Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

181
#04

description

Nesta edição: Estudio Borrachia Arquitectos - Prática e teoria caminham juntos nos projetos do escritório argentino. HafenCity - Construção do novo bairro de Hamburgo. Casa Viguet - ndc arquitectos - Buenos Aires, Argentina Memorial Hansook Cheong - Moongyu Choi+GaA architects - Paju, Coreia do Sul Casa Kilian - Gass - Architecture Design Studio - Johannesburgo, África do Sul Casa Dobrada - X Architecten - Wienerwald, Áustria Residência Hof - Studio Granda - Skagafjörður Fjord, Islândia Ampliação do Museu Sacro de Adeje - Fernando Menis - Adeje, Espanha Het 4th Gymnasiunm - HVDN Architecten - Amsterdã, Holanda ...e muito mais.

Transcript of Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Page 1: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

#04

Page 4: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Para fazer o download gratuitamente da Contemporaneu em PDF:

1 - Clique na palavra download da página ao lado. Você será direcio-nado para a página do Issuu para fazer seu login. Se não for cadastrado, cadastre-se aqui.2 - Após fazer o cadastro você receberá, no e-mail cadastrado, uma mensa-gem com remetente Issuu com o link de confirmação escrito join Issuu.3 - Ao clicar no link você será direcionado para a página de confirmação, clique no botão contendo verify account.4 - Com seu cadastro completo, clique novamente na palavra download, na página ao lado.5 - Faça seu login e o download começará automaticamente.

Com seu cadastro feito, para fazer o download de outras edições da Con-temporaneu, somente clique na palavra download de cada edição e faça seu login.

Page 5: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Leia a Contemporaneu sem estar conectado. Faça o download.

Page 6: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 7: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Faça seu cadastro completo e receba a Contemporaneu por e-mail, além de estar automati-

camente concorrendo aos sorteios promovidos pela revista.

Quer aumentar suas chances de ga-nhar? Siga-nos no Twitter e Facebook e participe das promoções!

Page 8: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

edito

rial

8 | contemporaneu #04

Alejandro H. Borrachia nos enviou juntamente com alguns de seus pro-jetos, um texto chamado el árbol con rueditas, um título sugestivo e bem-humorado, no qual trata - a partir do surrealismo, de Le Corbusier, das anomalias arquitetônicas e da cidade genérica de Rem Koolhaas - da superficialidade da cidade e da carência de identidade cultural. Das in-certezas sobre o presente e o futuro da profissão e da disciplina.O especial desta Contemporaneu #4 está por conta deste arquiteto, pes-quisador e professor universitário argentino, com seus reespectivos pro-jetos, fotos, memoriais descritivos de grande personalidade [e pesquisa] e desenhos, como o croqui da capa desta edição. Como projeto urbano, você conhecerá um pouco do Hafen City, em Ham-burgo. Uma proposta, já em andamento, que irá modificar sensivelmente as margens do Rio Elba e promete ser finalizada somente em 15 anos. Apresentamos também interessantíssimos projetos, como uma escola provisória holandesa, um memorial na Coreia do Sul, um museu espan-hol, um projeto institucional para concurso no Brasil… E casas, diversas casas, na Áustria, Islândia, Argentina e África do Sul.

Equipe Contemporaneu

Page 9: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 9

Editor Chefe: Gabriel VespucciDiretora de Arte: Francis Graeff

Fotógrafos desta edição: John Lewis Marshall, Lorenz Prommegger, Max

Nirnberger, Nicolas Dubini, Rhoné van Gass, Segundo Luchia Puig, Sigurgeir

Sigurjónsson, Simona Rota.Agradecimento: Adriano Carnevale Domingues, Alejandro H. Borrachia,

Barbara Bekkers, Caio Carvalho Calafate, David Birgmann, Georg van Gass, Luiz

Gustavo de Ávila Lelis, Nicolás del Campo, Simona Rota, Steve Christer,

Woon Park.

Ano 01Edição #04

Capa: Casa PHArquiteto: Estudio Borrachia Arquitectos

Para dúvidas, sugestões, críticas, entre em contato com a Contempo-raneu - arquitetura contemporânea pelo email:[email protected]

Page 10: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

esta

nte

10 | contemporaneu #04

Este livro reúne 52 obras emblemáticas do XX e início do século XXI do desenvolvimento de Barcelona. A cidade tornou-se um modelo de planejamento urbano devido ao trabalho de renovação, revitalização e manutenção realizados a partir do renacimento da experiência democrática espanhola. As reformas da cidade contam com a participação de diversas associações, fazendo com que os cidadãos se tornem ativos no processo de planejamento de estratégias, projeto e uso de espaços públicos. Nesse sentido, a sustentabilidade e a necessidade de reduzir seu próprio impacto ambiental do crescimento têm sido eixos das refor-mas, que misturam o funcional e a estética.

Soluciones creativasEspacios Urbanos

BarcelonaCarles BrotoLinksbooks

Uma seleção de habitações coletivas contem-porâneas e inovadoras. Habitação total refere-se a necessidade de compreender que as questões sociais, ambientais e fatores econômicos afetam a forma, e que o espaço de vida é uma base para as nossas sociedades cada vez mais complexas e variadas. Esta pesquisa em habitação multi-familiar concentra-se nas respostas propostas por arquitetos que estão lidando com as demandas dinâmicas e diversificadas da sociedade contem-porânea. Apresentando obras de Lacaton-Vassal, BIG, + JDS, SHoP, e muitos novos arquitetos emergentes, este livro não é um simples catálogo, mas sim um conjunto de inventivos projetos.

O que é a crítica? Quais são seus objetivos e seus significados? Ela tem algum sentido? Este livro pretende responder a essas questões de uma maneira concisa e didática, centrando−se nas relações entre arquitetura e crítica. Esta introdução à crítica arquitetônica fornece o contexto necessário para podermos entender os mecanismos utilizados pela crítica, seus limites e seus objetivos. Desde os pioneiros da crítica arquitetônica do século xix até os personagens−chave da historiografia moderna, como Sigfried Giedion, ou os textos de arquitetos protagonistas, como Adolf Loos ou Le Corbusier. Desde as diferentes interpretações derivadas do existencialismo, da fenomenologia, da iconografia ou do estruturalismo, até o atual panorama pós−estruturalista, em que se destacam nomes como Peter Eisenman, Rem Koolhaas ou Kenneth Frampton, em um percurso ao longo do século xx que permite compreender as chaves utilizadas pela crítica desde as suas origens até a atualidade.

Arquitetura e críticaJosep Maria MontanerEditorial Gustavo Gili

Total HousingTomoko Sakamoto, Irene

Hwang, Albert FerréActar

Page 11: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 11

Uma seleção de habitações coletivas contem-porâneas e inovadoras. Habitação total refere-se a necessidade de compreender que as questões sociais, ambientais e fatores econômicos afetam a forma, e que o espaço de vida é uma base para as nossas sociedades cada vez mais complexas e variadas. Esta pesquisa em habitação multi-familiar concentra-se nas respostas propostas por arquitetos que estão lidando com as demandas dinâmicas e diversificadas da sociedade contem-porânea. Apresentando obras de Lacaton-Vassal, BIG, + JDS, SHoP, e muitos novos arquitetos emergentes, este livro não é um simples catálogo, mas sim um conjunto de inventivos projetos.

Projetos de edifícios industriais apresentam grandes desafios devido seu complexo pro-grama de necessidades, grandes áreas e in-flexibilidade nos quesitos rapidez de produção, orçamento e tempo de construção. O livro apresenta, em 264 páginas, 70 projetos de diferentes escalas projetados por arquitetos como o escritório alemão Barkow Leibinger Architects, os ingleses do Foster + Partners e do famoso arquiteto suíço Bernard Tschumi, ex-plicando como uma fábrica pode ser mais que uma simples caixa com portas e janelas.

