de espaço parapublicidade institucional aos órgãos de comuni-cação social da diáspora", segundo uma respos-ta à Lusa do gabinete da secretária de Estadodas Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, eas temáticas da publicidade podem ir desde "apromoção do ensino da língua portuguesa" a "in-formações relevantes dirigidas às comunidadesportuguesas no contexto da atual pandemia".Sem revelar a verba que lhe foi atribuída, a "Rá-

dio Alfa", que difunde em antena aberta em por-

tuguês e francês na região parisiense, diz que ovalor ajuda, mas que fica "aquém" do necessário.

"Quando fizemos o nosso pedido, pensávamosque a crise ia acabar em Junho. O montante atri-buído é um valor que ajuda, mas que fica com-pletamente aquém do que nos é necessário parauma rádio como a nossa com 20 empregados",afirmou Fernando Lopes, director-geral da "Rá-dio Alfa".

A Rádio Alfa chega semanalmente a pelo me-nos 480 mil ouvintes em Paris e nos arredores,tendo emitido durante todo o confinamento.Actualmente, os custos da rádio, que teve umaqueda de publicidade de 77%, estão a ser supor-tados "pelas pessoas por detrás do capital da rá-dio", segundo Fernando Lopes.

Com uma edição gratuita semanal de 10 milexemplares distribuída em cerca de 400 pontosem toda a França, o prejuízo para o "LusoJor-nal", que é editado em português e francês, vaiactualmente nos 200 mil euros, depois de a per-da dos anunciantes e dos locais de distribuiçãoterem levado à suspensão da edição impressaem março.

"Durante o confinamento fomos desenvolvendooutros suportes como o digital, que não estáva-mos a comercializar ainda, mas o negócio conti-nua no papel", indicou Carlos Pereira, revelandoque o jornal deverá voltar a ser distribuído em

"meados de Setembro" e que continuou semprecom uma edição online actualizada.Carlos Pereira é também o presidente da Plata-

forma dos Órgãos de Comunicação Social Portu-gueses no Estrangeiro e lembrou que a verba de200 mil euros que chegou aos meios na diáspo-ra "está muito longe" dos 15 milhões de eurosatribuídos pelo Ministério da Cultura aos órgãosde comunicação nacionais.Esta diferença ameaça a continuação de alguns

meios de comunicação em português espalha-dos por todo o mundo.

"Já desapareceu o jornal 'A Gazeta Lusófona'na Suíça. Um jornal que já tinha algumas dificul-dades e como os anunciantes pararam, o jornalfechou. 'O Século' em Joanesburgo vive porquea dona está a pagar o jornal", exemplificou.

Como último recurso, esta organização pediu àsecretária de Estado, Berta Nunes, que a diplo-macia económica feita nas embaixadas portu-guesas se estenda aos meios de comunicaçãoem português, podendo servir de ponte entreestes meios e as empresas estrangeiras ou na-cionais que pretendam comunicar em português.

Os meios apoiados por este programa foram:"Voz Portuguesa", na África do Sul; "PortugalPost" na Alemanha; "Luso.eu" na Bélgica; "Mun-do Lusíada", "Portugal em Foco" e "RevistaAcontecimentos Lusíadas" no Brasil; "A Voz dePortugal", "Correio da Manhã", "LusoPresse","Sol Português" e "MDC Group" no Canadá; "Rá-dio KLBS e KSQQ", "Tribuna Portuguesa", "FeelPortugal", "Rádio WJFD", "Portuguese Times","Jornal 24 Horas", "Jornal Luso-Americano" e"SPTTV" nos Estados Unidos; "CAPMag", "Por-tuguês Vivo", "LusoJornal", "Rádio Alfa", "Portu-gal Sempre", "Arc en Ciel" e "LusoPress" emFrança; "Bom Dia" e "LUX24" no Luxemburgo;"As Notícias" no Reino Unido e "Correio da Ve-nezuela" na Venezuela.

Os valores individuais atribuídos a cada meionão foram revelados pelo Governo.

O Programa Nacional de Apoio ao Investimentoda Diáspora (PNAID), que visa facilitar a activi-dade económica a emigrantes que pretendam in-vestir em Portugal e a empresários que se quei-ram internacionalizar, foi publicado em Diário daRepública.

O serviço "Empresa Online", através dos Espa-ços Cidadão existentes na rede consular, passaa estar disponível para portugueses e lusodes-cendentes que tencionem criar uma empresa emPortugal.

"O objectivo é facilitar a criação (ou alteração)de uma empresa e realização dos respetivos re-gistos no canal ‘online’ ePortugal.gov.pt, semprejuízo, naturalmente, dos necessários procedi-mentos subsequentes com vista à ativação e fun-cionamento das empresas criadas por esta via",explica o Ministério da Justiça numa nota envia-da às redacções.

O alargamento a emigrantes e lusodescen-dentes do "Julgado de Paz Online", com a cria-ção de uma plataforma electrónica de suporte, éoutra das novidades contempladas na resoluçãodo Conselho de Ministros n.º 64/2020.

De acordo com a tutela, "facilita-se assim oacesso à justiça e aos tribunais, tornando esteserviço acessível aos portugueses e lusodescen-dentes residentes no exterior e que careçamdesta forma de apoio".

O PNAID prevê também o mecanismo de "Me-diação Familiar Transfronteiriça", que permitirágerir conflitos, utilizando a nova plataforma detramitação de processos nos meios de resoluçãoalternativos de litígios.

Segundo a nota do Ministério da Justiça, a me-dida permitirá "gerir a resolução de situações ouconflitos resultantes da diáspora dos portugue-ses no mundo, como a separação de muitasfamílias, a necessidade de regular responsabili-dades parentais em situações de famílias sepa-radas e residentes em diferentes países, ou asalvaguarda do superior interesse das crianças".O PNAID "será um facilitador dos negócios e da

economia para os emigrantes portugueses e lu-sodescendentes que queiram investir ou alargar

Apoios a órgãos de comunicação portugueses na diáspora "aquém" do esperado

Publicado em Diário da Repúblicaprograma para facilitar negócios a portugueses na diáspora

a sua actividade económica em Portugal""Destina-se também a empresários nacionais

que pretendam internacionalizar os seus negó-cios através da diáspora", acrescenta a tutela.

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24 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 3

PRETÓRIA

COMUNIDADE

Fundado em reunião efectuada a 21 de Marçode 1971, na residência de Sílvio de Fontes Reis,em 542 de Luttig Street, de Pretória West, ondepara além dos jogos de sueca entre os associa-dos, eram projectados alguns filmes nas trasei-ras da residência, mais propriamente no pátiofronteiriço aos anexos, que passou a funcionarna ocasião como sede do clube, sendo os bailesque periodicamente se organizavam, realizadosno salão da igreja católica de Hercules, mas como aumentar de sócios e actividades, o Porto Fu-tebol Clube de Pretória viria a transferir-se noano seguinte para as instalações de uma antigaigreja existente na Grand Street, perpendicular àPotgieter Street, cedida pelo município local, portempo indeterminado com o pagamento simbóli-co de R1.20 anuais.

A pensar na possível construção de uma sedeprópria, Arménio Lopes da Silva, foi a pessoa in-cumbida pela Direcção de então, de junto do De-partamento de Parks and Recreations, do res-pectivo pelouro citadino, se inteirar da veracida-de da informação e, caso afirmativo, em que con-dições, dado constar estar nos planos camará-rios da capital sul-africana, a cedência de umparque desportivo na área de Pretória West,onde por sinal já havia um campo de rugby, e umoutro para a prática de basquetebol.

Embora havendo na altura um outro clube por-tuguês interessado nas instalações, segundo ru-mores a ACPP, a edilidade optou pelo Porto Fu-tebol Clube de Pretória, tomando em conta tra-tar-se de agremiação devidamente formada e re-gistada, coisa que a outra pretendente na alturanão lhe era possível provar.

Assinado que foi o contrato válido por trinta etrês anos prorrogáveis, com uma renda mensalde trinta e seis randes, foram iniciadas de ime-diato, isto em 1976, as obras de vedação do ter-reno, e em Novembro de 1977 as do salão nobre,complexo que incluía cozinha, bar, salão de fes-tas, salas de reuniões, de convívio, de jogos esanitários, construções que devido a serem efec-tuadas apenas aos fins-de-semana e feriados,por sócios, amigos e simpatizantes do clube,com a ajuda de algumas firmas ligadas ao ramode construção civil, se prolongaram por doisanos.

Com a presença do então Mayor de Pretória,J.H. Visse, do vice-cônsul Mário Silva e outrasdestacadas figuras representativas da nossa co-munidade, foi o complexo oficialmente inaugura-do a 26 de Maio de 1979 com grandiosa festa,ficando a sede com o nome de Casa do Porto dePretória e o clube continuar a ser designado talcomo anteriormente fora fundado, Porto FutebolClube de Pretória.

O património foi sendo gradualmente enriqueci-do, incluindo a construção de um ringue de pati-nagem e balneários para o hóquei em patins e ofutebol praticado no campo a quem em reconhe-cimento ao muito que fez pela colectividade foidado o nome de Comendador A. F. Vieira, e a

sua esposa Carmen Vieira o título de madrinhada Casa do Porto.

Chegando em desporto a ter equipas envolvi-das em campeonatos de hóquei em patins e defutebol, nesta última modalidade a competir emunder/12, 14, 16 e 18, com destaque para a equi-pa principal que em 2011, último ano em que oPorto participou no então Gold League, se clas-sificou em oitavo lugar, para além de noutras an-teriores competições chegar a conquistar títulose boas classificações nos designados Promotion,Steve Alexander e Premier League do NorthernTransvaal, chegando a militar mais tarde na ter-ceira divisão do Transvaal League, para em coltsser campeão da segunda divisão, por aqui sevendo a grandeza do clube.

Depois de todos esses sucessos, a Casa doPorto, que no seu amplo salão festejou várioseventos, incluindo Dias de Portugal, passagensde anos, eleição de rainhas, festivais de folclore,marchas populares, bailes de carnaval, festejosde Santa Eufêmia da Carriça e muitos outros,como último evento a noite de gala de home-nagem aos seus atletas, a 27 de Novembro de2010, com a presença do então embaixador dePortugal, Ramos Pinto, e a esposa do presidentedo Futebol Clube do Porto, Filomena Pinto daCosta, enquanto em eventos sociais da comu-nidade foi ali como último festejado o Dia da Mãea 9 de Maio de 2011.

Por já ter o seu salão alugado à “The FavorsCathedral Church” para os seus cultos, e a quemviria a vender o conjunto de instalações, ser a co-memoração desse evento realizado na varandado primeiro andar, diga-se com excelente vistade panorama à sua volta, isto quando Victor daSilva foi como último presidente da Direcção dacasa representativa do norte de Portugal, comodisso era elucidativo o cartaz afixado por cima do

portão de entrada nas instalações. Quando em 2017 a Casa do Porto/Porto Futebol

Clube de Pretória, como clube nortenho reconhe-cido em 2009 com o Dragão D’Ouro pelo FutebolClube do Porto, vendeu o conjunto de instala-ções à The Favors Cathedral Church, esta que jáali vinha fazendo há alguns anos os seus cultosdominicais no vasto salão.

Para a transacção da propriedade foi constituí-da a seguinte comissão negociadora : Luís Faria,na altura presidente da Assembleia-Geral, VictorSilva presidente da Direcção, Carlos Oliveira noconselho fiscal, Joaquim Pinto da Silva, Danielde Oliveira, Manuel da Silva, José Coelho, Ber-nardino Vieira, Joaquim da Silva Peito e Nelo deCastro.

Vendidas que foram essas instalações em Bui-tekant Street, de Pretória West, chegando aconstar estar nos planos da comissão, como naaltura alguém a ela ligada fez constar, vir a adqui-rir na área de Colbyn uma propriedade dotada decondições, para depois de algumas alteraçõespoder servir como sede da Casa do Porto.

Por conseguinte ali continuar em actividade, sóque depois e certamente ponderados algunsprós e contras, viria pelo que considerou mais

rentável e com menor preocupação, optar pelacompra da propriedade urbana, de que presente-mente é proprietária em Nico Smith Street, deVillieria, que denominada Casa do Porto Buil-ding, operam ali o Porto Palace Hotel, o BosveldBraai Liquors, ex- Sharbel Bottle Store, o restau-rante Mesa Portuguesa, o Escape Sports Bar e oPrinter Repairs.

Por desde algum tempo a esta parte termossido abordados por ex-sócios e simpatizantes daCasa do Porto/Porto Futebol Clube de Pretória, amanifestar o desagrado pelo silêncio da comis-são, em vez de esclarecimento através de reu-nião a título informativo, ou por intermédio da co-municação social, lhes ser dado conhecimentoda actual situação e projectos futuros.

Dado o silêncio desconhecerem em absolutotodo esse processo e planos futuros, tal comonós, pelo que em resposta nada lhes podermosadiantar, para além de até prova em contrário,nada em desabono nos constando acerca da ho-nestidade e boa reputação de cada um dos queconstituem tal comissão, daí todos nos merece-rem a maior confiança.

Vicente Dias

Concluídos que estão os trabalhos de amplia-ção da sua lapa, tornando-a com isso mais am-pla e funcional, está prevista a inauguração do

melhoramento para as 12h30 do próximo sába-do, 29 do corrente mês de Agosto, com a presen-ça do embaixador Manuel de Carvalho, dos di-rectores da colectividade e da Casa do Benfica,esta que periodicamente também a tem utilizadoe certamente dará a sua colaboração, assimcomo de outras pessoas que desejarem assistira essa cerimónia.

É caso para felicitar e enaltecer o arrojo da actual Direcção presidida por Tony Oliveira, as-sim como certamente da Assembleia-Geral e doConselho Fiscal, por num período tão complica-do como o que presentemente se vive na Áfricado Sul, com a pandemia do “covid-19”, aqui e portodo o Mundo instalada, a contaminar e ceifarvidas em série, a demonstrar com isso a sua ple-na confiança no futuro deste país, a par da con-tribuição para o aumento de património destacolectividade portuguesa de Pretória.

De Casa do Porto de Pretória a Casa do Porto Building

COMPLEXO EM VILLIERIA DE QUE É PROPRIETÁRIAA CASA DO PORTO DE PRETÓRIA

ACP de Pretória assinalaobras de melhoramento

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4 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 24 DE AGOSTO DE 2020

COMUNIDADE

No início deste ano de 2020, o Lar de IdososRainha Santa Isabel, da Sociedade Portuguesade Beneficência, em Joanesburgo, foi, como oresto do Mundo, surpreendido pela pandemia decovid-19. Logo que tomou conhecimento do quese estava a passar nos países europeus comoItália, Espanha, entre outros, os Conselhos deJurados e Executivo reuniram-se para tomar de-cisões sobre as medidas a adoptar, visando evi-tar a pandemia no Lar.

Foram de imediato contactadas as famílias dosresidentes e informadas que a partir dessa altura,seriam suspensas visitas aos familiares e casoquisessem mandar lembranças aos pais ou avós,estas teriam de ser entregues no escritório, paraserem desinfectadas, antes de entregues aosdestinatários.

Converteu-se o Salão Nobre do Lar em aloja-mento para o pessoal que se disponibilizou apermanecer na instituição sem que tivesse quese deslocar para as suas residências diariamen-te, já que isso seria um dos factores para a trans-missão do vírus aos residentes.

Nem todos puderam beneficiar desta medidadevido às suas responsabilidades familiares,mas muitos acataram ao pedido, permanecendono Lar durante o período dos seus respectivosturnos.

EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO

Comprou-se todo o equipamento de protecçãoque passou a ser exigido para que a equipa deenfermagem e residentes pudessem permane-cer protegidos do contágio do vírus.“Nessa altura não isolamos por completo o con-

tacto entre os residentes, que continuaram atomar as suas refeições na sala de jantar. Infor-mámo-lhes o máximo possível das medidas deprotecção a ter em conta, distanciamento socialentre uns e outros, como por exemplo manterem-se a 1.5 metros de distância, lavarem frequente-mente as mãos, etc., enfim tudo o que nos foiindicado como sendo imprescindível para evitarque o vírus se propagasse”, disse uma respon-sável do Lar ao Século de Joanesburgo.O objectivo era manter o Lar livre de vírus. Mas,

no mês de Julho, infelizmente, dois dos residen-tes, que se encontravam enfermos, contrairam-no. Desde essa ocasião, foi decidida a utilizaçãoda área de cuidados intermédios para possíveiscasos de covide-19 que pudessem acontecer.“De imediato desinfectamos o Lar por completo.

Tomamos também a decisão de isolar os resi-dentes por completo, eliminando assim o contac-

to uns com os outros. Distribuímos equipamentode protecção adequado a todo o pessoal de en-fermagem. Preparamos a existente biblioteca doLar para ser utilizada como enfermaria no casode ser necessário”, sublinhou a interlocutora.

TESTES AOS RESIDENTESE PESSOAL DO LAR

De salientar que todos os residentes e pessoaldo Lar foram submetidos ao teste do covid-19por intermédio de uma equipa de laboratório quelá se deslocou e assim evitar que os residentesse tivesse que sair o fazer.

“Recebemos alguns resultados positivos de re-sidentes, o que nos assustou bastante, mas coma graça de Deus e com a dedicação do pessoalque os cuida, podemos dizer que hoje todos oscasos estão recuperados”, sublinhou.

O Lar Santa Isabel recebeu também uma visitado vice-presidente da organização Gift of theGivers, Ahmed Bham, aproveitando esta oportu-nidade para se certificar que estava a cumprircom os requisitos necessários para lidar com acovid-19.

Igualmente teve a visita do Departamento deSaúde da África do Sul que foi inspeccionar egarantir que estava a cumprir com as medidasadequadas face à covid-19.

“Temos o gosto em informar que passamos asduas inspecções e que o nosso trabalho foi elo-giado por ambas instituições”, notou a responsá-bel do Lar.

Os membros de Jurados e do Executivo esten-

dem uma palavra de apreço e gratidão ao colegada equipa, Dominic Pais, que com os seus co-nhecimentos tem conduzido um bom trabalhonesta luta contra a pandemia. Um apreço e agra-decimento a todos os membros da nossa comu-nidade que incansavelmente têm apoiado o Lardurante esta etapa tão intensa que todos a atra-vessar.

Eduardo Ouana

Os Membros de Jurados, assim como do Con-selho Executivo do Lar Santa Isabel aproveitamesta oportunidade para agradecer aos familiaresdos residentes e também aos membros da comu-nidade, que tão generosamente têm contribuídodurante este período de quarentena provocadopelo covid-19.

Todos os donativos recebidos desde equipa-mento de protecção, consumíveis, produtos dedesinfecção, dinheiro, vitaminas, etc., têm sido

utilizados e em muito ajudaram o pessoal e resi-dentes.

Deus os abençoe a todos pela compaixão quetêm demonstrado. Se por acaso gostasse de aju-dar o Lar Santa Isabel neste momento difícil, aquiestão os detalhes bancários:Mercantile BankBranch Code 450205Nome da Conta - Portuguese Welfare SocietyNúmero de Conta - 1050506227

Mafiosos de CaridadeLeslie's Booysens PharmacyMatilde AbreuJoão CastroJoaquim MeloJoe Jacinto Jorge CordeiroMarias Angels FoundantionGift of the GiversTurn and SliceSr. GonçalvesForum PortuguêsJohn GomesDiscount FoodsEmídio CoelhoManny da Canha

Para consumode vitaminas

Carlos SantosCarlos e Lena PatacoJorge Alves

Manuel MoutinhoJoão VieiraLionel da SilvaNelson ReisPedro TeixeiraJosé ChavesJoe e Fátima LuisAngelina NogueiraMaria Inês GouveiaSónia CanhaLucilia PintoGuerreiro / Clark SkygardensLuisa e Gilberto MartinsMartha PereiraCarreiraJoão VieiraGuerreiro / Clark AbramsLiga da Mulher Portuguesa de Johannesburg

Luso Trust FundManny da CanhaAcademia do Bacalahu MãeOdete MarquesACDCAcademia da FerrugemLuso Cycling ClubSr AbreuMartha PereiraSave the world Pedro and friendsCelia Lopes1050077954B DreyerJose ValentimIsabel PolicarpoJoaquim CoimbraPaulo MarianoDonation/ Corona FundRogério NascimentoHenrique PereiraLuisa e Gilberto MartinsJack e Lena Da SilvaJosé Lino

Carlos Santos Carlos e Lena PatacoJorge AlvesManuel MoutinhoJoão VieiraLionel da SilvaNelson ReisPedro TeixeiraJosé ChavesVirginia BorgesSr. MeloMaria de AbreuSr. L. G. CanhaAngelina NogueiraMaria Inês GouveiaL. CanhaLucília PintoGuerreiro / ClarkSkygardens Ocean Prawn - Pedro TeixeiraSr. CarreiraM. da E. de AbreuTelma de Carvalho

Lista dos contribuintes até à presente data

Lar de Idosos Rainha Santa Isabel em Joanesburgoatento à covid-19 adoptou medidas de prevenção

SPB agradece o apoio

Covid 19 - Donativos monetérios Covid 19 - Donativos não monetários

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24 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 5

ÁFRICA AUSTRAL

O Presidente da República de Moçambique, Fili-pe Nyusi, assumiu na segunda-feira (17 de Agos-to) a presidência da Comunidade para o Desen-volvimento da África Austral (SADC), durante a40ª cimeira anual da organização, que este ano,devido à pandemia do novo coronavírus, foi vir-tual.

O encontro decorreu sob o lema 40 Anos Cons-truindo a Paz e Segurança, Promovendo o De-senvolvimento e Resiliência Face aos DesafiosGlobais - em perfeita sintonia com os temas de-batidos na cimeira, segundo o presidente emexercício da SADC, Filipe Nyusi: "Nomeadamen-te o impacto socioeconómico da Covid-19 na re-gião e não só, a necessidade de reforçar a coe-são e cooperação entre os Estados membros dacomunidade na prevenção e combate ao crimetransfronteiriço com incidência para o terrorismonas suas mais variadas formas e manifestações".

Moçambique assume a presidência da comuni-dade numa altura em que a província moçambi-cana de Cabo Delgado continua a ser alvo deataques de insurgentes, classificados como ata-ques terroristas no início do ano pelas autorida-des moçambicanas e a comunidade internacio-nal.

Muitos, incluindo a oposição sul-africana, espe-ravam mesmo a adopção de uma resolução con-creta sobre a insurgência na província moçambi-cana, na cimeira de segunda-feira – o que aca-bou por não acontecer.

Ainda assim, no final da cimeira, os líderes daSADC manifestaram o seu apoio ao Governo mo-çambicano no combate aos grupos armados queprotagonizam ataques no norte do país. "A cimei-ra manifestou a solidariedade e o compromissoda SADC em apoiar Moçambique na luta contra oterrorismo e ataques violentos", refere a declara-ção final da cimeira.

Os chefes de Estado e de Governo da SADCacolheram com seriedade a decisão do Governomoçambicano de alertar os membros da organi-zação sobre a violência no norte de Moçambique,assinala o documento.

Para o antigo secretário-executivo da SADC, omoçambicano Tomaz Salomão, é preciso encon-trar uma forma de os países assumirem respons-abilidades coletivas no combate ao terrorismo emCabo Delgado. "Tudo o que se diz é que estesterroristas estão a partir, têm como base logística,ponto de partida, a República Unida da Tanzâ-nia", afirma. "Parece que isto é um aspecto queprecisa de ser visto, precisa de ser olhado e pre-cisa de ser analisado, mas com a frontalidade ne-cessária".

INVESTIMENTOS PODEM LEVAR A INTERVENÇÃO?

