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Revista de Odontologia da UNICID v.18, n.1 (jan/abr. 2006)- São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 1993.

Quadrimestral

Continuação da Revista da Faculdade de Odontologia da F. Z. L., v. 1, 1989 e Revista de Odontologia da UNICID.

ISSN 1808-8120

1. Odontologia – Periódicos I. Universidade Cidade de São Paulo. Curso de Odontologia. CDD 617.6005 Black D05

Catalogação-na-publicação

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E D I T O R I A L

Dalva Cruz LaganáDiretora do Curso de Odontologia daUniversidade Cidade de São Paulo

Prezados pesquisadores, autores, leitores e colaboradores da Revista de Odontologia da Uni-versidade Cidade de São Paulo.

Temos a grata satisfação de comunicar-lhes que, a partir deste número, a Revista será editada tanto na forma impressa como na forma eletrônica.

O objetivo maior do meio eletrônico é o acesso rápido às consultas aos artigos científicos publicados, como também e, principalmente, atingir um maior número de leitores que tenham possibilidade de acesso a este meio de comunicação.

Dessa forma, a editoração da revista desta Universidade continua cada vez mais aprimorando seus conteúdos científicos, revisionais, assim como a arte gráfica, no sentido de oferecer à comu-nidade odontológica um periódico de alto nível, com o objetivo principal de contribuir de modo significativo para a divulgação das pesquisas realizadas pela comunidade odontológica científica brasileira, sobretudo aquelas oriundas dos cursos de pós-graduação. Colabora, portanto, para que os cursos de pós-graduação possam ser melhor avaliados pelo CAPES, à medida que promove suas publicações.

Aguardamos o envio de suas pesquisas para publicá-las.

Atenciosamente

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A REVISTA DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULOé publicada pela Universidade Cidade de São Paulo

Rua Cesário Galeno, 432 / 448 - CEP 0307 1-000 - São Paulo - BrasilTel.: (11)2178-1200 / 2178-1212 Fax: (11)6941-4848

E-mail: [email protected]

COMISSÃO DE PUBLICAÇÃO

Diretora CientíficaDalva Cruz Laganá

Secretário GeralClaudio FreitasCelia Rodrigues Pereira

Consultor CientíficoVera Cavalcanti de Araújo

Normalização e revisãoMary Arlete Payão PelaClaudia MartinsEdevanete de Jesus de Oliveira

Editoração Vinicius Antonio Zanetti Garcia

Revisão do idioma português Antônio de Siqueira da Silva

Revisor do idioma inglêsDóris Cook

Impressão e acabamentoLilivros Gráfica Editora Ltda.

COMISSÃO EDITORIAL

Américo Mendes Carneiro JúniorAndréa Naddeo Lopes da CruzArtêmio Luiz ZanettiBertha ResenberCélia Regina M. Delgado RodriguesClimene ValentimDanilo ShimabucoEduardo Shigueyuki UemuraElisa Maria Agueda RussoFábio Daumas NumesFlávio Vellini-FerreiraGilberto Debelian (Noruega)Jaime Rovero (México)Jeffrey M. Coil (Canadá)Jurandyr PanellaKanji Kishi (Japão)Kazuya Watanabe (Japão)Karen Lopes OrtegaLaurindo Borelli NetoPedro Paulo FeltrinSuzana Catanhede Orsini M. de Souza

A Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo é indexada na publicação: Bibliografia Brasileira de Odontologia. Base de dados: LILACS; BBO; Periodica. Índice de Revistas Latinoamericanas en Ciencias.

Publicação quadrimestral. Tiragem: 1.000 exemplares.

Solicita-se permuta. Si solicita lo scambio. Exchange is solicited. Se solicita ei canje. On demande l’échange. Wir bitten um Austausch.

Assinatura anual : R$ 70,00; bianual : R$ 140,00; exemplar avulso : R$ 29,00. Adicional de R$ 5,00 para outro Estado (Adicional R$ 20,00 de postagem aérea). O pagamento poderá ser efetuado através de cheque nominal à SECID - Sociedade Educacional Cidade de São Paulo S/C Ltda. ou O.P. para Banco 353 - Santander. Agência 0045 – C/C 41034244 - Praça Sílvio Romero, São Paulo.

ChancelerPAULO EDUARDO SOARES DE OLIVEIRA NADDEO

ReitorRUBENS LOPES DA CRUZ

Vice-ReitorSÉRGIO AUGUSTO SOARES DE OLIVEIRA NADDEO

Pró-Reitor AcadêmicoESTER REGINA VITALE

Diretora do Curso de OdontologiaDALVA CRUZ LAGANÁ

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REVISTA DE ODONTOLOGIA DA UNICIDUniversidade Cidade de São Paulo

Volume 18 - número 1 - jan-abr 2006

SUMÁRIO/CONTENTSEditorial.......................................................................................................................................................................................................... 3

ARTIGOS ORIGINAIS/ORIGINAL ARTICLESDefeitos.ósseos.em.tíbias.de.ratos:.padronização.do.modelo.experimentalBone defect in rat tibia: Standardization of experimental modelFernanda.de.Almeida.Prado,.Ana.Lia.Anbinder,.Ana.Paula.Gumiero.Jaime,.Ana.Paula.Lima,.Ivan.Balducci,.Rosilene.Fernades.da.Rocha. 7-13Estudo.da.prevalência.das.anomalias.dentárias.de.desenvolvimento.em.dada.população.com.o.uso.de.radiografias.panorâmicas.Study of the prevalence of dental development anomalies in a populacion sample through panoramic X-RaysJosé.Raul.Girondi,.Marlene.Fenyo-Pereira,.Paulo.Sérgio.Flores.Campos,.Jurandyr.Panella....................................................................... 15-21Avaliação.de.duas.pontas.ultrassônicas.para.retro-preparo,.empregadas.em.diferentes.potênciasEvaluation of two types of ultrasonic tips in retro-preparations, using different powersAna.Carolina.do.Valle.de.Moura.Leite,.Giulio.Gavini.............................................................................................................................. 23-28Comparison.of.the.efficacy.of.Etoricoxib.and.Ibuprofen.in.pain.and.trismus.control.after.lower.third.molar.removal.Comparação da eficácia de DE Etoricoxib E Ibuprofeno no controle da dor e do trismo após exodontia de terceiros molares inferioresAdriana.Maria.Calvo,.Vivien.Thiemy.Sakai,.Karin.Cristina.Silva.Modena,.Bella.Luna.Colombini,.Marcelo.Contador.Gallina,.Thiago.José.Dionisio,.José.Roberto.Pereira.Lauris,.Carlos.Ferreira.Santos.................................................................................................................... 29-36Força.de.união.por.tração.de.uma.resina.composta.a.três.porcelanas.dentais.tratadas.com.ácido.fluorídicoTensile bond strength evalution of compósite resin to three dental ceramics treated with hidrofluoridric acidGuilherme.Martinelli.Garone,.Eliza.Maria.Agueda.Russo,.Narciso.Garone.Netto.................................................................................... 37-42Agentes.comunitários.de.saúde.do.PACS.e.PSF:.uma.análise.de.sua.vivência.profissionalCommunity health agents of CHAP and FHP: an analysis of their professional practiceFabrício.Dantas.da.Silva.Espínola,.Iris.do.Céu.Clara.Costa...................................................................................................................... 43-51Neoplasias.Benignas.da.Cavidade.Oral:.Estudo.Epidemiológico.de.21.anos.(1982.a.2002)Oral Benign Neoplasias: Epidemiological Study – 21 years (1982-2002)Danielle.Albuquerque.Pires.Rocha,.Lívia.Marinho.de.Miranda.Oliveira,.Lélia.Batista.de.Souza............................................................... 53-60Autopercepção.da.saúde.bucal.e.satisfação.com.a.vida.em.mulheres.idosas.usuárias.de.prótese.totalSelf concept in oral health and life satisfaction in elderly woman who use complete dentures prosthesisEduardo.Francisco.Alvarenga.da.Silva.(In.Memorian),.Maria.da.Luz.Rosário.de.Sousa............................................................................. 61-65A.efetividade.da.terapia.de.liberação.posicional.(TLP).em.pacientes.portadores.de.disfunção.temporomandibularThe effectiveness of position of release therapy (PRT) in carryng patients of temporomandibular joint disordersFabíola.Monteiro.de.Castro,.Regina.Coeli.Vieira.Gomes,.Júlia.Rosas.Salomão,.Ana.Paula.de.Vasconcellos.Abdon................................... 67-74Uma.análise.crítica.sobre.a.viabilidade.do.uso.dos.inibidores.seletivos.de.COX-2.em.odontologiaViability of the use of selective COX-2 inhibitors in dentistry: critical analysisGilson.Cesar.Nobre.Franco,.Douglas.Moretti,.Paulo.Fernando.Cruz.Cavalcante,.Luciane.Cruz.Lopes..................................................... 75-81

RElATO dE cASO

Tratamento.de.Rânula.com.marsupialização:.relato.de.casoTreatment of a ranula with marsupialization: a case reportRobiany.Geraldini,.Walter.Paulesini.Junior,.Renata.Meira.Primolan,.Cristiane.Yunes.Lapa...................................................................... 83-86

ARTIGOS dE REvISãO/REvIEw ARTICLESPsicanálise.e.odontologia:.uma.trajetória.em.construçãoPsychoanalysis and dentistry: a path under construtionLuciana.Tiemi.Inoue,.Tânia.e.Silva.Pulicano.Lacerda,.Vera.Maria.S..Pricoli,.Artemio.Luiz.Zanetti........................................................... 87-92

Índice.de.autores/Author.Index..................................................................................................................................................................... 93Índice.de.assuntos/Subject.Index................................................................................................................................................................... 95Instruções.aos.Autores/Instructions.to.Authors.............................................................................................................................................. 97

ISSN 0808-8120

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Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo2006 jan-abr; 18(1)7-13

dEFEITOS ÓSSEOS EM TÍBIAS dE RATOS: PAdRONIZAÇãO dO MOdElO EXPERIMENTAl

BONE DEFECT IN RAT TIBIA: STANDARDIZATION OF EXPERIMENTAL MODEL

RESUMODada.à.semelhança.do.reparo.ósseo.em.tíbia.com.o.reparo.mandibular.e.a.relativa.simplicidade.do.modelo.experimental.no.qual.se.realizam.defeitos.ósseos.em.tíbias.de.ratos,.este.trabalho.foi.proposto.com.o.obje-tivo.de.determinar.o.tamanho.de.defeito.exeqüível.na.tíbia.para.adequada.utilização.em.estudos.de.regene-ração.óssea,.padronizando.assim.o.modelo..Defeitos.monocorticais.de.2,.3.ou.3,5mm.de.diâmetro.foram.confeccionados.nas.tíbias.de.54.ratos.adultos..Após.o.sacrifício,.que.ocorreu.após.períodos.de.observação.de.15,.30.ou.45.dias,.as.tíbias.foram.fixadas,.descalcificadas.e.preparadas.como.de.rotina..A.porcentagem.de.área.óssea.no.centro.do.defeito.foi.avaliada.através.de.planimetria.por.contagem.de.pontos.e,.para.ava-liação.estatística,.utilizou-se.ANOVA.(α=5%)..Verificou-se.fechamento.linear.do.defeito.ósseo.em.todos.os.grupos..Comparando-se.os.tamanhos.de.defeitos.em.cada.período,.não.foi.encontrada.diferença.estatística.com.relação.à.porcentagem.de.área.óssea..Como.não.houve.fechamento.da.área.total,.pode-se.utilizar,.com.ressalvas,.o.modelo.experimental.de.defeito.em.tíbias.de.ratos.para.estudo.de.regeneração.óssea..Dadas.às.semelhanças.com.relação.ao.reparo.dos.defeitos,.a.escolha.do.melhor.tamanho.relaciona-se.a.questões.de.ordem.prática,.sendo.o.tamanho.intermediário.e.os.menores.períodos.o.modelo.recomendado.

dEScRITORES:.Histologia,.modelos.animais,.regeneração.óssea.

ABSTRAcT

Due.to.the.similarity.of.the.bone.tissue.healing.process.in.the.tibia.with.mandibular.repair.and.the.relative.simplicity.of.the.experimental.model,.where.bone.tissue.defects.in.rat.tibiae.take.place,.the.aim.of.the.pre-sent.study.was.to.determine.the.feasible.tibia.defect.size.for.an.adequate.application.in.bone.tissue.healing.process.studies,.standardizing.thus.this.model..Monocortical.defects.of.2,.3.or.3.5.mm.of.diameter.were.made.in.fifty-four.adult.rat.tibiae..After.the.rats.were.sacrificed,.which.occurred.after.15,.30.or.45.days.of.observation,.the.tibiae.were.fixed,.decalcified.and.prepared.according.to.laboratory.processing.routine..The.bone.area.percentage.at.the.center.of.the.defect.was.evaluated.through.planimetry.by.the.point.counting.method,.and.the.ANOVA.statistical.test.(α=5%).was.used..The.bone.defect.linear.closure.was.verified.in.all. groups.. No. statistically. significant. difference. regarding. the. bone. area. percentage. values. was. found.comparing.the.defect.sizes.in.each.period..Since.the.total.area.closure.was.not.observed,.the.rat.tibia.defect.experimental.model.for.the.bone.tissue.healing.process.study.may.be.applied.in.further.studies.with.reser-vation..Because.of.the.similarities.regarding.the.defect.healing.process,.the.choice.of.the.best.size.is.related.to.practical.questions,.and.the.intermediate.size.and.the.shorter.periods.is.the.recommended.model.

dEScRIPTORS:.Histology, animal models, bone regeneration.

. *. Bolsista.de.Iniciação.Científica.do.Programa.PIBIC-CNPq..Faculdade.de.Odontologia.de.São.José.dos.Campos.–.UNESP,.12245-000,.São.José.dos.Campos,.SP.

. **. Professora.Assistente.Doutora.do.Departamento.de.Odontologia.da.Universidade.de.Taubaté-UNITAU,.12020-270,.Taubaté,.SP.

. ***. Aluna.de.Graduação.da.Faculdade.de.Odontologia.de.São.José.dos.Campos.–.UNESP,.12245-000,.São.José.dos.Campos,.SP.

. ****. Professor.Assistente.do.Departamento.de.Odontologia.Social.e.Clínica.Infantil..Faculdade.de.Odontologia.de.São.José.dos.Campos.–.UNESP,.12245-000,.São.José.dos.Campos,.SP.

.*****. Professora.Doutora.do.Departamento.de.Biociências.e.Diagnóstico.Bucal..Faculdade.de.Odontologia.de.São.José.dos.Campos.–.UNESP,.12245-000,.São.José.dos.Campos,.SP.

Fernanda.de.Almeida.Prado. *Ana.Lia.Anbinder. **

Ana.Paula.Gumiero.Jaime. ***Ana.Paula.Lima. ***

Ivan.Balducci. ****Rosilene.Fernades.da.Rocha. *****

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Almeida Prado F de, Anbinder AL, Jaime APG, Lima AP, Balducci I, Rocha RF da. Defeitos ósseos em tíbias de ratos: padronização do modelo experimental. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo –2006 jan-abr; 18(1)7-13

INTROdUÇãODefeitos.ósseos.são.um.desafio.para.diversas.áreas.da.

Medicina. e. da. Odontologia,. principalmente. nas. espe-cialidades.de.cirurgia.bucomaxilofacial,.periodontia,.pró-tese.e.implantodontia..O.reparo.de.defeitos.é.um.bom.modelo.para.o.estudo.da.regeneração.do.osso.e.possui.grande.semelhança.com.o.reparo.primário.ou.direto.de.fraturas..Ao.contrário.destas.últimas,.os.defeitos.são.me-nos.sujeitos.a.fatores.mecânicos.e.a.obstruções.do.aporte.sangüíneo..Este.modelo. tem. sido.utilizado. em.muitos.experimentos.clássicos.que.analisam.a.influência.de.me-didas.cirúrgicas.e.farmacológicas.para.melhorar.a.rege-neração. óssea12.. Segundo. Schmitz. &. Hollinger13,. um.defeito.ósseo.experimental.deve.ser.tão.grande.que.não.ocorra.reparo.espontâneo,.pois.só.nesta.situação.o.poten-cial.osteogênico.do.implante,.enxerto.ou.medicamento.pode.ser.considerado.real..Instituiu-se.o.conceito.de.de-feito.ósseo.de.tamanho.crítico.para.minimizar.diferenças.relacionadas.à.idade,.espécie.e.sítio.anatômico.em.animais.experimentais,.padronizando.os.defeitos.para.possibilitar-se.a.comparação.dos.resultados.dos.vários.estudos15,.além.de.se.poder.considerar.sem.erro.o.potencial.osteogênico.do.material.em.teste..O.defeito.intra-ósseo.de.tamanho.crítico.seria.aquele.de.menor.tamanho.que.não.pode.ser.reparado.espontaneamente.durante. toda.a.vida.do.ani-mal13..No. entanto,. como.a.maioria.dos. estudos.possui.duração. limitada,. em. pesquisas. experimentais. deve-se.considerar.como.defeito.de.tamanho.crítico.aquele.que.não.sofre.reparo.no.período.de.duração.do.estudo8.Tamanhos.de.defeitos.críticos.são.bem.caracterizados.na.região.craniomandibulofacial,.em.várias.espécies.animais.8,9,13..No.entanto,.o.mesmo.não.acontece.com.relação.a.defeitos.realizados.em.ossos.longos7.

Segundo.Najjar.&.Kahn11.(1977),.tíbia.e.mandíbula.apresentam. reparo. e. remodelação. semelhante..Embora.esses.dois.ossos.possuam.origens.embriológicas.distintas,.a. similaridade. no. processo. de. reparo. deve-se. às. forças.fisiológicas.a.que.ambos.estão.submetidos:.tensão.mus-cular.e.compressão.pelo.peso.do.corpo.na.tíbia.e.tensão.muscular.e.compressão.pela.mastigação.na.mandíbula..Devido.à.falta.de.forças.externas.agindo.na.maxila.e.crâ-nio,. tais. ossos. remodelam-se. e. reparam-se. de. maneira.mais. lenta11.. Inúmeros. trabalhos. têm. sido. realizados.com. a. confecção. de. defeitos. em. mandíbulas. de. ratos,.com.sucesso.1,5,6,9,.mas.sempre.com.utilização.de.bar-reiras. físicas,.para. impedir.a.penetração.de.tecido.con-juntivo.no.defeito..Em.defeitos.mandibulares.em.ratos,.

a.não.utilização.destas.barreiras.resulta.em.reparo.com.pouco. tecido. ósseo. neoformado. e. grande. quantidade.de.tecido.conjuntivo2..A.inclusão.de.mais.uma.variável.experimental,. a.utilização.de.barreira,.pode. ser.evitada.através.da.realização.de.defeitos.em.tíbias..Arisawa.et.al4.(2000),.Silva14.(2000).e.Anbinder3.(2001).estudaram.o.reparo.de.defeitos.em.tíbias.de.ratos.e.não.verificaram.a.penetração.de.tecido.conjuntivo.na.lesão,.sem.a.utiliza-ção.de.barreira..Dada.a. facilidade.de. se. trabalhar. com.a.realização.de.defeitos.ósseos.em.tíbias.e.à.semelhança.do. reparo. destes. ossos. com. o. reparo. mandibular,. este.trabalho. foi. proposto. com.o.objetivo.de.determinar.o.tamanho.de.defeito.exeqüível.e.com.possibilidade.de.ser.utilizado. em. estudos. de. regeneração. óssea. de. maneira.inequívoca,.padronizando.o.modelo.experimental.

MATERIAl E MÉTOdOSEste.trabalho.está.de.acordo.com.os.Princípios.Éticos.

na.Experimentação.Animal.adotado.pelo.Colégio.Brasi-leiro.de.Experimentação.Animal. (COBEA).e. foi.apro-vado.pelo.Comitê.de.Ética.em.Pesquisa.da.Faculdade.de.Odontologia.de.São.José.dos.Campos-UNESP.

Para.esta.pesquisa.foram.utilizados.54.ratos.machos.adultos. (Rattus. norvegicus,. variação. albinus,. Wistar),.pesando. cerca. de. 400g,. divididos. em. grupos. de. seis.animais.cada..Os.animais.foram.anestesiados.com.uma.mistura.de.13mg/Kg.de.xilazina.(Rompum-.Bayer-.São.Paulo,.SP,.Brasil).e.33mg/Kg.de.cetamina.base.(Franco-tar-.Virbac-.Roseira,.SP,.Brasil),.via.intramuscular..Após.a.depilação.e.antissepsia.da.pele.sobre.a.tíbia.direita,.foi.realizada.incisão.de.aproximadamente.1,5cm.em.pele.e.músculo.na.região.do.terço.médio.tibiano,.até.o.periós-teo..Após.exposição.do.tecido.ósseo,.um.defeito.mono-cortical.foi.realizado,.na.região.de.maior.extensão.láte-ro-medial.do.terço.médio.do.osso,.com.a.utilização.de.broca.trefina.de.2mm,.3mm.ou.3,5mm.de.diâmetro,.de.acordo.com.o.grupo.experimental.(Quadro.1),.sob.irri-gação.constante.e.abundante.com.soro.fisiológico.estéril..Foi.realizada.sutura.da.camada.muscular,.da.pele.e.nova.antissepsia.com.álcool.iodado.da.área.operada.

Após. a. cirurgia,. todos. os. animais. receberam. dose.de. 1mg/Kg. de. antiinflamatório. (Diclofenaco. sódico.75mg-.Voltaren.injetável.-.Novartis.Biociências-Taboão.da.Serra,.SP,.Brasil),.e.24000.UI/Kg.de.benzilpenicilina.benzatina,. benzilpenicilina. procaína. e. benzilpenicilina.potássica.associadas.e.10.mg/Kg.de.diidroestreptomicina.base.sulfato.e.estreptomicina.base.sulfato,.também.asso-

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ciadas.(Pentabiótico.Veterinário-Fort.Dodge-Campinas,.SP,.Brasil).

Para.o.sacrifício,.após.os.períodos.de.observação.de.15,.30.e.45.dias,.os.animais.foram.novamente.anestesia-dos.e.decapitados.em.guilhotina..As.tíbias.direitas.foram.removidas.e.fixadas.com.solução.de.formol.a.10%.

Após.a.fixação,.as.peças.foram.submetidas.à.descal-cificação.em.solução.aquosa.de.ácido.etilendinetrilo.te-tra-acético-sal. dissódico. dihidratado. (EDTA-Titriplexâ.P.A. -.Merck-KgaA,.Darmstadt. -.Alemanha). e.hidróxi-do.de.sódio.P.A..(Merck-KgaA,.Darmstadt,.Alemanha).na.concentração.de.4,13%.e,.em.etapa.posterior,.foram.hemisseccionadas.transversalmente.na.região.central.do.defeito.ósseo..Cada.fragmento.foi. incluído,.no.sentido.da.superfície.de.corte,.em.um.bloco.de.parafina.e.sub-metido.à.técnica.histológica.de.rotina..Oito.cortes.semi-seriados.de.cada.bloco,.com.aproximadamente.5mm.de.espessura.e.15mm.entre.cada.nível,.foram.corados.com.hematoxilina.e.eosina.e.submetidos.à.análise.em.micros-copia.de.luz.

A.porcentagem.de. formação.óssea.no. centro.do.de-feito.foi.avaliada.histomorfometricamente,.através.de.pla-nimetria.por.contagem.de.pontos..Para.tanto,.utilizou-se.um.sistema-teste.quadrangular.composto.por.81.pontos,.superposto.à. imagem.histológica.para.contagem..Foram.selecionadas.quatro.lâminas.por.bloco,.sendo.uma.de.cada.nível.e,.em.cada.lâmina,.foi.realizada.a.contagem.apenas.do. campo. histológico. correspondente. à. região. central.do.defeito.ósseo.em.aumento.de.duzentas.vezes,.por.um.único.observador.que.desconhecia.o.grupo.a.qual.perten-ciam..Foram.considerados.os.pontos.do.sistema-teste.que.se.sobrepuseram.à.matriz.óssea..O.valor.de.porcentagem.de. área. por. animal. foi. a.média.dos. valores. obtidos.nas.oito.lâminas.avaliadas..Com.o.objetivo.de.avaliar.a.influ-ência.do.tamanho.do.defeito,.considerando-se.cada.perí-odo.experimental,.e,.também,.de.avaliar.a.influência.do.tempo.de.sacrifício.sobre.a.neoformação.óssea.no.centro.dos.defeitos,.utilizou-se.o.método.estatístico.da.análise.de.variância.(ANOVA,.a=5%),.com.o.auxílio.do.programa.

computacional.STATISTICA.for.Windows.(v..5.5,.2000,.StatSoft.Inc.,.Tulsa,.OK,.EUA).

RESUlTAdOSPara.efeito.de.análise,.desconsideraram-se.um.animal.

pertencente.ao.grupo.G3,5-30.e.dois.animais.do.grupo.G3,5-45,.que.apresentaram.fraturas.na.área.do.defeito..Os.resultados.das.análises.histológica.e.histomorfométri-ca.serão.apresentados.separadamente.

Análise.HistológicaVerificou-se,.pela.análise.histológica,.que.o.tamanho.

do.defeito. (2,.3.ou.3,5mm). realizado.na. tíbia.não. in-fluenciou.a.morfologia.verificada.nos.cortes.histológicos.dos.diferentes.grupos..As.diferenças.mais.marcantes.fo-ram.notadas.em.relação.aos.períodos.de.observação.(15,.30.e.45.dias)..Serão.descritas,.portanto,.as.características.morfológicas.pertinentes.a.cada.período.

Período.de.15.dias:.Nos.cortes.histológicos.dos.ani-mais.sacrificados.após.15.dias,.observou-se.o.fechamento.linear.dos.defeitos.experimentais.com.trabéculas.ósseas.imaturas,.não.lamelares.e.de.distribuição.irregular,.pre-sentes. em. grande. quantidade. no. canal. medular. (Figs..1e.2)..A. formação.óssea.originou-se.do.periósteo.e.do.endósteo..Nas.trabéculas.neoformadas,.com.células.os-teogênicas.circundantes.e.que.delimitavam.espaços.com.medula. hematopoiética. e. tecido. conjuntivo. ricamente.vascularizado. (Fig.. 2),. observaram-se. vasos. sangüíneos.jovens,.numerosos.osteócitos.e.osteoplastos.volumosos..Em.alguns.casos,.verificou-se.a.presença.de.células.gigan-tes.multinucleadas..O.tecido.conjuntivo,.corresponden-te.ao.periósteo.em.organização.ou.ao.resto.de.cicatriz.ci-rúrgica.sobre.a.área.do.defeito.ósseo,.apresentou-se.com.um.grande.número.de.células.alongadas.e.achatadas.em.sua.porção.de.contato.com.o.tecido.ósseo.neoformado..Áreas.de.remodelação.foram.identificadas.no.tecido.ós-seo.preexistente,.nas.regiões.próximas.ao.defeito.

Período.de.30.dias:.Nos.cortes.histológicos.dos.ani-mais.sacrificados.após.30.dias,.observou-se.também.fe-chamento.linear.dos.defeitos,.no.entanto,.houve.forma-

Quadro 1-.Grupos experimentais

Tamanho.do.defeito .....2mm.... 3mm 3,5mm

Sacrifício 15dias 30dias 45dias 15dias 30dias 45dias 15dias 30dias 45dias

Grupo.(n=6) G2-15 G2-30 G2-45 G3-15 G3-30 G3-45 G3,5-15 G3,5-30 G3,5-45

*n:.número.de.animais.por.grupo

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ção.de.ponte.de.tecido.ósseo.mais.cortical.e.compacto.(Fig..3)..O.osso.neoformado.apresentou-se.ora.lamelar,.com.osteócitos.pequenos,.ora.mais.irregular,.com.oste-ócitos. maiores. (Fig.. 4).. Verificou-se. ainda,. a. presença.de.tecido.medular.e.conjuntivo.vascular.incluídos.nesta.cortical. neoformada.. Menor. quantidade. de. trabéculas.ósseas.entrelaçadas,.com.arranjo.mais.lamelar.que.o.en-contrado.em.15.dias,.formando-se.em.direção.ao.canal.medular,.e.por.vezes.limitando.áreas.de.tecido.hemato-

Figuras 1 e 2 - Período de 15 dias: 1) Fechamento linear do defeito experimental. Tecido muscular e tecido conjuntivo sobre o tecido ósseo neoformado sem invasão do defeito. Margens do defeito definidas e formação de tecido ósseo no interior do canal medular. Aumento original de 25x. HE; 2) Margens do defeito definidas. Medula hematopoiética e formação de tra-béculas ósseas imaturas. Aumento original de 100x. HE.

Figuras 3 e 4 -..Período.de.30.dias:.3).Fechamento.linear.do.defeito.experimental..Margens.do.defeito.definidas.e.formação.de.tecido.ósseo.no.interior.do.canal.medular..Tecido.muscular.e.tecido.conjuntivo.sobre.o.tecido.ósseo.neoformado.sem.invasão.do.defeito..Aumento.original.de.25x..HE;.4).Osteócitos.peque-nos,.linhas.reversas.basófilas.e.células.osteogênicas..Aumento.original.de.400x..HE.

poiético.puderam.ser.observadas.(Fig..3)..Linhas.reversas.basófilas. (Fig.. 4). e. células. gigantes.multinucleadas. en-contradas. nas. trabéculas,. em. vários. cortes. histológicos.foram. indicativas. de. remodelação. óssea.. Remodelação.óssea.também.ocorreu.no.tecido.cortical.preexistente.

Período.de.45.dias:.Neste.grupo.também.foi.observa-do.fechamento.linear.dos.defeitos.experimentais,.com.a.formação.de.ponte.de.tecido.ósseo.predominantemente.cortical,.mais. espesso. em. relação. aos. demais. períodos,.

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porém. ainda,. em. menor. espessura. que. o. tecido. ósseo.adjacente. ao. defeito. (Fig.. 5).. As. bordas. dos. defeitos.apresentaram-se.nítidas.como.nos.demais.períodos,.en-tretanto,. o. tecido. ósseo. neoformado. dos. grupos. com.este.período.de.observação,.devido.a.sua.organização.e.conformação. lamelar,. apresentou.maior. semelhança.ao.tecido.ósseo.adjacente.(Fig..6)..O.periósteo.e.o.endósteo.apresentaram-se.organizados,.na.maioria.das.vezes..Ob-servaram-se.escassas.trabéculas.ósseas.projetadas.para.o.

interior.do.canal.medular.formadas,.assim.como.a.pon-te.de.tecido.cortical,.por.tecido.ósseo.compacto.lamelar.com.osteócitos.pequenos.e.a.presença.de.linhas.reversas.basófilas.

Análise.histomorfométricaEstão.representados.na.figura.7.as.médias.e.desvios-

padrão.dos.valores.de.porcentagem.óssea.no.centro.do.defeito.nos.animais. sacrificados.após.15,.30.e.45.dias..Observou-se.diferença.estatisticamente.significante.entre.os. animais. sacrificados.nos.diferentes.períodos. (ANO-

Figuras 5 e 6 - Período de 45 dias: 5) Fechamento linear do defeito experimental com a formação de ponte de tecido ósseo predomi-nantemente cortical. Margens do defeito definidas e escassa formação de tecido ósseo no interior do canal medular. Tecido muscular e tecido conjuntivo sobre o tecido ósseo neoformado sem invasão do defeito. Aumento original de 25x. HE; 6) Tecido conjuntivo sobre o defeito. Margens do defeito definidas e medula hematopoiética. Aumento original de 100x. HE.

Figura 7 - Médias e desvios-padrão referentes aos valores de porcentagem de formação óssea no centro do defeito nos diferentes períodos experimentais.

Figura 8 - Médias e desvios-padrão dos valores de por-centagem de formação óssea no centro do defeito referentes à interação entre tamanho do defeito e tempo de sacrifício.

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VA,.Fgl. (2;.42).=.234,85;.p=0,001),. sendo.que.houve.formação.crescente.de.tecido.ósseo.com.o.aumento.do.tempo.

Na.figura.8,.estão.ilustradas.as.médias.e.desvios-pa-drão.dos.valores.de.porcentagem.óssea. referentes. à. in-teração.entre.tamanho.do.defeito.e.tempo.de.sacrifício..Considerando-se. cada.período. experimental,. não.hou-ve.diferença.estatística.entre.os.valores.de.porcentagem.de. formação. óssea. encontrados. no. centro. dos. defeitos.de.diferentes. tamanhos. (ANOVA,.Fgl.. (4;.42).=.0,72;.p=0,584).

dIScUSSãOHistologicamente,.todos.os.defeitos.apresentaram.fe-

chamento.linear,.sendo.que.nos.grupos.de.animais.sacri-ficados.15.dias.após.a.cirurgia,.observaram-se.trabéculas.ósseas.imaturas,.não.lamelares.e.de.distribuição.irregular.e.que.nos.grupos.sacrificados.30.e.45.dias.após.a.reali-zação. do. defeito,. verificou-se. a. formação. de. ponte. de.tecido.ósseo.mais.cortical.e.compacto..Para.os.animais.sacrificados.15.e.30.dias.após.a.realização.do.defeito.ci-rúrgico,.encontrou-se.similaridade.na.análise.histológica.descrita.por.Anbinder3.(2001),.com.relação.aos.grupos.controle. de. período. de. sacrifício. compatível.. Através.da.análise.estatística,.observou-se.diferença.significante.entre. os. períodos. de. sacrifícios,. demonstrando-se. que,.quanto.maior.o.tempo.de.sacrifício,.maior.foi.a.porcen-tagem. de. formação. óssea. no. centro. do. defeito,. sendo.este.um.resultado.previsível.

Visto.que.houve.fechamento.linear.de.todos.os.defei-tos.experimentais.realizados.(2,.3.e.3,5mm).em.todos.os.períodos.observados.(15,.30.e.45),.segundo.o.conceito.de. Schmitz. &. Hollinger. 13. (1986),. em. nosso. experi-mento. realizaram-se. defeitos. menores. que. o. tamanho.crítico..Encontrou-se.dificuldade.em.se.realizar,.em.estu-do.piloto,.defeitos.de.4mm.em.tíbias,.sem.que.houvesse.envolvimento.da.epífise.ou.fratura..Verificaram-se.fratu-ras.em.10.animais.dentre.os.12.ratos.nos.quais.confec-cionou-se.defeito.de.4mm..Optou-se.por.realizar,.tanto.no. estudo.piloto,. como.neste. trabalho,.defeitos. ósseos.distantes. das. epífises,. evitando-se. área. de. cartilagem. e.de.osso.predominantemente.esponjoso..Macedo.et.al.10.(2000),.entretanto,.utilizaram.trépano.de.4mm.de.diâ-metro.para.a.realização.do.defeito.ósseo.em.tíbia.de.ratos.verificando.fechamento.com.tecido.ósseo.lamelar,.após.o.preenchimento.da.lesão.com.partículas.de.vidro.cerâmi-co.bioativo,.nos.períodos.de.30.e.60.dias..Os.resultados.

de.Macedo.et.al..10.(2000).podem.estar.relacionadas.à.localização.mais.proximal.do.defeito.ósseo.confecciona-do.na.tíbia.por.tais.autores,.ou.ainda.pelo.preenchimen-to.da.loja.óssea.com.o.material.testado.

A.realização.de.defeitos.de.3,5mm.no.terço.médio.ti-biano.de.ratos.com.aproximadamente.400g.de.peso.tam-bém.apresentou.limitações,.devido.às.fraturas.ocorridas.(uma.no.grupo.G3,5-30.e.duas.no.grupo.G3,5-45).

O.tamanho.do.defeito.experimental,.em.cada.perío-do.de.observação,.não.influenciou.a.porcentagem.de.for-mação.óssea.no.centro.do.defeito,.levando.à.idéia.de.que.defeitos.de.diferentes.tamanhos,.na.localização.utilizada.neste.trabalho,.possuem.a.mesma.velocidade.de.repara-ção..Apesar.de.em.todos.os.grupos.analisados.ter.ocor-rido. o. fechamento. linear. do. defeito. experimental,. em.todos.os.espécimes,.o.defeito.foi.identificado,.diferindo.do.tecido.ósseo.antigo,.sem.haver.completo.reparo.e.re-modelação.espontânea..Segundo.Gosain.et.al.8.(2000),.a.avaliação.linear,.ao.contrário.da.avaliação.de.área,.não.expressa. adequadamente. o. comportamento. biológico.do.reparo.de.defeitos.ósseos..Como,.neste.trabalho,.não.houve.fechamento.completo.da.área.total.do.defeito.em.nenhum.grupo,.todos.os.tamanhos.de.defeitos.testados,.principalmente.nos.períodos.de.15.e.30.dias,.podem.ser.utilizados.para. a. avaliação.da.ação.de.medicamentos. e.materiais.em.estudos.de.regeneração.óssea.

Durante.o.processo.de.hemissecção.das.peças,.os.de-feitos. foram. mais. facilmente. localizados. nos. ossos. dos.animais.sacrificados.em.15.dias.e.naqueles.nos.quais.fo-ram. confeccionados. os. defeitos. maiores. (3. e. 3,5mm),.sendo.de.grande.dificuldade.a.localização.do.centro.do.defeito.de.2mm.aos.30.e.45.dias..Tal.dificuldade.práti-ca.deve.ser.levada.em.conta.no.planejamento.de.experi-mentos.que.utilizem.o.modelo.proposto.nesta.pesquisa.

cONclUSãOComo.não.houve.fechamento.da.área.total.do.defei-

to,.pode-se.utilizar,.com.ressalvas,.o.modelo.de.defeito.ósseo.em.diáfise.de.tíbias.de.ratos.para.pesquisas.sobre.reparo.ósseo..Dada.às.semelhanças.do.reparo.nos.defei-tos.de.2,.3.e.3,5mm,.são.questões.de.ordem.prática.que.permitem.ao.pesquisador.escolher.o.melhor.tamanho,.e.recomendamos,. segundo. os. resultados. de. nosso. traba-lho,.o.tamanho.intermediário,.nos.menores.períodos.

AGRAdEcIMENTOS: Ao.CNPq/PIBIC.pela.concessão.de.auxílio.financeiro.e.à.empresa.A.S..Technology,.pelo.fornecimento.das.brocas.utilizadas.

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2. .Almeida.JD,.Carvalho.YR,.Rocha.RF,.Arisawa.EAL..Estudo.da.reparação.óssea.em.mandíbula.de.ratos..Pós-Grad. Rev. Fac. Odontol. São. José. dos. Campos.2000.jan-jun;3:.49-53.

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4. .Arisawa.EAL,.Rocha.RF,.Carvalho.YR,.Moraes.E;.Almeida.JD..Influência.da.calcitonina.na.reparação.óssea.de.tíbias.de.ratas.ovariectomizadas..Pós-Grad.Rev.Fac.Odontol. São. José.dos.Campos.2000. jan-jun;.3:.49-53.

5. .Arisawa.EAL..Influência.da.calcitonina.na.regenera-ção.óssea.em.mandíbulas.de.ratas.ovariectomizadas.[Tese.de.Doutorado]..São.José.dos.Campos:.Facul-dade.de.Odontologia.da.UNESP;.2000.

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Recebido.em.02/05/2005Aceito.em.04/03/2006

REFERÊNcIAS BIBlIOGRÁFIcAS

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Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo2005 set-dez; 18(1)15-21

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ESTUdO dA PREvAlÊNcIA dAS ANOMAlIAS dENTÁRIAS dE dESENvOlvIMENTO EM dAdA POPUlAÇãO, cOM O USO dE RAdIOGRAFIAS PANORÂMIcAS

STUDY OF THE PREVALENCE OF DENTAL DEVELOPMENT ANOMALIES IN A POPULATION SAMPLE THROUGH PANORAMIC X-RAYS

José Raul Girondi *Marlene Fenyo-Pereira **

Paulo Sérgio Flores Campos ***Jurandyr Panella ****

RESUMO

O estudo das anomalias dentárias de desenvolvimento tem apresentado resultados nem sempre conver-gentes. Os índices de prevalência, distribuição por sexo, arcada, lado e dentes envolvidos têm variado na literatura, segundo a população pesquisada. Neste trabalho foram avaliadas 533 radiografias panorâmi-cas, de pacientes dos sexos feminino e masculino, buscando-se identificar e caracterizar a sua ocorrência. Alguns dos resultados encontrados foram: a) macrodontia – prevalência de 0,75%, dente mais envolvido o terceiro molar superior; b) microdontia – prevalência de 2,81%, dente mais envolvido o incisivo lateral superior direito; c) taurodontia – prevalência de 1,5% e dente mais envolvido o segundo molar inferior; d) anodontia – prevalência de 6,57%, dente mais envolvido o terceiro molar inferior; e) dentes supra-numerários – prevalência de 1,5% e região mais envolvida a região de molares superiores; f ) dentes não irrompidos – prevalência de 31,52% e o dente mais envolvido foram os terceiros molares inferiores; g) transposição – prevalência de 0,38%, não foi considerado o elemento mais envolvido por constarem apenas 2 casos da amostra. Constituiu-se do objetivo, neste trabalho, traçar o perfil da população estu-dada, no que se refere às anomalias pesquisadas. A análise dos resultados permite inferir que a amostra populacional avaliada apresenta traços característicos e peculiares.dEScRITORES: Anomalias.dentárias;.Radiografias.Panorâmicas.

ABSTRAcT

Several.studies.concerning.dental.development.abnormalities.have.not.shown.accordant.results..The.data.about.prevalence,.sex.distribution,.dental.arch,.side.and.involved.tooth.have.been.di-fferent,.depending.on.the.author,.due.to.the.specific.population.researched..In.this.report,.533.panoramic.radiographs.of.both.gender.were.studied.in.order.to.establish.the.occurrence.of.the.following.abnormalities:.a).macrodontia.–.prevalence:.0.75%,.the.most.involved.tooth.being.the.upper.third.molar;.b).microdontia.–.prevalence:.2.81%,.the.most.involved.tooth.being.the.right.upper.lateral.incisor;.c).taurodontism.–.prevalence:.1.5%,.the.most.involved.tooth.being.the.lower.second.molar;.d).fused.roots.–.prevalence:.9.9%,.the.most.involved.tooth.being.the.upper.second.molar;.e).anodontia.–.prevalence:.6.57%,.the.most.involved.tooth.being.the.lower.third.molar;.f).supernumerary.tooth.–.prevalence:.1.5%,.the.most.involved.area.being.the.upper.molars;.g).impacted.tooth.–.prevalence:.31.52%,.the.most.involved.tooth.being.the.lower.third.molar;.h).transposition.–.prevalence:.0.38%..The.aim.was.to.delineate.the.population.concerning.the.rese-arched.abnormalities..The.analysis.of.the.results.showed.that.the.studied.population.has.its.own.features.

dEScRIPTORS:.Dental.development.abnormalities;.Panoramic.radiographs.

. *. Doutorando.em.Diagnóstico.Bucal,.sub-área.Radiologia.da.Faculdade.de.Odontologia.da.Universidade.de.São.Paulo.

. **. Professora.Associada.da.Disciplina.de.Radiologia,.do.Departamento.de.Estomatologia.da.Faculdade.de.Odontologia.da.Universidade.de.São.Paulo.

. ***. Professor.Adjunto.da.Disciplina.de.Radiologia.da.Faculdade.de.Odontologia.da.Universidade.Federal.da.Bahia.

.****. .Professor.Titular.da.Disciplina.de.Radiologia,.do.Departamento.de.Estomatologia.da.Faculdade.de.Odontologia.da.Universidade.de.São.Paulo..Professor.Titular.da.Disciplina.de.Radiologia.da.UNICID.

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Girondi JR, Fenyo-Pereira M, Campos PSF, Panella J. Estudo da prevalência das anomalias dentárias de desenvolvimento em dada população com o uso de radiografias panorâmicas. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo –2006 jan-abr; 18(1)15-21

INTROdUÇãONo.que.concerne.ao.capítulo.das.anomalias.dentárias.

de.desenvolvimento,.a.literatura.apresenta-se.rica.em.es-tudos.que.buscam.a. caracterização.de. cada.uma.delas,.visto.que.é.inequívoca.a.influência.de.fatores.ambientais.e.traços.étnicos.na.sua.manifestação.e.a.imagem.panorâ-mica.revela-se.o.instrumento.mais.adequado.a.tais.ava-liações.

Tendo.as.suas.bases.estabelecidas.em.1958.por.Paa-tero23,.a.radiografia.panorâmica,.dada.a.sua.abrangência.e.a.sua.característica.tomográfica,.logo.se.tornou.instru-mento.de.qualidade.inquestionável.no.delineamento.do.perfil. epidemiológico. de. diversas. condições. mórbidas.que.acometem.o.terço.médio-inferior.da.face..Reconhe-ce-se.a.radiografia.panorâmica.como.a.melhor.imagem.convencional. para. visualização. das. anomalias. maxilo-mandibulares,.dentre.outras.indicações..Há.que.se.reco-nhecer,.contudo.que.a.radiografia.panorâmica.possui.li-mitações.e.que.o.seu.princípio.tomográfico.de.aquisição.de.imagem,.tende.a.comprometer.a.imagem.de.estrutu-ras.que.se.encontram.aquém.e.além.da.camada.focal.

Variando.de. alterações.morfológicas. a.quantitativas..e.estruturais,.as.anomalias.dentárias.de.desenvolvimento.podem.se.manifestar.das.mais.variadas.formas.apresen-tando.as.mais.distintas.características.clínicas.

REvISãO dA lITERATURAA. Macrodontia. pode. ser. entendida. de. uma. forma.

simplista,.como.dentes.de.tamanho.avantajado,.maiores.que. os. considerados. normais.. . Nuez22. (1960). enfatiza.que.a.anomalia.pode.se.manifestar.de.forma.segmentar,.comprometendo.apenas.determinado.segmento.do.den-te.ou.apenas.a.coroa.ou.só.a.raiz..Shafer.et al.26.(1987).apresentam. uma. classificação. considerando. dois. tipos.fundamentais:.macrodontia.localizada.–.envolvendo.um.único.dente.e.a.macrodontia.generalizada.-.acometendo.todos.os.elementos.dentários,.geralmente.relacionada.a.pacientes.sindrômicos.