O que é a crítica? Quais são seus objetivos e seus significados? Ela tem algum sentido? Este livro pretende responder a essas questões de uma maneira concisa e didática, centrando−se nas relações entre arquitetura e crítica. Esta introdução à crítica arquitetônica fornece o contexto necessário para podermos entender os mecanismos utilizados pela crítica, seus limites e seus objetivos. Desde os pioneiros da crítica arquitetônica do século xix até os personagens−chave da historiografia moderna, como Sigfried Giedion, ou os textos de arquitetos protagonistas, como Adolf Loos ou Le Corbusier. Desde as diferentes interpretações derivadas do existencialismo, da fenomenologia, da iconografia ou do estruturalismo, até o atual panorama pós−estruturalista, em que se destacam nomes como Peter Eisenman, Rem Koolhaas ou Kenneth Frampton, em um percurso ao longo do século xx que permite compreender as chaves utilizadas pela crítica desde as suas origens até a atualidade.

Total HousingTomoko Sakamoto, Irene

Hwang, Albert FerréActar

Factory DesignChris van UffelenBraun Publishing

Page 12: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

12 | contemporaneu #04

Divulgue um evento ou concurso: envie e-mail para [email protected]

Brasil

XI Seminário de História da Cidade e do Urbanismo - SHCU 5 a 8/10/2010Vitória – Espírito Santo

54º IFHP World Congress 201013 a 17/11/2010Porto Alegre – Rio Grande do Sul

ECOARQ 2010 III Seminário sobre Arquitetura e Design Sustentáveis13,14 e 15/10/2010Curitiba - Paraná

BOOMSPDESIGN - 3° Fórum Internacional de Arquitetura, Design e Arte21, 22 e 23/10/2010São Paulo – São Paulo

Bienal Brasileira de Design 201014/09 a 31/10/2010Curitiba – Paraná

XIII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído 6, 7 e 8/10/2010Canela – Rio Grande do Sul

Mundo

Congresso Internacional de Arquitetura Latinoamericana06, 07 e 08/10/2010Rosário – Argentina

agenda

Page 13: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 13

Estudantes

“Ideal Theatre” Design CompetitionInscrições até 17/11/2010Envio do material até: 22/12/2010

Arquitetos

Concurso Nacional de Anteprojetos de Arquitetura para a Sede do Conselho Regional de Administração – SCInscrições até 08/10/2010

Place Lalla YeddounaInscrições até 15/10/2010

Uma escola em Guiné BissauInscrições até 15/10/2010

Brussels Courthouse, Imagine the Future! Inscrições até 15/10/2010

Taiwan Tower Conceptual Design International CompetitionInscrições até 21/10/2010

Arquitetos e Estudantes

Playable10: International Design CompetitionInscrições até 01/10/2010

Concurso Internacional Diseño Entre Mares Inscrições até 01/10/2010

concursos

Page 14: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Estudio Borrachia ArquitectosTextos: Estudio Borrachia ArquitectosFotos: Nicolas Dubini

Page 15: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 16: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

16 | contemporaneu | setembro 2010

Alejandro H. Borrachia é arquiteto, sócio do Estudio Borrachia Arquitectos e pro-fessor de arquitetura na Universidade de Buenos Aires e na Universidade de Morón, sendo nesta última também di-retor do Instituto de Investigación en Diseño y Georeferenciación. É autor do livro “Nuevas Arquitecturas en un mundo hiperconectado”.

A árvore com rodinhasTexto de Alejandro H. Borrachia

Page 17: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 17

Estudio Borrachia Arquitectos

1.Introdução

A cobertura do mexicano Carlos de Beis-tegui na Champs-Elysées, em Paris, de autoria de Le Corbusier, representa no domínio da arquitetura um dos traba-lhos arquetípicos do movimento surrea-lista. Incluída na recente mostra “Surre-al Things” [organizada pelo Victoria and Albert Museum, em Londres, e pelo Mu-seu Guggenheim, em Bilbao], na qual examina as várias facetas da influência do movimento no mundo do design, esta reforma conseguia, com diferentes elementos e segundo as próprias pala-vras do catálogo da exposição, “o efeito mais desejado do Surrealismo: a sensa-ção de desorientação” (1)

As imagens representativas do trabalho de Le Corbusier se concentram em um setor do terraço. Um espaço ao ar livre rodeado por paredes brancas, como se tratasse de um interior, mas com o céu como teto, uma lareira de pedra como ponto focal e um carpete de grama como piso. Por detrás da lareira e do muro branco, ícones da cidade de Paris surgem seccionados como parte da composição - a cidade como uma linha densa e o arco de Napoleão como e-lemento de mobiliário adicional, sem a importância que eles realmente mere-cem.

Casa PH

Page 18: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

18 | contemporaneu #04

Todo o espaço resulta de uma adição de anomalias: um jardim em uma cobertura, uma lareira em um jardim, os muros altos bloqueando a vista da cidade, o Arco do Triunfo como um vaso etc. Os objetos que o habitam fazem parte do elemento surpresa do terraço; foram descontextualizados e resignificados em relação a este novo contexto.Esta situação modificada talvez cons-tituísse uma referência icônica para o mundo do surrealismo, mas pode ser, sem deixar dúvidas, uma imagem quase cotidiana para o mundo de hoje. Encerra a relação de seus elementos entre si e nas tensões entre programa, objeto, fundo [paisagem] e observa-dor, lugares-comuns às questões que a cidade densa nos apresenta como habituais. Imagens icônicas descon-textualizadas, situações interiores ex-trapoladas e um somatório de elemen-tos desconexos povoando os espaços anódinos dos programas domésticos urbanos.Na megalópole com seu crescimento ilimitado, cidade densa que quer ser ainda mais densa e onde se faz espaço onde o espaço já deixou de sê-lo, de-cisões incomuns para as práticas pro-fissionais de outrora transformam-se, gradualmente, em noções alteradas de uso e beleza, aceitas pela profusão de condutas, costumes e imagens, já ha-bituais com o passar do tempo.Casa PH

Page 19: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 19

Estudio Borrachia Arquitectos

Na megalópole com seu crescimento ilimi-tado, cidade densa que quer ser ainda mais densa e onde se faz espaço onde o espaço já deixou de sê-lo, decisões incomuns para as práticas profissionais de outrora, gradual-mente, transformam-se em noções alteradas de uso e beleza, aceitas pela profusão de condutas, costumes e imagens, já habituais com o passar do tempo.

Page 20: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

20 | contemporaneu #04

Encontrar um vazio, acomodar-se neste magma solidificado, defender-se, sobreviver e conquistar um espaço na rede de individualidades anônimas desta interminável plataforma, forçam situações inesperadas, de medidas mínimas e decisões extremas. Torna-mo-nos surrealistas em tempo integral, o que na cidade atual da anomalia, repetida centenas de vezes, representa a normalidade e a normalidade vai se convertendo em anomalia. Koolhaas escreve a respeito de sua cidade genérica “A cidade genérica é fractal, uma repetição sem fim do mesmo módulo estrutural simples; é possível reconstruí-la a partir de sua menor entidade, um PC, talvez até mesmo um disquete”. (2) É a anomalia que se repete indefinidamente, e sua entidade de menor dimensão, neste exemplo, consiste de uma abstração - naturalmente, dentro da desordem tudo é possível.É assim que, da ruptura com certos limites, da aceitação e normalização das práticas coletivas repetitivas [por vezes ilegais] e da falta de qualquer ín-dole, surgem novas possibilidades, no-vas paisagens são geradas e às velhas noções, às propriedades, aos desejos e prazeres, são incorporados os limites deslocados, as novas visões do denso, ou do cheio e o do vazio. Tudo em bus-

ca das imagens da cidade do presente, ou da cidade do futuro. Os arquitetos que atuam neste con-texto anômalo certamente operam com uma visão alterada de beleza. E talvez seja esta abordagem rarefeita que permita a pesquisa e a resposta arquitetônica em uma rede de incum-bências que se conectam por seu lado bizarro, por sua origem antiurbana. “Uma cobertura de membrana é como uma praia, um pequeno espaço aberto é como um parque, uma janela é como um céu e um corredor é como uma casa”.Assim como em algum momento a América Latina foi reconhecida pelo seu “realismo mágico” na arte e na li-teratura, talvez nossa arquitetura (en-foque geracional, sentido local etc.) encontre um futuro em sua própria contradição, uma espécie de “surrea-lismo pragmático”. Pragmático porque, mesmo através de sua relação com o irreal, o pensamento continua a ser lógico e surrealista por obrigação mais do que por convicção. Projetamos e imaginamos, mas estamos presos ao sonho de outro, o sonho incontrolável da cidade.