Mocímboa da Praia, uma das principais vilas deCabo Delgado, vive desde a penúltima semanasob ataques e o seu porto terá sido tomado deassalto pelos insurgentes depois de uma batalhaque resultou em vítimas mortais, embora aindanão tenham sido revelados dados concretos.A vila está situada a 70 quilómetros a sul da área

de construção do projeto de exploração de gásnatural conduzido por várias petrolíferas interna-cionais e liderado pela Total, por onde a África doSul investiu cerca de 15,8 biliões de dólares.

A ministra sul-africana da Defesa e dos AntigosCombatentes Nosiviwe Mapisa-Nqakula, respon-dendo ao Parlamento, assegurou que a inteligên-cia militar acredita que os ataques dos insurgen-tes vão continuar, principalmente em áreas pró-

ximas do bloco explorado pela Total, que contacom o investimento sul-africano.

A maior força da oposição da África do Sul, aAliança Democrática, tem feito pressão sobre asautoridades de Pretória para que o país venha aliderar uma força da SADC para proteger os inte-resses sul-africanos.Calton Cadeado, docente e analista político mo-

çambicano, considera que "os investimentos queexistem em jogo" puxam para o "lado do sim" auma intervenção. "Mas também se pode dizernão, porque num passado bem recente já houvetambém condições para pressionar o Governosul-africano para intervir em Moçambique quandoo senhor Afonso Dhlakama fez o seu retorno àguerra aqui em Moçambique, mas a África do Sulnão interveio para proteger o grande investimen-to que é a Sasol", ressalva.

"Se a SADC leva a sério a região e o seu papel,deve absolutamente decidir o que fazer em CaboDelgado", afirmou o deputado Kobus Marais,responsável da Defesa no maior partido da opo-sição na África do Sul, a Aliança Democrática(DA, na sigla em inglês), em declarações à agên-cia Lusa, que defendeu ainda uma missão espe-cial ao local.

"Esperemos que seja aprovado o envio de umespecial a Cabo Delgado para apuramento defactos, e que façamos parte do enviado especialmultipartidário", salientando que a maior necessi-dade de Pretória neste momento "são informa-ções credíveis e confiáveis, que parecem nãoatender aos requisitos rigorosos".

INTERVENÇÃO MILITAR

Para Kobus Marais, que tem instado na Assem-bleia Nacional sul-africana a ministra da Defesa apronunciar-se sobre os riscos regionais do confli-to armado em Cabo Delgado e a presença de"células" do ISIS (Estado Islâmico) na África doSul, "qualquer intervenção [militar sul-africana]deve envolver, e de preferência ser, uma iniciati-va da SADC que deve considerar a segurança eestabilidade da região e dos países da região".

"Existe uma força de intervenção da SADC queestá operacional no Leste da RDC [República

Democrática do Congo] como parte da Brigadade Intervenção da Força da Monusco [Missãodas Nações Unidas na RDC]", adiantou o deputa-do sul-africano."Se e quando as forças armadas da RSA [Repú-

blica da África do Sul] forem destacadas, deveser em primeiro lugar para proteger os nossospróprios interesses de estabilidade económica epolítica, em segundo lugar prestar ajuda humani-tária, e em terceiro, prestar assistência a Mo-çambique com base nos seus pedidos à RSA deajuda e assistência", defendeu Marais.

SEGURANÇA DAS FRONTEIRAS

De acordo com o deputado, "devem ser inter-venções sancionadas pela SADC, União Africanae Organização das Nações Unidas". "A África do Sul e os nossos ministérios relevan-

tes devem considerar seriamente o aumento dasmedidas de segurança nas nossas fronteiras comMoçambique, Zimbabué e Suazilândia para pre-venir qualquer movimento transfronteiriço indese-jado e ilegal de pessoas e bens", adiantou.

Kobus Marais sublinhou que Pretória "deveestar muito ciente dos possíveis danos e riscosque as indesejáveis células relacionadas ao ISISna RSA podem ter" para os sul-africanos, bemcomo "para o futuro político e económico" da Áfri-

ca do Sul. "Isso deve incluir tecnologia cibernética e de sa-

télite com capacidade de vigilância e reconheci-mento 24 horas por dia, sete dias por semana",referiu à Lusa.

O Instituto de Estudos de Segurança (ISS) daÁfrica do Sul também defendeu no passado dia13 deste mês uma intervenção "urgente" daSADC, para travar o conflito armado na provínciade Cabo Delgado, norte de Moçambique.

PARA QUE SERVE A SADC?

A SADC é uma organização integrada por 16Estados-membros e foi estabelecida em 1980,como Conferência de Coordenação do Desenvol-vimento da África Austral (SADCC) e, mais tarde,em Agosto de 1992, transformada em Comunida-de de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

A organização visa promover o crescimento edesenvolvimento socioeconómico da região como objectivo de assumir "um papel mais competiti-vo e efetivo nas relações internacionais e na eco-nomia mundial".

África do Sul, Angola, Botsuana, Comores,República Democrática do Congo, Essuatíni,Lesoto, Madagáscar, Maláui, Ilhas Maurícias,Moçambique, Namíbia, Seicheles, Tanzânia,Zâmbia e Zimbabué são os Estados-membros daSADC.

As reuniões técnicas da 40ª cimeira da organi-zação arrancaram na última segunda-feira(10.08), com o encontro do Comité Permanentede Altos Funcionários da SADC e encerraram nasexta-feira, com a cimeira da 'troika' que gere aorganização.A actual 'troika' da SADC é constituída por John

Magufuli, Presidente da Tanzânia, como atualpresidente em exercício da SADC, pelo seu ante-cessor, Hage G. Geingob, chefe de Estado daNamíbia, e por Filipe Nyusi, na qualidade de novopresidente da comunidade regional.

Moçambique acolheu pela última vez uma ci-meira da SADC em 2012, sob a presidência doantigo chefe de Estado Armando Guebuza.

As cerimónias de abertura e encerramento dacimeira foram transmitidas em directo pela Televi-são de Moçambique (TVM).

Moçambique preside à SADC com foco no terrorismo

Com a insurgência em Cabo Delgado empano de fundo, Filipe Nyusi assumiu a pre-sidência da Comunidade apontando para oreforço da cooperação na "prevenção do ter-rorismo".

“SADC pode ter um papel importante em Cabo Delgado” - diz oposição da África do Sul

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6 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 24 DE AGOSTO DE 2020

ÁFRICA DO SUL

Após dados publicados na penúltima semana aconfirmarem um possível colapso histórico doPIB em 2020, as notícias de restrições atenua-das e a passagem do nível 3 para 2, são umaboa notícia para a economia sul-africana.

Além da flexibilização das restrições de ‘lock-down’, o presidente Cyril Ramaphosa tambémanunciou que o governo está a trabalhar comparceiros num programa urgente de recupera-ção económica que coloca a protecção e a cria-ção de empregos em primeiro lugar.

No entanto, o Bureau of Economic Research(BER), da Universidade de Stellenbosch, levan-tou agora a preocupação de que o governo este-ja a hesitar sobre os méritos de uma infinidadede propostas de recuperação económica, compouca acção.

Um mês inteiro depois de o ANC e um grandegrupo empresarial divulgarem seus respectivosplanos de recuperação económica a 10 de Julho,uma equipa de trabalho da NEDLAC/NationalEconomic Development and Labour Councilestá agora a avaliar as propostas e traçar umconjunto de acções prioritárias para a reconstru-ção económica.

O BER disse que o tempo é essencial à medi-da que mais pessoas perdem os seus meios desubsistência e quanto mais o país espera paraimplementar reformas que estimulem o cresci-mento, maior será o buraco do qual o país pre-cisará para se livrar.“Esta aparente falta de urgência para implemen-

tar propostas de política de recuperação é outrarazão pela qual, nesta fase, infelizmente espera-mos uma recuperação muito prolongada da con-tracção mais profunda do PIB desde a depres-são dos anos 1930”, disse.

O grupo desdobrou ainda mais as novas restri-ções e o que elas significarão para a economia.

RESTRIÇÕES

Todas as restrições às viagens interprovinciaisforam suspensas. Isso é importante por uma sé-rie de razões, mas especialmente para o sectorde restauração duramente atingido. Muitos ho-téis, parques de jogos, etc., dependem de turis-tas de fora de sua província natal.

De facto, o SANParks/Parques Nacionais daÁfrica do Sul, escreveu na sua página de inter-net, na manhã de domingo, que o seu sistema dereservas online estava a passar por grandes difi-culdades técnicas com o aumento, sem prece-dentes das reservas após o levantamento daproibição interprovincial.

Mesmo assim, o ambiente ainda estará longedo normal para esses estabelecimentos, pois aproibição de viagens internacionais permaneceem vigor.

Os pontos de venda de bebidas alcoólicas sópodem vender para o consumo fora das instala-ções, de segunda a quinta-feira, das 09h00 às

17h00;Restaurantes, bares e tavernas podem operar

e vender bebidas alcoólicas para o consumo nolocal. Porém, isso será com um número restrito eaté às 22h00;

O recolher obrigatório nacional das 22h00 às04h00 também vai continuar;

A proibição do tabaco foi igualmente suspensa;Reuniões de mais de 50 pessoas ainda são

proibidas;Visitas familiares e sociais são permitidas, mas

não são incentivadas;Eventos desportivos são permitidos, mas sem

espectadores. Ginásios e centros de ‘fitness’ sãoautorizados.

SALTO NOTÁVEL DO PIB

O maior relaxamento das restrições aumenta avisão de que o terceiro trimestre provavelmenteterá um salto notável do PIB após a queda do se-gundo trimestre, de acordo o BER.No entanto, há uma visão de que a recuperação

do terceiro trimestre não chegará perto de me-lhorar a produção perdida no segundo trimestrede 2020.

Além disso, os atrasos administrativos na inde-nização de indivíduos por perda de renda sãooutro problema, sublinhou o BER. O períodopara o qual as pessoas podiam reivindicar oapoio no âmbito do plano Empregador Temporá-rio / Esquema de Auxílio ao Empregado (TERS),terminou no penúltimo sábado.

INDÚSTRIA DO TURISMO

Dados publicados pela Statistics South Africa nasegunda-feira (17 de Agosto) mostram que a in-dústria do turismo foi dizimada pelo ‘lockdown’.Em termos nominais, o rendimento total da in-

dústria de alojamento turístico diminuiu 95,3%em Junho de 2020 em comparação com o anoanterior.

Os rendimentos de alojamento diminuíram94,5% em termos homólogos em Junho de 2020- resultado da diminuição de 92,3% do númerode dormidas reservadas e de uma diminuição de29,5% do rendimento médio por noite reservada.

Os principais contribuintes para a redução ho-móloga de 94,5% no rendimento do alojamentoforam:

Hotéis (-93,9% e contribuindo com -61,9 pon-tos percentuais); e 'outras' acomodações (-95,2%, contribuindo com -27,3 pontos per-centuais).

A Associação da Cerveja da África do Sul(BASA) disse que a remoção da proibição devenda de álcool foi um acto positivo, mas obser-vou que muitas empresas do sector vão levartempo para recuperar o período de proibiçãoposta em vigor de 27 de Março a 31 de Maio e 13de Julho a 18 de Agosto.

O presidente Cyril Ramaphosa emitiu um seve-ro aviso aos sul-africanos antes da entrada dopaís para o nível 2 à meia-noite de segunda-feira(17 de Agosto).

Na sua mensagem à nação, Ramaphosa disseque o país deve concentrar esforços urgente-mente na recuperação, mas advertiu que umamudança para um nível inferior não é um "alíviopara todos".

“É um sinal do progresso que estamos a ter na

redução de novas infecções. É também um de-senvolvimento muito importante, pois nos esfor-çamos para reiniciar a nossa economia. Mas émuito cedo para comemorar”, disse o chefe deEstado.

Ramaphosa disse que o país "ainda está nomeio de uma pandemia mortal" que custou maisde 11.000 vidas apenas na África do Sul.

Com mais de meio milhão de casos confirma-dos, o país tem o quinto maior número de infec-ções em todo o mundo, e sempre há uma hipó-tese de ressurgimento da doença, disse ele.

“Se precisarmos de um exemplo gritante da ne-cessidade de vigilância, devemos olhar para oseventos recentes a milhares de quilómetros dedistância, na Nova Zelândia.

“Três meses desde que o país foi declaradolivre do coronavírus, a Nova Zelândia está maisuma vez sob confinamento. Embora o surto maisrecente tenha sido de relativamente poucos ca-sos, o governo rapidamente impôs restrições”.Ramaphosa disse que regras semelhantes tive-

ram que ser reimpostas em várias partes da Eu-ropa, à medida que experimentam uma "segundaonda" de infecções.

“Agora precisamos de nos cuidar desse risco egarantir que o sucesso que conquistamos atéagora na contenção da propagação da pandemianão seja revertido. A maior ameaça à saúde danação agora é a complacência.

“Pode ser que agora as coisas mudem com apermissão de visitar amigos e familiares, locaisde entretenimento, lazer e consumir bebidas al-coólicas em restaurantes, bares e tavernas.

“Mas, como diz o velho ditado, só porque vocêpode, não significa que você deve”.

O grupo sublinhou que cerca de 8.000 tavernaslicenciadas e 30% das cervejarias artesanais fo-ram à falência durante este período. Acrescentouque a segunda proibição, que entrou em vigor a13 de Julho, forçou a um adicional de 15% dascervejarias artesanais e milhares de outras taver-nas a fecharem definitivamente.

Além da perda de empregos, as proibições for-çaram as cervejarias a cancelar R2,5 bilhões emactualizações de capital e infraestrutura nesteano financeiro; actualmente, está a prever umgasto de R2,1 biliões em 2021.

A Heineken África do Sul também interrompeuos planos de expansão de 6 biliões de randes emKwaZulu Natal, o que teria criado 400 novos pos-tos de trabalho.

BASA QUEIXA-SE DE PROIBIÇÃO IMEDIATA

“Portanto, é fundamental que nunca tenhamosuma repetição da situação que tivemos a 12 deJulho de 2020, onde foi anunciada uma proibiçãoimediata do comércio legal de álcool - sem que aindústria recebesse qualquer aviso prévio ouoportunidade de se envolver”, Disse BASA.

“Isso representou grandes desafios logísticos eoperacionais para fabricantes e distribuidores decerveja. O anúncio repentino também colocouuma enorme pressão financeira sobre as empre-sas que compraram acções, as quais foram im-pedidas de vender, que tiveram de ser posterior-mente descartadas por estar fora do prazo”.

Passagem ao Nível 2 de confinamento impulsionará a recuperação da economia

Presidente Ramaphosa avisa:“Só porque você podenão significa que você deve”

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24 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 7

Portugueses no Mundo

Dois candidatos portugueses às eleições autár-quicas de 13 de Setembro, na região da Renâniado Norte-Vestefália, admitem que, por causa dapandemia de covid-19, optaram por uma campa-nha mais digital, e menos de contacto.

Há “pequenas diferenças” e “mais cautelas”,admite José Azevedo à agência Lusa. A viver naAlemanha desde os 9 anos, os últimos dezas-setes foram dedicados à política na cidade deRheine. Nesta campanha também entram mer-cados e conversas, mas sempre respeitando odistanciamento social.

“Fazemos convívios locais, por exemplo nosmercados, à sexta-feira ou sábado, que perten-cem ao meu círculo eleitoral. É ideal para conver-sar com as pessoas. Também vamos continuarcom as campanhas porta-a-porta, uma forma deinformarmos o eleitor, de ouvirmos os seus prob-lemas, as reivindicações. Mas tudo com a devidadistância”, sublinhou o candidato pela União De-mocrata Cristã (CDU), partido da chanceler An-gela Merkel.

“Falámos nisso dentro do partido. Claro quechegar a uma porta de máscara, pode fazer comque a pessoa que nos recebe acabe por nemsequer reconhecer o candidato. Usar viseirastambém era uma hipótese. Mas agora vamosoptar apenas por manter a distância de seguran-ça”, explicou.

Para Philipp Lourenço, com 21 anos, candidatopelo Partido Social Democrata (SPD), emSchwalmtal, a primeira campanha como candida-to passa sobretudo pelo digital.

“Optamos mais por uma campanha digital este

ano. Claro que também marcamos encontrosnos mercados, mas, o digital, ganhou muita for-ça. Usamos todas as redes sociais, publicandosignificativamente no ‘Facebook’ e ‘Instagram’”,revelou em declarações à Lusa.

“Não fazemos campanha porta-a-porta, apenasdeixamos panfletos. Há muita gente com medo àcovid-19 e nós respeitamos. Mas claro, damos aopção às pessoas de nos escreverem ou telefo-narem para esclarecer dúvidas”, adiantou o fun-dador da juventude do SPD (Jusos) em Viersen.

José Azevedo acredita que a participação dacomunidade portuguesa na votação será idênticaou um pouco inferior à dos alemães.

“Penso que os portugueses participarão tantocomo os alemães, talvez um pouco menos, porser um grupo não muito ligado à política. Nacampanha não faço qualquer distinção entre anossa comunidade e o resto. Converso sobretodos os temas porque os problemas e os dese-jos são os mesmos, os portugueses estão muitobem integrados”, salientou o membro da assem-bleia da Câmara Municipal de Rheine.

Também para Philipp Lourenço não há diferen-ças no público-alvo da sua campanha.“Não faço distinção entre o português, espanhol

ou italiano. Falo em europeus. Noto que há muitointeresse porque recebo várias mensagens depessoas que não são de origem alemã. Para osque chegaram há pouco tempo, é ainda maisimportante ter candidatos como eu, com outrasraízes. Todo o voto é importante, portanto não fa-ço distinções”, destacou.

O jovem candidato com raízes em Barcelos

acredita que a abstenção não vai ganhar espaçopor causa da pandemia de covid-19 já que, alémde ser possível votar por carta, esta opção podeser requisitada através da internet.

“Não é necessário ir à câmara municipal fazeresse pedido. De qualquer forma, nunca há muitagente a votar ao mesmo tempo e, com o distan-ciamento social, não há motivos para receio”, ga-

rantiu.As eleições autárquicas no estado federado da

Renânia do Norte-Vestefália, o mais populoso esegundo maior da Alemanha, onde vivem cercade 38 mil portugueses, decorrem a 13 de setem-bro.

Joana Sousa Dias, da Agência Lusa

Chama-se Rádio Familiar, funciona numa caveem Aarau, na Suíça, tem ao leme um casal por-tuguês de emigrantes e passa quase exclusiva-mente música ligeira portuguesa, sempre com abandeira nacional em destaque no estúdio.No ar desde 14 de Fevereiro, o projecto radiofó-

nico tem como rostos Leandro Pereira, natural deLamego, e a mulher, Elisabete Vieira da Silva,oriunda da Póvoa de Lanhoso.

“Pode-se dizer que somos uma rádio de emi-grantes portugueses para emigrantes portugue-ses, mas é claro que estamos abertos a todosquantos nos quiserem ouvir”, disse Leandro Pe-reira, à Lusa.

O projecto, 100% on-line, é ligeiro, terra-a-terrae despretensioso e aposta, sobretudo, na proxi-midade e na interação com o ouvinte, através doFacebook.

Das 24 horas diárias de emissão, a esmagado-ra maioria é assegurada pelo “piloto automático”,mas, ao final da tarde, após o trabalho, Leandro

e Elisabete dão a cara, saudando pessoalmentecada ouvinte que entra e soltando, despreocupa-damente, estados de alma.

“Z’imbora”, abreviatura de “vamos embora”, é aexpressão recorrentemente usada por um eoutro, para incentivar o ouvinte a entrar no espíri-to da rádio, que é acompanhar, cantando ou dan-çando, o artista que a cada momento está no ar.

Leandro, que já foi cantor, sabe quase todas asletras de cor das canções que passa e, volta emeia, lá “sai” até um karaoke.

Mantém, por norma, uma pose séria, profissio-nal, que, como diz, “a música não é brincadeira”e a rádio “não é para qualquer um”.Em contraponto, Elisabete faz da simpatia a sua

grande arma, mas também ela não abdica detrautear os temas que vão passando.

“Quando estamos no estúdio, os ouvintes po-dem pedir os temas que querem ouvir”, assegu-ra Leandro.

Ele tem 25 anos e trabalha na construção civil,

assegurando também serviços de jardinagem,sempre que é preciso. Ela é 10 anos mais velhae faz limpezas.Depois de “largarem”, é no estúdio instalado nu-

ma cave, com 32 metros quadrados, que alimen-tam o “bichinho” da rádio.

Por dia, passarão ali uma hora e meia, duashoras, depende.

Passam música, quase toda portuguesa, can-tam, saúdam os ouvintes, dançam um com ooutro, mandam recados, atendem pedidos.

“Sentimo-nos acarinhados, sentimos que faze-mos bem a quem nos ouve, e, enquanto assimfor, vamos continuar”, atira Leandro.

A bandeira nacional, essa, está sempre “escar-rapachada” na parede do estúdio, para que nãofiquem dúvidas sobre o “orgulho de ser portu-guês” que ambos sentem.

“Estou na Suíça há 21 anos, mas esta é, e serásempre, a minha bandeira. É por ela que o meucoração bate”, atira Leandro.

As artes podem ser uma ferramenta importantena medicina defende a médica luso-canadianaCarina Freitas, após seis anos no Canadá, agorade regresso a Portugal, prometendo utilizar o“poder terapêutico da música como tratamentodos pacientes”.

“Gostava de continuar o meu propósito de vida,que é divulgar o poder terapêutico da música etambém a introdução das artes na saúde, noscuidados hospitalares, pois têm o poder de curare porque não utilizá-las para o nosso bem-estar”,disse à agência Lusa Carina Freitas, de 43 anos.

Natural do Funchal (Madeira), a pedopsiquiatrarealçou ainda um relatório da OrganizaçãoMundial de Saúde divulgado em Novembro de2019 que foca a “importância de fomentar as ar-tes na saúde e no bem-estar”.

Licenciada pela Faculdade de Medicina doPorto (1994-2000), fez o internato Geral Médicono Centro Hospitalar do Funchal (2001-2002),especializou-se em Psiquiatria de Infância e daAdolescência no Hospital Dona Estefânia (2003-2008).

Com um mestrado em Neurociências pela Fa-

culdade de Medicina da Universidade de Lisboa,Carina Freitas foi estudante internacional noCanadá entre 2014 a Julho de 2020, tendo con-cluído um doutoramento de ciências médicas eneurociências no Instituto de Ciências Médicasda Universidade de Toronto e uma pós-gradua-ção de “Média e Medicina” na Escola Médica deHarvard, em Boston (Estados Unidos).“Na pós-graduação senti uma forte comunidade

de médicos, que não se dedicavam apenas àmedicina, tinham outras paixões, como as artesplásticas, a culinária, a natureza, e realizavamuma ponte entre a medicina e essas paixões”,frisou.

No seu caso, com um interesse particular emNeurociências da música e autismo, foi impor-tante contar a “história para criar um impacto jun-to das comunidades para consciencializar aspessoas para as doenças e para os tratamen-tos”.A luso-canadiana foi uma das selecionadas para

a pós-graduação, entre 400 candidatos, em que,foram escolhidos 40 médicos e outros dez profis-sionais da área da saúde e da comunicação so-cial, numa experiência que considera de “enri-quecedora com pessoas que lhe serviram de ins-piração profissional e pessoal”.

Na pós-graduação de ‘Média e Medicina’ emHarvard, a luso-canadiana realizou um documen-tário sobre “O Poder Terapêutico da Música noAutismo”.

Durante o doutoramento no Canadá, a médicaestudou as bases neurológicas da música famil-iar e a perceção da música familiar e não familiarnas crianças com Perturbação do Espetro doAutismo, utilizando a técnica da magnetoencefa-lografia.

Carina Freitas obteve uma bolsa de doutora-mento da Fundação Ciência e Tecnologia (FCT)e ainda cinco prémios de excelência académicaatribuídos pela Universidade de Toronto, no valortotal de 22.600 dólares canadianos (14.329euros).