O.oposto,.a.microdontia.também.tem.sido.objeto.de.sistemáticas.pesquisas..Regezi.e.Sciubba25.(1991).classi-ficam.a.microdontia.em.generalizada,.relativa.e. focal.e.quando.a.microdontia.acomete.o. incisivo. lateral. supe-rior.pode.auferir.ao.dente.uma.forma.peculiar.que.tem.recebido.a.denominação.de.incisivo.lateral.conóide.(Sha-fer.et al.26,.1987).

Com.relação.à.taurodontia,.trata-se.de.uma.alteração.morfológica.que.se.caracteriza.pelo.aumento.da.dimen-

são. ocluso-apical. da. câmara. pulpar. e. conseqüente. en-curtamento.das.raízes.dos.molares,(Miles.et al.20,.1991;.Alvares.e.Tavano1,.1998;.Farman.et al.9,.1993)..Histo-logicamente,.demonstra.que. a. condição. resulta.de.um.transtorno.na.função.morfológica.da.bainha.de.Hertwig.que.deveria.invaginar-se.e.fundir-se.a.um.determinado.nível.para.dar.origem.às.raízes.dos.dentes.multirradicu-lares.e.falharia.em.estabelecer.a.altura.correta.da.divisão.das.raízes,.fazendo-o.tardiamente,.dando.como.conseqü-ência.um.dente.de.raízes.curtas,.corpo.alongado.e.polpa.alargada.(Lunt16,.1954;.Hammer et al.12,.1964).

O. fusionamento. de. raízes,. uma. característica. dos.molares. corresponde. à. redução. do. número. normal. de.raízes.dentárias,.acompanhada.ou.não.da.redução.do.nú-mero.de.canais.radiculares..Como.fator.etiológico.para.a.manifestação.da.condição,.sugere-se.que.a.fusão.ocor-reria.devido.à.falta.de.espaço.durante.a.rizogênese,.dada.à. localização.das. referidas.unidades.dentárias,. (Nuez22,.1960)

A.anodontia. tem. sido.definida. classicamente. como.sendo.a.redução.do.número.normal.de.dentes.esperado.para.cada.uma.das.dentições..Abordando.os.possíveis.fa-tores.etiológicos.determinantes.da.ausência.congênita.de.dentes.Craig7.(1968).aponta.o.fator.hereditário,.fatores.locais.(trauma.e.infecção),.displasia.ectodérmica,.radia-ção.X,.associação.com.fenda.palatina.e.o.fator.evolutivo,.que. determinaria. uma. redução. do. número. de. dentes,.acompanhando,.dessa.forma,.uma.gradativa.redução.do.tamanho.dos.ossos.maxilares.e.da.mandíbula..

Dentes. supra-numerários. são. todos. aqueles. a. mais.em.cada.uma.das.dentições.e.que.podem.apresentar-se.com. morfologia. semelhante. aos. dentes. da. região. aon-de.aparecem.(eumorfos).ou.podem.mostrar.uma.forma.anômala.que.em.nada. faz. lembrar.os.dentes.do.grupo.ao.qual.estão.associados..Baseados.nessa.particularidade,.Alvares.e.Tavano1.(1998).chamam.de.supra-numerários.aos.dentes.eumorfos.e.de.acessórios.aos.dentes.dismor-fos..Shafer.et al.26..(1987).e.Ishikawa.e.Waldron13.(1989).consideram.que.o.atavismo.desempenha.um.papel.fun-damental.no.aparecimento.de.dentes.supra-numerários.

Dentes.inclusos,.impactados.ou.não.irrompidos.são.aqueles.que.não.completaram.a.erupção.devido.a.diferen-tes.fatores.como.falta.de.força.eruptiva,.ou.cuja.erupção.fosse. impedida.por. alguma.barreira. física.na. sua. traje-tória. como. falta. de. espaço.por. apinhamento.dos.den-tes,.perda.prematura.de.dentes.decíduos.e. fechamento.parcial.dos.espaços.correspondentes.aos.mesmos,.rotação.

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dos.germes.dentários.resultando.em.dentes.com.desvio.do.eixo.longitudinal,.morfologia.dentária.anormal,.he-reditariedade,.anquilose.de.dentes.decíduos,.presença.de.dentes.supra-numerários,.presença.de.tecido.ósseo.denso.ou.tecido.fibroso.no.curso.de.erupção.do.canino,.histó-ria.de.trauma.ou.injúria.sobre.a.área13,25,26.

Com.relação.transposição,.ela.pode.ser.considerada.como.resultante.de.um.desvio.da.posição.de.um.dente..Clinicamente.seria.identificado.como.a.troca.de.posição.entre.dois.dentes.adjacentes,.alterando.a.ordem.natural.no.arco.dental18..Como.fatores.etiológicos.várias.são.as.hipóteses. discutidas. por. diferentes. autores,. dentre. eles.poderíamos. mencionar. movimentação. intra-óssea. dos.dentes. em.desenvolvimento,. retenção.dos.dentes. decí-duos.e.a.perda.precoce.dos.mesmos17..

MATERIAl E MÉTOdOSForam. examinadas. 533. radiografias. panorâmicas,.

sendo.221.de.indivíduos.do.sexo.masculino.e.312.indi-víduos.do. sexo. feminino,.abrangendo.uma. faixa.etária.de.12.a.25.anos,.dos.arquivos.de.Clínica.de.Ortodontia.da.cidade.de.Bragança.Paulista..

Os.critérios.de.seleção.incluíram.o.paciente.ser.por-tador.de.dentição.completa,.sem.haver.perdido.elemen-tos.dentários.por. avulsão.e. as. radiografias. selecionadas.deveriam. apresentar. bom. padrão. técnico.. Na. análise.estatística,.foram.calculadas.proporções.e.os.respectivos.intervalos.de.confiança,.baseados.no.método.de.Fleiss10.(1981),.com.um..a..de.5%.

RESUlTAdOS E dIScUSSãONo.que.se.refere.a.Macrodontia,.registramos.um.ín-

dice.de.prevalência.de.0,75%,.valor. este.que. se. acerca.dos.índices.de.0,23%.e.1,3%.registrados.por.Leyt.et al.15..(1968).e.CAMPOS5.(1996),.respectivamente.e.distan-cia-se.dos.índices.de.2,75%.registrado.por.Arita.e.Frei-tas2.(1985).e.de.4,3%.observado.por.Lee14.(1999).

O.maior.envolvimento.de.quadrantes.e.arcadas.supe-riores,.de.outra.parte,.converge.para.os.resultados.apre-sentados.por.Campos5.(1996).e.Lee14.(1999).

No.que.diz.respeito.a.dentes.mais.envolvidos,.o.não.registro.de.comprometimento.dos.incisivos.centrais.su-periores,.aqui.observado,.contrasta.com.o.que.referencia.a.maioria.dos.autores..Entretanto,.considerando..o.baixo.percentual.de.prevalência.da.condição.e.o.tamanho.da..amostra,.não.parece.incoerente.a.ausência.de.registro.de.macrodontia.para.tais.unidades.dentárias.

Com.relação.à.Microdontia,.mais.próximo.do.índice.de.0,23%.registrado.por.Leyt.et al.15..(1968),.a.prevalên-cia.de.2,81%,.aqui.registrada,.distancia-se.sobremaneira.dos.percentuais.de.12,15%,.8,4%.e.7,4%.registrados.por.Arita.e.Freitas2.(1985),.Campos5.(1996).e.Lee14.(1999),.respectivamente.

Enquanto.aqui,.observa-se.um.maior.envolvimento.do.quadrante.superior.direito,.Campos5.(1996).registra.maior.comprometimento.para.o.quadrante.superior.es-querdo.

O.maior.comprometimento.de.incisivos.laterais.supe-riores.e.terceiros.molares.superiores.corrobora.a.opinião.de.Shafer.et al.26...(1987).e.Regezi.e.Sciubba25.(1991).e.contrasta.com.o.observado.por.Lee14.(1999).que,.apesar.de.concordar.em.que.tais.dentes.apresentam-se.mais.fre-qüentemente.envolvidos,.estabelece.a.ordem.inversa.

A. prevalência. de. 34,8%. registrada. por. Campos5.(1996),. para. a. Taurodontia,. mostra. um. contraste. ex-pressivo.com.o.índice.de.1,5%.aqui.observado,.o.qual.aproxima-se.mais.do.índice.de.5,5%.registrado.por.Lee14.(1999).. Pode-se. inferir,. cotejando. tais. resultados,. que.populações.distintas.e.parcela.de. subjetividade.contida.no.critério.diagnóstico.devam.ser.determinantes.em.re-sultados.tão.díspares.

Para.a.distribuição.por.arcada,.o.equilíbrio.entre.as.arcadas,. aqui.observado,.opõe-se.ao.maior.comprome-timento. da. arcada. superior,. registrado. por. Campos5.(1996).e.da.arcada.inferior,.registrado.por.Lee14.(1999).

Os.segundos.molares.apresentam-se,.de.forma.con-sensual,.como.os.dentes.mais.freqüentemente.compro-metidos..

Raízes.fusionadas.exibem.uma.prevalência.de.9,9%..Este. resultado. mostra. proximidade. do. índice. de. 11%.observado. por. Campos5. (1996). . e. diverge. do. percen-tual.de.21,6%.registrado.por.Lee14.(1999)..A.distribui-ção.eqüitativa.entre.quadrantes,.arcadas.e.lados.também.contrasta. com. o. maior. envolvimento. de. quadrantes. e.arcada.inferiores,.aposto.por.Lee14.(1999).

Como.aqui.observado,.o.predominante.envolvimen-to.dos.segundos.molares.é.registrado.por.Ishikawa.e.Wal-dron13.(1989).e.Lee14.(1999).

A. prevalência. de. 6,57%. expressa. para. Anodontia,.mostra-se. superior. ao. índice. de. 3,1%. encontrado. por.Vedovelo.Filho29.(1973).e.de.3,8%.observado.por.Tanaka.et al.27.(1995).e.aproxima-se.dos.percentuais.de.6,01%,.7,4%.e.8,9%.registrados.por.Clayton6.(1956),.Niswan-der.e.Sujaku21.(1963).e.Tompson.e.Popovich28.(1974),.

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respectivamente..Encontra-se.por.outro.lado,.bem.abai-xo.das.taxas.de.57,5%,.22,1%.e.15,2%.observadas.por.Arita.e.Freitas2.(1985),.Campos5.(1996).e.Lee14.(1999).

O.equilíbrio.na.distribuição.por.arcada,.aqui.obser-vado,. contrapõe-se. ao. maior. envolvimento. da. arcada.inferior.observado.por.Campos5.(1996)..Em.contrapar-tida,.a.distribuição.equilibrada.entre.lados.está.em.con-sonância.com.o.verifi.cado.por.Lee14.(1999).

Como.observado.no.Gráfi.co.5,.os.segundos.pré-mo-

Gráfi co 4: Dentes mais envolvidos, para raízes fusionadas

Gráfi co 7:Dentes mais envolvidos, para dentes não irrompidosGráfi co 6: Dentes mais envolvidos, para dentes supranumer-ários

Gráfi co 5: Dentes mais envolvidos, para anodontia

Gráfi co 3: Dentes mais envolvidos, para taurodontiaGráfi co 2: Dentes mais envolvidos, para microdontia

Gráfi co 1: Dentes mais envolvidos, para macrodontia

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lares.inferiores.incluem-se.entre.os.dentes.mais.envolvi-dos.pela.condição..Via.de.regra,.a.literatura.refere.tercei-ros.molares,.superiores.ou.inferiores,.e.incisivos.laterais.superiores,.alternando-se.a.ordem,.como.os.dentes.mais.freqüentemente.comprometidos.

Os.dados.apresentados.mostram.um.índice.de.preva-lência.para.dentes.supra-numerários.(1,5%).muito.pró-ximo.ao.encontrado.por.Bodin.et al.3.(1978).(1,59%);.Campos5. (1996). (1,2%). e. Lee14. (1999). (1,1%).. Con-tudo,.afasta-se.sobremaneira.dos.índices.registrados.por.El-Gally. e. Soliman8. (1976). (2,1%),. Patrício24. (1979).(2,75%).e.Tanaka.et al.27.(1995).

No.que. se. refere. à. região.mais. afetada,. o. gráfico.6.revela.uma.maior.envolvimento.da.região.de.molares.su-periores,.o.que.conflui.para.os.resultados.de.Lee14.(1999).e.se.mostra.em.desacordo.com.os.resultados.dos.traba-lhos.de.Arita.e.Freitas2.(1985),.Tanaka.et al.27..(1995).e.Campos5.(1996),.para.quem.a.região.antero-posterior.é.a.mais.afetada.

Os. dentes. não. irrompidos. apresentaram. índice. de.31,52%,. próximo. ao. valor. encontrado. por. Brown. et al.4.(1982).que.foi.de.30,8%.e.de.Campos5.(1996).com.valor.de.32,1%,.embora.encontre-se.muito.aquém.dos.resultados.de.Lee14. (1999).que.encontrou.resultado.de.51%.

Brown.et al.4.(1982).e.Arita.e.Freitas2.(1985).regis-traram. uma. maior. presença. de. dentes. não. irrompidos.na.mandíbula,.ao.contrário.do.que.foi.observado.nesse.trabalho,.onde.verifica-se.uma.distribuição.equivalente.entre.quadrantes,.arcadas.e.lados.

A.maior.prevalência.de.não.irrompimento.de.tercei-ros.molares,.superiores.ou.inferiores,.e.caninos.superio-res.está.coerente.com.a.hipótese.de.que.a.cronologia.de.erupção.das.unidades.dentárias.associada.à. falta.de.es-paço.nas.arcadas.funcionariam.como.o.fator.etiológico.mais.provável.na.manifestação.da.condição.

Condição.incomum,.cuja.raridade.é.traduzida.pelos.índices.de.prevalência.registrados.na.literatura,..a.Trans-posição.apresenta.aqui.taxa.de.0,38%,.tão.baixa.quanto.as.taxas.de.0,3%.de.Campos5.(1996).e.de.0,2%.de.Lee14.(1999)..

A.imensa.maioria.dos.casos.de.transposição.relatados.na.literatura.envolve.canino,.sendo.que.a.inversão.mais.comum.ocorre.com.um.dente.seu.vizinho,.como.afirma.Gibilisco11.(1986)..Segundo.Maia.e.Maia19.(2000).80%.dos.casos.que.acometem.maxila,.envolvem.o.canino.e.o.primeiro.pré-molar..Neste.estudo,.entretanto,.o.registro.

de.apenas.dois.casos.não.permite.maiores. inferências.a.respeito.desta.anomalia.

Conclusões

1).A.Macrodontia.apresentou-se.com.uma.prevalên-cia.de.0,75%,.com.envolvimento.preferencial.dos.qua-drantes. superiores,. encontrando-se. como. dentes. mais.envolvidos:. terceiro. molar. superior. esquerdo,. terceiro.molar.inferior.direto.e.segundo.molar.superior.direito;

2).A.Microdontia. . teve.prevalência.de.2,81%,.não.apresentando. diferença. estatisticamente. significante. na.distribuição.por. arcada.ou. lado..Sendo.os.dentes.mais.envolvidos.incisivo.lateral.superior.direito,.incisivo.late-ral.superior.esquerdo,.terceiro.molar.superior.esquerdo.e.terceiro.molar.superior.direito;

3).Taurodontia.não.apresentou.diferença.estatistica-mente.significante.para.quadrante,.arcada.ou.lado,.com.prevalência.de.1,5%,.apresentaram-se.como.dentes.mais.envolvidos.os.segundos.molares.inferiores,.segundos.mo-lares.superiores,.primeiros.molares.superiores.e.terceiros.molares.superiores;

4).Para.as.Raízes.Fusionadas.encontramos.uma.pre-valência.de.9,9%,.sem.diferença.estatisticamente.signi-ficante.na.distribuição.de.quadrante,.arcada.ou.lado..Os.dentes.mais.envolvidos. foram:. segundos.molares. supe-riores,.segundos.molares.inferiores,.terceiros.molares.su-periores,.e.terceiros.molares.inferiores;

5). Anodontia. apresentou-se. com. prevalência. de.6,57%,. não. havendo. diferença. estatisticamente. signi-ficante. na. distribuição. por. quadrante,. arcada. ou. lado,.sendo.os.dentes.mais.envolvidos.os.terceiros.molares.in-feriores,.terceiros.molares.superiores,.segundos.pré-mo-lares.inferiores.e.incisivos.laterais.superiores;

6). Para.os.Dentes.Supra-numerários.a.prevalência.apontada. foi. de. 1,5%,. sem. diferença. estatisticamen-te. significante.na.distribuição.de.quadrante,. arcada.ou.lado..Apresentando.como.regiões.mais.acometidas.as.de.molares.superiores,.molares.inferiores,.pré-molares.infe-riores.e.região.ântero-superior;

7). Uma.prevalência.de.31,52%.foi.apontada.para.os.dentes.não. irrompidos,.não.havendo.diferença.esta-tisticamente.significante.na.distribuição.por.quadrante,.arcada.ou.lado..Apresentando.como.dentes.mais.envol-vidos.os.terceiros.molares.inferiores,.os.terceiros.molares.superiores.e.caninos.superiores;

8). Prevalência.para.Transposição:.0,38%.

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Recebido.em.24/05/2004Aceito.em.02/12/2005

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AvAlIAÇãO dE dUAS PONTAS UlTRASSôNIcAS PARA RETRO-PREPARO, EMPREGAdAS EM dIFERENTES POTÊNcIAS

EVALUATION OF TwO TYPES OF ULTRASONIC TIPS IN RETRO-PREPARATIONS, USING DIFFERENT POwERS

Ana Carolina do Valle de Moura Leite *Giulio Gavini **

. *. Cirurgiã.–.Dentista.formada.pela.Faculdade.de.Odontologia.da.Universidade.de.São.Paulo**. Professor.Doutor.da.Disciplina.de.Endodontia.da.Universidade.de.São.Paulo..Professor.Titular.da.Disciplina.de.Endodontia.da.UNISANTA

RESUMOIntrodução.-.No.presente.estudo.avaliamos.“in.vitro”,.através.da.microscopia.óptica,.a.regularidade.da.superfície.radicular.e.a.quantidade.de.trincas.após.a.realização.de.retro-preparo.com.aparelho.de.ultra-som.em.3.diferentes.potências,.empregando-se.2.tipos.de.pontas..Métodos.–.Foram.utilizados.30.caninos.preparados.e.obturados.antes.da.apicectomia,.realizada.com.broca.em.alta.rotação,.seguindo-se.plano.de.45º.em.relação.ao.eixo.radicular..As.superfícies.apicais.foram.coradas.e.observadas.ao.microscópio.num.aumento.de.40x.para.detecção.de.trincas,.sendo.que.as.mesmas.não.foram.detectadas.em.nenhum.dos.espécimes.analisados..A.seguir.os.dentes.foram.divididos.em.dois.grupos,.levando-se.em.conta.o.tipo.de.ponta.a.ser.empregada.no.retro-preparo,.a.saber:.grupo.A.ponta.lisa.e.B.diamantada..Em.seguida,.cada.grupo.foi.subdividido.de.acordo.com.a.potência.ultrassônica.a.ser.empregada:.alta,.média.e.baixa..Após.a. realização.dos. retro-preparos,. a.presença.de. trincas. e.a. regularidade.do.preparo. foram.observadas.ao.microscópio.óptico.num.aumento.de.56.x,.adaptado.a.uma.câmera.de.vídeo.acoplada.a.um.microcom-putador..Resultados. -.Dos.dentes. retropreparados. empregando-se.ponta. lisa,.11.apresentaram.preparos.regulares,. contra. 4. espécimes. preparados. com. ponta. diamantada.. Analisando-se. estatisticamente. estes.resultados,.valendo-se.do.Teste.do.X²,.observou-se.diferença.significante.(p<0,05)..Conclusões.-Todos.os.dentes.apresentaram.trincas.após.o.retro-preparo,.sendo.que.não.houve.diferença.estatística.significante.entre.as.pontas.nas.potências.utilizadas.

dEScRITORES: Ultra-som,.Instrumentos.odontológicos,.Endodontia,.Instrumentação

ABSTRAcTIntroduction.-.In.this.“in.vitro”.study,.we.evaluated.the.regularity.and.number.of.fractures.in.the.apex.surface.through.optical.microscope,.after.root-end.preparation.which.used.ultrasound.equipment.in.three.different.power.settings,.with.two.types.of.tips..Methods.-.Thirty.canine.teeth.were.instrumented.and.obturated.with.gutta-percha.by.lateral.condensation..The.root-ends.were.resected.with.a.high-speed.bur,.45.degrees.to.the.long.axis.of.the.root..The.teeth.were.immersed.in.methylene.blue.for.48h.and.evaluated.in.a.40x.enlargement.to.detect.root-end.fracture,.however,.none.were.found..After.that,.the.teeth.were.divided.into.two.groups..Group.A.was.prepared.with.stainless-steel.tip.and.group.B.with.zirconium.nitride-coated.tip..Each.group.was.divided.into.three.subgroups.according.to.the.power.level.used:.high,.moderate.and.low..The.presence.of.root-end.fractures.and.the.regularity.of.the.apex.surface.were.observed.in.the.optical.microscope.(56x).adapted.to.a.video.camera.attached.to.a.computer..Results.-.Eleven.teeth.prepared.with.stainless-steel.tip.and.four.teeth.prepared.with.zirconium.nitride.produced.smooth.surfaces..The.X2.Test.showed. significant. differences. among. the. groups. (p<0.05).. Conclusions. -. Cracks. were. observed. in. all.groups.and.there.were.no.statistically.significant.differences.in.the.number.or.type.of.cracks.

dEScRIPTORS: Ultrasound,.Dental.instruments,.Endodontics,.Instrumentation.

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INTROdUÇãO

Através.de.adequado.preparo.químico-cirúrgico,.em-pregando-se.limas.combinadas.com.substâncias.químicas.e.a.posterior.obturação,.selando.tridimensionalmente.o.canal,. a. terapia. endodôntica. atinge. seus. objetivos. que.são.a.remoção.de.microorganismos.e.seus.subprodutos.do.sistema.de.canais.radiculares.e.seu.isolamento.da.re-gião.periapical.

Em.decorrência.de.falhas.durante.a.realização.destas.manobras. temos.o. insucesso.do. tratamento,. sendo.ne-cessária.a.reintervenção.

Face.as.dificuldades.anatômicas.e.físicas.que.impedem.o.acesso.ao.canal.ou.terço.apical,.a.apicectomia.associada.ao.retro-preparo.e.retro-obturação.torna-se.um.recurso.complementar.adequado.já.que.a.simples.reintervenção,.nestes.casos,.pode.ser.infrutífera15.

Devido.ao.posicionamento.incorreto.dos.instrumen-tos.rotatórios,.uma.vez.que.a.inclinação.radicular,.bem.como.o.tamanho.da.loja.óssea.podem.dificultar.o.acesso.apropriado.à.área.operada,.o.retro-preparo.com.brocas.esféricas.ou.tronco-cônicas.acionadas.em.baixa.rotação,.tendem.a.desviar.do.longo.eixo.do.canal,.criando.forma.inadequada.à.retenção.do.material.de.preenchimento.e.enfraquecendo.as.paredes.dentinárias4,9..Além.de.não.remover.eficientemente.o.magma.dentinário1,7.

Recentemente,. os. aparelhos. ultrassônicos. começa-ram.a.ser.utilizados,.pois.proporcionam.melhor.acesso.e.visibilidade.à.área.operada17.

O. retro-preparo. realizado. com.pontas.ultrassônicas.permite. maior. regularidade,. paralelismo,. centralização.em.relação.ao.longo.eixo.do.canal,.profundidade.unifor-me.e.sem.a.presença.de.magma.dentinário.9,17..Entre-tanto,.tal.procedimento.pode.aumentar.a.incidência.de.trincas,.dificultando.o.selamento.do.canal.

O. selamento. apical. dos. dentes. é. importante. fator.para. se. atingir. o. sucesso. da. cirurgia. parendodôntica..Para.tanto,.é.necessário.que.ocorra,.durante.o.preparo.da.retro-cavidade,. a. remoção.dos.microorganismos. e. seus.subprodutos.e.que.o.material.retro-obturador.previna.a.penetração. de. contaminantes. provenientes. dos. tecidos.periapicais.

A. presença. de. trincas. na. cavidade. apical. contribui.para. maior. exposição. de. túbulos. dentinários,. os. quais.poderão. ser. contaminados. por. resíduos. necróticos. e.bactérias. presentes.nestes. túbulos. ou. adjacentes. ao. ca-nal.principal,.desta.forma,.o.êxito.da.intervenção.estará.

comprometido.A. presença. de. trincas. pode. ser. causada. por. diver-

sos. fatores,. dentre. eles. o. formato. e. composição. da.ponta11,. potência. e. tempo. de. utilização. do. aparelho.1,2,6,8,10,14,16.

Diante.do.exposto,.o.propósito.do.trabalho.foi.ava-liar.“in.vitro”,.através.da.microscopia.óptica,.a.presença.de.trincas.bem.como.a.regularidade.da.superfície.radi-cular.após.a.realização.de.retro-preparo.com.aparelho.de.ultra-som,.variando-se.a.potência.(alta,.média,.baixa).e.empregando-se.uma.ponta.lisa.e.outra.diamantada.

MATERIAl E MÉTOdOS Para. o. estudo,. utilizamos.30.dentes. uniradiculares,.

sendo.estes.caninos.doados.pelo.Banco.de.Dentes.Hu-manos. da. Faculdade. Odontologia. da. Universidade. de.São.Paulo.–.SP,.que.foram.armazenados.em.solução.de.Timol.a.0,2%,.na.qual.ficaram.durante. toda.a. fase.de.preparo.dos.canais.até.a.realização.dos.retro-preparos.

Os. espécimes. tiveram. suas. coroas. removidas. no. li-mite.da.junção.cemento-esmalte.com.o.auxílio.de.bro-ca.tronco-cônica.em.alta.rotação..Após.esta.manobra,.o.comprimento.de.trabalho.das.raízes.foi.estabelecido.de.forma.visual,.onde.uma.lima.K.#.15.foi.introduzida.no.canal.radicular.até.que.a.sua.ponta.pudesse.ser.visualiza-da.na.região.apical,.subtraindo-se.1.mm.deste.valor.

A. região. cervical. das. raízes. foi. prepara. com. brocas.de.Largo.#.2.e.#.3,.e.o.preparo.químico-cirúrgico.dos.canais.foi.feito.com.limas.tipo.K.#.15.até.a.#.50.usando.como.solução.irrigadora.o.hipoclorito.de.sódio.a.1%.e.ao. término.desta. instrumentação,.o.EDTA-T.17%.foi.utilizado.para.a.irrigação.final.

A.obturação,. através.da. técnica.de. condensação. la-teral.a.frio,.foi.realizada.empregando-se.cones.de.guta-percha.e.cimento.de.N-Rickert.

Com.o.auxílio.de.broca.de.fissura.700.XXL.em.alta.rotação,.realizamos.a.apicectomia.dos.dentes,.seguindo-se.plano.de.45°.em.relação.ao.longo.eixo.radicular,.sendo.que.desta. forma. eliminamos.os. 3.mm.apicais. de. cada.raiz.

Para.detecção.de.trincas,.nesta.fase,.os.espécimes.fo-ram.corados.com.azul.de.metileno.a.0.004%,.deixados.por.48.horas,.em.seguida. lavados.abundantemente.em.água.corrente,.e. secos..As.superfícies. radiculares. foram.observadas.sob.microscópio.num.aumento.de.40x,.sen-do. excluídos. os. espécimes. que. apresentavam. sinais. de.trincas.ou.fraturas.

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Posteriormente,. os. dentes.foram. divididos. ao. acaso. em. 2.grupos.contendo.15.dentes.cada..No.grupo.A.foi.utilizada.para.os.retro-preparos. uma. ponta. lisa.e. no. grupo. B. uma. diamantada,.sendo. cada. grupo. subdividido.em.3. subgrupos.de. acordo. com.a.potência.a.ser.empregada:.alta,.média.ou.baixa..A.profundidade.das.cavidades.para.todos.os.espé-cimes.foi.equivalente.ao.compri-mento.da.ponta.ativa.ultrassôni-ca,.ou.seja,.3.mm..

Estabeleceu-se. que. os. prepa-ros.deveriam.ser.alternados,.para.que.problemas.com.a.des.treza.do.operador. não. in.fl.uen.ciassem. na.obtenção.de.preparos.mais.regu-lares.ou.me.nos.trincas.no.grupo.a.ser.preparado.por.último,.fato.que. comprometeria. o. resultado. e. a. confi.abilidade. do.trabalho.

O.aparelho.ultrassônico.utilizado.foi.o.SpartanTM.e.a.irrigação.foi.feita.com.soro.fi.siológico.

Todos.os.dentes.foram.novamente.corados.e.analisa-dos.através.de.microscópio.óptico.Citoogival,.num.au-mento.de.56x,.adaptado.a.uma.câmara.de.vídeo.acopla-

da.a.um.microcomputador,.fazendo.com.que.a.imagem.fosse.projetada.para.a.tela.de.um.monitor..Através.deste.aparato,. a.presença.de. trincas. e. a. regularidade.do.pre-paro.foram.avaliadas.através.de.uma.varredura.de.toda.a.superfície.radicular.seccionada,.seguindo-se.o.sentido.horário.de.observação.

Quando. as. falhas. foram. detectadas. empregou-se. a.classifi.cação.proposta.em.1996.por.Layton8,.a.saber:

•..Trincas. intracanais. incomple-tas. originadas. no. canal. radi-cular. e. que. se. estendem. em.direção. à. dentina,. numa. ex-tensão.menor.que.1/3.da. sua.espessura.

•..Trincas. intracanais. incomple-tas.originadas.no.canal.radicu-lar.e.que.se.estendem.em.dire-ção.à.dentina,.numa.extensão.de.até.2/3.da.sua.espessura.

•..Trincas. completas. originadas.no.canal.radicular.e.que.se.es-tendem.até.a.superfície.exter-na.radicular.

•..Trincas. extracanais. originadas.a. partir. da. superfície. externa.radicular. e. que. se. estendem.em.direção.à.dentina.

.......

Figura1. Uniformidade dos preparos em função do tipo de ponta utilizado.

α.=.5%.;.X².=.4.38.(.valor.tabelado.=.3.84.)

Não.signifi.cante.-.α.=.5%.;.X².=.0.08.(valor.tabelado.=.5.99)

Figura 2. Número de trincas extra-canal em função das pontas e da potência de vibração.

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RESUlTAdOSNenhum.dos.30.dentes.apre-

sentou. trincas,. quando. analisa-dos.após.a.realização.das.apicec-tomias.

Dos. 15. dentes. retroprepara-dos. empregando-se. a. ponta. ul-trassônica. lisa,. 11. apresentaram.preparos. regulares,. observan-do-se. esta. mesma. condição. em.apenas. 4. espécimes. preparados.utilizando. a. ponta. diamantada.(Figuras.1).

Analisando-se. estatistica-mente.estes.resultados,.valendo-se. do.Teste. do. X²,. observou-se.diferença. signifi.cante. em. nível.de. 5%. (X². =. 4.38. contra. valor.tabelado.=.3.84.para.1.Grau.de.Liberdade.).

A.partir.da.classifi.cação.de.Layton8.(1996).estabele-cemos.a.extensão.e.a.localização.das.trincas.observadas.(Figuras.3.e.4),.levando.em.consideração.o.tipo.de.ponta.e.a.potência.de.ativação.empregada,.não.sendo.consta-tada.diferença.estatística.signifi.cante.entre.elas.(Figuras.2,.3.e.4)..

As.trincas.incompletas.com.extensão.menor.que.1/3.

da.espessura.dentinária.foram.as.mais.observadas,.sendo.que.não.foram.detectadas.trincas.completas.em.nenhu-ma.das.condições.experimentais.

dIScUSSãOIndependente.do.método.a.ser.utilizado,.durante.o.

retro-preparo,.o.que.se.espera.é.a.obtenção.de.uma.su-perfície.regular.e.sem.a.presença.de.trincas.

Como.pôde. ser. observado. em. inú-meros. trabalhos,. vários. são. os. autores.que. confi.rmam. ser. o. retro-preparo. re-alizado.com.pontas.ultrassônicas.o.que.permite. maior. regularidade,. paralelis-mo,.centralização,.profundidade.e.lim-peza4,9,17..Entretanto,.afi.rmam.que.tal.procedimento.eleva.o.número.de. trin-cas,.difi.cultando.o.selamento.hermético.do.canal..Isto,.segundo.os.autores,.pode.ser.causado.por.diversos.fatores,.dentre.eles.a.potência.do.aparelho.e.a.composi-ção.da.ponta1,8,10,11,14,16..

O.presente.estudo.foi.realizado.para.avaliarmos.se.o.uso.de.ponta.ultrassônica.lisa.causaria.alterações.estruturais.e.su-perfi.ciais.nos.ápices.radiculares.distintas.das.causadas.pelas.pontas.diamantadas,.variando-se.a.potência.do.aparelho.

Figura 4. Número de trincas incompletas com extensão de até 2/3, em função das pontas e da potência de vibração.

Não.signifi.cante..α.=.5%.;.X².=.2.78.(valor.tabelado.=.5.99)

Não.signifi.cante.-.α.=.5%.;.X².=.0.09.(valor.tabelado.=.5.99)

Figura 3. Número de trincas incompletas com extensão menor de 1/3, em função das pontas e da potência de vibração.

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Algumas.precauções.foram.tomadas,.durante.a.execu-ção.do.trabalho,.para.reduzirmos.o.número.de.variáveis..Em.todas.as.fases.do.trabalho,.os.dentes.foram.mantidos.sob. 100%. de. umidade,. a. mínima. pressão. possível. foi.exercida.durante.a.obturação.dos.canais,.a.irrigação.cons-tante.nos.procedimentos.de.apicectomia.e.retro-preparo.e.a.escolha.de.pontas.ultrassônicas.de.mesmo.formato.

Além.disso,.a.utilização.apenas.de.caninos.não.per-mitiu.que.diferenças.morfológicas.dos.grupos.dentários.influenciassem.nos.resultados.e.todos.os.procedimentos.foram.realizados.por.um.único.operador.

Em. nosso. estudo,. tanto. os. dentes. preparados. com.ponta.diamantada.quanto.com.ponta.lisa.apresentaram.trincas,.ao.contrário.do.observado.em.trabalho.de.Na-varre.et..al.12,.no.qual.não.foram.observadas.trincas.em.todos.os.dentes,.independente.do.tipo.de.ponta.e.potên-cia.utilizada.

A. análise. dos. resultados. nos. permite. inferir. que. à.medida. que. a. potência. de. acionamento. do. ultra-som.aumenta,.diminuem.o.número.de.rachaduras.extra-radi-culares.e.aumenta.consideravelmente.o.número.de.trin-cas. incompletas. que.não. ultrapassam. 1/3.da. espessura.dentinária..Talvez. a. maior. incidência. de. trincas. extra-radiculares.quando.do.emprego.das.pontas.em.baixa.po-tência.possa.ser.explicada.pelo.maior.tempo.de.contato.necessário.para.obtenção.da.retro-cavidade,.enquanto.o.aumento. do. número. de. trincas. intracanal. de. pequena.extensão.mantém.relação.com.o.calor.gerado.pelo.atrito.da.ponta.com.a.dentina,.que.sofre.incremento.conside-rável,.quando.a.potência.é.aumentada.

.Min.et..al.10.em.estudo.para.avaliação.dos.efeitos.do.uso.do.ultra-som.para. retro-preparos.não.observou.diferença. estatística. significante. no. número. de. trincas.presentes.em.dentes.instrumentados.com.mesma.ponta,.em.diferentes.potências,.assim.como.em.nosso.estudo,.em.que.a.potência.não.influenciou.na.presença.ou.não.de.trincas.

Tais. trincas.podem. ser. causadas.pela. ação. física.do.ultra-som.ou.pelo.calor.gerado.pela.vibração.ultrassônica.5.

Onnick.et.al..13.afirma.que.trincas.pequenas,.como.as.de.extensão.menor.que.1/3.da.espessura.dentinária,.as.quais.foram.as.mais.observadas.no.presente.trabalho,.po-dem.se.propagar.com.o.esforço.oclusal.e.manifestarem,.no. futuro,.algum.tipo.de.sintomatologia..Entretanto.a.importância.clínica.da.existência.destas.trincas.ainda.não.foi.completamente.elucidada.sendo.necessária.a.realiza-

ção.de.novos.estudos.a.respeito,.já.que.as.trincas.são.ni-chos.para.o.crescimento.e.acúmulo.de.microorganismos.e.seus.subprodutos,.fato.que.compromete.o.sucesso.da.terapia.endodôntica.

Como.afirma.Min.et..al.10.,.umas.das.limitações.do.trabalho. ‘in. vitro’. é. a. ausência. de. suporte. periodontal.que.dissipa.parte.da.pressão.sofrida.durante.a.instrumen-tação,.logo.resultados.próximos.dos.atingidos.na.clínica.odontológica.só.podem.ser.observados.em.experimentos.com.animais.‘in.vivo’.

Para.mais,.cabe.ressaltar.que.nenhum.espécime.apre-sentou. trincas. completas. independente. da. condição.experimental.testada,.fato.este.bastante.propício.para.o.adequado.selamento.da.cavidade.cirúrgica.

Assim.como.Navarre.et..al.12,.em.nosso.estudo.veri-ficou-se.que.a.ponta.lisa.produz.preparos.mais.regulares.que.a.ponta.diamantada,.embora.a.ponta.lisa.tenha.exi-gido.maior.força.e.maior.tempo.de.preparo.que.a.ponta.diamantada,.fato.também.observado.por.Brent.et..al..³.

Este.resultado.pode.ser.explicado.pela.composição.da.ponta.ultrassônica,.já.que.a.parte.ativa.da.ponta.lisa.não.apresenta.superfície.abrasiva.como.a.diamantada,.a.qual,.por.possuir.esta.composição.tem.a.capacidade.de.cortar.a.dentina,.agindo.como.uma.broca..

A.análise.conjunta.dos.resultados.aponta.para.a.ne-cessidade. do. emprego. conjugado. de. ambas. as. pontas,.iniciando-se.o. retro-preparo. com.a.peça.diamantada. e.finalizando.a.cavidade.com.a.ponta.lisa.

Esta. associação. permite. maior. rapidez. na. execução.do.preparo.minimizando.a.pressão.e.a.vibração,.o.que.pode.diminuir.o.número.de.trincas,.além.de.possibilitar.melhor.acabamento.final.da.cavidade.

Novas.pesquisas.são.necessárias.para.determinar.se.a.maior.ou.menor.regularidade.do.preparo.tem.influência.na.capacidade.de. selamento.do.material. retrobturador,.podendo. influenciar. no. sucesso. da. conduta. parendo-dôntica...

cONclUSÕES1..Através.dos.dados.obtidos.podemos.concluir.que.

os.dentes. instrumentados.com.ponta.lisa.apresentaram.preparos.mais.regulares.que.a.diamantada,.constatando-se.diferença.estatisticamente.significante.entre.ambas.

2..Tanto.a.ponta.diamantada.quanto.a.lisa.produzi-ram.trincas,.entretanto.não.foi.observada.diferença.esta-tística.expressiva.entre.os.dois.grupos.estudados.

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2�

Leite ACVM, Gavini G.. Avaliação de duas pontas ultrassônicas para retro-preparo, empregadas em diferentes potências. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)23-8

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8. .Layton.CA,.Marshall.JG,.Morgan.LA,.Baumgartner.JC..Evaluation.of.cracks.associated.with.ultrasonic.root-end.preparation..J Endod,.v..22,.p.157.–.160,.1996.

9. .Mehlhaff. DS,. Marshall. JG,. BBaumgartner. JC..Comparison.of.ultrasonic.and.high-speed.–bur.root-end.preparations.using.bilaterally.matched. teeth..J Endod,.v.23,.p.448.–.452,.1997.

REFERÊNcIAS

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Recebido.em27/05/2004Aceito.em.11/11/2005

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Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo2006 jan-abr; 18(1)29-36

2�

cOMPARISON OF ThE EFFIcAcy OF ETORIcOXIB ANd IBUPROFEN IN PAIN ANd TRISMUS cONTROl AFTER lOwER ThIRd MOlAR REMOvAl

COMPARAçãO DA EFICáCIA DE DE ETORICOXIB E IBUPROFENO NO CONTROLE DA DOR E DO TRISMO APóS EXODONTIA DE TERCEIROS MOLARES INFERIORES

Adriana Maria Calvo *Vivien Thiemy Sakai *

Karin Cristina Silva Modena **Bella Luna Colombini **

Marcelo Contador Gallina **Thiago José Dionisio ***

José Roberto Pereira Lauris ****Carlos Ferreira Santos ****

ABSTRAcTThis.double-blind,.randomized.and.crossover.study.compares. the.efficacy.of. two.different.nonsteroidal.anti-inflammatory.drugs.(NSAIDS),.etoricoxib.(COX-2.selective.inhibitor).and.ibuprofen.(non-selective.COX.inhibitor),. ,. in.16.patients.aged.18.years.or.over.who.needed.the.removal.of.both.symmetrically.positioned.lower.third.molars..The.following.parameters.were.assessed:.1).subjective.postoperative.pain.evaluation.with.the.aid.of.a.visual.analogue.scale;.2).mouth.opening.prior.to.surgery.and.at.the.suture.re-moval;.3).incidence,.type.and.severity.of.adverse.reactions,.and.4).total.amount.of.rescue.medication.taken.by.the.patients.(paracetamol)..Data.were.analyzed.by.paired.t-test.and.Wilcoxon.test..The.results.revealed.that:.1).both.NSAIDS.were.efficient.for.postoperative.pain.relief.(p>0.05);.2).there.was.a.similar.reduction.in.mouth.opening.at.suture.removal.compared.to.the.measure.in.the.preoperative.period.for.both.NSAI-DS.(85.34.±.19.82%,.and.82.43.±.15.07%.of.initial.measures.for.ibuprofen.and.etoricoxib,.respectively,.p>0.05);.3).discrete.eyelid.edema.was.observed.in.only.one.patient.medicated.with.ibuprofen,.and.4).there.was.no.statistically.significant.difference.regarding.the.total.amount.of.rescue.medication.taken.by.the.patients.treated.with.ibuprofen.or.etoricoxib.(843.75.±.1189.80.mg.and.515.63.±.808.64.mg,.respectively,.p>0.05)..These.data,.therefore,.suggest.that.there.is.no.advantage.in.prescribing.etoricoxib.in.relation.to.ibuprofen.for.pain.and.trismus.reduction.after.lower.third.molar.removal.

UNITERMS:..Acute.postoperative.pain;.Etoricoxib;. Ibuprofen;.Lower. third.molar;.Nonsteroidal.anti-in-flammatory.drugs;.Cyclooxygenase.inhibitors.

RESUMOComparar.a.eficácia.de.dois.antiinflamatórios.não-esteroidais. (AINES),.etoricoxib. (inibidor. seletivo.da.cicloxigenase-2).e.ibuprofeno.(inibidor.não.seletivo.das.cicloxigenase-1.e.2),.num.estudo.duplo-cego.e.cru-zado,.em.16.pacientes.com.idade.igual.ou.superior.a.18.anos.necessitando.de.exodontia.dos.dois.terceiros.molares.inferiores.(com.posições.muito.semelhantes)..Avaliaram-se.os.seguintes.parâmetros:.1).avaliação.subjetiva.da.dor.pós-operatória.com.o.auxílio.de.uma.escala.analógica.visual;.2).abertura.de.boca.antes.da.cirurgia.e.no.momento.da.retirada.de.pontos;.3).incidência,.tipo.e.gravidade.das.reações.adversas.e.4).quantidade.total.de.medicação.de.socorro.(paracetamol)..Os.dados.foram.analisados.pelos.testes.t.pareado.e.de.Wilcoxon..Os.resultados.revelaram.que:.1).ambos.os.AINES.se.mostraram.eficazes.para.o.alívio.da.dor.pós-operatória.(p>0,05);.2).houve.igual.redução.da.abertura.de.boca.na.retirada.de.pontos.em.comparação.com.a.medida.no.período.pré-operatório.para.ambos.os.AINES.(85,34.±.19,82%.e.82,43.±.15,07%.da.me-dida.inicial.para.ibuprofeno.e.etoricoxib,.respectivamente,.p>0,05);.3).em.relação.às.reações.adversas,.ape-nas.1.paciente.medicado.com.ibuprofeno.apresentou.edema.de.pálpebra.discreto.e.4).não.houve.diferença.significativa.com.relação.à.quantidade.total.de.medicação.de.socorro.ingerida.pelos.pacientes.tratados.com.ibuprofeno.ou.etoricoxib.(843,75.±.1189,80.mg.e.515,63.±.808,64.mg,.respectivamente,.p>0,05)..Estes.dados,.portanto,.sugerem.que.não.existe.vantagem.na.prescrição.do.etoricoxib.em.relação.ao.ibuprofeno.para.redução.da.dor.e.trismo.após.extração.de.terceiros.molares.inferiores.

UNITERMOS:..Dor.pós-operatória;.Etoricoxib;.Ibuprofeno;.Terceiro.molar.inferior;.Antiinflamatório.não.esteroidal;.Inibidores.da.cicloxigenase.

. *. Graduate.Student,.Bauru.School.of.Dentistry,.University.of.São.Paulo.