Page 21: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Casa PH

Page 22: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

22 | contemporaneu #04

2.Sobre como todo imóvel se transfor-ma em móvel (Baseado em fotos reais) Se é preciso mover uma árvore com uma finalidade prática… para desocupar o pátio para um evento (o espaço nunca é suficiente) ou para abrir grandes pai-néis de vidro ou para ampliar a área de recreação ou simplesmente por nunca decidir uma posição final (pura inde-cisão moderna)… qual seja o motivo: introduza a árvore (neste caso, um fi-cus de porte considerável) em um re-cipiente adequado, dote mobilidade ao recipiente, 4 rodas em uma plataforma metálica e pronto!A árvore, símbolo imemorial de arraiga-mento, deixa suas raízes e é agora uma

árvore com rodinhas.As neoculturas das megalópolis nos apresentam um desafio, o campo aber-to para a experimentação e a pesquisa, mas também nos colocam na ante-sala da incerteza.

Notas.(1) Ver [http://www.guggenheim-bilbao.es/surrealismo/index.php?idioma=es] Ver [http://www.vam.ac.uk/exhibitions/past_exhibs/surreal_things/](2)Rem Koolhaas “La Ciudad genérica ” [GG, Barcelona, 2006]

Refeitório P11

Page 23: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 23

Estudio Borrachia Arquitectos

Casa 5x30

O fato de um lote de 10 metros (me-dida indicadora de fatores urbanísticos) ser repartido ao meio, no subúrbio de Buenos Aires, possui vários significados intrínsecos relacionados com as possi-bilidades e carências de um segmento social; e esconde, como sempre, o ver-dadeiro gene que constrói e às vezes destrói nossas urbes: a especulação imobiliária.A repetição de tais divisões na cidade, equivocadas ou não e com o passar do tempo, culminam no nascimento, por imposição, de uma nova tipologia ar-quitetônica. Tal tipologia, que inunda quase sem alterar a trama da cidade, conduz a erros prejudiciais à vida huma-na, mesmo que de certa forma tenham

Page 25: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 25

Estudio Borrachia Arquitectos

sido acordados por uma sociedade já adaptada a eles.Conhecida comumente como dúplex (nós preferimos denominá-la Casa 5 x “o comprimento do lote”), possibilitou-nos, nos vários casos em que traba-lhamos nela, pensar em uma série de temas relacionados ao habitat, à cidade e sobretudo à crítica ao modelo exis-tente:A “Casa Filtro”, por exemplo: uma série de colchões de ar restringidos por mu-ros, brises ou pátios, constitui um limite necessário entre o ambiente agressivo e anódino do subúrbio e o interior, que deve ser vivido com toda intensidade possível à medida em que o exterior dela se afasta (já que no interior do sistema, o exterior só será descoberto a partir de um novo olhar);A “Casa Oásis”: o encontro com um es-paço inesperado, uma vez atravessado o filtro, produzindo efeitos comparáveis aos de um oásis no deserto; o descobri-mento paulatino de espaços e rincões, apesar das dimensões reduzidas do lote; o distanciamento da rotina da urbe (o desprendimento final passa pela con-formação de espaços aptos, por suas características singulares, para a intros-pecção e o descanso);A “Casa 2 em 1”: ordenada como um sistema de dois em um, permite que os espaços privados possam se desen-volver de maneira independente uns

Page 26: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

26 | contemporaneu #04

dos outros e que existam lugares inter-mediários de múltiplas funções (apesar de seu aspecto apequenado, a casa per-mite variações de uso);A “Casa Pátio”: sem as possibilidades inerentes à conhecida tipologia, na qual os espaços são estruturados ao redor de um pátio, as casas “5x” encontram em um sistema de regulação interna – cada espaço com seu pátio – certas quali-dades vivenciais semelhantes àquela;E a “Casa Total”: a ruptura entre inte-rior e exterior e a criação de espaços híbridos a esta classificação, provocam a utilização total do espaço da casa, entendendo como seus limites aqueles próprios do lote; São estes alguns dos temas desenvolvi-dos e que continuaremos a desenvolver em busca da construção do habitar con-temporâneo.

Page 27: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 27

Estudio Borrachia Arquitectos

Page 28: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

28 | contemporaneu #04

Planta Baixa Subsolo

Planta Baixa Pavimento Térreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Page 29: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Término da Construção: 2009Área construída: 195 m2

Arquitetos: Estudio Borrachia Arquitectos

Colaborador: Esteban Planes

contemporaneu #04 | 29

Estudio Borrachia Arquitectos

Corte DDCorte CC

Corte AA

Corte BB

Page 30: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 31: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 31

Estudio Borrachia Arquitectos

Casa PH

A segunda etapa da reforma em um PH* de Caballito incluía a transforma-ção de um terraço em dormitório.Tendo sido anteriormente tratada como um espaço de expansão da casa – com um deck e um bar para eventos –, um terraço verde pensado como subsídio destinado à cidade e às atividades in-ternas, seria necessário que sua nova destinação permanecesse constitu-indo essa possível contribuição dentro de um tecido denso. Agora não mais através do vazio, mas do cheio.

Todo o processo projetual foi pautado por determinadas premissas: ampliar com o mínimo de intervenção sem que a inclusão de um pavimento dege-nerasse ou distorcesse a relação entre o pátio e o volume existente; que, ao contrário, esta nova intervenção pro-movesse um crescimento adequado no espaço exterior antes resolvido como terraço (e agora com algumas varan-das intermediárias e o pátio ampliado após a retirada da circulação vertical exterior).

Page 32: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

32 | contemporaneu #04

Quanto à cobertura, peça-chave des-ta intervenção, a busca de certa sin-gularidade formal a fim de dotá-la de personalidade - em um labirinto de terraços, chapas e membranas impermeáveis, juntamente com as possibilidades da técnica e da relação com a vista desobstruída de uma por-ção de céu - foi a premissa que levou ao resultado exibido aqui.A necessidade de pré-fabricação parcial, permitindo verificar formal e construtivamente, ainda em ateliê, o telhado como objeto acabado e a possibilidade de uma rápida execução com base em peças de tamanho grande, reduziram conceitualmente a obra a uma imagem; é como se sobre o existente fosse colocado um cha-péu na forma de uma calha gigante; um elemento comum ou de grande normalidade no universo das cober-turas, mas que em escala ampliada surge com um brilho estranho “como um realce que obriga quem olha de cima a olhar duas vezes”.

Page 33: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 33

Estudio Borrachia Arquitectos

*PH é a abreviação do termo Propiedad Horizontal. Usado no texto para de-signar um tipo de imóvel [neste caso, construído na década de 1920 no bairro de Caballito em Buenos Aires], pode ser definido como um regime específico de divisão de propriedade exercido sobre um bem imóvel [algo como diferentes andares do edifício ou diferentes apar-tamentos de um mesmo andar, inde-pendentes e com acesso comum à via pública], cuja regulamentação ocorre, em países como Espanha, Portugal, Ar-gentina, Chile, Uruguai e Colômbia.