Entre 2008 a 2014, exerceu a atividade clínicano Serviço de Pedopsiquiatria no Hospital Dr.Nélio Mendonça, no Funchal, local onde já reini-ciou funções, após seis anos de licença sem ven-cimento.Além da medicina, Carina Freitas tem outra pai-

xão: a música. Além de cantora, também é com-positora e desde muito cedo participou em váriosfestivais da canção, tendo lançado em 2006 ‘Al-quimia’, um álbum de pop-rock com temas origi-nais.

Candidatos portugueses a autárquicas na Alemanha optam por campanha digital e distância de segurança

Casal de emigrantes portugueses alimenta rádio e conforta alma lusa na Suíça

Médica luso-canadiana aposta nas artes como poder terapêutico para tratamento dos pacientes

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8 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 24 DE AGOSTO DE 2020

PORTUGAL

O primeiro-ministro manifestou “toda a confian-ça política” na ministra do Trabalho, Solidarieda-de e Segurança Social, alvo de críticas devido auma entrevista que gerou polémica no tema doscasos de covid-19 em lares de idosos.António Costa recusou "alimentar polémicas ar-

tificiais", em declarações aos jornalistas apóspresidir à reunião do Centro de CoordenaçãoOperacional Nacional (CCON) da AutoridadeNacional de Emergência e Protecção Civil(ANEPC), na sede de Carnaxide.

“Não vale a pena pedirem a demissão de mem-bros do Governo porque, quando eu não tiverconfiança nalgum, resolvo o problema. Tenhotoda a confiança [política] na ministra Ana Men-des Godinho, no trabalho excecional que temvindo a fazer”, garantiu, referindo-se ao trabalhodaquele ministério na proteção do emprego ouna criação de novas prestações sociais.A dimensão dos surtos de covid-19 nos lares de

idosos "não é demasiado grande em termos deproporção", respondeu Ana Mendes Godinho,em entrevista publicada no jornal semanário Ex-presso, admitindo ainda falta de funcionários na-quelas instituições.

“Não só não houve nenhuma desvalorizaçãocomo o Estado não regateou esforços, até mobi-lizou as Forças Armadas, dando assistência mé-dica e pessoal. Não vale a pena. A situação já ésuficientemente grave para estarmos a gastarenergias com polémicas que são artificiais. Quecada um faça o seu trabalho. Eu nunca gosto dealimentar polémicas”, continuou o primeiro-minis-tro.

O chefe do Governo lembrou que houve “umaumento de 5,5% das transferências para oslares”, que são “mais de 2.000 em todo o dopaís”, com “mais de 90 mil utentes” e “mais de 60

mil profissionais”.António Costa recordou também que, no caso

do lar de Reguengos de Monsaraz, no qual 18pessoas morreram, vítimas do novo coronavíruscovid-19, a ministra “instaurou um inquérito, logono dia 12 de Julho e, a 16 de julho, comunicou osresultados ao Ministério Público”.

“Alarguei o meu estômago para ter uma maiorcapacidade de digestão de muitas das coisasque vou ouvindo e às quais não vou responderagora”, ironizou.

O primeiro-ministro sublinhou que, “em 2019,foram encerrados cerca de 100 lares, que esta-vam a funcionar sem condições”, através da fis-calização do Ministério do Trabalho, Solidarieda-de e Segurança Social.

“O que temos de fazer é unir esforços e nãoestar a apontar o dedo uns aos outros. Tambémpodia fazê-lo, mas não o vou fazer. Engolirei emseco e farei a minha digestão”, concluiu.

Na oposição, o PSD pediu a audiência urgenteda responsável governativa no parlamento, en-quanto CDS-PP e Chega exigiram mesmo a suademissão.

O chefe do Governo declarou que o executivodança “conforme a pauta de música que for tra-çada” em relação aos debates parlamentares,depois dos reparos públicos do Presidente daRepública a PS e PSD.“Não comento obviamente aquilo que são actos

do Presidente da República relativamente aactos da Assembleia da República. Aquilo queprimeiro-ministro, ministros e secretários de Es-tado fazem é cumprir os seus deveres. Se os de-bates forem diários, lá estaremos diariamente, seforem anuais, lá estaremos anualmente. Dança-mos conforme a pauta de música que for traça-da”, disse.

António Costa falava aos jornalistas após pre-sidir à reunião do Centro de Coordenação Ope-racional Nacional (CCON) da Autoridade Nacio-nal de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), nasede de Carnaxide.

Marcelo Rebelo de Sousa, além de vetar diplo-mas no sentido de diminuir os debates parlamen-tares sobre a Europa e aumentar o número deassinaturas em petições públicas para que sejamdiscutidas em sessão plenária, condenou a re-dução das idas quinzenais do primeiro-ministroao parlamento aprovadas por PSD e PS.

“Os debates, em democracia, nunca são parapreencher calendário”, segundo o chefe de Esta-do. Rebelo de Sousa afirmou ainda que “quandoas instituições começam a fechar-se, porqueacham que há debates a mais, há qualquer coisaque não é boa para a democracia”.

Para António Costa, o “novo modelo”, após asalterações ao regimento da Assembleia da Repú-blica que transformaram os debates quinzenaisem bimensais, “parece mais exigente”

“Haver não só a fiscalização do Governo atra-vés do primeiro-ministro, mas também através,

mensalmente, de debates especializados sobrecada uma das áreas, permitindo aprofundar maiso debate... porque obviamente com cada um dosministros é possível aprofundar mais o debate doque com o primeiro-ministro... até é uma formaque pode vir a ser enriquecedora do controlo par-lamentar da actividade do Governo”, concluiu.

Costa mantém “toda a confiançapolítica” na ministra do Trabalho e Segurança Social

O PRIMEIRO-MINISTRO, ANTÓNIO COSTA, FALA À IMPRENSA APÓS A REUNIÃO DO CENTRODE COORDENAÇÃO OPERACIONAL NACIONAL (CCON) NA AUTORIDADE NACIONAL DE

EMERGÊNCIA E PROTECÇÃO CIVIL EM LISBOA (Foto Tiago Petinga/Lusa)

A MINISTRA DO TRABALHO, SOLIDARIEDADE E SEGURANÇA SOCIAL, ANA MENDES GODINHOAPÓS FALAR AOS JORNALISTAS DURANTE UMA VISITA À ASSOCIAÇÃO JUST A CHANGE, UMA

INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE SOLIDARIEDADE SOCIAL, EM MINDE, CONCELHO DEALCANENA (Foto Paulo Cunha/Lusa)

Primeiro-ministro diz que dança “conforme a pauta” dos debates parlamentares

O Governo avançou com o reforço dos ‘stocks’de medicamentos e diversos equipamentos mé-dicos, bem como da reserva estratégica nacio-nal, devido à imprevisibilidade da pandemia decovid-19, segundo um despacho publicado emDiário da República.

No despacho assinado a 13 de Agosto pela mi-nistra da Saúde, Marta Temido, pode ler-se queos ‘stocks’ de medicamentos, dispositivos médi-cos, equipamentos de protecção individual, rea-gentes e outros materiais de laboratório devemser reforçados em, “no mínimo, 20%, relativa-mente ao consumo registado no segundo se-mestre de 2019 quanto aos medicamentos, e re-lativamente ao consumo registado no primeirosemestre do ano em curso quanto aos demaisprodutos”.

O documento, elaborado a partir das orienta-ções da Direcção-Geral da Saúde (DGS), do Ins-tituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge(INSA) e do Infarmed - Autoridade Nacional doMedicamento e Produtos de Saúde, assinala queo esforço de assegurar as condições do ServiçoNacional de Saúde para responder à covid-19“tem de ser mantido, num quadro de imprevisibi-lidade da evolução da pandemia e do respetivoimpacto” nos mercados dos diferentes produtosmédicos.Paralelamente, o executivo delegou na DGS, no

INSA e no Infarmed o “reforço da reserva estraté-gica nacional de medicamentos e dispositivos,mediante a aquisição imediata dos medicamen-tos, dispositivos médicos, equipamentos de pro-teção individual, desinfetantes e material paratestes laboratoriais, nomeadamente zaragatoase reagentes de extracção e diagnóstico”.

As quantidades a reforçar em cada produto –cuja lista apresentada pelo despacho inclui omedicamento Remdesivir, autorizado pela Co-missão Europeia para o uso no tratamento dedoentes infetados pelo novo coronavírus – serãodeterminadas por estas três instituições.

Cerca de 4.300 profissionais de saúde foramcontratados para garantir a capacidade de res-posta do Serviço Nacional de Saúde “às diferen-tes fases da pandemia” da covid-19, anunciou osecretário de Estado da Saúde.“Temos feito um reforço importante ao nível dos

recursos humanos para garantir que o ServiçoNacional de Saúde vai tendo capacidade de res-posta às diferentes fases da pandemia”, afirmouAntónio Lacerda Sales na conferência de im-prensa regular sobre a covid-19.Assim, foram contratados no âmbito da respos-

ta à covid-19 cerca de 4.300 profissionais desaúde. Destes, mais de 1.800 são assistentesoperacionais, mais de 1.300 são enfermeiros,cerca de 170 médicos, entre outros, como assis-

tentes técnicos e técnicos superiores de diagnós-tico e terapêutica, “todos cruciais todos importan-tes a todos muito obrigado”.Analisando os dados diários da pandemia, Antó-

nio Lacerda Sales afirmou que “a taxa de letali-dade global é de 3,3% e a taxa de letalidade aci-ma dos 70 anos é de 15,7%”.Sublinhou ainda que Portugal já fez, desde o dia

1 de março mais de 1,7 milhões de testes diag-nósticos à covid-19”.

“Em Agosto, a média de testes por dia é supe-rior a 13 mil, o que faz com que sejamos o sextopaís da União Europeia com mais testes por mi-lhão de habitantes”, destacou.Ainda sobre o reforço dos recursos humanos no

SNS, o governante recordou a abertura do pro-

cedimento para 435 postos de trabalho na espe-cialidade de Medicina Geral e Familiar, observan-do que “é o maior número de vagas para médi-cos de família dos últimos tempos”.

Foi também publicado o despacho que fixou ospostos de trabalho médico nas zonas geográfi-cas do país e especialidades definidas como ca-renciadas.

“São 185 vagas, o maior número de semprepara zonas do país que mais delas necessitamcomo o Algarve, as Beiras, Trás-os-Montes, àsquais o Governo atribui um conjunto de incenti-vos aos profissionais que a elas se candidatam,porque reconhecemos que a força de trabalho éo motor do Serviço Nacional de Saúde e quere-mos profissionais de saúde motivados”, vincou.

Governo contratou 4.300 profissionais de Saúde para reforçar combate à covid-19

Executivo decretareforço de 'stocks' de medicamentos e equipamentos médicos

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24 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 9

PORTUGAL

A TAP justificou o cancelamento e adiamentodos voos que tinha previsto na rota Luanda-Lis-boa com o prolongamento das restrições aosvoos regulares em Angola, anunciando a inten-ção de operar duas ligações semanais.A transportadora aérea portuguesa tinha progra-

mado vários voos no mês de Agosto para ligarLuanda a Lisboa, mas alguns não se concretiza-ram, como o que tinha sido anunciado para dia14.“A TAP concebeu e colocou à venda a operação

para Luanda para o mês de Agosto antes de tersido prolongada a restrição aos voos regulares.Após esse prolongamento das restrições, a 7 deAgosto, pelas autoridades angolanas, a TAP pro-cedeu a uma reformulação da operação, o quelevou ao cancelamento e adiamento de datas dasua operação Luanda-Lisboa”, justificou a em-presa.A TAP acrescentou que planeia operar a rota de

Luanda em Agosto "com duas operações sema-nais", sem especificar datas.Há dias, a TAP admitiu ter cometido "um lapso"

na informação enviada aos passageiros sobre ocancelamento de voos de Angola, depois de umprotesto do Instituto Nacional de Aviação Civil(INAVIC), que era visado nas comunicações.

"A companhia enviou uma comunicação a infor-mar os passageiros do cancelamento de voosem Angola, contudo, por lapso, ao invés da co-municação aos passageiros fazer referência àpandemia de covid-19 e consequentes restriçõesdefinidas pela lei, fez erradamente referência aoINAVIC", adiantou fonte da empresa.

O INAVIC angolano acusou a TAP de estar arecusar o embarque de passageiros autorizadosa entrar em Angola e de realizar “voos de carác-ter comercial” ao abrigo dos voos humanitários.

A página do Consulado-Geral de Portugal emLuanda informou estarem agendados voos daTAP nos dias 19 e 21 de Agosto, e da transporta-dora angolana TAAG nos dias 18, 20, 25 e 27 deAgosto, sublinhando que os voos de regresso aPortugal são das respectivas companhiasaéreas.

Angola mantém o seu espaço aéreo fechadodesde o dia 20 de Março, para conter a propa-gação de covid-19, mas tem autorizado a realiza-ção de voos de carga e outros, em situações es-peciais sujeitas a controlo sanitário e sujeitos aaprovação das autoridades angolanas.No dia 7 de Agosto foi aprovado um decreto pre-

sidencial que prolonga situação de calamidadepública, até 8 de Setembro, mantendo a cercasanitária na província de Luanda e Município doCazengo (província do Cuanza-Norte), o queimplica que continuem suspensos, por tempo in-determinado, os voos internacionais comerciaisregulares de e para Angola.

O decreto admite situações especiais, nomea-damente o regresso de cidadãos nacionais, bem

como de estrangeiros residentes, viagens decidadãos estrangeiros para os respetivos países,ajuda humanitária ou emergência médica e en-trada de especialistas estrangeiros para tarefasespecíficas, entre outras.

Os passageiros que viajem para Angola devemapresentar um teste de biologia molecular RT-PCR SARS-cov-2, com resultado negativo, reali-zado nas 72 horas anteriores à viagem.

Os cidadãos angolanos e estrangeiros residen-

tes poderão realizar quarentena domiciliar, assi-nando um termo de responsabilidade, enquantoos estrangeiros não residentes são obrigados acumprir quarentena institucional.

Os passageiros que viajarem de Angola paraPortugal deverão apresentar um comprovativode teste laboratorial para despiste da infeção porSARS-CoV-2, com resultado negativo, realizadoaté 72 horas antes do embarque.

Os cidadãos nacionais e estrangeiros residen-

tes em Portugal que, excepcionalmente não se-jam portadores de realização do teste acima re-ferido, serão submetidos ao referido teste à che-gada a território nacional, a expensas próprias.Os cidadãos estrangeiros não residentes emPortugal que não apresentem comprovativo deteste negativo, não poderão embarcar, enquantoos passageiros em trânsito são dispensados deapresentar o teste desde que não abandonem azona internacional do aeroporto.

Os aeroportos nacionais registaram um movi-mento “inexpressivo” de 318,2 mil passageirosem Junho, o que representa uma quebra de94,6%, em comparação com igual período de2019, divulgou o Instituto Nacional de Estatística(INE).

De acordo com o relatório Atividade dos Trans-portes Junho 2020 – Estatísticas rápidas dotransporte aéreo, publicado pelo INE, “no mês deJunho de 2020 aterraram nos aeroportos nacio-nais 3,0 mil aeronaves em voos comerciais o querepresenta uma variação homóloga de -86,0% (-92,3% em Maio e -94,3% em Abril)”, registando-se o movimento de 318,2 mil passageiros (em-barques, desembarques e trânsitos diretos), oque representa uma variação homóloga negativade 94,6% (-98,5% em maio e -99,4% em Abril).O movimento de carga e correio nos aeroportos

nacionais também registou um decréscimo de54,1% (-55,5% em maio e -62,6% em abril), tota-lizando 7,5 mil toneladas.

“É visível o impacto da pandemia de covid-19 edas medidas adotadas ao nível do espaço aéreoa partir do início da segunda quinzena do mês deMarço, e a lenta recuperação, registando-se,durante o mês de Junho, reduções superiores a80% no número de aeronaves aterradas e iguaisou superiores a 90% no número de passageirosdesembarcados”, refere o INE.Numa análise aos primeiros seis meses do ano,

o INE concluiu que aterraram nos aeroportos na-cionais 46,1 mil aeronaves em voos comerciais (-57,7% face ao período homólogo) e forammovimentados 9,9 milhões de passageiros (-64,5%).

O aeroporto de Lisboa movimentou 57,1% dototal de passageiros (5,7 milhões) e registou umdecréscimo de 61,3%.

Considerando os três aeroportos com maiortráfego de passageiros, o do Faro foi o que evi-denciou maior decréscimo do número de pas-sageiros movimentados entre Janeiro e Junho de2020 (-79,9%).

Quanto aos países de origem e destino dosvoos, no primeiro semestre de 2020, França ocu-pou o primeiro lugar, seguida do Reino Unido.

No entanto, o segundo principal país de origeme de destino evidenciou a maior redução do nú-mero de passageiros desembarcados e embar-cados (-72,2% e -69,8%, respetivamente).

Considerando ainda o primeiro semestre doano, registou-se uma diminuição de 28,0% domovimento de carga e correio nos aeroportosnacionais, que atingiu 71,1 mil toneladas.

O movimento de mercadorias no aeroporto deLisboa representou 66,6% do total, atingindo47,4 mil toneladas, uma diminuição de 34,2% fa-ce ao período homólogo.

As medidas para combater a pandemia parali-saram sectores inteiros da economia mundial elevaram o Fundo monetário Internacional (FMI) afazer previsões sem precedentes nos seusquase 75 anos: a economia mundial poderá cair4,9% em 2020, arrastada por uma contração de8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euroe de 5,8% no Japão.

Os efeitos da pandemia já se reflectiram naeconomia portuguesa no segundo trimestre, como produto Interno Bruto (PIB) a cair 16,5% faceao mesmo período de 2019, segundo dados doINE.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) sinali-zou que a informação disponível aponta parauma redução “menos intensa” da actividade eco-nómica em Julho.

De acordo com a Síntese Económica de Con-juntura, divulgada, o indicador de clima económi-co aumentou entre Maio e Julho e os indicadoresde confiança aumentaram em todos os sectoresde actividade.

O indicador de clima económico - que sintetizaos saldos de respostas extremas das questõesrelativas aos inquéritos às empresas aumentouentre Maio e Julho, de -3,2 pontos em Maio, -4,3pontos em Julho e -2,9 pontos em Julho.

O indicador de actividade económica, que sin-tetiza um conjunto de indicadores quantitativosque refletem a evolução da economia, recuperouparcialmente em Maio e Junho do mínimo obser-vado em abril, passando de -7,7 pontos em maiopara -4,4 pontos em junho, após ter atingido emabril o valor de -9,3 pontos.“Por componentes, na óptica da despesa, o indi-

cador quantitativo de consumo privado apresen-tou em Junho uma diminuição homóloga menosintensa que a verificada em Maio, após ter atingi-do em Abril o mínimo da série”, referiu.

No mesmo sentido, o indicador de investimentoregistou em Junho uma redução homóloga me-nos acentuada que a observada no mês prece-dente, acrescenta o INE.

TAP justifica adiamento de datas na rota entreLuanda-Lisboa com prolongamento das restrições

Aeroportos nacionais com movimento “inexpressivo”de 318,2 mil passageiros em Junho

INE sinaliza redução“menos intensa” da actividade económica

A TAP JUSTIFICOU O CANCELAMENTO E ADIAMENTO DOS VOOS QUE TINHA PREVISTO NAROTA LUANDA-LIS-BOA COM O PROLONGAMENTO DAS RESTRIÇÕES AOS VOOS REGULARES

EM ANGOLA, ANUNCIANDO A INTEN-ÇÃO DE OPERAR DUAS LIGAÇÕES SEMANAIS

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10 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 24 DE AGOSTO DE 2020

MADEIRA

A proposta de lei para incluir os emigrantes noregime de seguro social voluntário e no Códigodos Regimes Contributivos do Sistema Previden-cial de Segurança Social, oriunda do parlamentoda Madeira, foi publicada em Diário da Repúbli-ca.

A proposta foi aprovada em sessão plenária naRegião Autónoma da Madeira em 28 de Julho de2020 e remetida posteriormente à Assembleia daRepública para discussão.

O objectivo é permitir a admissão ao regime dasegurança social voluntária dos portugueses

maiores, residentes nos países de acolhimento,mediante contribuições mensais tendo comobase de incidência contributiva o correspondentea uma remuneração convencional e escolhidapelo beneficiário, de acordo com os escalõesindexados ao valor do Indexante dos ApoiosSociais (IAS).A proposta do parlamento regional evoca o arti-

go 13.º da Constituição da República, que consa-gra o princípio da igualdade ao nível da proteçãodos cidadãos pelo sistema de segurança socialna doença, velhice, invalidez, viuvez e orfanda-de, desemprego e outras situações de falta demeios de subsistência, vincando que cerca de 5milhões de portugueses residem fora do país.

"Nesse sentido, é importante referir que estanossa diáspora, apesar de serem residentes noestrangeiro, ficou sempre ligada à sua terra deorigem e como tal fazem parte de um todo, fazemparte do nosso país", refere a resolução do par-lamento regional.E reforça: "São portugueses, pelo que merecem

ser protegidos nas mesmas condições dos quecá residem, com o mesmo respeito, a mesmaigualdade de direitos e sem qualquer tipo de dis-criminação e mais quando estão em situações defragilidades sociais e económicas".

A Assembleia Legislativa da Madeira destaca asituação dos emigrantes na Venezuela, afirman-do que se encontram numa situação de "extremagravidade e debilidade social", em que a segu-rança social do referido país de acolhimento nãoconsegue salvaguardar os seus direitos sociais.

A Câmara do Funchal decidiu aumentar o inves-timento na reabilitação alargada do Teatro Mu-nicipal Baltazar Dias, inicialmente estimado em130 mil euros, gastando mais 34 mil euros em in-tervenções não previstas, informou a autarquia.Fonte do município explicou à agência Lusa que

foi feito "um acréscimo de 34 mil euros ao valorprevisto, ascendendo agora o custo total a 164mil euros, porque havia aspectos que não es-tavam contemplados inicialmente".A intervenção estava prevista para decorrer este

ano, mas “foi antecipada”, com início em Maio“devido à crise de saúde pública”, e realizou-sedurante os meses de verão, estando já em fasede conclusão, salienta o município, numa nota di-vulgada na região.

O vereador responsável pelo pelouro dos Edifí-cios e Equipamentos da Câmara do Funchal,Rúben Abreu, visitou as obras em curso e salien-tou que “a actual intervenção visa recuperar todaa estrutura em madeira que circunda a fachadado edifício [do teatro da cidade]”, incluindo o pro-jecto acções ao nível da cobertura e fachadas,além da recuperação dos soalhos.“Os prédios antigos da cidade [Funchal] são for-

mados por muitos elementos em madeira que,com o passar dos anos, tendem a degradar-se”,salientou o vereador da autarquia madeirense,citado na mesma nota.O projecto passou por intervenções ao nível das

caixilharias que compõe as janelas e por “tratar eenvernizar o pavimento em soalho do Salão No-bre e da Sala de Espelhos, espaços que servempara a realização de exposições, lançamento delivros, ensaios de dança, canto e teatro, entreoutros”, indicou.

Rúben Abreu sublinhou que, no âmbito da“aposta na difusão da cultura na cidade” do actu-al executivo da Câmara do Funchal, governadapela coligação Confiança (PS, BE, PDR e Nós,Cidadãos!), estão a ser realizados “todos os in-vestimentos que se justificam para que o TeatroBaltazar Dias possa iniciar a sua nova tempora-da artística com todas as condições de usufrutoe segurança, garantindo a satisfação e o bem-estar dos colaboradores, dos artistas e do públi-co”.

“O que fizemos foi aproveitar a paragem a quetodos fomos forçados para nos dedicarmos arecuperar este espaço, que a partir de setembro

irá apresentar-se de cara lavada, reassumindo oseu estatuto central no panorama cultural daRegião”, destacou o vereador.

