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1 UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA SEI - Pós Graduação em Administração Gestão de Sustentabilidade do Negócio Prof. Luciano César de Moraes São Paulo 2009

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA SEI - Pós Graduação em Administração

Gestão de Sustentabilidade do Negócio

Prof. Luciano César de Moraes

São Paulo 2009

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Gestão de Sustentabilidade do Negócio Apresentação da disciplina

Prezado aluno Este texto foi preparado sob a hipótese de que você está fazendo este curso de pós-graduação para se reciclar ou se atualizar em assuntos relacionados à Administração, com a finalidade de melhorar suas competências na arte de administrar organizações, no todo ou em parte. Visando proporcionar aos alunos ferramentas teóricas e práticas para o planejamento e condução de processos de análise da sustentabilidade do negócio esta apostila foi elaborada em quatros tópicos que proporcionará:

• Técnicas de Análise das Demonstrações Financeiras com vistas à tomada de

decisão e a utilização dos registros contábeis para fins gerenciais;

• Conceituação da formação de custos e a formação de preços objetivando a

tomada de decisões nessa área.

• Princípios da teoria financeira e a abordagem que o risco exerce sobre as

empresas;

• Discutição e análise às várias maneiras de fluxos de caixa existentes nas

empresas O curso é desenvolvido por meio de casos práticos levantados em

diversas empresas (área bancária, industrial, comercial e serviços) e casos

práticos do mercado de uma maneira geral.

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SUMÁRIO MÓDULO I – GESTÃO DE RENTABILIDADE, LIQUIDEZ, ENDIVIDAMENTO E DA ATIVIDADE

....................................................................................................................................................... 6 1.1. TOMADA DE DECISÕES ................................................................................................... 6

1.1.1. TOMADA DE DECISÕES FORA DOS LIMITES DA EMPRESA ................................ 6 1.1.2. FUNÇÃO DO CONTADOR .......................................................................................... 7

1.2. NOÇÕES PRELIMINARES DE CONTABILIDADE ............................................................ 7 1.2.1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE ............................................... 7

1.3. PATRIMÔNIO – CONCEITOS E COMPONENTES ........................................................... 8 1.4. ATIVO E PASSIVO ........................................................................................................... 10

1.4.1. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ....................................... 11 1.4.2. CAPITAL DE TERCEIROS X CAPITAL PRÓPRIO ................................................... 11 1.4.3. OUTRA FORMA DE IDENTIFICAR O ATIVO, O PASSIVO É O PATRIMONIO LÍQUIDO

............................................................................................................................................. 12 1.5. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL .................................. 14 1.6. CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS ....................................................... 15

1.6.1. EFICIÊNCIA DA CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS ..................... 15 1.7. REALIZÁVEL A LONGO PRAZO ..................................................................................... 18 1.8. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO .......................................................................................... 22 1.9. ATIVO PERMANENTE ..................................................................................................... 24

1.9.1. INVESTIMENTOS ...................................................................................................... 24 1.9.2. IMOBILIZADO ............................................................................................................ 24 1.9.3. DIFERIDO .................................................................................................................. 24

1.10. PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................................. 25 1.10.1. RESERVAS DE CAPITAL ....................................................................................... 25 1.10.2. Reservas de Reavaliação ........................................................................................ 28 1.10.3. Reservas de Lucros ................................................................................................. 30

1.11. APURACAO DO RESULTADO ...................................................................................... 34 1.11.1. RECEITA .................................................................................................................. 34 1.11.2. DESPESAS .............................................................................................................. 34 1.11.3. CUSTOS .................................................................................................................. 34 1.11.4. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (D.R.E.) ............................ 34 1.11.5. DESPESAS OPERACIONAIS ................................................................................. 37 1.11.6. REGIME DE COMPETÊNCIA ................................................................................. 37 1.11.7. DUPLICATAS DESCONTADAS .............................................................................. 39

1.12. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .................................................... 44 1.13. INDICES DE LIQUIDEZ .................................................................................................. 45

1.13.1. INDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE (LC) ................................................................ 45

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1.13.2. INDICE DE LIQUIDEZ SECA (LS) ........................................................................... 47 1.13.3. INDICE DE LIQUIDEZ GERAL (LG ......................................................................... 47 1.13.4. LIQUIDEZ IMEDIATA (LI) ........................................................................................ 48

1.14. INDICES DE ENDIVIDAMENTO .................................................................................... 48 1.14.1. PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS SOBRE RECURSOS TOTAIS (GE)

............................................................................................................................................. 49 1.14.2. GARANTIA DO CAPITAL PRÓPRIO AO CAPITAL DE TERCEIROS (GCPCT) .... 49 1.14.3. COMPOSIÇÃO DE ENDIVIDAMENTO (CE) ........................................................... 50

1.15. INDICES DE ATIVIDADE ............................................................................................... 50 1.15.1. PRAZO MEDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS (PMRV) ................................... 50 1.15.2. PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTOS DE COMPRAS (PMPC) ................................ 51 1.15.3. PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DE ESTOQUES ............................................... 51 1.15.4. POSICIONAMENTO DE ATIVIDADE ...................................................................... 51

1.16. INDICES DE RENTABILIDADE ..................................................................................... 52 1.16.1. TAXA DE RETORNO SOBRE INVESTIMENTO (TRI) ............................................ 52 1.16.2. TAXA DE RETORNO SOBRE O PATRIMONIO LIQUIDO (TRPL) ......................... 52 1.16.3. MARGEM DE LUCRO SOBRE AS VENDAS (ML) ................................................. 52 1.16.4. GIRO DO ATIVO ...................................................................................................... 52

1.17. ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL .......................................................................... 53 1.17.1. Análise Vertical ........................................................................................................ 53 1.17.2. Análise Horizonta ..................................................................................................... 53

MÓDULO II – ESTRUTURA DE CUSTOS .................................... Erro! Indicador não definido. 2.1. TERMILOGIA CONTÁBIL .................................................... Erro! Indicador não definido. 2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS: DIRETOS E INDIRETOSErro! Indicador não definido. 2.3. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS: FIXOS E VARIÁVEIS ... Erro! Indicador não definido. 2.4. O USO DA INFORMAÇÃO DOS CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÃO GERENCIALErro!

Indicador não definido. 2.4.1. ESQUEMA BÁSICO PARA APURAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOSErro! Indicador

não definido. 2.4.2. DEPARTAMENTALIZAÇÃO ......................................... Erro! Indicador não definido.

2.5. ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE RATEIO ............................ Erro! Indicador não definido. 2.6. CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ................ Erro! Indicador não definido. 2.7. FIXAÇÃO DO PRECO DE VENDA COM BASE NA APURAÇÃO DE CUSTOSErro! Indicador

não definido. 2.7.1. FORMAÇÃO DE PREÇOS COM BASE EM CUSTOS Erro! Indicador não definido.

2.8. PONTO DE EQUILIBRIO (Pe)............................................. Erro! Indicador não definido. 2.9. MARGEM DE SEGURANÇA (MS) ...................................... Erro! Indicador não definido. 2.10. ALAVANCAGEM OPERACIONAL .................................... Erro! Indicador não definido.

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MÓDULO III – RISCOS DO NEGÓCIO ......................................... Erro! Indicador não definido. 3.1. DEFINIÇÃO DE RETORNO ................................................ Erro! Indicador não definido. 3.2. CONCEITOS BÁSICOS DE RISCO .................................... Erro! Indicador não definido. 3.3. MÉTODOS QUALITATIVOS PARA DIMINUIÇÃO DO RISCOErro! Indicador não definido.

3.3.1. PESQUISA DE MERCADO .......................................... Erro! Indicador não definido. 3.3.2. TÉCNICA DELPHI ........................................................ Erro! Indicador não definido. 3.3.3. PAINEL DE ESPECIALISTA ......................................... Erro! Indicador não definido.

3.4. ABORDAGENS ESTATÍSTICAS PARA AVALIAÇÃO DO RISCOErro! Indicador não definido. 3.4.1. ANALISE DE SENSIBILIDADE ..................................... Erro! Indicador não definido. 3.4.2. PROBABILIDADES ....................................................... Erro! Indicador não definido. 3.4.3. DESVIO PADRÃO ........................................................ Erro! Indicador não definido. 3.4.4. COEFICIENTE DE VARIAÇÃO .................................... Erro! Indicador não definido.

MÓDULO IV – FLUXOS DE CAIXA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOSErro! Indicador não definido. 4.1. VALOR PRESENTE ............................................................ Erro! Indicador não definido.

4.1.1. VALOR PRESENTE ANUIDADE .................................. Erro! Indicador não definido. 4.1.2. VALOR PRESENTE PERPETUIDADE ........................ Erro! Indicador não definido.

4.2. MÉTODOS PARA AVALIAR OS INVESTIMENTOS ........... Erro! Indicador não definido. 4.2.1. FLUXOS DE CAIXA ...................................................... Erro! Indicador não definido.

4.2.1.1. ANÁLISE DOS FLUXOS DE CAIXA ..................... Erro! Indicador não definido. 4.2.2. PARÂMETROS DE ATRATIVIDADE ............................ Erro! Indicador não definido. 4.2.3. PAYBACK ..................................................................... Erro! Indicador não definido. 4.2.4. VALOR PRESENTE LÍQUIDO - VPL ............................ Erro! Indicador não definido. 4.2.5. TAXA INTERNA DE RETORNO - TIR .......................... Erro! Indicador não definido.

4.3. SELEÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS ............. Erro! Indicador não definido. 4.3.1. PROJETOS INDEPENDENTES OU NÃO MUTUAMENTE EXCLUDENTESErro! Indicador

não definido. 4.3.2. PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUDENTES............. Erro! Indicador não definido.

