Conto

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PEDRO BANDEIRA Malasaventuras: safadezas do Malasarte Leitor crítico — Jovem Adulto Leitor crítico — 7 a e 8 a séries Leitor fluente — 5 a e 6 a séries PROJETO DE LEITURA Coordenação: Maria José Nóbrega Elaboração: Maria José Nóbrega

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Conto de aventura

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PEDRO BANDEIRA

Malasaventuras: safadezas do Malasarte

Leitor crítico — Jovem Adulto

Leitor crítico — 7–a e 8–a séries

Leitor fluente — 5–a e 6–a séries

PROJETO DE LEITURA

Coordenação: Maria José NóbregaElaboração: Maria José Nóbrega

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O que é, o que é,Uma árvore bem frondosaDoze galhos, simplesmente

Cada galho, trinta frutasCom vinte e quatro sementes?1

Alegórica árvore do tempo…

A adivinha que lemos, como todo e qual-quer texto, inscreve-se, necessariamente, emum gênero socialmente construído e tem,portanto, uma relação com a exterioridadeque determina as leituras possíveis. O espa-ço da interpretação é regulado tanto pelaorganização do próprio texto quanto pelamemória interdiscursiva, que é social, histó-rica e cultural. Em lugar de pensar que acada texto corresponde uma única leitura,é preferível pensar que há tensão entre umaleitura unívoca e outra dialógica.

Um texto sempre se relaciona com outrosproduzidos antes ou depois dele: não há comoler fora de uma perspectiva interdiscursiva.

Retornemos à sombra da frondosa árvore— a árvore do tempo — e contemplemos ou-tras árvores:

Deus fez crescer do solo toda es-pécie de árvores formosas de ver eboas de comer, e a árvore da vidano meio do jardim, e a árvore doconhecimento do bem e do mal. (…)E Deus deu ao homem este manda-mento: “Podes comer de todas asárvores do jardim. Mas da árvore doconhecimento do bem e do mal nãocomerás, porque no dia em que delacomeres terás de morrer”.2

Ah, essas árvores e esses frutos, o de-sejo de conhecer, tão caro ao ser huma-no…

Enigmas e adivinhas convidam à decifra-ção: “trouxeste a chave?”.

Encaremos o desafio: trata-se de uma ár-vore bem frondosa, que tem doze galhos,que têm trinta frutas, que têm vinte e qua-tro sementes: cada verso introduz uma novainformação que se encaixa na anterior.

Quantos galhos tem a árvore frondosa?Quantas frutas tem cada galho? Quantas se-mentes tem cada fruta? A resposta a cada umadessas questões não revela o enigma. Se forfamiliarizado com charadas, o leitor sabe quenem sempre uma árvore é uma árvore, umgalho é um galho, uma fruta é uma fruta, umasemente é uma semente… Traiçoeira, a árvo-re frondosa agita seus galhos, entorpece-noscom o aroma das frutas, intriga-nos com aspossibilidades ocultas nas sementes.

O que é, o que é?

Apegar-se apenas às palavras, às vezes, édeixar escapar o sentido que se insinua nasramagens, mas que não está ali.

Que árvore é essa? Símbolo da vida, aomesmo tempo que se alonga num percursovertical rumo ao céu, mergulha suas raízesna terra. Cíclica, despe-se das folhas, abre-seem flores, que escondem frutos, que prote-gem sementes, que ocultam coisas futuras.

“Decifra-me ou te devoro.”

Qual a resposta? Vamos a ela: os anos, quese desdobram em meses, que se aceleram emdias, que escorrem em horas.

Árvores e tempo de leituraMARIA JOSÉ NÓBREGA

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DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Procuramos contextualizar o autor e sua obrano panorama da literatura brasileira para jo-vens e adultos.

RESENHA

Apresentamos uma síntese da obra para queo professor, antecipando a temática, o en-redo e seu desenvolvimento, possa avaliara pertinência da adoção, levando em contaas possibilidades e necessidades de seusalunos.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Apontamos alguns aspectos da obra, consi-derando as características do gênero a que

Há o tempo das escrituras e o tempo damemória, e a leitura está no meio, no inter-valo, no diálogo. Prática enraizada na expe-riência humana com a linguagem, a leitura éuma arte a ser compartilhada.