O município do Funchal detém a responsabili-dade por aquele espaço, o principal teatro daregião, construído nos finais do século XIX e comuma traça com base no modelo italiano, inspira-do no de São Carlos, em Lisboa, e no La Scala,em Milão, Itália.

“As obras estão a decorrer a bom ritmo e noarranque da próxima temporada artística tere-mos renovadas condições de utilização em prati-camente todos os espaços deste edifício icónico,incluindo a plateia, o palco e a teia da sala, quetambém poderá acolher, como já aconteceu nopassado, várias iniciativas culturais, além dos es-paços que já foram referidos”, complementou oautarca.

A resolução do parlamento da Madeira que insti-tui a área funcional designada por IDEIA - In-ves-tigação e Divulgação de Estudos e Informaçãosobre a Autonomia foi publicada no Diário daRepública.

A IDEIA está integrada na Presidência da As-sembleia Legislativa da Região Autónoma daMadeira e tem por missão promover, desenvolvere dinamizar estudos e iniciativas de aprofunda-mento e intercâmbio do conhecimento sobreautonomia regional, contribuindo para a acessi-bilidade e valorização da cultura autonómica.

O diploma foi aprovado em sessão plenária noparlamento regional, presidido pelo centristaJosé Manuel Rodrigues, em 28 de Julho de2020."No âmbito da sua missão, cabe à IDEIA formu-

lar propostas com vista à implementação e dina-mização de medidas e iniciativas de desenvolvi-mento e aprofundamento cultural autonómico",refere a resolução.

O coordenador desta nova área funcional serádesignado por despacho do presidente da As-sembleia Legislativa, sendo que caberá preferen-cialmente a um trabalhador que exerça funçõesna carreira de consultor parlamentar, sem acrés-cimos remuneratórios.A nomeação será feita após ouvida a conferên-

cia dos representantes dos cinco partidos comassento no parlamento da Madeira: PSD, PS,CDS-PP, JPP e PCP.

O diploma que institui a IDEIA sublinha que é"fundamental" aprofundar o conhecimento sobrea autonomia regional e desenvolver iniciativasnesse sentido, tais como intercâmbios culturais,ações de informação, divulgação e valorizaçãodo estudo e investigação no âmbito autonómicoe eventos em articulação com entidades públicase privadas.

A Madeira registou uma redução de 22,1% noconsumo de gasóleo e gasolina no primeiro se-mestre deste ano, face ao mesmo período doano anterior, totalizando 56,7 milhões de litros,informou o Governo Regional.

De acordo com a informação disponibilizadapela Direção Regional de Estatística da Madeira,tendo por base os dados facultados pela Alfân-dega do Funchal, nos primeiros seis meses de2020 “foram introduzidos 41,5 milhões de litrosde gasóleo” na região, o que representa um de-créscimo de 20,5% em comparação com o perío-do homólogo”.

No que diz respeito às gasolinas, também a de95 octanas evidencia “uma diminuição homólogade 29,2%, enquanto a de 98 octanas registouuma descida de 15,8%”.

Na mesma informação, a DREM aponta que,nos primeiros seis meses deste ano, foram intro-duzidos 11,2 milhões de litros da gasolina de 95octanas e 3,9 milhões de litros da de 98 octanas”

no arquipélago.Quanto à situação do gás propano e butano, a

introdução no consumo no período em análise“rondou as 5,1 e 3,4 mil toneladas, respectiva-mente, enquanto no gás natural, a quantidade foide 11,6 mil toneladas, mais 0,4% que no períodohomólogo”, pode ler-se no documento.

A DREM ainda salienta que, numa avaliaçãoapenas à situação relativa ao segundo trimestrede 2020, “a introdução no consumo dos princi-pais combustíveis (gasóleo e gasolina) na Ma-deira rondou os 23,4 milhões de litros – o volumemais baixo na série disponível que tem início no1.º trimestre de 2008 – valor inferior ao do perío-do homólogo em 37,7%”.

Entre Abril e Junho, o gasóleo rodoviário teveuma procura que se situou nos 17,5 milhões delitros, “menos 35,3% face ao mesmo trimestre de2019”.

Neste período, também se registou uma redu-ção nas gasolinas, apresentando a de 95 octa-

nas uma introdução de 4,2 milhões de litros (me-nos de 48,5%) e a de 98 octanas 1,7 milhões delitros (inferior em 27,7%), comparando com omesmo período do ano anterior.

“A quantidade introduzida de gás propano ebutano rondou, pela mesma ordem, as 1,2 e 1,6mil toneladas enquanto no gás natural, foi de 5,0mil toneladas, refere ainda a informação estatís-tica.A DREM também salienta que a média dos pre-

ços dos combustíveis no segundo trimestre de2020 apresenta uma “queda”, enunciando que opreço médio do gasóleo rodoviário fixou-se em1,106 euros - inferior ao registado no período ho-mólogo (1,292 euros) e no trimestre anterior(1,265 euros).

Quanto à gasolina de 95 octanas, “o preço mé-dio foi de 1,301 euros, abaixo do verificado noperíodo correspondente do ano precedente(1,516?)” e inferior ao do primeiro trimestre de2020 (1,472 euros ).

Parlamento quer incluir emigrantes no regime de seguro social voluntário

Câmara do Funchal gasta mais 34 mil euros do que o previstonas obras do teatro municipal

Assembleia madeirenseinstitui nova área funcional para investigação e divulgação da autonomia

O PARLAMENTO MADIRENSE QUER INCLUIR OS EMIGRANTES NO REGIME DE SEGURO SOCIALVOLUNTÁRIO E NO CÓDIGO DOS REGIMES CONTRIBUTIVOS DO SISTEMA

PREVIDENCIAL DE SEGURANÇA SOCIAL

Madeira reduziu consumo de principais combustíveis no 1.º semestre do ano

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CRISE HUMANITÁRIA NO NORTE

MOÇAMBIQUE

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disseque a guerra em Cabo Delgado está a ser movi-da por pessoas que querem dividir Moçambiquedevido às riquezas que o país possui.

Filipe Nyusi falava após visitar o centro de des-locados no distrito de Metuge, no âmbito de umavisita de trabalho à província de Cabo Delgado,Norte de Moçambique.

"Parte desta população [deslocada] saiu do dis-trito de Quissanga [um dos mais afetados pelaviolência armada] devido à guerra movida porpessoas que nos querem dividir por causa dasnossas riquezas", disse Filipe Nyusi, numa brevemensagem divulgada na sua página do Face-book.

O chefe de Estado moçambicano pediu aindaque os moçambicanos continuem vigilantes emantenham a esperança em "dias melhores", en-corajando as forças governamentais a continua-rem firmes na defesa das populações.

"Temos de continuar vigilantes e ter esperançade que melhores dias virão. Encorajamos os jo-vens das Forças de Defesa e Segurança, quetrabalham noite e dia, a continuarem a lutar pelatranquilidade do nosso povo", acrescentou o che-fe de Estado moçambicano.Quissanga, localizada a pouco mais de 100 qui-

lómetros da capital provincial (Pemba), foi umadas vilas invadidas no final de Março pelos gru-pos armados, tendo sido destruídas várias infra-estruturas, incluindo a residência do administra-dor, obrigando a fuga das populações.

Na ocasião, num vídeo distribuído na internet eagravado em pleno dia no muro da residência doadministrador de Quissanga, um alegado militan-te 'jihadista' justificou os ataques de grupos ar-mados no norte de Moçambique com o objeCtivode impor uma lei islâmica na região, naquela que

ficou conhecida como a primeira mensagem di-vulgada no local pelos autores dos ataques.Nos últimos dias, os insurgentes realizaram ata-

ques sequenciados às aldeias de Anga, Buji,Ausse e à vila sede de Mocímboa da Praia e, se-gundo dados das forças governamentais, pelomenos 59 "terroristas" foram abatidos.

Os grupos armados invadiram o porto de Mo-címboa da Praia e os confrontos deixaram umnúmero desconhecido de mortos, incluindo ele-mentos das forças governamentais, segundoinformações avançadas à Lusa por uma fonte doexército.

O ministro da Defesa de Moçambique, JaimeNeto, disse que os grupos armados estão infiltra-dos nas comunidades e a comandar ataquescontra a vila a partir das instalações portuárias.

Mocímboa da Praia é uma das principais vilasda província, situada 70 quilómetros a sul daárea de construção do projeto de exploração degás natural conduzido por várias petrolíferas in-ternacionais e liderado pela Total.

Tal como Quissanga, a vila tinha sido invadidae ocupada durante um dia por rebeldes em 23 deMarço, numa acção depois reivindicada pelo gru-po 'jihadista' EI, e foi, a 27 e 28 de Junho, palcode longos confrontos entre as forças governa-mentais e os grupos insurgentes.Em Cabo Delgado, os ataques de grupos arma-

dos, que eclodiram em 2017 mesmo em Mocím-boa da Praia, já provocaram, pelo menos, amorte de 1.059 pessoas, e algumas das acçõesdos grupos têm sido reivindicadas pelo grupo'jihadista' Estado Islâmico (EI).

De acordo com as Nações Unidas, a violênciaarmada nesta província do norte de Moçambiqueforçou à fuga de 250.000 pessoas de distritosafectados pela insegurança, mais a norte da pro-víncia.

O Japão vai doar pouco mais de 93 milhões dedólares (78,6 milhões de euros) para projectossociais destinados às vítimas de violência arma-da na província de Cabo Delgado, anunciou aembaixada nipónica em Maputo.

Uma nota da embaixada explica que o valor vaifinanciar actividades viradas para gerar rendi-mento para as famílias atingidas pelo conflito ar-mado, diálogo comunitário e fortalecimento da li-gação entre a polícia e a comunidade.

As acções que serão cobertas pelo financia-mento japonês vão beneficiar 37 mil pessoas."Estamos preocupados com o aumento da inse-

gurança em Cabo Delgado, que está a afectarum número elevado de pessoas", declarou o em-baixador do Japão em Maputo, Kimura Ajime,citado no comunicado.

O financiamento irá também apoiar fóruns decoordenação para garantir uma resposta integra-da com impacto na coesão social e resiliência dacomunidade.A ajuda será canalizada através da Organização

Internacional das Migrações (OIM), adianta anota.

"Esta parceria chega num momento crítico paraa população de Cabo Delgado, pois milhares defamílias foram forçadas a abandonar as suas ca-sas devido à insegurança", afirmou a chefe damissão da OIM em Moçambique, Laura Tomm-Bonde.

Laura Tomm-Bonde destacou que muitas famí-lias viram a sua condição económica agravar-se,porque tiveram de receber nas suas casas pes-soas obrigadas a fugir do conflito armado em Ca-bo Delgado.

A Helpo, organização não-governamental(ONG) portuguesa, está a realizar uma campa-nha em Portugal de angariação de fundos paraapoiar mulheres grávidas e crianças deslocadasdevido à violência armada em Cabo Delgado.

"Estamos a trabalhar directamente com as co-munidades, acreditamos que esta pequena ajudapode minimizar o problema destas famílias",disse Carlos Almeida, coordenador da Helpo emMoçambique.A capital provincial (Pemba) tem sido o principal

refúgio para as pessoas que procuram abrigo esegurança em Cabo Delgado, mas há quem pre-fira fugir para outros lugares, incluindo Nampula,província vizinha.

Os fundos arrecadados na campanha, que ar-rancou no início deste mês, são convertidos em‘kits’ compostos por alimentos, sabão, baldes,pratos, bacias e copos, produtos e materiais quejá estão a ser distribuídos a deslocados em Nam-pula.

"Até este momento, conseguimos arrecadarcerca de oito mil euros", avançou Carlos Almei-da.

A ajuda da Helpo compreende também o ras-treio e acompanhamento nutricional de mãesgrávidas e lactentes e crianças até aos 2 anos.Numa segunda fase, a organização humanitária

pretende contribuir para a reintegração escolarde crianças, que maioritariamente perderam o

material escolar fugindo da violência armadanaquela província do norte de Moçambique.

"Muitas crianças não têm possibilidade de estu-dar condignamente, elas estão inscritas, masnão têm material. Elas vieram sem nada dassuas localidades de origem e estão a necessitarde muita ajuda", referiu.

O coordenador da ONG falava à Lusa enquan-to fazia a distribuição de ‘kits’ em Namialo, naprovíncia de Nampula, a uma família de 17 pes-soas, todas deslocadas devido à violência arma-da em Cabo Delgado.

"Esta família foi identificada porque tem um be-bé de meses e que perdeu a mãe vítima da vio-lência e agora está sob cuidados da sua avó.Eles vieram para aqui só com a roupa do corpo",detalhou Carlos Almeida.A Helpo é uma organização não-governamental

para o desenvolvimento, que trabalha desde2008 nas áreas de educação e nutrição, pres-tando apoio às populações mais vulneráveis.

“Guerra em Cabo Delgado movida por pessoas que querem dividir o país” - Presidente Filipe Nyusi

Helpo angaria fundos emPortugal para deslocados

Japão doa mais de 78,6 milhões de euros

O comando da polícia em Mueda, província deCabo Delgado, proíbe também o exercício dequalquer actividade comercial, entre as 18:30 lo-cais e as 06:30, refere um comunicado da corpo-ração.

O comunicado, assinado pelo chefe da secre-taria do comando distrital de Mueda, subinspetorAlberto Patrício, avisa que irá impor "medidas se-veras" a quem desobedecer ao recolher obriga-tório."Manter a ordem e tranquilidade dos cidadãos é

a nossa aposta", diz o comunicado, divulgadoatravés das redes sociais.

O comando da polícia em Mueda enfatiza que orecolher obrigatório visa "facilitar o controlo damovimentação populacional na vila municipal deMueda, de acordo com a situação de ameaçados insurgentes".

MEDIDA ILEGAL

O Centro para a Democracia eDesenvolvimento (CDD), uma organização nãogovernamental mo-çambicana, considerou ilegalo recolher obrigató-rio imposto no município,exigindo a anulação da medida.

"A limitação de direitos, liberdades e garantiasconstitucionais só pode ser feita nos termos daConstituição da República", refere uma nota doCDD ora divulgada.

Contactados pela Lusa, o Comando-Geral daPRM e o comando da polícia na província deCabo Delgado ainda não se pronunciaram sobreo caso.

A vila sede do município de Mueda nunca foiatacada pelos grupos armados que atuam nonorte de Cabo Delgado desde 2017, mas algunspontos do distrito de Mueda foram já atingidaspelas ações dos grupos.

Os ataques de grupos armados, que eclodiramem 2017 na vila-sede de Mocímboa da Praia, jáprovocaram, pelo menos, 1.059 mortes e algu-mas das ações dos grupos têm sido reivindi-cadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

De acordo com as Nações Unidas, a violênciaarmada nesta província do norte de Moçambiqueforçou a fuga de 250.000 pessoas de distritosafectados pela insegurança, mais a norte daprovíncia.

Polícia impõe recolher obrigatório em MuedaA polícia moçambicana proibiu a circulação depessoas e operações bancárias entre as 18:30 eas 06:30 locais no município de Mueda, norte dopaís, devido ao risco de ataques armados. CDDdiz que a medida é ilegal.

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12 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 24 DE AGOSTO DE 2020

MOÇAMBIQUE

nalistas moçambicanos defendem uma maiorpresença do empresariado chinês no país após apandemia de covid-19, mas alertam para umapossível redução de empréstimos e apoios esta-tais do gigante asiático.

“Os grandes empréstimos deverão reduzir-se,mas, em contrapartida poderemos ver mais in-vestimento privado chinês em Moçambique”,disse à Lusa Sérgio Chichava, investigador doInstituto de Estudos Sociais e Económicos.

“Haverá necessidade de uma revisão e [o apoio]não poderá continuar na mesma escala porque aeconomia chinesa está com algumas dificul-dades, tal como todas as economias”, observou.

Chichava faz ainda a referência aos casos demaus tratos a cidadãos africanos e afro-ameri-canos na China, desde Abril, em casos de discri-minação e racismo impulsionados pela novapandemia, e a um assassinato de três empresá-rios chineses na Zâmbia, em Junho.

Segundo refere, os casos têm manchado as re-lações interpessoais, mas não foram suficiente-mente fortes para abalar a cooperação económi-ca e empresarial.

“A imagem da China no actual contexto da pan-demia em África não saiu manchada, pelo con-trário: a China é vista como um país que con-seguiu em muito pouco tempo vencer o novocoronavírus”, afirmou o pesquisador, que desta-ca ainda o apoio de empresários chineses a paí-

ses africanos durante a pandemia como umponto positivo.O jornalista e analista Fernando Lima considera

que a situação de tensão devido a relatos de dis-criminação e racismo provocou "ressentimento".

O contexto gerou desconforto entre pequenosempreendedores que compram produtos naChina e vendem em Moçambique.

“Este sector foi muito penalizado, por um lado,pelas restrições devido a pandemia e, por outro,por esta onda de racismo”, afirma.

Contudo, acredita que a conjuntura não vai terimpacto nos grandes negócios.

Apesar de destacar a importância da Chinaquando Moçambique ficou sem apoio direto dosparceiros intranacionais devido ao escândalo dasdividas ocultas do Estado, em 2016, FernandoLima observa que a cooperação com o paísasiático "não é barata".

“Moçambique tem uma grande dificuldade de iraos mercados externos e encontrar fundos con-cessionais para o desenvolvimento da sua pró-pria infraestrutura. Logo, isto significa que tem dese sujeitar muitas vezes aos termos das linhasde financiamentos que são estabelecidas pelaChina”, declarou Fernando Lima.Por seu turno, o empresário moçambicano Dino

Foi, que tem negócios na China e em Moçambi-que ligados ao sector agrícola e import/export,lembra que o país asiático foi um dos primeirospaíses a apoiar o continente africano face à pan-demia e isso deve ser levado em consideração.

Dino Foi considera que o impacto da covid-19abre espaço para uma renegociação da dívidade Moçambique à China, mas lembra que o paísasiático não é uma organização de caridade.

“Estas dívidas são estabelecidas entre estadose por isso há sempre espaço para renegociação.Agora, é preciso perceber que de onde sai di-nheiro, tem de entrar dinheiro. A China vai apro-veitar-se disto. Moçambique não pode ficar relax-ado no argumento das relações seculares. Te-mos, sim, de renegociar a nossa dívida, mastambém temos de trabalhar para aumentar anossa produtividade para pararmos de ser vistoscomo pedintes ”, afirma Dino Foi.Segundo a universidade norte-americana Johns

Hopkins, o Governo, bancos e empresas daRepública Popular da China emprestaram cercade 143 biliões de dólares (131 biliões de euros)aos países africanos, entre 2000 e 2017.

Os governos africanos contraíram ainda maisde 55 biliões de dólares (50 biliões de euros) nosmercados internacionais de dívida, só nos últi-mos dois anos.

A transportadora Linhas Aéreas de Moçambique(LAM) vai retomar os voos comerciais para aEuropa, com a ligação Maputo-Lisboa, a partir de25 de Agosto corrente e, para já, até 30 de Se-tembro, anunciou a companhia.

"Estes voos possibilitam a deslocação de pes-soas entre Moçambique e Portugal, bem comoEuropa e resto do mundo. É importante ter aten-ção às políticas de fronteiras vigentes para aentrada em Moçambique e na União Europeia,devido à situação da pandemia", afirma o direc-tor-geral da LAM, João Carlos Pó Jorge, citadonum comunicado.

Segundo a LAM, os voos serão efectuadosatravés de uma aeronave Airbus A330-300, com278 lugares, e que, entre 25 de Agosto e 30 deSetembro, vai ligar as duas capitais duas vezespor semana: o trajecto Maputo-Lisboa às terças-

feiras e Lisboa-Maputo às quartas-feiras.O comunicado indica que o período de pouco

mais de um mês definido para a realização dosvoos poderá ser prologando.

O regresso da LAM ao espaço europeu, previs-to inicialmente para 31 de Março, foi adiada portrês vezes devido às restrições impostas pelonovo coronavírus.

Em Fevereiro deste ano, o director-geral daLAM disse que o regresso da companhia ao es-paço europeu vai colocar a LAM num novo ‘net-work’, considerando que a rota será sustentável.

"Olhamos a inteligência de tráfego e notamosque, de longe, esta é a rota que tem mais pas-sageiros. Não só entre Lisboa e Maputo, comotambém de Maputo para Lisboa e depois para aEuropa ocidental", afirmou, então, João CarlosPó Jorge.

Na ocasião, a companhia indicou que o retornoda LAM ao espaço europeu seria feito em coope-ração com a companhia aérea privada portugue-sa Hi Fly, proprietária da aeronave, e com a qualfoi acordado um período experimental de seismeses.

A última vez que a LAM voou para Portugal foiem 2011, ano em que Moçambique foi banido doespaço europeu.

A empresa brasileira Vale registou um resultadolíquido negativo de 277 milhões de dólares(234,7 milhões de euros) na sua mina de carvãoem Moçambique, no segundo trimestre desteano, refere uma nota de imprensa da companhia.

O comunicado refere que a queda no desem-penho entre Abril e Junho representa menos 39milhões de dólares (39 milhões de euros) que ado primeiro trimestre.

O resultado no segundo trimestre foi influencia-do pela depreciação do preço médio de carvão,devido ao menor volume de vendas, e pela ma-

nutenção dos custos fixos."O segundo trimestre de 2020 revelou-se desa-

fiador para a Vale Moçambique, dada toda a con-juntura mundial resultante do impacto da pan-demia provocada pelo novo coronavírus", diz ocomunicado.

A produção de carvão na mina da Vale em Tetecaiu um milhão de toneladas no segundo tri-mestre, alcançado uma cifra de 1,3 milhão de to-neladas, menos 35% que a produção alcançadanos primeiros três meses do ano.

Analistas preveem grande recuo nos empréstimos e apoios estatais chineses

Linhas Aéreas de Moçambique retomam voos para Europa com ligação Maputo-Lisboa

Vale Moçambique com quedade 234,7 milhões de eurosno segundo trimestre

A Organização das Nações Uni-das para a Alimentação e a Agri-cultura (FAO) vai apoiar 40 mil fa-mílias no controlo da sanidadeanimal no centro de Moçambique,uma iniciativa avaliada em 1,2 mi-lhões dólares.

O apoio da Organização das Nações Unidaspara a Alimentação e a Agricultura (FAO), que vaiabranger províncias afectadas pelo ciclone Idaino centro de Moçambique, "consiste na distri-bui-ção gratuita de insumos veterinários”, nomeada-mente vacinas, drogas contra parasitas e medi-camentos para as províncias de Sofala, Manica,Tete e Zambézia, segundo um comunicado daFAO distribuído à comunicação social.

Segundo a organização, a iniciativa prevê tam-bém a distribuição de diversos medicamentos einstrumentos, equipamentos usados para prestarassistência a diferentes espécies de animais,

com destaque para bovinos, pequenos ruminan-tes, suínos e aves.

FAMÍLIAS EM MANICA RECEBEM APOIOS

A cerimónia simbólica de entrega dos "kits" foifeita no sábado (15.08) na província de Manica,num evento que contou com a presença da go-vernadora da província, Francisca Tomás.

Só naquela província, pelo menos 13.500 famí-lias serão abrangidas nos distritos de Mossurize,Sussundenga, Macate, Vandúzi, Gondola eChimoio.A iniciativa, implementada pela FAO, é financia-

da pelo Banco Mundial e pelo Governo de Mo-çambique.

O ciclone Idai atingiu o centro de Moçambiqueem março de 2019, provocando 604 mortos eafectando cerca de 1,8 milhões de pessoas.Pouco tempo depois, em Abril, o Norte foi afeta-do pelo ciclone Kenneth, que matou 45 pessoase afectou outras 250 mil.

FAO apoia 40 mil famíliasafectadas pelo ciclone Idai

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ANGOLA

O filho do ex-Presidente angolano José Eduar-do dos Santos, José Filomeno 'Zenu' dos Santos,foi condenado a cinco anos de prisão, no caso"500 milhões".