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MÓDULO I – GESTÃO DE RENTABILIDADE, LIQUIDEZ, ENDIVIDAMENTO E DE ATIVIDADE

IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE

A idéia desta apostila é fazer com que você entenda as informações contábeis, e também, se habilite a utilizar das informações apresentadas nos relatórios contábeis como uma ferramenta útil a sua atividade. O aprendizado do significado das informações contábeis permite a tomada de decisões mais assertivas, sejam elas na área de produção, marketing, recursos humanos ou de qualquer função da organização. Toda decisão irá afetar de uma forma ou de outra os resultados econômicos e financeiros da empresa.

Com um conhecimento sólido dos relatórios financeiros da empresa poderá ser um usuário inteligente das informações contábeis.

A questão e ênfase a ser dada ao aprendizado são de como fazer a contabilidade para atingir o objetivo de interpretar os relatórios contábeis. 1.1. TOMADA DE DECISÕES

Freqüentemente decisões são tomadas: qual restaurante ir, assistir a qual filme, que roupa comprar. Algumas vezes, são decisões importantes: o casamento, carreira, a compra de um carro, etc.

Decisões importantes exigem um cuidado maior, uma análise mais profunda sobre os elementos disponíveis, sobre os critérios racionais, pois uma decisão importante, mal tomada, pode prejudicar toda uma vida.

Em uma empresa, a situação não é diferente. Os responsáveis pela administração tomam decisões, quase todas importantes, vitais para o sucesso do negócio. Por isso, há necessidade de dados, de informações corretas, de subsídios que contribuam para uma boa tomada de decisão.

A contabilidade é o instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e resumindo-os em forma de relatórios, que contribuem para a tomada de decisões. 1.1.1. USUÁRIOS DA CONTABILIDADE

As demonstrações financeiras apuradas pela Contabilidade não se restringem apenas aos administradores e gerentes, mas também a outros segmentos, como por exemplo:

• Investidores: Por meio dos relatórios contábeis que se identifica a situação econômico-financeira da empresa; o investidor tem as mãos os elementos necessários para decidir sobre as melhores alternativas de investimentos.

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• Fornecedores de bens e serviços: Utilizam dos relatórios para analisar a capacidade de pagamento da empresa compradora.

• Bancos: Os relatórios contábeis são utilizados para aprovação de empréstimos e limite de crédito.

• Governo: não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadação de impostos, como também para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia.

• Sindicatos: utiliza dos relatórios para determinar a produtividade do setor, fator preponderante para reajuste de salários.

• Outros interessados: funcionários, órgãos de classes, pessoas e diversos institutos, como a CVM, CRC etc.

1.1.2. FUNÇÃO DO CONTADOR

O contador tem como função produzir informações úteis aos usuários da Contabilidade para a tomada de decisões. Em nosso país, infelizmente, nas pequenas empresas a função do contador foi distorcida, estando voltada exclusivamente para satisfazer as exigências do fisco. 1.2. NOÇÕES PRELIMINARES DE CONTABILIDADE

A contabilidade foi criada para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer empresa.

Pode-se definir contabilidade como a ciência que estuda o patrimônio do ponto de vista econômico, financeiro e todas as suas variações positivas e negativas. 1.2.1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE Existem regras nos meios contábeis que orientam a atividade do contador, são os princípios fundamentais de contabilidade. Estes princípios são, normalmente, criados e aperfeiçoados em países mais desenvolvidos que empregam grandes montantes em pesquisas neste campo, por meio das entidades profissionais, órgãos do governo e universidades. A aceitação dessas regras é, com raras exceções, universal. Dentre as principais normas contábeis aceitas pelos profissionais, destacam-se aquelas que não requerem conhecimentos avançados na em contabilidade:

• Entidade Contábil: A empresa, grupo de empresas ou individuo que mantiver contabilidade é uma entidade contábil, independente da regularização jurídica. Os registros contábeis deverão ser mantidos destacando a entidade contábil como pessoa distinta das pessoas dos sócios ou acionistas. O patrimônio dos sócios (pessoas físicas) não deve misturar com o patrimônio da empresa (pessoas jurídicas)

• Continuidade: É algo em andamento, não se pressupondo interrupção. Como os bens de produção não se destinam a venda, mas a manutenção da atividade que a empresa se propõe, serão avaliados pelo valor de realização, mas pelos valores de entrada.

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• Denominador comum monetário: A contabilidade agrega diferentes itens suscetíveis de avaliação monetária em um denominador comum monetário.

• Objetividade: O contador deve ser imparcial, neutro, junto aos usuários da contabilidade. Portanto, sempre os registros contábeis deverão ter suporte em documentação gerada na transação.

• Custo Histórico com base de valor: Os eventos contábeis serão incorporados à empresa pelo seu valor de aquisição ou pelo preço de fabricação.

• Consistência: A permanência dos mesmos critérios propicia ao usuário maior eficiência na comparação dos relatórios contábeis de diversos períodos. Isto não implica que, por motivo de força maior, esporadicamente não possa haver alterações nos critérios. Todavia, se houver tais alterações, deverão ser evidenciadas em notas explicativas. A padronização dos relatórios contábeis contribui para comparação entre

diversas empresas, mesmo de atividades diferentes, porém do mesmo setor. • Materialidade: o contador não deve dar um tratamento rígido para coisas

insignificantes que trarão benefícios que não justifiquem o custo do seu trabalho. O bom senso deve prevalecer para estabelecer aquilo que é relevante e que trará utilidade para os usuários da contabilidade.

• Conservadorismo: Ser conservador é não dar uma imagem de otimismo aos acionistas, administradores, em uma situação alternativa que, com o passar do tempo, possa reverter.

1.3. PATRIMÔNIO – CONCEITOS E COMPONENTES

Entende-se por patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica.

Deve-se saber que pessoa física são as pessoas naturais, todo indivíduo (as pessoas físicas possuem CPF – cadastro pessoa física), e pessoa jurídica é a união de duas ou mais pessoas capazes de possuir e exercitar direitos e que tem reconhecimento de sua existência por forças de lei (as pessoas jurídicas possuem CNPJ – cadastro nacional de pessoa jurídica).

BENS – São todas as coisas que possuem utilidade e podem ser

quantificados monetariamente. Todos os nomes que representam elementos patrimoniais (bens, direitos e

obrigações) são chamados de contas. Exemplos de bens Numerários: - Caixa; - Bancos contas movimento; - Aplicações financeiras. Observações:

1) Caixa: representa o dinheiro existente no cofre da empresa, não só em espécie, mas também cheques de terceiros não depositados no banco.

2) Bancos contas movimento: representa o dinheiro da empresa que está na conta corrente.

3) Aplicações financeiras: representa o dinheiro aplicado no mercado financeiro. Exemplo de bens de venda: - Estoques de mercadorias.

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Observação: 1) Estoques de mercadorias: valor das mercadorias que estão disponíveis para

venda. Exemplos de bens de uso:

- Imóveis; - Terrenos; - Móveis e utensílios; - Veículos; - Máquinas e equipamentos; - Marcas e patentes; - Fundo de comércio.

Observações: 1) Os bens de uso são divididos em tangíveis e intangíveis. Bens tangíveis são

aqueles que têm existência concreta (material), ao passo que bens intangíveis são aqueles que têm existência abstrata (imaterial).

2) Patentes: é decorrente de alguma invenção. O valor da patente é igual ao somatório dos gastos com seu registro e as despesas de pesquisas na sua obtenção.

3) Fundo de comércio: é o ponto comercial. Ao se apurar, por exemplo, o valor pelo qual uma loja deva ser vendida, não basta somarmos todos os bens materiais ali existentes. Deve se levar em consideração entre outros fatores que possam existir, a clientela, a localização, a fama e o tempo de existência.

DIREITOS – São os créditos a receber de terceiros.

Exemplos de direitos: - Duplicatas a receber ou clientes; - Adiantamentos a fornecedores; - Adiantamentos a empregados; - Impostos a recuperar. Observações:

1) Duplicatas a receber ou clientes: são títulos de crédito comercial, usado em vendas a prazo.

2) Adiantamentos a fornecedores: conta representativa de um crédito da empresa contra o fornecedor, tendo em vista o pagamento antecipado de um bem que será entregue no futuro.

3) Adiantamentos a empregados: tal conta representa um direito da empresa em relação aos empregados. É freqüente o fato de uma empresa que pague salários no dia 5 de cada mês conceder um adiantamento no dia 20. Tal adiantamento será descontado do salário bruto no final do mês que foi concedido.

4) Impostos a recuperar: dado o princípio constitucional da não-cumulatividade, alguns impostos são compensados em cada operação com o montante cobrado nas anteriores.

OBRIGAÇÕES – são as dívidas da empresa para com terceiros.

Exemplos de dívidas

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- Duplicatas a pagar ou fornecedores; - Impostos a recolher - Adiantamentos de clientes - Empréstimos bancários; - Salários a pagar Observações:

1) Duplicatas a pagar ou fornecedores: são títulos comerciais usado em compras a prazo.

2) Impostos a recolher: a denominação a recolher significa a pagar, ou seja, a conta é utilizada para identificar impostos a pagar.

3) Adiantamentos de clientes: representa valores recebidos antecipadamente de clientes, ocasionando uma obrigação da entrega do bem.

4) Empréstimos bancários: representa os valores dos empréstimos contraídos junto aos bancos.