A compreensão de um texto resulta do res-gate de muitos outros discursos por meio damemória. É preciso que os acontecimentosou os saberes saiam do limbo e interajam comas palavras. Mas a memória não funcionacomo o disco rígido de um computador emque se salvam arquivos; é um espaço move-diço, cheio de conflitos e deslocamentos.

Empregar estratégias de leitura e desco-brir quais são as mais adequadas para umadeterminada situação constituem um proces-so que, inicialmente, se produz como ativi-dade externa. Depois, no plano das relações

interpessoais e, progressivamente, como re-sultado de uma série de experiências, se trans-forma em um processo interno.

Somente com uma rica convivência com ob-jetos culturais — em ações socioculturalmentedeterminadas e abertas à multiplicidade dosmodos de ler, presentes nas diversas situaçõescomunicativas — é que a leitura se converteem uma experiência significativa para os alu-nos. Porque ser leitor é inscrever-se em umacomunidade de leitores que discute os textoslidos, troca impressões e apresenta sugestõespara novas leituras.

Trilhar novas veredas é o desafio; transfor-mar a escola numa comunidade de leitores éo horizonte que vislumbramos.

Depende de nós.

pertence, analisando a temática, a perspec-tiva com que é abordada, sua organizaçãoestrutural e certos recursos expressivos em-pregados pelo autor.Com esses elementos, o professor irá identi-ficar os conteúdos das diferentes áreas do co-nhecimento que poderão ser abordados, ostemas que poderão ser discutidos e os recur-sos lingüísticos que poderão ser exploradospara ampliar a competência leitora e escri-tora dos alunos.

QUADRO-SÍNTESE

O quadro-síntese permite uma visualizaçãorápida de alguns dados a respeito da obra ede seu tratamento didático: a indicação dogênero, das palavras-chave, das áreas e te-mas transversais envolvidos nas atividadespropostas; sugestão de leitor presumido paraa obra em questão.

__________1 In Meu livro de folclore, Ricardo Azevedo, Editora Ática.2 A Bíblia de Jerusalém, Gênesis, capítulo 2, versículos 9 e 10, 16 e 17.

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Gênero:Palavras-chave:Áreas envolvidas:Temas transversais:Público-alvo:

PROPOSTAS DE ATIVIDADES

a) antes da leitura

Os sentidos que atribuímos ao que se lê de-pendem, e muito, de nossas experiências an-teriores em relação à temática exploradapelo texto, bem como de nossa familiarida-de com a prática leitora. As atividadessugeridas neste item favorecem a ativaçãodos conhecimentos prévios necessários àcompreensão e interpretação do escrito.

• Explicitação dos conhecimentos préviosnecessários à compreensão do texto.• Antecipação de conteúdos tratados no tex-to a partir da observação de indicadores comotítulo da obra ou dos capítulos, capa, ilustra-ção, informações presentes na quarta capa, etc.• Explicitação dos conteúdos da obra a par-tir dos indicadores observados.

b) durante a leitura

São apresentados alguns objetivos orienta-dores para a leitura, focalizando aspectos queauxiliem a construção dos sentidos do textopelo leitor.

• Leitura global do texto.• Caracterização da estrutura do texto.• Identificação das articulações temporais elógicas responsáveis pela coesão textual.• Apreciação de recursos expressivos empre-gados pelo autor.

c) depois da leitura

São propostas atividades para permitir melhorcompreensão e interpretação da obra, indican-do, quando for o caso, a pesquisa de assuntosrelacionados aos conteúdos das diversas áreascurriculares, bem como a reflexão a respeitode temas que permitam a inserção do alunono debate de questões contemporâneas.