O Tribunal Supremo de Angola condenou osquatro arguidos, entre os quais 'Zenu', ex-presi-dente do Fundo Soberano de Angola, a penas deprisão entre 5 e oito anos por crimes de burla edefraudação, peculato e tráfico de influências.

JUSTIÇA APONTA O CASO COMO APROPRIAÇÃO DE DINHEIROS PÚBLICOS

O tribunal considerou o caso da transferênciade 500 milhões de dólares do Banco Nacional deAngola (BNA) para o exterior como um exemplodo aproveitamento de cargos para a apropriação“sem escrúpulos” de dinheiros públicos.

A posição consta do acórdão que condenou osarguidos envolvidos no caso dos “500 milhões”pelos crimes de peculato, burla por defraudaçãoe tráfico de influência.

“Este processo é um exemplo de que, gover-nando ou administrando, as pessoas aproveitam-se dessa condição, com vista a apropriarem-sesem escrúpulos e plenamente conhecedores dailicitude dos seus atos, de dinheiros públicos,para lograrem benefícios económicos e financei-ros pessoais, querendo esvaziar os cofres doEstado, o que só não ocorreu dada a rápida inter-venção do banco inglês que bloqueou a transfe-rência dos 500 milhões de dólares”, leu o juiz quepresidiu ao julgamento, João Pitra.

O tribunal condenou Valter Filipe, ex-governa-dor do BNA, a oito anos de prisão maior, AntónioSamalia, ex-gestor do BNA, a cinco anos deprisão maior, José Filomeno dos Santos, antigopresidente do Fundo Soberano de Angola, acinco anos de prisão maior, e Jorge GaudensSebastião, empresário angolano, a seis anos deprisão maior.

O acórdão notou ainda que neste tipo de crimi-nalidade financeira a reparação não tem um pe-so tão expressivo como noutros, porquanto nãose reduzem à protecção de valores de naturezapatrimonial, mas há outros como a probidade efidelidade dos funcionários, como o crime depeculato e credibilidade das instituições públicas.

A sentença realçou que a conduta do BNA de-negriu a imagem do país no exterior.

Sobre a carta enviada ao tribunal pelo ex-Pre-sidente de Angola, José Eduardo dos Santos, paide José Filomeno dos Santos, o tribunal deucomo não provado que a mesma fosse de suaautoria, “não porque não obedece aos requisitos

exigidos pelo tribunal, nomeadamente a assi-natura reconhecida, mas pelo seu conteúdo”.

“Com efeito, não nos parece verosímil, que oentão Presidente da República, enquanto maisalto magistrado da nação pudesse autorizar umaoperação de montante tão elevado pelo gover-nador do BNA por si nomeado, que sabia não tercompetência para a mesma”, referiu a sentença.

Por outro lado, o tribunal considerou também“que as respostas acabam por ser quase uma re-produção da contestação apresentada pela defe-sa de Valter [Filipe] e as declarações do próprioem sede de audiência de julgamento”.“O que não deixa de causar estranheza, porque

todos nós somos diferentes e naturalmente aforma de escrita, por muito que seja a proximida-de, difere de pessoa para pessoa, e no caso, aredação, como dissemos e sublinhamos, pareceescrita por uma única pessoa e vai ao encontroda defesa deste arguido”, frisou.

Para o tribunal, ainda que a carta fosse valora-da, “não excluiria a ilicitude do comportamentodo arguido, porque se trataria de uma ordem ile-gal ao qual não deve obediência”.

O ex-chefe de Estado angolano confirmou emcarta que deu orientações a Valter Filipe paraconduzir o processo, que captaria para o país 35mil milhões de dólares, através de um Fundo deInvestimento Estratégico, bem como para trans-ferir os 500 milhões de dólares, tudo dentro do“interesse público”.

A carta de José Eduardo dos Santos foi envia-da ao Tribunal Supremo de Angola, onde decor-reu o julgamento, desde 9 de Dezembro de 2019.A defesa de Valter Filipe solicitou que o ex-Pre-sidente fosse ouvido sobre a tese de que teriaorientado a referida operação.Os arguidos foram condenados pelos crimes de

peculato e burla por defraudação na forma con-tinuada (Valter Filipe e António Samalia), tráficode influência e burla por defraudação na formacontinuada (Filomeno dos Santos e Gaudens Se-bastião), tendo todos sido absolvidos do crime debranqueamento de capitais de que estavam acu-sados e pronunciados.

O caso remonta a 2017, altura em que JorgeGaudens Sebastião apresentou ao amigo delonga data, José Filomeno dos Santos, uma pro-posta para o financiamento de projetos estratégi-cos para o país, que encaminhou ao executivoangolano, por não fazer parte do pelouro doFundo Soberano de Angola.

A proposta previa a constituição de um Fundode Investimento Estratégico, a ser sustentadapor um consórcio de bancos, que captaria para o

país 35 mil milhões de dólares (28.500 milhõesde euros).

O negócio envolvia como “condição preceden-te”, de acordo com um comunicado do Governoangolano, de abril de 2018, que anunciava a re-cuperação dos 500 milhões de dólares, a capita-lização de 1.500 milhões de dólares (1.218 mi-lhões de euros) por Angola, acrescido do paga-mento de 33 milhões de euros para montagemdas estruturas de financiamento.

Os arguidos foram ainda condenados solidaria-mente a pagar uma indemnização ao Estadoangolano de cinco milhões de kwanzas por da-nos morais, 8,512 milhões de dólares pelos pre-juízos resultantes das suas acções, despesascom o processo judicial que correu trâmites emLondres num valor de dois milhões de libras,relactivos a honorários com advogados na recu-peração dos valores, em Londres, 9.000 dólaresrelativos a bilhetes de avião e mais cinco milhõesde kwanzas de ajudas de custo da viagem a Lon-dres.

A defesa, inconformada com a sentença, apre-sentou recurso, e os arguidos vão manter-se aaguardar pela decisão em liberdade.

ADVOGADO DE 'ZENU' CONFIANTEEM ANÁLISE DO RECURSO “EM CLIMA DE SERENIDADE"

O advogado de José Filomeno 'Zenu' dos San-tos, condenado a uma pena de prisão de cincoanos no âmbito do caso “500 milhões”, afirmou“não estar conformado” com a sentença, masmostrou-se confiante numa análise “serena” dorecurso.

António Gentil, que falava aos jornalistas à saí-da do Tribunal Supremo, que condenou a penasde prisão os quatro arguidos do processo, afir-mou que os juízes do plenário farão “uma análisemais calma, mais pacata e poderão fazer as pon-derações que se impõem para um caso de gran-de magnitude e complexidade”.Os advogados de defesa dos quatro réus anun-

ciaram a intenção de interpor recurso das penasaplicadas junto do Plenário, a instância superiordo Tribunal Supremo.

“O que é certo é que, tratando-se de uma ins-tância de recurso, os juízes do plenário têmmaior serenidade e penso que num clima demaior serenidade, e em função do que nós va-mos alegar, vão poder ter uma nova apreciação”,disse o causídico.

Questionado sobre a não validação da carta doex-Presidente angolano José Eduardo dos san-tos, e pai de José Filomeno dos Santos, que afir-mou ter dado ordem para a transferência dos 500milhões de dólares do Banco Nacional de Angola(BNA) para a conta de uma empresa estrangeira,em Londres, adiantou que “será objecto de ar-guição” junto do Plenário e que os advogados dedefesa irão usar “argumentos válidos” para tentar

esclarecer os juízes da instância superior.A solicitação para ouvir José Eduardo dos

Santos foi pedida pela defesa de Valter Filipe.Na carta enviada ao tribunal, José Eduardo dos

Santos confirmou ter dado orientações a ValterFilipe e ao ex-ministro das Finanças, ArcherMangueira, para realizarem as acções necessá-rias para conseguir a captação do dinheiro dis-ponível neste fundo.

Indicava ainda que estas acções serviriam paraobter um financiamento que iria contribuir para asaída da crise económica e para a promoção dodesenvolvimento económico e social e para oprogresso do país.

Segundo escreveu, as suas orientações servi-riam para o cumprimento destes desígnios, "ten-do em atenção o interesse público".

TCHIZÉ DOS SANTOS DIZ QUE CONDE-NAÇÃO DE IRMÃO VISA ATINGIR O PAI

A ex-deputada Tchizé dos Santos, lamentou acondenação do irmão José Filomeno 'Zenu' dosSantos a cinco anos de prisão no âmbito do caso“500 milhões”, considerando que o objectivo eraatingir o pai, o ex-presidente angolano JoséEduardo dos Santos.“Usar-se os filhos para fazer mal ao pai politica-

mente mais forte que hoje escolhem como adver-sário político, mas por sinal tudo lhes deu... quecobardia”, afirmou numa mensagem escrita en-viada à Lusa.Para a empresária e ex-deputada do MPLA, que

lançou recentemente o projecto digital “Lifestyleem português” e se assume actualmente comoinfluenciadora digital, o facto de o tribunal não tervalidado a carta onde o antigo chefe de Estadoconfirmava ter dado ordem, por escrito, para atransferência irregular dos 500 milhões de dóla-res que foi alvo do processo, é “uma vergonha”.“Se o antigo Presidente disse que foi ele que or-

denou [a transferência] então por que foi “Zenu”o condenado?” - questionou.

Segundo Tchizé dos Santos, se o tribunal tinhadúvidas sobre a carta deveria aguardar “até 2022e nessa altura chamaria o antigo presidente”,que goza de imunidade.

“Não faz sentido recusar declarações do ex-Presidente da República (PR) sobre matérias dedecisão sua”, considerou Tchizé dos Santos.

“Espero que se corrijam os factos e se valide acarta do ex-PR, José Eduardo dos Santos, a bemda justiça, ou este julgamento não passou de umteatro com um fim encomendado”, declarou àLusa a empresária.

Para Tchizé dos Santos, “só se pode concluirque havia já o objectivo de condenar o filho paraperseguir o pai, politicamente mais forte”, consi-derando que está em causa “uma violação gros-seira” dos direitos humanos e da Constituição daRepública de Angola.

Caso "500 milhões" leva filho do ex-PresidenteEduardo dos Santos à condenação de cinco anos de prisão

JOSÉ FILOMENO 'ZENU' DOS SANTOS, À DIREITA, TROCANDO IMPRESSÕES COM O SEU ADVOGADO

JOSÉ FILOMENO 'ZENU' DOS SANTOS

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14 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 24 DE AGOSTO DE 2020

ANGOLA

A banca comercial angolana aprovou oito projec-tos ligados à produção interna de bens, avalia-dos em 17 biliões de kwanzas (25,8 milhões deeuros), no âmbito do Projecto de Apoio ao Crédi-to (PAC), foi divulgado.

Os oito projectos já aprovados são relativos àindústria alimentar e bebidas, indústria transfor-madora e pesca marítima, nomeadamente nasprovíncias de Luanda, Benguela e Namibe.

O Banco Angolano de Investimentos (BAI), oBanco Internacional de Crédito (BIC) e o Bancode Poupança e Crédito (BPC) foram os três ban-cos responsáveis pela aprovação e disponibiliza-ção do crédito a estas iniciativas.

Os dados constam do relatório de balanço doPrograma de Apoio à Produção, Diversificaçãodas Exportações e Substituição de Importações(Prodesi), divulgado pelo Ministério da Econo-mia e Planeamento angolano.Segundo o balanço dos dois anos de implemen-

tação do Prodesi, no primeiro semestre de 2020foram submetidos 46 projetos à banca totalizan-do 90,2 biliões de kwanzas (137 milhões de

euros).O PAC, inserido no Prodesi, aplica-se aos pro-

jectos de investimento que contribuam, direta ouindiretamente, para a produção interna de bens,e está disponível para apoiar um conjunto de 16tipos de operações relacionadas com os 54 pro-dutos prioritários da cesta básica (essencial-mente alimentos).

Entre os instrumentos financeiros de apoio aoProdesi, o relatório destaca os avisos do BancoNacional de Angola (BNA) de 2020 e uma linhade financiamento do Deutsche Bank, cujo mon-tante está domiciliado no Banco de Desenvolvi-mento de Angola (BDA).

O relatório observa que o aviso nº10/2020 doBNA aplica-se à concessão de crédito pelas insti-tuições financeiras bancárias, para a produçãode bens essenciais que apresentam défices deoferta de produção nacional, a matéria-prima e oinvestimento necessário à produção.

O agregado dos bancos apresentou em 31 dedezembro de 2019 ativos líquidos no valor de5,25 bilhões de kwanzas (8 biliões de euros),representando 39,75% do ativo total.

Ao abrigo do aviso nº10/2020, do banco centralangolano, o limite mínimo de crédito a concederpelos bancos até final de 2020 é de 131,355 bi-liões de kwanzas (200 milhões de euros) corre-spondente a 2,50% do total de activos líquidos.

O Prodesi, aprovado em 20 de Julho de 2020,visa acelerar a diversificação da produção nacio-nal e geração de riqueza de um conjunto de pro-dutos com maior potencial de geração de valorde exportação e substituição de importações.Alimentação e agroindústria, recursos minerais,

petróleo e gás natural, florestal, têxteis, vestuárioe calçado, construção e obras públicas, tecnolo-gias de informação e telecomunicações, saúde,educação, formação e investigação científica, tu-rismo e lazer são os domínios do Prodesi.

Aumentar a produção e volume de vendas dasfileiras prioritárias, acelerando a diversificação epotenciando as vantagens comparativas nacio-nais, reduzir o dispêndio de recursos cambiaiscom a cesta básica e aumentar e diversificar asfontes cambiais constituem alguns dos objetivoscentrais do programa.

A operadora Africell pretende investir "centenasde milhões de dólares" em Angola, onde venceuo concurso público para se tornar na quarta ope-radora de telecomunicações, e começar o servi-ço em meados de 2021, adiantou o director de in-vestimentos, Ian Paterson.

"Estamos a prever fazer uma entrada muito re-levante no mercado, vamos investir centenas demilhões de dólares em Angola. Estamos em dis-cussões avançadas com vários dos nossos par-ceiros de financiamento para estruturá-lo ade-quadamente”, adiantou em Londres o Chief In-vestment Officer (CIO) da Africell.

A empresa, criada no Líbano mas actualmentedirigida a partir da capital britânica, angariou nosúltimos cinco anos 370 milhões de dólares (324milhões de euros) de entidades como a agênciade investimento norte-americana US Internatio-nal Development Finance Corporation (USIDFC),

antes denominada Overseas Private InvestmentCorporation (OPIC), dos fundos Gemcorp e He-lios Investment Partners e da International Fi-nancial Corporation, que faz parte do BancoMundial.A dimensão do investimento planeado pela ope-

radora pan-africana reflete a convicção no poten-cial do mercado angolano, o qual explodiu du-rante os anos de crescimento económico, mastem vindo a descrever desde 2014, acompa-nhando a queda do preço do petróleo que arras-tou Angola para uma crise económica.

De acordo com o Instituto Angolano das Comu-nicações (Inacom), no ano passado o número desubscritores de serviços de telemóvel recuperoupela primeira vez em cinco anos, aumentando12% relativamente a 2018, para 14,8 milhões,enquanto que a taxa de penetração passou de45% para 49%.A Unitel domina o mercado, com cerca de 80%,

à frente da Movicel, que tem cerca de 20%, en-quanto que a Angola Telecom (empresa estatalem processo de privatização) possui apenasuma posição residual.

“O mercado de telecomunicações [angolano] émuito atrativo porque há muito pouca concorrên-cia verdadeira. A Unitel é um agente dominanteno mercado e os clientes sofreram como resulta-do disso porque não receberam o melhor em ter-mos de preço, valor e serviço que teriam se exis-tisse uma concorrência verdadeira e o dinamis-mo que isso traz”, afirmou Paterson.A relação custo-benefício será uma componente

importante da estratégia da Africell para romperno mercado angolano, procurando chegar a uti-lizadores que ainda não estejam a usar serviços'premium' com planos de preços e aparelhosmais sofisticados, mas de custo mais acessível.

“Planeamos introduzir planos de preços muitomais criativos e flexíveis. Vamos ter mais solu-ções de alta velocidade, mais serviços de valoracrescentado. Em particular, coisas como paga-mentos móveis e conteúdos, que não foram bemintegrados no produto principal de comunicação,vão fazer parte da nossa solução”, adiantou àLusa.O objectivo, acrescentou, é contribuir para o de-

senvolvimento no país, permitindo aos angola-nos usar o telemóvel de forma mais ampla parafins educacionais, comerciais ou médicos.

A Africell prevê criar 6.000 postos de trabalhodirectos e indirectos nos próximos três a cincoanos, aproveitando ou formando recursos huma-nos locais, com o recrutamento a começar embreve.

Em termos de cobertura, pretende tambémaproveitar as infraestruturas já existentes, usan-do os cabos de fibra ótica e as torres de teleco-municações da concorrência para evitar "investi-mento duplicado desnecessário”, mas essaquestão depende do regulador.

“A nossa proposta é baseada no pressupostoque os regulamentos que o governo gastou umesforço considerável a elaborar de partilha deinfraestruturas e partilha de recursos de formamais ampla serão implementados e cumpridos”,vincou Paterson.A empresa espera concluir as negociações com

o governo angolano, que continuaram mesmodurante o confinamento, até ao final de Setembroe iniciar a operar em meados de 2021.

A China investiu em Angola, entre Janeiro eMaio deste ano, 120 milhões de dólares (106 mi-lhões de euros) mais de metade do valor totalconcretizado em 2019, revelou à Lusa o embai-xador, Gong Tao.“No ano passado, o volume do investimento chi-

nês em Angola situou-se nos 200 milhões dedólares e nos primeiros cinco meses deste ano ovolume do investimento direto, mesmo com apandemia, alcançou 120 milhões de dólares (177milhões de euros)”, adiantou o diplomata ementrevista à Lusa.Para o embaixador chinês em Angola, estes da-

dos reflectem “a importância, o interesse” que osempresários e investidores daquele país asiáticotêm relativamente a Angola evidenciando boasperspectivas para que as duas economias con-tinuem a cooperar.

Gong Tao destacou que desde há alguns anos,a China é o principal parceiro comercial de An-gola e tem sido um dos maiores investidores,mostrando que os dois países “sabem comple-mentar-se e obter vantagens recíprocas”.

Mesmo num momento de pandemia, em que ointercâmbio de pessoas e o comércio foram afe-tados, “o investimento que os empresários chine-ses continuam a fazer aqui em Angola é significa-tivo”, assinalou.A agricultura e a indústria, têm sido os sectores

mais atractivos, tanto na província de Luandacomo noutras províncias, como o Bengo, ondesurgiram recentemente novas unidades fabris.Segundo Gong Tao, além de uma fábrica de ba-

terias e outra de azulejos, está também a ser ins-talada uma fábrica de detergentes que deve ini-ciar a produção ainda este ano.

Além de contribuir para a criação de postos detrabalho, “este tipo de investimento correspondeàs políticas atuais do governo angolano”, direc-cionada para a “diversificação da economianacional”, aumento da capacidade produtiva dopaís e reforço da industrialização, frisou.

“Constatamos igualmente que o governo ango-lano está a encorajar o desenvolvimento do sec-tor privado com estímulos a nível fiscal e créditosàs empresas para superarem as autuais dificul-dades”, acrescentou o embaixador.

Questionado sobre se os minérios são tambémum setor que capta o interesse chinês, tendo emconta o anúncio recente da participação de umaempresa daquele país na exploração de nióbiona Huíla, o diplomata afirmou que esta é umaárea em que governo angolano “esta a dar maisabertura” para atrair mais investidores.

“Se tudo correr bem, se houver benefício paraambas as partes penso que vamos ter maisdestes investimentos”, afirmou, realçando que“quando o mercado está aberto, está livre” traráempresários “tanto da China como de outras par-tes”.

Sobre se o investimento chinês em Angola po-derá superar, este ano, o de 2019, Gong Tao foicauteloso, notando que “a situação de pandemiaainda está a evoluir”, apesar de o governo ango-lano “estar a fazer tudo o possível” para o contro-lo da situação.

“Não temos certezas para os próximos meses,mas, de modo geral, os investidores chinesesdepositam grande importância no mercado ango-lano e pensam que com as politicas favoráveis àmelhoria do ambiente de negócios vão ter maisfacilidades, mais ajudas para fazer mais investi-mentos e participar mais no desenvolvimentoeconómico” de Angola que, destacou, continua aser “um parceiro estratégico para China”.

Quanto à renegociação da dívida de Angolacom a China, está em cima da mesa.

“As instituições financeiras chinesas estão amanter contactos com as autoridades angola-nas”, disse Gong Tao, sem especificar os mon-tantes que estão em causa e escusando-se aadiantar se está também a ser negociada a dívi-da com credores privados.

Investimento chinês até Maio já ultrapassou metade do total de 2019

Africell vai investir centenas de milhõesde dólares para iniciar operação em 2021* A operadora prevê criar 6.000 postos de trabalho

25,8 milhões de euros para produção interna de bens

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24 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DE JOANESBURGO 15

LUSOFONIA

O Governo cabo-verdiano prevê investir 35 mi-lhões de euros para replicar pelo arquipélagoprojectos agrícolas menos dependentes da águadas chuvas, quando o país vive há três anosnova seca, foi anunciado.

Um desses projectos hidroagrícolas foi inaugu-rado no concelho de São Domingos, ilha de San-tiago, pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia eSilva, que garantiu que será replicado noutraspartes do país.

O Projecto Hidroagrícola Santiago Sul, instala-do na localidade de Moia-Moia, foi financiadocom 21,5 milhões de escudos (200 mil euros)pelo Estado cabo-verdiano, para mobilizar águae melhorar as infraestruturas de irrigação, dimi-nuindo as perdas e aumentando a eficiência.

Envolveu a ampliação da rede de adução e dedistribuição de água e a instalação de sistemasde rega localizada, bem como a construção deuma central de dessalinização de água salobra

alimentada por energia solar sem bateria, numasolução apresentada como “inovadora” a nívelmundial.

“Visando demonstrar que esta solução poderáajudar na superação das condicionantes criadaspelas irregularidades das chuvas em Cabo Verdee assim permitir a prática de uma agriculturamais intensiva, diversificada e segura nas dife-rentes ilhas do arquipélago”, explicou o Governo,numa nota sobre o projecto.

Criando condições para uma “maior disponibili-dade de água para a agricultura irrigada”, o Pro-jecto Hidroagrícola Santiago Sul vai beneficiar 21agricultores locais, além de criar oito novas par-celas de terreno agrícola para serem atribuídas anovos beneficiários.

“É um grande projecto piloto que pretendemosreplicar em outras partes do país”, destacou, en-tretanto, o primeiro-ministro, sublinhando desdelogo a vertente da “luta contra a pobreza”, atra-

vés da produção agrícola e de condições paraesse efeito, para “não estarem sistematicamenteassistidas”.

Além disso, permitirá usar os recursos naturaisque o país tem em abundância, como o sol, “etransformá-lo em energia”, bem como a água sa-lobra, “transformada para produção de agricultu-ra e para o consumo humano”.

A terceira vertente, sublinhou Ulisses Correia eSilva, é o “impacto para as comunidades”, aoaumentar as zonas de expansão de produçãoagrícola e com isso o rendimento das famílias.

“É por estas razões que, nos próximos tempos,investiremos cerca de 35 milhões de euros naestratégia da água, para podermos criar solu-ções em várias partes do país, de produção agrí-cola com menos dependência das chuvas”, ga-rantiu.

A chuva voltou a cair no último mês com algu-ma intensidade na ilha de Santiago e noutrospontos de Cabo Verde, após três anos irregu-lares e insuficientes para evitar seca extrema noarquipélago. Foi sentida em praticamente todosos concelhos do interior da ilha de Santiago, emi-nentemente agrícolas.