5) Salários a pagar: representa os valores de salários a pagar dos funcionários. 1.4. ATIVO E PASSIVO

A contabilidade utiliza as expressões Ativo e Passivo para englobar em grupos distintos os bens, os direitos e as obrigações e ainda o patrimônio liquido. Pode-se dizer que o Ativo é composto dos investimentos da empresa, ou seja, as aplicações de seus recursos e o Passivo é composto das fontes de financiamentos ou origens de recursos. A razão de se atribuir o lado esquerdo para o Ativo e o direito para o Passivo é mera convenção.

BALANÇO PATRIMONIAL Ativo Passivo

BENS OBRIGAÇÕES

+ +

DIREITOS PATRIMONIO LÍQUIDO

APLICAÇÕES DE RECURSOS ORIGENS DE RECURSOS

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1.4.1. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Patrimônio líquido = Bens + Direitos – Obrigações

O Patrimônio líquido de uma empresa pode ser proveniente dos seguintes fatos: A) Investimentos – efetuados pelos proprietários em troca de ações ou cotas de

capital. (representado pela conta capital social) B) Lucros (representado pela conta lucros do período).

A verdadeira riqueza da empresa são os bens mais os direitos menos as

obrigações exigíveis. O patrimônio líquido também é conhecido como situação líquida.

É muito fácil entender o patrimônio líquido se o relacionar com uma pessoa física. Considere que você tenha dinheiro em banco (12.000), salários a receber até o final do ano (30.000,00), um carro totalmente pago (20.000) e um apartamento (200.000). Se somar tudo o que você tem e vai receber terá 262.000.

Não se pode dizer que este montante é a sua riqueza líquida, pois você tem, por exemplo, dívida com o apartamento (100.000) e contas a pagar até o final do ano (20.000).

Portanto, a riqueza líquida da pessoa física será medida subtraindo-se as dívidas dos Bens e Direitos. Bens e Direitos – 262.000 Obrigações - 120.000 Riqueza Líquida - 142.000 1.4.2. CAPITAL DE TERCEIROS X CAPITAL PRÓPRIO

Outra denominação dada às obrigações é capital de terceiros, ou seja, recursos de indivíduos ou entidades emprestados a empresa (fonte externa de capital). Assim, dívidas com Bancos, financiamentos, fornecedores de mercadorias, Governo (impostos) representam capital de terceiros.

O patrimônio líquido é também denominado capital próprio, isto é, recursos dos próprios sócios ou acionistas (fonte interna de recursos)

Enquanto a empresa estiver operando, os proprietários não podem, juridicamente, reclamar o seu dinheiro (investimento) de volta (pode vender a sua parte para terceiros).

Dessa forma, num processo de continuidade, os recursos aplicados pelos proprietários pertencem à empresa, podendo esta utilizá-los sem a preocupação de ter de devolvê-los. Daí, capital próprio, capital que não será devolvido até a extinção da empresa.

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1.4.3. OUTRA FORMA DE IDENTIFICAR O ATIVO, O PASSIVO E O PATRIMONIO LÍQUIDO

O passivo e o patrimônio líquido significam Origem (fonte) de Capital (recursos).

A origem de capital pode ser externa (obrigações ou capital de terceiros) ou interna (patrimônio líquido ou capital próprio).

Por outro lado, o ativo significa aplicações de recursos originados no passivo e patrimônio líquido. Assim, aplica-se dinheiro no caixa, em estoques, em bens de vida longa.

É possível explicar o porquê de o ativo ser sempre igual ao passivo + patrimônio líquido: é que uma empresa não pode aplicar aquilo que não tem origem.

Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações da empresa; Balanço origina-se de balança (equilíbrio) nos dois lados (origem = aplicação). Assim, balanço patrimonial significa demonstração de forma equilibrada dos bens, direitos e obrigações em único relatório. Exemplo de separação do patrimônio. A empresa Mandala apresenta o seguinte patrimônio: Caixa 9.000 Empréstimos a sócios 11.000 Duplicatas a pagar 2.000 Duplicatas a receber 9.000 Estoques de mercadorias 18.000 Impostos a recolher 10.000 Imóveis 10.000 Salários a pagar 7.000 Adiantamentos fornecedores 4.000 FGTS a recolher 2.000 INSS a recolher 3.000 Capital social 37.000 Monte o Balanço Patrimonial:

BALANÇO PATRIMONIAL

Ativo Passivo BENS Obrigações Caixa 9.000 Duplicatas a Pagar 2.000 Mercadorias 18.000 Impostos a Recolher 10.000 Imóveis 10.000 Salários a Pagar 7.000TOTAL BENS 37.000 FGTS a Recolher 2.000 INSS a Recolher 3.000 TOTAL OBRIGAÇÕES 24.000DIREITOS

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Duplicatas a receber 9.000 PATRIMONIO LÍQUIDO Adiantamentos a Fornecedores 4.000 Capital Social 37.000 Empréstimos a Sócios 11.000 TOTAL DIREITOS 24.000 TOTAL PL 37.000ATIVO TOTAL 61.000 PASSIVO TOTAL 61.000

Exercício resolvido das mudanças que ocorrem nos balanços: Indique o efeito das transações abaixo 1º) Ativo Passivo Caixa 5.000 PL Estoques 4.000 Capital 9.000 Total 9.000 Total 9.000 Transação: Integralização do capital de 9.000, sendo 5.000 em dinheiro no caixa e 4.000 em estoques. 2º) Ativo Passivo Caixa 4.700 PL Estoques 4.000 Capital 9.000 Móveis 300 Total 9.000 Total 9.000 Transação: Compra de móveis à vista no valor de 300. Perceba que houve a entrada do bem móveis e a saída do dinheiro referente a compra 300. 3º) Ativo Passivo Caixa 3.700 Duplicatas a Pagar 1.100 Estoques 4.000 PL Móveis 2.400 Capital 9.000 Total 10.100 Total 10.100 Transação: Compra de 2.100 de móveis, sendo 1.000 à vista em dinheiro e 1.100 a prazo como duplicatas a pagar. Observe que os móveis que eram de 300 passaram a 2.400 devido a compra no valor de 2.100. O pagamento da compra foi 1.000 pelo caixa e 1.100 aumentaram nas obrigações. 4º) Ativo Passivo Caixa 3.700 Duplicatas a Pagar 1.175 Estoques 4.000 PL Móveis 2.400 Capital 9.000 Materiais 75 Total 10.175 Total 10.175 Transação: Compra de materiais a prazo no valor de 75. Observe que houve um aumento dos materiais e das duplicatas a pagar. 5º) Ativo Passivo Caixa 2.700 Duplicatas a Pagar 875 Estoques 4.000 PL Móveis 2.400 Capital 9.000 Materiais 75 Equipamentos 700 Total 9.875 Total 9.875

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Transação: Compra de equipamentos à vista no valor de 700 e pagamento de duplicatas a pagar no valor de 300. Observe que do caixa saíram 700 para pagamento dos equipamentos e 300 para pagamento das duplicatas. 6º) Ativo Passivo Caixa 3.000 Duplicatas a Pagar 975 Estoques 3.700 PL Móveis 2.500 Capital 9.000 Materiais 75 Equipamentos 700 Total 9.975 Total 9.975 Transação: Venda de 300 de estoques recebendo à vista depositado no caixa e compra de móveis no valor de 100 à prazo. 1.5. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL O Balanço Patrimonial é constituído de ativo, passivo e patrimônio líquido. O ativo, por sua vez, compõe-se de Bens Direitos aplicados na entidade contábil. Se em um balanço patrimonial, seu ativo, fosse um amontoado de contas de bens e direitos, haveria dificuldades em ler, interpretar e analisar o balanço patrimonial. Por isso é importante apresentar o balanço agrupando-se as contas de mesmas características, isto é, separando grupos de contas homogêneas entre si. As contas são classificadas no Balanço obedecendo a critério de grau de liquidez No caso do grupo de bens e direitos o grau de liquidez representa a capacidade de realização da conta. As contas situadas na parte superior são as mais realizáveis, ou seja, são aquelas que se transformam mais rapidamente em dinheiro. Quanto mais rápido a realização da conta, mais acima ela estará no Balanço Patrimonial. No caso do grupo de obrigações o grau de liquidez representa a exigibilidade da conta, ou seja, a exigência da obrigação ser paga. As contas situadas na parte superior são as mais exigíveis, ou seja, são aquelas que são mais exigidas de serem pagas. Quanto mais exigida de ser paga, mais acima ela estará no Balanço Patrimonial. A Lei 6.404/76 (Lei das S/A) determina a seguinte classificação de grupos de contas do Balanço Patrimonial: Art. 178: No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação líquida financeira da companhia.

£ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nela registrados, nos seguintes grupos:

a) ativo circulante: são contas que estão constantemente em giro – em movimento – sendo que a conversão em dinheiro será, no máximo, no próximo exercício social (ano)

b) ativo realizável a longo prazo: São bens e direitos , que se transformarão em dinheiro após um ano do levantamento do balanço.

c) ativo permanente, dividido em investimentos, imobilizado e diferido: São bens e direitos que não se destinam a venda e tem vida útil longa.

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£ 2º No passivo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de exigibilidade dos elementos nela registrados, nos seguintes grupos: a) passivo circulante: São obrigações exigíveis que serão liquidadas no

próximo exercício social (ano). b) passivo exigível a longo prazo: São as obrigações exigíveis que serão

liquidadas com prazo superior a um ano. c) patrimônio líquido: São os recursos dos proprietários aplicados na

empresa. Os recursos significam o capital mais o seu rendimento, ou seja, lucro.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

ATIVO

CIRCULANTE

PASSIVO

CIRCULANTE

REALIZÁVEL A

LONGO PRAZO

EXIGÍVEL A

LONGO PRAZO

ATIVO

PERMANENTE

PATRIMÔNIO

LÍQUIDO

1.6. CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS

Por meio de uma metodologia, para fins didáticos, introduzida pela Escola Contábil

Americana, que se denomina de contabilidade por balanços sucessivos é possível fazer os registros

contábeis tendo uma visão conjunta das demonstrações financeiras, principalmente do Balanço

Patrimonial e Demonstração de Resultado. O objetivo deste tema é expor a forma de registro contábil

que dá origem aos valores encontrados no balanço patrimonial e demonstração de resultado.