Page 34: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

34 | contemporaneu #04

Implantação

Planta Baixa Pavimento Térreo Planta Baixa Primeiro Pavimento

Page 35: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 35

Estudio Borrachia Arquitectos

Término da Construção: 2009Área construída: 90 m2

Arquitetos: Estudio Borrachia Arquitectos e Pamela Malvicini Arq.

AsociadoColaboradores: Victor Pintos, Maxi-

miliano Mazzitelli , Ariel Ascione

Corte CC Corte CC

Planta Baixa Segundo Pavimento

Page 37: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 37

A cantina dos funcionários no décimo primeiro andar da UM [Universidade de Morón] é, na verdade, um híbrido, um filho mestiço de diferentes correntes; amamentado por Heidegger e educado por Abalos e Herreros, ou vice-versa; nasce metade artefato, metade ca-bana.Está localizado naquele canto que todo terraço possui, um elemento leviano de fácil montagem e similar desmon-tagem, vegetal e permeável, como um filtro de ar, de luzes e de vistas; não interrompe de forma alguma a livre cir-culação das águas e controla sua per-meabilidade aos ventos segundo suas próprias necessidades climáticas. Uma casa de máquinas, um equipamento de ar condicionado, um tanque de água, um compressor, um duto de ventilação etc etc.

Refeitório P11

Estudio Borrachia Arquitectos

Page 38: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 39: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Rigoroso, mas de traços terrenos, pelo flerte com materiais autóctones e seu diálogo com espaços nada a-lheios à nossa cultura, o quiosque, o pátio, a parreira e a sombra. A can-tina pertence ao terraço ao mesmo tempo em que resume em si mesma a lógica da cobertura urbana: um conjunto de objetos que se misturam conforme a necessidade humana e a insubstituível exigência de expansão e de contato com o verde em uma cidade densa. É em si mesmo um “terraço-arte-fato”. Autônomo como peça, como espaço protegido, alheio ao entorno e com clima próprio, para nutrir o corpo e relaxar a mente, ainda que flutuando sobre um mar de mem-brana asfática…

Término da Construção: 2009Área construída: 80 m2

Arquitetos: Estudio Borrachia Arquitectos

Colaboradores: Edgardo Litovich, Arq. Leonardo Esteves , Mariano

Mendoza , Maximiliano Mazzitelli , Ariel Asione, Ana Muñoz , Sol Pace

Totorica

Page 40: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

40 | contemporaneu #04

Implantação

Page 41: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 41

Estudio Borrachia Arquitectos

Corte AA

Planta Baixa

Page 42: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Photo: T. Kraus; Source: HafenCity Hamburg GmbH

HafenCityHamburgo, Alemanha

Page 43: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 44: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

44 | contemporaneu #04

urbano

Photo: ELBE&FLUT; Source: HafenCity Hamburg GmbH

Photo: ELBE&FLUT; Source: HafenCity Hamburg GmbH

Page 45: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 45

HafenCity

À primeira vista a uniformidade das fachadas que vão sendo erguidas nas margens do rio Elba parece caracte-rística de um bairro urbano simples, comum às cidades que passaram re-centemente por processos de recu-peração de áreas degradadas. Sim, recuperação de áreas degradadas é o tema em questão do novo bairro de Hamburgo, Alemanha. Mas ao contrário do imaginário já um tanto consolidado sobre essa prática, estas fachadas são propositais para não distorcer a imagem do antigo bairro que ali existia e ao mesmo tempo destacar poucas obras arquitetônicas espetaculares.Nem tão poucas assim, na verdade. Em uma área de 1.570.000 metros quadrados, nomes como Richard Meier, David Chipperfield, Rem Kool-haas, Zaha Hadid, Herzog & deMeu-ron, Hadi Terrani e Stefan Behnisch [ver Contemporaneu#03] assinam obras emblemáticas e responsáveis, em parte, pelo sucesso do empreen-dimento, tanto para turistas como para empresários.A densa HafenCity, ou Cidade Porto, está sendo construída desde o ano 2000 e tem previsão de término para 2025, quando abrigará ao menos 12.000 habitantes e oferecerá 40.000 empregos, segundo expectativas menos otimistas dos realizadores do projeto.

Her

zog

& d

e M

euro

n

Illustration: Gärtner & Christ;Source: HafenCity Hamburg GmbH

Nesta Página: Direita: Área de Sandtorkai.

Esquerda: acima: edifício da filarmônica de Hamburgo, projetado

por Herzog & deMeuron para repousar sobre um antigo prédio

parcialmente destruído na Segunda Guerra Mundial. Abaixo: projetado pelo holandês Rem Koolhaas, será o mais alto dos edifícios no bairro.

Abrigará o Centro de Ciências.

Página seguinte: Plano mestre do novo bairro.

Page 46: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

46 | contemporaneu #04

urbano

Illustration: Michael Korol; Source: HafenCity Hamburg GmbH

Page 48: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

48 | contemporaneu #04

urbano

Muito se especula sobre o sucesso do bairro, principalmente pela apropria-ção do espaço público pelos residen-tes da cidade. O mesmo espaço em que se trabalha é interessante para passar o tempo livre?Outro fator importante a ser levan-tado é a questão do comércio. Por se tratar de uma área túristica com lojas luxuosas, bares e restaurantes, como ficarão os simples fornecedores de necessidades básicas aos 12 mil habitantes previstos?Se considerarmos os aspectos téc-nicos, HafenCity tem tudo calculado. Com uma rede de passeios de pedes-tres interligados acima oito metros

do nível do mar, garagens à prova d’água e sem residências no térreo dos edifícios, o bairro está preparado para enchentes. Assim como está se armando para o acesso da área a partir de linhas de metrô e ônibus. Ao mesmo tempo em que o bairro se afasta verticalmente da água, ele entra em contato direto com praças formadas por degraus, platôs e ram-pas que vão suavemente integrando o espaço altamente densificado com as águas do rio, criando áreas de contemplação e descanso.Apesar de possuir uma história co-mum às outras cidades que possuem e possuíam áreas industriais em seus perímetros urbanos, o novo bairro

Page 49: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Photo: ELBE&FLUT; Source: HafenCity Hamburg GmbH

Photo: T. C. Kraus; Source: HafenCity Hamburg GmbH

HafenCity

Page 50: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Phot

o: E

LBE&

FLU

T; S

ourc

e: H

afen

City

Ham

burg

Gm

bH

Page 51: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 51

Photo: ELBE&FLUT; Source: HafenCity Hamburg GmbH

carrega uma história pesada do pas-sado alemão. Ali estava a estação de trem Hanover, ponto de embarque de judeus conduzidos a campos de concentração. É neste local que será construído o Lohespark, um espaço dedicado à memória dos que por ali passaram. Será o primeiro memorial deste tipo construído em uma área de intensa vivência urbana em Ham-burgo.

O forte investimento em quesitos culturais e educacionais são respon-sáveis pelo projeto da Universidade de HafenCity, que terá cursos de arquitetura, urbanismo, engenharia civil e geomática. Não é, porém, prevista a moradia dos estudantes na região, devido ao alto valor dos imóveis na área. Espera-se que com a boa rede de transporte público eles possam residir nos bairros próximos, de preços mais acessíveis.

HafenCity

Page 52: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Illus

trat

ion:

Vog

t La

ndsc

haft

sarc

hite

kten

; So

urce

: H

afen

City

Ham

burg

Gm

bH

Page 53: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 53

Photo: ELBE&FLUT; Source: HafenCity Hamburg GmbH

Illustration: Code Unique Architekten; Source: HafenCity

Ao que parece, o investimento já está tendo retorno. Mesmo com apenas metade do empreendimento cons-truído ou em vias de implementa-ção, a repercussão sobre o projeto é grande, assim como a expectativa de vê-lo terminado.

HafenCity

Página anterior: Esquerda: Praça Vasco da Gama. Direita: Sede da Unilever, projeto de

Stephan Behnisch.