A directora-geral da Agricultura, Silvicultura ePecuária, Eneida Rodrigues, referiu em Julhoque as informações disponibilizadas pelo Institu-to Nacional de Meteorologia e Geofísica, basea-das nas previsões internacionais do Centro Afri-cano de Aplicação Meteorológica para o Desen-volvimento (ACMAD) e Centro Regional de For-mação e Aplicação em Agrometeorologia e Hi-drologia Operacional (AGRHYMET), apontampara uma “grande probabilidade” de as chuvasocorrerem dentro do padrão normal em todo oarquipélago este ano.

Em Janeiro, o Governo cabo-verdiano declaroua situação de emergência hídrica em todo o paísaté outubro, devido à seca acumulada nos últi-mos três anos, admitindo neste período limita-ções temporárias ao consumo de água.

Desde 2017 que as chuvas que caem no ar-quipélago têm sido insuficientes para evitar umaseca extrema e prolongada e consequente mausanos agrícolas, que têm levado o país a pedirajuda internacional.

Mais de 700 contribuintes cabo-verdianos de-ram entrada com pedidos para negociar o paga-mento faseado de 8,3 milhões de euros de im-postos, alegando o impacto da covid-19, segun-do dados oficiais divulgados.

De acordo com uma nota do Governo, foramapresentados até ao momento 706 “pedidos denegociação” de pagamento de impostos e taxaspor empresas e contribuintes individuais, no va-lor total de quase 920 milhões de escudos (8,3milhões de euros), ao abrigo das medidas extra-ordinárias fiscais e temporárias devido à pan-demia.

Os contribuintes cabo-verdianos vão poder re-gularizar dívidas ao fisco em até cinco anos deprestações mensais, conforme previsto no Or-çamento Rectificativo para 2020, que entrou estemês em vigor, como forma de mitigar as conse-quências da crise económica resultante da covid-19.

A lei do Orçamento Rectificativo prevê que aDireção Nacional de Receitas do Estado(DNRE), “fica autorizada a permitir pagamentosem prestações de dívidas fiscais”. A medidainclui pagamentos em atraso de Imposto sobre oValor Acrescentado (IVA) e retenção na fonte deImposto Sobre o Rendimento, “resultantes deperíodos anteriores a abril de 2020” e desde que“não estejam abrangidas pelo regime especial deregularização das dívidas, mediante negociaçãoem prazos mais alargados, nunca excedendo as60 prestações [mensais, cinco anos]”.

“As dívidas que se encontram em fase de exe-cução fiscal em curso ficam suspensas, medi-ante renegociação dos atrasos em prazos maisalargados, nunca excedendo as 60 prestações”,lê-se ainda no documento.

“O não pagamento de três prestações seguidasou seis interpoladas implica o vencimento detoda a dívida e a cessação das condições espe-ciais de negociação”, refere ainda, acrescentan-do que as “dívidas não negociadas e em situaçãode incumprimento em 31 de Dezembro de 2020ficam, automaticamente, sujeitas às acções decobrança coerciva”.

As empresas cabo-verdianas já receberam maisde 300 empréstimos com aval estatal, somando23,1 milhões de euros, no âmbito das medidaspara apoiar a tesouraria dos negócios afetadospela covid-19, anunciou o vice-primeiro-ministro.Numa nota, Olavo Correia, que é também minis-

tro das Finanças, acrescentou que, além destesfinanciamentos - apoio em vigor desde Abril -,será criada uma linha adicional de apoio com bo-nificação a 100% dos juros.

Este apoio destina-se às “empresas que secomprometerem com normas de segurança, coma manutenção dos postos de trabalho, com aexpansão do negócio, e com a criação de novosempregos”, explicou.

Nesta nova linha, as empresas pagam o capitale o Governo, através do Orçamento do Estado,assumirá os encargos dos juros decorrentes dacontratação de empréstimos a serem concedidosno quadro da gestão da covid-19.

De acordo com a informação prestada por Ola-vo Correia, as empresas cabo-verdianas já rece-beram créditos no valor de 2.567 milhões deescudos (23,1 milhões de euros), de uma linhacujo aval do Estado ascenderá a 3.300 milhõesde escudos (quase 30 milhões de euros).

“No quadro do Orçamento Rectificativo, já emvigor, para além das medidas do plano fiscal, oGoverno vai continuar o processo de fortaleci-mento do Ecossistema de Financiamento daEconomia para garantir o reforço da liquidez dasempresas”, garantiu Olavo Correia.Com o turismo totalmente parado desde Março,

sector que representa 25% do Produto InternoBruto (PIB) do país, o governante já assumiu an-teriormente que durante o ano de 2020 as em-presas cabo-verdianas “deverão paralisar ou re-duzir drasticamente a sua actividade produtiva,com redução acentuada da faturação e apertosde tesouraria”.

O vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, OlavoCorreia, afirmou que uma das consequências dapandemia de covid-19 para o arquipélago é obri-gar a acelerar a diversificação da economia,além do turismo, que representava 25% do Pro-duto Interno Bruto (PIB).“É já sabido que Cabo Verde será provavelmen-

te um dos países mais impactados por esta pan-demia da covid-19. Esta afirmação não pode ser-vir apenas para chocar, mas sim para mudar asnossas atitudes e para que possamos alinhá-lascom aquilo que são as necessidades do presentee do futuro de Cabo Verde”, defendeu Olavo Cor-reia, após participar num seminário ‘online’, apartir da Praia, sobre promoção económica.

Dependente das receitas do turismo, o arquipé-lago está fechado a voos internacionais desde 19de março, para conter a pandemia de covid-19, eainda não definiu uma data para a reabertura.

A procura turística deverá recuar este ano a ní-veis de 2009, devido à pandemia de covid-19,com a perda de 536 mil turistas face à previsãoinicial do Governo.A previsão consta de um documento de suporte

ao Orçamento Rectificativo para 2020 que entroueste mês em vigor e que aponta para uma que-bra de 58,8% na procura turística, face aos 819mil turistas que o arquipélago recebeu em 2019.

“O tema da diversificação económica que abor-damos é importante. Foi importante no passado,é importante no presente e será importante nofuturo. Diversificação, não apenas como uma for-ma de construirmos a resiliência para gerir oschoques e as oscilações em relação à procura,quer interna como também externa, mas tambémdiversificação como necessidade em termos deadaptação da nossa economia em relação à evo-lução da economia mundial”, assumiu Correia.

O governante acrescentou, contudo, que “inde-pendentemente da lição” a retirar dos efeitosdesta pandemia, não se deve concluir “que ape-nas as economias dependentes do turismo estãoa ser afetadas”.

“Os sectores, por mais que sejam produtivos,não conseguem continuar a contribuir para o

crescimento durante muito tempo com a mesmavelocidade e dimensão. Temos que ir adaptandoao contexto mundial. E isto implica necessaria-mente a diversificação da economia, também di-versificar para que possamos criar novas oportu-nidades”, disse ainda.Para Olavo Correia, que é também ministro das

Finanças, a “criação de novas oportunidades im-plica necessariamente a diversificação das nos-sas economias”.

“Ao nível de Cabo Verde temos vários desafiosa enfrentar, que entroncam com o tema da diver-sificação, e também da construção da resiliên-cia”, admitiu.

O Governo estimava antes da pandemia decovid-19 um crescimento da procura turística de6,6%, aproximando-se da meta anual de um mi-lhão de turistas, depois de um crescimento de7% em 2019.

Contudo, na previsão do Governo que constado documento de suporte orçamental revisto,Cabo Verde deverá receber este ano apenas337.555 turistas. Deste total, 170.778 são turis-tas que já visitaram o país no primeiro trimestrede 2020, pelo que até final do ano o país deveráreceber pouco mais de 165.000 turistas.

O turismo representa praticamente 25% do PIBde Cabo Verde e esta revisão em forte baixa dasprevisões para 2020 reflete-se desde logo numaquebra de 66,1% nas receitas com o setor.

As receitas com o turismo renderam em 2019um máximo histórico de 43.103 milhões de escu-dos (389 milhões de euros), mas segundo a pre-visão do Governo deverão cair este ano para15.086 milhões de escudos (136 milhões deeuros).

Cabo Verde contava até 18 de agosto com umacumulado de 3.253 casos de covid-19 diagnos-ticados desde 19 de Março, que provocaram 36mortes.

A pandemia de covid-19 já provocou pelomenos 781.194 mortos e infetou mais de 22,1 mi-lhões de pessoas em 196 países e territórios,segundo um balanço feito pela agência francesaAFP

Governo prevê investir 35 milhões de euros para tornar agricultura menos dependente das chuvas

CABO-VERDE

Mais de 700 contribuintesquerem pagarimpostos em prestações

Empresas já receberam 23,1 milhões de euros de empréstimos à Tesouraria

Vice-primeiro-ministro diz que o país precisa diversificar economia além do turismo

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16 O SÉCULO DE JOANESBURGO . 24 DE AGOSTO DE 2020

LUSOFONIA

O Papa Francisco enviou ao Brasil materialmédico, como 18 ventiladores pulmonares e seisaparelhos de ultrassom, para o combate à pan-demia de covid-19, informou a Esmolaria Apostó-lica, responsável pela divulgação das obras decaridade do pontífice.

“Para concretizar a proximidade e o afecto doSanto Padre neste momento de dura provação edificuldade, este mobilizou-se de diferentes for-mas e em várias frentes para buscar materialmédico e equipamento electromédico para doara muitos centros de saúde em situação de emer-

gência e pobreza (...) para salvar e curar muitasvidas humanas”, indica um comunicado daqueleserviço do Vaticano.

Uma vez no Brasil, os aparelhos serão entre-gues e doados a diversos hospitais indicadospela Nunciatura Apostólica para que este gesto"possa ajudar os mais pobres e necessitados".

Além do Brasil, o Vaticano já enviou materialmédico e hospitalar a outros países, de várioscontinentes, como África, América do Sul, Euro-pa ou Ásia.

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmouna quinta-feira que não será possível governarse o Congresso brasileiro autorizar aumentos sa-lariais para os funcionários públicos no próximoano, devido ao desequilíbrio fiscal causado pelapandemia de covid-19.

"Assim é impossível governar o país", queixou-se Bolsonaro diante de um pequeno grupo deapoiantes, em frente ao Palácio da Alvorada, asua residência oficial em Brasília.O Presidente brasileiro comentava uma decisão

do Senado (câmara alta do Congresso) que anu-lou um veto seu aos reajustes salariais no setorpúblico, numa votação que ainda precisa de serconfirmada pela Câmara dos Deputados (câmarabaixa do Congresso).

A votação diz respeito a um conjunto de leiscriadas para ajudar os estados do país a superara crise fiscal provocada pela perda de arrecada-ção de impostos com a paralisação da economiadurante a pandemia.

Segundo o Governo brasileiro, a emergênciagerada pela pandemia, que já causou mais de110 mil mortes e 3,4 milhões de infeções no país,exigiu despesas extraordinárias que acentuam odéfice fiscal, facto que impede a aprovação denovos reajustes salariais.

“Isso teria um impacto de 120 biliões de reais[17,9 biliões de euros] no orçamento”, disse Bol-sonaro, citando um valor que equivale ao déficedas contas públicas que o Governo brasileiro cal-culou para este ano antes da emergência sani-tária do novo coronavírus.

Essa previsão de défice, no entanto, foi multipli-cada por seis em função dos gastos extraordi-nários na área de saúde realizados para tentarconter a proliferação de covid-19, cujo impactoainda será sentido nas contas públicas em 2021.

O executivo brasileiro deve entregar um primei-ro projecto de orçamento ao Congresso aindaeste mês.

“Se [a decisão do Senado] for mantida na Câ-mara dos Deputados, será impossível governareste país”, insistiu Bolsonaro repetidas vezes nobreve encontro com apoiantes.

O Ministério da Economia também se pronun-ciou contra a decisão da câmara alta. Numa notaoficial, a pasta expressou uma enorme preocu-pação com as consequências que o veto terápara as contas públicas e, principalmente, paraos estados e municípios, que assim como o Go-verno central, enfrentam uma situação fiscal mui-to delicada.

Na nota, o Ministério da Economia garantiu que“vai trabalhar em conjunto com a Câmara dosDeputados para manter aquele ponto tão impor-tante para a saúde das contas públicas”.

Um empresário chinês disse à Lusa que está aapostar no “café ‘premium’” orgânico de Timor-Leste para conquistar os mercados de Macau eda China continental, com a marca “Café Dilly”comercializada pela empresa Charlestrong.

O presidente da empresa Charlestrong Café edo grupo Charlestrong Engineering Technology

and Consulting salientou que até ao momentoforam investidos cerca de 20 milhões de dólaresde Hong Kong (2,18 milhões de euros) no projec-to.Este ano foram importadas cerca de 330 tonela-

das de grãos de Timor-Leste, mas a ambição éaumentar a quantidade para as cinco mil tonela-das/ano.“Por causa de pandemia, a quantidade de grãos

de café importada de Timor-Leste é menor esteano, por volta de 300 toneladas. O meu objectivoé atingir cinco mil toneladas”, explicou CharlesShi.“Agora, o foco da comercialização é em Macau,

[mas] há muitas empresas chinesas que nos

estão a contactar para se tornarem distribuidoresou vender [o café] ‘online’”, salientou.

A aposta do empresário parece estar a vingarnum território que é conhecido como a capitalmundial do jogo, conhecida pelos ‘resorts’ inte-grados de luxo, e que só no ano passado regis-tou quase 40 milhões de visitantes.

A empresa já estabeleceu um acordo com MGMChina, que explora ‘resorts’ e casinos no territó-rio.“Porque acabei de obter licença, portanto, neste

momento, a prioridade é apresentar um café dealta qualidade em hotéis de cincos estrelas emMacau para enriquecer a procura dos hóspedes”,afirmou Shi.

São três os objectivos traçados a curto prazo,acrescentou: “O objectivo da nossa empresa éprimeiro atender à exigência [governamental] defabricação em Macau, auxiliar os países de lín-gua portuguesa no desenvolvimento das suaseconomias e, em terceiro lugar, enriquecer a pro-cura do mercado turístico de Macau”.

Para isso conta com uma mudança nos hábitosde consumo dos milhões de visitantes, que poraltura da pré-pandemia visitavam Macau, ou emencontrar um nicho de mercado que valorize oproduto.A empresa planeia abrir duas lojas físicas e dis-

tribuir o produto por espaços que vão desde oshotéis a outros mais dedicados à venda de lem-branças, como as lojas ‘duty-free' no aeroporto.

A escolha do café de Timor-Leste é justificadapor Charles Shi com a qualidade que aquele paísconsegue assegurar, pelo clima e relevo do ter-reno: “O café arábica cresce principalmente emlocais acima de 800 metros. A topografia de Ti-mor-Leste ajuda, o lugar mais alto situa-se a cer-ca de três mil metros, é montanhosa, chove mui-to e o tempo de sol é muito longo. Por isso, é umbom lugar para crescer café e a espécie é muitoboa também”.A ligação empresarial com o país começou com

investimentos na área da construção imobiliária,uma actividade que se estende também a Mo-çambique. Depois, surgiu o interesse pelo novoinvestimento: “Quando estive em Timor-Leste,descobri que havia um bom café lá, mas nãoestava muito desenvolvido”, referiu.

Daí até à ideia de construir uma fábrica em Ma-cau para processar e embalar os grãos de caféde Timor-Leste, foi rápido. O suficiente, contudo,para estar já à procura de maiores instalaçõesjunto do Governo de Macau.

Após mais de 400 anos sob administração por-tuguesa, Macau passou a ser uma Região Admi-nistrativa Especial da China a 20 de Dezembrode 1999.

A China estabeleceu a Região AdministrativaEspecial de Macau como plataforma para a co-operação económica e comercial com os paísesde língua portuguesa em 2003.

João Carreira, da Agência Lusa

Uma associação de Macau lançou uma campa-nha a favor de crianças desfavorecidas em SãoTomé e Príncipe para ajudar na compra de mate-rial escolar, disse a presidente daquela entidadesem fins lucrativos.

A campanha solidária destina-se à “compra dematerial escolar para as famílias mais carenci-adas” da província de Cantagalo, afirmou MartaPereira, da Somos! - Associação de Comunica-ção em Língua Portuguesa.A campanha de solidariedade intitulada de “So-

mos! Sorrisos em São Tomé” divide-se numa an-gariação de donativos, que podem ser feitosatravés de uma conta no Banco Nacional Ultra-marino (número 9014937266 e código SwiftBNULMOMX), e numa festa solidária marcadapara 29 de Agosto, no qual vão actuar ‘dj’s’ noVic’s Restaurante.

“Apercebemo-nos das carências efectivas dasmeninas e meninos são-tomenses e, particular-mente, daquela localidade (...) Depois de falar-mos com o presidente da autarquia local, decidi-mos assinalar o terceiro aniversário da nossa as-

sociação com uma festa solidária”, explicou apresidente da associação de Macau.

“Falamos de uma província com um grande nú-mero de famílias desestruturadas, numerosas ealgumas dependentes do álcool. Muitas semcondições de comprar seja o que for para os fil-hos”, acrescentou Marta Pereira, que sublinhouainda a “violência no seio destas (…) família” e ofacto de existirem “muitas adolescentes a engra-vidar e a casar precocemente”.

“Consideramos que uma sociedade em que hágrandes desigualdades na distribuição da rique-za não pode ser justa e a aposta deve começarda educação escolar”, concluiu.A angariação de donativos através da conta so-

lidária vai prolongar-se até 15 de Setembro.

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Café orgânico de Timor-Leste à conquista de mercados de Macau e da China

Macau com campanha para ajudar crianças desfavorecidas em São Tomé e Príncipe

Bolsonaro diz que será impossível governar se houver aumento para funcionários públicos

Papa enviou ao Brasil material médico para luta contra covid-19

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FUNDADO EM 1963PELO COMENDADOR ANTÓNIO BRAZ

24 DE AGOSTO DE 2020ANO LVIII

DIRECTOR F. Eduardo Ouana ([email protected])

CHEFE DE REDACÇÃOMichael Gillbee ([email protected])

FOTOGRAFIACarlos Silva ([email protected])

SERVIÇO NOTICIOSO: AGÊNCIA LUSA

REPRESENTAÇÕES:PRETÓRIA - J. VICENTE DIAS

Tel. 012 543-2228 * Fax (012) 567-4827 * Cel. 082 414 6780DURBAN - JOÃO DE GOUVEIA - 082 974 8294

Corner Northern Parkway & Rouillard StreetOrmonde - Johannesburg

Telefones: 011 496-1650 * 011 496-2544(011) 496-2546 - Telefax: 011 496-1810

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PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO COMENDADORA PAULA CAETANO

Uma grande crise humanitária, afectando 3,7 milhões depessoas, incluindo 1,6 milhão de crianças, Estará na ori-gem do golpe de Estado protagonizado na terça-feira porum grupo de militares, que exigiu a demissão do presi-dente e seu ganinete, como se isso viesse a resolver oproblema que o país enfrenta desde dezenas de anos,agravada por violentos conflitos interétnicos, que opõempredominantemente os Fulani às comunidades Dogon.Os golpistas, por seu lado, que anunciaram a criação do

Comité Nacional para a Salvação do Povo (CNSP), dizemter decidido assumir responsabilidades perante o povo eperante a história de um dos países mais pobres do pla-neta, com um PIB per capita de apenas 837 dólares, pro-pensa à seca, que figura na lista das Nações Unidas de47 países menos desenvolvidos, com grande parte desua população a depender da agricultura de subsistênciapara poder sobreviver.

Mali, que já fez parte de três famosos impérios da ÁfricaOcidental que controlavam o comércio trans-saariano deouro, sal, escravos e outras mercadorias preciosas, prin-cipalmente durante o reinado de Mansa Musa - um impe-rador rico da Idade Média -, é também famoso por crimesviolentos, como sequestro e assalto à mão armada. O cri-me violento é uma preocupação particular durante feria-dos locais e eventos sazonais em Bamako, seus subúr-bios e nas regiões do sul do país.Alegando que o país está afundar dia após dia no caos,

na anarquia e na insegurança devido aos homens encar-regados do seu destino, os militares não podem ter issocomo dado fundamental para um golpe de Estado, queaté deixa sua sociedade agitada e cheia de medo, semsaber o que poderá acontecer no dia de amanhã, já queo poder foi arrancado com base numa força militar e nãodemocraticamente.

Diz-se na praça pública que um dos catalisadores daactual crise política no Mali foi a invalidação, no final deAbril, de 30 resultados das eleições legislativas pelo Tri-bunal Constitucional, incluindo cerca de uma dezena a fa-vor da maioria parlamentar. A decisão, aliada a factorescomo o clima de instabilidade e insegurança sentido nosúltimos anos no centro e norte do país, a estagnação eco-nómica e a prolongada corrupção instigaram várias mani-festações contra o presidente Ibrahim Boubacar Keita,vulgarmente chamado por IBK.

A pesar de os militares alegarem que todos os acordosfeitos serão respeitados, o que poderá ter tranquilizado acomunidade internacional, não deixa de reinar muitas dú-vidas sobre o futuro político do país.A missão da ONU Minusma, a força anti-jihadista france-

sa Barkhane, o G5 do Sahel (que inclui cinco países daregião), a força Takuba (um agrupamento de forças espe-ciais europeias criado supostamente para apoiar os ma-lianos em combate) continuarão como parceiros, devendoos militares golpistas estar empenhados no Processo deArgel, o acordo de paz assinado em 2015 entre Bamakoe os grupos armados do norte do país.

Para evitar um “banho de sangue”, já que estas golpa-das tem sido uma desculpa para os oportunistas crimino-sos, o presidente Ibrahim Boubacar Keita, no poder desde2013, anunciou no mesmo dia a sua demissão e a de todoo Governo, uma exigência até dos responsáveis pelo gol-pe de Estado.

Apesar de golpeado, Keita agradeceu ao povo do Malipelo seu acompanhamento ao longo destes longos anose o calor do seu afecto. "Não quero que se derrame maissangue por me manter no poder", afirmou na televisãoestatal do país.Um responsável do motim, anunciou no final da tarde de

terça-feira, ter detido o Presidente Ibrahim Boubacar Kei-ta e o seu primeiro-ministro, durante a revolta dos milita-res, uma acção que foi condenada pela aliança militar re-gional do G5 Sahel, que exigiu a "libertação imediata eincondicional" do Presidente, primeiro-ministro, membrosdo governo e de todas as personalidades detidas duranteo golpe de Estado.

Num comunicado emitido em Nouakchott, a presidênciamauritana do G5 Sahel (Mauritânia, Mali, Níger, Chade eBurkina Faso) expressou o seu "apego inabalável à or-

dem constitucional e ao respeito pelas instituiçõesdemocraticamente estabelecidas" no Mali, após o golpede Estado dos militares.

Sabe-se que o actual presidente do G5 Sahel continuaem estreitas conversações com os seus homólogos,chefes de Estado dos países membros, acompanhandocom grande preocupação os graves acontecimentosocorridos na terça-feira, reafirmando a disponibilidadedos presidentes do grupo para "ajudarem os irmãos doMali na resolução pacífica desta crise extremamentegrave".

Assim, a Comunidade Económica dos Estados daÁfrica Ocidental (CEDEAO) anunciou na terça-feira asuspensão do Mali como membro dos seus órgãos exe-cutivos e agora também não é claro qual é o papel dopaís no seio do G5.Grande preocupação tem também Portugal, que desde

1 de Julho possui uma Força Nacional Destacada noMali, no âmbito da Missão Multidimensional Integradapara a Estabilização do Mali (Minusma), das NaçõesUnidas, com um contingente de cinco elementos na mis-são europeia (quatro no quartel-general de Bamako eum no campo de treino de Koulikoro) e 69 na missão dasNações Unidas (65 no destacamento aéreo, com umavião de transporte C-295 e quatro no quartel-general).O objectivo da missão portuguesa é assegurar missões

de transporte de passageiros e carga, transporte tácticoem pistas não preparadas, evacuações médicas, larga-da de paraquedistas e vigilância aérea e garantir a segu-rança do campo norueguês de Bifrost, em Bamako, on-de estão alojados os militares portugueses. A boa notícia é que os portugueses se encontram bem",

segundo garantiu o Ministério dos Negócios Estrangei-ros em Lisboa, que adiantou a embaixada de Portugalem Argel, acreditada no Mali, não ter recebido qualquercomunicação de cidadãos nacionais.