1.6.1. EFICIÊNCIA DA CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS

A contabilidade por balanços sucessivos é bastante simples: a cada operação realizada pela

empresa faz-se a alteração em um novo balanço.

A contabilidade por balanços sucessivos, embora válidos (principalmente para se conhecer a

mecânica contábil), não é utilizada na prática, pois é demasiadamente onerosa. Pode-se chegar aos

mesmos resultados utilizando registros individualizados.

Page 16: Conteudo 1

16

A contabilidade por balanços sucessivos dá uma visão conjunta das demonstrações

financeiras, principalmente do balanço patrimonial e demonstração de resultado, facilitando assim o

entendimento e análise dessas demonstrações.

Exemplo de balanços sucessivos

Lançamento 01: Considere que duas pessoas, João e José, resolvem abrir uma empresa de

calçados. Para abertura foi elaborado um contrato social que estabelecia que o capital social da

empresa é de 30.000 sendo 50% do João e 50% do José. João integralizou o seu capital em dinheiro

e José integralizou com a entrega de uma máquina.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 15.000

Total Ativo Circulante 15.000 Total Passivo Circulante -

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. - Total Exigível a Longo Pz. -

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Máquinas e Equipamentos 15.000 Capital Social 30.000

Total Ativo Permanente 15.000 Total Patrimônio Líquido 30.000

TOTAL ATIVO 30.000 TOTAL PASSIVO 30.000

Lançamento 02: Logo que abriu, a empresa comprou calçados (estoque de mercadorias), para iniciar

a sua atividade. Comprou 10.000 em calçados pagando 5.000 à vista em cheque e o restante ficou

para 30 dias.

Page 17: Conteudo 1

17

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 10.000 Fornecedores 5.000

Estoques 10.000

Total Ativo Circulante 20.000 Total Passivo Circulante 5.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. - Total Exigível a Longo Pz. -

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Máquinas e Equipamentos 15.000 Capital Social 30.000

Total Ativo Permanente 15.000 Total Patrimônio Líquido 30.000

TOTAL ATIVO 35.000 TOTAL PASSIVO 35.000

Comentários: Observe que na aquisição de estoques, houve a entrada do bem (estoques) na

empresa. Por outro lado houve a saída do dinheiro 5.000 que foi pago à vista e o restante da dívida

originou o valor a pagar do fornecedor da mercadoria. É importante salientar que, por ocasião do

pagamento da parcela restante, não mais se movimentará a conta estoques. No pagamento o saldo

dos fornecedores deverá baixar pelo pagamento da duplicata.

Lançamento 03: Compra de um veículo no valor de 20.000 a pagar: 8.000 à vista (em cheque) e o

restante em 30, 60 e 90 dias

Page 18: Conteudo 1

18

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 2.000 Fornecedores 5.000

Estoques 10.000 Contas a pagar (veículo) 12.000

Total Ativo Circulante 12.000 Total Passivo Circulante 17.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. - Total Exigível a Longo Pz. -

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Máquinas e Equipamentos 15.000 Capital Social 30.000

Veículos 20.000

Total Ativo Permanente 35.000 Total Patrimônio Líquido 30.000

TOTAL ATIVO 47.000 TOTAL PASSIVO 47.000

Comentários: Observe que na aquisição do veículo, houve a entrada do bem (veículo) na empresa.

Houve a saída de 8.000 do banco e originou contas a pagar no valor do restante da parcela.

No pagamento, por exemplo, da primeira parcela de 4.000, o saldo da dívida ficará 8.000 (12 -4) e o

banco diminuirá em 4.000.

1.7. REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

No ativo existe um grupo de contas intermediárias, ou seja, são bens e direitos que não são

permanentes (pois se destinam a venda, ou serão transformados em dinheiro no futuro), mas também

não são circulantes (não se movimentam constantemente).

Page 19: Conteudo 1

19

São alguns casos de Realizável a Longo Prazo, ou seja, bens ou direitos que serão

realizados (transformados) em dinheiro a Longo Prazo.

Entende-se por longo prazo períodos superiores a um ano, ou superior ao ciclo operacional

da empresa quando este for maior que um ano.

Há certos direitos a receber que, mesmo se pressupondo recebimentos a curto prazo, devem

ser classificados no Realizável a Longo prazo. É o caso de empréstimos a sócios.

Exemplo de realizável a longo prazo:

Balanço inicial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 10.000 Fornecedores 5.000

Estoques 20.000

Total Ativo Circulante 30.000 Total Passivo Circulante 5.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. - Total Exigível a Longo Pz. -

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Máquinas e Equipamentos 15.000 Capital Social 40.000

Total Ativo Permanente 15.000 Total Patrimônio Líquido 40.000

TOTAL ATIVO 45.000 TOTAL PASSIVO 45.000

Page 20: Conteudo 1

20

Lançamento: Empréstimo ao sócio no valor de 5.000

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 5.000 Fornecedores 5.000

Estoques 20.000

Total Ativo Circulante 25.000 Total Passivo Circulante 5.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Empréstimos a sócios 5.000

Total Realizável a Longo Pz. 5.000 Total Exigível a Longo Pz. -

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Máquinas e Equipamentos 15.000 Capital Social 40.000

Total Ativo Permanente 15.000 Total Patrimônio Líquido 40.000

TOTAL ATIVO 45.000 TOTAL PASSIVO 45.000

Comentários: Observe que neste empréstimo houve a saída do dinheiro do banco no valor do

empréstimo e originou a conta empréstimos a sócio que significa o direito que a empresa terá para

receber do sócio. É importante salientar que este empréstimo mesmo não identificando o prazo de

recebimento deve se registrado no realizável a longo prazo.

Page 21: Conteudo 1

21

Exemplo de transação envolvendo o curto e longo prazo.

Lançamento 01: Venda de 15.000 de estoques a preço de custo em 15 parcelas iguais e

consecutivas, sendo a primeira à vista depositada no banco. Serão 15 parcelas de 1.000.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 6.000 Fornecedores 5.000

Estoques 5.000

Duplicatas a Receber (12) 12.000

Total Ativo Circulante 23.000 Total Passivo Circulante 5.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Empréstimos a sócios 5.000

Duplicatas a receber (2) 2.000

Total Realizável a Longo Pz. 7.000 Total Exigível a Longo Pz. -

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Máquinas e Equipamentos 15.000 Capital Social 40.000

Total Ativo Permanente 15.000 Total Patrimônio Líquido 40.000

TOTAL ATIVO 45.000 TOTAL PASSIVO 45.000

Comentários: Observe que houve a diminuição do estoque pela saída das mercadorias no valor de

15.000. A entrada de 1.000 no banco pelo recebimento a vista, a criação da conta duplicatas a

receber de 12.000 pelas 12 parcelas que a empresa receberá dentro de um ano e a criação da conta

duplicatas a receber do longo prazo referente 2 parcelas que será recebida depois de um ano (2.000).

Page 22: Conteudo 1

22

1.8. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

O mesmo raciocínio utilizado no ativo será aplicado no passivo, mas agora trabalhando com

as obrigações. Todas as obrigações exigíveis vencíveis com prazo superior a um ano serão

classificadas no exigível a longo prazo. Portanto, no exigível a longo prazo serão classificadas

obrigações com vencimento após os 12 meses seguintes ao do encerramento do balanço.

Exemplo de transação envolvendo o curto e longo prazo.

Balanço inicial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 6.000 Fornecedores 5.000

Estoques 5.000

Duplicatas a Receber (12) 12.000

Total Ativo Circulante 23.000 Total Passivo Circulante 5.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Empréstimos a sócios 5.000

Duplicatas a receber (2) 2.000

Total Realizável a Longo Pz. 7.000 Total Exigível a Longo Pz. -

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Máquinas e Equipamentos 15.000 Capital Social 40.000

Total Ativo Permanente 15.000 Total Patrimônio Líquido 40.000

TOTAL ATIVO 45.000 TOTAL PASSIVO 45.000

Page 23: Conteudo 1

23

Lançamento: Compra de uma máquina no valor de 36.000 que será paga em 36 parcelas de 1.000,

sendo a primeira a vista em cheque.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 5.000 Fornecedores 5.000

Estoques 5.000 Contas a pagar máquina 12.000

Duplicatas a Receber (12) 12.000

Total Ativo Circulante 22.000 Total Passivo Circulante 17.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Empréstimos a sócios 5.000 Contas a pagar máquina 23.000

Duplicatas a receber (2) 2.000

Total Realizável a Longo Pz. 7.000 Total Exigível a Longo Pz. 23.000

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Máquinas e Equipamentos 51.000 Capital Social 40.000

Total Ativo Permanente 51.000 Total Patrimônio Líquido 40.000

TOTAL ATIVO 80.000 TOTAL PASSIVO 80.000

Comentários: Observe que houve aumento da conta máquinas e equipamentos no valor de 36.000,

a saída de 1.000 banco e a criação da conta a pagar de máquinas no valor 12.000 (12 parcelas) e

contas a pagar no longo prazo de 23.000 (23 parcelas).