✦ nas tramas do texto

• Compreensão global do texto a partir dereprodução oral ou escrita do que foi lido oude respostas a questões formuladas pelo pro-fessor em situação de leitura compartilhada.• Apreciação dos recursos expressivos empre-gados na obra.• Identificação e avaliação dos pontos de vis-ta sustentados pelo autor.• Discussão de diferentes pontos de vista eopiniões diante de questões polêmicas.• Produção de outros textos verbais ou aindade trabalhos que contemplem as diferentes lin-guagens artísticas: teatro, música, artes plásti-cas, etc.

✦ nas telas do cinema

• Indicação de filmes, disponíveis em VHS ouDVD, que tenham alguma articulação com aobra analisada, tanto em relação à temáticacomo à estrutura composicional.

✦ nas ondas do som

• Indicação de obras musicais que tenhamalguma relação com a temática ou estruturada obra analisada.

✦ nos enredos do real

• Ampliação do trabalho para a pesquisa deinformações complementares numa dimen-são interdisciplinar.

DICAS DE LEITURA

Sugestões de outros livros relacionados dealguma maneira ao que está sendo lido, es-timulando o desejo de enredar-se nas vere-das literárias e ler mais:

◗ do mesmo autor;◗ sobre o mesmo assunto e gênero;◗ leitura de desafio.

Indicação de título que se imagina além dograu de autonomia do leitor virtual da obraanalisada, com a finalidade de ampliar o ho-rizonte de expectativas do aluno-leitor, en-caminhando-o para a literatura adulta.

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PEDRO BANDEIRA

Malasaventuras: safadezas do Malasarte

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UM POUCO SOBRE O AUTOR

Nascido em Santos, São Paulo, em 1942,Pedro Bandeira mudou-se para a cidade deSão Paulo em 1961. Trabalhou em teatro pro-fissional como ator, diretor e cenógrafo. Foiredator, editor e ator de comerciais de tele-visão. A partir de 1983, tornou-se exclusiva-mente escritor. Sua obra, direcionada a cri-anças e jovens, reúne contos, poemas e nar-rativas de diversos gêneros. Entre elas, estão:O dinossauro que fazia au-au, Malasa-venturas: safadezas do Malasarte, O fantás-tico mistério de Feiurinha, O mistério da fá-brica de livros, Pântano de sangue, A drogado amor, Agora estou sozinha…, A droga daobediência, Uma idéia solta no ar e Na col-méia do inferno. Recebeu vários prêmios,como Jabuti, APCA, Adolfo Aizen e Altamen-te Recomendável, da Fundação Nacional doLivro Infantil e Juvenil.

RESENHA

Em forma de verso, Pedro Bandeira nar-ra seis aventuras de Pedro Malasarte nas

quais o personagem se encarrega de vin-gar, com astúcia e esperteza, os pobrese humilhados pela arrogância dos pode-rosos.Em “O pássaro lapão”, resolve ajudaruma pobre viúva a recuperar o valor cor-respondente a um cabrito morto pelo au-toritário Martinho Deodato, com o gol-pe do valioso pássaro lapão. Em “O cava-lo alazão”, troca um gato que“descomia” moedas pelo cavalo deJeromão que tinha ido parar nas terrasde um coronel que se recusava a devolvê-lo. Em “O saco adivinho”, finge possuirum saco com poderes mágicos para recu-perar o dinheiro que o casal havia pedi-do emprestado ao compadre Nicolau enão queria devolver por pura ganância.Em “A panela do diabo”, recupera o queZé Trabuco havia roubado de tropeirosdurante um jogo vendendo uma panelaque cozinha sozinha. Em “A caixa de jói-as”, ajuda o compadre Malaquias a se li-vrar de uma dívida de jogo. Em “Os por-cos do compadre”, prepara uma armadi-lha para um fazendeiro mal patrão.