. **. Dentist,.Bauru.School.of.Dentistry,.University.of.São.Paulo

. ***. Laboratory.Technician.of.Bauru.School.of.Dentistry,.University.of.São.Paulo

.****. Assistant.Professor.of.Bauru.School.of.Dentistry,.University.of.São.Paulo

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Calvo AM, Sakai VT, Modena KCS, Colombini BL, Gallina MC, Dionisio TJ, Lauris JRP, Santos CF. Comparison of the efficacy of Etoricoxib and Ibuprofen in pain and trismus control after lower third molar removal. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)29-36

INTROdUcTION ANd lITERATURE REvIEwPain. as. a. result. . of. third. molar. surgeries. has. been.

largely. studied. and,. therefore,. has. become. a.model. to.evaluate.the.efficacy.of.many.therapeutic.approaches.in.clinical.pharmacology..Frequently,.this.is.a.short.lasting.pain.of.moderate.intensity,.reaching.its.maximum.inten-sity.in.a.short.period.of.time.after.the.end.of.the.surgery,.and,.in.most.cases,.patients.require.some.kind.of.analge-sic.to.treat.it17..In.addition.to.pain,.edema.and.mouth.opening. limitation.associated. to. the. inflammatory.res-ponse.are.also.undesirable.consequences.for.patients.who.undergo.surgical.interventions.in.the.oral.cavity29.

For. postoperative. pain. and. trismus. control. resul-ting. from. lower. third. molar. surgeries,. several. nonste-roidal. anti-inflammatory. drugs. (NSAIDS). have. been.used1,21,28..These.medications.have. their. therapeutic.effect. by. means. of. the. inhibition. of. cyclooxygenases.(COX),.which.determines.an.inhibition.of.prostaglandin.production27,30..However,.their.use.has.been.associated.to.a.great.number.of.adverse.effects,.including.gastroin-testinal. ulceration. and. bleeding,. inhibition. of. platelet.aggregation. and. alterations. in. renal. circulation2,13..Two.COX.isoforms.are.known:.COX-1,.a.constitutive.form.expressed.in.almost.all.tissues,.and.COX-2,.which.is. predominantly. induced. and. constitutively. expressed.in.a.limited.number.of.tissues.(renal.medulla,.prostate,.brain. and. uterine. endothelium)12,22,26,32.. Further-more,.it.is.believed.that.COX-2.is.the.main.isoenzyme.for. pro-inflammatory. prostaglandin. production26,31..Thus,.COX-2. selective. inhibitor.has.been. largely.used.in.order.to.selectively.inhibit.COX-2,.but.not.COX-1,.resulting. in. therapeutic. effects. comparable. to. conven-tional.NSAIDS,.but.with. less. adverse. reactions. to.pa-tients4,6,11,15.

Among. the.NSAIDS.used. in.Dentistry,. ibuprofen,.a. non-selective. COX. inhibitor,. has. been. largely. stu-died8,10,14,16..In.contrast,.there.are.few.data.in.dental.literature.concerning.the.use.of.etoricoxib,.a.COX-2.se-lective. inhibitor,. for. postoperative. pain. control. in. pa-tients.who.undergo.dental. surgeries4,15,16,22..There-fore,. the.aim.of. this.work.was. to.compare. the.clinical.efficacy.of. these. two.NSAIDS,. etoricoxib. and. ibupro-fen,.for.postoperative.pain.control.in.lower.third.molar.removal.. For. this. purpose,. the. experimental. model. of.bilateral.surgical.removal.of.impacted.lower.third.molar.teeth.was.used5,9,14.

MATERIAl ANd METhOdSThe.Ethics.Committee.of.Bauru.School.of.Dentistry,.

University.of.São.Paulo,.approved. the.protocol.of. this.study.(process.#68/2003)..The.study.population.compri-sed.16.patients.aged.18.year.or.over,.with.symmetrically.positioned. full. bony. impacted. lower. third. molars,. as.observed.in.panoramic.radiographies..All.patients.provi-ded.written.informed.consent.during.the.pre-treatment.screening.period.before.any.study.procedure.was. .per-formed..Eligibility.criteria.included.absence.of.systemic.illness.and. inflammation.or. infection.at. the.extraction.sites..Exclusion.criteria.included.any.history.of.allergic.reaction.to.local.anesthetic,.gastrointestinal.bleeding.or.ulceration,.cardiovascular.and.kidney.diseases,.allergy.to.aspirin,. ibuprofen.or.any.other.NSAID..Pregnant.wo-men.were.also.excluded. from.the. study11,24.. Instruc-tions.for.not.taking.antidepressants,.diuretics.or.aspirins.on.the.days.previous.to.the.surgeries.were.given.to.the.patients,. since. these. drugs. could. cause. hemorrhage. or.other.blood.problems,.thus.interfering.with.the.results.of.this.investigation.

This. was. a. double-blind. study,. that. is,. neither. the.surgeon.nor.the.patients.were.aware.of.the.anti-inflam-matory.agent. (etoricoxib.or. ibuprofen).being. tested.at.the. two.different. appointments..Each.patient. required.similar.surgical.treatment.on.opposite.sides.of.the.man-dibular.jaw,.which.was.performed.in.two.visits,.one.to.two.months.apart18..For.postoperative.pain.relief,.in.the.first.appointment,.the.patients.randomly.received.either.etoricoxib.or.ibuprofen..In.the.second.appointment,.the.NSAID.not.used.previously.was.then.administered.in.a.crossed.manner..The.same.surgeon.performed.all.surge-ries.and.postoperative.controls..The.patients.received.a.regional.anesthetic.blockade.of.buccal,.lingual.and.infe-rior.alveolar.nerves.with.1.8.ml.of.2%.mepivacaine.with.1:100,000.adrenaline..When. the. anesthesia.of. inferior.lip.was.achieved,.additional.0.9.mL.of.the.same.anesthe-tic.was. infiltrated. in. the.mucosa. in.order. to.guarantee.hemostasis.and.anesthesia.of.the.site.

The. administration. protocol. of. etoricoxib. was. one.tablet. of. 120. mg4,16.22. once. daily,. while. the. proto-col.of. ibuprofen.was.one.tablet.of.600.mg.every.eight.hours.(tid)3.23..Both.NSAIDS.were.prescribed.for.four.days..Rescue.analgesic.medication.was.available.to.all.the.patients. throughout. the. study;. for. this. purpose,. para-cetamol.750.mg.was.provided. to.all.patients19,20,25..Patients.recorded.the.date.and.time.at.which.the.rescue.

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Calvo AM, Sakai VT, Modena KCS, Colombini BL, Gallina MC, Dionisio TJ, Lauris JRP, Santos CF. Comparison of the effi cacy of Etoricoxib and Ibuprofen in pain and trismus control after lower third molar removal. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)29-36

medication.was.taken..Th. ey.were.also.instructed.not.to.interrupt.the.use.of.the.anti-infl.ammatory,.even.if.they.had.taken.rescue.analgesic.medication..Since.bone.tissue.removal.was.necessary. in.all. surgeries,. amoxicillin.500.mg.was.prescribed.every.eight.hours.(tid),.for.seven.days.in.order.to.prevent.infection.

Th. e.following.parameters.were.assessed:•..Duration.of.the.surgery.after.anesthetic.administra-

tion.(in.minutes),.which.corresponded.to.the.period.between.the.fi.rst.incision.and.the.last.suture29;

•..Subjective.postoperative.pain.evaluation,.with.the.aid.of.a.100-mm.length.visual.analogue.scale,.with.0. anchored. by. “no. pain”. and. 100. anchored. by.“worst. pain. imaginable”6,7,10.. Subjects. recorded.the.intensity.of.postoperative.pain.at.the.moment.in.which.the.studied.anti-infl.ammatory.and.rescue.analgesic.medications.were.taken.

•..Mouth. opening. (distance,. in. mm,. between. the.mesial-incisal.corners.of.the.upper.and.lower.right.central.incisors.at.maximum.opening.of.the.jaws).before. the. surgery. and. at. the. moment. of. suture.removal.(fi.ve.days.postoperatively)..Th. e.postopera-tive.ability. to.open.the.mouth.was.expressed.as.a.percentage.of.preoperative.measure29;

•..Incidence,. type. and. severity. of. adverse. reactions.(gastrointestinal. irritation,. nausea,. vomiting,. ble-eding,. allergy,. headache,. dizziness,. sleepiness. and.any.other.kind.of.reaction)6,10.and;

•..Total.amount.of.rescue.analgesic.medication.(para-cetamol).required.during.the.postoperative.period.

All.data.were.properly.analyzed.by.means.of.graphs.and. tables.. Th. e. results. were. presented. as. the. mean. ±.standard. deviation. (SD).. Paired. t-test. was. used. in. or-der.to.compare.both.anti-infl.ammatory.agents..Th. e.pa-rameter.“rescue.analgesic.medication”.was.evaluated.by.the.nonparametric.Wilcoxon.test..Statistical.signifi.cance.was.established.at.5%.

RESUlTSInitially,.20.patients.were.operated..Of.these,.one.pa-

tient.did.not.attend.the.second.surgery,.and.three.were.subjected.to.two.surgical.procedures.with.distinct.levels.of.diffi..culty.(necessity.or.not.of.osteotomy.and/or.tooth.sectioning),.despite.the.fact.that.both.third.molars.were.radiographically. in. similar.positions..Due. to. such. rea-sons,. the.fi.nal. assessment.was. restricted. to. the.data.of.

16.patients.No. statistically. signifi.cant. diff.erence. in. the. mean.

duration. of. both. surgeries. when. patients. were. given.

Figure 1 – Pain scores (in mm) recorded by patients (n=16) at 0, 24, 48, 72 and 96 hours.

Patient Duration.of.surgery.(min)IBUPROFEN ETORICOXIB

AASC 40 6ABSL 5 37

AJ 17 15ANZT 16 9CSR 5 5

DXSQ 7 22ELA 5 5

HMC 10 7JCASC 6 10JRM 9 17

LCSC 5 4MAPTP 13 11

MB 4 5PGA 12 19TLM 28 13WPS 12 10Mean 12.13 12.19

Standard.devia-tion 9.72 8.56

Table 1 – Duration of surgeries (in min) when patients (n=16) were medicated with ibuprofen and etoricoxib.

Source: Laboratory of Physiology and Clinical Pharmacology (LAFFIC) from Bauru School of Dentistry – University of São Paulo.

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ibuprofen.or.etoricoxib.(p>0.05,.Table.1).was.observed,.which. permitted. a. comparative. assessment. of. clinical.efficacy.of.both.studied.NSAIDS.

According. to. the. patients’. evaluation. on. a. visual.analogue.scale,.the.reported.pain.scores.were.low..In.all.observed.periods,.there.was.no.statistically.significant.di-fference.in.the.analgesia.promoted.by.each.of.the.studied.medications.(p>0.05,.Figure.1)..It.is.important.to.note.that. the.patients. ingested. ibuprofen.every.eight.hours,.however,.just.the.times.coinciding.with..those.of.etori-coxib.ingestion.(every.24.hours).were.included.in.Figure.1.for.comparison.

There.was.a.similar.reduction.in.mouth.opening.at.the.suture.removal.compared.to.the.preoperative.mea-sures.for.each.patient.in.both.treatment.groups.(85.34.±.19.82%.and.82.43.±.15.07%.of. the. initial.measure.for.ibuprofen.and.etoricoxib,.respectively;.p>0.05,.Table.

2)..Regarding.the.adverse.reactions.to.both.medications,.there.was.only.an.allergic.reaction.(discrete.eyelid.ede-ma).in.one.patient.medicated.with.ibuprofen,.two.hours.after.the.ingestion.of.the.first.dose..However,.the.inter-ruption.of.the.drug.ingestion.was.not.necessary.

There.was.no.statistically.significant.difference.con-cerning.the.total.amount.of.rescue.analgesic.medication.(paracetamol).ingested.by.patients.treated.with.ibupro-fen. or. etoricoxib. (843.75. ±. 1189.5. mg. and. 515.62. ±.808.5.mg,.respectively;.p>0.05,.Table.3).

dIScUSSIONIn. order. to. investigate. the. therapeutic. efficacy. of.

anti-inflammatory. drugs,. every. effort. should. be. made.to.standardize.the.procedure29..The.experimental.model.of.bilateral.surgical.removal.of.impacted.lower.third.mo-lar.teeth.is.one.of.the.most.accepted.methods.in.dental.

Mouth.opening.(mm)

PatientIBUPROFEN ETORICOXIB

Preoperative Postoperative Difference.(%) Preoperative Postoperative Difference.(%)AASC 58 29 50,00 49 32 65,31ABSL 40 46 115 50 59 58,00

AJ 48 37 77,08 51 34 66,67ANZT 48 21 43,75 51 29 56,86CSR 47 49 104,26 50 47 94,00

DXSQ 53 45 84,91 54 47 87,04ELA 40 38 95,00 44 44 100,00

HMC 54 52 96,30 54 52 96,30JCASC 38 33 86,84 38 28 73,68JRM 51 47 92,16 52 48 92,31

LCSC 48 27 56,25 50 39 78,00MAPTP 55 48 87,27 56 49 87,50

MB 51 44 86,27 47 3 76,60PGA 47 43 91,49 45 38 84,44TLM 40 42 105,00 44 45 102,27WPS 50 47 94,00 47 47 100,00Mean 48,00 40,50 85,35 48,88 38,19 82,44

Standard.deviation 5,92 8,89 19,83 4,57 12,34 15,07

Table 2 – Mouth opening (in mm) in pre- and postoperative periods and difference (in %) between both periods for ibuprofen and etoricoxib (n=16).

Source:.Laboratory.of.Physiology.and.Clinical.Pharmacology.(LAFFIC).from.Bauru.School.of.Dentistry.–.University.of.São.Paulo.

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literature. to. clinically. evaluate. the. effects.of. these.me-dications.. This. method. is. unique. because,. essentially,.the. same. surgery. can. be. performed. twice. in. the. same.patient;.so.that.he.or.she.will.serve.as.his.or.her.own.con-trol,.thus.avoiding.individual.response.variations5,9,14..In.addition,.the.surgical.technique.and.team.should.be.the.same.in.all.of.the.procedures29..In.our.study,.the-re.was.no.statistically.significant.difference.between.the.duration.of.the.first.and.second.surgery.(Table.1),.which.demonstrates. that. the. t. level.of.difficulty.of. the. surgi-cal.procedure.and.the.trauma.locally.caused.were.simi-lar. in.both.operated. sides..Consequently,. the. resulting.inflammation. was. probably. of. the. same. magnitude. at.these.sites,.and,.therefore,.the.only.variable.in.the.study.was.the.anti-inflammatory.agent.used.after.each.surgery.(600.mg.ibuprofen.or.120.mg.etoricoxib),.enabling.the.

comparison.of.their.efficacy.for.postoperative.pain.and.trismus.control.after.the.surgeries.

The.analgesic.efficacy.of.the.anti-inflammatory.dru-gs,.performed.by.using.the.visual.analogue.scale,.showed.low. pain. complaint. by. patients. in. both. postoperative.periods,.with.the.use.of.both.120.mg.etoricoxib.and.600.mg.ibuprofen..Thus,.there.was.no.statistically.significant.difference.between.both.drugs.during.the.period.of.eva-luation. (Figure. 1).. In. contrast,. MALMSTROM. et. al..(2004b)16.observed.that.the.proportion.of.patients.who.received.only.one.dose.of.400.mg.ibuprofen.and.felt.low.or.no.pain.(15%),.after.24.hours.of.the.ingestion.of.the.medicine,.was.lower.than.that.of.patients.who.received.120. mg. etoricoxib. (67%).. This. disagreement. between.the.results.occurred.due.to.the.different.protocols.of.ibu-profen.prescription,.since.in.our.study.this.drug.was.ad-ministered.three.times.daily.(every.eight.hours),.which.is.consistent.with.the.duration.of.its.effect16.

With.regard.to.the.mouth.opening.in.both.preopera-tive.periods,.the.results.showed.that.there.was.no.statis-tically.significant.difference.between.these.values,.which.demonstrates.that.all.patients.recovered.totally.after.the.first. surgery,. irrespective.of. the. anti-inflammatory. em-ployed..Additionally,.there.was.no.statistically.significant.difference.regarding.the.mouth.opening.limitation.at.the.moment.of.suture.removal.(Table.2).

Etoricoxib.and.ibuprofen.are.often.well.tolerated.by.patients.with.pain.complaint.after.dental.surgery4,16,22..In.our.study,.no.clinically.significant.adverse.reaction.was.observed..Only.one.patient.presented. a.discrete. eyelid.edema.after.the.administration.of.ibuprofen..However,.neither. the. interruption. of. oral. intake. of. this. NSAID.nor.the.performance.of.a.specific.treatment.for.such.al-lergic.response.was.necessary..It.is.reasonable.to.mention.that.when.this.patient.received.etoricoxib,.neither.signs.nor.symptoms.of.allergy.were.observed.

The. patients. ingested. a. very. small. amount. of. res-cue. analgesic. medication. (paracetamol),. regardless. of.the.NSAID.used.in.the.postoperative.period.(Table.3),.which.might.be.expected.due.to.the.low.pain.complaint.reported.by.the.patients.(Figure.1).

The.clinical.efficacy.of.both.NSAIDS.could.be.ob-served.through.the.assessment.of.all.parameters.studied..Taken.together,.our.data.strengthen.the.suggestion.that.there.are.no.sufficient.clinical.advantages.in.prescribing.a.COX-2. selective. inhibitor,. such.as. etoricoxib,. in. the.model.of.bilateral.removal.of.lower.third.molars,.mainly.

PatientRescue.analgesic.medication.(paraceta-

mol,.mg)IBUPROFEN ETORICOXIB

AASC 3000 0ABSL 0 750

AJ 750 750ANZT 2250 1500CSR 0 0

DXSQ 0 750ELA 0 0

HMC 750 750JCASC 750 0JRM 0 0

LCSC 3750 3000MAPTP 750 0

MB 1500 0PGA 0 0TLM 0 750WPS 0 0Mean 843.75 515.63

Standard.deviation 1189.80 808.64

Table 3 – Total amount (mg) of rescue analgesic medication (paracetamol) ingested by patients (n=16) when they were medicated with ibuprofen and etoricoxib.

Source:.Laboratory.of.Physiology.and.Clinical.Pharmacology.(LAFFIC).from.Bauru.School.of.Dentistry.–.University.of.São.Paulo.

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taking.into.account.the.high.cost.of.this.drug.in.compa-rison.to.the.conventional.NSAIDS.such.as.ibuprofen.

cONclUSIONOur.data.suggest.that.there.is.no.advantage.in.prescri-

bing.etoricoxib.in.comparison.to.ibuprofen.for.pain.and.trismus. control. in. the. experimental.model. of. bilateral.surgical.removal.of.impacted.lower.third.molar.teeth.

Acknowledgments

Adriana. M.. Calvo. was. supported. by. a. fellowship.from.CNPq.(105862/2002-9)..We.would.like.to.express.our.gratitude.to.Sydney.José.Bruno,.manager.physician.of. Farmasa,. for. kindly. donating. ibuprofen.. We. also.thank.Vera.Lúcia.Rufino.Rosa.for.her.excellent.secreta-rial.assistance.

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Recebido.em27/03/2005Aceito.em.12/12/2005

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Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo2006 jan-abr; 18(1)37-42

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FORÇA dE UNIãO POR TRAÇãO dE UMA RESINA cOMPOSTA A TRÊS PORcElANAS dENTAIS TRATAdAS cOM ÁcIdO FlUORÍdIcO

TENSILE BOND STRENGTH EVALUTION OF COMPóSITE RESIN TO THREE DENTAL CERAMICS TREATED wITH HIDROFLUORIDRIC ACID

Guilherme Martinelli Garone * Eliza Maria Agueda Russo **

Narciso Garone Netto ***

. *. .mestre.em.Dentística.Restauradora.pelo.Departamento.de.Dentística.da.Faculdade.de.Odontologia.da.Universidade.de.São.Paulo,.SP,..Prof..Adjunto.da.disciplina.de.Dentística.da.Universidade.Cidade.de.São.Paulo.(UNICID).e.Especialista.em.Ortodontia.e.Ortopedia.Facial.pela.Faculdade.de.Odontologia.pela.Universidade.de.São.Paulo,.SP.(FDCTO)..

. **. .Profa..Livre.Docente.da.Disciplina.de.Dentística.do.Departamento.de.Dentística.da.Faculdade.de.Odontologia.da.Universidade.de.São.Paulo,.SP.e.Profa..Associada.da.Disciplina.de.Dentística.da.Universidade.Cidade.de.São.Paulo.(UNICID)..

. ***. .Prof..Titular.das.Disciplinas.de.Dentística.do.Departamento.de.Dentística.da.Faculdade.de.Odontologia.da.Universidade.de.São.Paulo,.SP.e.da.Disciplina.de.Dentística.da.Universidade.Cidade.de.São.Paulo.(UNICID).

RESUMO

A.fratura.parcial.de.uma.porcelana.nem.sempre.exige.a. sua. troca,.pois.é.possível. realizar.o. seu. reparo.com.resina.composta..Este.trabalho.objetivou.avaliar.em.estudo.in.vitro.a.força.de.união.de.uma.resina.composta.a.três.diferentes.tipos.de.porcelanas:.porcelana.feldspática.(Noritake),.porcelana.com.feldspato.associado.a.leucita.(IPS.Empress),.porcelana.de.di-silicato.de.lítio.(IPS.Empress.2)..Os.corpos.de.prova.de.porcelana.foram.regularizados.com.lixas.d`água,.limpos.com.bolinhas.de.algodão.embebidas.em.tergensol,..em.seguida.lavados.e.secos..A.seguir,.foram.tratados.com.ácido.fluorídrico.a.10%.por.2.minutos,.a.5%.por.1.minuto.ou.a.5%.por.20.segundos..Após.serem.lavados.em.água.e.secos.receberam.uma.fina.camada.do.adesivo.Heliobond.e.foram.reparados.com.a.resina.composta.Tetric.Ceram..Os.corpos.de.prova.foram.ar-mazenados.em.água.destilada.a.37°C.em.estufa.por.48.horas.e.então.submetidos.ao.teste.de.tração..Pode-se.concluir.que,.para.porcelana.Noritake,.a.concentração.do.ácido.e.o.tempo.empregado.não.influenciaram.nos.resultados..A.porcelana.IPS.Empress.obteve.melhores.resultados.quando.condicionada.com.ácido.fluo-rídrico.a.5%.por.1.minuto.e.a.10%.por.2.minutos..A.porcelana.IPS.Empress.2.apresentou.melhores.resulta-dos.quando.condicionada.com.ácido.fluorídrico.a.5%.por.1.minuto.e.apresentou.piores.resultados.quando.condicionada.com.ácido.fluorídrico.a.10%.por.2.minutos..O.melhor.tratamento.indicado.para.esses.três.tipos.diferentes.de.porcelana.é.o.condicionamento.com.ácido.fluorídrico.a.5%.durante.1.minuto.

dEScRITORES:.Porcelana.Dentária,.Ácido.Fluorídrico,.Força.de.Adesão

ABSTRAcT

Ceramic.crown.partial.fractures.do.not.require.replacement.restoration.at.all.times,.since.it.is.possible.to.repair.them.with.composite.resin..This.“in.vitro”.study.intends.to.evaluate.bond.strengths.of.a.composite.resin. in. relation. to. three. kinds. of. ceramics:. feldspatic. ceramic. (Noritake),. leucite. reinforced. feldspatic.ceramic.(IPS.Empress).and.a.lithium.disilicate.ceramic.(IPS.Empress.2)..Ceramic.discs.were.introduced.on.acrylic.resin.surfaces.polished.by.mechanical.abrasion,.cleaned.with.cotton.balls.soaked.in.anionic.de-tergent.solution,.washed.and.dried..Samples.were.treated.with.a.10%.hydrofluoridric.acid.for.two.minutes,.5%.for.one.minute.and.5%.for.20.seconds..After.they.were.washed.with.water.and.dried,.they.received.a.thin.layer.of.heliobond.and.repairs.with.Tetric.Ceram.composite.resin..The.specimens.were.stored.in.distilled.water.at.37°C.for.48.hours,.then.subjected.to.tensile.tests..For.Noritake,.the.use.of.different.acid.concentrations.and.time.of.application.did.not.modify.the.results..IPS.Empress.presented.the.best.results.when.associated.with.hydrofluoridric.acid.at.5%.for.one.minute.and.at.10%.for.two.minutes..IPS.Empress.2.presented.the.best.results.when.associated.with.hydrofluoridric.at.5%.for.one.minute,.and.showed.worse.results.when.associated.with.hydrofluoridric.acid.at.10%.for.two.minutes..The.best.treatment.for.these.three.types.of.ceramics.was.the..hydrofluoridric.acid.at.5%during.one.minute.

dEScRIPTORS:..Ceramic.Crown,.Hydrofluoridric.Acid,.Bond.Strength

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Garone GM, Russo EMA, Garone Netto N. Força de união por tração de uma resina composta a três porcelanas dentais tratadas com ácido fluorídico. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)37-42

INTROdUÇãOA.utilização.de.porcelanas.para.restaurações.indiretas,.

coroas.metalo-cerâmicas.ou.coroas.cerâmicas.puras.têm.se.tornado.muito.popular.devido.a.suas.vantagens.estéti-cas..Porém.essas.porcelanas.são.materiais.frágeis.e.podem.se.fraturar.intraoralmente,.devido.à.algumas.caracterís-ticas.como.fadiga.do.material,.desenho.da.subestrutura.metálica.imprópria,.forças.oclusais,.trauma,.preparo.den-tal.inadequado,.microporosidades.e.expansão.térmica.da.porcelana. sobre.o.metal. (Latta.&.Barkmeier.200012)..Nem. sempre. a. fratura. da. peça. já. cimentada. levaria. a.total. substituição. desta.. Podemos. realizar. o. reparo. da.área.fraturada.com.uma.resina.composta,.deste.que.essa.fratura.não.comprometa.a.estrutura.da.porcelana..Esse.reparo.realizado.intraoralmente.representa.economia.de.tempo.clínico.além.de.preservar.estrutura.dental.(Golds-tein.&.White.19958)..Atualmente.realiza-se.um.preparo.da.porcelana.para.permitir.seu.reparo.com.resina.com-posta.. Este. preparo. da. porcelana. consiste. na. execução.de.um.microjateamento.com.óxido.de.alumínio.seguido.de. um. condicionamento. com. ácido. fluorídrico. com. a.finalidade.de.obter-se.retenção.mecânica,.a.seguir.aplica-se.o.silano.para.promever.uma.união.química,.só.então.o.adesivo.e.a.resina.composta.são.aplicados.(Zhukovsky.et.al.17,.1996;.Eikenberg.e.Shurtleff.5.1996;.Kupiec.et.al.11,1996;.Carneiro.Junior4,.1998;.Frankernberger.et.al.6.,.2000;.Kelsey.et.al.10,.2000;.Latta.e.Barkmeier12,.2000;.Haselton.et.al.9,.2001)..

O. ácido. fluorídrico. para. o. preparo. da. porcelana. é.um.dos.importantes.fatores.para.que.esse.reparo.venha.a.ter.sucesso..Os.autores.divergem.muito.com.relação.ao.seu.tempo.de.aplicação.e.sua.concentração..Inicialmente.eram.usadas.concentrações.altas.associadas.a.um.longo.tempo.de.aplicação,.o.que.gera.risco.para.o.paciente.e.perda.de.tempo.clínico,.Calamia3.no.ano.de.1983,.sem.especificar. a. concentração. do. ácido. fluorídrico. sugeria.uma.aplicação.por.20.minutos,.Bertolotti.et.al.2.(1989).indicavam.o.ácido.a.9.5%.por.4.minutos,.Sorensen.et.al.16.em.1991.preconizavam.o.ácido.fluorídrico.a.20%.por. 3. minutos,. Özden. et. al.13. (1994). utilizaram. um.condicionamento.com.ácido.fluorídrico.a.36%.por.10.minutos. e. concluíram. que. esse. tempo. e. concentração.dispensariam. a. aplicação. do. silano,. já. Kupiec. et. al.11.(1996).indicavam.o.ácido.fluorídrico.a.8%.por.4.minu-tos..Garone.Netto.&.Burger7.em.1998.propuseram.de.uma.maneira.geral.para.as.diferentes.porcelanas.um.con-dicionamento.de.7.a.10%.por.2,5.minutos.e.Franker-

berger.et.al.6.em.2000.já.utilizavam.o.ácido.fluorídrico.a.5%.por.1.minuto..Todos.esses.autores.trabalharam.com.porcelanas.feldspáticas,.portanto.podemos.observar.que.existe.uma.tendência.na.literatura.em.se.diminuir.a.con-centração.e.o.tempo.de.aplicação..Novas.porcelanas.têm.surgido.no.mercado.e.para.cada.uma.delas,. segundo.o.fabricante,.existe.uma.concentração.e.tempo.correto.de.condicionamento..O.objetivo.deste.estudo.é.avaliar.a.re-sistência.adesiva.por.tração.da.resina.composta.a.porce-lanas.que.foram.preparadas.apenas.com.ácido.fluorídrico.no.seu.tratamento.superficial.

MATERIAl E MÉTOdOForam.confeccionados.81.corpos.de.prova.de.porce-

lana.(Noritake,.Noritake.Co.;.IPS.Empress,.Ivoclar/Vi-vadent;. IPS.Empress2,. Ivoclar/Vivadent). em. forma.de.pastilhas.unidas.a.uma.resina.composta..Antes.de.serem.unidas,.as. superfícies.de.porcelana. foram.tratadas.com.ácido.fluorídrico.de.três.diferentes.maneiras.(Ácido.fluo-rídrico.a.10%.por.2.minutos,.ácido.fluorídrico.a.5%.por.1.minuto.e.ácido.fluorídrico.a.5%.por.20.segundos).

As. pastilhas. confeccionadas. com. a. porcelana. Nori-take.(Feldspática),.mediam.cerca.de.7mm.de.diâmentro.e.3mm.de.espessura,.já.as.pastilhas.de.IPS.Empress.(Fel-dspato.e.Leucita).e.IPS.Empress.2.(Dissilicato.de.Lítio).mediam.cerca.de.5mm.de.diâmetro.e.2mm.de.espessura..As.pastilhas.de.porcelana.eram.incluídas.em.resina.acrí-lica,.mantendo-se.aparente.uma.superfície.da.porcelana..Após.a.inclusão.essas.superfícies.expostas.foram.polidas.em.uma.politriz.com.lixas.d´água..Todos.os.corpos.de.prova.antes.de.sofrerem.o.tratamento.com.ácido.fluorí-drico.tiveram.sua.superfície.exposta.limpa.com.uma.bo-linha.de.algodão.embebida.em.uma.solução.detergente.aniônica. (Tergensol). (Rodrigues. et. al.14. ,. 1990;.Latta.e.Barkmeier.12,.2000;.Andrade.et.al.1,.2000;.Russo.et.al.15,.2001)..Os.corpos.de.prova.de.porcelana.foram.di-vididos.em.9.grupos.e.os.seguintes.procedimentos.foram.realizados:

Grupo.1-.Porcelana.Noritake:.foi.aplicado.ácido.flu-orídrico.a.10%por.2.minutos,.em.seguida.como.padrão.para.todos.os.grupos,.foi.lavada.e.seca.com.jatos.de.ar/água.e.seco.novamente.com.jatos.de.ar.isento.de.óleo.

Grupo.2-.Porcelana.Noritake:.foi.aplicado.ácido.flu-orídrico.a.5%por.1.minuto.

Grupo.3-.Porcelana.Noritake:.foi.aplicado.ácido.flu-orídrico.a.5%por.20.segundos.

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Grupo.4-.Porcelana.IPS.Empress:.foi.aplicado.ácido.fluorídrico.a.10%por.2.minutos

Grupo.5-.Porcelana.IPS.Empress:.foi.aplicado.ácido.fluorídrico.a.5%por.1.minuto.

Grupo.6-.Porcelana.IPS.Empress:.foi.aplicado.ácido.fluorídrico.a.5%por.20.segundos.

Grupo.7-.Porcelana.IPS.Empress.2:.foi.aplicado.áci-do.fluorídrico.a.10%por.2.minutos.

Grupo.8-.Porcelana.IPS.Empress.2:.foi.aplicado.áci-do.fluorídrico.a.5%por.1.minuto.

Grupo.9-.Porcelana.IPS.Empress.2:.foi.aplicado.áci-do.fluorídrico.a.5%por.20.segundos.

Após. o. tratamento. superficial. das. porcelanas. com.ácido.fluorídrico.todas.receberam.uma.fina.camada.do.adesivo. Heliobond. (Vivadent). que. foi. fotoativado. por.20.segundos.e.com.o.auxílio.de.uma.matriz.de.politetra-fluoretilieno.em.forma.de.cone.truncado.invertido.(com.3.mm.de.diâmetro.na. interface. adesiva). foi. inserida. a.resina.composta.Tetric.Ceram.(Vivadent).em.3.camadas,.cada.qual.fotopolimerizada.por.40.segundos.sendo.que.após.a.remoção.da.matriz,.esse.cone.de.resina.composta,.foi.fotoativado.por.mais.20.segundos..

Esses.corpos.de.prova.foram.armazenados.por.48.ho-ras.em.água.destilada.a.37°C.e.submetidos.ao.teste.de.tração.em.aparelho.de.tração.mecânico.(Instron)..

ResultadosOs.valores.obtidos.pelo.teste.de.tração.foram.obtidos.

em.Newtons.e.transformados.em.MPa..Foi.realizada.a.análise.estatística.utilizando-se.um.ní-

vel.de.significância.de.5%..Com.os.dados.colhidos.reali-zou-se.a.análise.da.variância.após.verificar.que.a.amostra.era.normal.e.homogênea..Como.foram.encontradas.di-ferenças.estatísticas.entre.os.grupos.testados.realizou-se.o.teste.de.Tukey.a.5%.de.significância.para.avaliar.qual.dos.grupos.testados.eram.diferentes.estatisticamente..O.valor.crítico.de.Tukey.foi.de.5,44025....

As.médias.amostrais.encontram-se.na.Tabela.I.Foram. comparados. entre. si. os. grupos. 1,. 2. e. 3;. os.

grupos.4,.5.e.6;.os.grupos.7,.8.e.9;.os.grupos.1,.4.e.7;.os.grupos.2,.5.e.8;.e.os.grupos.3,.6.e.9.

Inicialmente.foi.realizada.a.comparação.entre.os.gru-pos.de.cada.porcelana.onde.se.aplicou.os.diferentes.tem-pos.e.concentrações.de.ácido.fluorídrico.

•.Grupos.1,.2.e.3:Nestes. grupos. utilizou-se. apenas. a. Porcelana. Nori-

take.

Os. grupos.1,2. e. 3.não. apresentaram.diferenças. es-tatísticas.entre.si,.ou.seja,.a.porcelana.Noritake.quando.tratada.com.ácido.fluorídrico.a.10%.durante.2.minutos,.com.HF.a.5%.durante.1.minuto.e.com.HF.5%.durante.20.segundos.não.apresentou.diferenças.estatisticamente.significantes.

•.Grupos.4,.5.e.6:Nestes.grupos.utilizou-se.apenas.a.Porcelana.IPS.Em-

press.O.Grupo.4.(HF.10%.2.minutos).e.o.Grupo.5.(HF.

5%.1minuto).não.apresentaram.diferenças.estatísticas..O.grupo.4.e.o.Grupo.6.(HF.5%.20.segundos).também.não.apresentaram.diferenças.estatísticas..O.Grupo.5.quando.comparado.com.o.grupo.6.apresentou.diferenças.estatís-ticas.fazendo.notar.que.quando.a.porcelana.IPS.Empress.foi.condicionada.com.HF.a.5%.durante.1.minuto,.obte-ve.uma.melhor.adesão.à.resina.composta.do.que.quando.a.porcelana.foi.condicionada.com.o.mesmo.produto.por.apenas.20.segundos.

•.Grupos.7,.8.e.9:Nestes.grupos.utilizou-se.apenas.a.Porcelana.IPS.Em-

press.2.Os.Grupos.7,8.e.9.apresentaram.diferenças.estatísti-

cas.entre.si..O.grupo.8.(HF.a.5%.durante.1.minuto).foi.o.que.apresentou.melhor.adesão.à.resina.composta.e.o.grupo.7.(HF.a.10%.durante.2.minutos).apresentou.os.resultados.mais.desfavoráveis.estatisticamente.....

Finalmente.comparou-se.os.grupos.onde.aplicou-se.o.mesmo.tempo.e.concentração.de.ácido.fluorídrico.nas.diferentes.porcelanas.

Grupo.1.–.N.10%.2min 14.34217Grupo.2.–.N.5%.1min 16,73472Grupo.3.–.N.5%.20s 12,65433Grupo.4.–.E.10%.2min 19,51334Grupo.5.–.E.5%.1min 22,88132Grupo.6.–.E.5%.20s 14,21943Grupo.7.–.E2.10%.2min 6,02668Grupo.8.–.E2.5%.1min 32,27994Grupo.9.–.E2.5%.20s 20,52666

Tabela I - Médias amostrais em MPa da força de união por tração dos grupos testados

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•.Grupos.1,.4.e.7:Nestes.grupos.aplicou-se.o.ácido.fluorídrico.a.10%.

por.2.minutos.Os.Grupos.1.(Noritake).e.4.(IPS.Empress).não.apre-

sentaram.diferenças.estatísticas,.já.os.Grupos.1.e..7.(IPS.Empress2),.e..4.e..7.apresentaram.diferenças.estatísticas..O.Grupo7.representado.pela.porcelana.IPS.Empress.2.condicionada.com.HF.a.10%.durante.2.minutos,.apre-sentou. resultados. estatisticamente. inferiores. quando.comparados.com.os.demais.grupos..

•.Grupos.2,.5.e.8:Nestes. grupos. aplicou-se. o. ácido. fluorídrico. a. 5%.

por.1.minuto.Os.Grupos.2,.5.e.8.apresentaram.diferenças.estatísti-

cas..O.Grupo.2.(Noritake).apresentou.os.piores.resulta-dos.sendo.inferior.aos.demais..O.Grupo.8.(IPS.Empress.2).foi.superior.ao.2.e.5.(IPS.Empress)..O.condiciona-mento.com.HF.a.5%.por.1.minuto.obteve. resultados.mais.favoráveis.com.IPS.Empress.2.e.menos.favoráveis.com.a.Noritake,.a.IPS.Empress.foi.melhor.que.a.Nori-take.e.inferior.a.IPS.Empress.2...

•.Grupos.3,.6.e.9:Nestes. grupos. aplicou-se. o. ácido. fluorídrico. a. 5%.

por.20.segundos.Quando.comparados.os.Grupos.3,.6. e.9,.notou-se.

que.o.Grupo.9.(IPS.Empress.2).apresentou.os.melhores.resultados. estatísticos,. sendo. assim. superior. aos. outros.grupos..O.Grupo.3.e.o.Grupo.6.não.apresentaram.dife-renças.estatísticas.entre.si,.logo.apenas.o.tratamento.com.HF.a.5%.durante.20s.apresentou.os.melhores.resultados.estatísticos.com.a.IPS.Empress.2,.sendo.que.a.Noritake.a..IPS.Empress.não.apresentaram.diferenças.entre.si.

dIScUSSãONa.literatura.há.um.consenso.de.que.o.reparo.da.por-

celana.deve. ser. realizado.pelos. seguintes.passos:. prévia.asperização.da.mesma.(de.preferência.um.jateamento),.um.condicionamento.com.ácido.fluorídrico,.a.aplicação.de.um.agente.para.união.química. (silano).e. então.um.sistema. adesivo. e. a. resina. composta.. O. objetivo. deste.estudo.foi.avaliar.o.condicionamento.com.ácido.fluorí-drico.como.único.tratamento.superficial.para.adesão.de.resina. composta. em.porcelanas,. alterando. sua. concen-tração.e.o.tempo.de.aplicação.em.três.diferentes.tipos.de.porcelana:.uma.feldspática.(Noritake),.uma.de.feldspato.

com.leucita.(IPS.Empress).e.uma.com.di-silicato.de.lítio.(IPS.Empress.2)..As.concentrações.utilizadas.e.o.tempo.de.condicionamento.de.cada.porcelana.seguiam.as.espe-cificações.do.fabricante,.e.eram.utilizadas.para.as.outras.porcelanas. visando. avaliar. a.necessidade.de. se. seguir. a.conduta.orientada.pelo.fabricante..A.porcelana.Noritake.tem.como.padrão.o.condicionamento.com.ácido.fluorí-drico.a.10%.por.2.minutos,.para.a.porcelana.IPS.Em-press.o.fabricante.recomentda.o.ácido.fluorídrico.a.5%.por.1.minuto.e.para.a.IPS.Empress.2.o.ácido.fluorídrico.a.5%.por.20.segundos.

Neste. trabalho. a. avaliação. da. porcelana. feldspática.(Noritake).não.mostrou.diferença.estatística.entre.os.três.tipos. de. condicionamento. com. ácido. fluorídrico. que.foram. aplicados,. embora. tenha. apresentado. diferenças.numéricas.entre.os.Grupos.1,.2.e.3.(Tabela.I).

Na.avaliação.da.porcelana.IPS.Empress.foram.encon-tradas.semelhanças.estatísticas.entre.os.Grupos.4.(HF.a.10%.por.2.minutos).e.5.(HF.a.5%.por.1.minuto).e.entre.os.Grupos.4.e.Grupo.6.(HF.a.5%.por.20.segundos),.já.o.Grupo.5.foi.superior.ao.Grupo.6,.nos.levando.a.acre-ditar.que.tratamento.ácido.mais.indicado.da.superfície.dessa.porcelana.é.o.recomendado.pelo.fabricante..Garo-ne.Netto.&.Burger7(1998). já.chamavam.atenção.para.o.fato.de.que.para.cada.tipo.de.porcelana.deveria.haver.uma.condição.específica.de.concentração.de.ácido.fluo-rídrico.e.de.tempo.para.o.condicionamento,.assim.a.IPS.Empress.deveria.ser.condicionado.com.ácido.fluorídrico.a.5%.por.1.minuto.

Na.avaliação.da.porcelana.IPS.Empress.2.encontra-mos.diferenças.estatísticas.entre.as.três.condições.testa-das..O.Grupo.8.(IPS.Empress.2,.condicionado.com.HF.a.5%.por.1.minuto).apresentou.os.melhores..resultados,.sendo.estatisticamente.superior.à.condição.sugerida.pelo.fabricante.(IPS.Empress.2.condicionado.com.HF.a.5%.por.20.segundos),.tratamento.realizado.no.Grupo.9..

O. fato. de. termos. obtido. uma. melhor. resistência. à.tração.condicionando.o.IPS.Empress.2.com.ácido.fluo-rídrico.a.5%.por.1.minuto.sugere.que.no.caso.de.sim-plificação.do. tratamento.desta.porcelana. somente.com.o.condicionamento.ácido.podemos.obter.nosso.melhor.resultado.

Quando. comparamos. os. resultados. do. tratamento.da. aplicação. do. ácido. fluorídrico. a. 10%. por. 2. minu-tos.nas.três.porcelanas.e.verificamos.que.esse.tratamen-to. superficial. é.válido.para.a.porcelana.Noritake.e. IPS.Empress,.não.apresentando.diferenças.estatísticas.entre.

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elas..Quando.utilizado.o.ácido.fluorídrico.a.10%.por.2.minutos.para.o.IPS.Empress.2.os.valores.obtidos.foram.estatisticamente.inferiores.

O.condicionamento.com.ácido.fluorídrico.por.1.mi-nuto.apresentou.resultados.estatísticos.individualmente.iguais.ou.melhores.para.cada.tipo.de.porcelana.testada..Portanto,.o.ácido.fluorídrico.a.5%.aplicado.por.1.minu-to. poderia. ser. utilizado. como. único. condicionamento.para.quaisquer.umas.das.três.porcelanas.testadas.

Com.a.aplicação.do.ácido.fluorídrico.a.5%.por.20.segundos. para. as. três. porcelanas,. Grupos. 3. e. 6. foram.iguais.e.inferiores.estatisticamente.ao.Grupo.9,...já.para.a.porcelana.feldspática.os.três.tipos.de.condicionamento.foram. estatisticamente. iguais,. então. pode-se. utilizar. o.ácido.fluorídrico.a.5%.por.20.segundos.e.obter-se.bons.resultados..Já.para.as.demais.porcelanas.(IPS.Empress.e.IPS.Empress.2).esta.pesquisa.mostrou.existirem.melho-res.opções.de.condicionamento.

No.caso.em.que.pretendermos.eleger.apenas.um.tipo.de.condicionamento,.o.ácido.fluorídrico.a.5%.por.1.mi-nuto.mostrou-se.o.melhor.para.as.três.porcelanas.testa-das.nas.condições.desta.pesquisa.

cONclUSÕESQuando.se.utilizou.o.condicionamento.com.o.ácido.

fluorídrico.como.único.tratamento.da.superfície.das.três.porcelanas.no.reparo.com.resina.composta,.submetidos.ao. teste. de. resistência. adesiva. por. tração,. foi. possível.concluir:

Para.as.porcelanas1.. A. porcelana. Noritake. pode. ser. condicionada.

por.ácido.fluorídrico.nas.três.condições.testadas.sempre.com.resultados.apropriados.

2.. A.porcelana.IPS.Empress.quando.condicionada.com.ácido.fluorídrico.a.10%.por.2.minutos.e.a.5%.por.1.minuto.(como.indica.o.fabricante).apresentou.resulta-dos.estatisticamente.iguais,.sendo.que.apenas.este.último.apresentou.resultados.superiores.ao.condicionamento.a.5%.por.20.segundos.

3.. A.porcelana.IPS.Empress.2.quando.tratada.com.ácido.fluorídrico.a.5%.por.1.minuto.apresentou.resulta-dos.estatisticamente.superiores.aos.demais.tratamentos,.inclusive.em.relação.ao.grupo.em.que.foi.aplicado.o.tra-tamento.preconizado.pelo. fabricante.(ácido.fluorídrico.a.5%.por.20.segundos)..O.tratamento.dessa.porcelana.com.ácido.fluorídrico.a.10%.por.2.minutos.apresentou.o.pior.resultado.

