Expedição à Floresta LaurissilvaApoio

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Fotogra�as por Fábio Reis, Susana Fontinha

A Ilha da Madeira pertence à região Macaronésia, termo utilizado para caracterizar os arquipélagos com a�nidades biogeográ�cas: Açores, Madeira, Selvagens, Canárias e Cabo Verde.

A característica insular da Madeira e a sua posição geográ�ca em relação aos restantes arquipélagos atlânticos e aos continentes Africano, Europeu e Americano promoveu o isolamento biogeográ�co e a formação de uma �ora e ecossistemas singulares.

Esta ilha apresenta vários macrobioclimas, com predomínio do clima sub-mediterrâneo e mediterrâneo semi-árido a ultra-hiper-húmido. Desde o nível do mar até ao Pico Ruivo (1861 m) veri�cam-se vários andares bioclimáticos, estando cada um deles associado a um tipo de vegetação. A �oresta Laurissilva encontra-se predominantemente entre os 800 – 1450 m de altitude na vertente sul, e os 300 – 1400 m de altitude na vertente norte da Ilha da Madeira.

Laurissilva da MadeiraA Laurissilva da Madeira é, desde Dezembro de 1999, Património Mundial Natural da UNESCO, pela riqueza, importância e especi�cidade que apresenta, ou seja, por conter espécies únicas à escala planetária, constituindo processos ecológicos e biológicos evolutivos de grande valor universal do ponto de vista da ciência e da conservação e por conter ecossistemas importantes para a conservação da biodiversidade. Esta �oresta é Habitat Prioritário ao abrigo da Directiva Habitats, Sítio da Rede Natura 2000 e Reserva Biogenética do Conselho da Europa.

A Laurissilva é um tipo de Floresta que remonta ao Terciário, abrigando seres vivos que existem desde esse período e outros que evoluíram desde então. Trata-se de um exemplo único das formações �orestais que, até à Era Glaciar, ocuparam grandes áreas do sul da Europa. Esta �oresta inclui árvores com predominância para os exemplares pertencentes à família das Lauráceas, plantas criptogâmicas, com destaque para os fetos e os musgos, muito exuberantes nos vales profundos e sombrios, desempenhando importantes funções no equilíbrio hídrico da �oresta, pela e�ciência na retenção da água dos nevoeiros e da chuva. Os líquenes indicam a excelente qualidade ambiental e são um testemunho do bom estado de conservação do meio ambiente. Na fauna assumem particular relevo os invertebrados e as aves, também com endemismos madeirenses e macaronésicos.

A Laurissilva exerce um papel fundamental no equilíbrio hídrico e é a principal responsável pela captação da água dos nevoeiros e das precipitações verticais. O denso coberto vegetal impede a erosão dos solos e promove a formação de manta morta, assim como a in�ltração lenta da água e a consequente criação dos lençóis freáticos.

Prazeres

No local dos Prazeres, no concelho da Calheta, na zona oeste da ilha, situa-se o galardoado Hotel Jardim Atlântico. Esta localidade, que é atravessada por vários ribeiros (Ribeiro de Inês, Ribeira do Batel, Ribeira da Lombada) e pela Levada do Rabaçal, existe um percurso pedestre, o Caminho Real do Paúl do Mar, que tem início no miradouro Assomadouro, a 535 m de altitude, que em tempos era muito utilizado por ser o único elo de ligação entre os Prazeres e o litoral, o Paúl do Mar. Ao longo da encosta, até ao Paúl do Mar, existem quedas de água e espécies endémicas da vegetação costeira.

Expedição à Laurissilva da Madeira

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Laurissilva da MadeiraEncumeada - Levada do Folhadal - Ginjas

O percurso terá início na Encumeada. Seguindo a esplanada da Levada do Norte, a caminhada realizar-se-á na margem direita do vale da Ribeira Brava, com vistas sobre as montanhas. Envolvendo a levada, surgem várias árvores típicas da Laurissilva: tis, paus brancos e cedros da Madeira. Ao longo do percurso recolheremos sementes de plantas madeirenses para o Germobanco ISOPlexis da Universidade da Madeira.