Segundo a informação prestada pelo MNE há portu-gueses a trabalhar em algumas empresas no Mali, masa maior parte está integrada nas missões Eucap, EUTMe Minusma", missões das Nações Unidas ou da UniãoEuropeia (UE).

Por outro lado, o secretário-geral das Nações Unidas,o português António Guterres, fez saber, através do seuporta-voz, que está a acompanhar com "profunda pre-ocupação" a situação, condenando o motim militar. Gu-terres "condena veementemente" estas acções, apelan-do para a "restauração imediata da ordem constitucio-nal" e do "Estado de direito no Mali" e a "libertação ime-diata" de Keita e dos membros do Governo.

Também os líderes da União Europeia manifestaram-se “extremamente preocupados” com o golpe militar noMali, que pode “desestabilizar toda a região”, e recla-mam o regresso ao Estado de direito.

Apesar de preocupada com a situação, a UE defendeque deve “prosseguir a cooperação estreita com aCEDEAO”, a Comunidade Económica dos Estados daÁfrica Ocidental, que tem promovido um diálogo entreGoverno e manifestantes, “e outras organizações africa-nas, em busca de uma solução que vá ao encontro dasaspirações do povo do Mali.

Este é o segundo golpe de Estado que o país sofre,desde a indepdênência conquistada ao Governo francêsem Junho de 1960. O primeiro aconteceu em Março de2012, quando militares atacaram diversos locais da ca-pital do país, Bamako, incluindo o palácio presidencial, atelevisão estatal e quartéis militares.

Os militares, que afirmaram ter formado um "ComitéNacional para a Restauração da Democracia e do Es-tado" (CNRDE), declararam no dia seguinte que tinhamderrubado o regime de Amadou Tou-mani Touré, querenunciou ao cargo formalmente, após um acordo entreas facções golpistas e lideranças da CEDEAO.Cada golpe tem a sua justificação. Os países dizem-se

democráticos mas no fundo nem todos os problemas po-líticos são resolvidos democraticamente, havendo até achamada “ganância do poder” para a sua solução. Comas conversações, talvez o Mali possa chegar lá.

Eduardo Ouana

Golpe de Estado ou ganância do PoderEditorial

O Papa Francisco manifestou-se na quarta-feira pre-ocupado com a violência armada em Cabo Delgado, con-siderando que está a acompanhar a situação das popu-lações afectadas pelas incursões armadas de gruposclassificados como terroristas naquela região.

O chefe da Igreja Católica manifestou a sua preocu-pação durante uma conversa telefónica com o bispo dePemba, Luiz Fernando Lisboa, segundo informaçãoavançada pela Diocese da capital provincial de CaboDelgado em conferência de imprensa.

“Ele disse que está bem próximo do bispo de Pemba ede todo povo de Cabo Delgado. E que acompanha a si-tuação vivida na nossa província com muita preocupaçãoe que tem rezado por nós”, disse Luiz Fernando Lisboa,acrescentando que o Papa manifestou-se aberto aapoiar a província no que for necessário.

Segundo Luiz Fernando Lisboa, Francisco foi informa-do sobre a situação de Mocímboa da Praia, onde os gru-pos armados protagonizaram vários ataques nos últimosdias e tomaram o porto local.“Falei para o Santo Padre sobre a difícil situação de Mo-

címboa da Praia, que neste momento está tomada pelosinsurgentes e que duas religiosas da congregação que látrabalham estão sem contacto com a Diocese há umasemana. Elas estão com muitas pessoas nas suas ca-sas, idosas, doentes e mães”, declarou Luiz FernandoLisboa.Nos últimos dias, os insurgentes realizaram ataques se-

quenciados às aldeias de Anga, Buji, Ausse e à vila sedede Mocímboa da Praia (norte de Moçambique), e, segun-do dados do Ministério da Defesa, pelo menos 59 “terror-istas” morreram em operações de resposta das forçasgovernamentais.

Na penúltima quarta-feira, os grupos armados invadi-ram o porto de Mocímboa da Praia e os confrontos dei-xaram um número desconhecido de mortos, incluindoelementos das forças governamentais, segundo informa-ções avançadas à Lusa por uma fonte do Exército.

Várias infraestruturas foram vandalizadas e, neste mo-mento, as linhas de comunicação também estão inter-rompidas em Mocímboa da Praia.O ministro, Jaime Neto, disse que os grupos armados

estão infiltrados nas comunidades e a comandar ataquescontra a vila a partir das instalações portuárias.

Papa Francisco manifesta “muita preocupação” com violência armadaem Cabo Delgado

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Contactos: 011 496 1650/7 * [email protected] * www.oseculoonline.com Director: F. Eduardo Ouana SEGUNDA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2020

Desportivo

Totoloto / Portugal

Lo

to /

Áfr

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do

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5 23 37 48 7

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6

Bayern conquistou “Champions”

Miguel Oliveira consegue primeiravitória lusa no MotoGP

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2 O SÉCULO DESPORTIVO . 24 DE AGOSTO DE 2020

DESPORTO

FC Porto

Equipa técnica: SérgioConceiç ão (treinador),Vítor Bruno, Dembelé,

Eduardo Oliveira eDiamantino Figueiredo

(adjuntos)Estágio: Lagos, AlgarveRegresso ao trabalho:

24 de Agosto

Benfica

SL BenficaEquipa técnica: Jorge

Jesus (treinador), João deDeus, Tiago Oliveira,

Mário Monteiro, MárcioSampaio, Gil Henriques

e Rodrigo Araújo(adjuntos)

Estágio: Por definirRegresso ao trabalho:

10 de Agosto

SP. Braga

Equipa técnica: CarlosCarvalhal (treinador),João Mário, Sérgio

Ferreira, João Meireles,Orlando Silva e Eduardo

(adjuntos)Estágio: Braga

Regresso ao Trabalho:13 de Agosto

Sporting CP

Equipa técnica: RúbenAmorim (treinador),

Carlos Fernandes, AdélioCâ ndido, Emanuel

Ferro, Tiago Ferreira eGonç alo Álvaro

(adjuntos)Estágio: Por definir

Regresso ao trabalho:14 de Agosto

Rio AveEquipa técnica: Mário

Silva (treinador),adjuntos por divulgarEstágio: Por definir

Regresso ao

Famalicão

Equipa técnica: JoãoPedro Sousa (treinador),

Rifa, Manuel Santos,Hugo Vicente, Vítor

Alcino, Carlos Pacheco(adjuntos)

Estágio: Por definirRegresso ao Trabalho:

17 de Agosto

Cláudio Ramos - GR (ex-Tondela) e Carraça

- DEF (ex-Boavista)

Helton Leite - GR (ex-Boavista), Gilberto - DEF

(ex-Fluminense/Brasil),Vertonghen - DEF (ex-Tottenham/Inglaterra),

Pedrinho - MED (ex-Corinthians/Brasil),

Cebolinha - AVA(ex-Grémio/Brasil) eWaldschmidt - AVA

(ex-Friburgo/Alemanha)

Zé Carlos - DEF (ex-Leixões),Francisco Moura - DEF (ex-

Académica), Al Musrati - MED(ex-Rio Ave), André Castro

- MED (ex-Goztepe/Turquia),Iuri Medeiros - AVA (ex-Nuremberga/Alemanha),

Gaitán - AVA (ex-Lille/França),Murilo - AVA (ex-Sp.

Gijón/Espanha) e GuilhermeSchettine - AVA (ex-Santa

Clara)

Adán - GR (ex-AtléticoMadrid/Espanha), Pedro

Porro - DEF (ex-ManchesterCity/Inglaterra), Antunes

- DEF (ex--Getafe/Espanha), Feddal - DEF (ex-Betis/Espanha),

Pedro Gonçalves - AVA(ex-Famalicão) e Nuno

Santos - AVA (ex-Rio Ave)

Francisco Geraldes - MED(ex-Sporting) e Gabrielzinho

- AVA (ex-Moreirense)

Zlobin - GR (ex-Benfica),Hugo Gomes - DEF (ex-

Varzim), Alexandre Penetra -DEF (ex-Benfica), Abdul - DEF

(ex-Chaves),Francisco Saldanha - MÉD

(ex-Benfica), Andrija Lukovic - MED (ex-Rakow/Polónia),Diego Batista - MED (ex-

-Benfica), FernandoValenzuela - AVA(ex-BarracasCentral/Argentina) e Jhonata

Robert - AVA(ex-Grémio/Brasil)

Defendi - GR (Farense),Vaná - GR (FC Porto),

Roderick - DEF(Wolverhampton/Inglaterra),

Ivo Pinto - DEF (DínamoZagreb/Croácia), Álex

Centelles - DEF(Valencia/Espanha), Nehuén

Pérez - DEF (Atlético deMadrid/Espanha), Cissé

- DEF (Châteauroux/França),Coly - DEF (Nice/França),

Racic - MED(Valencia/Espanha), Diogo

Gonçalves - AVA(Benfica), Fábio Martins -

AVA (Sp. Braga) eSchiappacasse - AVA

(Atlético de Madrid/Espanha)

Paulo Vítor - GR (Chaves),Messias - DEF

(América Mineiro/Brasil),Diogo Figueiras

- DEF (Sp. Braga), AlMusrati - MED (Sp.

Braga) e Gelson Dala- AV (Sporting)

Mathieu (fim da carreira)

Nadaa registar

Zlobin - GR (Famalicão)

Mercado de Transferências - I Liga Portuguesa

Entradas Saídas

Equipas

Eduardo - GR (termi-nou a carreira), Diogo

Viana - DEF, PedroAmador - DEF, Wallace

- DEF (Lazio/Itália),Palhinha - MED

(Sporting),Wilson Eduardo - AV

(Al-Ain/EmiradosÁrabes Unidos) e

Trincão - AV (Barce-lona/Espanha)

Leia, assineedivulgue

O Século de

Joanesburgo

Vit. GuimarãesEquipa técnica: TiagoMendes (treinador),

Sánchez Vera, CarlosMenéndez, Ricardo

Leite, Gil Sousa, Morenoe Fernando Aguiar

(adjuntos)Estágio: Quiaios 23Agosto-5 Setembro

Regresso ao Trabalho:17 de Agosto

MoreirenseEquipa técnica: Ricardo

Soares (treinador),Eduardo Moreira, Paulo

Lobo, Maurício Vaz,Leandro Mendes

(adjuntos)Estágio: Ofir,Esposende

Regresso ao Trabalho:17 de Agosto

Santa ClaraEquipa técnica: Daniel

Ramos (treinador),Renato Pontes, DaniloAccioly, Tiago Sousa,José Serrão, Pedro

Gonç alves e RodrigoQuaresma (adjuntos)Estágio: Penafiel (27

Agosto – 5 deSetembro)

Regresso ao Trabalho:17 de Agosto

Gil Vicente

Equipa técnica: RuiAlmeida (treinador),adjuntos por divulgarEstágio: Por definir

Regresso ao Trabalho:17 de Agosto

MarítimoEquipa técnica: LitoVidigal (treinador),

Professor Neca, FidalgoAntunes, Bruno Miguel,Octávio Moreira e José

Manuel Neves (adjuntos)Estágio: Lousada (1 a

12 de Setembro)Regresso ao Trabalho:

13 de Agosto

Boavista

Equipa técnica: VascoSeabra (treinador),

NunoDiogo, Cláudio Martins,Bruno Pereira e Jorge

Couto (adjuntos)Estágio: Por definir

Regresso ao Trabalho:10 de Agosto

P. Ferreira

Equipa técnica: Pepa(treinador), Hugo Silva,Samuel Correia, PedroOliveira e João Ricardo

(adjuntos)Estágio: Paços de

FerreiraRegresso ao Trabalho:

17 de Agosto

Trmal - GR (ex-FC Slovácko/Rep.Checa), Bruno Varela - GR (ex-

Ajax/Holanda), Tié - GR (ex-Chelsea/Inglaterra), Jorge

Fernandes - DEF (ex-Kasimpasa/Turquia), Mumin - DEF

(ex-Nordsjaelland/Dinamarca),Jonas Carls - DEF (ex-ViktoriaKöln/Alemanha), Bisseck - DEF

(ex-Roda/Holanda), Jung-Min Kim -MED (ex-Admira Wacker/Áustria),

Maddox - MED(ex-Southampton/Inglaterra), Holm- AVA (ex-RB Leipzig/Alemanha) e

Foster - AVA (ex-CercleBrugge/Bélgica)

Kewin - GR (ex-Mirassol/Brasil),Nahuel Ferraresi - DEF

(ex-ManchesterCity/Inglaterra), Pedro Amador -

DEF (ex-Sp. Braga), Iddriss - MED

(ex-Felgueiras), Yan - AVA (ex-Sport/Brasil), Derik Lacerda -AVA (ex-Académica), Lucas

Rodrigues - AVA (ex- Mafra) eMalik Abubakari - AVA (ex-Fafe)

Mansur - DEF (ex-SãoBento/Brasil), Júlio Romão -

MED (ex-AthleticoParanaense/Brasil), Gustavo

Viera - AVA(ex-Liverpool

Montevideo/Uruguai),André Mesquita - AVA

(ex-Marítimo B) e Jean Patric- AVA (ex-Ac. Viseu)

Daniel Fuzato - GR (ex-Roma/Itália), Souleymane Aw -DEF (ex-AvenirBéziers/França),

Talocha - DEF (ex-RigaFC/Letónia), Tim Hall - DEF(ex-Karpaty/Ucrânia), JoelPereira - DEF (ex-SpartakTrnava/Eslováquia), KanyaFujimoto- MED (ex-Tokyo

Verdy/Japão), Antoine Léautey- MED (ex-Chamois

Niortais/França) e BoubacarHanne - AVA (ex-

Wolverhampton/Inglaterra)

Lucas Áfrico - DEF (ex-Estoril),Hermes - DEF (ex

Cruzeiro/Brasil), Jean Cléber -MED (ex-CSA/Brasil), Fabrício -MED (ex-Gençlerbirligi/Turquia),

Rafik Guitane - MED (ex-Rennes/França), Barrera - AVA

(ex-Mafra), Tamuzo - AVA(ex-Avenir Béziers/França),

Marcelinho - AVA (ex-Londrina/Brasil) e RúbenMacedo - AVA (ex-Aves)

Yanis Hamache - DEF (ex-RedStar/França), Ricardo Mangas -DEF (ex-Aves), Jackson Porozo

- DEF (ex-Santos/Brasil),Angel Gomes - MED (ex-

Lille/França), Pizzuto - MED (ex-Pachuca/México), Agon Elezi -

MED (ex-Skenderbeu/Albânia) e Show - MED (ex-

Belenenses SAD)

Jordi - GR (ex-Vasco/Brasil)

e Martín Calderón- MED (ex-Real

MadridCastilla/Espanha)

Helton Leite - GR (Benfica),Neris - DEF

(Al Wasl/Emirados ÁrabesUnidos), Marlon - DEF

(Fluminense/Brasil),Fabiano - DEF (Palmeiras),

Ricardo Costa - DEF,Carraç a - DEF, Idris -MED, Obiora - MED,

Fernando Cardozo - AVA(Olímpia/Pa- raguai),

Mateus - AVA, Heriberto -AVA (Brest/Franç a) e Stojiljkovic - AVA

(Sp. Braga)

RicardoRibeiro- GR,SimãoBertelli-GR(OperárioFerroviário/Brasil),BrunoSant

os- DEF (AEL Limassol/Chipre),An-dré Micael - DEF (Varzim), Bruno

Teles - DEF (Académica), Pedrinho -MED (Riga FC/Letónia), Stephen

Eustáquio - MED (Cruz Azul/México),Vasco Rocha - MED, João Amaral -

AV (Lech Poznan/Polónia), Murilo - AV(Rio Ave) e Welthon - AV

(V. Guimarães)

Vukovic - MED e Xadas - AVA

Bruno Diniz - GR(Náutico/Brasil), WelligtonLuís - GR, Arthur Henrique- DEF (Ferroviária/Brasil),

Alex Pinto - DEF(Farense),

Kraev - MED(Midtjylland/Dinamarca),

Baraye - AVA(Parma/Itália), Naidji - AV

(Paradou/Argélia) e SandroLima - AV (Tianjin

Teda/China)

Miguel Silva - GR(APOEL/Chipre), Douglas - GR (terminou a carreira),

Bondarenko - DEF (Shakhtar

Donetsk/Ucrânia),Pedro Henrique - DEF,

Frederico Venâncio - DEF,Victor Garcia - DEF, Florent

- DEF (Paris FC/França),Lucas Evangelista

- MED (Nantes/França),Davidson - AVA

(Alanyaspor/Turquia), OlaJohn - AVA, Léo Bonatini -

AVA (Wolverhampton/Inglaterra) e João Pedro

- AVA (P. Ferreira)

Nuno Macedo - GR(Estoril), Pedro Trigueira

- GR (Tondela), IagoSantos - DEF (Al

Taawon/Arábia Saudita),Halliche - DEF, João

Aurélio - DEF, Bruno Silva- DEF (Mafra), Nuno

Santos - MED (Boavista),Bilel - AVA, Gabrielzinho - AVA(Rio Ave), LutherSingh - AVA (Paços deFerreira), Nenê - AVA

e Texeira - AVA

Mercado de Transferências I Liga Portugal

Entradas Saídas

Equipas

Mamadu Candé -DEF, César - DEF,

FranciscoRamos - MED (V.

Guimarães), Pablo -AV, Zé

Manuel - AV eGuilherme Schettine

- AV (Sp. Braga)

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24 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DESPORTIVO 3

DESPORTO

Tondela

Equipa técnica: PakoAyestarán (treinador),

Joshe Viela, PedroTaborda e Ricardo Alves

(adjuntos)Estágio: Por definir

Regresso ao Trabalho:13 de Agosto

Belenenses SAD

Equipa técnica: Petit(treinador), Filipe

Anunciaç ão, FranclimCarvalho, Tozé Cerdeira

e Fábio Ferreira(adjuntos)

Estágio: Por definirRegresso ao Trabalho:

13 de Agosto

Portimonense

Equipa técnica: PauloSérgio (treinador), Bruno

Veríssimo, RicardoPessoa, Hélder Carvalho,

Pedro Silva e MarceloFroeder (adjuntos)

Estágio: Por definirRegresso ao Trabalho:

12 de Agosto

Nacional

Equipa técnica: LuísFreire (treinador),

Joaquim Rodrigues,Nuno Silva, Tiago

Louzeiro e Carlos Braz(adjuntos)

Estágio: Por DefinirRegresso ao Trabalho:

10 de Agosto

Farense

Equipa técnica: SérgioVieira (treinador), José

Ribeiro, Luís Matos,Ricardo Silva, Miguel

Rosa, André Afonso, RuiPedro Sousa e Ricardo

Reis (adjuntos)Estágio: Por definir

Regresso ao Trabalho:10 de Agosto

Pedro Trigueira - GR (ex-Moreirense), Joel Sousa - GR(ex-Molelos), Manu Sánchez -DEF (ex-Rayo Majadahonda/

Espanha), João Mendes - MED(ex-Académica), Salvador Agra -AVA (ex-Legia Varsóvia/Polónia)

e Rafael Barbosa- AVA (ex-Estoril)

Afonso Taira - MED (ex-Hermannstadt/Roménia), BrunoRamires - MED (ex-Feirense),

Cauê - MED (ex-AlbirexNiigata/Japão) e Miguel Cardoso

- AVA (ex-DínamoMoscovo/Rússia)

Welinton Júnior - AVA(ex-Aves)

Piscitelli - GR (ex-DínamoBucareste/Roménia), Lucas

Kal - DEF (ex-SãoPaulo/Brasil), Rúben Freitas -

DEF (ex--Mafra), Koziello - MED

(ex-Paris FC/França), Azouni -MED (ex-Kortrijk/Bélgica)

e Bobál - AVA (ex-Zalaegerszeg/Hungria)

Ricardo Velho - GR (ex-Sp.Braga), Defendi - GR

(ex-Famalicão), CláudioFalcão - DEF (ex-Aves),

Alex Pinto - DEF(ex-Gil Vicente), César - DEF

(ex-Santa Clara), Amine -MED (ex-Leixões), Pedro

Henrique - AVA (ex-Feirense) eMansilla - AVA (ex-V. Setúbal)

Miguel Carvalho - GR,Daniel Fernandes - GR,

Rafael Vieira - DEF(Académica), SávioMaciel - DEF (Vila

Nova/Brasil),Luís Rocha - DEF

(Chaves), André Vieira -MED (Varzim), FabrícioSimões - AVA (Feirense)

e Irobiso - AVA

Piscitelli - GR (ex-DínamoBucareste/Roménia),

Lucas Kal - DEF (ex-SãoPaulo/Brasil), Rúben

Freitas - DEF (ex--Mafra), Pedrão - DEF (ex-Palmeiras/Brasil), Koziello -MED (ex-Paris FC/França),

Azouni - MED (ex-Kortrijk/Bélgica),

João Victor - AVA (ex-Caldense/Brasil) e Bobál -

AVA (ex-Zalaegerszeg/Hungria)

Cláudio Ramos - GR (FCPorto), Diogo Silva - GR(Fafe), Fahd Moufi - DEF,

Marko Petkovic - DEF,João Reis - DEF (Chaves),

Philipe Sam-paio - DEF(Guingamp/-França),

Pepelu - MED (Levan-te/Espanha), Pité - MED,

Jonathan Toro - AVA (Hues-ca/Espanha), Ronan - AVA(Rio Ave), Ricardo Valente -AVA, Richard Rodrigues -AVA (Internacional/Brasil)

e Xavier - AVA(Panathinaikos/Grécia)

Koffi - GR(Mouscron/Bélgica), FilipeMendes - GR, Francisco

Varela - DEF, NunoCoelho - DEF (Chaves),

Show - MED(Boavista), André Santos -MED, Licá - AVA, MarcoMatias - AVA e Kikas -AVA (DOXA/Chipre)

Mercado de Transferências - I Liga Portuguesa

Entradas SaídasEquipas

Rodrigo Freitas - DEF(São Paulo/Brasil),

Júnior Tavares - MED(São Paulo/Brasil) eMarlos Moreno - AVA

(ManchesterCity/Inglaterra)

A edição de 2020/2021 da Liga feminina vai de-correr entre 27 de Setembro de 2020 e 6 deJunho de 2021, revelou a Federação Portuguesade Futebol (FPF), que deu a conhecer as datasda próxima época.O campeonato nacional feminino foi um dos afe-

tados pela pandemia covid-19 e não teve o seutermo na temporada passada, não tendo sidoatribuído o título nacional nem disputada a finalda Taça de Portugal.

De acordo com a nota da FPF, a próxima tem-porada pode vir a sofrer alterações por força depotenciais alterações do calendário interna-cional, ou a nível nacional, em consequência decircunstâncias excepcionais que ditem a eventu-al paragem da competição.

O organismo acrescenta que, na data de publi-cação destes calendários, de acordo com o dis-posto no artigo 23.º da resolução do conselho deministros n.º 55-A/2020 de 31 de Julho, a práticada actividade física e desportiva em contexto detreino e em contexto competitivo está autorizada,

desde que no cumprimento das Orientações daDGS, nomeadamente, da Orientação 30 publica-da a 29/5 e actualizada a 20/7.