Para.o.condicionamento.com.ácido.fluorídrico:1.. O.ácido.fluorídrico.a.10%.aplicado.por.2.minu-

tos.apresentou.resultados.apropriados.para.as.porcelanas.Noritake.e.IPS.Empress.

2.. O.ácido.fluorídrico.a.5%.aplicado.por.1.minuto.foi.o.único.tratamento.aqui.testado.que.apresentou.bons.resultados.para.as.três.porcelanas.pesquisadas.

3.. O. ácido.fluorídrico. a. 5%.aplicado.por.20. se-gundos.apresentou.resultados.estatisticamente.satisfató-rios.apenas.para.a.porcelana.Noritake..

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12. .Latta.MA,.Barkmeier.WW..Approaches.for.intrao-ral.repair.of.ceramic.restorations..Compend.Contin.Educ.Dent.2000.;21(8):635-44.

13. .Özden.AN,.Akaltan.F,.Can.G..Effect.of.surface.tre-atments.of.porcelain.on.the.shear.bond.strength.of.applied. dual-cured. cement.. J Prosthet Dent. 1994.;72(1):85-8.

14 .Rodrigues.JE,.Saliba.O,.Garone.Netto.N..Avaliação.da.união.de.três.tipos.de.retentores.para.prótese.ade-siva.de.Ni-Cr.ao.esmalte.humano.em.função.de.um.detergente.e.de.duas.resinas.compostas.cimentantes..Rev Paul Odontol.1990.;12(5):.38-43.

15 .Russo.EMA,.Carvalho.RCR,.Andrade.AP,.et al..Efei-to.de.diferentes. tratamentos.na. força.de.adesão.ao.esmalte.(abstract.Ia.238)..Pesqui Odontol Brás.2001.;15(Supl):100.

16 .Sorensen. JA,. Engelman. MJ,. Torres. TJ,. Avera. SP..Shear.bond.strength.of.composite.resin.to.porcelain..Int J Prosthodont.1991.;4(1):17-23.

17 .Zhukovski.L,.Godder.B,.Settembrini.L,.Scherer.W..Repairing. porcelain. restorations. intraorally:. tech-niques. and. materials.. Compend Contin Educ Dent.1996.;17(1):18-28..

Recebido.em25/04/2004Aceito.em.11/05/2005

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AGENTES cOMUNITÁRIOS dE SAúdE dO PAcS E PSF: UMA ANÁlISE dE SUA vIvÊNcIA PROFISSIONAl

COMMUNITY HEALTH AGENTS OF CHAP AND FHP: AN ANALYSIS OF THEIR PROFESSIONAL PRACTICE

Fabrício Dantas da Silva Espínola *Iris do Céu Clara Costa **

RESUMO Introdução- Este trabalho analisou como os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) da zona urbana do município de Mossoró-RN desenvolvem suas atividades, qual o seu nível de satisfação e quais as afinida-des que eles têm com a profissão escolhida, verificando também o nível de integração entre o agente e os demais membros da equipe, além da receptividade da população. Metodologia- Os dados foram coletados entre 46,85% (de um total de 286) dos agentes atuantes que trabalham 40 horas semanais e que se dis-puseram a participar, a partir de um questionário, com perguntas abertas, fechadas e de múltipla escolha, buscando-se perceber revelações sobre sua prática profissional. Resultados e Discussão- Após análise, os resultados revelaram que 83,5% dos ACS pesquisados encontram-se satisfeitos com a profissão, devido a sua afinidade com as atividades desenvolvidas e capacitações recebidas, como também expressam o bom relacionamento entre eles e os demais membros da equipe. Entretanto, apesar do alto nível de satisfação demonstrado, alguns descontentamentos referentes à grande carga de trabalho, alto número de famílias a serem acompanhadas, falta de valorização profissional e de uma boa remuneração, foram também re-gistrados entre 16,5% dos ACS. Considerações Finais- Isso aponta para a responsabilidade do gestor local em estimular esses atores sociais, criando condições favoráveis em todos os sentidos, de maneira que mo-tivados individualmente possam, no exercício de suas atividades, gerar mais saúde e conseqüentemente melhor qualidade de vida para a população.

dEScRITORES: Agentes Comunitários de Saúde; Percepção; Motivação.

ABSTRAcTIntroduction-.This.study.analyzed.how.Community.Health.Agents.(CHA),. from.the.urban.area.of. the.city.of.Mossoró/.RN,.develop.their.activities;.their.level.of.satisfaction;.and.their.affinity.with.their.pro-fession...It.also.verified.the.integration.among..agents.and.other.staff.members,.as.well.as.the.receptivity.of.the.population.toward.their.work..Methods.-.The.research.comprised.46.85%.of.volunteering.agents.(of.a.total.of.286.individuals).working.40.hours.per.week,.and.the.data.was.collected.using.a.questionnaire.with.open-ended,.close-ended.and.multiple.choice.questions,.with.the.purpose.of.further.examining.their.professional.practice..Results-.After.the.data.analysis,.the.results.showed.that.83.5%.of.the.CHA.analyzed.were.satisfied.with.the.professional.practice.due.to.the.affinity.of.the.developed.activities.and.the.training.received..The.agents.also.revealed.a.satisfactory.relationship.with.their.peers.and.other.members.of.their.team..However,.some.of.them.(16.5%).showed..dissatisfaction.due.to.work.overload,.high.number.of.fami-lies.to.be.followed.up,.as.well.as.the.lack.of.professional.appreciation.and.of.good.payment..Conclusions-.The.above-mentioned.considerations.suggest.that.the.local.supervisor.is.responsible.for.encouraging.and.motivating.these.professionals,.creating.favorable.conditions..in.order.to.promote.health.and.consequently..better.quality.of.life.for.the.population.

dEScRIPTORS: Community Health Agents; Perception; Motivation

. *. Cirurgião-dentista.do.PSF/Mossoró-RN..Especialista.em.Saúde.Coletiva.pela.Universidade..Federal.do.Rio.Grande.do.Norte.(UFRN)

. **. Professora.Doutora.do.Programa.de.Pós.Graduação.em.Odontologia.Preventiva.e.Social.da.UFRN.e.Orientadora.da.Pesquisa

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INTROdUÇãO/REvISãO dA lITERATURANo. Brasil,. historicamente,. a. assistência. à. saúde. da.

população.era.dirigida.para.os.trabalhadores,.que.tinham.atendimento.através.das.caixas.de.previdência,.ou.então.pagavam.por.serviços.particulares..Quem.não.podia.pa-gar,.recorria.às.Santas.Casas.de.Misericórdia.ou.a.postos.de.saúde.municipais,.que.viviam.sempre.lotados..

No. final. dos. anos. 70,. surgiram. movimentos. que.desencadearam. no. mundo. expectativas. por. uma. nova.saúde.pública..Dentre.os.movimentos,.um.passou.a.ser.referência. mundial. e. foi. denominado. de. Conferência.Internacional.Sobre.Cuidados.Primários.de.Saúde,.cuja.realização.aconteceu.na.cidade.de.Alma-Ata,.em.1978,.na.antiga.União.Soviética,.pela.Organização.Mundial.de.Saúde.(OMS).e.pelo.Fundo.das.Nações.Unidas.para.In-fância.(UNICEF).

Segundo.o.Ministério.da.Saúde7.(2000),.os.principais.pontos.de.compromisso.desta.Conferência.foram:

•..Promover. saúde.a. todos,.melhorando.a.qualidade.de.vida;

•..Diminuir.as.desigualdades.sociais;•..Promover.a.participação.popular.no.que.diz.respei-

to.à.execução.dos.cuidados.de.saúde;•..Os.governos.é.que.se.responsabilizariam.pela.saúde.

e.organizariam.os.sistemas.de.acesso.à.atenção.pri-mária,.de.forma.que.estivessem.ao.alcance.de.todas.as.pessoas,.com.um.custo.sustentável.pelos.países;

•..Destacava.também.a.necessidade.de.intersetoriali-dade.na.promoção.de. saúde. e. afirmava.que. a. ca-pacitação.da. comunidade.pela. educação. seria. um.ponto.fundamental.

O.Movimento.da.Reforma.Sanitária,.que.era.forma-do.por. estudantes.de.Medicina,.professores.universitá-rios. e. sociólogos,. surgiu. inspirado. na. Conferência. de.Alma-Ata.e.visava.à.melhoria.das.condições.de.saúde.da.população,. bem. como. das. desigualdades. sociais.. Esse.movimento.defendia.o.acesso.universal.aos. serviços.de.saúde,.patrocinado.pelo.governo..A.partir.dele,.em.1986.foi. realizada.no.Brasil. a.VIII.Conferência.Nacional.de.Saúde.e.criada.a.Comissão.Nacional.da.Reforma.Sanitá-ria,.com.o.objetivo.de.formular.bases.para.um.sistema.de.saúde.brasileiro..Nessa.conferência,.havia.integrantes.de.toda.a.sociedade,.dentre.eles,.políticos.que.fizeram.parte.da.formação.da.Constituição.Federal.de.1988,.e.através.da.Constituição,.nos.seus.artigos.196.e.198,.reformulou-se.as.estratégias.de.saúde.no.país...O.artigo.196.destaca.a. saúde.como.um..direito.de. todos.e.dever.do.estado,.

e. o. artigo. 198. cria. o. Sistema. Único. de. Saúde. (SUS),.fundamentado.nas.seguintes.diretrizes:.descentralização,.atendimento.integral.e.participação.popular..(Ministério.da.Saúde7,.2000).

Após. a. criação. do. SUS,. algumas. estratégias. foram.formuladas.no. sentido.de. colocá-lo. em.prática..Como.exemplos,. podemos. citar. a. criação. dos. distritos. sani-tários,. dos. sistemas. locais. de. saúde. e. do. Programa. de.Agentes.Comunitários.de.Saúde.(PACS)..Esta.última.foi.uma.das.principais,.senão.a.mais.importante.das.estra-tégias.criadas.em.relação.à.assistência.básica.à. saúde,.e.surgiu.com.o.princípio,.de.ser.o.elo.de. ligação.entre.a.população.e.as.unidades.de.saúde,.promovendo.o.acesso.aos. serviços;. identificando,. mediante. o. cadastramento.das.famílias,.seus.principais.problemas.e.fatores.de.risco;.estimulando.a.educação.da.comunidade.e.a.prevenção.às.doenças,.e.tentando.despertar.a.sua.participação.social;.auxiliando. a. equipe. de. saúde. no. controle. de. doenças.endêmicas,.como.também,.atuando.juntos.aos.serviços.de.saúde.na.promoção.e.proteção.à.saúde.da.população.(Ministério.da.Saúde8,.1991).

Passaram-se.mais.de.dez.anos.da.criação.do.PACS.e.sabe-se.que.a.partir.dele.houve.redução.de.alguns.indica-dores.de.morbi-mortalidade,.além.da.melhora.referente.à.prestação.de.serviços..Dentre.os.indicadores,.podemos.citar. a. redução.da.mortalidade. infantil,. o. aumento. ao.acesso.da.população.nas.unidades,.o.incremento.da.co-bertura.vacinal.das.crianças,.o.maior. incentivo.ao.alei-tamento.materno,.a.redução.da.desnutrição.infantil.e.o.acompanhamento.das.gestantes,.incentivando-as.a.reali-zar.o.pré-natal..Embora.a.utilização.do.Agente.Comu-nitário.de.Saúde.(ACS).tenha.muitos.pontos.positivos,.tanto. com.uma.atuação. isolada.desde.o.PACS.quanto.hoje,.inserido.no.Programa.Saúde.da.Família.(PSF),.se.fizermos.uma.análise.geral,.ainda.continua.grande.a.in-satisfação,.tanto.profissional.como.popular.

O.profissional.que.trabalha.com.a.saúde.pública.sabe.ou. precisa. saber. o. quão. é. importante. o. trabalho. dos.Agentes.Comunitários.de.Saúde,.principalmente.porque.esses.são.os.pilares.dos.programas.de.saúde.voltados.para.a.atenção.básica,. instituídos.pelo.governo,. servindo.de.comunicadores.e.tradutores.desses.programas.para.a.po-pulação,.além.de.serem.um.elo.de.ligação.entre.os.outros.profissionais.e.a.comunidade..Esses.atores,.segundo.Nu-nes.et.al10..(2002),.encontram-se.de.forma.privilegiada.na.dinâmica.de.implantação.e.consolidação.de.um.novo.modelo.assistencial,.centrado.no.paradigma.da.promo-

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ção.de.saúde,.e.a.percepção.desses.agentes.em.relação.à.realidade.de.cada.comunidade.é.ponto.fundamental.para.o.processo.educativo.e.participativo.da.população..

A.criação.do.Programa.de.Agentes.Comunitários.de.Saúde. (PACS),.pelo.Ministério.de.Saúde,. foi.uma.das.primeiras.estratégias.relacionadas.à.mudança.do.modelo.de. assistência. à. saúde,. principalmente. porque. a. partir.deste.programa.começou.a.haver.um.intermediário.entre.as. comunidades. e. os. serviços. de. saúde. (Ministério. da.Saúde8,.1991).

Silva.e.Dalmaso13.(2002).descrevem.que.a.partir.do.PACS,.o.ACS.tornou-se.um.elemento.efetivo.do.trabalho.em.saúde.e.um.ator.essencial.no.cenário.da.estruturação.e.reestruturação.da.atenção.básica.em.saúde,.visando.es-pecialmente.a.ampliação.da.cobertura.assistencial,.com.aumento.do.acesso.a.partir.do.acolhimento.feito.por.ele,.identificando,.encaminhando.e.dando.resolutividade.às.necessidades.de.saúde.da.população.

Dentre. as. atribuições. dos. ACS,. definidas. por. este.Ministério,.duas.merecem.uma.atenção. especial.quan-do.se.discute.a.formação.desses.profissionais:.“1-Orien-tar.as. famílias.para.a.utilização.adequada.de. serviços.e.2-Informar. aos. demais. membros. da. equipe,. acerca. da.dinâmica.social.da.comunidade,.suas.disponibilidades.e.necessidades”.(Nunes.et al.10,.2002)..Nessas.atribuições.percebemos.a. função.de. intermediadores.desses.profis-sionais,.e.quanto.é.importante.sua.capacitação.para.me-lhor.desempenhá-la..

Em.Costa.et al.2.(1997),.fala-se.da.necessidade.de.um.conhecimento. específico,. um. alto. grau. de. disciplina. e.responsabilidade,.uma.estabilidade.emocional.que.o.per-mita.conviver.freqüentemente.com.o.estresse,.a.sensibi-lidade.para.atuar.em.ambientes.coletivos,.e.em.algumas.situações.ter.capacidade.para.solucionar.problemas,.além.de.conhecer.bem.a.comunidade..Inclusive,.um.dos.prin-cipais.requisitos.para.o.credenciamento.no.programa.é.ser.residente.na.área.onde.atua,.pois.o.ACS.precisa.co-nhecer.muito.bem.a.comunidade.na.qual.irá.trabalhar..O.Ministério.da.Saúde6. (1997).descreve.as.atribuições.específicas.do.ACS,.explicitando.que.este.deve. funcio-nar.como.um.elo.de. ligação.entre.a.equipe.de.saúde.e.a. comunidade,. potencializando. em. função. do. contato.permanente,.tanto.o.trabalho.de.vigilância.e.promoção.de.saúde,.quanto.o.trabalho.educativo,.uma.vez.que.faz.a.ponte.entre.o.saber.científico.e.o.saber.popular..Quanto.mais.ampla.for.a.abrangência.de.atuação.dos.agentes.jun-tos.às.famílias,.melhores.serão.os.resultados.do.trabalho,.

criando.maior.impacto.sobre.a.vida.da.comunidade.Para.desempenhar.cada.vez.melhor.suas.funções,.os.

Agentes.Comunitários.de.Saúde.necessitam.de.capacita-ções.e.treinamentos.adequados,.que.incluam.desde.pro-cedimentos.técnicos,.como,.aferição.de.peso.e.altura.das.crianças,.até.o.desenvolvimento.de.atividades.educativas.e.preventivas.junto.à.população,.além.de.ensinamentos.para. que. possam. transmitir. de. forma. decodificada. al-guns.saberes.que.envolvem.a.Medicina.como.um.todo.(Nunes.et al.10.2002)..

É. fundamental. identificar. durante. a. capacitação. o.perfil.do.profissional.que.irá.atuar.nos.serviços,.ajudan-do-o.a.desenvolver.suas.habilidades.para.que.possa.uti-lizá-las.na.prática.e.implantá-las.no.cotidiano.o.conhe-cimento.adquirido..Um.outro.ponto. importante. sobre.a. capacitação,. no. sentido. de. favorecer. o. desempenho.do.agente,.é.que.esta.deverá.ser.freqüente.e.continuada.(Costa.et al.1,.1998;.L’Abbate4,.1999).

Inicialmente.os.agentes.de.saúde.do.PACS.trabalha-vam.quase.que. isoladamente. com.a. comunidade,. com.pouca.ou.quase.nenhuma.participação.de.outros.profis-sionais,.e.esse.trabalho.lhes.conferia.um.certo.prestígio,.principalmente.porque.depois.de.capacitados.eles.passa-vam.a.dominar.certos.saberes.de.saúde,.o.que.os.coloca-vam.em.um.nível.superior.ao.da.população.de.sua.abran-gência.e.convivência.(Ministério.da.Saúde9,.2001).

Após.um.certo.tempo,.o.trabalho.em.equipe.justifi-cou-se.devido.à.necessidade.de.aumentar.a.cobertura.dos.serviços.e.desenvolver.ações.para.reverter.a.situação.epi-demiológica.de.algumas.doenças.mais.prevalentes.(Costa.et al.2,.1997)..Segundo.Peduzzi12.(2001),.o.trabalho.em.equipe.consiste.numa.modalidade.de. trabalho.coletivo.que.se.configura.na.relação.entre.as.intervenções.técni-cas.e.a.interação.dos.agentes..Nesse.contexto.foi.criado.o.Programa.de.Saúde.da.Família. (PSF). e.muitos.ACS.passaram.a.fazer.parte.desse.programa,.gerando.um.cer-to.conflito.de.poder,.pois.a.partir.daí,.o.agente.passou.a.dividir.o.seu.prestígio.na.comunidade.com.o.resto.da.equipe..Além.disso,.houve.um.aumento.significativo.de.trabalho.e.responsabilidade,.sem.nenhum.reajuste.sala-rial.

. Pedrosa. e. Teles11. (2001). em. estudo. realizado. na.cidade.de.Teresina/PI.descreveram.que.os. agentes.pes-quisados.mostraram.um.certo.grau.de.insatisfação.com.relação.à.equipe,.pois.não.tinham.uma.boa.comunicação.com.o.médico.e.alguns.citaram.o.enfermeiro.como.cau-sador.de.problemas..Em.relação.à.comunidade,.os.ACS.

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relataram.que.no.início.houve.resistência.da.população,.porém.com.o.tempo.as.pessoas.foram.aceitando.o.pro-grama.. Os. problemas. eram. tantos. que. muitos. agentes.exigiram. até. a. sua. transferência. de. algumas. unidades...Os.ACS.citaram.dificuldades.em.abordar,.nas.palestras.educativas,.questões.relacionadas.a.condições.de.domi-cílio,.acúmulo.de.lixo.e.falta.de.saneamento,.em.virtude.das.Instituições.pertinentes,.que.nem.sempre.cumprem.suas. obrigações. nesses. aspectos.. Outra. reclamação. dos.agentes,.foi.à.insatisfação.em.relação.à.falta.de.condições.de. trabalho,. seguridade. no. emprego. e. baixos. salários.diante.das.atribuições.que.lhes.são.exigidas..Apontaram.também.a.falta.de.plano.de.capacitação.e.profissionali-zação,.como.também.insuficiente.respaldo.institucional.do.gestor.municipal..

.Costa.et al.2.(1997).já.falavam.da.insatisfação.e.des-motivação.com.que.os.profissionais.da.saúde.convivem.devido.aos.salários.extremamente.baixos,.defasados,.e.a.inexistência. de. um. plano. de. cargos,. carreira. e. salários.em. algumas. instituições,. compatível. com. as. responsa-bilidades,.riscos.e.encargos.inerentes.aos.procedimentos.desenvolvidos.na.Área.de.Saúde..

Um.estudo.de.Levy,.Matos.e.Tomita5.(2004).em.Bau-ru-SP.mostrou,.que.de.forma.geral,.o.trabalho.do.ACS.passa.por.uma.fase.inicial.de.desconfiança.por.parte.da.população,.mas.que,.em.função.da.dinâmica.interacional.e.das.tarefas.que.ele.realiza.em.suas.visitas.domiciliares,.isso.evolui.para.uma.participação.efetiva.e.uma.melhora.crescente.da.relação.agente/comunidade.

Por. sua. vez,. Ferraz. e. Aerts3. (2005). relatam. no. seu.estudo.com.114.agentes.do.PSF.de.Porto.Alegre-RS.que.o. número. de. visitas. domiciliares. realizadas. diariamen-te.pelo.ACS.varia.de.7.a.9,. sendo.que.18,4%.ficaram.abaixo.da.média. recomendada.de.no.mínimo.8.visitas.diárias,. considerando. que. a. maioria. tem. um. número.elevado.de.famílias.sob.sua.responsabilidade,.o.que.di-ficulta.o. cumprimento.da.meta..Descrevem.ainda.que.os.agentes.pesquisados.preferem.as.atividades.de.campo,.especialmente. as. visitas.domiciliares,.destacando. como.atividades. menos. apreciadas. por. eles,. aquelas. que. to-mam.bastante.tempo.útil.tais.como:.agendar.consultas,.organizar.prontuários.e.preencher.fichas.do.SIAB.(siste-ma.de.informações.de.atenção.básica),.ou.seja.atividades.administrativas.

Segundo. Pedrosa. e.Teles11(2001),. após. algum. tem-po.da.inclusão.do.ACS.no.PSF,.alguns.conflitos.foram.sendo.superados,.principalmente.porque.houve.um.au-

mento.de.divisão.de.responsabilidades,.bem.como.uma.melhora.no. acesso.da.população. junto. às. unidades. de.saúde..Com.isso,.a.população.começou.a.valorizar.mais.o.agente,.devido.principalmente.à.diminuição.dos.índi-ces.de.agravos.à.saúde,.como.mortalidade.infantil.e.adul-ta,.controle.das.diarréias,.presença.do.médico.nas.visitas.domiciliares.agendadas.pelos.agentes,.etc.,.o.que.de.certa.forma.trouxe.resolutividade.aos.problemas.da.população.e.uma.maior.satisfação.do.usuário.

Considerando,. pois. a. contextualização. do. ACS. na.equipe.do.PACS.e.PSF,.este.trabalho.tem.o.objetivo.de.identificar.o.nível.de. satisfação.e.afinidade.com.a.pro-fissão.escolhida,.verificando.o.nível.de.integração.entre.o.agente.e.os.demais.membros.da.equipe,. além.da. re-ceptividade.da.população.do.ponto.de.vista.do.próprio.ACS.sobre.as.tarefas.executadas.por.ele.no.seu.exercício.profissional.

METOdOlOGIATodo.recurso.humano.trabalha.para.viver.e.cada.um.

possui.suas.características.individuais..Entretanto,.os.ob-jetivos.são.sempre.os.mesmos:.tentar.desempenhar.o.me-lhor.possível.a.profissão.escolhida.e,.claro,.melhorar.sua.qualidade. de. vida.. A. partir. disso,. procuramos. analisar.qual.o.ponto.de.vista.dos.ACS.em.relação.à.forma.com.que.eles.desenvolvem.as. atividades. e.qual. a.motivação.que.eles. têm.para. tanto,.buscando.resgatar.o. saber.e.a.experiência.de.cada.um.deles,.com.o.intuito.de.melhorar.o.desempenho. e.o.desenvolvimento.dos. serviços. reali-zados.

•.Caracterização.do.estudo:Esta.pesquisa.investigativa.descritiva.se.propôs.a.cap-

tar.a.percepção.que.o.ACS.tem.do.seu.trabalho,.as.con-dições.em.que.o.executa.no.PSF.e.PACS,.e.como.eles.utilizam.o.conhecimento.adquirido.nas.capacitações.

•.Campo.da.pesquisa:A.pesquisa.realizou-se.nas.Unidades.Básicas.de.Saúde.

da.zona.urbana.do.município.de.Mossoró-RN.•.Amostra:O.município.possui.27.Unidades.Básicas.de.Saúde.

na.zona.urbana,.com.um.total.de.286.Agentes.Comuni-tários.de.Saúde,.que.trabalham.num.regime.de.40.horas.semanais..Desses.286,.foram.selecionados.aleatoriamen-te.e.entrevistados.134.agentes.que.se.dispuseram.a.parti-cipar,.o.que.correspondeu.a.46,85%.do.total.de.agentes.atuantes..

•.Instrumento.de.coleta:

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O.questionário.foi.constituído.de.oito.perguntas.dos.tipos. múltipla. escolha,. perguntas. abertas. e. fechadas,.aplicado.pessoalmente.pelos.pesquisadores.

•.Análise.dos.dados:As.respostas.foram.analisadas.qualitativamente.atra-

vés.do.processo.de.categorização.e.descrição.das.catego-rias.e.quantitativamente.através.da.estatística.descritiva,.por.meio.de.freqüências.e.percentagens.

RESUlTAdOS E dIScUSSãO. Os. resultados. referentes.às.perguntas.do.ques-

tionário.estão.expressos.ora.de.forma.descritiva,.ora.em.números.absolutos.e.relativos,.todos.descritos.a.seguir..

Com.relação.a.autoavaliação.do.seu.desempenho.no.cumprimento.de.suas.atribuições,.verificou-se.que.30%.e.61,9%.dos.ACS.relatam.ter.respectivamente.um.ótimo.e.bom.desempenho.no.trabalho,.ou.seja,.a.avaliação.feita.por.eles.com.relação.ao.próprio.desempenho.é.bastante.positiva,.uma.vez.que. estes.dois. itens. somaram. juntos.cerca.de.92%.

.Algumas.dificuldades,.tais.como,.sobrecarga.de.tra-balho,.alto.número.de.famílias.a.serem.acompanhadas,.falta.de.valorização.profissional.e.de.uma.boa.remunera-ção,.foram.citadas.como.fatores.que.interferem.direta.ou.indiretamente.no.desenvolvimento.das.suas.atividades.e,.conseqüentemente,.no.seu.desempenho..Esses.mesmos.problemas.foram.citados.por.Pedrosa.e.Teles11.(2001),.cujos.agentes.entrevistados.enfatizaram.a.baixa.remune-ração.e.a.sobrecarga.de.famílias.assistidas.como.pontos.que.impediam.uma.melhor.atuação.profissional.

Na.presente.pesquisa,. alguns. agentes.que. relataram.ter.um.desempenho.regular.chegaram.a.citar.a.falta.de.apoio. por. parte. do. governo. para. desenvolverem. suas.atividades. de. forma. satisfatória. na. comunidade,. como.podemos.observar.nas.falas.em.destaque.

“Me.esforço.por.minha.parte,.mas.fracasso.pelo.des-caso.que.a.Prefeitura.tem.em.não.solucionar.o.problema.de.saneamento.básico..E.tem.mais,.o.carro.de.lixo.não.passa.em.todas.as.ruas.em.que.trabalho,.gerando.assim.muita.doença.e.conseqüentemente.atrapalhando.o.meu.trabalho”.

“É.uma.ironia.colocar.para. trabalhar.um.agente.de.saúde.para.falar.sobre.higiene,.onde.a.própria.Prefeitura.não.limpa.as.ruas.da.periferia.da.nossa.cidade”.

O.Quadro.1. ilustra. os. tipos.de. capacitação.que.os.agentes. tiveram,. mostrando. consonância. com. as. suas.atividades.

Quadro 1.-..Capacitações oferecidas aos ACS da Zona Urbana, Mossoró/RN, 2003.

CAPACITAÇÃO.* n %DSTs/AIDS 84 62,68Doenças.infecto-contagiosas 76 56,71Doenças.epidêmicas 72 53,73Assistência.materno-infantil 65 48,50Palestras.sobre.vários.temas.de.saúde 50 37,31Humanização 15 11,19

*Todos.os.ACS.citaram.mais.de.uma.capacitação

As. capacitações. mais. citadas. foram:. DSTs/AIDS,.doenças.infecto-contagiosas/crônico-degenerativas.e.do-enças. epidêmicas. (cólera. e.dengue,.principalmente)..É.importante.ressaltar.que.um.mesmo.ACS.pode.ter.par-ticipado.de.várias.capacitações.e.alguns.(os.mais.antigos).participaram.provavelmente.de.todas.as.capacitações.re-alizadas.. Daí,. o. número. de. participantes. ultrapassar. o.total.de.agentes.entrevistados,.ou.seja,.há.superposição.de.respostas.para.um.mesmo.sujeito.amostral.

De.todos.os.agentes,.aproximadamente.77,6%.foram.treinados.para. trabalhar. com.os.vários. temas. citados. e.apenas.22,4%.relatam.não. terem.participado.de. capa-citações.por.estarem.iniciando.no.programa.e.ainda.não.ter.havido.oportunidade.

Quadro 2.–..Capacitações que os ACS entrevistados desejariam ter para maximizar o seu desempenho, Mossoró/RN, 2003.

CAPACITAÇÕES n.* %Atualização 38 28,35Curso.de.auxiliar.de.Enfermagem 33 24,62Relações.humanas 27 20,14Introdutório.do.PSF 18 13,43Educação.em.saúde 16 11,94Alimentos.alternativos 13 9,70Planejamento.familiar 12 8,95Vacinas 8 5,97Odontologia 4 2,98Doença.de.Chagas 2 1,49Meningite 2 1,49Pacientes.especiais 2 1,49Instrumentais 1 0,74

.*O.total.ultrapassa.134,.por.que.era.permitido.aos.ACS..dar.mais.de.uma.resposta

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O.Quadro.2.mostra.que.as.capacitações.mais.deseja-das.foram:.atualização,.curso.de.auxiliar.de.enfermagem.e.relações.humanas,.além.de.outros.citados.em.freqüên-cias.menores..Os.nossos.resultados.com.relação.ao.item.capacitação.que.desejaria.participar.foram.corroborados.por.Pedrosa.e.Teles11.(2001),.onde.os.agentes.também.sugeriram.sua.transformação.em.auxiliares.de.Enferma-gem.a.fim.de,.no.seu.entendimento,.facilitar.a.sua.atua-ção.junto.à.população.

Em. função.das. capacitações. recebidas,. os.ACS.que.responderam. estar. preparados. para. exercer. a. profissão.(cerca.de.90,8%),. atribuíram.a.boa. atuação. às.qualifi-cações. recebidas,. somados. principalmente. à. identifica-ção.com.as.funções.que.desempenham..Os.agentes.que.responderam. não. estar. preparados,. (aproximadamente.9,2%),. justificaram. as. suas. respostas. com. os. seguintes.motivos:. falta.de. credibilidade,. desvio.de. função,. falta.de.equipamentos.básicos.que.poderiam.ajudar.o.desen-volvimento.das.ações.na.comunidade.e.falta.de.infra-es-trutura.institucional.

Sobre.as.tarefas.desempenhadas.no.dia-a-dia,.o.Qua-dro.3.resume.as.principais..

Quadro.3.-..Tarefas desempenhadas simultaneamente pelos ACS da Zona Urbana do PSF de Mossoró/RN, 2003.

Tarefas.que.desempenham n %Educação.em.saúde 126 94,02Assistência.materno-infantil 120 89,55Visita.domiciliar 89 66,41Doenças.crônico-degenerativas.e.infecto-contagiosas 49 36,56

Planejamento.familiar 17 .12,68Elo.de.ligação.entre.população.e.Unidade.de.Saúde 10 ..7,46

Atenção.a.idosos 10 ..7,46Relacionadas.à.odontologia 5 ..3,73

*A.maioria.dos.ACS.deu.mais.de.uma.resposta

As.tarefas.mais.lembradas.estiveram.centradas.em.or-dem.decrescente.nas.de.educação.em.saúde,.assistência.materno-infantil,. visita. domiciliar. e. acompanhamento.de.doenças.degenerativas.e.infecto-contagiosas,.seguidas.de.outras.menos.citadas.

Como. tarefas. consideradas. de. Educação. em. Saúde.estariam.orientações.sobre.higiene,.informações.repassa-das.às.gestantes,.grupos.de.risco.e.prevenção.de.doenças.

mais.prevalentes.como.cólera,.dengue,.parasitoses,.den-tre.tantas.outras.

A. assistência. materno-infantil. inclui. o. controle. da.vacinação,.Crescimento.e.Desenvolvimento.(CD).de.be-bês.e.crianças.na.primeira.infância,.além.de.encaminha-mento.de.grávidas.ao.pré-natal.

No. que. concerne. ao. acompanhamento. de. doenças.degenerativas/infecto-contagiosas,. referem-se. especial-mente. ao. controle. da. diabetes. mellitus,. hipertensão. e.tuberculose.

É. interessante. ressaltar.que.apenas.3,73%.dos.ACS.declararam. desempenhar. tarefas. relacionadas. à. Odon-tologia,. o. que. representa. um. percentual. muito. baixo,.e,. considerando. que. estes. profissionais. são. os. grandes.agentes. multiplicadores. de. ações. que. redundam. em.saúde.e.que.a.saúde.bucal.faz.parte.da.saúde.geral,.ne-cessariamente.eles.devem.também.promover.atividades.educativas.em.saúde.bucal,.orientando.a.comunidade.e.servindo.de.elo.entre.a.equipe.de.saúde.bucal.do.PSF.e.a.população..Além.disso,.essa.tarefa.é.reforçada.na.sua.essência,.se.levarmos.em.conta.a.importância.da.integra-ção.entre.a.saúde.bucal.e.a.saúde.geral.para.o.bem.estar.e.melhoria.da.qualidade.de.vida.das.pessoas,.visto.que.existem.evidências.científicas.de.manifestações.orais.de.algumas. doenças. orgânicas,. bem. como. a. relação. entre.uma.infecção.odontológica.e.o.desencadeamento.de.do-enças.sistêmicas.

Quando.perguntados.sobre.o.seu.nível.de.satisfação.em.relação.à.profissão,.o.Quadro.4.mostra.que.112.ACS.(83,5%).estão.satisfeitos.com.o.que.fazem.e.somente.22.agentes. (16,5%). relatam. insatisfação.. Os. motivos. dos.dois.tópicos.estão.explicitados.no.referido.quadro.

.....Através.das.respostas.apresentadas.como.justificati-vas,.constatamos.que.83,5%.dos.agentes.estão.satisfeitos.com.a.profissão,.principalmente.devido.à. identificação.com. o. que. executam.. Observa-se,. porém,. que. mesmo.satisfeitos,.eles.anseiam.por.garantias.trabalhistas,.reco-nhecimento.e.valorização.da.categoria.pela.Instituição,.melhores.condições.de.trabalho.e.de.remuneração.

Os.ACS.que.responderam.não.estar.satisfeitos.cita-ram.como.justificativas.a.baixa.remuneração,.a.falta.de.credibilidade,.a.grande.quantidade.de.tarefas,.a.falta.de.condições.financeiras.da.população.para.pôr.em.prática.as.orientações.recebidas.e.a.falta.de.intersetorialidade,.ou.seja,.a.desintegração.de.outros.setores.ou.a.dificuldade.que. outros. profissionais. colocam. para. um. melhor. an-damento. dos. agendamentos. de. consultas,. exames,. etc..

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marcados.por.eles.na.ocasião.da.triagem,.quando.da.vi-sita.domiciliar.

No.que.se.refere.ao.relacionamento.entre.ACS.e.os.demais. profissionais. da. equipe,. pôde-se. observar,. de.acordo.com.as.respostas,.que.a.maioria.dos.agentes.con-sidera.haver.um.bom.relacionamento.com.a.equipe..A.esse. respeito. Peduzzi12. (2001). relatou. no. seu. trabalho.que.a.comunicação.e. interação.entre.os.profissionais. é.ponto. fundamental. no. trabalho. em. equipe.. Dos. 134.agentes.que.responderam.a.essa.pergunta,.45.apontam.a. falta. de. integração. entre. os. profissionais.. A. pesquisa.realizada.por.Pedrosa.e.Teles11.(2001).também.cita.um.bom. relacionamento. entre. a. equipe. de. saúde,. embora.tenham.sido.relatados.alguns.problemas.entre.agentes.e.médicos,.o.que.é.esperado.no.convívio.das.relações.hu-manas,.especialmente.onde.a.relação.de.poder.é.nítida.e.o.espírito.de.equipe.e.de.respeito.pelo.outro.nem.sempre.está.presente.

Nesse. sentido,.Levy,.Matos. e.Tomita5. (2004). reite-ram.as.dificuldades.iniciais.de.interação.existentes.tanto.do.ACS.com.a.equipe.quanto.do.ACS.com.a.comuni-dade,.mas.que. toda.animosidade.vai. sendo.substituída.à.medida.que.os.resultados.do.seu.trabalho.começam.a.surgir.

Sobre. a. receptividade.da.população. com. relação. às.atividades.desenvolvidas.pelos.agentes,.verificou-se.que.cerca. de. 53%. relataram. algumas. dificuldades. no. rela-cionamento.com.a.população.devido.a.não.aceitação.de.algumas.pessoas.da.comunidade.em.relação.ao.trabalho.executado.por.eles..Os.motivos.poderiam.ser.a.falta.de.esclarecimento.mútuo.tanto.da.comunidade.quanto.do.

agente,. para. um. melhor. entendimento. da. filosofia. do.programa,. ou. a. falta. de.habilidade.do.próprio. agente,.uma.vez.que.sendo.um.membro.oriundo.e/ou.residente.da.comunidade.em.que. trabalha,. teoricamente.deveria.ter.um.nível.de.aproximação,.amizade.e.de.relações.de.afetividade.com.as.pessoas,.o.que.de.certa.forma.facilita-ria.o.desenrolar.do.seu.desempenho.profissional.

A.esse.respeito,.Silva.e.Dalmaso13.(2002).comentam.que.com.o.passar.do.tempo,.o.trabalho.do.ACS.ultra-passa.o.acolhimento.das.pessoas.e.o.atendimento.às.suas.necessidades..Mais.do.que.isso,.ele.se.dedica.a.cuidar.das.pessoas.a.partir.do.conceito.ampliado.de.saúde..Ao.lon-go.da.convivência.com.a.comunidade.começa.a.se.criar.uma. reciprocidade:. ele. se. percebe. e. é. percebido. como.conhecedor.da.população,. organizador.do. acesso. à. as-sistência,.vigilante.de.riscos.e.controlador.dos.cuidados.com.a.saúde.das.pessoas,.com.forte.identificação.comu-nitária,.executor.de.ações. inter-setoriais,.o.que.o.torna.um.trabalhador.diferenciado.da.saúde.

Nesse.contexto,.pode-se.dizer.que.há.nos.ACS.pes-quisados. uma. percepção. positiva. sobre. a. sua. atuação,.expressada.pelas.falas.destacadas.a.seguir:

“Estou.satisfeita.com.o.que.faço.porque.tenho.a.opor-tunidade.de.conversar.com.pessoas.diferentes.e.de.lhes.passar.um.pouco.de.conhecimento,.e.quem.sabe.melho-rar.um.pouco.a.qualidade.de.vida.dessas.pessoas”.

“Gosto. do. meu. trabalho. porque. sou. bem. recebi-da,.sinto.que.meu.trabalho.está.tendo.bons.resultados..Como.exemplo.posso.citar.que;.quando.demoro.a.visitar.uma.senhora,.ela.chora,.sentindo.falta.da.minha.presen-ça”.

Quadro 4.–.Nível de satisfação dos ACS em relação à profissão. Mossoró/RN, 2003.

Estão.satisfeitos

112.Agentes

83,5%

Justificativas n* %Identificação.com.a.profissão 88 65,67Precisa.melhorar.condições.de.trabalho 80 59,70Reconhecimento.da.categoria 65 48,50Garantias.trabalhistas 50 37,31Precisa.melhorar.remuneração 41 30,59

Estão.insatisfeitos

22.Agentes

16,5%

Baixa.remuneração 22 16,41Acumulação.de.tarefas 18 13,43Falta.de.condições.financeiras.da.população 5 3,73Falta.de.intersetorialidade 3 2,23Falta.de.credibilidade 2 1,49

.*.Os.agentes.puderam.dar.mais.de.uma.resposta

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“Diante. de. tantas. dificuldades. tento. dar. o. melhor,.apesar.de.enfrentar.tantas.famílias,.às.vezes.sem.ter.o.que.comer.e.o.que.dar.aos.seus.filhos..Mas.com.fé.em.Deus.a.gente.vence.essas.dificuldades”.

cONSIdERAÇÕES FINAISAo.avaliar.os.resultados.obtidos.entre.os.Agentes.Co-

munitários.de.Saúde.da.zona.urbana.do.município.pes-quisado,.percebemos.que.apesar.de.se.sentirem.satisfei-tos.com.a.profissão.em.que.atuam,.ainda.existem.muitas.reclamações. no. que. se. refere. à. baixa. remuneração. e. à.grande.carga.de.trabalho.designada.a.eles..Todo.esse.sen-timento.negativo,.provavelmente.deve-se.ao.fato.de.não.serem.organizados.enquanto.categoria.e.principalmente.por.não.haver.um.plano.de.cargos,.carreira.e.salários..A.esse.respeito,.Costa.et.al.2.(1997),.relatam.uma.observa-ção.que.deve.ser.levada.em.conta,.que.é.a.falta.de.apoio.institucional,.pois. se. exige.muito.desses.profissionais. e.nem. sempre. as. condições. básicas. de. equipamentos. de.trabalho.são.correspondentes.ao.nível.de.exigência,.sem.contar.a.obrigação.do.gestor.em.prover.todas.as.comu-nidades.das.condições.mínimas.de.saneamento.básico.e.coleta. regular.de. lixo,.o.que. reforçaria. sobremaneira.o.trabalho.dos.agentes,.mas.que.na.prática.nem.sempre.é.cumprido.

Em. relação. à. capacitação,. nota-se. que. embora. a.maioria.dos.agentes.tenha.recebido.capacitações.as.mais.diversas,. ainda. anseiam. por. mais. educação. continua-da.que.os.manteria.atualizados,.além.de.outros.cursos,.como.o.de.auxiliar.de.Enfermagem.e.relações.humanas.que,.segundo.eles,.melhorariam.cada.vez.mais.o.seu.de-sempenho.profissional.

Percebemos.também.que.os.agentes.avaliaram.como.sendo.boa.a.relação.entre.eles.e.os.demais.membros.da.equipe.de.saúde,.porém.encontraram.algumas.dificulda-des.de.relacionamento.com.a.população,.isso.provavel-mente.por.falta.de.habilidade.para.desenvolver.o.traba-lho. junto. à. população. e/ou. falta. de. esclarecimento.da.mesma.em.relação.ao.trabalho.executado.por.eles..

Finalmente,.acreditamos.que.o.PACS.e.o.PSF.sejam.realmente.fortes.estratégias.de.reorientação.dos.serviços.básicos. de. saúde,. sendo. necessário. que. a. motivação. e.o. estímulo. aos. profissionais. que. nele. trabalham,. espe-cialmente. no. que. se. refere. aos. ACS,. sejam. traduzidos.em. melhores. salários,. reconhecimento. da. categoria. e.condições. adequadas. de. trabalho,. e. que. sejam. de. fato.mantidos.pelo.gestor.local,.de.maneira.que.a.filosofia.do.Programa,.de.criar. condições.de. saúde.que.promovam.melhor. qualidade. de. vida. ao. usuário,. possa. se. tornar.uma.realidade.plena..

Anexo 1.-.QuestionárioIDADE:._____________.SEXO:.(...).M..(...).F.-.PRO-GRAMA:.PACS.(...)....PSF.(...)1).O.que.você.acha.do.seu.trabalho,.com.relação.ao.seu.desempenho?(...).ótimo.....(...).bom....(...).regular..(...).ruim(...).outra.resposta.________________________________

2).Você.recebeu.algum.tipo.de.capacitação?.(...).Não..(...).Sim,.Qual.(is).________________________________________

3).Você.sente.necessidade.de.aprender.algo.que.pudesse.mel-horar.sua.prática.profissional?.(...).Não.(...).SimO.que?._________________________________________

4).Você.se.sente.preparado.para.realizar.o.seu.trabalho?.(...).Não..(...).SimPor.quê?.________________________________________

5).O.que.você.faz.no.seu.trabalho?___________________________________________________________________

6).Está.satisfeito.com.o.que.você.faz?.(...).Não..(...).SimPor.quê?.________________________________________

7).Como.você.se.sente.com.relação.aos.outros.profissionais.da.Equipe.que.você.trabalha?(...).me.sinto.bem,.num.bom.ambiente.de.trabalho(...).há.um.distanciamento.entre.o.agente.e.os.demais.profis-sionais(...).considero.que.trabalho.de.forma.integrada.com.os.outros.profissionais(...).o.meu.trabalho.é.isolado,.não.dependo.dos.outros(...).outra.resposta..._______________________________

8).E.a.população,.como.recebe.o.seu.trabalho.de.agente.de.saúde?(...).encontro.muita.satisfação(...).sou.bem.recebido.(a).por.todas.as.pessoas.que.visito(...).não.tenho.dificuldades.de.realizar.o.meu.trabalho(...).algumas.pessoas.compreendem.o.meu.trabalho,.outros.não(...).outra.resposta..________________________________

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Recebido.em26/06/2004Aceito.em.29/07/2005

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NEOPlASIAS BENIGNAS dA cAvIdAdE ORAl: ESTUdO EPIdEMIOlÓGIcO dE 21 ANOS (1982 A 2002)

ORAL BENIGN NEOPLASIAS: EPIDEMIOLOGICAL STUDY – 21 YEARS (1982-2002)

Danielle Albuquerque Pires Rocha *Lívia Marinho de Miranda Oliveira **

Lélia Batista de Souza ***

RESUMONeste.estudo,.avaliou-se.a.prevalência.de.neoplasias.benignas.orais.dentre.as.peças.cirúrgicas.encaminhadas.ao.Serviço.de.Anatomia.Patológica.da.Disciplina.de.Patologia.Oral.da.Universidade.Federal.do.Rio.Gran-de.do.Norte,.no.período.de.1982.a.2002..Foram.analisados.4.592.laudos.histopatológicos.e.os.resultados.demonstraram.que.as.neoplasias.benignas.corresponderam.a.7,31%.deste.total;.dentro.dos.diversos.tipos.histológicos.de.neoplasias.benignas,.os.mais.freqüentes.foram.o.fibroma.(34,9%),.o.papiloma.(16,7%),.o.hemangioma.(14%).e.o.fibroma.de.células.gigantes.(12,3%)..Estas.lesões.acometeram.mais.freqüentemente.o.sexo.feminino.(67%).e.a.quarta.década.de.vida.(20,6%);.o.sítio.anatômico.mais.atingido.foi.a.mucosa.jugal.(29,5%).e.a.maioria.das.lesões.apresentou.crescimento.lento.(67%).e.exofítico.(67%).