O primeiro túnel do percurso conduzir-nos-á a uma área de Laurissilva em bom estado de conservação, o Folhadal, nome que advém das pequenas árvores, os folhados, uma espécie endémica da Madeira que, entre julho a setembro, embelezam a �oresta com as suas �ores aromáticas. Para além dos folhados outras plantas de porte arbóreo dominam a paisagem, nomeadamente o til, o loureiro, o vinhático, rodeadas de herbáceas como o gerânio folha-de-anémona, a erva-de-coelho, o ranúnculo (conhecido por doiradinha pelas suas �ores amarelas), a orquídea da serra e as estreleiras. Nas zonas mais húmidas e com menos luz, fetos e várias espécies de brió�tos e líquenes cobrem o solo, os taludes e os ramos.

Ao longo do trajeto até às Ginjas, em São Vicente, observaremos quedas de água e a levada que, desde a Encumeada, atravessa 6 túneis esculpidos na rocha vulcânica e conduz a água dos remotos locais no norte da ilha para o sul onde se veri�ca acentuada presença humana e agrícola. As levadas são um importante património

cultural, com origem no século XV.Na fase �nal do nosso percurso, poderemos observar as magní�cas vistas do vale de São Vicente.

Chão dos Louros

Chão dos Louros, situado a uma altitude de 830 m, localiza-se na vertente norte da ilha perto da Boca da Encumeada. É um espaço de lazer onde a tradicional espetada em pau de louro é presença habitual. Neste Parque Florestal, na Laurissilva, terá lugar um peddy-papper À Descoberta do Parque Florestal do Chão dos Louros, da responsabilidade da Direcção Regional de Florestas, que convidará os participantes a seguirem pistas e realizarem percursos de modo a adquirirem mais conhecimentos sobre o património envolvente.

Fonte do Bispo

De regresso ao hotel, passaremos próximo do Parque Florestal da Fonte do Bispo, no rebordo oeste do planalto do Paúl da Serra a uma cota de 1250 m, inserido numa mancha �orestal onde existem algumas espécies exóticas, sobretudo coníferas. Aqui observaremos ainda o urzal, uma comunidade dominada por urzes e algumas uveiras-da-Serra.

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Laurissilva da Madeira

Fanal

Na descida do Paúl em direcção ao concelho do Porto Moniz, passaremos pelo Fanal, uma pequena caldeira vulcânica que, no Inverno, se apresenta como uma lagoa com água pluvial, classi�cada de Reserva de Repouso e Silêncio, conhecido pelos seus magní�cos Tis centenários e outras árvores endémicas.A caminho do Chão da Ribeira, observam-se as paisagens que caracterizam o norte da ilha, o bravio mar e a encosta selvagem rica em biodiversidade, coberta por uma �oresta onde se vislumbra uma cascata com um grande caudal torrencial, o Véu da Noiva.

Chão da Ribeira

O Chão da Ribeira, situado entre os 400 - 500 m de altitude, é uma pequena população rural ladeada por Laurissilva. Aqui, para além dos poios agrícolas e palheiros, podem ser observadas várias plantas madeirenses: vinháticos, loureiros, tis, seixeiros, sanguinhos, faia-das-ilhas, erva-redonda, hortelã-de-burro, aipo-preto, lianas, fetos e extensos tapetes de musgos e líquenes. No tronco dos loureiros sobressai um fungo único, a madre-de-louro, muito utilizada em medicina popular.Aqui poder-se-á contemplar uma rica avifauna onde se destaca a ave mais pequena da �oresta o Bis-bis, o Pombo-trocaz, o tentilhão, a lavandeira, o francelho e o melro-preto, entre muitas outras.Neste espaço decorrerá uma atividade de observação da avifauna promovida pelo Serviço do Parque Natural da Madeira.

Piscinas Naturais do Porto Moniz

Localizado na costa norte da Madeira, o concelho do Porto Moniz compõe-se de quatro freguesias (Achadas da Cruz, Porto Moniz, Ribeira da Janela e Seixal), ricas em biodiversidade, desde o nível do mar às suas altitudes mais elevadas a cerca de 1300 m. Um ex-libris deste concelho são as suas ‘piscinas naturais’, banhadas diariamente pelo mar, tornando estas formações geológicas de água cristalina num local de extrema beleza.Em termos de património histórico e cultural, destaca-se o Forte de São João Baptista, construído no século XVI para defesa dos ataques dos corsários e recuperado em 1998 para albergar o Aquário da Madeira.