Nesta Página: Acima: área que será transformada pelo me-morial aos judeus. Esq.: Lohespark. Abaixo:

Universidade de Hafencity.

Page 54: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Phot

o: F

otof

rizz;

Sou

rce:

Haf

enCi

ty H

ambu

rg G

mbH

Page 55: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 56: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Phot

o: F

otof

rizz;

Sou

rce:

Haf

enCi

ty H

ambu

rg G

mbH

Page 57: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 58: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 59: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

envie projetos, projetos de estudantes, desenhos, artigos, fotografias para a

Contemporaneu.

Page 60: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 61: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

projetos

Page 62: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 64: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

70 m2

Page 65: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Casa Viguet

A Casa Viguet fica no bairro de La Lonja, um local de densidade baixa e paisagem campestre na cidade de Pilar, a noroeste de Buenos aires. Em um terreno de 1.500 m2, a pequena residência de 70 m2 é deliberadamente um único espaço, no qual os usos se misturam: uma quitinete quadrilátera, avantajada e hibridizada.Rapidez de execução, função e esté-tica indicaram o caminho construtivo. Foram utilizados elementos pré-molda-dos de concreto para resolver tanto a cobertura quanto a pele da casa. Pro-porcionam segurança e as trocas com a luz, o ar e com o espaço exterior. Através deles é feito um jogo geomé-trico - assistido pela neutralidade da cobertura plana - de linhas retas para-lelas, horizontais e verticais, e os cír-culos vazados. Refletem, a partir dos cheios e vazios, outro marcante jogo, agora interno, de luzes e sombras de acordo com a hora do dia, as condições climáticas e as estações do ano. Duas entradas possuem como acesso inte-ressantes degraus que se assemelham a mesas redondas dispostas em duas faces da casa.Certa ordem na composição das pare-des com círculos vazados é percebida: fecham as áreas molhadas, a saber,

banheiro e cozinha. Há também um visível esforço para não haver paredes lisas ou monotonia nas fachadas. A laje plana de cobertura mesmo contro-versa a respeito de seu aspecto, por um lado enclausurado e gradeado, e por outro, apenas determinando um intencional rompimento com o sítio, a obra se define como um instrumento de contemplação, de liberdade de usos e, pelas portas-brises deslizantes, de conciliação, improvisada ou não, com o exterior idílico.

Page 66: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 67: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 68: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

68 | contemporaneu #04

70 m2

Fachada Sudeste Fachada Nordeste

Page 69: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 69

Casa Viguet

Projeto: 2007Construção: 2008

Área construída: 70 m2

Área do terreno: 1500 m2

Planta Baixa

Fachada Noroeste Fachada Sudoeste

Page 70: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 71: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Moongyu Choi+GaA architectsPaju, Coreia do Sul

Fotos: Moongyu Choi + Ga.a architects

Construído como uma homenagem a um romancista do século 20, o Me-morial Hansook Cheong é “o refletor da natureza ao seu redor”, segundo as próprias palavras de seu autor, o arquiteto sul-coreano Moongyu Choi. Nascido em 1961, cursou arquitetura na Yonsei University [Seul] e na Co-lumbia University, em Nova York. Pos-teriormente trabalhou no Japão até retornar ao país de origem. Em 1999, fundou o seu próprio escritório e com seus projetos recebeu diversos prê-mios internacionais.

MemorialHansook Cheong

Page 73: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Memorial Hansook Cheong

O memorial quase transparente, de aço, vidro e concreto, é um de seus projetos de destaque e fica na ci-dade coreana de Paju. Todo o peso do edifício, incluindo paredes autopor-tantes, concreto e opacidade, está no embasamento. É, porém, invisível ao nível rua, por estar semi-enterrado, adaptando-se ao declive do terreno. Neste bloco inferior está a grande sala de conferência, um lobby, o escritório e o amplo pátio seco acessado por uma escada-arquibancada, funcionando como anfiteatro ao ar livre. Apoiada sobre essa massa mais densa e opaca está a leveza do piso intermediário, uma caixa de vidro cuja transparência é acentuada graças à substituição de pilares por pequenos túbulos de aço, dispostos nos limites perimetrais da construção. Foram feitos sob enco-menda e com a aparência de batentes das portas e janelas de vidro. Envolvi-dos com acabamento de placas de aço inoxidável espelhado, “desmaterializa-dos”, são esses túbulos que suportam o pavimento superior: outra caixa, desta vez de vidro reflexivo, que abriga apo-sentos privativos.Todo o processo do projeto objetivou minimizar a fronteira entre o artificial e o natural a partir do empilhamento levemente desencontrado da reflexão da paisagem e da transparência do ob-jeto construído.

Page 74: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

123 m2

Término da Construção: 2003Área construída: 123 m2

Área do terreno: 755 m2

Arquitetos: Moongyu Choi + Ga.A ArchitectsEstrutura: Eng. Shin StructuralEng. Eletricista: Dong-Ho Eng.Construção: Je-Hyo Construction

Page 75: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 75

Memorial Hansook Cheong

Planta Baixa Pavimento Térreo

Page 76: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

76 | contemporaneu #04

123 m2

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Page 77: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 77

Memorial Hansook Cheong

Planta Baixa Segundo Pavimento

Page 78: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Corte Transversal

Corte Longitudinal

78 | contemporaneu #04

123 m2

Page 79: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Fachada Sul

Fachada Leste

contemporaneu #04 | 79

Memorial Hansook Cheong

Page 80: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Casa KilianGass - Architecture Design StudioJohannesburgo, África do SulFotos: Rhoné van Gass

Page 81: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 83: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 83

Casa Kilian

A Casa Kilian é uma interpretação contemporânea de uma casa típica de fazenda: horizontalizada, com formas simples e grandes espaços abertos. Localizada em uma área rural próxima ao Aeroporto Internacional Lanseria, a casa é obra do Gass - Architecture Design Studio, escritório fundado por Georg van Gass em 2004, com sede em Johannesburgo, norte da África do Sul. Em termos formais, o projeto consiste em dois grandes volumes retangu-lares que formam um “T” a partir de diferentes orientações conceituais e programáticas de cada um deles. O resultado é baseado em uma reflexão estética da atmosfera local, usando materiais e texturas locais e mantendo uma expressão atual.

Dois muros espessos e altos percor-rem todo o comprimento dos volumes. Observa-se a separação entre público e privado, nítida pelo prolongamento dos muros, projetados para além dos limites edificados e pela conformação de ambientes que não se encontram, impedindo até o contato visual entre as alas.O primeiro volume, voltado para o Rio Crocodilo, abriga os espaços de usos mais públicos –incluindo sala de es-tar, pátio coberto, cozinha, refeitório e uma pequena sala de cinema. A sensação de amplitude do espaço em direção ao exterior é graças às sequên-cias de treliças expostas e às portas de grandes dimensões que deslizam, deix-ando o volume principal totalmente ab-erto para o vale. Acima deste volume,

Page 84: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

84 | contemporaneu #04

180 m2

há um terraço aberto, proposto como alternativa de espaço de entretenimen-to ou de refeições ao ar livre, que o usuário pode usufruir tendo como pano de fundo um panorama ininterrupto das montanhas Magalies, dos vales e das fazendas.O segundo volume é a parte mais privada da casa, com quartos e banhei-ros orientados para as montanhas. Ali a arquitetura é mais intimista, com es-paços menores e introspectivos, como um refúgio das áreas sociais. Para as crianças, uma sala de jogos generosa está localizada no final deste segundo volume. Este espaço se abre para um pátio claramente demarcado, insinu-ando proteção e limites no ambiente onde as crianças podem brincar.Os materiais de acabamento utilizados na casa, em tons terrosos e textu-ras naturais justapõem-se a refinados acabamentos contemporâneos. A as-pereza da parede é contrastada com o liso do piso de cimento branco, do alumínio nas grandes portas e janelas de vidro e do acabamento laqueado das cozinhas e banheiros.