UNITERMOS:.Epidemiologia;.Neoplasias.benignas;.Cavidade.oral.

ABSTRAcTIn.this.study,.the.authors.evaluated.the.prevalence.of.benign.neoplasias.among.the.surgical.pieces.forwar-ded.to.the.Pathological.Anatomic.Service.of.the.Oral.Pathology.Department.of.the.Universidade.Federal.do.Rio.Grande.do.Norte.from.1982.to.2002..Four.thousand,.five.hundred.ninety-two.histopathological.reports. were. analyzed.. The. results. demonstrated. that. the. benign. neoplasias. corresponded. to. 7.31%. of.this.total..Among.the.different.benign.histological.types.of.neoplasias,.the.most.frequent.were.fibroma.(34.9%),.papiloma.(16.7%).hemangioma.(14%).and.giant-cell.fibroma.(12.3%)..These.lesions.affected.the.females.more.frequently.(67%).and.in.their.fourth.decade.of.life.(20.6%)..The.most.affected.anatomical.location.was.the.buccal.mucosa.(29.5%)..The.majority.of.the.lesions.presented.slow.and.exophytic.growth.(67%)..(67%).

UNITERMS:.Epidemiology;.Benign.neoplasias;.Oral.cavity.

. *. Aluna.do.Programa.de.Pós-graduação.em.Patologia.Oral.da.UFRN..e-mail:[email protected]

. **. Acadêmica.de.Odontologia.da.UFRN.e.bolsista.de.Iniciação.Científica.do.PPPg/UFRN

. ***. Professora.da.Disciplina.e.do.Programa.de.Pós-graduação.em.Patologia.Oral.da.UFRN

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INTROdUÇãONas.estruturas.orais.podem.se.desenvolver.neoplasias.

benignas.e.malignas.de.origens.teciduais.variadas..A.au-tonomia.das.neoplasias,. isto. é,. a. ausência.de. respostas.aos.mecanismos.de.controle.e.ausência.de.dependência.da.continuidade.do.estímulo,.é.um.elemento.caracteri-zador.dessas. lesões.que,.dentre.outros,. é. forte.diferen-ciador.das.lesões.reacionais..Os.processos.proliferativos.que.ocorrem.na.cavidade.oral.constituem.um.campo.de.estudo.interessante.e.controverso.justamente.em.função.de.sua.natureza.reacional.ou.neoplásica.(Rocha.et al 19,.2002).

As. neoplasias. benignas. exibem. crescimento. lento,.devido. ao. baixo. índice. mitótico.. Geralmente. são. bem.delimitadas,.não.se.infiltrando.nos.tecidos.vizinhos.e.não.emitem.metástases. local.ou.à.distância..Muitas.são.en-capsuladas. e.não.costumam.recidivar. (Cotran,.Kumar,.Collins7,.2000).

Dentre. as.neoplasias.benignas.que.ocorrem.nos. te-cidos. orais,. algumas. se. apresentam.de. forma.mais. fre-qüente.que.outras..A.literatura.especializada.mostra.es-sas.diferenças.de.ocorrência,.embora.não.sejam.muitos.os.estudos.epidemiológicos.sobre.as.afecções.de.tecidos.mole.e.ósseo.sediadas.no.complexo.maxilo-mandibular.

Bouquot,.Gundlach2.(1986),.avaliando.1.453.casos.de.lesões.orais.exofíticas.em.pacientes.brancos.acima.de.35.anos.de.idade,.encontraram.533.neoplasias.benignas.(36,68%),. assim. distribuídas:. o. fibroma. correspondeu.a.53,09%,.seguido.pelo.hemangioma.(24,95%).e.papi-loma.(20,45%);.os.lipomas.representaram.apenas.1,5%.da.amostra.

Almeida,. Vieira. e. Silva,. Saiki1. (1987),. analisando.1.211. casos. de. lesões. intraorais. ou. periorais. (lábios. e.glândulas.salivares),.verificaram.que.14,6%.destas.eram.neoplasias. benignas,. sendo. mais. prevalentes. no. sexo.masculino. e. as. faixas. etárias. mais. acometidas. foram. a.segunda.e.terceira.décadas.de.vida..O.papiloma,.o.ade-noma.pleomórfico.e.o.hemangioma.foram.as.lesões.mais.freqüentes,.correspondendo.respectivamente.a.65,.47.e.35.casos.

Em.estudo.realizado.por.Samuel.et al21.(1989),.evi-denciou-se. que. de. um. total. de. 10.651. diagnósticos.histopatológicos. analisados,. as. neoplasias. benignas. re-presentaram.5,74%.dos.casos.(612.casos)..Dentre.estas,.o.fibroma.foi.a. lesão.mais.prevalente.(25,8%),.seguida.pelo.hemangioma.(18,30%).e.pelo.papiloma.(17,48%).

Em.levantamento.realizado.por.Gomez.et al10.(1992).

de.2.566.biópsias.em.um.período.de.10.anos,.estes.au-tores. encontraram. 132. casos. de. neoplasias. benignas,.correspondendo.a.5,14%..As.entidades.mais.freqüentes.foram.o.fibroma.(53.casos).e.o.papiloma.(39.casos)..

Loureiro.et al12.(1997),.realizaram.levantamento.epi-demiológico.de.16.006.diagnósticos.histopatológicos.de.um. laboratório.de.Patologia.Bucomaxilofacial,. em.um.período.de.18.anos.e,.deste.total,.verificaram.que.929.ca-sos.eram.de.neoplasias.benignas,.correspondente.a.5,8%.dos.casos..As.neoplasias.mais.frequentes.foram:.fibroma.(218.casos),.hemangioma.(175.casos).e.papiloma.(171.casos).

Souza,.Silveira22. (1999),. avaliando.208.casos.de. le-sões.bucais,.verificaram.que.as.neoplasias.benignas.cor-respondiam.a.12%.deste.total,.sendo.o.papiloma,.o.oste-oma.e.o.fibroma.as.mais.freqüentes.

Em.estudo.realizado.por.Cavalcante.et al4.(1999),.em.370.crianças.e.adolescentes.até.14.anos,.os.resultados.ob-tidos.revelaram.sessenta.tipos.de.afecções,.das.quais.38.(10,02%).correspondiam.a.neoplasias.benignas,.sendo.as.mais.comuns.o.papiloma,.o.hemangioma.e.o.fibroma.

Espinoza.et al9.(2003)realizaram.estudo.sobre.a.pre-valência.das.lesões.orais.em.paciente.acima.de.65.anos.e.verificaram.que.as.neoplasias.benignas.mais.freqüentes.foram.hemangioma.e.papiloma.

Maaita13.(2000).analisaram.172.crianças.e.adolescen-tes.que.apresentaram.lesões.neoplásicas.orais,.e.observa-ram.que.156.(91%).tinham.neoplasias.benignas,.sendo.o.hemangioma.a.mais.comum.destas.

Considerando. ser. de. grande. importância. o. conhe-cimento.de.dados. epidemiológicos.das. lesões.que. aco-metem. a. cavidade. oral,. este. estudo. teve. o. objetivo. de.analisar.os.casos.de.neoplasias.benignas.diagnosticados.no.Serviço.de.Anatomia.Patológica.da.Disciplina.de.Pa-tologia.Oral.do.Departamento.de.Odontologia.da.Uni-versidade.Federal.do.Rio.Grande.do.Norte.no.período.de.1982.a.2002.

MATERIAl E MÉTOdOForam.analisados.4.592.laudos.histopatológicos.dos.

arquivos.do.Serviço.de.Anatomia.Patológica.da.Discipli-na.de.Patologia.Oral.do.Departamento.de.Odontologia.da.Universidade.Federal. do.Rio.Grande.do.Norte,.no.período.de.1982.e.2002,.sendo.selecionados.e.analisados.os.casos.de.lesões.diagnosticadas.como.neoplasias.benig-nas,.considerando.as.seguintes.variáveis:

a).quanto.às.lesões:.tipo.histológico,.localização,.rit-

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mo.de.crescimento.e.tipo.de.crescimentob).quanto.ao.paciente:.sexo.e.idadeOutras.variáveis.relacionadas.às.neoplasias.mais.fre-

qüentes.(fibroma,.papiloma,.hemangioma.e.fibroma.de.células.gigantes).foram.pesquisadas,.tais.como:.diagnós-tico.clínico/cirúrgico,.coloração.da.lesão,.sintomatologia.e.tipo.de.implantação.da.lesão.

Foram.excluídas.desta.pesquisa.as.neoplasias.benig-nas. de. glândulas. salivares. e. os. tumores. odontogênicos.em.geral,.uma.vez.que.representam.entidades.específicas.que.merecem.estudos.em.separado.

RESUlTAdOSOs.resultados.obtidos.em.relação.aos.tipos.histológi-

cos.de.neoplasias.benignas.encontrados.no.presente.estu-do.estão.expressos.na.tabela.1..Verificou-se.que.os.tipos.de.neoplasias.mais.freqüentes.foram.o.fibroma.(34,9%),.o.papiloma.(16,7%),.o.hemangioma.(14,0%).e.o.fibro-ma.de.células.gigantes.(12,3%).

Tabela 1...Distribuição dos casos de neoplasias benignas por tipo histológico. Natal/RN.2005.

Tipo.histológico.das.lesões n %Fibroma 117 34,9Papiloma 56 16,7Hemangioma 47 14,0Fibroma.de.Células.Gigantes 41 12,3Lipoma 19 5,7Fibrolipoma 18 5,4Neurofibroma 11 3,3Osteoma 6 1,8Linfangioma 5 1,5Fibriohistiocitoma 4 1,2Osteoblastoma 3 0,8Neurilemoma 3 0,8Hemangiolinfangioma 3 0,8Leiomioma 3 0,8Total 336 100

Fonte:.Serviço.de.Anatomia.Patológica.da.Disciplina.de.Patologia.Oral.da.UFRN.

Com.relação.ao.sexo.dos.pacientes.acometidos.pelas.referidas. lesões,. verificou-se.que.o. sexo. feminino. foi. o.mais. afetado,. correspondendo. a. 67,0%. dos. pacientes,.conforme.expresso.na.tabela.2.

Tabela.2.. Distribuição quanto ao sexo dos pacientes portadores das neoplasias benignas. Natal/RN. 2005.

Sexo n %Masculino 110 33,0Feminino 226 67,0Total 336 100

Fonte:.Serviço.de.Anatomia.Patológica.da.Disciplina.de.Patologia.Oral.da.UFRN.

Os.dados.referentes.à.idade,.distribuída.em.décadas,.revelaram.que.a.mais.acometida.foi.a.quarta.década.de.vida.(20,6%),.porém.a.distribuição.foi.bastante.equili-brada.ocorrendo.casos.da.primeira.à.sétima.décadas.de.vida,.conforme.expresso.na.tabela.3.

Tabela 3. �Distribuição quanto à idade dos pacientes portadores das neoplasias benignas. Natal/RN. 2005

Idade.(faixa.etária) n %0-10 28 8,311-20 47 14,021-30 47 14,031-40 69 20,641-50 53 15,751-60 35 10,461-70 30 9,071-80 8 2,381-90 5 1,5Sem.dados 14 4,2Total 336 100

Fonte:.Serviço.de.Anatomia.Patológica.da.Disciplina.de.Patologia.Oral.da.UFRN.

Quanto.à.localização.anatômica.das.lesões,.estas.es-tão.expressas.na.tabela.4,.sendo.o.sítio.anatômico.mais.comum.a.mucosa.jugal.(29,5%).

Tabela 4 – Localização anatômica das neoplasias benignas. Natal/RN.2005.

Localização n %Mucosa.Jugal 99 29,5Palato 48 14,3Língua 42 12,6Lábio. 34 10,2Gengiva 33 9,9

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Rebordo 18 5,4Trígono.Retro-molar 15 4,5

Fundo.de.saco 7 2,0Assoalho 7 2,0Mandíbula 6 1,8Comissura.Labial 5 1,5Zigomático 2 0,5Frênulo.Labial 1 0,2Maxila 1 0,2Sem.dados 18 5,4Total 336 100

Fonte:.Serviço.de.Anatomia.Patológica.da.Disciplina.de.Patologia.Oral.da.UFRN..

A.evolução.(tempo.de.crescimento).das.lesões,.bem.como.o.padrão.(tipo).de.crescimento.foram.analisados.e.os.resultados.obtidos.estão.expressos.nas.tabelas.5.e.6,.respectivamente..Os.achados.revelaram.que.o.ritmo.de.crescimento.da.maioria.das.neoplasias.foi.lento.(67,0%),.e.o.padrão.de.crescimento.foi.predominantente.exofítico.(67,0%)..

Tabela 5. Distribuição dos casos de neoplasias benignas, de acordo com o crescimento. Natal/RN. 2005.

Crescimento n %Lento 225 67,0Rápido 14 4,0Sem.dados 57 29,0Total 336 100

Fonte:.Serviço.de.Anatomia.Patológica.da.Disciplina.de.Patologia.Oral.da.UFRN..

Tabela 6...Distribuição dos casos de neoplasias benignas de acordo com o tipo de crescimento. Natal/RN. 2005.

Tipo.de.crescimento n %Exofítico 225 67,0

Endofítico 7 2,0Exofítico.e.endofítico 3 1,0

Sem.dados 101 30,0Total 336 100

Fonte:.Serviço.de.Anatomia.Patológica.da.Disciplina.de.Patologia.Oral.da.UFRN..

Quando. do. levantamento. dos. casos. constantes. no.

presente.estudo,.verificamos.que.algumas.entidades.fo-ram.mais.freqüentes,.correspondendo.ao.fibroma,.papi-loma,.hemangioma.e.fibroma.de.células.gigantes..Diante.destes.dados,.analisamos.estas.lesões.mais.detalhadamen-te.

Com. relação. ao. fibroma. verificamos. que. a. década.mais.acometida.foi.a.quarta.(30,8%);.setenta.e.dois.por.cento.dos.casos.acometeram.pacientes.do.sexo.feminino;.a.maioria.dos.fibromas.apresentava-se.com.coloração.se-melhante.à.mucosa.circunjacente.(44%)..As.lesões.apre-sentavam-se.assintomáticas.em.77%.dos.casos;.a.evolu-ção.da.lesão.foi.predominantemente.lenta.(68%).e.seu.padrão.de.crescimento.exofítico.(73%)..Com.relação.à.implantação.destas.lesões,.não.houve.predomínio.de.um.tipo.sobre.outro,.sendo.que.38%.era.séssil,.40%.pedicu-lada.e.faltava.essa.informação.em.22%.das.fichas..O.sítio.anatômico.mais.acometido.foi.a.mucosa.jugal.(59,6%)..Os. principais. diagnósticos. clínico/cirúrgicos. foram. de.fibroma.(47,4%).e.hiperplasia.fibrosa.(44,0%).

Quanto. aos. casos. de. papiloma,. estes. acometeram.mais.indivíduos.na.1ª.década.de.vida.(30,4%).e.exibiram.leve.predileção.pelo.sexo.feminino.(53%);.apresentaram.coloração.esbranquiçada.em.25%.dos.casos.e.cor.seme-lhante.à.mucosa.em.21%.deles..Eram.assintomáticos.em.78%. dos. casos;. sua. evolução. foi. predominantemente.lenta.(62%).e.o.padrão.de.crescimento.exofítico.(73%)..Predominou.a.implantação.pediculada.(50%)..A.locali-zação.anatômica.prevalente.foi.o.palato.(28,6%),.segui-do.pelo.lábio.(17,9%).e.língua.(17,9%).e.o.diagnóstico.clínico/cirúrgico.mais.prevalente.foi.o.de.papiloma.

Com.relação.ao.hemangioma,.o. subtipo.histopato-lógico.mais.freqüente.foi.o.hemangioma.capilar.(23%).As.faixas.etárias.mais.acometidas.mostraram-se.bem.dis-tribuídas,. sendo.a.2ª.década.de.vida.a.mais.acometida.(19,2%),.seguida.pelas.4ª.e.6ª.(17,0%).e.pela.7ª.décadas.(14,0%),.não.havendo,.pois.predominância.significativa.de.uma.faixa.etária.sobre.a.outra..Foi.verificada.uma.leve.predileção.pelo.sexo.feminino.(53%)..As.lesões.apresen-tavam-se. com. coloração. vermelha. em. 38%. dos. casos.Não.apresentaram.sintomatologia.dolorosa.em.68%.dos.casos..O.padrão.de.crescimento.foi.predominantemente.lento. (58%). e. exofítico. (66%),. apresentando. implan-tação. séssil. na. maioria. dos. casos. (55%).. A. localização.anatômica.mais.freqüente.foi.o.lábio.(27,7%),.seguido.pelo.palato.(21,3%).e.os.principais.diagnósticos.clínico/cirúrgicos. sugeridos. foram. de. hemangioma. (27,7%). e.granuloma.piogênico.(20,4%).

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. Os.dados.referentes.ao.fibroma.de.células.gigan-tes.revelaram.que.a.quarta.década.de.vida.foi.a.mais.aco-metida.e.houve.significativa.predileção.pelo.sexo.femini-no.(83%)..Quanto.à.coloração,.houve.predominância.da.cor.da.mucosa.circunjacente.(51%).e.a.maioria.dos.casos.mostrou-se.assintomático.(78%)..Em.61%.dos.casos.a.evolução.foi.lenta.e.em.44%.o.crescimento.foi.exofítico..A. lesão. apresentou-se.pediculada.na.maioria.dos. casos.(42%);.o.sítio.anatômico.mais.acometido.foi.a.mucosa.jugal. (29,3%).e.os.diagnósticos.clínico/cirúrgicos.mais.sugeridos.foram.de.hiperplasia.fibrosa.(36,5%).e.fibro-ma.(34,9%).

dIScUSSãOO.conhecimento.das.entidades.patológicas.mais.fre-

qüentemente.encontradas.na.cavidade.oral.é.de.grande.importância.e.interesse.para.o.cirurgião-dentista..Na.li-teratura.são.muitos.os.trabalhos.referentes.à.cárie.den-tal. em. crianças. e. doença. periodontal. em. adultos.. No.entanto,.estudos.sobre.afecções.de.tecido.mole.e.ósseo.localizadas.no.complexo.maxilo-mandibular.não.são.re-latados.com.tanta. freqüência,.bem.como.a.prevalência.dessas.lesões.e.sua.relação.com.algumas.variáveis.como,.por. exemplo,. idade. e. sexo.dos.pacientes..Ressalvando-se.as.pesquisas.epidemiológicas.sobre.o.câncer.bucal,.os.estudos.epidemiológicos.das.doenças.osteomucosas.são.escassos.(Cerri,.Genovese5.1991;.Cavalcante.et al4.1999;.Souza,.Silveira22.1999).

No.presente.trabalho,.os.resultados.relativos.às.neo-plasias.benignas.mais.freqüentes.corroboram.em.grande.parte.com.os.da.literatura,.sendo.o.fibroma,.o.hemangio-ma.e.o.papiloma.as.lesões.mais.freqüentemente.encon-tradas.em.vários.estudos.(Samuel.et al21.1989,.Bouquot,.Gundlach3.1986,.Cavalcante. et al4. 1999. e.Loureiro. et al17. 1997).. Da. mesma. forma,. os. resultados. das. carac-terísticas. específicas. destas. lesões. foram. concordes. em.grande.parte.com.os.descritos.por.diversos.autores.

Nesta.pesquisa.verificamos.que.o.fibroma.foi.a.lesão.mais.freqüente,.correspondendo.a.34,5%.das.neoplasias.benignas. diagnosticadas. no. serviço.. O. fibroma. é. uma.lesâo.de.natureza.conjuntiva,.caracterizada.pela.prolife-ração. de. fibroblastos. e. deposição. colagênica. em. feixes.curtos.e.dispostos.em.diversas.direções..Porém,.Neville.et.al.(2004)15.e.Esmeili,.Lozada-Nur.e.Epstein.(2005)8.afirmam. que. há. dúvidas. quanto. a. esta. lesão. represen-tar.um.neoplasma.verdadeiro..Gomez10.et.al.1992.con-sideram.que.deve. ser. analisado.com.cautela.o.número.

de.neoplasias.benignas. encontradas. em. levantamentos,.pois.os.critérios.histopatológicos.que.definem.as.hiper-plasias.fibrosas.e.os.fibromas.não.são.bem.estabelecidos,.podendo.levar.a.dificuldades.diagnósticas..Para.estes.au-tores,.deve-se.ter.em.mente.que.quando.se.analisa.uma.lesão,. pode-se. estar. visualizando. apenas. uma. etapa. de.sua. evolução.. Assim,. lesões. como. a. hiperplasia. fibrosa.e.o.granuloma.piogênico.em.evolução.podem.apresen-tar.predominância.de.um.componente.inflamatório.ou.fibroso.(lesões.antigas),.podendo.em.último.caso.ser.re-conhecidas.como.fibromas..Entretanto,.nesta.pesquisa,.foram.considerados.os.fibromas.como.entidades.neoplá-sicas.verdadeiras,.considerando.os.critérios.estabelecidos.no.momento.do.diagnóstico.histopatológico.

Do. ponto. de. vista. clínico,. o. fibroma. apresenta-se.como. um. nódulo. de. superfície. plana. e. coloração. se-melhante.à.mucosa.circunjacente.ou,.em.alguns.casos,.superfície. esbranquiçada. pela. irritação. contínua.. Usu-almente,. são.sésseis.e.assintomáticos,.variam.em.tama-nho,.sendo.mais.comuns.na.4ª.e.6ª.décadas.de.vida.com.prevalência.nas.mulheres.(Rotaru20.et al,.2003)..Podem.apresentar.consistência.endurecida.ou.não,.dependendo.do.tempo.de.evolução..Estas.características.foram.tam-bém.evidenciadas.em.nosso.estudo.

O.papiloma.representou.a.segunda.neoplasia.benigna.mais.comum.e.os.dados.clínicos.registrados.nas.fichas.de.biópsia.dos.casos.analisados.no.presente.estudo.conferem.com.os.descritos.na. literatura..De.acordo.com.Neville.et al15. (2004),. o.papiloma. é.uma.proliferação.benigna.de.epitélio.escamoso.estratificado..A.língua,.o.lábio.e.o.palato.mole.são.as. localizações.mais.afetadas..Apresen-ta-se.como.um.nódulo.exofítico.mole,. indolor.e.geral-mente.pedunculado,.com.numerosas.projeções.superfi-ciais. semelhantes. a. dedos,. que. lhe. dão. uma. aparência.de.“couve-flor”.ou.verruga..As.lesões.podem.ser.brancas,.vermelho-claras,.ou.de.cor.semelhante.a.da.mucosa.nor-mal,.dependendo.da.quantidade.de.ceratinização.da.su-perfície..Seu.crescimento.geralmente.é.rápido,.não.tem.predileção.por.sexo.e.é.mais.comumente.diagnosticado.nas.3ª.a.5ª.décadas.de.vida..Em.nossa.pesquisa,.porém,.encontramos. significativa. prevalência. na. 1a. década. de.vida.(30,4%)..

..O.papiloma.é.a.lesão.papilar.mais.comum.na.muco-sa.oral,.constituindo.aproximadamente.2,5%.das.lesões.de.boca..Pode.estar.relacionada.etiologicamente.com.a.verruga. vulgar. cutânea. clássica.. Em. alguns. papilomas.orais. foi.demonstrada.a.associação.com.o.mesmo.sub-

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Rocha DAP, Oliveira LMM, Souza LB. Neoplasias Benignas da Cavidade Oral: Estudo Epidemiológico de 21 anos (1982 a 2002). Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)53-60

tipo.do.vírus.do.papiloma.humano.(HPV).que.causa.as.verrugas.cutâneas.(Regezi.et al12,.2000).

. O.hemangioma. foi. a. terceira.neoplasia.benig-na.mais. freqüente.em.nosso.estudo,.correspondendo.a.13,8%.dos. casos,. sendo. apontada. como.a. segunda.ou.terceira.neoplasia.benigna.mais.freqüente.em.vários.ou-tros.estudos.Bouquot,.Gundlach2.1986;.Samuel.et al21.1989;.Cavalcante.et.al4,.1999..Esta.lesão.é.considerada.um. tumor. benigno. da. infância. que. se. caracteriza. por.uma.fase.de.crescimento.rápido.com.proliferação.de.cé-lulas.endoteliais,.seguida.pela.involução.gradual.(Maai-ta13.2000;.Neville.et al15.2004.

Bastante.freqüente.na.mucosa.oral.e.labial,.o.heman-gioma.se.apresenta.como.mancha.ou.nódulo.de.colora-ção.vermelha,.arroxeada.ou.violeta,.circunscrito.ou.difu-so,.relativamente.flácido.à.palpação,.de.tamanho.variável.e.localização.mais.freqüente.em.língua,.mucosa.jugal.e.lábios..Na.maioria.dos.casos,.está.presente.ao.nascimento.ou.nos.primeiros.anos.de.vida..No.entanto,.pode.ocorrer.com. freqüência. considerável.na. forma.de. angiomatose.senil.em.indivíduos.idosos.Pistóia.et al17,.1998.

Os. nossos. resultados. corroboram. em. parte. com. a.descrição. de. Pistóia. et al17. 1998,. e. com. os. resultados.de.Chinen.et al6.1996,.que,.estudando.os.aspectos.clí-nicos.de.235.casos.de.hemangioma,.encontraram.uma.leve.predileção.pelo. sexo. feminino. (57,55%);. os. sítios.anatômicos.mais.acometidos.foram.o.lábio.(25,10%),.a.língua.(21,28%),.a.mucosa.jugal.(19,15%).e.o.rebordo.alveolar.(17,88%);.o.principal.diagnóstico.clínico.foi.de.mucocele. (33,33%);. a. distribuição. por. faixa. etária. foi.homogênea..Apesar.da.literatura.relatar.que.o.hemangio-ma.é.um.tumor.da.infância,.em.nossa.pesquisa,.as.faixas.etárias.mais.acometidas.mostraram-se.bem.distribuídas,.sendo. a.2ª.década.de. vida. a.mais. acometida. (19,2%),.seguida.pelas.4ª.e.6ª.(17,0%).e.pela.7ª.décadas.(14,0%),.não.havendo.pois,.predominância. significativa.de.uma.faixa.etária.sobre.a.outra.

O. fibroma. de. células. gigantes. (F.C.G.). também. se.destaca. dentre. as. neoplasias. benignas. orais,. pois. é. um.tumor.de.características.histopatológicas.distintas,.repre-

sentando.aproximadamente.2.a.5%.de.todas.as.prolife-rações.fibrosas.de.boca.submetidas.à.biópsia.(Neville.et al15,.2004.

O.F.C.G..ocorre.predominantemente.nas.três.primei-ras.décadas.de.vida,.apresentando-se.como.nódulo.séssil.ou.pediculado,.usualmente.menor.que.1.cm..Cerca.de.50%.de.todos.os.casos.ocorrem.na.gengiva,.sendo.a.infe-rior.duas.vezes.mais.afetada.que.a.superior..A.língua.e.o.palato.também.são.sítios.comumente.afetados..Há.uma.leve.predileção.pelo.sexo.feminino..(Odell,.Lock,.Lom-bardi16.1994;.Magnusson,.Rasmusson14.1995;.Campos,.Gomez13.1999;.Souza.et.al25.2004)..

Nossos.resultados.concordam.em.grande.parte.com.as.descrições.acima.citadas..À.exceção.da.faixa.etária.e.da.localização. anatômica.mais. acometidas,.nossos. resulta-dos.corroboram.também.com.os.de.Houston11.(1982),.que.estudou.464.casos.de.F.C.G..e.encontrou.que.a.lesão.foi.mais.prevalente.no.sexo.feminino.(58%),.a.gengiva.foi.o.sítio.anatômico.mais.acometido.(48,9%),.onde.a.maioria. das. lesões. apresentou. implantação. pediculada.(24,3%),. crescimento. lento. e. assintomático.. O. diag-nóstico. clínico/cirúrgico. prevalente. foi. o. de. fibroma.(28,9%),.sendo.a.faixa.etária.mais.acometida.a.terceira.década.de.vida.

As.demais.neoplasias.benignas.foram.bem.menos.fre-qüentes,.representando,.juntas,.menos.de.10%.do.total.das.neoplasias.benignas.constantes.deste.estudo.

cONclUSãOFrente. aos. resultados. deste. trabalho. podemos. con-

cluir.que:1).As.neoplasias.benignas.mais.freqüentes.foram.fi-

broma,.hemangioma,.papiloma.e.fibroma.de.células.gi-gantes,.respectivamente;

2). Estas. lesões. acometeram. mais. freqüentemente. o.sexo.feminino.(67%).e.a.quarta.década.de.vida.(20,6%);.o. sítio. anatômico. mais. atingido. foi. a. mucosa. jugal.(29,5%).e.a.maioria.das. lesões.apresentou.crescimento.lento.(67%).e.exofítico.(67%).

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Rocha DAP, Oliveira LMM, Souza LB. Neoplasias Benignas da Cavidade Oral: Estudo Epidemiológico de 21 anos (1982 a 2002). Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)53-60

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Rocha DAP, Oliveira LMM, Souza LB. Neoplasias Benignas da Cavidade Oral: Estudo Epidemiológico de 21 anos (1982 a 2002). Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)53-60

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Recebido.em23/02/2005Aceito.em.30/11/2005

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Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo2006 jan-abr; 18(1)61-65

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Eduardo Francisco Alvarenga da Silva (In Memorian) *Maria da Luz Rosário de Sousa **

AUTOPERcEPÇãO dA SAúdE BUcAl E SATISFAÇãO cOM A vIdA EM MUlhERES IdOSAS USUÁRIAS dE PRÓTESE TOTAl

SELF CONCEPT IN ORAL HEALTH AND LIFE SATISFACTION IN ELDERLY wOMAN wHO USE COMPLETE DENTURES PROSTHESIS

. *. Especialista.em.Odontogeriatria.e.Mestrando.em.Gerontologia.-.UNICAMP

. **. Professora.Associada.do.Departamento.de.Odontologia.Social.da.Faculdade.de..Odontologia.de.Piracicaba-.FOP.–.UNICAMP.

RESUMO: Na.prática.da.clínica.diária.torna-se.importante.verificar.a.percepção.da.saúde.bucal.e.geral.que.o.idosos.tem.de.si,.associando.esta.informação.à.sua.qualidade.de.vida.relatada..O.objetivo.desta.pesquisa.foi.veri-ficar.se.havia.relação.entre.autopercepção.da.saúde.bucal.percebida.e.a.satisfação.global.com.a.vida.em..17.mulheres.acima.de.60.anos.que.procuraram.a.Clínica.de.Prótese.Total.da.Faculdade.de.Odontologia.de.Piracicaba.para.fazerem.novas.próteses..Utilizou-se.o.índice.GOHAI.(Índice.de.Determinação.da.Saúde.Oral.Geriátrica).que.é.composto.de.12.perguntas.que.se.distribuem.em.3.domínios.(físico,.psicossocial.e.dor).com.uma.pontuação.final.que.pode.variar.de.12.a.36.e,.posteriormente,.classificou-se.a.qualidade.da.saúde.bucal.percebida.em.alta.(acima.de.34.pontos),.baixa.(abaixo.de.30).e.média.entre.esses.valores..A.Escala.de.Auto-Avaliação.de.Cantril.foi.usada.para.medir.a.satisfação.global.com.a.vida.através.da.questão.“Qual.o.valor.que.você.dá.à.sua.satisfação.com.a.sua.própria.vida?”,.com.pontuação.de.1.a.10,.conside-rando-se.acima.de.6.como.positiva..A.média.de.idade.foi.de.67,88.anos..sendo.que.58,9%.dessas.mulheres.pontuaram.como.baixa.sua.saúde.bucal.com.uma.média.de.29,6.pontos.e.70,6%.das.idosas.classificaram.como..alta.e.positiva.sua.satisfação.global.com.a.vida.com.uma.média.de.7,7pontos..Os.dados.sugerem.que,.apesar.dos.idosos.relatarem.que.a.qualidade.de.sua.saúde.bucal.estava.insatisfatória,.esta.não.interferiu.na.sua.alta.satisfação.global.com.a.vida.

dEScRITORES:..Autopercepção,. Satisfação,. Prótese. Total,. Self. Concept,. Complete. Denture,. Oral.Health.

ABSTRAcTIt.is.important.to.verify.the.perception.of.oral.and.general.health-related.quality.of.life.during.daily.clinic.practice..The.aim.of.this.study.was.to.verify.the.relationship.between.oral.health.self-perception.and.gen-eral.satisfaction.of.life.among.17.women.aged.60.years.or.older.(mean.age.67.9)..Subjects.sought.prosthetic.treatment.at.the.Complete.Denture.Clinic.of.Piracicaba.Dental.School..The.General.Oral.Health.Asses-sment.Index.(GOHAI)..consisting.of.12.questions.on.three.different.aspects.(physical,.psychosocial.and.pain).with.a.scale.varying.from.12.to.36.points.was.used.to.assess.subjects’.oral.health.perception..Oral.health.self-perception.was.then.classified.as.low.(under.30.points),.medium.(between.30.and.34),.and.high.(over.than.34)..The.QoL.Cantril.Ladder.was.used.to.measure.life.satisfaction.through.the.question:.“How.satisfied.are.you.with.your.own.life?”.Individuals.were.to.answer.based.on.a.numeric.scale.from.1.to.10,.where.grade.6.or.higher.was.considered.positive..Poor.oral.health.was.observed.in.58.9%.of.the.women.assessed,.with.an.average.of.29.6.points,.while.70.6%.were.classified.as.having.high.levels.of.oral.health.and.reported.positive.quality.of.life.with.an.average.of.7.7.points..Results.showed.that.subjects.had.great.satisfaction.with.life,.although.they.reported.dissatisfaction.with.oral.health.quality.

dEScRIPTORS:.Self-Perception;.Satisfaction;.Complete.Denture;.Oral.Health

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Alvarenga da Silva EF, Sousa MLR. Autopercepção da saúde bucal e satisfação com a vida em mulheres idosas usuárias de prótese total. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)61-65

INTROdUÇãO:O.Brasil.possui.30.milhões.de.desdentados.segundo.

dados. do. último. levantamento. Saúde. Bucal. Brasil. do.Ministério.da.Saúde..A.Organização.Mundial.de.Saúde.(OMS).esperava.encontrar,.em.2000,.50%.das.pessoas.da. faixa. etária. de.65. a. 74. anos. com.20.ou.mais. den-tes.na.boca,.mas.o.país.alcançou.o.percentual.de.apenas.10,23%.

O.projeto.SB.2003.apontou.que.88,46%.da.popula-ção.idosa.brasileira.(65.a.74.anos).necessitam.de.algum.tipo.de.próteses.bucal,.sendo.que.39,96%.necessitam.de.próteses.totais..Os.dados.sugerem.que,.quanto.mais.se.avança.nas.faixas.etárias,.maiores.são.os.índices.de.pesso-as.desdentadas,.associando-se.o.envelhecimento.da.po-pulação.brasileira.com.a.necessidade.do.uso.de.próteses.totais..Estudos.de.Geissler.e.Bates.em.1984,.revelam.que.a.perda.progressiva.dos.elementos.dentais.e.o.uso.de.pró-teses.totais.acarretam.em.grandes.prejuízos.para.a.saúde.do.idoso,.comprometendo.sua.capacidade.de.mastigação.em.até.um.sexto.quando.comparado.àqueles.com.dentes.naturais,.podendo.acarretar.também.em.perda.de.apetite.(Carlsson,1984),.em.dificuldades.na.digestão,.na.fona-ção.e. levando-o.a.alterações.comportamentais.e.sociais.(Torres,. 2003).. Deste. modo,. os. idosos. que. fazem. uso.de.próteses.totais.podem.ter.a.saúde.geral.alterada.e.seus.hábitos.sociais.comprometidos,.podendo.levá-lo.a.uma.seleção.de.alimentos.e.ao.isolamento.na.hora.das.refei-ções,.agravando.sua.convivência.e.inclusão.social.

Para. se. diagnosticar. as. principais. necessidades. bu-cais.dos.idosos.torna-se.necessário.o.conhecimento.não.só. suas. necessidades. objetivas. (clínicas). mas. também.as. subjetivas. (relatadas)..Para. isso.o. idoso.precisa. ter. a.oportunidade.de.expressar.seus.sentimentos.e.suas.neces-sidades.que,.muitas.vezes,.ficam.ocultas.e.reprimidas.no.cotidiano.das.avaliações.objetivas.da.prática.clínica.

Sem.a.avaliação.subjetiva,.o.profissional.de.saúde.não.consegue.diagnosticar.de.maneira.global.a.saúde.dos.seus.pacientes.e.suas.necessidades.prioritárias,.impossibilitan-do-o.de.proporcionar.aos.seus.pacientes.idosos.uma.me-lhor.satisfação.com.a.vida.

A.satisfação.com.a.vida.que.os.idosos.buscam.faz.par-te.de.um.universo.mais.amplo.que.é.a.Qualidade.de.Vida.(Lawton.-.1983),.construto.em.que.o.foco.recai.sobre.a.avaliação.que.cada.um.faz.de.sua.vida,.segundo.seus.pró-prios.critérios.de.percepção.da.saúde.e.do.meio.em.que.vive.. Esta. avaliação. pessoal. é. diretamente. influenciada.por.razões.sociais,.econômicas.e.psicológicas,.que.só.po-

dem.ser.explicadas.e.compreendidas.quando.os.pacientes.são.ouvidos.e.quando.os.seus.auto-diagnósticos.e.as.suas.opiniões.são.levados.em.consideração.

Na.última.década,.as.pesquisas.para.avaliar.a. saúde.dos. idosos. têm.sugerido.a.utilização.de.várias.medidas.de. autopercepção. da. satisfação. com. a. vida,. como. as.escalas.de.Gurin. (Gurin,1960),. a.Escala.de.Auto.Ava-liação. (Cantril,1963),. a. Escala. de. Equilíbrio. Afetivo.(Bradburn,1969).e. também.medidas.de.autopercepção.da.saúde.bucal.subjetivas.como.os.de.Impactos.Odon-tológicos. na. Vida. Diária. (Leão. e. Scheiham,1996),. a.Medição. da. Saúde. Bucal. Relacionada. à. Qualidade. de.Vida. (Kressin,1997),.o.Perfil.do. Impacto.Odontológi-co,.(Strauss,1997),.o.Índice.de.Determinação.da.Saúde.Bucal.Geriátrica.(Atchison.e.Dolan,1990)..Essas.escalas.de.medidas.subjetivas. são.alguns.dos.métodos.relevan-tes.de.se.quantificar.a.qualidade.de.vida.e.a.saúde.bucal.percebida.

Assim.a.saúde.subjetiva.passa.a.ser,.portanto,.impor-tante.não.só.no.diagnóstico.e.tratamento.das.necessida-des.dos.idosos,.mas,.também,.contribui.para.se.elaborar.planos.educacionais,.sociais.e.preventivos..

O.objetivo.do.presente.estudo.foi.buscar.relação.en-tre.a.autopercepção.da.saúde.bucal.percebida.e.a.satisfa-ção.global.com.a.vida..

MATERIAl E MÉTOdONa.realização.desta.pesquisa.foram.entrevistadas.to-

das.as.mulheres.com.idade.acima.de.60.anos.que.com-pareceram. à. Clínica. de. Prótese.Total. da. Faculdade. de.Odontologia.de.Piracicaba.-.FOP.–.Unicamp,.no.perío-do.de.Fevereiro.a.Junho.de.2004.para.trocar.suas.próte-ses.totais.superiores.e.inferiores..Em.se.tratando.de.um.estudo.que.envolveu.seres.humanos,.este.foi.submetido.e.aprovado.pelo.Comitê.de.Ética.em.Pesquisa.da.própria.Universidade.(protocolo.098/2003).

Foram.aplicados.os.seguintes.questionários:•..Ficha. Sócio-econômica. adaptada. do. projeto. SB.

2000. (Condições. de. Saúde. Bucal. da. População.Brasileira.2000),contendo.perguntas.sobre.a.quan-tidade.de.pessoas.que.moram.na.casa,o.grau.de.es-colaridade,. a. renda.pessoal. e. familiar. e.o.número.de.quartos.

•..Pergunta. única. de. autopercepção. de. como. a. pa-ciente.classificaria.seu.atual.estado.de.saúde.bucal,.dividido.em.:.não.sabe,.péssima,.ruim,.regular,.boa.e.ótima.

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•..O.índice.GOHAI.(Índice.de.Determinação.da.Saú-de.Oral.Geriátrica).Atchison.e.Dolan.(1990),.que.é.composto.de.12.perguntas.com.uma.pontuação.de.12.a.36.pontos.distribuídos.em.3.domínios.(físico,.psicossocial.e.dor)..Os. resultados. foram.divididos.em:.Alta.de.34.a.36.pontos,.Moderado.de.31.a.33.pontos.e.Baixo.de.30.até.12.pontos.

•..A.Escala.de.Auto-Avaliação.de.Cantril.(1967).adap-tada.por.Néri.(2002),.que.mede.a.satisfação.global.com.a.vida,.composta.de.1.questão.com.pontuação.de.1.a.10,.em.formato.de.escada.crescente.onde.na.base.é.a.pior.vida.e.no.topo.a.melhor.vida.

Os.questionários.foram.aplicados.de.forma.individu-al.pelo.pesquisador.em.uma.sala.reservada,.fora.da.clíni-ca.odontológica,.foi.dada.total.privacidade.às.mulheres.

para. responder. as.perguntas. feitas.pelo. entrevistador. e.não.havia.tempo.limite.para.as.respostas.

Os. dados. foram. digitados. no. programa. EXCEL,. e.estatisticamente.descritos.

RESUlTAdOS:As. mulheres. que. foram. entrevistadas. estavam. com.

idade. entre. 60. a. 80. anos,. com. uma. média. de. 67,88.anos..O.resultado.sócio.econômico.revelou.uma.popu-lação.com.renda.média.mensal.individual.de.R$263,00.e.familiar.de.R$720,00,.pouca.escolaridade.(2,7.anos.de.estudo),. com. um. número. médio. de. 4. pessoas. por. re-sidência.e.que.possuem.em.cada.casa.uma.média.de.2.quartos.

Quando.analisada.a.auto.percepção.da. saúde.bucal.

Quadro I -..Número e percentual de cada domínio do GOHAI (n =17) e média da Satisfação Global com a Vida das idosos da clínica de prótese total da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Piracicaba-SP, 2004

Perguntas.do.GOHAI DistribuiçãoDomínio.Físico Sempre .Satisfação .Às.Vezes Satisfação .Nunca .Satisfação. 1-..Limitou.o.tipo.ou.quantidade.de.alimentos.

? 1.(5,9%) 7 8.(47,0%) 7,6 8.(47,0%) 7,8

. 2-..Teve.problemas.mordendo.ou.mastigando.alimentos.como.carne.sólida.ou.maçã?. 3.(17,6%) 7 10.

(58,8%) 8,4 4.(23,5%) 6,5

. 3-.Foi.capaz.de.engolir.confortavelmente? 16.(94,1%) 7,6 1.(5,9%) 10 0.(0%) 0

. 4-..Suas.próteses.(ou.a.falta.delas).o.impediram.de.falar.da.maneira.como.queria? 2.(11,8%) 6 3.(17,6%) 7 12.(70,6%) 8,2

. 5-..Foi.capaz.de.comer.alimentos.sem.sentir.desconforto? 4.(23,5%) 9,7 7.(41,2%) 6,8 6.(35,3%) 7,3

Domínio.Psicossocial.. 6-..Limitou.seus.contatos.com.outras.pessoas.

devido.às.condições.de.seu.sorriso.(dentes)? 1.(5,9%) 4 3.(17,6%) 7,7 13.(76,5%) 8

. 7-..Sentiu-se.satisfeito.com.o.aspecto.de.seu.sorriso? 14.(82,3%) 7,8 3.(17,6%) 7,3 0.(0%) 0

. 9-.Peocupou-se.com.seu.sorriso? 5.(29,4%) 7 2.(11,8%) 7,5 10.(58,8%) 8,110-..Sentiu-se.incomodado/abalado.ou.nervoso.

devido.a.problemas.com.seu.sorriso? 2.(11,8%) 4,4 2.(11,8%) 6,5 13.(76,5%) 8,4

Domínio.Dor./.Desconforto.. 8-..Usou.medicamentos.para.aliviar.dor.ou.

desconforto.relativos.à.boca? 0.(0%) 0 4.(23,5%) 7,7 13.(76,5%) 7,7

11-..Sentiu.desconforto.ao.alimentar-se.em.frente.a.outras.pessoas.por.causa.de.sua.boca.ou.dentes?

7.(41,2%) 7,1 3.(17,6%) 8,3 7.(41,2%) 8

12-..Sentiu.seus.dentes.ou.gengivas.sensíveis.ao.quente,.ao.frio.ou.ao.doce? 1.(5,9%) 9 8.(47,0%) 8 8.(47,0%) 7,3

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tivemos:.18%.ruim,.35%.regular,.41%.boa. e.6%.óti-ma..