Page 24: Conteudo 1

24

1.9. ATIVO PERMANENTE

O Ativo Permanente divide-se em 3 grupos: Imobilizado, Investimentos e Diferido

1.9.1. INVESTIMENTOS

São aplicações relativamente permanente, com propensão a produzir renda para a empresa.

São participações voluntárias ou incentivadas; não enquadráveis no ativo circulante, no realizável a

longo prazo e no imobilizado, pois não se destinam a atividade operacional da empresa.

Ex.: Ações, imóveis alugados a terceiros, quadros e obras de arte.

1.9.2. IMOBILIZADO

Entende-se por ativo imobilizado, todo ativo de natureza permanente que se utiliza na

operação dos negócios de uma empresa e que não se destina a venda.

São necessários 3 características para classificar um bem como imobilizado:

1. natureza relativamente permanente (nenhum bem possui vida ilimitada) 2. ser utilizado na operação da empresa 3. não se destinar a venda

1.9.3. DIFERIDO

Textualmente, a Lei das S/A evidencia que diferido são “as aplicações de recursos em

despesas que contribuirão para a formação de resultados de mais de um exercício social.”

Tais despesas, ao serem diferidas, são entendidas como essenciais e necessárias para o

inicio da atividade empresarial.

De maneira resumida o ativo diferido consiste nos seguintes itens:

• Gastos de implantação e pré-operacionais - gastos de organização e administração - encargos financeiros - estudos e projetos - juros a acionistas na fase de implantação

• Pesquisa e desenvolvimento de produtos • Gastos de implantação de sistemas e métodos • Gastos de reorganização

Page 25: Conteudo 1

25

1.10. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Pela Lei das S/A, entende-se como passivo todo o lado direito do Balanço patrimonial,

incluindo o Patrimônio líquido.

Dessa forma, tem-se no lado direito do balanço dois tipos de obrigações:

• Obrigações exigíveis: capital de terceiros – que será reclamada no momento do vencimento (obrigações).

• Obrigações não exigíveis: capital próprio – que não serão reclamadas pelos proprietários, porém, como compensação, todo lucro será direcionado para eles em forma de dividendos ou em forma de lucros acumulados aumentando o valor de seus investimentos.

O patrimônio líquido pode ser constituído das seguintes contas:

- Capital Social;

- Reservas de Capital;

- Reservas de Reavaliação

- Reservas de Lucros;

- Lucros ou prejuízos acumulados.

1.10.1. RESERVAS DE CAPITAL

Reservas de Capital são aquelas que não se originam do resultado do exercício, isto é, não

são apuradas pela Demonstração de Resultado.

As reservas se originam das seguintes situações:

A) Ágio na emissão de ações: quando uma companhia aumenta o seu capital ao público pelo seu valor, ela pode vendê-las ao público pelo seu valor nominal ou com um lucro, isto é, com um excedente. A este lucro, ou excedente, é denominado Ágio.

Page 26: Conteudo 1

26

Exemplo de transação envolvendo o ágio na emissão de ações.

Balanço inicial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 15.000 Fornecedores 10.000

Duplicatas a Receber (12) 10.000

Total Ativo Circulante 25.000 Total Passivo Circulante 10.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Máquinas e Equipamentos 20.000 Capital Social 50.000

Capital a Integralizar (15.000)

Total Ativo Permanente 20.000 Total Patrimônio Líquido 35.000

TOTAL ATIVO 45.000 TOTAL PASSIVO 45.000

Observação: a conta capital a integralizar representa o valor do capital social que falta ser

integralizado pelos sócios, ou seja, o valor que consta no contrato social da empresa como capital

social que ainda não foi colocado na empresa pelos sócios. Em uma sociedade formada por ações a

conta capital a integralizar significa o valor das ações que faltam ser vendidas pela empresa.

Page 27: Conteudo 1

27

Lançamento: Venda de todas as ações por 22.500. As ações estão representadas na conta capital a

integralizar com um valor de 15.000.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 37.500 Fornecedores 10.000

Duplicatas a Receber (12) 10.000

Total Ativo Circulante 47.500 Total Passivo Circulante 10.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Máquinas e Equipamentos 20.000 Capital Social 50.000

Ágio na venda ações 7.500

Total Ativo Permanente 20.000 Total Patrimônio Líquido 57.500

TOTAL ATIVO 67.500 TOTAL PASSIVO 67.500

Comentários: Na venda das ações a conta capital a integralizar (que significa o quanto do capital

social falta ser integralizado na empresa) some e inclui-se o a conta ágio na venda de ações com a

diferença do que estava para integralizar do valor vendido. O valor recebido pela venda aumenta o

banco.

B) Doações: quando a empresa recebe uma doação como imóvel, por exemplo, (doado pela Prefeitura), aumentando o imobilizado da empresa. Em contra partida aumentando o patrimônio liquido com a conta doações.

Page 28: Conteudo 1

28

As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

1) Absorver prejuízos: Todavia, na existência de prejuízo este será absorvido em primeiro lugar por lucros acumulados e reservas de lucros. Se ainda assim persistir saldo na conta prejuízo, aí então serão utilizadas as reservas de capital.

2) Incorporação ao capital: Uma situação bastante comum é a reservas de capital ser utilizada para aumento de capital. Neste caso implica em alterar o valor nominal das ações ou a distribuição de ações novas.

1.10.2. Reservas de Reavaliação

Serão classificadas como reservas de reavaliação as contrapartidas de aumentos de valores

atribuídos a elementos do ativo permanente em virtude de novas avaliações.

A reavaliação é a nova avaliação de itens do ativo pelo seu valor de mercado. É esporádico.

Ocorre normalmente, quando os itens do ativo estão registrados por um valor defasado do real (o

custo é menor que o valor de mercado). Abandona-se o custo histórico e atribui um novo valor

econômico.

Exemplo de transação envolvendo a conta reserva de reavaliação.

Balanço inicial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 16.000 Fornecedores 10.000

Total Ativo Circulante 16.000 Total Passivo Circulante 10.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Imóveis 24.000 Capital Social 30.000

Page 29: Conteudo 1

29

Total Ativo Permanente 24.000 Total Patrimônio Líquido 30.000

TOTAL ATIVO 40.000 TOTAL PASSIVO 40.000

Lançamento: A conta imóveis possui um preço de mercado em torno de 30.000. A diretoria resolve

nomear 03 peritos para realizarem a nova avaliação. No laudo dos peritos consta uma avaliação de

29.000,00.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 16.000 Fornecedores 10.000

Total Ativo Circulante 16.000 Total Passivo Circulante 10.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Imóveis 29.000 Capital Social 30.000

Reservas de Reavaliação 5.000

Total Ativo Permanente 29.000 Total Patrimônio Líquido 35.000

TOTAL ATIVO 45.000 TOTAL PASSIVO 45.000

Comentários: Observe que com o parecer dos peritos a conta imóveis passa a 29.000 (valor apurado

pelos peritos) e cria-se a conta reserva de reavaliação no patrimônio líquido com a diferença a maior

do bem reavaliada 5.000.

Page 30: Conteudo 1

30

1.10.3. Reservas de Lucros

Serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da

empresa.

Reserva Estatutária : O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

• indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; • estabeleça o limite máximo.

Exemplo: A CIA X tem em seu estatuto a fixação de uma reserva para a renovação de equipamentos

a base de 10%. Do lucro será retirado 10% para esta finalidade por determinado tempo.

Reserva para contingência: Destinar parte do lucro líquido para a formação de reserva com a

finalidade de compensar, em exercícios futuros, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada

provável.

Reserva Orçamentária: A assembléia geral, por proposta dos órgãos da administração, decide reter

parcela do lucro previsto em orçamento de capital por ela previamente aprovado.

Reserva Legal: Essa reserva basicamente instituída para dar proteção ao credor, deverá ser

constituída com a destinação de 5% do lucro líquido do exercício. Esta reserva será constituída

obrigatoriamente até que o seu valor atinja 20% do capital social, quando então poderá deixar de ser

acrescida, ou, então, poderá deixar de receber créditos, quando o saldo desta reserva, somados ao

montante das reservas de capital atingir 30%do capital social.

Exemplo de transação envolvendo reserva legal sem contas de reservas de capital no balanço.

Balanço inicial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 10.000 Fornecedores 5.000

Page 31: Conteudo 1

31

Total Ativo Circulante 10.000 Total Passivo Circulante 5.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Imóveis 40.000 Capital Social 40.000

Lucros 5.000

Total Ativo Permanente 40.000 Total Patrimônio Líquido 45.000

TOTAL ATIVO 50.000 TOTAL PASSIVO 50.000

Lançamento: Constituir a reserva legal

5.000 x 5% = 250 (valor destinado a reserva legal)

40.000 x 20% = 8.000 (valor limite para constituição da reserva legal)

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 10.000 Fornecedores 5.000

Total Ativo Circulante 10.000 Total Passivo Circulante 5.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Page 32: Conteudo 1

32

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Imóveis 40.000 Capital Social 40.000

Lucros 4.750

Reserva Legal 250

Total Ativo Permanente 40.000 Total Patrimônio Líquido 45.000

TOTAL ATIVO 50.000 TOTAL PASSIVO 50.000

Comentários: Observe que como o valor destinado a reserva legal (250) não ultrapassou o limite

para constituição da reserva legal (8.000) foi constituída a reserva diminuindo a conta lucros e criando

a conta reserva legal.

Exemplo de transação envolvendo reserva legal com contas de reservas de capital no balanço.