Page 85: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Casa Kilian

Page 86: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

86 | contemporaneu #04

180 m2

Implantação

Page 87: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 87

Casa Kilian

Planta Baixa

Page 88: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

88 | contemporaneu #04

180 m2

Corte A

Corte B

Corte C

Page 89: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 89

Casa Kilian

Fachada Norte

Fachada Sul

Fachada Leste

Fachada Oeste

Page 90: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Max Nirnberger

Page 91: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Casa DobradaX Architekten

Wienerwald, ÁustriaFotos: Max Nirnberger e Lorenz Prommegger

Page 92: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

200 m2

Max Nirnberger

Max Nirnberger

Page 93: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 93

Casa Dobrada

A Falthaus, ou casa dobrada, foi construída para um casal de atores profissionais que desejavam uma arquitetura declaradamente con-temporânea e que se comunicasse com o verde do entorno. Está lo-calizada em Wienerwald, conhecido como a área densamente arbori-zada delimitada pelos rios Triesting, Gölsen, Traisen e Danúbio, muito próxima à capital austríaca. É um destino muito procurado para recre-ação ao ar livre ou para moradia pe-los habitantes de Viena.A localização privilegiada do ter-reno - com um panorama de vales e colinas - e sua topografia foram aproveitados com êxito pelo projeto dos arquitetos do X Architekten. In-tegra-se ao terreno de uma forma muito engenhosa, pois aproveita a inclinação natural em suas duas di-reções. Praticamente todos os ambientes são voltados para o sul, mesma direção de declive para a vista do bosque. É nessa orientação a prin-cipal fachada da casa, onde são percebidas as reentrâncias e os desníveis. O interior é concebido como um espaço de aberto de vivência, importante para captar a luz natural e a atmosfera da região.

Page 94: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Max Nirnberger

Max Nirnberger

Lorenz Prommegger

A abundante transparência e a es-beltez dos pilares metálicos e do corrimão externo contínuo - em meio às espessas lajes e paredes de concreto - seguem esta concepção de abertura. Disposta em forma de uma fita do-brada, a casa possui uma circulação externa que envolve toda a casa, facilitando a orientação espacial - já que a cobertura, os quartos e a sala acabam interligados. Além dis-so, através do aproveitamento do aclive no sentido leste-oeste [alia-dos a cortes no terreno e muros de arrimo], tal conformação possibilita o acesso ao jardim no mesmo nível de todos os cômodos, indepen-dentemente do pavimento em que se situam. Há também a escadaria interna, na face norte da edifica-ção e sob iluminação zenital, que orienta a circulação em linha reta, desde a discreta entrada lateral no pavimento inferior até o topo, um grande terraço descoberto.O mesmo piso da circulação [ou sacada] externa aos quartos, ao ser dobrado, coincide com a cobertura da sala e do escritório. Este último, nada mais é do que um mezanino sobre a sala, que por sua vez, passa a ter pé-direito duplo e angulado.

Page 95: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 95

Casa Dobrada

Max Nirnberger

Page 96: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Lorenz Prommegger

Page 97: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 98: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Max

Nirn

berg

er

Page 99: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Casa Dobrada

Max Nirnberger

Max Nirnberger

A abertura gerada na lateral do es-critório, entre a laje inclinada e a cobertura, é sua própria janela e, portanto, favorece a iluminação da sala abaixo. É um projeto, com forma e espaços inusitados, de caráter atual e ele-gante, bem acabado, que satisfaz o programaque e fortalece as poten-cialidades do lugar, com intenções claras e soluções bem resolvidas.

Projeto: 2001Término da Construção: 2008Área construída: 200 m2

Área do terreno: 300 m2

Page 100: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

100 | contemporaneu #04

200 m2

Planta Baixa Pavimento Térreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Page 101: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 101

Casa Dobrada

Planta Baixa Segundo Pavimento

Planta Baixa Cobertura

Page 103: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 103

Casa Dobrada

Page 104: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 105: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Residência HofStudio Granda

Skagafjörður Fjord, IslândiaFotos: Sigurgeir Sigurjónsson

Page 106: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

294 m2

A residência Hof é uma casa rural no estuário de Skagafjörður, na costa norte da Islândia - a menos de 100 quilômetros do Círculo Ártico -, em uma paisagem de aspecto lunar e vegetação rasteira. A espetacular e afastada localização e um programa especial alimentaram uma relação única entre cliente, construtor e ar-quiteto, resultando em um edifício que em todos os aspectos é uma con-seqüência direta dessa colaboração. A propriedade incluía um conjunto de edifícios existentes: uma habitação, igreja, celeiro e estábulo e estrebar-ias. O local de implantação da nova casa, ligeiramente distante do agru-pamento preexistente, foi cuidadosa-mente escolhida para privilegiar a vista, a partir dos cômodos, da exu-berante paisagem de fiordes, mon-tanhas e ilhas de rochosas bastante proeminentes.A grama retirada do campo foi replan-tada no telhado [como é comum na arquitetura tradicional local]. Já no relvado ao redor da casa, porções da terra foram dobradas e sobrepostas de forma a alterar a topografia, consti-tuindo um novo relevo de gramíneas e pedras que direcionem e abram os espaços para a entrada e o terraço. A pedra basáltica utilizada é retirada do próprio sítio e é largamente utilizada internamente na sala e nas circula-ções, bem como na pavimentação ex-

Page 107: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 107

Residência Hof

Page 108: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 109: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

terna. Postes de telégrafos retirados do sítio foram recuperados e usados como brise-soleil nas janelas orienta-das para o sul. A maioria das paredes internas são de concreto aparente ou pintado; nos tetos, portas e outras carpintarias predominam o carvalho serrado combinado com aço.A casa é isolada e estável termica-mente, devido às paredes maciças de concreto, ao piso de pedra e ao equilíbrio entre aberturas e fecha-mentos. A água é aquecida por meio de energia geotermal, que por sua vez aquece a residência correndo por baixo do piso e passando pelos aquecedores de ambiente, além de servir para demais usos domésti-cos. Aberturas altas e rasgos no te-lhado para iluminação contribuem com o baixo consumo de energia. O projeto é do escritório islandês Studio Granda, presente também na primeira edição da Contemporaneu, que a exemplo da residência Hof, uti-liza com frequência materiais tradicio-nais escandinavos, como a pedra, o metal e a madeira.

Término da Construção: 2007Área construída: 294 m2

Arquitetos: Studio GrandaEstrutura e engenharia ambiental: VíðsjáServiços elétricos: VJÍ Construtor: Trésmiðjan Borg

Page 110: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

110 | contemporaneu #04

294 m2

Implantação

Page 111: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 111

Residência Hof

Planta Baixa

Page 112: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

112 | contemporaneu #04

294 m2

Fachada Norte

Fachada Sul

Fachada Leste

Fachada Oeste

Page 113: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 113

Residência Hof

Corte A

Corte B

Corte C

Corte D

Corte E

Corte F

Corte G

Page 114: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Fernando MenisAdeje, EspanhaFotos: Simona Rota

Ampliação do Museu Sacro de Adeje

Page 115: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 116: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

116 | contemporaneu #04

817 m2

A cidade velha, dentro de um plane-jamento global, é muito importante para o desenvolvimento de Adeje, município pertencente à província de Santa Cruz de Tenerife, Espanha. O conjunto, formado pela Calle Grande, que abriga restaurantes e lojas comerciais ao redor da Plaza de España, juntamente com os edifícios paroquiais e o convento próximo à prefeitura, representa o coração da cidade e nele ocorrem os principais eventos e festivais públicos e religio-sos de Adeje. Esta área é localizada em um terreno acidentado, muito próximo à borda de um despenhadeiro, conhecido como Barranco del Infierno. Perdeu-se ali muito da relação visual e fun-cional entre a paisagem e a cidade.