Na. avaliação. da. saúde. bucal. geriátrica. percebida.usando. o. índice. do. GOHAI. a. pontuação. encontrada.foi.que.17,6%.(3).perceberam.como.qualidade.de.saúde.bucal,. 23,5%. (4). como. moderada. qualidade. de. saúde.bucal.e.58,9%.(10).como.baixa.qualidade.de.saúde.bu-cal..Apresentaram.uma.pontuação.média.de.29,6.e.neste.valor. a. escala.do.GOHAI. traduz.que. a. autopercepção.destas.mulheres.é.de.que.sua.saúde.bucal.é.ruim.

Os. resultados. do. índice. de. satisfação. global. com. a.vida.de.Cantril.foram.70,6%.(12).pontuaram.acima.de.7,.e.com.uma.média.geral.de.7,7.indicando.uma.grande.satisfação.global.com.a.vida..

Foram. analisados. e. comparados. cada. questão. do.GOHAI.divididas. em.domínios. (. físico,.psicossocial. e.dor).em.relação.à.satisfação.global.com.a.vida.conforme.Quadro.I

dIScUSSãOA.utilização.de. indicadores. subjetivos.na.prática.da.

clínica.diária.é.mais.uma.ferramenta.para.se.detectar.as.reais. necessidades.dos. idosos,. devendo. ser. usados.para.complementar.as.informações.clínicas.

Dessa.forma.a.auto-avaliação.da.saúde.bucal.e.da.sa-tisfação.global.com.a.vida.proporciona.ao.idoso.a.opor-tunidade.de.expressar.sua.concepção.pessoal.da.própria.realidade.e.da.sua.saúde.

Os. resultados. encontrados. nesta. pesquisa. são. refe-rentes.às.pessoas.estudas,.não.podendo.ser.generalizados.para.toda.a.população.idosa.da.cidade.de.Piracicaba,.SP,.sendo.o.tamanho.desta.amostra.o.fator.limitante.deste.estudo.

A. caracterização. da. amostra. estudada. revelou. uma.população.idosa.com.mais.de.60.anos.e.com.poucos.re-cursos,.não.só.financeiros,.com.uma.média.de.R$263,00.por. mês,. mas. também. de. educação. em. torno. de. 2,7.anos. de. escolaridade,. o. que. segundo. McGrath. e. Bedi.(1998),(1999).em.um.estudo.realizado.no.Reino.Uni-do.com.454.idosos.concluíram.que.fatores.sócio.econô-micos. e. as. condições. clínicas. bucais. refletem. e. afetam.a.qualidade.de.vida,.mas.o.estudo.de.Silva.(1999).com.337.idosos.da.cidade.de.Araraquara,.SP.demonstrou.que.as.condições.clínicas.tiveram.pouca.influência.na.auto-percepção.da. saúde.bucal.e.que.mesmo.pacientes.com.as. piores. condições. clínicas. tinham. alta. pontuação. na.sua.autopercepção.da.saúde.bucal..Ser.desdentado.é.uma.

das.piores.situações.e.mesmo.assim.os.resultados.desta.amostra.de.desdentadas.demonstra.que.47%.dos.entre-vistados.classificaram.sua.auto.percepção.da.saúde.bucal.como.bom.e.ótima,.talvez.porque.estejam.reabilitadas,.fazendo.o.uso.das.próteses. totais..Entretanto,.deve. ser.lembrado. que. estas. mulheres. procuraram. o. serviço. da.FOP.para.substituição.das.próteses..

Os.resultados.deste.estudo.são.concordantes.com.Sil-va.(1999).como.também.aos.encontrados.no.Projeto.SB.Brasil.no.qual.a.população.brasileira.entre.65.a.75.anos.de.idade.pontuaram.com.50,25.%.como.boa.ou.ótima.a.saúde.bucal.no.ano.de.2003.

Quando. comparada. a. média. dos. índices. do. GO-HAI. (29,52). com.a.média.da. escala.de. auto-avaliação.de.Cantril.(7,7),.encontrou-se.uma.baixa.pontuação.no.GOHAI.mas.bom.resultado.para.o.índice.de.satisfação.global.com.a.vida..Assim,.apesar.de.47%.das.idosas.deste.estudo.perceberem.sua.saúde.bucal.como.boa.ou.ótima,.ao.relatarem.a.qualidade.de.saúde.bucal.pelos.domínios.(.físico,.psicossocial.e.de.dor),.obteve-se.relatos.de.insa-tisfação.

. Esses. resultados. foram. semelhantes. aos. que. Silva.(2003). relata. sobre. pacientes. na. clínica. de. Prótese. da.Faculdade.de.Odontologia.de.Piracicaba.FOP.–.UNI-CAMP,.pontuaram.baixo.no.GOHAI.mas. alto.na. au-topercepção. da. saúde. bucal.. Talvez. porque. com. uma.questão.apenas.não.se.consiga.identificar.as.reais.neces-sidades.destas.pessoas.ou.mesmo.que.esta.única.questão.seja.a.que.se.aproxime.da.realidade,.pois.coincide.com.o.resultado.da.satisfação.global.com.a.vida..Pois,.quando.compara-se.a.satisfação.global.com.a.vida.e.os.índice.do.GOHAI.obteve-se.um.resultado.baixo.no.GOHAI,.mas.a.satisfação.global.com.a.vida.foi.alta..A.autopercepção.da.saúde.bucal.não.estava.relacionada.com.as.condições.clínicas,.mas.sim.a.um.indicador.subjetivo.de.qualidade.de.vida.

Estes.resultados.foram.diferentes.do.trabalho.de.Tor-res.em.2003.onde.os.pacientes.apresentaram.alta.pon-tuação.no.GOHAI.e.na.satisfação.global.com.a.vida.A.diferenças.desses.resultados.pode.ter.sido.porque.Torres.não.avaliou.somente.pacientes.edêntulos.

É. importante. ressaltar. que. apesar. desses. testes. não.avaliarem.questões.religiosos,.ficou.evidente.durante.as.entrevistas.que.pacientes.que.descreviam.uma.alta.satis-fação.com.a.vida,.sempre.acabavam.relatando.uma.forte.envolvimento.religioso.que.davam.um.suporte.e.apoio.para.o.enfrentamento.das.dificuldades.da.vida.

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4 Carlsson,.G.E..Masticatory.efficiency:.The.effect.of.age,.the. loss. of. teeth. and. prosthetic. rehabilation.. Int. Dent. J.. :.34(2);93-7,.1984.

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cONclUSãOCom. base. nos. resultados. deste. grupo. de. mulheres.

idosas.usuárias.de.próteses.totais.pode-se.concluir.que:Apesar.da.autopercepção.de.saúde.bucal.ter.sido.ava-

liada.como.baixa.através.do.GOHAI,.os.idosos.estavam.satisfeitos.com.a.vida,.sendo.que.as.mulheres.que.pontu-aram.mais.alto.na.satisfação.global.com.a.vida.classifica-ram.a.sua.saúde.bucal.como.regular..

A.satisfação.global.com.a.vida.é.provavelmente.algo.muito.mais.amplo.e.abrangente.do.que.o.resultado.dos.fatores.de.satisfação.relacionados.com.a.saúde.bucal.

Procurar. relações. entre. saúde. bucal. e. saúde. geral,.através.da.auto-avaliação.em.indivíduos. idosos. fornece.

informações. e. conhecimentos. relevantes. no. relaciona-mento.entre.os.idosos.e.os.profissionais.para.que.possam.assegurar.no.futuro.melhores.condições.de.tratamento,.proporcionando.a.este.grupo.populacional.um.envelhe-cimento.com.melhor.qualidade.de.vida.

AGRAdEcIMENTOSAgradecemos.à.Disciplina.de.Prótese.Total.e.ao.Ser-

viço.Social.da.Faculdade.de.Odontologia.de.Piracicaba,.em.especial.ao.Prof..Marcelo.Ferraz.de.Mesquita.e.à.as-sistente.social.Elza.Antonia.Dressano,.por.terem.autori-zado.a.coleta.de.dados.em.seus.espaços.de.trabalho.

REFERÊNcIAS

10 Mcgrath.C..;.Bedi.R..A.study.of.the.impact.of.oral.health.on.the.quality.of.life.of.older.people.in.the.UK.–.finding.from.a. National Survey.The Gerodontology Association,. v.15,. n.2,.1998.

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Recebido.em15/12/2004Aceito.em.12/12/2005

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Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo2006 jan-abr; 18(1)67-74

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A EFETIvIdAdE dA TERAPIA dE lIBERAÇãO POSIcIONAl (TlP) EM PAcIENTES PORTAdORES dE dISFUNÇãO TEMPOROMANdIBUlAR

THE EFFECTIVENESS OF POSITION OF RELEASE THERAPY (PRT) IN CARRYNG PATIENTS OF TEMPOROMANDIBULAR jOINT DISORDERS

Fabíola Monteiro de Castro *Regina Coeli Vieira Gomes **

Júlia Rosas Salomão ***Ana Paula de Vasconcellos Abdon ****

RESUMOA.disfunção.temporomandibular.(DTM).acomete.um.número.considerável.de.indivíduos,.trazendo.pre-juízos.nas.atividades.diárias,.no.sono.e.na.alimentação,.que.resulta.em.impacto.negativo.na.qualidade.de.vida.do.paciente..O.Fisioterapeuta,.integrante.da.equipe.multidisciplinar,.utiliza-se.de.inúmeros.recursos.que.têm.como.finalidade.normalizar.a.função.do.sistema.estomatognático..Dentre.esses,.o.TENS.objetiva.analgesia;.o.alongamento,.aumento.da.mobilidade.e.a.Terapia.de.Liberação.Posicional.(TLP),.técnica.que.aproxima.origem.e. inserção.muscular.passivamente,.propicia. relaxamento.muscular..Essa.pesquisa. teve.como.objetivo.analisar.os.efeitos.da.TLP.no.quadro.clínico.de.pacientes.com.DTM..Foi.realizado.um.estudo.intervencionista.e.controlado,.com.12.pacientes.do.sexo.feminino,.entre.18.a.52.anos.e.com.diag-nóstico.de.DTM,.divididas.em.dois.grupos..O.grupo.controle.foi.tratado.com.TENS.(20min).+.alonga-mento.(15.seg.repetido.3x).e.grupo.experimental.com.TENS.+..alongamento.+.TLP.(3.ciclos.respiratórios.intercalados.por.apnéias.de.5.seg)..As.pacientes.foram.avaliadas.no.início.e.final.do.tratamento,.submetidas.ao.protocolo.1.vez.por.semana.durante.6.semanas..Foi.verificado.que.as.pacientes.tiveram.melhora.signifi-cativa.em.alguns.parâmetros.clínicos,.contudo.o.experimental.apresentou.redução.significativa.da.dor.nos.músculos.da.mastigação.e.aumento.significativo.da.amplitude.de.movimento.de.protrusão,.flexão,.extensão.e.rotação.cervical.(p.<.0,05.teste.t.de.Student),.que.não.ocorreu.no.controle..Os.resultados.mostraram.que.a.TLP.foi.mais.efetiva.em.minimizar.as.alterações.encontradas,.podendo.ser.incorporada.aos.tratamentos.já.existentes.para.essa.disfunção.UNITERMOS:.disfunção.temporomandibular,.fisioterapia,.ponto.gatilho,.alongamento,.TENS.

ABSTRAcTThe.temporomandibular. joint.disorder. (TMJD). assails. a. considerable.number.of. individuals,. bringing.damages.to.their.daily.activities,.their.sleep.and.eating.habits,.which.results.in.a.negative.impact.in.the.patient’s.quality.of.life..The.Physiotherapist,.integrating..the.multidisciplinary.team,.makes.use.of.innu-merable.resources.which.purpose.is.to.normalize.the.stomatognathic.system.function..Amongst.these,.the.TENS.promotes. analgesia..Stretching.mobility. amplification.and. the.Position.Release.Therapy. (PRT),.a. technique. that. approaches. the.origin.and.muscular. insertion.passively,.promote.muscular. relaxation..The.objective.of.this.research.was..to.analyze.the.effect.of.the.PRT.in.the.clinical.profile.of.patients.with.TMJD..An.intervention.and.controlled.study.was.conducted..with.12.women,.divided.in.two.groups,.,.aged.between.18.and.52.and.with.diagnosed.TMJD..The.control.group.was.treated.with.TENS.(20min).+.stretching.(15.seconds,.repeated.3x),.while.the.experimental.group.with.TENS.+.stretching.+.PRT.(3.res-piratory.cycles.alternated.by.apneas.of.five.seconds.each)..The.patients.had.been.evaluated.at.the.beginning.and.at.the.end.of.the.treatment,.and.were.submitted.to.protocol.once.a.week.during.6.weeks..The.patients.showed.significant.improvement.in.some.clinical.parameters,.whereas..the.experimental.group.presented.significant.reduction.of.pain.in.the.chewing.muscles,.and.significant.increase.of.protrusion,.flexion.and.extension.movements,.and.cervical.rotation.(.p.<.0.05.Student’s.t-test),.which.did.not.occur.in.the.control.group..The.results.showed.that.the.PRT.was.more.effective.in.minimizing.alterations.found.in.the.group,.and.may.be.incorporated.to.already.existing.treatments.for.this.disorder.

dEScRIPTORS: Temporomandibular.Disorder,.Physiotherapy,.Triggering.Points,.Stretching,.TENS.

. *. .Fisioterapeuta,.monitora.da.disciplina.de.Fisioterapia.Buco-maxilo-facial.do.curso.de.Fisioterapia.da.Universidade.de.Fortaleza.–.UNIFOR.e.Mestranda:.Educação.em.Saúde.(UNIFOR)..E-mail:[email protected]

. **. .Professora.da.disciplina.de.Estágio.Ambulatorial.em.Fisioterapia.da.UNIFOR..Mestre.em.Ciências.Fisiológicas.pela.Universidade.Estadual.do.Ceará.(UECE)..E-mail:.

. ***. Professora.da.disciplina.de.Prótese.e.Clínica.Integrada.do.curso.de.Odontologia.da..UNIFOR..Especialista.em.Prótese.Dentária..E-mail:[email protected].

.****. .Professora.da.disciplina.de.Fisioterapia.Buco-maxilo-facial.do.curso.de.Fisioterapia.da.UNIFOR..Mestre.em.Ciências.Fisiológicas.pela.UECE..E-mail:[email protected]

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Castro FM, Gomes RCV, Salomão JR, Abdon APV. A efetividade da terapia de liberação posicional (TLP) em pacientes portadores de disfunção temporomandibular Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)67-74

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INTROdUÇãOA.disfunção.temporomandibular.(DTM).é.uma.pa-

tologia.que.acomete.um.número.considerável.de.indiví-duos.da.população.adulta.(Rizzatti-Barbosa.CM,.Mon-teiro-Pedro.V,.Martinelli.DA,.Silverio.KCA,.Dihipolito.O,.Bevilaqua-Grosso.D,.et al15)..As.estatísticas.mostram.que. há. quinze. anos. somente. 20%. da. população. apre-sentava.bruxismo,.mas.com.o.estresse.da.vida.moderna,.hoje.80%.da.população.sofre.desta.disfunção.(Carneiro.LM3).

Caracteriza-se.pela.dor.na.articulação.temporoman-dibular.(ATM),.limitação.de.amplitude.de.movimento.da.mandíbula.e.da.região.cervical,.zumbido,.ruídos.arti-culares,.déficit.de.força,.fadiga.e.dor.muscular,.dores.de.cabeça.e.a.presença.de.hábitos.parafuncionais.(Okeson.JP11).

Hábito.parafuncional.é.um.conjunto.de.atos.pratica-dos.por.um.sistema.ou.órgão.que.não.objetiva.um.resul-tado.determinado..Os.mais.comuns.são:.bruxismo,.aper-tamento,.roer.unhas,.mascar.chicletes,.uso.contínuo.de.telefone.e.computador,.morder.objetos,.fumar.e.apoiar.mão.na.mandíbula.(Rodrigues.L,.Lemos.J,.Tokura.M,.Luz.J)16.

Segundo. Oliveira,. Bermudez,. Souza,. Souza,. Dias,.Castro. et al12. em. estudo.do. impacto.da.dor.na. região.orofacial.na.vida.de. indivíduos.portadores.de.DTM,.a.dor.pode.prejudicar.as.atividades.do.trabalho.e.da.escola.em.59,09%,.o.sono.em.68,18%.e.o.apetite/alimentação.em. 63,64%,. concluindo. que. a. dor. da. DTM. tem. um.impacto.negativo.na.qualidade.de.vida.do.paciente.

O.Fisioterapeuta,.integrante.da.equipe.multidiscipli-nar,.objetiva.no.paciente.com.DTM.ativar.a.circulação.sanguínea,.acelerar.os.processos.reparadores.dos.tecidos,.aliviar.a.dor,.reduzir.o.espasmo,.melhorar.a.mobilidade.articular,. reduzir. a. inflamação,. bem. como,. restaurar. a.função.total.do.sistema.músculoesquelético.(Gray.RM,.Quayle.AA,.Hall.CA,.Schofield.MA7,.Matta.MAP,.Ho-norato.DC10).

A.estimulação.nervosa.elétrica.transcutânea.(TENS),.baseia-se.na.utilização.de.uma.corrente.de.baixa.freqü-ência,. de. baixo. custo. e. aplicada. através. da. fixação. de.eletrodos.próximos.aos.pontos.de.dor..Apresenta.resul-tado.satisfatório.na.redução.ou.desaparecimento.da.dor.de.qualquer.etiologia.(Martins.RMBF,.Santos.MHSM,.Silva.RA,.Gondim.NFR9),.devido.estímulo.dado.às.fi-bras.aferentes.mielinizadas.de.rápida.condução.que.blo-queiam.a. sensação.de.dor,.promovendo.o. relaxamento.

e.a.liberação.de.opióides.endógenos..Apesar.de.ser.uma.terapia.não.invasiva.é.contra-indicada.em.pacientes.grá-vidas.ou.que.utilizem.marca-passo.(Rosa.RS,.Cury.AAB,.Garcia.RCMR17).

Alongamento. é. uma. manobra. terapêutica. utilizada.para.aumentar.o.comprimento.de.tecidos.moles.encurta-dos,.elevando.assim.a.amplitude.de.movimento.e.melho-rando.a.função.geral..Durante.o.alongamento.o.músculo.é.monitorado.pelo.fuso.muscular.e.pelo.órgão.tendinoso.de.golgi..O.fuso.muscular.controla.a.velocidade.e.a.du-ração.do.alongamento.e.o.órgão.tendinoso.de.golgi.atua.como.mecanismo.de.proteção.inibindo.as.tensões.mus-culares,.permitindo.que.o.sarcômero.(unidade.contrátil.do.músculo).se.alongue.(Kisner.C,.Colby.LA8)..

A.terapia.de.liberação.posicional.(TLP).vem.apresen-tando-se.como.um.recurso.com.excelentes.resultados.nas.disfunções.somáticas.e.conseqüentemente.na.disfunção.musculoesquelética,.porque.coloca.o.corpo.do.paciente.em. posição. de. conforto,. reduzindo. a. irritabilidade. do.ponto. sensível. e. normalizando. os. tecidos. associados. à.disfunção.(D’Ambrogio.KJ,.Roth.GB.5).

A. associação. entre. pontos. sensíveis. miofasciais. e. a.disfunção.musculoesquelética.deve-se.ao.sedentarismo.e.a.repetição.ocupacional..Um.número.pequeno.de.mús-culos.tende.a.ser.utilizado.em.excesso,.enquanto.os.de-mais.tornam-se.hipotrofiados,.reduzindo.sua.capacidade.de.tolerar.cargas.ou.tensões.(D’Ambrogio.KJ,.Roth.GB.5).

A.hipótese.de.a.TLP.apresentar.resultados.satisfató-rios.na.redução.da.tensão.sobre.as.ligações.cruzadas.co-lagenosas.(sistema.miofascial),.parece.ser.produzida.pela.ruptura.das. ligações. eletroquímicas. e.uma. reconversão.ao.estado.coloidal..Outras.hipóteses. seriam.a.alteração.da. condição. da. matriz. fascial;. equilíbrio. de. tensão. do.organismo.ou.uma.redução.dos.estresses.biomecânicos.anormais.com.a.estimulação.dos.receptores.da.dor...Por-tanto,.a.TLP.parece.ser.capaz.de.aliviar.a. tensão.tanto.no.nível.neuromuscular.como.fascial.(D’Ambrogio.KJ,.Roth.GB.5).

Os.efeitos.da.TLP.são.normalização.da.tensão.mus-cular. e. fascial,. redução. da. hipomobilidade. articular,.melhoria.da.circulação.e.redução.do.edema,.redução.da.dor.e.aumento.de.força..As.contra-indicações.são.feridas.abertas,. suturas,. fraturas. em.processo.de. consolidação,.hematoma,.hipersensibilidade.cutânea,.infecção.sistêmi-ca.e.localizada.(D’Ambrogio.KJ,.Roth.GB.5).

Fisioterapeutas.e.Osteopatas.que.tratam.a.DTM,.uti-

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lizam.com.freqüência.esse.recurso.na.busca.de.eliminar.os.sintomas.e.diminuir.o.número.de.atendimentos.e.pois,.além.de.tentar.remodelar.os.componentes.do.corpo,.re-duzem.o.estresse.da.estrutura.no.sistema.melhorando.a.qualidade.de.vida.dos.pacientes.(D’Ambrogio.KJ,.Roth.GB.5)..A.proposta.deste.trabalho.foi.analisar.os.efeitos.as.Terapia.de.Liberação.Posicional.no.quadro.clínico.de.pacientes.com.DTM.

METOdOlOGIAFoi.realizada.uma.pesquisa.do.tipo. intervencionista.

e.controlada,.no.período.de.maio.a.novembro.de.2004,.em.pacientes.portadores.de.DTM.cadastrados.no.servi-ço.de.Odontologia.da.Universidade.de.Fortaleza.(UNI-FOR),.Ceará.

Foram. selecionados,. por. sorteio,. 12. pacientes. que.apresentavam.diagnóstico.de.DTM.de.origem.muscu-lar. e/ou. articular,.do. sexo. feminino,.na. faixa. etária.de.18.a.52.anos,.com.exacerbação.do.quadro.clínico.e.que.aceitaram.participar.da.pesquisa.através.da.assinatura.do.termo.de.consentimento..Os.critérios.de.exclusão.foram.pacientes.com.DTM.de.outra.etiologia.e.que.não.pudes-sem.se.submeter.à.terapia,.como.por.exemplo,.o.uso.de.marcapasso.

O.atendimento.fisioterapêutico.foi.executado.no.Nú-cleo.Atenção.Médica.Integrada.(NAMI),.instituição.vin-culada.a.Universidade.de.Fortaleza..As.pacientes.foram.separadas.em.2.grupos,.experimental.e.controle.cada.um.com.6.pacientes..O.grupo.experimental. foi. submetido.ao. seguinte. protocolo. de. tratamento:.TENSÒ. (marca.KW),. aplicado. na. modalidade. convencional,. freqüên-cia. (R).de.100.Hz.(Hertz).e.o. tempo.de.pulso.(T).de.80ms.(microssegundos),.por.20.minutos,.com.paciente.na.posição.decúbito.dorsal..Os.eletrodos.de.um.canal.fo-ram.colocados,.um.na.região.póstero-lateral.do.pescoço.e.o.outro.na.face.em.cada.lado.(Martins.RMBF,.Santos.MHSM,.Silva.RA,.Gondim.NFR9)..

Posteriormente,. a. TLP. foi. realizada. nos. músculos.pterigóideos.lateral.e.medial,.temporal,.masseter,.ester-nocleidomastóideo,. trapézio. superior. e. suboccipitais,.que.consistiu.da.aproximação.passiva.da.origem.e.inser-ção,.seguido.da.solicitação.ao.paciente.três.ciclos.respi-ratórios.intercalados.por.apnéias.expiratórias.de.5.seg.5..Após.as.respirações.o.segmento.foi.colocado.na.posição.inicial,.de. forma. lenta. e. suave..O. tratamento. foi.fina-lizado.com.o.alongamento,.realizado.de.forma.passiva,.com.3.repetições.sucessivas.e.duração.de.15.segundos.em.cada.músculo.(Kisner.C,.Colby.L.A8)..

O.grupo.controle.seguiu.o.mesmo.protocolo.de.tra-tamento.do.grupo.experimental,.diferenciando-se.deste.pela. exclusão.da. terapia. de. liberação.posicional. (TLP).antes.do.alongamento.

Os. pacientes. foram. submetidos. aos. protocolos. de.atendimento.1.vez.por.semana,.durante.6.semanas..Os.grupos. passaram. por. duas. avaliações. fisioterapêuticas.uma.no. início.do. tratamento. e. a. outra. ao.final. dos. 6.atendimentos..Os.dados.foram.registrados.em.uma.ficha.de.avaliação,.segundo.Bevilaqua-Grosso,.Guirro,.Costa.e.Arthuri.1.com.algumas.modificações..

Os.resultados.dos.parâmetros.clínicos.coletados,.na.avaliação.final.em.relação.à.avaliação.inicial,.foram.anali-sados.e.considerados.estatisticamente.diferente,.somente.aquelas.análises.que.apresentarem.p.<.0,05.

A.pesquisa.seguiu.os.aspectos.éticos.definidos.na.Re-solução.196/96.do.Conselho.Nacional.de.Saúde2,.que.estabelece.os.critérios.bioéticos.da.pesquisa.em.seres.hu-manos..Os.pacientes. foram.esclarecidos. sobre.os.obje-tivos. da. pesquisa,. bem. como. de. seus. direitos. a. serem.resguardados.através.do.termo.de.consentimento.

SintomasControle Experimental

Inicial Final Inicial FinalDificuldade.para.abrir.a.boca 4a 1 3 2

Dificuldade.para.movi-mentar.a.mandíbula 3 0 2 0

Cansaço.e.dor.muscu-lar.quando.mastiga 4 1 6 2

Sente.que.os.dentes.não.encaixam.bem 6 6 5 5

Travamento.com.a.boca.aberta 2 1 2 0

Travamento.com.a.boca.fechada 1 0 0 0

Sente.que.não.dorme.bem 2 0 2 1

Dor.de.cabeça.ao.levantar 4 0 3 0

Músculos.doloridos.ao.levantar 5 0 4 0

Tabela 1 – Número de pacientes com a presença dos sintomas, questionados na ficha de avaliação, antes e após o tratamento em cada grupo avaliado.

a,.número.de.pacientes.com.sintomas.coletados.no.início.e.final.do.trata-mento.em.cada.grupo.

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RESUlTAdOSOs.resultados.mostraram.que,.após.o.tratamento.fi-

sioterápico,.ocorreu.redução.significativa.do.número.de.pacientes.com.presença.de.sintomas.em.ambos.os.grupos.(p.<.0,05,. teste. t. de.Student)..Contudo,.não. foi. veri-ficada.diferença.significante.do.grupo.experimental.em.relação.ao.grupo.controle.ao.final.do.tratamento.(teste.t.de.Student).(tabela.1).

Ao.ser.investigada.a.presença.de.dor.(gráfico.1),.foi.detectado.que.os.pacientes.do.grupo.experimental.tive-ram.redução.significativa.de.66,67%.em.relação.ao.iní-cio.do.tratamento.(p.<.0,05,.teste.t.Student)..Entretan-to,.não.ocorreu.diminuição.significativa.no.controle.ao.final.do.tratamento.(p.>.0,05)..

Os.locais.referidos.de.dor,.colhidos.ao.início.do.tra-tamento,.foram.ATM.(n=10),.ombro.e/ou.pescoço.e/ou.nuca.(n=9),.dor.no.ouvido.(n=8).e.dor.nos.olhos.e/ou.dentes.(n=6)..Ao.final.do.tratamento.os.pacientes.rela-taram.ter.ainda.a.presença.da.dor.mas.com.intensidade.reduzida.no.pescoço.(n=7),.no.ombro.(n=6),.na.ATM.(n=5),. ouvido. (n=3),. nuca. e/ou. dentes. (n=2). e. olhos.(n=1).

Ao.analisar.se.dor.estava.associada.com.outros.sinto-mas,.foi.detectado.que.todos.os.pacientes.apresentavam.dor.de.cabeça,.9.referiram.náuseas/vômitos.e/ou.zumbi-do,.6.com.tontura.e/ou.lacrimejamento.e.3.com.distúr-bios.visuais.

Após. analisar. as. parafunções,. foi. detectado. que. 8.apresentavam.apertamento.e/ou.apoio.da.mão.na.man-

díbula,. 7. com. bruxismo,. 5. relataram. morder. objetos,.4. uso. contínuo. de. telefone. em,. 3. deles. referiram. roer.unhas.e/ou.mascar.chiclete.e.2.uso.contínuo.de.compu-tador.e/ou.com.hábito.de.fuma.

O.grupo.experimental.apresentou.ganho.significati-

Os.valores.foram.expressos.numericamente.em.relação.ao.achado.nos.12.pacientes..Eixo.da.ordenada:.número.de.pacientes.com.dor,.eixo.das.abscis-sas:.início.e.final.do.tratamento..#,.estatisticamente.diferente.em.relação.ao.início.do.tratamento.(p.<.0,05,.teste.t.de.Student).

Gráfico 1 – Presença de dor nos pacientes com DTM sob trata-mento fisioterápico.

Movimentos Controle ExperimentalInicial Final Inicial Final

Abertura 37,6.±.4,23a

41,0.±.2,28

36,1.±.4,54

38,1.±.5,00

Lateralidade.D 5,6.±.1,11

6,1.±.0,47

5,3.±.0,84

7,3.±.0,71

Lateralidade.E 5,8.±.1,22

5,5.±.0,88

5,0.± 0,77

6,3.±.1,02

Protrusão 2,8.±.0,65

4,3.±.0,42

2,3.±.0,49

5,33.±.0,55#

Tabela 2 – Amplitude de movimento (mm) da articulação temporomandibular (ATM) nos pacientes de ambos grupos no início e final do tratamento.

AmplitudeControle Experimental

Inicial Final Inicial Final

Flexão.ativa 40,0.±.4,08a

48,1.±.2,65

40,8.±.4,16

52,1.±.3,46#

Flexão.passiva 41,6.±.3,33

49,1.±.2,38

40,8.±.4,16

56,1.±.2,16*#

Extensão.ativa 43,3.±.2,78

51,6.±.2,78#

42,5.±..2,50

..51,3.±.4,77#

Extensão.passiva 44,1.±..2,00

49,5.±.2,29

42,5.±.2,50

53,6.±.3,97#

Lateralidade.D 40,0.±.3,16

43,6.±.3,73

35,8.±.3,51

40,8.±.1,53

Lateralidade.E 43,3.±.1,05

49,1.±..3,00

38,3.±.2,10

44,1.±.4,72

Rotação.D 55,8.±.6,63

66,6.±.7,14

.43,3.±.8,02

67,0.±.6,41#

Rotação.E 52,5.±.8,92

66,6.±.4,69

50,0.±.7,41

70,0..±.6,70#

Tabela 3 – Grau de amplitude de movimento da região cervical, através da goniometria, ao início e final do tratamento em cada grupo avaliado.

aOs.valores.foram.expressos.através.da.média.+.erro.padrão.do.grau.de.amplitude.de.movimento.da.cervical..#,.estatisti-camente.diferente.em.relação.à.avaliação.inicial.e.*,.estatisti-camente.diferente.em.relação.ao.controle.(p.<..0,05,.teste.t.de.Student).

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vo.na.protrusão.em.relação.ao.início.do.tratamento.(p.<.0,05,.teste.t.de.Student)..No.controle,.não.houve.ganho.significativo. nesse. movimento. (p. >. 0,05).. Nos. movi-mentos.de.abertura.e.de.lateralidade.não.ocorreu.ganho.significativo.de.amplitude.(tabela.2).(p.>.0,05).

Após.analisar.as.amplitudes.de.movimento.da.coluna.cervical,.através.da.goniometria.(tabela.3),.foi.detectado.que.no.grupo.experimental.ocorreu.aumento.significati-vo.na.amplitude.de.movimento.para.flexão.ativa.e.pas-siva,.extensão.ativa.e.passiva.e.rotação.na.avaliação.final.em.relação.a. inicial. (p.<.0,05,. teste. t.de.Student)..No.grupo.controle,.ocorreu.somente.ganho.significativo.no.movimento.de.extensão.ativa.(p.<.0,05).

Contudo,.ao.comparar.o.grau.de.amplitude.de.movi-mento.na.avaliação.final.dos.grupos.experimental.e.con-trole,.somente.o.movimento.de.flexão.passiva.apresentou.diferença.estatística.(p.<.0,05,.teste.t.de.Student).

Após.a.avaliação.da.dor.à.palpação,.utilizando.uma.escala.de.0.ou.ausente.a.3.ou.dor.forte.11,.foi.possível.observar.a.redução.significativa.da.dor.em.trapézio.fibra.superior.direito,.esternocleidomastóideo.e.suboccipitais.direito/esquerdo,.pterigóideo.medial.esquerdo.e.na.ATM.

direita.no.grupo.controle..E.no.grupo.experimental.fo-ram.trapézio.fibras.superiores,.suboccipitais,.pterigóideo.medial,.temporal.e.ATM.do.lado.esquerdo,.pterigóideo.lateral.direito/esquerdo.e.masseter.direito.que.apresen-taram. diminuição. significativa. da. dor. à. palpação. (p. <.0,05,.teste.t.de.Student).(Tabela.4).

DiscussãoA.presença.de. sintomas. investigados.nessa.pesquisa.

mostrou.que.91%.das.pacientes. sentem.que.os.dentes.não.encaixam.bem,.83%.sentem.cansaço/dor.muscular.ao.mastigar,.83%.consideram-se.tensa/nervosa/estressa-da. e.75%.sentem.músculos.doloridos. ao. levantar..São.muitos. os. fatores. que. contribuem. para. o. desencadea-mento.da.disfunção.temporomandibular.como.o.aspec-to.oclusal,. fatores.psicológicos,.disfunções.da.muscula-tura.mastigatória,.disfunções.posturais,.além.dos.hábitos.parafuncionais.13.

No.presente.estudo.foi.constatado.que.66%.das.pa-cientes.apresentaram.apertamento.e/ou.apoio.da.mão.na.mandíbula.e.58%.bruxismo..As.estatísticas.mostram.que.a.maioria.da.população.apresenta.sinais.e.sintomas.rela-cionados.com.hábitos.parafuncionais.e.esses.sinais.clíni-

Dor Controle ExperimentalInicial Final Inicial Final

Pterigóide.lateral.D ..2,00.±.0,51a 1,33.±.0,55 2,00.±.2,02 1,50.±.0,05#Pterigóide.lateral.E 1,83.±.0,60 1,00.±.0,35 2,33.±.0,42 1,66.±.0,49#Pterigóide.medial.D 2,33.±.0,42 0,83.±.0,30 1,66.±.0,42 1,66.±.0,61Pterigóide.medial.E 2,16.±.0,54 0,66.±.0,33# 2,50.±.0,50 1,33.±.0,49#

Masseter.D 1,66.±.0,42 ..1,00.±.0,36 1,66.±.0,21 0,33.±.0,21#Masseter.E ...1,66.±.0,42 ..0,66.±.0,33 1,83.±.0,47 ..0,66.±.0,33

Temporal.D ...1,00.±.0,36 ..0,50.±.0,34 1,66.±..0,42 0,50.±.0,50#Temporal.E ...1,33.±..0,49 ..0,50.±.0,34 1,50.±.0,42 0,50.±.0,50#

ATM.D 1,83.±.0,40 ..0,83.±.0,30# .1,16.±.0,60 ..1,00.±.0,63ATM.E ...1,00.±.0,36 ..0,50.±.0,34 1,33.±.0,61 0,66..±.0,42#

Trapézio.Superior.D 2,50.±.0,34 ..2,00.±.0,44# 2,66.±.0,33 ..2,16.±.0,54Trapézio.Superior.E 2,16.±.0,40 ..1,50.±.0,42 2,33.±.0,81 ..1,83.±.1,32#

Esternocleidomastóide.D 2,16.±.0,30 ..1,00.±.0,44# 2,10.±.0,47 ..1,00.±.0,51Esternocleidomastóide.E 1,66.±.0,30 0,50.±.0,34# 1,66.±.0,55 ..1,00.±.0,51

Subocciptais.D 1,16.±.0,40 0,66.±.0,21# 1,00.±.0,36 ..1,00.±.0,44Subocciptais.E 1,16.±.0,40 0,50.±.0,22# 1,33.±.0,61 ..0,83.±.0,54#

Tabela 4 – Presença de dor à palpação muscular ao início e final do tratamento em cada grupo avaliado.

a.Os.valores.foram.expressos.através.da.média.±.erro.padrão.de.dor.à.palpação.muscular..#,.estatisticamente.diferente.em.relação.à.avaliação.inicial.(p.<..0,05,.teste.t.de.Student).

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cos.são.comuns.na.DTM.6..Rodrigues,.Lemosi,.Tokuda.e.Luz.16.afirmam.que.o.principal.hábito.parafuncional.é.o.bruxismo,.pois.esse.hábito.leva.a.uma.ação.muscular.intensa.e.a.um.comprometimento.articular..

A.dor.foi.um.sintoma.presente.em.100%.das.pacien-tes.participantes.dessa.pesquisa..Ao.final.do.tratamento.verificou-se.redução.de.66,67%.da.dor,.confirmando.os.benefícios.trazidos.pela.Fisioterapia.7,.18,.19,.10,.6..

Dos.principais.locais.referidos.de.dor,.83%.dos.pa-cientes.apresentaram.dor.na.ATM,.75%.no.pescoço.e/ou.ombro.e/ou.nuca,.66%.no.ouvido.e.50%.nos.olhos.e/ou.dentes,.semelhante.ao.encontrado.por.Bevilaqua-Gros-so,.Guirro,.Costa.e.Arthuri.1.

Quanto. aos. principais. sintomas. associados,. 100%.das.pacientes.dessa.pesquisa.apresentaram.dor.de.cabeça..Esse.sintoma.é.comum.da.DTM,.que.tende.a.minimizar.ou.desaparecer.quando.o.paciente.é.tratado.da.disfunção.1.

Ao. analisar. amplitude. de. movimento. da. ATM. os.dados. mostram. que. o. grupo. experimental. conseguiu.em. média. ganho. em. todos. os. movimentos,. embora.não.tenha.sido.estatisticamente.significativo..O.fato.da.ausência. de. ganho. estatístico. pode. estar. relacionado. à.pequena.limitação.que.essas.pacientes.apresentaram.na.avaliação.ou.pelo.número.de.atendimentos.estabelecidos.na.pesquisa..Entretanto,.a.literatura.não.é.objetiva.quan-to.ao.discutir.a.atuação.da.Fisioterapia.no.aumento.da.amplitude.da.ATM,.pois.nas.DTM.de.origem.articular.esse.resultado.pode.ser.relatado.como.não.satisfatório.1..Como.não.foi.possível.selecionar.nesse.estudo.as.pacien-tes.que.tivessem.DTM.de.origem.articular.e.muscular,.tal.fato.pode.ter.também.influenciado.nos.resultados.da.amplitude.

Com.relação.aos.movimentos.da.coluna.cervical,.o.grupo. experimental. obteve. um. aumento. significativo.que.não.ocorreu.no.grupo.controle..Alguns.autores.rela-tam.que.contraturas.nos.músculos.da.mastigação.causa-riam.disfunções.nos.músculos.da.região.cervical,.geran-do.dor.e.alteração.postural.de.cabeça.e/ou.pescoço.14,4..Nessa.pesquisa,.a.TLP.propiciou.diminuição.da.dor.nos.músculos.mastigatórios.e.de.alguns.músculos.cervicais,.podendo. ter. influenciado.nos.movimentos.da.cervical..As.pacientes.do.grupo.controle.tiveram.melhora.signifi-cativa.mais.destacada.nos.músculos.suboccipitais.e.ester-nocleidomastóideo.

Ao.início.do.tratamento.os.músculos.mais.doloridos.à.palpação.foram.o.trapézio.fibras.superiores.e.pterigói-

deo.medial.esquerdo.e.ao.final.o.músculo.menos.sensí-vel.à.palpação.foi.o.masseter,.concordando.com.estudo.realizado. em. 15. pacientes. por. Martin,. Santos,. Silva. e.Gondim9.. Porém,. Rodrigues,. Lemosi,. Tokuda. e. Luz.16. mostra. em. estudo. realizado. com. 43. pacientes. que.os.músculos.mais. sensíveis. à. palpação. foram.masseter,.temporal.e.cervicais..Em.pesquisa.realizada.com.23.pa-cientes,. os. músculos. mais. doloridos. foram. temporal. e.cervicais.13..Rego.Farias,.Restani.Alves.e.Gandelman.14.mostraram.em.estudo.aplicado.em.11.pacientes.que.o.músculo.mais.dolorido.é.o.esternocleidomastóideo..

Espasmos.musculares.não.tratados.de.músculos.como.temporal,.pterigóideos,.masseter.e.esternocleidomastói-deo.podem.levar.a.um.ciclo.de.dor.e.alterações.articula-res.degenerativas,.alterações.musculares.e.deslocamento.do.disco,.além.de.uma.diminuição.do.fluxo.sanguíneo.causando.isquemia.19.

Para.o.tratamento.da.DTM.é.indispensável.uma.equi-pe.multidisciplinar,.na.qual.a.Fisioterapia.é.indicada.no.alívio.da.dor.dos.músculos. temporomandibulares. e.da.face,.das.regiões.cervical,.escapular.e.da.coluna,.reeducar.o. sistema. neuromuscular,. restabelecendo. a. posição. de.repouso.da.mandibular.e.a.coordenação.muscular..Res-taurar.o.equilíbrio.e.o.relaxamento.muscular,.a.dinâmica.normal.nos.casos.de.assimetrias.funcionais,.a.mobilidade.do. côndilo,. bem. como.o. equilíbrio. da. relação. crânio-caudal.(equilíbrio.postural).19.

Os.resultados.positivos.no.tratamento.das.alterações.nas. pacientes. com. DTM. obtidos. com. a. aplicação. da.TLP.podem.estar.relacionados.aos.efeitos.de.normaliza-ção.da.hipertonia.muscular,.normalização.da.tensão.fas-cial,. redução.da.hipomobilidade. articular,.melhoria.da.circulação.e.redução.do.edema.e.principalmente.redução.da.dor.miofascial.5.

Em.virtude.dos.resultados,.a.técnica.de.TLP.mostrou-se.benéfica.no.tratamento.das.alterações.encontradas.nas.pacientes.com.DTM.nessa.pesquisa,.propiciando.prin-cipalmente. a. diminuição. da. dor. muscular. e. ganho. de.amplitudes.de.movimento..Contudo,.faz-se.necessários.mais.estudos.sobre.a.técnica.para.fomentar.os.reais.bene-fícios.desse.recurso.nos.pacientes.com.DTM.

ConclusãoAs.disfunções.temporomandibulares.são.representa-

das.por.desconforto.ou.desordem.músculoesquelética.no.sistema. mastigatório,. apresentando. um. quadro. clínico.associado.à.dor.e.incapacidade.funcional.

O.perfil,.o.quadro.clínico.e.os.hábitos.parafuncionais.

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Castro FM, Gomes RCV, Salomão JR, Abdon APV. A efetividade da terapia de liberação posicional (TLP) em pacientes portadores de disfunção temporomandibular Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)67-74

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dos. pacientes. com. DTM. encontrados. no. estudo. esta-vam.de.acordo.com.os.descritos.na.literatura.

A.Terapia.de.Liberação.Posicional.(TLP).é.uma.téc-nica. utilizada. pelos. Fisioterapeutas. e. Osteopatas,. ob-

jetivando.tratar.a.dor.muscular..De.acordo.com.os. re-sultados.obtidos,.pode-se.verificar.que.o.grupo.que.foi.tratado.com.a.TLP.apresentou.melhora.significativa.na.dor.e.na.amplitude.de.movimento.em.relação.ao.grupo.controle.

1 .Bevilaqua-Grosso. D,. Guirro. R,. Costa. EP,. Arthuri.MT.. Proposta. de. uma. ficha. de. avaliação. para. de-sordem.craniomandibular.à.partir.da.caracterização.dos.pacientes.atendidos.na.clínica.de.fisioterapia.da.UNIMEP.. Revista. de. Fisioterapia. da. Universidade.de.São.Paulo.2001.jan;.8(1):.30-39.

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Castro FM, Gomes RCV, Salomão JR, Abdon APV. A efetividade da terapia de liberação posicional (TLP) em pacientes portadores de disfunção temporomandibular Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)67-74

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17 .Rosa.RS,.Cury.AAB,.Garcia.RCMR..Terapias.Alter-nativas.para.Desordens.Temporomandibulares..Re-vista.Odonto.Ciência.–.Fac..Odonto/PUCRS.2002.abr;.17(36):.187-192..