No calendário divulgado, a liga feminina tem oseu arranque marcado para o dia 27 de Setem-bro, prosseguindo a primeira fase, composta pornove jornadas, até 6 de Dezembro.Novidade na forma de disputa, com a realização

de uma segunda fase, o apuramento de cam-peão tem início agendado para 19 de dezembroe vai decorrer até 6 de Junho. Ao mesmo tempo,decorre a fase de manutenção, com início igual-mente em 19 de Dezembro e fim a 25 de Abril,sendo que está ainda previsto um 'play-off' a 2 e9 de Maio.Já a Taça de Portugal feminina arranca com um

'play-off' a 11 de Outubro, tem a sua primeira eli-minatória prevista para 1 de Novembro e finalagendada para 12 de Junho.

Finalmente, a Taça da Liga disputa-se no mêsde Janeiro de 2021, com início no dia 3 e fim nodia 31.

A edição 2020/2021 da Liga portuguesa de fut-sal tem início a 1 de Outubro, estando o termoprevisto para 27 de Junho, com a disputa de umeventual quinto jogo da final, revelou a Federa-ção.

As competições de futsal foram também afec-tadas pela pandemia de covid-19 e não tiveram oseu termo na temporada passada, ficando poratribuir o título nacional e o vencedora da Taçade Portugal.

De acordo com a nota da FPF, a próxima tem-porada pode vir a sofrer alterações por força depotenciais alterações do calendário interna-cional, ou a nível nacional, em consequência decircunstâncias excepcionais que ditem a eventu-al paragem da competição.

O organismo acrescenta que, na data de publi-cação destes calendários, de acordo com o dis-posto no artigo 23.º da resolução do conselho deministros n.º 55-A/2020 de 31 de Julho, a práticada atividade física e desportiva em contexto detreino e em contexto competitivo está autorizada,desde que no cumprimento das Orientações da

DGS, nomeadamente, da Orientação 30 publica-da a 29/05 e actualizada a 20/07.

No calendário divulgado, o futsal em Portugalarranca com a disputa de um 'play-off' de acessoà primeira Liga, a disputar a 16 e 20 de Setem-bro.

Segue-se, a 1 de Outubro, o arranque da Liga,cuja fase regular vai decorrer até 8 de Maio,seguindo-se os 'play-offs', com quartos de finalnas datas previstas de 27, 29 e 30 de Maio,meias-finais a 6, 10 e 12 de Junho e final a 17,19, 22, 25 e 27 de Junho.

A Taça de Portugal masculina arranca a 21 deNovembro e a final está agendada para 13 a 16de Maio. A feminina tem a primeira eliminatóriatambém a 21 de Novembro e final a 15 e 16 deMaio.

A primeira divisão feminina tem o seu início pre-visto para 24 de Outubro, disputand-se a segun-da fase entre 2 de Janeiro e 1 de Maio.A Taça da Liga masculina disputa-se entre 14 a

17 de Janeiro e a feminina a 16 e 17 de Janeiro.

Liga de futsal com início a 1 de Outubroe final previsto para 27 de Junho

UMA FASE DO JOGO DE FUTSAL ENTRE O SPORTING E O BENFICA NA ÉPOCA PASSADA

Campeonato feminino de futebol arranca a 27 de Setembroe termina a 6 de Junho de 2021

O novo treinador Lito Vidigal disse que o Maríti-mo não pode “passar pelos mesmos sobressal-tos que na época passada”, em declarações à te-levisão do clube da I liga de futebol,

Com três reforços confirmados, o novo técnico'verde rubro' reconhece que o plantel para aépoca 2020/2021 está longe de se encontrarfechado e que as vagas ainda restantes devemser preenchidas com qualidade.

“Tenho vindo a conversar com o presidente e

com a estrutura do Marítimo nesse sentido, aindatemos algumas posições a preencher”, disse Litovidigal, salientando que pretende "jogadores comqualidade, que possam tornar o Marítimo maisforte e competitivo”.

O avançado francês Fumu Tamuzu, o médiotambém francês Rafik Guitane e o extremo por-tuguês Rúben Macedo são os reforços já confir-mados pelo Marítimo nesta pré-temporada.

Lito Vidigal diz que Marítimo “não podepassar pelos mesmos sobressaltos”

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4 O SÉCULO DESPORTIVO . 24 DE AGOSTO DE 2020

DESPORTO

O Bayern de Munique conquistou ontem, domin-go, pela sexta vez a Liga dos Campeões Euro-peus de futebol, ao vencer na final o Paris Saint-Germain por 1-0, em jogo disputado no estádioda Luz, em Lisboa.

O golo do francês Kingsley Coman, aos 59 mi-nutos, foi o suficiente para os bávaros arrebata-rem o seu sexto troféu na competição, juntandoaos conquistados em 1974, 1975, 1976, 2001 e2013.

A 65.ª edição da prova teve uma inédita 'final aoito' em Lisboa, depois de ter sido interrompidadevido à pandemia de covid-19.

GOVERNO PORTUGUÊS FEZ BALANÇOEXTREMAMENTE POSITIVO DA ‘FINAL A OITO’

O Governo fez um balanço “extremamente pos-itivo” da ‘final a oito’ da Liga dos Campeões defutebol, que foi disputada em Lisboa, atestando acapacidade e segurança do país, face à pan-demia de covid-19.

“O balanço que se faz desta fase final da‘Champions’ é extremamente positivo, sobretodos os pontos de vista, porque não se conhecequalquer registo de incidente negativo, o que,desde logo demonstra que a estratégia foi bempensada e bem montada”, afirmou o secretáriode Estado da Juventude e do Desporto.

Em declarações à agência Lusa, João PauloRebelo saudou “a organização da UEFA, da Fe-deração Portuguesa de Futebol e todas as autori-

dades de saúde e de segurança que se juntarampara que este evento fosse o sucesso que está aser e que demonstra, mais uma vez, que Portu-gal é um país seguro, que tem dado uma respos-ta exemplar no combate a esta pandemia”.“Temos uma grande capacidade de organização

de eventos, infraestruturas desportivas de gran-de qualidade e somos, de facto, muito bons emtermos de hospitalidade”, sublinhou o governan-te.

O Estádio da Luz, em Lisboa, recebeu no do-mingo a final da ‘Champions’, entre Paris Saint-Germain e Bayern Munique, 11 dias depois doarranque da ‘final a oito’, no recinto ‘encarnado’ eno Estádio José Alvalade, com a disputa de quar-tos de final e meias-finais em apenas um jogo esem público.

“Do ponto de vista desportivo foi excepcionalque Portugal estava no centro do mundo despor-tivo, uma vez que esta competição foi acompa-nhada por milhões e milhões de pessoas em todoo mundo, o que dá um enorme prestígio aonosso país”, enalteceu João Paulo Rebelo.

A 17 de Junho, a UEFA escolheu Lisboa paraacolher a inédita ‘final a oito’, uma decisão acer-tada, segundo o responsável pela pasta do Des-porto.

“Acho que foi uma boa decisão acolher estaesta fase final da ‘Champions’ e voltaria a indicarPortugal e Lisboa ou outras cidades com grandesinfraestruturas desportivas e com capacidadepara dar esta boa resposta”, referiu.

O Sevilha conquistou na sexta-feira a sua sextaLiga Europa de futebol, ao derrotar na final o In-ter de Milão por 3-2, em jogo disputado emColónia, na Alemanha.

Os italianos até começaram melhor a final, aoadiantarem-se no marcador logo aos cinco minu-tos, através do belga Romelu Lukaku, mas osespanhóis deram a volta ao marcador, com um'bis' do holandês Luuk de Jong, aos 12 e 33. Ocentral uruguaio Diego Godin, aos 36, voltou aigualar a contenda.

O lance decisivo da partida surgiu aos 74 minu-tos, num lance em que o brasileiro Diego Carlostentou um pontapé de 'bicicleta', tendo Lukaku,com um desvio infeliz, introduzido a bola na suabaliza.

Os espanhóis, comandados pelo ex-FC Porto

Julen Lopetegui, arrebataram assim o sexto tro-féu, em seis finais, da segunda competição euro-peia de clubes, depois das conquistas em2005/06, 2006/07, 2013/14, 2014/15 e 2015/16.A Liga Europa teve uma inédita 'final a oito’ dis-

putada na Alemanha, em eliminatórias a uma sómão, devido à pandemia de covid-19.

LOPETEGUI “MUITO FELIZ” PELA CON-QUISTA, CONTE ADMITE ‘ADEUS’ AO INTER

O treinador do Sevilha, Julen Lopetegui, disse,na sexta-feira, estar "muito feliz" com a conquistada Liga Europa de futebol frente ao Inter de Milão(3-2), cujo técnico, Antonio Conte, falou em jeitode despedida dos milaneses.

"Estou muito feliz, sobretudo pelos jogadores.

Todos ajudaram, jogando ou não, num cenáriomuito completo" devido à pandemia de covid-19,admitiu o antigo técnico do FC Porto.

O técnico dedicou a vitória aos sevilhanos que"ajudaram do céu e desde as suas casas", elo-giando "a resiliência" do grupo que lidera, inseri-do "num clube magnífico".

"Estou muito contente. Para mim é uma alegriaimensa, mas peço prudência aos adeptos. Ce-lebrem este triunfo, que é para eles e tambémpara Reyes e Puerta [dois antigos jogadores doclube que morreram]", declarou.

Do lado dos italianos, o técnico Antonio Conteadmitiu que "foi muito bom treinar o Inter", mas"tudo tem um limite", após já ter, em Julho, criti-cado a gestão da temporada, e abriu a porta àsaída, uma decisão que tomará "em dois ou três

dias"."Vamos regressar a Milão, teremos dois ou três

dias de férias. Depois reuniremos e analisaremosa temporada, e planearemos o futuro do clube,com ou sem mim. (...) Trabalhámos muito e foiuma temporada dura. É preciso analisar a situa-ção e tomar a melhor decisão para o bem doInter", atirou.

O técnico destacou a "experiência incrível" queteve nos vice-campeões italianos e assegurouque "não há nenhum rancor", mas que precisa de"entender se a prioridade é o futebol ou a famí-lia".

"Passou-se alguma coisa, isso é inegável. Háque entender se há vontade de todos de não vol-tar a repetir um ano destes. Vou estudar muitassituações, e é correcto que o presidente faça omesmo. Eu não faço marcha atrás", sentenciou.

O presidente do Inter, o chinês Steven Zhang,não abriu a porta à saída, admitindo que todas aspartes vão "descansar e depois estudar o futuro",após uma época que classificou como "positiva"."Este ano não era para ser, voltaremos a tentar.

É o bom da competição, pode-se sempre melho-rar", atirou.

ARGENTINO ÉVER BANEGADESPEDIU-SE DO SEVILHA

O argentino Éver Banega despediu-se do clubeespanhol, prosseguindo a carreira na ArábiaSaudita, com uma assistência para golo e "sempalavras", após a vitória na Liga Europa, num dia"emotivo e triste" por deixar "o clube de umavida".

Agradeceu "aos colegas de equipa e à equipatécnica" e elogiou Lopetegui, que mostrou "quesem trabalho não se faz nada", e que "agarrou naequipa" quando esta estava a perder na final.

Se o guarda-redes Samir Handanovic elogiou oSevilha, um "grande rival", o 'veterano' espanholJesús Navas, o 'capitão' que ergueu o troféu, re-forçou a "superação" que o plantel manteve aolongo de uma temporada "difícil", enquanto ofrancês Koundé, seu colega na defesa, elevou oclube à categoria de "um grande da Europa".

Bayern de Munique bateu PSG e conquistou pela sexta vez a Liga dos Campeões Europeus

JOGADOR DO PSG NEYMAR TENTANDO EVITAR UM ADVERSÁRIO DO BAYERN, DURANTE A FINAL DA “CHAMPIONS” DISPUTADA ONTEMA NO ESTÁDIO DA LUZ, EM LISBOA

Sevilha vencedor da Liga Europa

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24 DE AGOSTO DE 2020 . O SÉCULO DESPORTIVO 5

DESPORTO

O português Miguel Oliveira (KTM) conquistouontem, domingo, pela primeira vez uma vitória noMundial de MotoGP, ao vencer o Grande Prémiode Estíria, em Spielberg, na Áustria, quinta provado campeonato.

Oliveira, que tinha como melhor resultado osexto lugar em Brno, na República Checa, seguiano terceiro lugar e, na última curva, aproveitou a'luta' entre o australiano Jack Miller (Ducati) e oespanhol Pol Espargaró (KTM), que ficaram a0,316 e 0,540 segundos, respectivamente, para,pela primeira vez, subir ao pódio.

O português partiu do sétimo lugar da grelha econquistou várias posições na segunda partida,para as últimas 12 voltas, depois do acidente doespanhol Maverick Viñales (Yamaha).

Com este resultado, Miguel Oliveira somou 43pontos e subiu do 14.º ao nono lugar da classifi-cação de pilotos, que continua a ser liderada pelofrancês Fabio Quartararo (Yamaha), com 70,mais três do que o italiano Andrea Dovizioso(Ducati).

A próxima etapa do Mundial de MotoGP, que vaiterminar em Portimão, a 22 de Novembro, estámarcada para 13 de Setembro, em Misano, emItália.

"FIZEMOS HISTÓRIA, HOJE, PARAPORTUGAL" - MIGUEL OLIVEIRA

"Fizemos história, hoje, para Portugal”, afirmouontem, domingo, Miguel Oliveira (KTM), após terconquistado a primeira vitória de um portuguêsno Mundial de MotoGP, ao vencer o Grande Pré-mio de Estíria, na Áustria.

"Não sei o que dizer, estou muito emocionado.Há tanto que gostaria de dizer. Quero começarpor agradecer a toda a gente que acreditou emmim, a começar pela família, à equipa, os pa-trocinadores, os fãs portugueses, mostrámosque somos os melhores", começou por dizer oportuguês, após o triunfo na quinta prova da tem-porada.

Prosseguindo com o agradecimento ao “apoio”dos adeptos, Miguel Oliveira destacou o feito,inédito, do motociclismo nacional.

"Fizemos história, hoje, para Portugal. Não po-dia estar mais feliz por tê-lo conseguido aqui emcasa da Red Bull e da KTM", sublinhou o pilotoda Tech3.

Miguel Oliveira, que cumpre a segunda tempo-rada em MotoGP, tinha como melhor resultado osexto lugar no Grande Prémio da República Che-ca, em Brno, disputado a 9 de Agosto último.

O português seguia no terceiro lugar e, na últi-ma curva do circuito de Spielberg, aproveitou a'luta' entre o australiano Jack Miller (Ducati) e oespanhol Pol Espargaro (KTM) para vencer acorrida.

Miller, que terminou no segundo lugar, felicitou

Oliveira, destacando "a importância da vitória doMiguel para Portugal".

PRESIDENTE DA REPÚBLICA FELICITAMIGUEL OLIVEIRA POR "FEITO EXTRAORDINÁRIO" NO MOTOGP

O Presidente da República felicitou o motociclis-ta Miguel Oliveira pela primeira vitória no Mundialde MotoGP, considerando tratar-se de “um feitoextraordinário de um promissor piloto português”.

“É um feito extraordinário de um promissor pilo-to português, que muito orgulha Portugal e osportugueses e que merece o reconhecimento doPresidente da República”, lê-se numa nota divul-gada no ‘site’ da Presidência da República.

Na nota, Marcelo Rebelo de Sousa lembra queMiguel Oliveira “partiu da sétima posição e al-cançou a vitória numa ultrapassagem na últimacurva da prova”.

O chefe de Estado faz ainda votos para que avitória se repita em Portugal, na última corrida do

campeonato do mundo de MotoGP que se irádisputar a 22 de Novembro, em Portimão, noAlgarve.

GOVERNO ELOGIA MIGUEL OLIVEIRA E DIZQUE VITÓRIA "ENCHE O PAÍS DE ORGULHO"

O secretário de Estado da Juventude e do Des-porto classificou como “extraordinária” a vitóriade Miguel Oliveira (KTM) no Grande Prémio deMotoGP de Estíria, considerando que esta“enche de orgulho o país”.

“A vitória na Áustria, apenas na sua segundaépoca na prova rainha do motociclismo e a cor-rer numa mota que não é de fábrica só confirmao que há muito sabíamos: O Miguel Oliveira éum piloto extraordinário”, afirmou João PauloRebe-lo, em declarações à agência Lusa.

O governante, que endereçou os parabéns aopiloto da Tech3, referiu que o triunfo no GrandePrémio de Estíria, em Spielberg, na Áustria, naquinta prova do campeonato, “enche de orgulhoo país e o motociclismo nacional”.

Segundo João Paulo Rebelo, a vitória, a pri-meira de Miguel Oliveira e de um português noMotoGP, traz “entusiasmo redobrado” ao Gran-de Prémio de Portugal, última prova do Mundialde MotoGP, agendada para 22 de Novembro, nocircuito de Portimão.

Também o Comité Olímpico de Portugal, nassuas páginas nas redes sociais, saudou MiguelOliveira, com a mensagem: “Primeira vitória deMiguel Oliveira numa prova do Mundial deMotoGP! #COPortugal”.

Miguel Oliveira conquistou primeira vitória no mundial de MotoGP ao vencer Grande Prémio de Áustria

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Desportivo

DESPORTO

A selecção portuguesa de sub-21 defronta oChipre a 4 de Setembro, na qualificação para oEuropeu2021, no regresso à competição após aparagem provocada pela pandemia de covid-19,anunciou a Federação Portuguesa de Futebol(FPF).

Quatro dias após a deslocação ao Chipre, 8 deSetembro, Portugal prossegue a fase de qualifi-cação para o Europeu2021 frente à Bielorrússia,na Cidade do Futebol, que será pela primeira vezpalco de um jogo oficial dos sub-21.

Portugal ocupa a segunda posição do grupo 7,com nove pontos, a três do líder invicto PaísesBaixos. A Bielorrússia segue na terceira posição,com oito pontos, e a Noruega na quarta, comsete, embora ambas as selecções tenham maisum jogo.

A qualificação para o Europeu2021, a decorreraté Novembro, sofreu alterações devido à pan-

demia de covid-19, tendo sido anulado o ‘play-off’. Apuram-se, para além dos anfitriões Eslo-vénia e Hungria, os primeiros classificados dosnove grupos e os cinco melhores segundos.A primeira fase do Euro2021 terá quatro grupos

com quatro equipas e vai realizar-se entre osdias 24 e 31 de Março de 2021. Passam à fase aeliminar, a decorrer entre 31 de Maio e 6 de Ju-nho de 2021, os dois primeiros de cada grupo.A convocatória para esta dupla jornada de quali-

ficação vai ser divulgada pelo selecionador RuiJorge hoje, na segunda-feira.

O encontro no Chipre será disputado a 4 deSetembro, na cidade de Larnaca, pelas 17:00 emLisboa e a recepção à Bielorrússia a 8 de Setem-bro, na Cidade do Futebol, decorrerá às 17:30.Na primeira volta, Portugal venceu por 2-0 naBielorrússia.

A selecção moçambicana de futebol vai defron-tar a sua congénere camaronesa nos dias 7 e 17de Novembro em Douala e em Maputo, respecti-vamente, a contar para a qualificação para a Ta-ça das Nações Africanas (CAN) e para o mun-dial do Qatar2022.

Os jogos marcados fazem parte da terceira equarta jornadas da fase de qualificação para aCAN 2021 e Mundial de 2022, lê-se num comu-nicado distribuído pela Federação Moçambicanade Futebol

Os treinos dos ‘Mambas’ para o embate contraos Camarões estão agendados para setembro,apenas com jogadores que atuam no campeona-to interno (Moçambola), que também está inter-rompido devido às restrições impostas pelo novo

coronavírus.O seleccionador moçambicano considera que a

equipa está pronta para defrontar os Camarões."Seria também muito importante que o Moçam-

bola arrancasse para colmatar este tempo de pa-ragem dos jogadores moçambicanos, de qual-quer das formas nós na selecção nacional esta-mos a cumprir o nosso plano para que os ‘Mam-bas’, quando chegarem a Novembro e tiveremque disputar os três pontos em cada jogo, este-jam ao seu melhor nível", disse Luís Gonçalves,citado pelo jornal O País.

Moçambique e Camarões partilham a liderançado grupo F, com quatro pontos, enquanto CaboVerde segue com dois e o Ruanda sem pontos.

O Sporting, em femininos, e o Benfica, em mas-culinos, conquistaram os décimos títulos conse-cutivos nos Nacionais de clubes, que decorreramem várias cidades, devido à covid-19.

Com três provas por disputar, o Sporting, quesomou o 50.º título feminino, tinha 116 pontos ejá não podia ser apanhado pelo Benfica (88).

No sector masculino, com duas provas aindapor fazer, o Benfica já tinha assegurado o 32.ºtítulo, a 16 do recordista do Sporting, com 125,5,estando longe dos 'leões' (102).Devido à pandemia de covid-19, as três divisões

dos Nacionais de clubes realizaram-se em seiscidades diferentes (Guimarães, Vagos, Lisboa,Lagoa, Ribeira Brava e Ponta Delgada) e emapenas um dia.

O Benfica qualificou-se sábado para a finalda UEFA Youth League de futebol, ao

vencer o Ajax, por 3-0, nas meias-finais daprova, que decorre em Nyon, na Suíça.

Tiago Araújo, aos 42 minutos, UmaroEmbaló, aos 75, e Tiago Dantas, aos 79, naconversão de uma grande penalidade, mar-caram os golos dos ‘encarnados’, que vãodefrontar na final o vencedor do embateentre Salzburgo e Real Madrid, na disputapela sucessão ao FC Porto, detentor dotroféu.

O Benfica vai disputar pela terceira vez afinal desta prova de juniores, que replica omodelo da Liga dos Campeões, na terça-feira, depois de ter sido batido por FCBarcelona e Salzburgo, em 2013/14 e2016/17, respectivamente.

A UEFA quer que os jogadores de futebol sejamisentados da obrigação de quarentena no regres-so de jogos que tenham de disputar no estrangei-ro, nomeadamente ao serviço das selecções na-cionais.

A poucos dias de se realizarem jogos para aLiga das Nações, a UEFA esteve quarta-feirareunida em videoconferência com os seus 55 as-sociados e ficou clara a intenção de pedir aos go-vernos dos países que a regra da quarentena,

por causa da pandemia de covid-19, seja excep-cionalmente afastada.Argumenta a UEFA que já tem o seu próprio me-

canismo, o 'Uefa Return to Play Protocol', peloque a viagem daqueles jogadores, avalizadospelas regras do organismo, que prevê bastantestestes, já não representará um risco para a socie-dade.

Com vários jogadores a alinhar em clubes depaíses estrangeiros, será intenso o fluxo em vés-

pera da 'janela' de jogos da Liga das Nações - 3a 8 de Setembro - e nos dias seguintes, antes doarranque da Liga espanhola e da Liga inglesa.A UEFA é o único organismo continental de fute-

bol que não adiou os jogos de selecções de Se-tembro. De momento, só admite a alternativa decampos neutros, caso as condições locais colo-quem em risco a realização de jogos.

A nível de clubes, já se registaram problemasnas fases iniciais da Liga dos Campeões e LigaEuropa, com o Drita, campeão do Kosovo, a terde faltar a um jogo na Suíça e o Slovan Bra-tisla-va a ver adiada a sua deslocação às Ilhas Faroé.

Entretanto, a UEFA encara a sua Supertaça, a24 de Setembro, em Budapeste, como um 'teste'ao regresso do público aos estádios. O jogooporá os vencedores da 'Champions' e da LigaEuropa, cujas finais ainda se vão disputar.

UEFA quer regime de excepção para quem regresse de jogos de selecção

Portugal retoma apuramento do Europeu de sub-21 com o Chipre a 4 de Setembro

Moçambique defronta Camarões em jornada dupla em Novembro

Sporting e Benficacampeões portuguesesde atletismo pela 10.ª vez consecutiva

Benfica vence Ajax e está na final da Youth League