Page 117: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 118: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 119: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 120: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

817 m2

Page 121: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

A proposta do arquiteto espanhol Fernando Menis, detentor do 1º lugar em um concurso de ideias de 2006, é criar no local um ponto de união com a natureza, abrindo a pra-ça e promovendo a conexão perdida, fazendo com que toda esta área seja restrita ao uso de edifícios públicos, administrativos, culturais e religio-sos. Mantendo a vocação de lugar de grande atividade, edifícios e topogra-fia novos visam um caráter de atra-tividade, tanto para os habitantes da cidade quanto para os visitantes. Propõe-se a renovação e a ampliação da praça e um novo espaço muse-ológico, como ligação entre o abismo e a cidade, a serem inaugurados ain-da este ano.

Page 122: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

122 | contemporaneu #04

817 m2

O projeto abarca, portanto, dois ele-mentos bem diferenciados. O novo Museu Sacro se impõe como um edi-fício semi-enterrado, tendo acima a cafeteria e, no subterrâneo, o espaço expositivo do museu.Já a praça se expande em superfície [aumentando a área atual em duas vezes e meia] gerando um cenário permanente e sob a qual há um es-paço destinado a dependências mu-nicipais. Os materiais usados com-binam concreto aparente, concreto polido e pedra basáltica; a textura não é superfície, é a própria matéria, tátil e visual. A superfície é a topo-grafia criada, enterrando o prédio e criando platôs. O projeto rejeita forma e elementos clássicos de ar-quitetura e revela-se distinto em vo-lume e planos inescrutáveis situados na paisagem. Aproxima-se do onírico e do abismo, mas é antes materiali-dade que vincula o natural ao cons-truído.

Page 123: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 123

Ampliação do Museu Sacro de Adeje

Page 124: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

817 m2

Competição: 2006Término do Projeto: 2009Início da Construção: 2009Área construída: 817 m2

Área do terreno: 4034 m2

Arquiteto: Fernando MenisConstrução: Construcciones Daltre

Page 125: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Ampliação do Museu Sacro de Adeje

Page 126: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 127: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 128: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 129: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 130: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 131: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Het 4th GymnasiumHVDN Architecten

Amsterdã, HolandaFotos: John Lewis Marshall

Page 132: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

132 | contemporaneu #04

4160 m2

Ao projetar este edifício, os arquitetos do HVDN Architecten não tiveram a pretensão de projetar algo que fosse durar décadas. Diferente do usual, foi concebido para durar de cinco a dez anos, tempo necessário para a cons-trução de uma escola permanente para o bairro Houthavens, em Ams-terdã.O crescimento da cidade em sentido às áreas não ocupadas obrigou a reava-liação do plano de zoneamento para a área de Houthavens por parte da pre-feitura, em 1991. Foi considerada não vantajosa para empreendimentos imo-biliários residenciais devido à poluição

e ao excesso de barulho produzido por trens, trams e a indústria próxima. Este plano foi visto e revisto diversas vezes até 2005, quando foi decidida uma abordagem diferente e inovado-ra: fazer um zoneamento com duração de 5 anos. Esta alternativa solucionou um problema que perdurava por anos e, em apenas duas semanas, a área recebeu um projeto com o intuito de abrigar mil e cem estudantes. Neste período de testes, diversas construções provisórias foram realiza-das, incluindo a Het 4th Gymnasium, de 2008, a quarta escola técnica de nível médio de Amsterdã.

Page 133: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 135: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 135

Het 4th Gymnasium

Page 136: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 137: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 137

Het 4th Gymnasium

Sua característica de prédio pré-fabri-cado permite que seja montado e des-montado rapidamente em diferentes lugares e sua modulação favorece a utilização para diferentes fins, de acor-do com a necessidade da prefeitura da cidade, que solicitou sua construção. Para quebrar a monotonia da visão de quem passa pela rua, os arquitetos projetaram janelas que se aprofundam na fachada e combinadas com finas ripas de madeira e painéis coloridos de alumínio. Estes painéis conduzem o olhar pelas cores desde a fachada sudoeste até chegar ao vão de entrada do edifício, localizado na fachada nor-deste.Três módulos ausentes no pavimento térreo conformam a entrada em um pátio colorido com nichos que saltam das paredes. Este pátio conduz alunos, professores e funcionários às diversas entradas interligadas - para a recep-ção, salas de aula ou auditório.Os corredores com amplas janelas cir-cundam o pátio interno e distribuem os fluxos entre salas de aulas, seus nichos formam espaços de leitura e estudo.Em três pavimentos o prédio abriga um programa complexo devido às ex-igências de alguns dos cursos técnicos ministrados lá, como cinema, arquite-tura e astronomia.

Page 138: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

138 | contemporaneu #04

Término da Construção: 2008Área construída: 4160 m2

Arquitetos: HVDN Architecten

4160 m2

Page 139: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

setembro 2010 | contemporaneu | 139

Het 4th Gymnasium

Page 140: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

projetos de estudantes

Page 141: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

projetos de estudantes

Page 142: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Nome: Luiz Gustavo de Ávila Lelisemail: [email protected]: Pingo D’Água-MG

Disciplina: Estúdio 9 (Edifícios complexos)Período: 9o

Instituição de ensino: Unileste-MG

Projeto Terminal Rodoviário de Ipatinga

projetos de estudantes

Page 143: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 143

Luiz Gustavo de Ávila Lelis

Implantação

Page 144: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

144 | contemporaneu #04

projetos de estudantes

Page 145: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 145

Planta Baixa

Luiz Gustavo de Ávila Lelis

Page 146: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

146 | contemporaneu #04

projetos de estudantes

Corte AA

Corte BB

Page 147: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 147

Luiz Gustavo de Ávila Lelis

Page 148: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Nome: Caio Carvalho Calafateemail: [email protected]: Revista NozCidade: Rio de Janeiro - RJ

Disciplina: TFGPeríodo: 10o

Instituição de ensino: PUC-Rio

Construir sobre o Metrô: projeto urbano e arquitetônico para as áreas remanescentes

projetos de estudantes

Page 149: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 149

Caio Carvalho Calafate

Page 150: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

150 | contemporaneu #04

projetos de estudantes

Page 151: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 151

Implantação

Caio Carvalho Calafate

Page 152: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

152 | contemporaneu #04

projetos de estudantes

Page 153: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 153

Caio Carvalho Calafate

Page 154: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

154 | contemporaneu #04

projetos de estudantes

Page 155: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 155

Corte B

Corte A

Caio Carvalho Calafate

Page 156: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

156 | contemporaneu #04

projetos de estudantes

Page 157: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 157

Corte D

Caio Carvalho Calafate

Page 158: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

158 | contemporaneu #04

projetos de estudantes

Page 159: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 159

Corte E

Caio Carvalho Calafate

Page 160: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

projeto de concurso

Page 161: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

projeto de concurso

Page 162: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

162 | contemporaneu | setembro 2010

concurso

Arq. Adriano Carnevale DominguesBrasília, DF

Nova Sede IPHAN

O texto a seguir é o memorial descritivo do anteprojeto de Adriano Carnevale Domingues para o Concurso Público Na-cional de Projeto de Arquitetura para a sede do IPHAN em Brasília, realizado em 2006. Você pode conferir os trabalhos premiados aqui.

Page 163: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

Nova Sede IPHAN

Começo minhas intenções, citando o arquiteto Lúcio Costa e parte do seu relatório do Plano Piloto de Brasília:“Cidade planejada para o trabalho or-denado e eficiente, mas ao mesmo tempo cidade viva e aprazível, própria ao devaneio e à especulação intelec-tual, capaz de tornar-se, com o tempo, além de centro de governo e adminis-tração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país.” “Nasceu do gesto primário de quem

assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz.”Parto deste princípio e assinalo o lugar, desta vez não como quem toma pos-se -o sinal da cruz- mas quem indica um percurso, um caminho, uma con-tinuidade espacial que parte do solo ocupado e se projeta ao céu como se explicássemos as formas sinuosas da natureza, de uma montanha, através do movimento mímico, silencioso.