Centro de Ciência Viva

No Centro de Ciência Viva de Porto Moniz visitaremos as exposições Laurissilva Património Mundial da UNESCO e Energias Renováveis ao Serviço da Conservação da Natureza.

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Ribeiro Frio e Balcões

Num vale profundo do norte da ilha, no concelho de Santana, destaca-se o Parque Florestal do Ribeiro Frio e o seu Posto Aquícola, com os viveiros de trutas arco-íris.Aqui decorrerá o percurso didático Conheça a Laurissilva do Til, sob a orientação do Núcleo de Educação Ambiental da Direcção Regional do Ambiente, numa extensão de cerca de 500 m por entre rampas e veredas, largos e alamedas, ideais para explorar a biodiversidade da Laurissilva.Outro modo de conhecer esta �oresta “produtora de água” é percorrendo as suas levadas, como a que nos conduzirá até ao miradouro dos Balcões. Deste miradouro contempla-se o vale da Ribeira da Metade, a freguesia do Faial e a Central Hidroeléctrica da Fajã da Nogueira e, em dias de céu limpo, a Cordilheira Central da ilha, o Pico do Areeiro (1817 m), o Pico Ruivo (1861 m) e no litoral a massa rochosa da Penha de Águia.

Recomendações- Caminhar ao longo dos trilhos- Não pisar a vegetação, nem perturbar os animais- Não deixar vestígios da sua passagem, para além das suas pegadas- Não espalhar lixo, utilizando os contentores (caso não existam, levar o lixo consigo)- Não realizar atividades que possam provocar incêndios- Não se aproximar demasiado da berma das escarpas e das falésias - Dar atenção à eventual queda de pedras soltas- Evitar apoiar-se nos varandins- Usar calçado e roupas apropriados e confortáveis- Levar chapéu, impermeável, lanterna, telemóvel e protetor solar

Nota: alguns dos percursos serão feitos em túneis, o que poderá criar di�culdades a pessoas que sofram de claustrofobia.

Laurissilva da Madeira

Funchal

O nome Funchal deriva da abundância de funcho que existia na época do seu descobrimento. Esta capital madeirense , situada na vertente sul da ilha é conhecida pelo seu magní�co an�teatro natural, virado para o Atlântico e com as montanhas verdejantes por detrás. É também famosa pelo constante clima ameno e pela beleza dos seus jardins.Em direcção ao Parque Ecológico do Funchal, passaremos pelo Monte, uma freguesia localizada no alto das encostas, conhecida pelas suas quintas e jardins, como a Quinta Monte Palace e a Quinta do Monte. É no Monte que se situa a igreja de Nossa Senhora do Monte, a padroeira da Madeira e os típicos carros de cesto.

Parque Ecológico do Funchal (PECOF) e o Projecto Pu�nus

Situado a sul da Ilha da Madeira, o Parque Ecológico do Funchal (PECOF), entre os 470 - 1817 m e com uma área de 10 km2, é uma Área Protegida do Município do Funchal.Os seus declives acentuados e relevos acidentados são recortados por linhas de água e cascatas. As zonas mais altas são maioritariamente caracterizadas por prados e arrelvados vivazes, onde alguns endemismos da �ora colonizam os habitats rochosos.A 1600 m de altitude sobressai o Poço da Neve construído há mais de 200 anos, e com uma altura de 8 m, tem a capacidade de preservar 265 m3 de gelo, sendo o único testemunho deste tipo de reservatório.Neste parque, parte integrante da Zona Importante para as Aves (IBA) e Zona de Protecção Especial (ZPE) do Maciço Montanhoso Oriental, desenvolve-se o Projecto Pu�nus, com o intuito de preservar o Patagarro e o seu habitat. Esta ave marinha nidi�ca associada à �oresta Laurissilva apenas na Madeira.