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Recebido.em31/05/2005Aceito.em.27/09/2005

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UMA ANÁlISE cRÍTIcA SOBRE A vIABIlIdAdE dO USO dOS INIBIdORES SElETIvOS dE cOX-2 EM OdONTOlOGIA

VIABILITY OF THE USE OF SELECTIVE COX-2 INHIBITORS IN DENTISTRY: CRITICAL ANALYSIS

Gilson Cesar Nobre Franco * Douglas Moretti **

Paulo Fernando Cruz Cavalcante ***Luciane Cruz Lopes ****

RESUMOOs.antiinflamatórios.não-esteroidáis.(AINEs).são.os.fármacos.mais.comumente..usados.para.o.tratamento.da.dor.e.da.inflamação.em.odontologia..Os.AINEs.exercem.seus.efeitos.terapêuticos.através.da.inibição.da.enzima.ciclooxigenase,.a.qual.existe.em.duas.isoformas,.denominadas.ciclooxigenase-1.(COX-1).and.ciclooxigenase-2.(COX-2)..Devido.à.descoberta.das.diferentes.isoformas.da.enzima.ciclooxigenase.e.a.pro-posta.inicial.de.que.COX-1.era.expressa.constitutivamente,.enquanto.que.COX-2.era.produzida.durante.a.inflamação,.o.advento.dos.inibidores.seletivos.de.COX-2.representou.um.importante.avanço.farmaco-lógico.no.tratamento.da.dor.e.da.inflamação..No.entanto,.estudos.recentes.indicam.que.esta.isoenzima.(COX-2).realiza.diferentes.respostas.fisiológicas.no.organismo..O.objetivo.deste.trabalho.foi.avaliar.o.uso.dos.inibidores.seletivos.de.COX-2.na.prática.odontológica.através.da.relação.custo/duração.de.tratamento.e.possíveis.riscos.atribuídos.às.novas.funções.fisiológicas.descobertas.para.COX-2..Para.tanto,.foi.feito.um.levantamento.da.literatura.utilizando-se.das.bases.de.dados.científicas.Medline,.Lilacs.e.Scielo,.nos.quais.foram.selecionados.trabalhos.clínicos.randomizados.controlados,.revisões.e.de.metanálise..Os.resultados.indicam.que. os. inibidores. seletivos.de.COX-2. apresentam. importantes. efeitos. colaterais. e,. além.disso,.são. fármacos. de. custos. elevados. para. o. tempo. empregado. na. terapêutica. odontológica.. Portanto,. estes.fármacos.não.substituem.os.antiinflamatórios.não-esteroidais.tradicionais.na.odontologia.e.a.escolha.dos.fármacos.deve.ser.baseada.em.trabalhos.científicos.ao.invés.de.impressões.clínicas..Desta.forma,.ainda.são.necessárias,.novas.avaliações.para.o.estabelecimento.da.real.segurança.e.indicações.destes.compostos.na.prática.odontológica..

dEScRITORES: Inibidores.da.ciclooxigenase-2.-.Prostaglandinas.–.Odontologia

ABSTRAcTNonsteroidal.anti-inflammatories.(NSAIDs).are.the.most.common.drugs.used.in.the.treatment.of.pain.and.inflammation.in.dentistry..NSAIDs.exert.their.therapeutic.effect.by.inhibiting.cyclooxygenases,.whi-ch. exist. in. 2. isoforms,. known. as. cycloxygenase-1. (COX-1). and. cycloxygenase-2. (COX-2).. Due. to. the.discovery.of.different.isoforms.of.cyclooxygenases.and.the.initial.proposal.that.COX-1.was.constitutively.expressed,.whereas.COX-2.was.primarily.inducible.during.inflammation,.the.advent.of.COX-2.selective.inhibitors.(coxibs).represented.an.important.pharmacological.advance.for.the.treatment.of.pain.and.in-flammation..However,.recent.studies.have.indicated.that.this. isoenzyme.(COX-2).mediates.a.variety.of.physiological.responses.within.the.organism..The.aim.of.this.review.was.to.evaluate.the.use.of.COX-2.selective.inhibitors.in.the.dental.practice.through.the.cost/treatment.duration.relation.and.possible.risks.at-tributed.to.news.physiological.roles.of.COX-2..For.this.purpose,.a.search.of.the.literature.was.performed.in.Medline,.Lilacs.and.Scielo,.including.randomized.controlled.clinical.trial.reviews.and.meta-analysis..The.results.indicate.that.the.COX-2.selective.inhibitors.pose.some.important.side.effects,.and.also,.that.they.are.high-cost.drugs.for.dental.therapeutics..Hence,.these.drugs.do.not.replace.the.conventional.nonsteroidal.anti-inflammatory.drugs.in.dentistry,.and.the.selecting.drugs.should.be.based.on.scientific.research,.rather.than.clinical. impressions..Thus,. further.evaluations.are.needed. in.order. to.determine. the.actual. safety.profile.and.indications.of.such.compounds.in.the.dental.practice..

dEScRITORS:.Cyclooxygenase-2.Inhibitors.–.Prostaglandins.-.Dentistry

. *. Cirurgião-Dentista..Especialista.em.Farmacologia.Clínica..Mestrando.em.Farmacologia,.Anestesiologia.e.Terapêutica.pela.FOP/UNICAMP..

. **. Cirurgião-Dentista..Especialista.em.Farmacologia.Clínica.pela.UNIMEP.

. ***. Farmacêutico..Especialista.em.Farmacologia.Clínica.pela.UNIMEP.

.****. Pós-Doutor.em.Farmacologia,.Coordenadora.do.Curso.de.Pós-Graduação.Lato.Sensu.em.Farmacologia.Clínica.UNIMEP.

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Franco GCN, Moretti D, Cavalcante PFC, Lopes LC. Uma análise crítica sobre a viabilidade do uso dos inibidores seletivos de COX-2 em odontologia. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)75-81

INTROdUÇãOA. explicação. atual. mais. aceita. para. os. mecanismos.

da.dor.inflamatória.aguda,.é.que.ela.resulta.da.ação.de.mediadores.químicos.endógenos,.liberados.pelos.tecidos.lesados. ou. inflamados,. que. estimulam. ou. sensibilizam.as.terminações.nervosas.livres,.nociceptores.(Andrade.et al.1,.1999)..São.várias.as.substâncias.químicas.que.par-ticipam.deste.processo,.constituindo.um.“coquetel”.de.mediadores.(Dray6,.1995).

Neste. contexto,. os. antiinflamatórios. não-esteroi-dáis. (AINEs). são. largamente. utilizados. no. tratamento.e.controle.da.dor.e.da.inflamação,.por.inibirem.a.enzi-ma.ciclooxigenase,.a.qual.existe.em.duas.isoformas,.ci-clooxigenase-1.(COX-1).e.ciclooxigenase-2.(COX-2)..A.COX-1.foi.inicialmente.denominada.constitutiva.(hou-sekeeping),.por.estar.presente.em.praticamente.todos.os.tecidos. corporais,. sendo. responsável. pelo. desencadea-mento.das.respostas.fisiológicas.(ex..citoproteção.gástri-ca,.agregação.plaquetária.entre.outras),.enquanto.que.a.COX-2.foi.denominada.induzida,.responsável.pela.pro-dução.de.mediadores.pró-inflamatórios. (Haas12,. 2002;.Morrison.et al.18,.2000).

Devido.à.existência.destas.isoformas,.a.indústria.far-macêutica.mobilizou-se.no.desenvolvimento.de. fárma-cos. que. tivessem.uma. seletividade.maior. pela. segunda.isoforma. ou. ciclooxigenase-2,. denominados. inibidores.seletivos.de.COX-2.ou.coxibs,.na.expectativa.de.manter.a.mesma.eficácia.antiinflamatória,.porém,.com.o.míni-mo. de. interferência. nos. processos. fisiológicos. normais.(Ronsing.e.Moiniche20,.2004).

A. partir. deste. princípio,. houve. uma. popularização.do. uso. destes. fármacos. inibidores. seletivos. de. COX-2.nas.diversas.áreas.da.saúde,.como.por.exemplo,.na.me-dicina.e.na.odontologia..Entretanto,.estudos.atuais.vêm.demonstrando.que.estes.“novos.antiinflamatórios”.apre-sentam.efeitos.colaterais.importantes,.como.por.exemplo,.interferência.na.função.renal,.gástrica,.cardiovascular,.re-modelação.óssea.e.outros,.sendo.necessária.à.realização.de. ensaios. clínicos. bem. controlados. adicionais,. para. a.verificação.da.real.segurança.e.da.correta.indicação.destes.medicamentos.na.prática.clínica.(Schnitzer21,.2001).

Desta.forma,.este.trabalho.teve.como.propósito.rea-lizar.uma.revisão.da.literatura.sobre.o.desenvolvimento.dos. inibidores. seletivos.de.COX-2.e.avaliar.o.uso.des-tes.fármacos.na.terapêutica.odontológica.e.assim,.poder.contribuir.como.referência.literária.aos.profissionais.ci-rurgiões-dentistas.

REvISãO dA lITERATURAA.revisão.da.literatura.foi.realizada.nos.bancos.de.da-

dos. Medline,. Lilacs. e. Scielo.. A. busca. bibliográfica. foi.conduzida.de. forma.a. selecionar. artigos. atuais. sobre.o.uso.dos.inibidores.seletivos.de.COX-2.na.prática.clínica,.especialmente.na.odontologia..Para.esta.finalidade,.as.se-guintes.palavras.chaves.foram.utilizadas.de.forma.isolada.ou.em.combinação:.prostaglandinas;.dor.pós-operatória;.odontologia;.inibidores.da.ciclooxigenase-2.e.os.nomes.dos.fármacos.representantes.deste.grupo.(celecoxib,.eto-ricoxib,.valdecoxib.e.parecoxib)..

Os.critérios.para.incluir.os.artigos.foram:.publicações.na.íntegra.de.estudos.clínicos.randomizados.controlados,.revisões.e.artigos.de.metanálise.sobre.o.assunto..Resumos.e.textos.sem.a.correta.referência.foram.desconsiderados.

Mecanismo.de.ação.dos.antiinflamatórios.não-este-roidais.(AINEs).e.o.desenvolvimento.dos.inibidores.se-letivos.de.COX-2.

Vane22.(1971).demonstrou.que.o.mecanismo.de.ação.destas.drogas.baseava-se.na. inibição.da. enzima. cicloo-xigenase,. a.qual.promovia. a. síntese.de.prostaglandinas.(PGs).pró-inflamatórias..Apesar.desta.descoberta.a.mais.de.duas.décadas,.o.maior.progresso.na.compreensão.de.suas.funções.tem.acontecido.a.partir.de.1990..

Porém,.embora.os.antiinflamatórios.apresentem.alta.efetividade,. o. seu. uso. está. associado. com. numerosos.efeitos. colaterais,. incluindo. ulceração. gastrointestinal,.inibição.da.agregação.plaquetária. e. alterações.no.fluxo.renal.(Khan.et al.14,.2002)..

A. partir. de. descobertas. que. rotulavam. a. COX-1.como.fisiologicamente. constitutiva,. agindo.como.cito-protetora.gástrica.e.mantenedora.da.homeostase.renal.e.plaquetária.e.COX-2.ou.induzida,.a.qual.surgia.apenas.em.situação.de.trauma.tissular,.inflamação.etc,.surgiu.a.idéia.de.que.os.inibidores.seletivos.de.COX-2.modula-riam.o.processo.inflamatório.sem.os.efeitos.colaterais.in-desejáveis,.principalmente.distúrbios.gastrointestinais.e.renais,.advindo.do.bloqueio.inespecífico.da.COX.(Rom-sing.e.Moiniche20,.2004).

Sendo.assim,. iniciou-se.uma.mobilização.da. indús-tria. farmacêutica. e. dos. centros. de. pesquisas. em. busca.de.fármacos.que.possuíssem.a.característica.de.atuar.se-letivamente. sobre.COX-2..Na.atualidade,. a. classe.mé-dico-odontológica. dispõe. de. vários. fármacos. com. esta.propriedade,.diferindo.basicamente.em.seu.grau.de.sele-tividade.sobre.as.isoformas.da.enzima.ciclooxigenase..Os.principais.representantes.deste.grupo.são:.celecoxib,.eto-

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Franco GCN, Moretti D, Cavalcante PFC, Lopes LC. Uma análise crítica sobre a viabilidade do uso dos inibidores seletivos de COX-2 em odontologia. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)75-81

ricoxib.e.o.valdecoxib..Mais.recentemente,.foi.introduzi-do.na.terapêutica.o.parecoxib,.um.inibidor.específico.de.COX-2.para.uso.parenteral.(Harel10,.2004).

Devido.aos.AINEs.inibirem.de.forma.distinta.ambas.as.isoformas.COX.em.suas.dosagens.terapêuticas,.estas.drogas.passaram.a.ser.caracterizada.de.acordo.com.sua.capacidade. de. inibição. COX-1. e. COX-2..Tal. caracte-rística. é. expressa. em. termos. de. IC50. (a. concentração.necessária.para. inibir.50%.da. atividade.COX).usando.sistemas.de.testes.in.vitro..Razões.de.IC50.para.COX-1.e.COX-2.têm.sido.calculadas.para.avaliar.a.capacidade.de. inibição. de. cada. isoforma;. uma. alta. relação. COX-1/COX-2.implica.em.ser.o.agente.relativamente.seletivo.para.COX-2..Esta.relação.(IC50.para.COX-1/COX-2).dos.principais. antiinflamatórios.pode. ser.observada.na.tabela.1.(Kummer.e.Coelho15,.2002;.Riendeau.et.al.19,.2001):

Apesar. dos. primeiros. relatos. indicarem. uma. dimi-nuição.dos. efeitos. colaterais.destes.novos. fármacos. em.comparação. com.os.AINEs. tradicionais,.na. atualidade.há.evidências.da.presença.de.COX-2.em.determinados.tecidos.humanos.e.de.animais,.pondo.em.discussão.se.o.uso.de.agentes.antiinflamatórios.com.inibição.específica.desta.isoforma.teriam.realmente.vantagens.sobre.os.AI-NEs.tradicionais.(Hinz.e.Brune13,.2002).

Uso.dos.inibidores.seletivos.de.COX-2.na.Odonto-logia. –. Atualidades. sobre. COX-2,. efeitos. sistêmicos. e.possíveis.riscos.associados.

Com. a. ampla. utilização. desta. “nova. classe”. de. an-tiinflamatórios,. inicia-se.uma. fase.quase.que. inevitável.para. todos. os. fármacos. introduzidos. na. terapêutica,. o.surgimento.dos.efeitos.colaterais.clinicamente.observá-

veis.e/ou.teoricamente.possíveis.(Dubois.et al.7,.1998)..O.aumento.do. interesse.em.se.conhecer.o.exato.papel.das. diferentes. isoformas. da. enzima. ciclooxigenase. no.organismo. humano,. promove. o. surgimento. de. artigos.na.literatura.tentando.desvendar.as.verdadeiras.funções.destas. enzimas. nos. diferentes. órgãos. e. fases. de. desen-volvimento.do.homem.e.conseqüentemente,.predizendo.os.possíveis. efeitos. indesejáveis.dos. inibidores. seletivos.de.COX-2..Em.continuação,.serão.relatadas.as.funções.fisiológicas.atuais.atribuídas.à.COX-2.nos.diferentes.ór-gãos.e.sistemas.

Função.Gastrointestinal.Os.efeitos.colaterais.gastrointestinais,.tais.como:.per-

furações,.ulcerações.e.sangramento,.estão.entre.os.mais.freqüentes.observados.quando.da.utilização.dos.AINEs.convencionais.(Schnitzer21,.2001)..De.acordo.com.But-tgereit.et al.3.(2001),.o.provável.mecanismo.para.tal.to-xicidade.é.que.com.a.inibição.da.atividade.da.isoforma.COX-1. ocorre. uma. diminuição. da. produção. de. pros-taglandinas. citoprotetoras. (PGE2). promovendo. assim,.uma. falha.dos.processos.protetores.da.mucosa.gástrica.(como.por.exemplo,.a.produção.de.muco.e.controle.da.secreção.de.ácido.clorídrico)..Em.pacientes.submetidos.ao.uso.dos.antiinflamatórios.tradicionais,.o.risco.de.per-furação.e.ulceração.gástrica.pode.aumentar.de.3.a.4.ve-zes.em.comparação.aos.não-usuários.destes.compostos..Assim. sendo,. os. inibidores. seletivos. de. COX-2. foram.associados.com.menos.danos.gastrointestinal.do.que.AI-NEs.convencionais.

Entretanto,.Eckmann. et al.8. (1997). e.McCarthy. et al.16. (1999).relatam.que.diante.de.pacientes.com.úlce-

IC50.para.COX-1.(µM) IC50.para.COX-2.(µM) COX-1/COX-2Etoricoxib 116.±.18 1,1.±.0,1 106Valdecoxib 26,1.±.4,3 0,87.±.0,11 30Celecoxib 6,7.±.0,9 0,87.±.0,18 7,6Nimesulide 4,1.±.1,2 0,56.±.0,12 7,3Diclofenaco 0,15.±.0,04 0,05.±.0,01 3,0Meloxican 1,4.±.0,4 0,70.±.0,28 2,0Indometacina 0,19.±.0,02 0,44.±.0,07 0,4Ibuprofeno 4,8.±.3,5 24,3.±.9,5 0,2Piroxican 0,76.±.0,05 .9,0.±.1,3 0,2

Fonte: Riendau et al.19, 2001.

Tabela 1.– Relação “in vitro” (IC50) para inibição das enzimas COX-1 e COX-2

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ras. gástricas. pré-existentes. ou. diante. de. infecção. pelo.Helicobacter.pylori,.observa-se.uma.maior.expressão.de.COX-2.nas.células.epiteliais.gástricas,.podendo.modular.uma.resposta.inflamatória.da.mucosa.através.da.forma-ção.de.prostaglandinas.que.contribuem.para.a.cicatriza-ção.destas. lesões..De.acordo.com.Kummer.e.Coelho15.(2002),.tais.prostaglandinas,.dentre.elas.a.PGE2,.agem.estimulando.a.secreção.de.fluidos.e.cloretos.pela.mucosa,.o.que.impede.a.invasão.de.bactérias.na.circulação.sistê-mica..Portanto,.tratamentos.com.inibidores.seletivos.da.COX-2.podem.retardar.a.cicatrização.de.úlceras.já.for-madas.ou.ainda.reduzir.a.capacidade.de.defesa.diante.da.presença.de.microorganismos.invasores,.apesar.de.prova-velmente.não.iniciarem.o.dano.gástrico.como.observado.com.AINEs.convencionais.

Sistema.cardiovascular.A. COX-2. está. localizada. no. endotélio. e. tem. sido.

sugerido,. que. ela. desempenha. um. papel. vasoprotetor.e.anti-aterogênico.em.virtude.de.seu.maior.produto,.a.prostaciclina,.o.qual. é.um.potente. inibidor.da. agrega-ção.plaquetária,.da.ativação.e.adesão.de.leucócitos.e.do.acúmulo.de.colesterol.nas.células.vasculares.(Hinz.e.Bru-ne13,. 2002).. Sendo. assim,. a. prostaciclina. desempenha.uma.importante.função.de.neutralizar.os.efeitos.cardio-vasculares.danosos.do.tromboxano-A2.(metabólito.pro-duzidos.pela.COX-1.com.propriedades.vasoconstritoras.e.adesão.plaquetária)..Desse.modo,.o.uso.de.inibidores.seletivos.para.COX-2,.com.o.bloqueio.da.produção.de.prostaciclina,. permitiria. que.o. tromboxano-A2. atuasse.sem.controle,.ocasionando.um.desequilíbrio.da.coagula-ção.sanguínea.e.da.constrição.vascular..Porém,.este.efeito.não.é.considerado.relevante.para.pessoas.com.baixo.risco.de.doença.cardiovascular.(Cheng.et al.4,.2002).

Este.efeito.sobre.o.sistema.cardiovascular.dos.inibido-res.seletivos.de.COX-2.pode.ser.comprovado.pela.recen-te.retirada.pela.indústria.Merck.de.um.de.seus.medica-mentos.mais.vendido:.o.rofecoxib.(Vioxx®)..Esta.decisão.foi.baseada.após.interpretação.de.um.estudo.clínico.de.três.anos.de.duração,.denominado.APPROVe,.no.qual.os.usuários.do.VIOXX®.mostraram.risco.aumentado.de.desenvolver.distúrbios.cardiovasculares.quando.compa-rados.aos.usuários.de.placebo.(Merck17,.2004)..

Sistema.renal..Devido.aos.efeitos.renais.dos.AINEs.convencionais,.

decorrentes. principalmente. da. inibição. da. COX-1,.

o. advento.dos. inibidores. seletivos.da.COX-2. trouxe. a.possibilidade. de. menor. índice. destes. efeitos. colaterais..No.entanto,.tem-se.demonstrado.a.presença.da.COX-2.constitutiva.na.mácula.densa.e.nas.células.intersticiais.da.medula.renal.(Hinz.e.Brune13,.2001)..

A.mácula.densa.possui.a.importante.função.de.me-diar.a.interação.entre.a.filtração.glomerular,.reabsorção.proximal.e.regulação.da.liberação.de.renina,.a.qual.é.res-ponsável.pelos.níveis.de.sódio.e.do.volume.líquido..Em.situações.de.deprivação.crônica.de.sódio,.hiperfiltração,.inibição.da.enzima.conversora.da.angiotensina. (ECA),.uso. de. diuréticos. ou. hipertensão. renovascular,. foi. ob-servado.um.aumento.dos.níveis.de.COX-2.na.região.da.mácula.densa,.com.conseqüente.produção.de.prostanói-des.responsáveis.pela.produção.de.renina.e.do.feedback.túbulo-glomerular.(Dubois.et al.7,.1998).

Além.disto,.desidratação.e.conseqüente.hipertonici-dade.medular.promovem.uma.maior.indução.de.COX-2.nas.células.medulares.intersticiais..Os.prostanóides.gera-dos.por.esta.isoforma.parecem.manter.a.viabilidade.das.células.intersticiais.medulares,.pois.em.situações.experi-mentais.de.desidratação.e.posterior.tratamento.com.ini-bidores.da.COX-2,.houve.indução.da.apoptose.(morte.celular. programada)..Todavia,. a. simples. deprivação. de.água. não. interferiu. na. sua. sobrevivência.. Estes. dados.podem. ter. importantes. implicações. no. entendimento.da.patogênese.da.lesão.medular.renal.associada.com.AI-NEs,.além.de.propor.o.possível.papel.da.COX-2.como.coadjuvante. na. preservação. da. função. renal. (Harris. e.Brater11,.2001;.Kummer.e.Coelho15,.2002).

Portanto,. a. isoforma. COX-2. também. se. encon-tra. constitutivamente. no. rim. e. parece. contribuir. para.o. adequado. funcionamento. deste. órgão.. Deste. modo,.inibidores.seletivos.desta.isoforma.são.capazes.de.desen-volver.efeitos.colaterais.no.sistema.renal.semelhantes.aos.ocasionados.pelos.AINEs.convencionais.(Kummer.e.Co-elho15,.2002).

Remodelação.ósseaGerstenfeld9. (2003). verificou. o. efeito. dos. antiin-

flamatórios. tradicionais. e.os. antiinflamatórios. seletivos.para.COX-2.na. consolidação.de. fraturas. em.ratos..Os.resultados. mostraram. que. durante. o. estudo,. os. níveis.de.COX-1.permaneceram.estáveis,.enquanto.houve.um.aumento.transitório.de.COX-2.do.3°.ao.14°.dia.de.fra-tura..Os. animais. tratados. com. inibidores.não-seletivos.(tradicionais).e,.principalmente,.seletivos.para.COX-2,.

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tiveram.significativo.retardo.na.consolidação.das.fratu-ras.quando.comparados.com.animais.do.grupo.controle,.que.não.utilizaram.AINEs,.sugerindo.uma.possível.liga-ção.desta.enzima.(COX-2).com.o.processo.de.consolida-ção.e.remodelação.óssea.

A.figura.1.traz,.em.síntese,.as.funções.fisiológicas.da.COX-2.e.os.possíveis. riscos. associados. com.o.uso.dos.inibidores.seletivos.de.COX-2.

Uso.dos.inibidores.seletivos.de.COX-2.na.Odontolo-gia.–.Avaliação.da.relação.custo/duração.do.tratamento.na.terapêutica.odontológica.

Além.dos.possíveis.efeitos.colaterais.relatados,.existem.outros.fatores.que.levam.a.questionar.a.real.necessidade.do.uso.destes.fármacos.como.forma.de.substituição.aos.AINEs.tradicionais.na.prática.odontológica..Dentre.eles,.podemos.citar.o.alto.custo.(representando.em.média.2.a. 3. vezes. maior). para. um. uso. por. tempo. tão. restrito,.como.é.realizado.na.odontologia..A.figura.2.traz.exem-plos.dos.preços.praticados.nos.medicamentos.referência.dos.AINEs.mais.utilizados.na.clínica.odontológica..Os.preços.estão.expressos.em.reais.e.foram.obtidos.a.partir.da.Revista.ABCFarma.de.setembro.de.2006.e.se.referem.

SISTEMA.GASTROINTESTINALFunções.fisiológicas.da.COX-2Prostaglandinas.sintetizadas.pela.COX-2:.Efeito.cicatrizante.da.mucosa.gástrica.e.produção.de.fluídos.e.cloretos.que.impedem.a.penetração.de.bactérias.para.a.corrente.sanguínea

Possíveis.riscos.associados.aos.coxibsPerda.da.atividade.cica-trizante.em.pacientes.que.já.apresentam.úlceras.e.diminuição.da.atividade.protetora.contra.a.invasão.de.microorganismo.para.a.corrente.sanguínea.(ex..Helicobacter.pylori)

SISTEMA.CARDIOVASCULARFunções.fisiológicas.da.COX-2Prostaciclinas.sintetizadas.pela.COX-2:.

Ação.vasodilatadora.e.inibição.da.agregação.plaquetária

Possíveis.riscos.associados.aos.coxibsPerda.da.ação.saudável.da.prostaciclina.que.neutraliza.os.efeitos.danosos.do.trom-boxano.A2.(aumento.de.fatores.pró-trombóticos)

SISTEMA.RENALFunções.fisiológicas.da.COX-2Manutenção.da.taxa.de.filtração.glomerular.(TFG).constante.através.do.feedback.tubulo-glomerularManutenção.da.viabilidade.celular

Possíveis.riscos.associados.aos.coxibs

Alterações.da.TFG.e.indução.da.apoptose

REMODELAÇÃO.ÓSSEAFunções.fisiológicas.da.COX-2Importante.participação.na.consolidação.de.fraturas.e.remodelação.óssea

Possíveis.riscos.associados.aos.coxibsRetardo.na.consolidação.de.fraturas.e.na.remodelação.óssea

Princípio.ativo Apresentação.comercial.mais.adequada.para.uso.odontológico Preço.(reais) Preço.unitário.

(reais)Diclofenaco.Sódico 50mg.-.cx.20.comp R$.18,74 R$.0,94Diclofenaco.Potássico 50mg.–.cx.10.drg R$.9,28 R$.0,93Nimesulida 100mg.-.cx.12.comp R$.22,82 R$.1,90Ibuprofeno 600mg.–.fr.30.drg R$.24,54 R$.0,82Celecoxib 200mg.–.cx.10.cap R$.30,26 R$.3,03Etoricoxib 120mg.–.cx.4.comp R$.33,47 R$.8,37Valdecoxib 40mg.–.cx.5.comp R$.40,03 R$.8,01

Figura 1 - Funções fisiológicas da COX-2 e possíveis riscos associados com o uso dos inibidores seletivos de COX-2(coxibs).

Figura 2 - Custo dos principais representantes dos AINEs tradicionais e dos inibidores seletivos de COX-2 utilizados na Odontologia

Fonte: ABCFarma2, Set/2006.

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ao.preço.final.ao.consumidor,.considerando.uma.alíquo-ta.de.18%.de.ICMS..A.apresentação.comercial.escolhida.(dosagem.e.número.de.comprimidos-comp/drágeas-drg/cápsula-cap).é.a.mais.apropriada.para.o.uso.odontológi-co.(ABCFarma,.2006)..

Com. relação. a. este. aspecto,. é. interessante. ressaltar.que. esta. nova. classe. de. fármacos. foi. inicialmente. ide-alizada.para.a. terapêutica.de.doenças.crônicas,.como.é.o. caso. do. tratamento. da. artrose. e. do. reumatismo,. no.qual,.o.tempo.de.uso.pode.prolongar.por.anos.(Davies.et al.5,.2000)..Na.terapêutica.odontológica,.Andrade.et al.1.(1999).preconiza.o.uso.desta.classe.de.fármacos.por.um.período.máximo.de.48.horas,.o.qual.abrangeria.o.pico.da.dor.(12-16.horas).e.o.pico.da.inflamação.(36.horas).e.assim.sendo,.não.justificando.uma.mudança.radical.na.conduta.terapêutica..

cONclUSãOConsiderando.a.metodologia.de.busca.utilizada.e.os.

critérios. adotados. na. seleção. dos. artigos. para. compor.esta. revisão,. conclui-se. que.devido. aos. relatos. recentes.delegando.importantes.funções.fisiológicas.à.enzima.ci-clooxigenase-2. (COX-2). e. características. específicas.da.terapêutica.odontológica,.como.por.exemplo,.o.tempo.restrito.de.utilização.destes.fármacos,.não.há.evidências.de.benefícios.maiores.com.a.utilização.dos.inibidores.se-letivos.de.COX-2.em.odontologia..E.ainda,.sugerem-se.estudos.complementares.para.que.se.possam.compreen-der.os.verdadeiros.efeitos.colaterais.destes.fármacos,.pos-sibilitando. ao. clínico. uma. correta. avaliação. da. relação.risco/benefício.de. seu.emprego.na. terapêutica.odonto-lógica.

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REFERÊNcIAS

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Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo2006 jan-abr; 18(1)83-86

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. *. .Aprimoranda.do.Serviço.de.Cirurgia.Oral.e.Traumatologia.Buco.Maxilo.Facial,.do.Complexo.Hospitalar.Padre.Bento.de.Guarulhos.e.Estagiária.do.curso.de.Cirurgia.da.Universidade.Cidade.de.São.Paulo.(Unicid).

. **. .Pós-Graduando.no.Serviço.de.Cabeça.e.Pescoço.do.Hospital.Heliópolis.e...Professor.Assistente.da.Disciplina.de.Cirurgia.da.Universidade.Cidade.de.São.Paulo.(Unicid).

. ***. Aprimoranda.do.Serviço.de.Cirurgia.Oral.e.Traumatologia.Buco.Maxilo.Facial,.do.Complexo.Hospitalar.Padre.Bento.de.Guarulhos.

.****. Professora.Assistente.da.Disciplina.de.Cirurgia.da.Universidade.Cidade.de.São.Paulo.(Unicid).

TRATAMENTO dE RÂNUlA cOM MARSUPIAlIZAÇãO: RElATO dE cASO

TREATMENT OF A RANULA wITH MARSUPIALIZATION: A CASE REPORT

Robiany Geraldini *Walter Paulesini Junior **

Renata Meira Primolan ***Cristiane Yunes Lapa ****

RESUMOA.Rânula.é.a.lesão.mais.comum.da.glândula.sublingual,.que.é.uma.glândula.salivar.maior,.localizada.na.face.superior.do.músculo.miloióide,.separada.da.cavidade.oral.por.uma.fina.camada.de.mucosa,.tornando-se.susceptíveis.ao.trauma,.levando.a.retenção.de.muco.no.sistema.de.ductos.de.Bartholin.e.Rivius.ou.de.extravazamento.mucoso.como.resultado.de.rompimento.ductal,.ambos.dando.origem.a.Rânula,.na.qual.há.um.acúmulo.de.secreção.salivar.grossa.e.viscosa.nos.tecidos,.produzindo.um.pseudocisto,.pois.não.apre-sentam.um.revestimento.epitelial.verdadeiro..Pode.ser.classificada.como.simples.e.dissecante..A.Rânula.simples.ocorre.no.espaço.sublingual,.na.região.da.glândula.sublingual,.superior.ao.músculo.miloióide..Já.a.dissecante.ocorre.no.espaço.submandibular,.quando.a.lesão.se.extende.além.do.músculo.miloióide..Como.característica.clínica,.a.Rânula.apresenta-se.como.uma.vesícula.no.assoalho.bucal,.cheia.de.um.muco.claro.ou.cinza-azulado,.podendo.romper-se,. liberando.o.fluído.e.voltar.a.promover.um.novo.enchimento.da.lesão,.característica.peculiar.que.pode.tornar.o.exame.histopatológico.desnecessário,.por.um.diagnóstico.facilitado.pela.característica.clínica..O.tratamento.mais.indicado.é.a.marsupialização,.na.qual.é.realizada.uma.excisão.na.mucosa.oral.do.assoalho.bucal.e.na.parede.superior.da.Rânula,.esta,.por.sua.vez.devendo.ser.suturada.à.mucosa.oral.do.assoalho.bucal,.promovendo.uma.reparação.por.segunda.intenção..Quando.as.Rânulas.tornam-se.recorrentes.pode-se.optar.pela.excisão.da.Rânula.e.da.glândula.sublingual,.com.acesso.intra-oral,.podendo.este.tratamento.ser.aplicado.como.primeira.escolha.

dEScRITORES: Rânula..Diagnóstico..Tratamento.

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Geraldini R, Paulesini Junior W, Primolan RM, Lapa CY. Tratamento de Rânula com marsupialização: relato de caso. Revista de Odonto-logia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)83-86

dIScUSSãOO.nome.Rânula. tem.sido.dado.a.um.tipo.de.cisto.

de.retenção.que.ocorre.especificamente.no.assoalho.da.boca,. em. relação. aos. condutos. excretores. das. glându-las. salivares,. principalmente. as. sublinguais. (Graziani4,.1995)..É. a. lesão.mais. comum.da.glândula. sublingual,.que.pode.ser.considerada.uma.mucocele.da.glândula.su-blingual.. Os. ductos. salivares. são. ocasionalmente. trau-matizados..A.subseqüente.produção.de.saliva.pode.então.extravazar.abaixo.da.superfície.da.mucosa.para.os.tecidos.moles..Com.o.tempo,.as.secreções.acumulam-se.dentro.dos.tecidos.e.produzem.um.pseudocisto.(sem.um.reves-timento.epitelial.verdadeiro),.que.contém.saliva.grossa,.viscosa..(Pertenson12,.2000)..Quase.todas.as.Rânulas.são.um.pseudocisto.da.glândula.sublingual.(Morita9,.2003)..Extravazamento.de.saliva.da.glândula.subliungual.causa-da.pela.lesão.do.ducto.ou.obstrução,.resulta.na.formação.de.uma.Rânula.(Kovacic7,.2003).

A.lesão.apresenta-se.como.uma.fina.membrana.cís-tica.envolvendo.um.conteúdo.líquido,.e.localiza-se.sob.a. mucosa. bucal. e. sobre. o. músculo. miloióide. estando,.portanto.enquadrada.na.região.sublingual.propriamente.dita.(Graziani4,.1995)..A.Rânula.simples.é.confinada.à.área.ocupada.da.glândula.sublingual.no.espaço.sublin-gual,.superior.ao.músculo.miloióide..A.progressão.para.Rânula. mergulhante. ocorre. quando. a. lesão. se. estende.além. do. nível. do. músculo. miloióide. para. dentro. do.espaço. submandibular. (Pertenson12,. 2000).. A. Rânula.cervical.é.uma.extensão.de.um.pseudocisto.da.glându-la. sublingual. (Geurts3,. 2004).. As. Rânulas. simples. são.limitadas.ao.espaço.sublingual,.enquanto.que.as.rânulas.mergulhantes. são. centradas. no. espaço. submandibular.e. tendem.a. invadir.em.um.ou.mais.espaços.adjacentes.(Kurabayashi8,.2000).

O.tratamento.das.Rânulas.é.exclusivamente.cirúrgi-co..A. intervenção.pode. ter.dois.objetivos,. conforme.o.tamanho.do.cisto:.A.sua.enucleação.ou.sua.transforma-ção.em.uma.cavidade.acessória.da.cavidade.bucal.para.ulterior.regressão.(Graziani4,.1995)..O.tratamento.usual.da.Rânula.é.a.marsupialização,.na.qual.uma.porção.da.mucosa.oral.do.assoalho.da.boca.é.excisada,.junto.com.a.parede. superior..Posteriormente,. a.parede.da.Rânula.é.suturada.à.mucosa.oral.do.assoalho.da.boca.e.deixada.cicatrizar.por.segunda.intenção..O.tratamento.de.esco-lha.para.Rânulas.recorrentes.ou.persistentes.é.a.excisão.da.Rânula. e.da.glândula. sublingual.por.meio.de. aces-so.intra-oral;.vários.estudos.recentes.indicaram.que.isso.

pode.ser.apropriado.também.para.a.terapia.inicial.(Per-tenson12,.2000)..Hidaka6.(2003).apóia.a.remoção.total.da. glândula. sublingual. como. sendo. o. melhor. método.de.tratamento.para.a.Rânula.mergulhante,.acreditando.que.a.dissecção.completa.do.cisto.com.incisão.cervical,.como. também. drenagem. dos. conteúdos. císticos. seja.desnecessária. quando. o. diagnóstico. da. rânula. mergu-lhante. for. confirmada.. Fenestração. e. pressão. contínua.é.um.simples.e.efetivo.procedimento.para.o.tratamento.de.Rânula.mergulhante,.o.procedimento.resulta.em.cura.satisfatória,.como.um.tratamento.simples.e.efetivo,.me-lhor.para.o.paciente,.do.que.o.tratamento.convencional.(Takagi14,. 2003).. Como. a. Rânula. mergulhante. repre-senta.um.pseudocisto.sem.epitélio.verdadeiro,.a.excisão.não. está. indicada. (Geurts3,. 2004).. Baurmashi1. (2002).aconselha.que.a.remoção.incondicional.da.glândula.su-blingual.não.deve.ser.o.tratamento.de.escolha.para.todas.as.Rânulas..A.marsupialização.é.uma.modificação.útil.de.tratamento.cirúrgico.de.Rânula.(Morita9,.2003)..Com-parada.com.outras.técnicas.de.remoção,.a.hidrodissecção.está.associada.com.menos.hemorragia,.menos.incidentes.com.nervos.e.danos.ao.tecido.mole,.e.um.baixo.índice.de.reicidiva.(Choi2,.2003)..

Onderoglu10.(2003).descreveu.uma.lesão.cística.em.região.sublingual.em.um.feto,.diagnosticada.através.de.ultrassonografia.pré-natal.rotineira,.a.21.semanas.de.ges-tação..O.tratamento.foi.realizado.e.o.cisto.foi.aspirado.para.permitir.a.respiração,.durante.a.cesariana..O.cisto.foi. totalmente.excisado.quando.o. recém.nascido. tinha.27.dias.de.vida.e.o.exame.histológico.revelou.um.cisto.mucoso.de.assoalho.bucal.

Um.ótimo.tratamento.de.Rânulas.em.pediatria.pode.incluir.o.acompanhamento.durante.5.meses,.para.uma.regressão.espontânea..Se.a. lesão.não.regredir.ou.recor-rer. repetidamente,. o. tratamento. cirúrgico. é. recomen-dado. (Pandit11,. 2002).. Saheeb13. (2001). descreveu. um.caso.de.Rânula.congênita.bilateral.em.um.bebê,.do.sexo.masculino,com.uma.semana.de.vida..A.marsupialização.inicial.resultou.em.reicidiva.do.cisto..A.Rânula.foi.exci-sada,.juntamente.com.a.glândula.salivar.sublingual..Não.houve.recorrência.do.cisto.seis.meses.após.o.tratamen-to.

O.rompimento.do.cisto.durante.a.cirurgia.não.au-menta.o. risco.de. reicidiva..A.marsupialização.ou.a.ex-cisão.não.apresentam.diferença.em.termosde.sucesso.de.cirurgia.(Haberal5,.2004).

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dEScRIÇãO dO cASO clÍNIcOPaciente.F.S.F.,.do.sexo.feminino,.15.anos.de.idade,.

deu.entrada.no.departamento.de.Buco.Maxilo.Facial,.no.Ambulatório.de.Saúde.Bucal,.do.Complexo.Hospitalar.Padre.Bento.de.Guarulhos,.referindo.lesão.em.cavidade.oral.há.6.meses,.com.regressão.espontânea,.com.saída.de.líquido.e.reaparecimento..Ao.exame.locorregional:.lesão.em. região.de. assoalho.bucal. à. esquerda,. vesiculosa,.de.coloração.cinza-azulalado,.assintomática,.com.apoxima-damente.0,60.cm.de.diâmetro,.caracterizando.Rânula.da.glândula.salivar.maior.sublingual.esquerda.(Figura.1).

A.proposta.terapêutica.para.a.lesão.foi.a.marsupializa-ção..Realizada.a.antissepsia.local.com.clorexidine.0,12%.e.colocação.de.campo.estéril;.anestesia.local.e.infiltrativa.em.assoalho.bucal,.ao.redor.da.lesão..Com.uma.lâmina.número. 15. de. bisturi,. promoveu-se. a. excisão. de. uma.

Figura 5 - Pós-operatório de sete dias, após marsupialização de rânula.

Figura 1 - Rânula de glândula sublingual, localizada em as-soalho bucal.

Figura 2 - Excisão da mucosa de assoalho bucal e da parede da rânula.

Figura 3 - Saída de líquido salivar do interior da rânula.Figura 4 - Aspecto clínico após a marsupialização de rânula.

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porção. da. mucosa. oral. do. assoalho. bucal,. juntamente.com.a.parede.superior.da.Rânula.(Figura.2),.acarretando.a.saída.de.líquido.salivar.espesso.e.viscoso.do.interior.da.lesão.(Figura.3)..Posteriormente,.a.parede.da.Rânula.foi.suturada.à.mucosa.oral.do.assoalho.bucal,.com.um.fio.reabsorvível.do.tipo.vicryl.3.0.(Figura.4)..

A.peça.anatômica.foi.encaminhada.ao.exame.histo-patológico. apenas. para. documentar. o. concluído. diag-nóstico.de.Rânula.

Após.sete.dias.de.pós-operatório.a.paciente.retornou.com.a.sutura.em.posição,.sem.queixas.de.sintomatologia.dolorosa,.com.boa.evolução.e.reparação.(Figura.5)..

cONclUSãO01). .A.Rânula.é.um.cisto.de.retenção.salivar.da.glân-

dula.salivar.maior;02). .É. a. lesão.que.mais. acomete. a. glândula. salivar.

sublingual;.03). .A. característica. clínica. é.de.uma.vesícula. com.

fluído.salivar.claro.em.seu.interior,.localizado.no.assoalho.bucal,.podendo.romper-se.facilmente,.voltando.a.encher.,.o.que.facilita.o.diagnóstico;

04). .Classificada.como.simples.e.dissecante,.na.qual.a.simples.limita-se.ao.espaço.sublingual.e.a.dis-secante.invade.o.espaço.submandibular;

05). .O.tratamento.usual.é.a.marsupialização.e.quan-do.há.reicidiva.está.indicada.a.excisão.da.glân-dula.sublingual..

1 Baurmash. HD..Treating. oral. ranula:. another. case.against.blanket.removal.of.the.sublingualgland..Br.J Oral Maxillofac Surg;.jun.2001;.39(3):.217-20.

2 Choi.TW,.Oh.CK.Hydrodissection.for.complete.re-moval.of.a.ranula..Ear Nose Throat J;.dec.2003;.82(12):.946-7,.951.

3 Geurts.TW;.Van.Den.Akker.HP;.Balm.AJ..Cervi-caleranula;.Ned.Yijdschr. Geneeskd;. feb.2004;. 148(8):.388-91.

4 Graziani.M..Cirurgia.Bucomaxilofacial..8ª.ed..Rio.de.Janeiro:.Editora.Guanabara.Koogan.S.A.;.1995.

5 Haberal.I,.Göcmen.H,.Samim.E..Surgical.manage-ment.of.pediatric.ranula..Int J Pediatr otorhinolaryngol;.feb.2004;.68(2):.161-3.

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Recebido.em.10/05/2004Aceito.em.29/07/2005

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Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo2006 jan-abr; 18(1)87-92

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PSIcANÁlISE E OdONTOlOGIA: UMA TRAjETÓRIA EM cONSTRUÇãO

PSYCHOANALYSIS AND DENTISTRY: A PATH UNDER CONSTRUTION

. *. .Mestranda.em.Prótese.Dentária.pelo.Centro.de.Pesquisas.Odontológicas.São.Leopoldo.Mandic.

. **. .Mestre.em.Prótese.Dentária.pela.Faculdade.de.Odontologia.da.Universidade.de.São.Paulo.-.USP,.Especialista.em.Prótese.Dentária,.Especialista.em.Odontogeriatria,.Professora.Adjunta.da.disciplina.de.Prótese.Total.da.Universidade.Cidade.de.São.Paulo.–.UNICID.e.Professora.Assistente.do.curso.de.Pós-graduação.em.Prótese.Dentária.do.Centro.de.Pesquisas.Odontológicas.São.Lepoldo.Mandic.

. ***. .Psicopedagoga.pela.PUC/.SP.e.pela.escuela.Psicopedagógica.de.Buenos.Aires,.Supervisora.de.Diagnóstico.Clínico,.Ex-Supervisora.de.Diagnóstico.do.curso.de.Especialização.em.Psicopedagogia.Lato.Sensu.–.PUC.e.Membro.fundador.da.Galatéa.–.Centro.de.Estudos.das.Relações.Psicanálise,.Educação.e.Cultura.

.****. .Professor.Titular.de.Prótese.Dentária.da.Universidade.de.São.Paulo.-.USP,.Professor.Titular.de.Prótese.Dentária.da.Universidade.Cidade.de.São.Paulo.-.UNICID,.Professor.Titular.de.Prótese.Dentária.do.Centro.de.Estudos.de.Implante.Osteointegrado.(CEIO).e.Professor.Titular.de.Prótese.Dentária.do.Centro.de.Pesquisas.Odontológicas.São.Leopoldo.Mandic.