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COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

O personagem Pedro Malasarte pertencea um gênero mais amplo de aventureirosastuciosos, comuns a todos os folclores. Suamalandragem visa quase sempre ao pró-prio proveito ou à resolução de um pro-blema concreto, lesando freqüentementeterceiros na sua solução.Malasarte circula por diversos lugares eentra em contacto com vários grupos e ca-madas sociais, como um aventureiro. Amá-vel e risonho, espontâneo, vive ao saborda sorte, sem plano nem reflexão, apren-dendo com a vida.Ao recontá-las em verso, Pedro Bandeira apro-xima o leitor da tradição popular da literatu-ra de cordel que tanto aprecia Malasarte.

QUADRO-SÍNTESE

Gênero: poesia narrativa

Palavras-chave: poesia satírica, perso-nagem folclórico, aventura

Áreas envolvidas: Língua Portuguesa

Temas transversais: Ética e Pluralidadecultural

Público-alvo: alunos da 5a e 6a séries doEnsino Fundamental

PROPOSTAS DE ATIVIDADES

Antes da leitura

1.O título do livro Malasaventuras é umneologismo formado pela aglutinação dapalavra “Malasarte” com a palavra “aven-tura”: aventuras do Malasarte. Figura co-nhecida de nossa literatura popular, PedroMalasarte é astuto e enredado, vencedorinfalível de todos. Suas histórias alimentam

a literatura de cordel e os contos popula-res.Verifique o que seus alunos sabem do per-sonagem e se conhecem algumas de suasaventuras.

2.Os contos tradicionais eram difundidosoralmente de uma geração a outra. Essaespécie de rito social aponta para um mun-do especialmente receptivo ao conto fol-clórico, sobretudo quando não havia nemeletricidade, nem televisão. Quanto aoscontadores, eram especialmente mulheres:avós, mães, amas etc; quanto aos recepto-res privilegiados dos contos, as crianças.Leia a dedicatória do livro e comente a re-lação com a oralidade.

3.O traço bem-humorado de Roberto Ne-greiros para as ilustrações que compõem acapa do livro lembra o estilo de cartunistasna produção de charges e tiras. Conversecom os alunos como essa escolha já sinali-za o tom cômico com que as aventuras se-rão narradas.

Durante a leitura

1.De origem humilde e desamparado dasorte, Pedro Malasarte vale-se da mentira,da dissimulação, do roubo como defesapara enfrentar a brutalidade da vida.Peça que, além de se divertirem muito — éclaro — com as safadezas do Malasarte,descubram:* O que desencadeou a ação do persona-gem em cada uma das histórias?* De que safadeza se valeu Malasarte paraenfrentar o problema?

Depois da leitura

✦ nas tramas do texto

1.Diz-se que Quem conta um conto aumen-ta um ponto; ou seja, como os contos são

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transmitidos oralmente, há uma margempara transformar aquilo que se ouviu deoutros contadores. Tanto é assim que, mui-tas vezes, conhecemos várias versões de ummesmo conto popular. Nelas podemos en-contrar diferenças, como, por exemplo, tro-cas de nomes de personagens, encaixes deepisódios que pertencem a outros contos,ou grandes cortes; no entanto, a funçãofundamental do conto ou a ação nuclearpermanece.Organize a turma em grupos e proponhaque comparem as versões de Pedro Ban-deira para as histórias do esperto Malasartecom outras versões, como:* as de Luís da Câmara Cascudo, no livroContos Tradicionais do Brasil, da Global, dis-poníveis também na internet: http://jangadabrasi l .com.br/novembro39/im39110c.htm.* ou as versões sem autoria identificadapresentes no endereço:h t t p : / / v i c t o r i a n . f o r t u n e c i t y. c o m /postmodern/135/pedromala.htma. Identificar os contos para os quais há ou-tras versões.b.Apontar as principais diferenças entreuma e outra.

2.Pedro Bandeira conta as aventuras dePedro Malasarte na forma de poesia nar-rativa, apresentando versos de sete sílabas,com rima nos versos pares. Mas os poetasnatos têm o ritmo do verso no ouvido, queflui naturalmente e sem esforço, nem pres-tam atenção a tais formalidades:Vocês são poetas natosDo começo até o final!Isso eu posso garantir:São artistas sem igual!Ainda em grupos, desafie seus alunos aadaptarem, para a forma de poesia nar-rativa, outras aventuras do PedroMalasarte, que podem conhecer no livroAs aventuras de Pedro Malasarte, de Sér-gio Augusto Teixeira, publicado pela

Ediouro ou, na versão eletrônica, nos en-dereços acima.