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Links de InteresseCentro de Ciência Viva do Porto Moniz – www.portomoniz.cienciaviva.pt/home/

Direcção Regional de Florestas – www.sra.pt/drf/

Direcção Regional do Ambiente – dramb.gov-madeira.pt/berilio/berwpag0.home

ISOPlexis – Banco de Germoplasma – www3.uma.pt/cem/isoplexis/

Jardim Botânico da Madeira Eng.º Rui Vieira – www.sra.pt/jarbot/

Parque Ecológico do Funchal – www1.cm-funchal.pt/ambiente/index.php?option

=com_content&view=article&id=172&Itemid=241

Serviço do Parque Natural da Madeira – www.pnm.pt/

Atlas das Aves do Arquipélago da Madeira – www.atlasdasaves.netmadeira.com

Bibliogra�aBorges, P.A.V., Abreu, C., Aguiar, A.M.F., Carvalho, P., Jardim, R., Melo, I., Oliveira, P., Sérgio, C., Serrano, A.R.M. & Vieira, P. (eds.) (2008). A list of the terrestrial fungi, �ora and fauna of Madeira and Selvagens archipelagos. Direcção Regional do Ambiente da Madeira and Universidade dos Açores, Funchal and Angra do Heroísmo, 440 pp.

Capelo J. (ed.); Aguiar C., Capelo J., Costa J.C., Fontinha S., Espírito-Santo D., Jardim R., Lousã M., Rivas-Martínez S., Mesquita S., Sequeira M., Sousa J. (2004). A paisagem vegetal da Ilha da Madeira. Quercetea 6: 3-200.

Capelo, J., Menezes de Sequeira, M., Jardim, R. & Mesquita, S. (2007) Árvores e Florestas de Portugal. Volume 6, Açores e Madeira – A Floresta das Ilhas. Edição da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Público e Liga para a Protecção da Natureza. 361 pp.

Fontinha, S., M. Sim-Sim, & C. Lobo (2006) Os Brió�tos da Laurissilva da Madeira – Guia de algumas espécies. Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais. 104 pp.

Jardim R. & D. Francisco (2000) Flora Endémica da Madeira. Muchia Publicações. Setúbal. 339 pp.

Menezes, D.; Freitas, I.; Gouveia, L.; Mateus, M.; Domingues, M.; Oliveira, P. & Fontinha, S. (2004) A �oresta Laurissilva da Madeira: património mundial. The Laurissilva of Madeira: World heritage. Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, Serviço do Parque Natural da Madeira, Funchal. 104 pp.

Vieira, R. (1992) Flora da Madeira. O interesse das plantas endémicas macaronésicas. Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza. Lisboa. 155 pp.

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1ºdia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia

8:45 / 9h00Saída dos Prazeres via Pául/Bica da Cana

8:45 / 9h00Saída dos Prazeres via Paúl/ Fanal /Seixal

8:45 / 9h00Saída dos Prazeres via Ribª Brava/Funchal/ Poiso

10:30Encumeada/Ribeira

Brava Caminhada ao longo

da Levada do Norte até Folhadal. Atividade de recolha de sementes.

10:30Chão da Ribeira/

Porto Moniz Laurissilva

Atividade com o Parque Natural da

Madeira, observação da avifauna.

10:30Parque Ecológico do

Funchal.Atividade relacionada com a conservação da

ave marinha Patagarro.

Hotel - Aeroporto

Piquenique no FolhadalLaurissilva

Piquenique ou espetada tradicional no Chão da Ribeira

Laurissilva

Piquenique no Parque Ecológico do Funchal-

Partida de manhã para Lisboa

Chegada de tarde à Ilha da Madeira

Caminhada até às Ginjas / São Vicente

15:00 Porto Moniz

Visita ao Centro Ciência Viva de Porto

Moniz. Visita às piscinas naturais.

15:00 Ribeiro Frio / Santana

Atividade no Ribeiro Frio

[com a Direcção Regional do Ambiente]

Caminhada ao longo da Levada da Serra do Faial até ao miradouro

dos Balcões.

Aeroporto -Hotel 16:00 Chão dos Louros / São

Vicente Laurissilva [Atividade com a Direcção

Regional de Florestas]

Recepção de boas -vindas no Hotel

Jardim do Atlântico / Prazeres

18:30Regresso ao Hotel pela

via Encumeada – Ribª Brava – Prazeres

18:30Regresso ao Hotel via Santa – Fonte do

Bispo - Prazeres

18:30Regresso ao Hotel

Pta Delgada – S. Vicente via Poiso - Funchal - Ribª

Brava – Prazeres

20:30 – 21:30 Jantar no Hotel

20:30 – 21:30 Jantar no Hotel

20:30 – 21:30 Jantar no Hotel

20:30 – 21:30 Jantar no Hotel

Apresentação: Laurissilva e programa da

expedição

Encerramento da expedição, com entrega

de certificado.

Programa