Balanço inicial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 5.000,00 Fornecedores 10.000,00

Duplicatas a Receber 20.000,00

Total Ativo Circulante 25.000,00 Total Passivo Circulante 10.000,00

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Imóveis 25.000,00 Capital Social 20.000,00

Page 33: Conteudo 1

33

Reserva de Capital 5.500,00

Lucros 14.500,00

Total Ativo Permanente 25.000,00 Total Patrimônio Líquido 40.000,00

TOTAL ATIVO 50.000,00 TOTAL PASSIVO 50.000,00

Lançamento: Constituir a reserva legal

14.500 x 5% = 725 (cálculo da reserva legal)

20.000 x 30% = 6.000 (valor limite para constituição da reserva com o valor da reserva de capital)

5.500 reserva de capital + 500 reserva de lucro = 6.000 limite.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 5.000 Fornecedores 10.000

Duplicatas a Receber 20.000

Total Ativo Circulante 25.000 Total Passivo Circulante 10.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Imóveis 25.000 Capital Social 20.000

Reserva de Capital 5.500

Reserva Legal 500

Lucros 14.000

Total Ativo Permanente 25.000 Total Patrimônio Líquido 40.000

TOTAL ATIVO 50.000 TOTAL PASSIVO 50.000

Page 34: Conteudo 1

34

Comentários: Observe que como existe a conta reserva de capital no balanço o limite passa de 20%

para 30% e o valor da reserva de capital foi somado ao limite. Como no balanço patrimonial já existe

5.500 e o limite é 6.000, não há necessidade de constituir a reserva legal no valor de 725, pois

ultrapassaria o valor do limite. A constituição da reserva legal será só da diferença, ou seja, 500.

1.11. APURAÇÃO DO RESULTADO

A cada exercício social ou período contábil (que será no máximo de 12 meses) a empresa

apurará o resultado de suas operações.

O resultado pode ser positivo/lucro ou negativo/prejuízo. Esse resultado é o obtido da diferença entre a Receita e as Despesas. 1.11.1. RECEITA A receita corresponde, em geral, a venda de mercadorias ou prestações de serviços. 1.11.2. DESPESAS É todo consumo de bens ou serviços para a obtenção de receita. 1.11.3. CUSTOS

Entende-se como custo todos os gastos no processo de industrialização, que contribuem com a transformação da matéria prima.

Numa empresa comercial, no momento da revenda da mercadoria adquirida para esse fim, denomina-se o preço pago pela mercadoria de custo das mercadorias vendidas. 1.11.4. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (D.R.E.) Ao fim de cada exercício social a contabilidade da empresa elabora, entre outras demonstrações, a demonstração de resultado do exercício (DRE), onde se observa o grande indicador de eficiência da empresa. Se o resultado foi lucro ou prejuízo. A Demonstração de resultado do exercício possui a seguinte estrutura: Receita Bruta (-) Deduções da Receita (impostos e devoluções) (=) RECEITA LÍQUIDA (-) Custos (=) RESULTADO BRUTO OPERACIONAL (-) Despesas (=) RESULTADO LÍQUIDO OPERACIONAL

Page 35: Conteudo 1

35

(+-) Resultado não operacional (=) RESULTADO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO RENDA (-) Contribuição social (-) Imposto de renda (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO

Exemplo de transação envolvendo contas de resultado, ou seja, contas da DRE.

Balanço inicial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 10.000 Fornecedores 10.000

Estoques 5.000

Total Ativo Circulante 15.000 Total Passivo Circulante 10.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Móveis 5.000 Capital Social 10.000

Total Ativo Permanente 5.000 Total Patrimônio Líquido 10.000

TOTAL ATIVO 20.000 TOTAL PASSIVO 20.000

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36

Lançamento: Venda de 50% do estoque por $ 6.000 a receber metade à vista e metade em 30 dias.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 13.000 Fornecedores 10.000

Duplicatas a Receber 3.000

Estoques 2.500

Total Ativo Circulante 18.500 Total Passivo Circulante 10.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Móveis 5.000 Capital Social 10.000

Lucros 3.500

Total Ativo Permanente 5.000 Total Patrimônio Líquido 13.500

TOTAL ATIVO 23.500 TOTAL PASSIVO 23.500

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita Bruta 6.000 (-) Deduções da Receita (impostos e devoluções) - (=) RECEITA LÍQUIDA 6.000 (-) Custos 2.500 (=) RESULTADO BRUTO OPERACIONAL 3.500 (-) Despesas (=) RESULTADO LÍQUIDO OPERACIONAL 3.500 (+-) Resultado não operacional (=) RESULTADO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO RENDA 3.500 (-) Contribuição social (-) Imposto de renda

Page 37: Conteudo 1

37

(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO 3.500 Comentários: O valor total da venda é lançado na DRE como receita (6.000), desse valor 3.000

depositado no banco e 3.000 para 30 dias (duplicatas a receber). A venda de 50% do estoque

resultou em diminuição do estoque em 2.500 e o mesmo valor é lançado como custo na DRE para

apuração do resultado. Com essa venda a empresa obteve um lucro de 3.500 que também é lançado

no patrimônio líquido como lucros.

1.11.5. DESPESAS OPERACIONAIS As despesas operacionais são necessárias para vender os produtos, administrar a empresa e financiar as operações. Enfim, são todas as despesas que contribuem para manutenção da atividade operacional da empresa. 1.11.6. REGIME DE COMPETÊNCIA Diante do regime de competência dos exercícios a contabilidade reconhece as receitas e as despesas no momento em que elas ocorreram independente do seu pagamento ou recebimento. Exemplo de transação envolvendo despesas operacionais.

Balanço inicial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 13.000 Fornecedores 10.000

Duplicatas a Receber 3.000

Estoques 2.500

Total Ativo Circulante 18.500 Total Passivo Circulante 10.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Page 38: Conteudo 1

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Móveis 5.000 Capital Social 10.000

Lucros 3.500

Total Ativo Permanente 5.000 Total Patrimônio Líquido 13.500

TOTAL ATIVO 23.500 TOTAL PASSIVO 23.500

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita Bruta 6.000 (-) Deduções da Receita (impostos e devoluções) - (=) RECEITA LÍQUIDA 6.00 (-) Custos 2.500 (=) RESULTADO BRUTO OPERACIONAL 3.500 (-) Despesas (=) RESULTADO LÍQUIDO OPERACIONAL 3.500 (+-) Resultado não operacional (=) RESULTADO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO RENDA 3.500 (-) Contribuição social (-) Imposto de renda (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO 3.500

Lançamento: Provisão do aluguel da administração no valor de 1.000 que será pago no mês seguinte.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 13.000 Fornecedores 10.000

Duplicatas a Receber 3.000 Aluguel a pagar 1.000

Estoques 2.500

Total Ativo Circulante 18.500 Total Passivo Circulante 11.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Page 39: Conteudo 1

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Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Móveis 5.000 Capital Social 10.000

Lucros 2.500

Total Ativo Permanente 5.000 Total Patrimônio Líquido 12.500

TOTAL ATIVO 23.500 TOTAL PASSIVO 23.500

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita Bruta 6.000 (-) Deduções da Receita (impostos e devoluções) - (=) RECEITA LÍQUIDA 6.000 (-) Custos 2.500 (=) RESULTADO BRUTO OPERACIONAL 3.500 (-) Despesas com aluguel 1.000 (=) RESULTADO LÍQUIDO OPERACIONAL 2.500 (+-) Resultado não operacional (=) RESULTADO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO RENDA 2.500 (-) Contribuição social (-) Imposto de renda (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO 2.500

Comentários: Observe que não importa que o aluguel seja pago no mês seguinte, a despesa é

reconhecida no mês de sua referência. Lança-se na demonstração de resultado como despesa de

aluguel e cria-se a conta aluguel a pagar no passivo circulante para identificar a conta que será paga

no mês seguinte.

1.11.7. DUPLICATAS DESCONTADAS

A duplicata é cedida ao Banco pela empresa por meio de um endosso no verso da duplicata.

O banco por sua vez antecipa à empresa o valor registrado menos os juros. Portanto, a quantia em

dinheiro que a empresa recebe na negociação da duplicata já sofreu desconto de juros.

A empresa que desconta a duplicata é co-responsável do Banco se o seu cliente não liquidar,

no vencimento, a duplicata junto ao Banco. Em outras palavras, a empresa reembolsa ao Banco o

montante da duplicata no caso de inadimplemento do seu cliente.

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Exemplo de transação envolvendo desconto de duplicatas.

Balanço inicial BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 13.000 Fornecedores 10.000

Duplicatas a Receber 3.000 Aluguel a pagar 1.000

Estoques 2.500

Total Ativo Circulante 18.500 Total Passivo Circulante 11.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Móveis 5.000 Capital Social 10.000

Lucros 2.500

Total Ativo Permanente 5.000 Total Patrimônio Líquido 12.500

TOTAL ATIVO 23.500 TOTAL PASSIVO 23.500

Lançamento: A empresa fez um desconto de duplicatas no valor de 1.000, o banco cobrou 100 de

juros.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 13.900 Fornecedores 10.000

Duplicatas a Receber 3.000 Aluguel a pagar 1.000

Desconto de Duplicatas (1.000)

Estoques 2.500

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Total Ativo Circulante 18.400 Total Passivo Circulante 11.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Móveis 5.000 Capital Social 10.000

Lucros 2.400

Total Ativo Permanente 5.000 Total Patrimônio Líquido 12.400

TOTAL ATIVO 23.400 TOTAL PASSIVO 23.400

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita Bruta 6.000 (-) Deduções da Receita (impostos e devoluções) - (=) RECEITA LÍQUIDA 6.000 (-) Custos 2.500 (=) RESULTADO BRUTO OPERACIONAL 3.500 (-) Despesas com aluguel 1.000 (-) Despesas financeiras 100 (=) RESULTADO LÍQUIDO OPERACIONAL 2.400 (+-) Resultado não operacional (=) RESULTADO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO RENDA 2.400 (-) Contribuição social (-) Imposto de renda (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO 2.400

Comentários: Lança-se o valor da duplicata descontada, abatido dos juros, no banco da empresa.