Luciana Tiemi Inoue * – Tânia e Silva Pulicano Lacerda **

Vera Maria S. Pricoli ***Artemio Luiz Zanetti ****

RESUMOPensando.nas.interfaces.que.a.psicanálise.tem.com.inúmeras.áreas.do.conhecimento,.este.trabalho.aponta.para.uma.abordagem.integradora.entre.odontologia.e.psicanálise..Este.artigo.procura.relatar.entrevistas.com.pacientes.desdentados.totais,.suas.histórias.de.vida,.emoções.e.sentimentos.que.tiveram.na.relação.com.a.dentista.antes.e.depois.da.colocação.das.suas.próteses.totais...A.discussão.foi.feita.à.luz.da.psicanálise.e.é.um.convite.para.os.profissionais.permitirem-se.escutar.os.seus.pacientes..Aborda.uma.nova.forma.de.enfrentamento.da.realidade.de.hoje,.de.articular.e.integrar.diferentes.tipos.de.conhecimento.

dEScRITORES: Prótese.total,.Psicologia,.Odontologia.geriátrica,.Idoso

ABSTRAcTConsidering.the.interfaces.that.psychoanalysis.has.with.countless.other.fields,.this.study.addresses.an.in-tegration.of.approaches.in.dentistry.with.psychoanalysis..The.objective.of.this.study.is.to.relate.interviews.conducted.with.totally.edentulous.patients,.regarding.their.life.stories,.emotions.and.feelings.experienced.in.the.relationship.with.their.dentist.before.and.after.the.placement.of.their.total.prostheses..The.discussion.was.conducted.in.light.of.psychoanalysis.and.it.is.an.invitation.for.professionals.to.listen.to.their.patients..It.addresses.a.new.way.of.connecting.and.integrating.knowledge.from.different.fields.to.face.today’s.situ-ations.

dEScRIPTORS: Complete.Denture,.Psychology,.Geriatric.Dentistry,.Elderly

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Inoue LT, Lacerda TSP, Pricoli VMS, Zanetti AL. Psicanálise e odontologia: uma trajetória em construção. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo – 2006 jan-abr; 18(1)87-92

INTROdUÇãOOs.desafios.que.marcam.a.competitividade.do.mer-

cado. de. trabalho. para. poder. conquistar. um. espaço,. é.vislumbrar. a. diferenciação. profissional. como. fator. de.extrema.importância..

A.oportunidade.de.sair.de.si.mesmo.e.interagir.com.outras.áreas,.contribui.para.que.outras.ferramentas.pos-sam.ser.engajadas..A.realidade.de.hoje.exige.uma.exten-são. de. novos. campos,. um. chamado. para. a. integração.interdisciplinar,.visando.uma.maior.bagagem.de.conhe-cimento.dos.profissionais. e. sobretudo.o.bem-estar. e.o.conforto.do.paciente..A.interdisciplinaridade.vista.numa.abordagem.integradora,.nada.interfere.numa.atuação.te-rapêutica,.pois.cada.um.tem.seu.estilo.e.sua.singularida-de.no.campo.de.trabalho.

Considerar.os.aspectos.emocionais.do.paciente,.suas.queixas,.sua.história.de.vida,.partilhar.com.ele.sua.dor.é.de.fundamental. importância.para.o.sucesso.do.trata-mento.odontológico,.uma.vez.que.o.paciente.é.constitu-ído.não.só.pelo.organismo,.mas.pelo.corpo.que.é.antes.de.tudo.um.receptáculo.de.emoções.e.inscrições.

REvISãO dA lITERATURAJacques.Lacan,.psiquiatra. e.psicanalista. francês,. co-

locou.em.1949,.numa.comunicação.feita.ao.XVI.Con-gresso.Internacional.de.Psicanálise.em.Zurique,.que.“o.estádio.do.espelho.é.como.formador.da.função.do.eu”..O. eu. é. visto. como. parte. de. um. sujeito.. Estádio. quer.dizer.um.momento,.um.lugar..Fala.da.imagem.(espelho).que.a.criança.experimenta.ludicamente.a.partir.de.6.me-ses.até.mais.ou.menos.18.meses,.a.relação.dos.movimen-tos.assumidos.pela.imagem.com.seu.meio.refletido,.seu.próprio.corpo.com.as.pessoas.e.objetos.que.estejam.em.suas.imediações..

Giglio,.em.1983,.declarou.que.a.psicologia.está. in-timamente. ligada. à.prática.odontológica. e,.portanto.o.profissional.deve.levar.em.consideração.o.aspecto.emo-cional.do.paciente.

Murakami.em.1987,.já.dizia.que.os.profissionais.da.Odontologia.podem.ajudar.os.seus.pacientes.com.estru-tura.emocional.problemática,.melhorando-lhes.o.prog-nóstico.e. reestruturando-os. emocionalmente.para.uma.vida.mais.feliz.

Em.1987,.Borelli.et al3..observaram.a.associação.en-tre.conflitos.emocionais.e.disfunções.de.articulação.tem-poro-mandibular..E.notaram.que.os.fatores.psicológicos.são.importantes.para.quase.todos.os.pacientes,.podendo.

influenciar.até.na.maneira.de.se.relatar.a.dor.Oliveira,. em. 1990,. relata. que. o. sucesso. da. prótese.

total. confeccionada. com. grande. critério. e. técnica. de-pendem.das.condições.psicológicas.do.indivíduo.que.irá.utilizá-la,.tendo.de.se.submeter.à.apreciação.e.a.crítica.daqueles.com.os.quais.convive.no.meio.social.a.que.per-tence..E.ainda.enfatiza.a. importância.do.diálogo.entre.paciente.e.profissional.já.na.anamnese,.facilitando.as.di-versas. etapas. da. confecção.das. próteses. totais.. Salienta.ainda.a.importância.de.dispender.carinho.e.respeito.ao.paciente........

Rodrigues.et al.4,.em.1991,.relataram.um.caso.de.re-abilitação. de. uma. paciente. portadora. de. fenda. palatal.através.de.próteses.totais,.e.após.a.conclusão.do.trabalho.os. resultados. psíquicos. foram. além. de. satisfatórios.. O.aumento.de.vitalidade.e.a.alegria.da.paciente.se.torna-ram.evidentes.com.o.tratamento.protético....

Em. 1996,. Paín. assinala. que. tudo. aquilo. que. nos.permite.funcionar.equilibradamente,.faz.parte.do.orga-nismo.e.só.temos.consciência.do.organismo.quando.ele.falha..Isto.é,.quando.aparece.como.dor.

Todos.os.afetos.(sentimentos,.emoções).são.sentidos.com.o.corpo..Tudo.ressoa.no.corpo..Quer.dizer.que,.em.cada.movimento,.ao.mesmo.tempo.ressoa.corporalmen-te.um.sentimento..Este.corpo.é.o. lugar.do.eu,.do.ego.corporal.

Em. 1998,. Wolf18. citou. que. o. dentista. deve. estar.atento. não. apenas. aos. aspectos. técnicos. do. trabalho.que. executará,. sendo.de. fundamental. importância.que.considere.os.fatores.psicológicos.e.as.questões.subjetivas.que.envolvem.a.situação..E. já.afirmava.também.que.o.idoso.geralmente.se.sente.diminuído.em.situações.como.a. aposentadoria,. a. procura. por. empregos,. “ao. olhar-se.no.espelho”. (grifo.nosso).de. forma.crítica,. em.caso.de.luto,.ao.olhar.se.e.não.possuir.mais.seus.próprios.dentes,.ao.deixar.de.comer.o.que.gosta.por.não.poder.mastigar.bem.

Serger16,. em.1998,. relatou. em. seu. livro.que.os.pa-cientes.reagem.de.forma.significante.à.perda.dos.dentes,.e.às.dificuldades.de.adaptação.e.aceitação.em.relação.à.prótese.levam.geralmente.a.alterações.no.comportamen-to,.como.comprometimento.da.auto-imagem,.dificulda-des.de.adaptação.social,.receio.que.os.outros.percebam.o. uso. da. prótese,. medo. da. perda. dos. dentes,. levando.muitas.vezes.na.dificuldade.no.atendimento.dessas.pes-soas..Diz.que.é.notório.o.fato.de.que.não.há.e.nem.deve.haver.uma.separação.entre.psique.e.o.soma,.pois.o.que.

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um.experimenta.o.outro.exprime.Roudinesco15,.em.1998,.disse.que.a.psicanálise.é.um.

termo.criado.por.Freud.em.1896.para.nomear.um.mé-todo.particular.de.psicoterapia.(ou.tratamento.pela.fala).pautado.na.exploração.do.inconsciente.com.a.ajuda.da.associação.livre,.por.parte.do.paciente.e.da.interpretação.por.parte.do.psicanalista..E,.segundo.ela.o.termo.trans-ferência.foi.progressivamente.introduzido.por.Sigmund.Freud.(1900.e.1909),.para.designar.um.processo.cons-titutivo.do.tratamento.psicanalítico.mediante.o.qual.os.desejos.inconscientes.do.analisando,.concernentes.a.ob-jetos.externos,.passam.a.se.repetir.no.âmbito.da.relação.analítica,.na.pessoa.do.analista.colocado.na.posição.des-ses.diversos.objetos..

Em.2000,.Shinkai.et.al17..afirmaram.que.a.diversida-de.biopsicossocial. e. a. complexidade. clínica.na. terceira.idade.requerem.uma.abordagem.interdisciplinar.para.a.atençäo.integral.ao.idoso.

Lemos,.em.2000,.concluiu.que.a.atitude.interdisci-plinar.depende.de.cada.profissional,.de.seu.processo.in-dividual.de.amadurecimento.e.de.sua.disponibilidade.de.ensinar,.aprender.e.trocar.conhecimento,.tendo.em.vista.sempre.o.bem.estar.do.seu.paciente.

Barros.e.Alves2,.em.2001,.declararam.que.a.criança.portadora.de.cárie.de.aleitamento.pode.sofrer.prejuízos.no.desenvolvimento.psicossocial.e.portanto.necessitam.de.tratamento.imediato.em.caráter.de.urgência.

Em.2001,.Carvalho4.salientou.que.um.sorriso.bonito.com. dentes. brancos. influencia. na. auto-estima. da. pes-soa,.e.aqueles.que.não.se.apresentam.dentro.deste.padrão.sentem-se. excluídos.. A. preocupação. com. a. aparência.tornou-se.um.fator.relevante.nas.relações.humanas.

Carvalho4,.em.2001,.mostrou.que.a.grande.maioria.dos. pacientes. submetidos. a. tratamento. ortocirúrgico.teve.mudanças.consideráveis.em.relação.à.sua.aparência.e.auto-estima..

Em.2001,.Marchini.et al10..colocam.que.próteses.to-tais.bem.adaptadas.têm.o.poder.de.resgatar.a.auto-estima.dos.pacientes,.e.isto.pode.nos.ajudar.muito.no.trabalho.clínico..

Damasceno.et al6.,.em.2002,.mostraram.que.a.esté-tica.no.contexto.psicossocial.possui.relação.direta.com.a.auto-imagem.e.a.auto-estima,.influindo.no.desenvolvi-mento.emocional.da.criança..E.a.perda.precoce.de.dentes.decíduos. com. subseqüente. comprometimento. estético.pode.induzir.alterações.comportamentais.e.repercussões.no.ajustamento.social.

Zane.et al13..concluíram.em.2002.que.há.influência.do.estado.psico-emocional.no.pós-operatório.de.pacien-tes.submetidos.à.cirurgia.ortognática..E.os.pacientes.de-vem.então,.ser.avaliados.no.pré-operatório.quanto.ao.seu.estado.psicológico.para.que.no.pós-operatório.tais.altera-ções.não.prejudiquem.sua.recuperação.cirúrgica.

Almeida. et al1.,. em. 2004,. admitiram. que. na. atua-lidade,.o.perfil.do.cirurgião-dentista.deve.estar.voltado.para.uma.prática.humanista,.com.compromisso.ético.e.social,.e.a.percepção.sobre.as.necessidades.na.velhice.é.importante.

MATERIAIS E MÉTOdOSPensando.nesta.integração.organismo.e.corpo,.pode-

se.escutar.alguns.pacientes.edentados.para.acompanhá-los.na.sua.trajetória.durante.o.atendimento.odontológi-co..Foram.elaboradas.três.perguntas.para.as.entrevistas.a.partir.de.indagações.que.se.mostravam.pertinentes.para.entender.o.movimento.que.os.pacientes.faziam.antes.e.depois.da.colocação.das.próteses,.assim.como.sua.relação.com.o.profissional.

As.entrevistas.foram.realizadas.individualmente.com.três.pacientes:.S.,.sexo.feminino.e..47.anos;.A.,.sexo.fe-minino.e.70.anos;.e.J.,.sexo.masculino.e.80.anos..

Todos.os.pacientes.foram.escolhidos.pelo.dentista.e.foram.reabilitados.com.prótese.total..Esses.pacientes.fo-ram.selecionados.para.a.entrevista.de.acordo.com.a.sua.maior.disponibilidade.de.tempo.na.época.escolhida.para.o.trabalho.

O.convite.foi.feito.para.que.comparecessem.ao.con-sultório.com.horário.marcado,.segundo.a.disponibilida-de.de.cada.um..Estas.entrevistas.foram.gravadas.com.a.autorização.dos.entrevistados,.sabendo.que.seriam.utili-zadas.na.realização.desse.trabalho.

Na.entrevista.antes.da.instalação.das.próteses,.a.pa-ciente. S.. declarou:. “Eu. me. sentia. tímida. para. sorrir. e.conversar..Estava.horrorosa..Punha. a.mão.na.boca. in-conscientemente. para. falar. e. sorrir.. Aí. eu. olhei. no. es-pelho.e.percebi.que.a.prótese.antiga.tinha.ficado.gasta.e. funda.. Eu. me. sentia. pequena,. diminuída.”. A.. disse:.“Eu.sentia.baixo.astral.primeiro.e,.não.tinha.mais.per-sonalidade..Fingia.que.mastigava.mas.estava.engolindo..A. comida. pesava. e. dava. mal. estar.”. E. o. J.. desabafou:.“Não.tinha.vontade.de.conversar.com.as.pessoas,.de.rir,.porque. eu. via. que.dentro.da.boca. tinha. algo.que.não.estava.legal.”

Após.a.instalação.das.próteses,.os.mesmos.pacientes.se.

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submeteram.a.uma.outra.entrevista:.“Eu.acreditei..Psico-logicamente.fez.bem.ao.meu.ego..Eu.rejuvenesci.e.estou.vivendo..Antes.estava.adormecida..Agora.eu.me.olho.no.espelho..Estou. também. fazendo. tratamento.para. ema-grecer.”.-.disse.S..Depois.A..confessou:.“Mudei.a.minha.saúde,.a.minha.digestão.e.o.meu.modo.de.ser.e.de.falar..Eu.não.tenho.mais.medo,.vergonha.de.falar,.de.rir..Meu.marido.diz:.Ria.bem.aberto,.dá.um.sorriso.gostoso.”.E.J.. também.se.expressou:.“Agora.eu. tenho. satisfação.de.conversar.com.as.pessoas,.de.fazer.amizade,.de.rir.princi-palmente..Não.sou.mais.inibido.de.rir.e.conversar.”

Quanto.à.relação.que.os.pacientes.mantiveram.com..o. dentista. no. decorrer. do. atendimento,. . nos. provoca.refletir. sobre. um. vínculo. que. vai. sendo. tecido. a. cada.encontro..S..coloca:.“Tinha.uma.ajuda.enorme.com.os.papos..Não.era.uma.tortura.com.dor,.mas.esperança..O.diálogo. e. incentivo.me. jogou.para. cima.”.A.. diz:. “Ela.cuida.de.você.desde.a.entrada..Recepciona.bem.e.desi-nibe..Isto.é.importante.porque.às.vezes.a.gente.tem.um.probleminha.e.não.fala..Ela.vai.dentro.do.psiquismo.das.coisas.”.E.o.paciente. J.. concluiu:. “É.uma. relação.cari-nhosa,.e.isto.é.bom.para.o.paciente..Fico.à.vontade..Não.é.um.profissionalismo.bruto.que.é.só.aquilo,.sem.con-versa.ou.papo,.e.a.gente.fica.inibido.de.perguntar.alguma.coisa..Aqui,. toda. e.qualquer.pergunta. feita. a. ela,. com.relação.a.prótese,.as.informação.foram.detalhadíssimas..Assim,.eram.atendimentos.agradáveis.”

.dIScUSSãO

Notou-se.que.cada.entrevistado.foi.cooperador,.com-partilhando.seu.carinho.para.com.a.profissional.que.os.atendeu,.revelando.suas.emoções.e.sentimentos.ao.se.ve-rem.novamente.portadores.de.seus.dentes..A.relação.foi.se.construindo.como.um.mosaico.

Durante. a. entrevista,. os. pacientes. remeteram-se. às.suas.histórias.de.vida,.mostrando-se.à.vontade.em.relatá-las.revelando.como.que.num.“movimento.terapêutico”.os. seus. percursos,. reconstruindo. suas. histórias,. porém.dando.um.novo.sentido.para.estes.movimentos.

Isso. só. foi.possível,.pois.poder. “escutar”.o.discurso.do.paciente.através.da.luz.da.psicanálise.e.acompanhar.o.movimento.desejante.(inconsciente).de.cada.um,.nos.permite.pensar.que. a.demanda.de. ressignificar.os. seus.percursos.é.anterior.à.colocação.da.prótese.

Observa-se.que.muitas.vezes.os.pacientes.chegam.ao.consultório.dentário.despedaçados,.fragilizados.na.ima-gem.corporal.e.procuram.na.relação.com.o.dentista,.uma.

“relação.transferencial”,.um.apoio,.uma.âncora,.suporte.e.continência.por.parte.daquela.que.irá.escutar.e.acolher.suas.dores.

Para.se.trabalhar.essa.reflexão.procurando.articular.o.atendimento.dentário.com.o.emocional,.foram.escolhi-das.duas.palavras.chaves:.“Espelho”.e.“Transferência”.

O.termo.transferência.não.é.próprio.do.vocabulário.psicanalítico.utilizado.em.inúmeros.campos,.“inclusive.odontológico”. implica. sempre. uma. idéia. de. desloca-mento,.de.transporte,.de.substituição.de.um.lugar.por.outro.

Portanto,.muitas.vezes.o.dentista.não.pode.dar.conta.sozinho.desta.demanda,.destes.sintomas.que.já.estão.ins-talados..O.sintoma.é.algo.que.ainda.não.foi.verbalizado..É..o.avesso.de.um.discurso..Neste.momento,.é.necessá-rio.que.o.dentista.peça.apoio.terapêutico.para.que.este.analista. possa. “escutar”. de. outra. fronteira. a. queixa. do.paciente.

A.relação.que.o.paciente.tem.com.o.seu.sintoma.deve.ser. escutada. pelo. analista. nas. entrevistas. como. a. ação.que.este.sujeito.faz.com.seus.distúrbios,.sofrimento.ou.seja.que.sentido.ele.está.dando.para.o.seu.sintoma.....

A.transferência.é.uma.tentativa.do.paciente.no.senti-do.de.reviver.e.novamente.colocar.em.cena,.na.situação.analítica.com.o.analista,.situações.e.fantasias.da.sua.in-fância,.que.só.podem.ser.percorridas.por.ele.na.medida.que.ressignificam.sua.própria.história..O.sujeito.vive.es-pontâneo.e.inconscientemente.este.processo.no.decorrer.de.sua.relação.com.seu.analista...

O. estádio. do. espelho. é. a. transformação. produzida.num. sujeito. quando. ele. assume. uma. imagem.. Antes,.a. criança. percebe. partes. de. seu. corpo. em. fragmentos,.despedaçado.. A. criança. não. tem. suporte. no. corpo.. O.suporte.é.o.Outro..O.Outro.é.visto.como.mediador..O.pai.e.a.mãe.são.representantes.desta.mediação,.necessária.para.constituição.de.um.corpo..O.Outro.é.quem.ajuda.a.criança.a.construir.sua.imagem.no.espelho..

No.caso.dos.pacientes. idosos,.ao.se.verem.no.espe-lho.desdentados.ou.nomeados.pelo.Outro.quanto.a.esta.parte.do.corpo.(na.boca).que.lhes.falta,.remetem-se.no-vamente.àquele.corpo.fragmentado.da.infância,.revivem.esta. falta,. este. despedaçar. de. sua. imagem. já. inscrita. e.registrada.no. seu.próprio. corpo,. provocando. assim. al-gum.sintoma.que.se.manifesta.através.de.representações.inconscientes,.uma.mensagem.para.algo.que.ainda.não.possa.ser.revelado..

A. psicanálise. não. é. privilégio. só. dos. psicanalistas,.

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mas,.no.próprio.curso.de.formação.em.psicanálise.depa-ra-se.com.vários.profissionais,.inclusive.odontólogos.que.procuram.ampliar.seus.conhecimentos,.não.para.exercer.a.prática.nos.seus.consultórios,.mas.para.não.dar.ênfase.só.a.boca.do.paciente.e.deixar.a.sua.unidade.

.cONclUSãO

Investir.no.paciente.é.poder.escutá-lo.na.sua.subjetivi-dade.é.abrir.espaço.para.que.a.relação.não.vise.só.“boca”,.mas.a.unidade.deste.sujeito.que.demanda.inconsciente-mente.ser.reconhecido.em.todas.as.suas.vicissitudes.

A.psicanálise.tem.o.aparato.da.fala.do.paciente.da.sua.dor.e.do.seu.sofrimento.

Entre.o.orgânico.e.o.psíquico,.sempre.vai.existir.um.“hiato”.. É. neste. intervalo. que. o. dentista. muitas. vezes.pode.necessitada.atuação.da.psicanálise..Portanto,.per-mitiu-se. escutar. os. pacientes,. percorrer. por. esta. trilha.onde.a.psicanálise.e.a.odontologia.

Permitir-se. escutar. os. pacientes,. percorrer. por. esta.trilha. onde. a. psicanálise. e. a. odontologia. possam. inte-grar-se.e.partilhar.com.os.mesmos.sua.história.de.vida.e.emoções,.constitui.um.novo.desafio.na.relação.paciente.e.profissional......

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Recebido.em.25/11/2003Aceito.em.29/07/2005

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ÍNdIcE dE AUTORES/AuTOR INdExvOLumE 18

Adriana.Maria.Calvo...............................................................................................................................................................29Ana.Carolina.do.Valle.de.Moura.Leite.....................................................................................................................................23Ana.Lia.Anbinder......................................................................................................................................................................7Ana.Paula.de.Vasconcellos.Abdon............................................................................................................................................67Ana.Paula.Gumiero.Jaime..........................................................................................................................................................7Ana.Paula.Lima.........................................................................................................................................................................7Bella.Luna.Colombini..............................................................................................................................................................29Carlos.Ferreira.Santos..............................................................................................................................................................29Cristiane.Yunes.Lapa...............................................................................................................................................................83Danielle.Albuquerque.Pires.Rocha...........................................................................................................................................53Douglas.Moretti......................................................................................................................................................................75Eduardo.Francisco.Alvarenga.da.Silva.(In.Memorian).............................................................................................................61Eliza.Maria.Agueda.Russo.......................................................................................................................................................37Fabíola.Monteiro.de.Castro.....................................................................................................................................................67Fabrício.Dantas.da.Silva.Espínola............................................................................................................................................43Fernanda.de.Almeida.Prado.......................................................................................................................................................7Gilson.Cesar.Nobre.Franco.....................................................................................................................................................75Giulio.Gavini...........................................................................................................................................................................23Guilherme.Martinelli.Garone..................................................................................................................................................37Iris.do.Céu.Clara.Costa...........................................................................................................................................................43Ivan.Balducci.............................................................................................................................................................................7José.Raul.Girondi.................................................................................................................................................................... 15José.Roberto.Pereira.Lauris......................................................................................................................................................29Júlia.Rosas.Salomão.................................................................................................................................................................67Jurandyr.Panella...................................................................................................................................................................... 15Karin.Cristina.Silva.Modena...................................................................................................................................................29Lélia.Batista.de.Souza..............................................................................................................................................................53Lívia.Marinho.de.Miranda.Oliveira.........................................................................................................................................53Luciana.Tiemi.Inoue................................................................................................................................................................87Luciane.Cruz.Lopes.................................................................................................................................................................75Marcelo.Contador.Gallina.......................................................................................................................................................29Maria.da.Luz.Rosário.de.Sousa................................................................................................................................................61Marlene.Fenyo-Pereira............................................................................................................................................................. 15Narciso.Garone.Netto..............................................................................................................................................................37Paulo.Fernando.Cruz.Cavalcante.............................................................................................................................................75Paulo.Sérgio.Flores.Campos..................................................................................................................................................... 15Regina.Coeli.Vieira.Gomes......................................................................................................................................................67Renata.Meira.Primolan............................................................................................................................................................83Robiany.Geraldini...................................................................................................................................................................83Rosilene.Fernades.da.Rocha.......................................................................................................................................................7Tânia.e.Silva.Pulicano.Lacerda................................................................................................................................................87Thiago.José.Dionisio................................................................................................................................................................29Vera.Maria.S..Pricoli,.Artemio.Luiz.Zanetti............................................................................................................................87Vivien.Thiemy.Sakai................................................................................................................................................................29Walter.Paulesini.Junior............................................................................................................................................................83

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ÍNdIcE dE ASSUNTOSvOLumE 18

Ácido fluorídrico .............................................................................................................................................................................................37Agentes comunitários de saúde ....................................................................................................................................................................43Anormalidades maxilofaciais .......................................................................................................................................................................15Antiinflamatórios não esteróides ................................................................................................................................................................ 29Assistência à saúde..........................................................................................................................................................................................43Auto-imagem ...................................................................................................................................................................................................61Cicloxigenase ...................................................................................................................................................................................................75Diagnóstico..................................................................................................................................................................................................... 83Dor .................................................................................................................................................................................................................. 29Endodontia, Instrumentação ...................................................................................................................................................................... 23Epidemiologia ................................................................................................................................................................................................ 53Estimulação elétrica transcutânea do nervo ............................................................................................................................................. 67Glândula sublingual ...................................................................................................................................................................................... 83Histologia ...........................................................................................................................................................................................................7Idoso ................................................................................................................................................................................................................ 87Inibidores ........................................................................................................................................................................................................75Instrumentos odontológicos ....................................................................................................................................................................... 23Neoplasias benignas ...................................................................................................................................................................................... 53Odontologia .....................................................................................................................................................................................................75Odontologia geriátrica .................................................................................................................................................................................. 87Porcelana dentária ..........................................................................................................................................................................................37Prostaglandinas ...............................................................................................................................................................................................75Prótese total ..............................................................................................................................................................................................61, 87Psicologia ........................................................................................................................................................................................................ 87Radiografia panorâmica ................................................................................................................................................................................15Rânula .............................................................................................................................................................................................................. 83Regeneração óssea ............................................................................................................................................................................................7Resistência à tração ........................................................................................................................................................................................37Satisfação do paciente ....................................................................................................................................................................................61Saúde bucal .....................................................................................................................................................................................................61Saúde pública ..................................................................................................................................................................................................43Terceiro molar ............................................................................................................................................................................................... 29Transtornos da articulação temporomandibular ..................................................................................................................................... 67Trismo .............................................................................................................................................................................................................. 29Ultra-som ........................................................................................................................................................................................................ 23

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Anti-inflammatory agents, no-steroidal .................................................................................................................................................... 29Benign neoplasias .......................................................................................................................................................................................... 53Bone regeneration ...........................................................................................................................................................................................7Community health agents .............................................................................................................................................................................43Cyclooxigenase ................................................................................................................................................................................................75Delivery of health care .................................................................................................................................................................................43Dental instruments ....................................................................................................................................................................................... 23Dental porcelain ............................................................................................................................................................................................37Denture complete ...................................................................................................................................................................................61, 87Diagnosis ....................................................................................................................................................................................................... 83Elderly ............................................................................................................................................................................................................ 87Endodontics, instrumentation ................................................................................................................................................................... 23Epidemiology ................................................................................................................................................................................................ 53Geriatric dentistry ......................................................................................................................................................................................... 87Hidrofluoridric acid .......................................................................................................................................................................................37Histology ............................................................................................................................................................................................................7Inhibitors ........................................................................................................................................................................................................75Instrumentation ............................................................................................................................................................................................ 23Maxilofacial abnormalities ...........................................................................................................................................................................15Molar, third .................................................................................................................................................................................................... 29Oral health ......................................................................................................................................................................................................61Pain ................................................................................................................................................................................................................. 29Patient satisfaction ........................................................................................................................................................................................61Prostaglandins ................................................................................................................................................................................................75Public health ...................................................................................................................................................................................................43Psycology ........................................................................................................................................................................................................ 87Radiography, panoramic ..............................................................................................................................................................................15Ranula .............................................................................................................................................................................................................. 83Self-concept ....................................................................................................................................................................................................61Sublingual gland ........................................................................................................................................................................................... 83Temporomandibular joint disorder ............................................................................................................................................................ 67Tensile strength ...............................................................................................................................................................................................37Transcutaneous electric nerve stimulation .............................................................................................................................................. 67Trismus ........................................................................................................................................................................................................... 29Ultrasonics ...................................................................................................................................................................................................... 23

SUBjEcT hEAdINGS

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A Revista de Odontologia da UNICID é uma publicação da Universidade Cidade de São Paulo dirigida à classe odontológica e aberta à comunidade científica em nível nacional e internacional. São publicados artigos originais, artigos de revisão, artigos de atualização, artigos de divulgação e relatos de casos ou técnicas. Essas instruções baseiam-se nos “Requisitos Uniformes para Manuscritos Apresentados a Periódicos Biomédicos*.” (estilo Vancouver) elaborados pelo International Committee of Medical Journal Editors - Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biological Journals**...

Normas gerais

• Os trabalhos serão submetidos à apreciação do Corpo Editorial e serão devolvidos aos autores quando se fizerem necessárias correções ou modificações de ordem temática. A Revista se reserva o direito de proceder a alterações no texto de caráter formal, ortográfico ou gramatical antes de encaminhá-lo para publicação.

• É permitida a reprodução no todo ou em parte de artigos publicados na Revista de Odontologia da UNICID, desde que sejam mencionados o nome do autor e a origem, em conformidade com a legislação sobre Direitos Autorais.

• Os trabalhos poderão ser redigidos em português, inglês ou espanhol.

• Os conceitos emitidos no texto são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente, a opinião do Corpo Editorial.

• Todo trabalho deve ser assinado pelo(s) autor(es) e conter o endereço, telefone e e-mail do(s) mesmo(s). Recomenda-se aos autores que mantenham uma cópia do texto original, bem como das ilustrações.

• Artigos de pesquisa que envolvam seres humanos devem ser submetidos junto com uma cópia de autorização pelo Comitê de Ética da instituição na qual o trabalho foi realizado.

• Serão fornecidas aos autores dez separatas por trabalho. Separatas adicionais poderão ser adquiridas ao preço estipulado por ocasião da entrega dos originais.

• As datas de recebimento e aceitação do original constarão no final do mesmo, quando de sua publicação.

Forma dos manuscritos

Texto Os trabalhos devem ser digitados utilizando-se a fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço duplo e margens de 3 cm em cada um dos lados do texto. Devem ter, no máximo, 20 laudas. Provas impressas, em duas vias, devem vir acompanhadas de um disquete contendo o arquivo gerado em processador de texto Word for Windows (Microsoft). Para a redação, deve-se dar preferência ao uso da 3” pessoa do singular com a partícula “se”.

Ilustrações As ilustrações (gráficos, quadros, desenhos e fotografias) devem ser apresentadas em folhas separadas e numeradas, consecutivamente, em algarismos arábicos, com suas legendas em folhas separadas e numeração correspondente. No texto, devem ser indicados os locais para a inserção das ilustrações. Quando gerados em computador, os gráficos e desenhos devem ser impressos juntamente com o texto e estar gravados no mesmo disquete. As fotografias devem ser em preto-e-branco, dando-se preferência para o envio das ampliações em papel acompanhadas dos respectivos negativos. O limite de ilustrações não deve exceder o total de oito por artigo. No caso de absoluta necessidade de as fotos serem coloridas, a despesa ficará por conta do(s) autor(es), dando-se preferência para o envio dos negativos ou cromos. Gráficos, desenhos, mapas etc. deverão ser designados no texto como Figuras.

Tabelas O número de tabelas deve limitar-se ao estritamente necessário para permitir a compreensão do texto. Devem ser numeradas, consecutivamente, em algarismos arábicos e encabeçadas pelo respectivo título, que deve indicar claramente o seu conteúdo. No texto, a referência a elas deverá ser feita por algarismos arábicos. Os dados apresentados em tabela não devem ser repetidos em gráficos, a não ser em casos especiais. Não traçar linhas internas horizontais ou verticais. Colocar em notas de rodapé de cada tabela as abreviaturas não padronizadas. Na montagem das tabelas seguir as “Normas de apresentação tabular e gráfica”, estabelecidas pelo Departamento Estadual de Estatística da Secretaria de Planejamento do Estado, Paraná, 1983.

Abreviaturas Para unidades de medida devem ser usadas somente as unidades legais do Sistema Internacional de Unidades (SI). Quanto a abreviaturas e símbolos, utilizar somente abreviaturas padrão, evitando incluí-Ias no título e no resumo. O termo completo deve preceder a abreviatura quando ela for empregada pela primeira vez, salvo no caso de unidades comuns de medida.

Notas de rodapé As notas de rodapé serão indicadas por asterisco e restritas ao mínimo necessário.

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

. *. .International.Committee.of.Medical.Journal.Editors..Requisitos.Uniformes.para.Manuscritos.Apresentados.a.Periódicos.Biomédicos..Rev Saúde Pública [periódico.on-line].1999;.33(1):6-15..Disponível.em:.http://www.fsp.usp.br/rsp.

. **. .International.Committee.of.Medical.Journal.Editors..Uniform.Requirements.for.Manuscripts.Submitted.to.Biomedical.Journals..New Engl J Med [serial.online].1997;.336:309-15..Available.from:.http://www.acponline.org.

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• Imagens fotográficas devem ser submetidas na forma de slides (cromos) ou negativos, estes últimos sempre acompanhados de fotografias em papel.

• Câmaras digitais caseiras ou semiprofissionais (“Mavica” etc.) não são recomendáveis para produzir imagens visando à reprodução em gráfica, devendo-se dar preferência a máquinas fotográficas convencionais (que utilizam filme: cromo ou negativo).

• Não serão aceitas imagens inseridas em aplicativos de texto (Word for Windows etc.) ou de apresentação (Power Point etc.). Imagens em Power Point podem ser enviadas apenas para servir de indicação para o posicionamento de sobreposições (setas, asteriscos, letras, etc.), desde que sempre acompanhadas das imagens originais inalteradas, em slide ou negativo/foto em papel.

• Na impossibilidade de apresentar imagens na forma de slides ou negativos, somente serão aceitas imagens em arquivo digital se estiverem em formato TIFF e tiverem a dimensão mínima de 10 x 15 cm e resolução de 300 dpi.

• Não serão aceitas imagens fora de foco.• Montagens e aplicação de setas, asteriscos e letras, cortes, etc. não

devem ser realizadas pelos próprios autores. Devem ser solicitadas por meio de esquema indicativo para que a produção da Revista possa executá-las usando as imagens originais inalteradas.

• Todos os tipos de imagens devem estar devidamente identificados e numerados, seguindo-se sua ordem de citação no texto.

Atenção, autores: vejam como submeter imagens!Do encaminhamento dos originais

Os originais deverão ser encaminhados àRevista de Odontologia da UNICID Comissão de PublicaçãoAt. Mary Arlete Payão Pela - Biblioteca, Rua Cesário Galeno, 432/448Tel. (0**11) 2178-1219CEP 03071-000 - São Paulo - Brasil E-mail: [email protected]

a) Título em português e inglês.b) Autor(es): nome e sobrenome. Recomenda-se ao(s) autor(es) escrever seu(s) nome(s) em formato constante, para fins de indexação.c) Rodapé: nome da instituição em que foi feito o estudo, título universitário, cargo do(s) autor(es) e e-mail do(s) autores.

Página deidentificação

Preparo dos manuscritos

Resumo Artigos originais: com até 250 palavras contendo informação estruturada, constituída de Introdução (propósitos do estudo ou investigação), Métodos (material e métodos empregados), Resultados (principais resultados com dados específicos) e Conclusões (as mais importantes).Para outras categorias de artigos o formato dos resumos deve ser o narrativo com até 250 palavras. Dar preferência ao uso da terceira pessoa do singular e do verbo na voz ativa.

Descritores São palavras-chave que identificam o conteúdo do trabalho. Para a escolha dos descritores, consultar, em português, os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/BIREME, disponível em www.bireme.br/decs) e, em inglês, Medical Subject Headings (MeSH/IM). Caso não forem encontrados descritores disponíveis para cobrir a temática do manuscrito, poderão ser indicados termos ou expressões de uso conhecido.

Estrutura dos artigos

Os artigos científicos devem ser constituídos de INTRODUçãO, MÉTODOS, RESUlTADOS, DISCUSSãO, CONClUSõES e AGRADECIMENTOS (quando houver). Os casos clínicos devem apresentar introdução breve, descrição e discussão do caso clínico ou técnica e conclusões.

Referências As referências bibliográficas devem ser ordenadas alfabeticamente, numeradas em ordem seqüencial crescente e normalizadas no estilo Vancouver. Os títulos de periódicos devem ser grifados e abreviados de acordo com o Index Medicus (List of Journals Indexed in Index Medicus, disponível em http://www.nlm.nih.gov). listar todos os autores quando até seis; quando forem sete ou mais, listar os seis primeiros, seguidos de et al.. As referências são de responsabilidade dos autores e devem estar de acordo com os originais.

Exemplos de referências

Vellini-Ferreira F. Ortodontia - diagnóstico e planejamento clínico. 3ª ed. São Paulo: Artes Médicas; 1999. Kane AB, Kumar V. Patologia ambiental e nutricional. In: Cotran RS. Robbins - patologia estrutural e funcional. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000.

Ong Jl, Hoppe CA, Cardenas Hl, Cavin R, Carnes Dl, Sogal A, et al. Osteoblast precursor cell activity on HA surfaces of different treatments. J Biomed Mater Res 1998 Feb; 39(2):176-83.

World Health Organization. Oral health survey: basic methods. 4th ed. Geneve: ORH EPID: 1997.

Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer.. Imunoterapia. Disponível em: http://inca.gov.br/tratamento/imunoterapia.htm (11 mar. 2002).

Mutarelli OS. Estudo in vitro da deformação e fadiga de grampos circunferenciais de prótese parcial removível, fundidos em liga de cobalto-cromo e em titânio comercialmente puro. [tese de doutorado] São Paulo: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo; 2000.Ribeiro A, Thylstrup A, Souza IP, Vianna R. Biofilme e atividade de cárie: sua correlação em crianças HIV+. In: 16ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica; 1999; set 8; Águas de São Pedro. São Paulo: SBPqO; 1999.

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INSTRUCTIONS TO AUTHORS

The Revista de Odontologia da UNIClD is published by the Universidade Cidade de São Paulo. It is aimed at the dental profession and open to the national and international scientific community. It contains original articles, reviewed articles, updated articles, preprint articles and technical or clinical case reports. The present instructions are based on the “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals” (Vancouver Style) established by the International Committee of Medical Journal Editors*.

General instructions

• The manuscripts shall be evaluated by the Editorial Committee and will be returned to the author when thematic corrections or other changes are required. The Revista is entitled to make formatting, spelling and grammar changes in the text, before sending it for publication.

• Reproduction of any part of the articles published in the Revista de Odontologia da UNICID is authorized, provided that the origin of the article and the name(s) of the author(s) are mentioned, pursuant to Copyright legislation.

• Articles may be written in Portuguese, English or Spanish.

• Concepts included in the texts are authors’ of full responsibility and do not necessarily reflect the Editorial Committee’s opinion..

• Articles must be signed by the author(s) and must include their address, telephone number and e-mail. It is recommended that the author(s) keep a copy of the originals, including illustrations.

• Research articles involving humans must be accompanied by a copy of the authorization from the Ethics Committee of the institution where the study was carried out.

• Authors will receive ten reprints. Additional reprints may be obtained at a price agreed upon when the original is handed in.

• Submittance and acceptance dates of the original will be included at the end of the text, upon publication.

Manuscript format

Text Manuscripts should be typed using Times New Roman font, size 12, should be double-spaced and with a 3 cm margin on each side of the text. They must be 20 pages long at the most. The printed pages must be in two copies and accompanied by a floppy disk containing a Word for Windows (Microsoft) file. When writing, use the passive voice, do not use the first person (I, we, us, our etc.). “We conducted the study” can be changed easily to “The study was conducted”.

Illustrations Illustrations (graphs, tables, drawings and photos) must be set in separate sheets, and sequentially numbered using Arabic numerals. Captions should appear in separate sheets, with their corresponding numbers. The insertion points of the illustrations should be indicated in the text. When computer generated, graphs and drawings should be printed along with the original text and saved in the same floppy disk. Photos should be black-and-white. Paper copies should preferably be accompanied by their respective negatives. Each article should have no more than eight illustrations. Whenever color reproduction of photos is deemed strictly necessary by the author(s), he/she/they will be charged for the expenses, and negatives or chromes will be required. Graphs, drawings, maps etc. are to be named as “Figures” in the text.

Tables The quantity of tables should be limited to the strictly necessary for text comprehension. Tables should be numbered sequentially in Arabic numerals, and their headings must clearly indicate their content. Reference to tables should be made in the text using Arabic numerals. Information given in tables should not be repeated in graph, except in special cases. Do not draw horizontal or vertical lines within the tables. Non standardized abbreviations should be positioned in footnotes of each table. Refer to a copy of the last edition of the Revista for information on table arrangement and display.

Abbreviations Only legal units of measurement of the International System of Units (SI) are to be used. For abbreviations and symbols, use only standard abbreviations. Abbreviations should be avoided in headings and in the abstract. The full term must precede the abbreviation when it appears for the first time, except if they are common units of measurement.

Footnotes Footnotes, limited to the strictly necessary, should be indicated by asterisks.

. *. .International.Committee.of.Medical.Journal.Editors..Uniform.Requirements.for.Manuscripts.Submitted.to.Biomedical.Journals..New Engl J Med [serial.online].1997;.336:309-15..Available.from:.http://www.acponline.org.

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Preparation of manuscripts

a) Title in Portuguese and English.b) Name and surname of author(s). The author(s) is/are urged to spell his/her/their names in a constant formatting, for the sake of indexing.c) Footnotes should indicate the institution where the study was carried out as well as the academic title, office held and e-mail of the author(s).

Title page

Abstract The abstract should be presented in English and Portuguese. If the article is written in Spanish, it should be presented both in Spanish and English. For original articles, up to 250 words and containing structured information consisting of Introduction (purpose of the study or research), Methods (material and employed methods), Results (main results with specific data), and Conclusions (the most important ones).For articles of other types, the abstract should have be in narrative form, with up to 250 words. Prefer verbs in the third person singular, and in the active voice.

Descriptors Key-words that identify the content of the study. When selecting descriptors, refer to the Descritores em Ciências da Saúde (DeCS BIREME, available at www.bireme.br/decs), for Portuguese, or to the Medical Subject Headings (MeSH/IM), for English. If established descriptors that reflect the content of the manuscript are not available, common terms or expressions may be used instead.

Structure of the articles

Scientific articles must contain INTRODUCTION, METHODS, RESUlTS, DISCUSSION, CONClUSIONS and ACKNOWlEDGMENTS (when applicable). Clinical case reports must include a brief introduction, a description and discussion of the case or technique, and conclusions.

References The bibliographic references should be presented in alphabetical order, numbered sequentially, and presented according to the Vancouver style. Titles of periodicals should be italicized and abbreviated in accordance with the Index Medicus (list of Journals Indexed in Index Medicus, available at http://www.nlm.nih.gov). All authors up to six should be listed; if more than six, the first six should be listed and followed by the expression et al. References are of the authors’ responsibility and must be in accordance with the original.

Reference examples

Mailing of manuscripts

Send manuscripts for publication to:Revista de Odontologia da UNICID Comissão de PublicaçãoA/c Mary Arlete Payão Pela - Biblioteca. Rua Cesário Galeno, 432/448Tel. (0**11) 2178-1219CEP 03071-000São Paulo - Brasil E-mail: mppela@[email protected]

Vellini-Ferreira F. Ortodontia - diagnóstico e planejamento clínico. 3ª ed. São Paulo: Artes Médicas; 1998. Kane AB, Kumar V. Patologia ambiental e nutricional. In: Cotran RS. Robbins - patologia estrutural e funcional. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000.

Ong Jl, Hoppe CA, Cardenas Hl, Cavin R, Carnes Dl Sogal A et al. Osteoblast precursor cell activity on HA surfaces of different treatrnents. J Biomed Mater Res 1998; 39(2): 176-83.

World Health Organization. Oral health survey: basic methods. 4th ed. Geneve: ORH EPID: 1997.

Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. lmunoterapia. Disponível em: http://inca.gov.br/tratamento/imunoterapia.htm (lI mar. 2002).

Mutarelli OS. Estudo in vitro da deformação e fadiga de grampos circunferenciais de prótese parcial removível, fundidos em liga de cobalto-cromo e em titânio comercialmente puro. [tese de doutorado] São Paulo: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo; 2000.

Ribeiro A, Thylstrup A, Souza IP, Vianna R. Biofilme e atividade de cárie, sua correlação em crianças HIV+. ln: 16ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica; 1999; set 8; Águas de São Pedro. São Paulo: SBPqO; 1999.

A Note to Authors on how to submit images

• Photographic illustrations must be submitted as slides or negatives, the latter accompanied by photo prints.

• Amateur or semi-professional digital cameras (“Movie” etc.) are not recommended to produce images for reproduction by the printing press. Conventional cameras (that use film) are preferred.

• Illustrations inserted in text or presentation applications (Word for Windows, Power Point etc.) will not be accepted. Images in Power Point may be submitted only as a guide for the application of overplayed (arrows, asterisks, letters etc.), provided that unaltered original Images(slides or negatives/photo prints) are also submitted.

• Whenever slides or negatives can not be submitted, image digital files will only be accepted, provided they are in TIFF format in 1 Ox 15 cm minimum size and 300 dpi minimum resolution.

• Out of focus images will not be accepted.• Photo montages or the application of arrows, asterisks, letters etc. must never

be performed by the authors themselves. They should be ordered through the submission of an indicative draft, so that the journal’s art production may execute them inn the unaltered originals.

• All illustrations must be duly identified and numbered consecutively loll owing their sequential citation in the text.