Page 164: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

164 | contemporaneu #04

concursoDa mesma maneira que ao arrancar-mos algo do solo trazemos parte dele junto; trago junto ao movimento liga-ções ao seu plano de origem, mos-trando a raiz submersa que estrutura o movimento sinuoso de um gesto natural e que desenvolve a essência e o programa do projeto.Este percurso caracterizado por uma laje, parte do sul junto ao terreno e se eleva em direção ao norte, liberando suas laterais para iluminação natural, além de proteger dos ventos predomi-nantes do mesmo quadrante. A 45 graus deste eixo norte-sul no quadran-te nordeste, um prolongamento que abriga o setor de Interação serve como barreira, protegendo os acessos dos ventos vindos do leste que predomi-nam ao longo do ano.O projeto se desenvolve em dois sub-solos, térreo, 1º e 2º pavimentos. O nível térreo está na cota 1.035,50m e será destinado à utilização de todas as pessoas, inclusive visitantes do IPHAN, contendo o estacionamento descober-to, os acessos verticais e o setor de in-teração/eventos com auditório e biblio-teca com cafeteria, loja, recepção, área de leitura, acervo, reserva, arquivos e sanitários.O sistema viário cortará o conjunto, permitindo o desembarque coberto, além do acesso ao 2º subsolo para o estacionamento coberto. Um braço lateral ligará o térreo com o 1º sub-

Page 165: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 165

Nova Sede IPHAN

Page 166: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

166 | contemporaneu #04

concurso

solo, local da entrada de funcionários e ambulatório (permitindo o acesso de uma ambulância), e por onde se dará o abastecimento da cozinha.O partido adotado, que tem grande parte do programa em subsolos, deriva da intenção de proteger as pessoas das intempéries.No 1º pavimento, na cota +4,00m, so-bre a biblioteca, estarão o salão de ex-posições, o centro de memória e reser-va técnica, seguido do 2º pavimento, na cota + 7,00m, reservado para o ar-quivo intermediário e permanente; ca-racterizando o setor de Interação como uma unidade independente.O 1º subsolo será acessado por eleva-dores e escada, além da rampa de uso misto para automóveis e pedestres.

Neste piso, um grande vazio central propiciará insolação e ventilação aos ambientes e terá apenas num dos lados espaço para circulação de au-tomóveis, ligando-o ao 2º subsolo.Os ambientes serão destinados a labo-ratórios, com acesso ao exterior (caso necessitem), salas de coordenação com divisórias de vidro, permitindo iluminação e maleabilidade no espaço futuramente, diretoria administrativa e administração da sede, além da rampa de acesso ao 2º subsolo, tanto para pedestres como para automóveis. Nas áreas destinadas à coordenação e diretoria administrativa, divisórias de vidro estarão dispostas de maneira que cada gerente esteja ladeado de suas respectivas divisões, além de não

Page 167: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 167

Nova Sede IPHAN

Page 168: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 169: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 169

Nova Sede IPHAN

bloquear a luz no ambiente de traba-lho. Vale ainda ressaltar, que a laje de cobertura das áreas de coordenação e laboratórios, será inclinada e protegida por vegetação, ajudando no conforto térmico e na iluminação.No 2º subsolo, seguindo a projeção do vazio central do 1º subsolo, estará um jardim ladeado, da mesma forma, pelas salas da diretoria, sala para grandes reuniões e o acesso ao esta-cionamento coberto. Este pavimento terá os acessos por meio de rampa, e-levadores e escada. Da mesma manei-ra, divisórias de vidro estarão dispos-tas de forma que cada diretor esteja ladeado de suas respectivas divisões, além de facilitar a iluminação nas áreas de trabalho.O setor da administração da sede, além do vazio central, terá acesso ao exterior com rua direta, possibilitando a entrada e saída dos funcionários, de ambulância e facilitará o funcionamen-to da cozinha e restaurante. O restau-rante terá, na área das refeições, uma clarabóia auxiliando na iluminação e ventilação.As circulações horizontais nestes dois subsolos se darão pelo perímetro do vazio central externo aos ambientes e, paralelo ao mesmo, no interior entre as divisórias.Suspenso, sobre parte do conjunto na cota +6,50m, ficará o pavimento da presidência, com acesso de elevadores

Page 170: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

170 | contemporaneu #04

concurso

e escada. Um dos elevadores poderá ser exclusivo do presidente devido a sua localização próxima ao gabinete. Este conjunto tem a fachada oeste fechada, evitando o calor da tarde, em contrapartida do resto, que será envi-draçado.A sinuosidade mencionada no início do texto, se dará por uma laje contínua que ora servirá de percurso, ora de apoio e ora de cobertura. Percurso: na ligação entre partes do pavimento tér-reo e rampa de ligação ao 1º subsolo e consequentemente ao 2º subsolo.

Apoio: quando suporta e suspende o bloco da presidência e solta-o em ba-lanço. Cobertura: a área da biblioteca/setor de Interação terá seus pavimen-tos superiores atirantados nela, a fim de liberar a planta; por fim no auditório e foyer, retorna ao piso, estendendo-se ao céu. Esta laje será revestida de mosaico de pedra portuguesa criando desenhos de obras tombadas pelo patrimônio, caracterizando a idéia de percurso, calçada ou até mesmo de linha do tempo, de onde se faz e tem a história preservada.

Page 171: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 171

Nova Sede IPHAN

Corte AA

Corte BB

Page 172: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

172 | contemporaneu #04

concurso

Planta Baixa Pavimento Térreo

Planta Baixa Pavimento Presidência

Page 173: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 173

Nova Sede IPHAN

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Planta Baixa Segundo Pavimento

Page 174: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

174 | contemporaneu #04

concurso

Planta Baixa Primeiro Subsolo

Page 175: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 175

Nova Sede IPHAN

Planta Baixa Segundo Subsolo

Page 176: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

edições anteriores

#03Behnisch ArchitektenProyecto Madrid RíoCasa nas ruínas - NRJACasa D - Sadar VugaResidência TDA - Cadaval & Solà-MoralesResidência VVA em Wortel - dmvAKoltsari - KosmosEscola Enter - K2S ArchitectsMechatronik - Caramel Architekten

#023LHDMPreis SupermercadosCityLife - MilãoCasa JD - BAK ArquitectosEmbaixada Estoniana em Vilnius - 3+1 Architects46 Habitações Sociais - ACXTUniversidade Østfold em Halden - Reiulf Ramstad Architects

Page 177: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

#01BIG - Bjarke Ingels GroupSimcoe WaveDeck - West 8 e DTAHRefúgio São Chico - Studio ParaleloCasa em São Paulo - Affonso Risidupli.casa - J. Mayer H. ArchitectsJardim de Infância Medo Brundo - Njiric + Arhitekti d.o.o. Ampliação do Estádio Ljudski Vrt - OFIS arhitekti e Multiplan arhitekti

Page 178: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

178 | contemporaneu #04

John

Lew

is M

arsh

all

Hol

anda

john

@jo

hnle

wis

mar

shal

l.com

Sim

ona

Rot

aEs

panh

asi

mon

a@m

enis

.es

Page 179: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

contemporaneu #04 | 179

Sigu

rgei

r Sig

urjó

nsso

nIs

lând

iam

yndi

r@m

yndi

r.is

fotógrafos

Segu

ndo

Luch

ia P

uig

Arge

ntin

ain

fo@

segu

ndol

uchi

apui

g.co

m.a

r

Page 180: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04
Page 181: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

envie projetos, projetos de estudantes, desenhos, artigos, fotografias para a

Contemporaneu.