Cria-se a conta desconto de duplicata negativa para demonstrar o valor das duplicatas a receber que

já foram descontadas. O valor dos juros cobrados pelo banco é lançado como despesa financeira na

DRE.

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42

1.11.8. DEPRECIAÇÃO

A maior parte dos ativos imobilizados (exceção feita a terrenos e obras de arte) tem vida útil

limitada. À medida que esses períodos forem decorrendo, dar-se-á os desgastes dos bens, que

representam custo a ser registrado.

O custo do ativo imobilizado é destacado como uma despesa nos períodos contábeis em que

o Ativo é utilizado pela empresa. O processo contábil para esta conversão gradativa do ativo

imobilizado em despesa chama-se Depreciação.

Taxas de Depreciação (estes são alguns exemplos de taxas de depreciação anual, existe uma

relação de taxas para todos os bens):

Móveis em geral 10 % aa.

Edifícios e Construções 4 % aa.

Ferramentas 20 % aa.

Máquinas e Instalações 10 % aa.

Veículos 20 % aa.

Exemplo de transação envolvendo depreciação.

Balanço inicial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 13.900 Fornecedores 10.000

Duplicatas a Receber 3.000 Aluguel a pagar 1.000

Desconto de Duplicatas (1.000)

Estoques 2.500

Total Ativo Circulante 18.400 Total Passivo Circulante 11.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Page 43: Conteudo 1

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Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Móveis 5.000 Capital Social 10.000

Lucros 2.400

Total Ativo Permanente 5.000 Total Patrimônio Líquido 12.400

TOTAL ATIVO 23.400,00 TOTAL PASSIVO 23.400

Lançamento: Calcular a depreciação anual

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 13.900 Fornecedores 10.000

Duplicatas a Receber 3.000 Aluguel a pagar 1.000

Desconto de Duplicatas (1.000)

Estoques 2.500

Total Ativo Circulante 18.400 Total Passivo Circulante 11.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Total Realizável a Longo Pz. Total Exigível a Longo Pz.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Móveis 5.000 Capital Social 10.000

Depreciação (500) Lucros 1.900

Total Ativo Permanente 4.500 Total Patrimônio Líquido 11.900

TOTAL ATIVO 22.900 TOTAL PASSIVO 22.900

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DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita Bruta 6.000 (-) Deduções da Receita (impostos e devoluções) - (=) RECEITA LÍQUIDA 6.000 (-) Custos 2.500 (=) RESULTADO BRUTO OPERACIONAL 3.500 (-) Despesas com aluguel 1.000 (-) Despesas financeiras 100 (-) Depreciação 500 (=) RESULTADO LÍQUIDO OPERACIONAL 1.900 (+-) Resultado não operacional (=) RESULTADO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO RENDA 1.900 (-) Contribuição social (-) Imposto de renda (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO 1.900

Comentários: Lança-se o valor da depreciação no ativo permanente diminuindo dos móveis e lança-

se na DRE como depreciação diminuindo o lucro.

1.12. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS É comum afirmar que a Análise das Demonstrações Financeiras é tão antiga quanto a própria contabilidade. No inicio provável da contabilidade (+ ou – 4000 a.C.), encontrava-se os primeiros inventários de rebanhos e a preocupação da variação de sua riqueza. A analise da variação da riqueza realizada entre a comparação de dois inventários em momentos distintos leva a um primeiro sintoma de que a afirmação de que a análise já existia é possível. Mas o surgimento da análise das demonstrações contábeis de forma mais sólida foi no final do século XIX quando se podem observar os banqueiros americanos solicitando as demonstrações (praticamente os balanços) às empresas que desejavam contrair empréstimos. E por se exigir, de inicio, apenas o Balanço para análise é que se introduz a expressão análise de balanços, que perdura até nossos dias. Com o tempo começaram a exigir outras demonstrações para análise e para concessão de crédito, como por exemplo, a demonstração de resultado do exercício. A análise das demonstrações contábeis, também conhecida como análise das demonstrações financeiras, desenvolve-se ainda mais com o surgimento dos bancos governamentais interessados na situação econômica financeira das empresas tomadoras de financiamentos.

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1.13. INDICES DE LIQUIDEZ Os índices de liquidez são utilizados para analisar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma verificação se a empresa tem capacidade para honrar com seus compromissos. Esta capacidade de pagamento pode ser avaliada em longo prazo e curto prazo. 1.13.1. INDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE (LC) Mostra a capacidade de pagamento da empresa a Curto Prazo, por meio da formula : Ativo Circulante LC = Passivo Circulante Balanço patrimonial utilizado para os exemplos das análises das demonstrações financeiras.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO R$ PASSIVO R$

Ativo Circulante Passivo Circulante

Bancos contas movimento 57.000 Fornecedores 50.000

Duplicatas a Receber 112.000 Aluguel a pagar 10.000

Estoques 220.000 Empréstimos a pagar 180.000

Total Ativo Circulante 389.000 Total Passivo Circulante 240.000

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Empréstimos a Receber 30.000 Financiamentos 120.000

Total Realizável a Longo Pz. 30.000 Total Exigível a Longo Pz. 120.000

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Investimentos 65.000 Capital Social 210.000

Imobilizado 150.000 Lucros 64.000

Total Ativo Permanente 215.000 Total Patrimônio Líquido 274.000

TOTAL ATIVO 634.000 TOTAL PASSIVO 634.000

Page 46: Conteudo 1

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DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita Bruta 780.000(-) Deduções da Receita (impostos e devoluções) 32.500(=) RECEITA LÍQUIDA 747.500(-) Custos 332.500(=) RESULTADO BRUTO OPERACIONAL 415.000(-) Despesas com aluguel 120.000(-) Despesas financeiras 12.000(-) Outras despesas 200.000(=) RESULTADO LÍQUIDO OPERACIONAL ANTES IR 83.000(-) Contribuição social 3.000(-) Imposto de renda 16.000(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO 64.000

Exemplo de cálculo da liquidez corrente: 389.000 LC = = 1,62 240.000 Interpretação : Para cada $ 1,00 de divida há $ 1,62 de dinheiro e valores que se transformarão em dinheiro. A empresa, neste exemplo, possui capacidade de pagamento a curto prazo. É importante identificar os aspectos limitativos da liquidez corrente :

• O primeiro é que o índice não revela a qualidade dos itens no ativo circulante (os estoques estão superavaliados, são obsoletos, os títulos a receber são totalmente recebíveis?)

• O segundo é que o índice não revela a sincronização entre recebimentos e pagamentos, ou seja, por meio dele não é possível identificar se os recebimentos ocorrerão em tempo para pagar as dívidas vincendas. Assim, em uma liquidez corrente igual a 2,8 (aparentemente muito boa), pode a empresa estar em crise de liquidez, pois grande parte dos vencimentos das obrigações a curto prazo se concentram no próximo mês, enquanto a concentração dos recebimentos ocorrerá dentro de 90 dias .

• Em todas as análises deve-se ponderar sobre o ramo de atividade. Um índice de LC de 0.86 é deficiente para uma indústria, mas não o será para uma empresa de transporte coletivo. Veja que uma empresa de ônibus não apresenta itens como duplicatas a receber (pois não vende a prazo) e estoques (pois não opera com mercadorias)

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1.13.2. INDICE DE LIQUIDEZ SECA (LS) O índice de liquidez seca verifica a possibilidade da empresa saldar seus compromissos sem a venda de seu estoque, ou seja, se a empresa sofresse uma total paralisação das suas vendas, se o seu estoque fosse obsoleto, quais seriam as chances de pagar as suas dívidas com disponível e duplicatas a receber? Fórmula: Ativo Circulante – Estoques LS = Passivo Circulante Exemplo de cálculo da liquidez seca Ativo Circulante = 389.000 Passivo Circulante = 240.000 Estoques = 220.000 LS = 389.000 – 220.000 / 240.000 = 0,70 Interpretação: Com este índice observa-se que, se a empresa parasse de vender, conseguiria pagar apenas 70% de suas dívidas, ou que para cada 1,00 de obrigações ela possui 0,70. 1.13.3. INDICE DE LIQUIDEZ GERAL (LG) Mostra a capacidade de pagamento da empresa a longo prazo, considerando tudo o que a empresa converterá em dinheiro (a curto e longo prazo), e relacionando com tudo o que a empresa já assumiu como dívida (a curto e longo prazo) Fórmula: Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo LG = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo 389.000 + 30.000 LG = = 1,16 240.000 + 120.000 Interpretação: Para cada um real de dívida a curto e longo prazo, há 1,16 de valores a receber a curto e longo prazo .

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1.13.4. LIQUIDEZ IMEDIATA (LI) Mostra o quanto a empresa dispõe imediatamente para saldar as dívidas de Curto Prazo: Fórmula: Disponibilidades (Caixa + Bancos + Aplicações Financeiras) LI = Passivo Circulante 57.000 LI = = 0,24

240.000

Para efeito de análise, é um índice sem muito realce, pois relaciona-se dinheiro com valores, que vencerão em datas as mais variadas possível, embora a curto prazo. Assim, têm-se contas que vencerão daqui a cinco ou dez dias, como temos também aquelas que vencerão daqui a 360 dias, e que nada tem a ver com a disponibilidade imediata. Não desejando assim o analista obter índices elevados. 1.14. ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO Por meio desses indicadores que se verifica o nível de endividamento da empresa. Sabe-se que o Ativo (aplicações de recursos) é financiado por capitais de terceiros (passivo circulante + exigível a longo prazo) e por capitais próprios (patrimônio líquido). Portanto, capitais de terceiros e capitais próprios são fontes de recursos. Os indicadores de endividamento informam se a empresa utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários. Verifica se os recursos de terceiros tem seu vencimento em maior parte a curto prazo (circulante) ou a longo prazo (exigível a longo prazo). Na análise do endividamento há necessidade de detectar as características do indicador:

a) Empresas que recorrem a dívidas para realizarem aplicações produtivas no seu ativo (ampliação, expansão, modernização, etc.) Este endividamento é sadio, mesmo sendo elevado, pois as aplicações produtivas deverão gerar recursos para saldar o compromisso assumido.

b) Empresas que recorrem às dívidas para pagar outras dívidas que estão vencendo. Por não gerarem recursos para saldar os seus compromissos, elas recorrem a empréstimos sucessivos. Permanecendo este círculo vicioso, a empresa será uma série candidata a insolvência.

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A análise da composição do endividamento também é bastante significativa: A) Endividamento a curto prazo, normalmente utilizado para financiar o ativo

circulante. B) Endividamento a longo prazo, normalmente utilizado para financiar o ativo

permanente. Se a composição do endividamento apresentar uma significativa concentração no passivo circulante (curto prazo), a empresa terá reais dificuldades para uma reversão de mercado. Na crise, ela terá poucas alternativas: vender seus estoques na base de uma “liquidação forçada “ ; assumir novas dívidas a curto prazo que certamente, terão juros altos, o que aumentará as despesas financeiras. Se a concentração fosse a Longo Prazo, a empresa, em um momento de revés, teria mais tempo para replanejar a sua situação . 1.14.1. PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS SOBRE RECURSOS TOTAIS (GE) Fórmula do Grau de Endividamento Capital de Terceiros PC + ELP GE = = Capital Terc. + Próprio PC+ELP+PL 360.000 Ex.: = 0,57 ou 57% 634.000 Interpretação: 57% dos Recursos Totais originam-se de Capitais de Terceiros, ou seja, 57% do patrimônio da empresa foi financiado por capitais de terceiros. 1.14.2. GARANTIA DO CAPITAL PRÓPRIO AO CAPITAL DE TERCEIROS (GCPCT) Fórmula: Capital Próprio PL GCPCT = = Capital de Terceiros PC + ELP 274.000 Ex.: = 0,76 360.000 Interpretação: Para cada 1,00 de capital de terceiros (capital que será exigido) há 0,76 de Capital Próprio como garantia.

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1.14.3. COMPOSIÇÃO DE ENDIVIDAMENTO (CE) Fórmula: PC = PC CE = Capital Terceiros PC + ELP 240.000 Ex.: = 0,67 ou 67% 360.000 Interpretação: A empresa opera com 67% das suas dividas no Curto Prazo. 1.15. ÍNDICES DE ATIVIDADE Os índices de atividade mostram quantos dias a empresa demora, em média, para receber suas vendas, para pagar suas compras e para renovar o seu estoque. Para fins de análise, quanto maior for a velocidade de recebimento de vendas e renovação de estoque, melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das compras, desde que não corresponda a atrasos, melhor. Observe que a soma do prazo médio de recebimento de Vendas com o prazo médio de renovação de estoques aproxima-se bastante do ciclo operacional da empresa, já que se medem, em média, quantos dias os estoques levam para serem vendidos, e somamos ao prazo de recebimento das vendas. O ideal é que a empresa atinja uma posição em que a soma do prazo médio de renovação de estoques com o prazo de médio de recebimento de vendas fosse igual ou inferior ao prazo médio de pagamento 1.15.1. PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS (PMRV) Fórmula: 360 dias x Duplicatas a Receber PMRV = Vendas 360 x 112.000 PMRV = = 52 dias 780.000 Interpretação: A empresa espera, em média, 52 dias para receber as suas vendas .

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1.15.2. PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTOS DE COMPRAS (PMPC) Fórmula: 360 dias x Fornecedores PMPC = Compras Para achar compras = Custos + Estoque Final – Estoque inicial Exemplo Compras = 332.500 + 220.000 – 0 Compras = 552.500 360 x 50.000 PMPC = = 33 dias 552.500 Interpretação: A empresa paga, em média, seus fornecedores em 33 dias. 1.15.3. PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DE ESTOQUES Fórmula: 360 x Estoques PMRE = Custo das Vendas 360 x 220.000 PMRE = = 238 dias 332.500 Interpretação: Em média a empresa, a cada 238 dias renova, vende, o seu estoque. 1.15.4. POSICIONAMENTO DE ATIVIDADE Fórmula: PMRE + PMRV 52 dias + 238 dias PA = = = 8,79 PMPC 33 dias Interpretação: O ideal é que este índice se aproxime de 1. Quando este índice é igual ou abaixo de 1,00 mostra que a empresa consegue vender, receber para depois pagar. A empresa no exemplo paga muito antes de vender e receber.

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1.16. ÍNDICES DE RENTABILIDADE 1.16.1. TAXA DE RETORNO SOBRE INVESTIMENTO (TRI) (do ponto de vista da empresa) Fórmula: Lucro Líquido 64.000 TRI = = = 0,10 ou 10% Ativo Total 634.000 Poder de ganho da empresa: para cada 1,00 investido há um ganho de 0,10. Isto significa que, em média, haverá uma demora de dez anos para que a empresa obtenha de volta o seu investimento (100% / 10%), ou seja , o payback do investimento total é calculado dividindo-se 100% pelo TRI (payback = tempo médio do retorno) 1.16.2. TAXA DE RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (TRPL) (do ponto de vista dos proprietários) Fórmula:

Lucro Líquido 64.000 TRPL = = = 0,23 ou 23% Patrimônio Líquido 274.000 Poder de ganho dos proprietários: para cada 1,00 investido pelos proprietários há um ganho de 0,23. Isto significa, em média, que demorará aproximadamente 5 anos para que os proprietários recuperem seus investimentos. 1.16.3. MARGEM DE LUCRO SOBRE AS VENDAS (ML) Fórmula: Lucro Líquido 64.000 Margem Líquida = = =0,09 ou 9% Vendas Líquidas 747.500 Interpretação: Para cada real vendido sobram para empresa (aos proprietários) 0,09 ou pode-se dizer que a margem de lucro é de 9%. 1.16.4. GIRO DO ATIVO Fórmula: Vendas Líquidas 747.500 Giro dos Ativos = = = 1,18 vezes Ativo Total 634.000 Interpretação: A empresa vendeu o equivalente a 1,18 vezes o seu Ativo.

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1.17. ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL 1.17.1. Análise Vertical A análise vertical do Balanço Patrimonial indica a percentagem do ativo total ou passivo total que foi aplicada em suas várias categorias. Este tipo análise propicia a comparação da percentagem dos itens do ativo em relação a outras empresas, basicamente as concorrentes (empresas do mesmo ramo de atividade) 1.17.2. Análise Horizontal A análise horizontal deixa evidente nas demonstrações, as principais alterações no comportamento das contas, restando somente uma investigação mais profunda dos itens que mais se modificaram. Exemplo de análise vertical e horizontal: Na análise vertical: Para achar a porcentagem de cada conta em relação ao total do ativo, como mostra o exemplo abaixo, pega-se o valor da conta 93 x 100 = 9.300 / 5.500 = 1,69% Na análise horizontal: Para achar o acréscimo ou decréscimo de um ano para outro. Como mostra o exemplo abaixo, pega-se o valor de 1.443 (ano 2006) – 93 (ano 2005) = 1.350 x 100 = 135.000 / 93 (ano 2005) = 1.451,61% acréscimo. ATIVO 2005 AV AH 2006 AV AH

Ativo Circulante R$ % % R$ % % Caixa e Bancos 93 1,69 100 1.443 21,29 1451,61 Clientes ou Duplicatas a Receber 1.533 27,87 100 986 14,54 - 35,68 Desconto de Duplicatas -------- ( 396 ) ( 5,84) 100 Estoques 873 15,87 100 1.616 23,84 85,11 Despesas Exercícios Seguintes 192 3,50 100 410 6,05 113,54Total do Circulante 2.691 48,93 100 4.059 59,88 50,84Realizável a Longo Prazo

Empréstimos a sócios 232 4,22 100 7 0,10 - 96,98Total do Realizável a Longo Prazo 232 4,22 100 7 0,10 -96,98Ativo Permanente

Investimentos 77 1,40 100 75 1,10 - 2,60 Imobilizado 2.457 44,67 100 2.599 38,34 5,78 Diferido 43 0,78 100 39 0,58 - 9,30Total do Ativo Permanente 2.577 46,85 100 2.713 40,02 5,28TOTAL DO ATIVO 5.500 100,00 100 6.779 100,00 23,25

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Referências bibliográficas MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. São Paulo: Editora Atlas.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Editora Atlas. IUDICÍBUS. Sérgio. Curso de Contabilidade para não contadores. São Paulo: Editora Atlas.

MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade Empresarial. São Paulo:

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MARION, Jose Carlos. Soares, Adenilson, Honório, Contabilidade como instrumento para tomada de decisões. Campinas, SP: Alínea. IUDÍCIBUS, Sérgio. Análise de Balanços. São Paulo; Atlas.

MATARAZZO, Dantes C. Análise Financeira de Balanços, São Paulo: Atlas