3.Veja se o Nasrudin não é uma espécie deMalasarte das Arábias.O equilíbrio do mundoUm dia perguntaram a Nasrudin:— Mestre, ao amanhecer o dia, cada umvai para o seu lado: uns por aqui, outrospor ali, por que será?— Se todos fossem para a mesma direção— responde Nasrudin — o mundo se dese-quilibraria e cairia!Gostou da explicação do mestre Nasrudin?Há quem diga que Mullá Nasrudin nasceue viveu numa pequena cidade da Turquiapor volta do século XIII. Há quem diga quenão é nem um pouco importante saber seisso é verdade ou não. Através do humor,esse mestre sufi nos leva a perceber o cará-ter paradoxal da vida e nos desvela nossaforma de pensar condicionada.Dizem que nunca se pode contar apenasuma história de Nasrudin, é preciso contarsete… Pois é faltam seis… Agora é comvocê e seus alunos…Há mais delas nos sites:http://www.poesiasufi.hpg.ig.com.br/nasrudin/indice.htmhttp://www.kfssystem.com.br/loubnan/nasr.htmlE muitas mais ainda nos livros:Histórias de Nasrudin — Rio de Janeiro,DervishNasrudin, de Regina Machado — São Pau-lo, Companhia das Letrinhas

✦ nas telas do cinema

* Mazzaropi — As aventuras de PedroMalazartes, dirigido por Amacio Mazzaropie distribuído pela Reserva Especial.Ao chegar em sua casa na fazenda, Pedrorecebe a notícia de que seu pai havia fale-cido. Sendo um caipira humilde e inocen-te, um de seus irmãos toma posse de todo

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o gado e o dinheiro, e o outro, da fazen-da. Sem nada, Pedro deixa a propriedadelevando somente um ganso, uma panelavelha e um saco de roupas. Em seu cami-nho, ele é acompanhado por uma porçãode crianças abandonadas. Atrapalhado ede coração mole, começa a aplicar peque-nos golpes para conseguir dinheiro. Dizen-do que ela cozinha sozinha, vende sua pa-nela a um homem grande; depois vende oganso dizendo que ele é mágico; consegueum carro convencendo a dona do veículoa ficar segurando o chapéu no chão onde,supostamente, está preso um pássaroraríssimo. A lista de pessoas enganadasaumenta, e ele se vê metido numa série deconfusões tentando fugir de seus váriosperseguidores.* O Auto da Compadecida, dirigido porGuel Arraes e distribuído pela ColumbiaTriStar Home Entertainment.Numa pequena cidade do sertão daParaíba, dois malandros, João Grilo e Chicó,ganham a vida com pequenos golpes.Quando o cangaceiro Severino e seus ho-mens invadem a cidade, todos acabammorrendo e vão para uma espécie de tri-bunal celestial, onde a acusação é feita pelodiabo e o juiz é Jesus. A situação pareceperdida para João Grilo, até que ele temmais uma de suas brilhantes idéias.

DICAS DE LEITURA

◗ do mesmo autor

A marca de uma lágrima — São Paulo,ModernaO medo e a ternura — São Paulo, ModernaAgora estou sozinha — São Paulo, Moderna

◗ sobre o mesmo gênero

Contos de enganar a morte — Ricardo Aze-vedo, São Paulo, ÁticaNo meio da noite escura tem um pé demaravilha — Ricardo Azevedo, São Paulo,ÁticaHistórias de bobos, bocós, burraldos epaspalhões — Ricardo Azevedo, São Pau-lo, Projeto

◗ leitura de desafio

O Auto da Compadecida, de ArianoSuassuna, Rio de Janeiro, Agir.Em O Auto da Compadecida, é possível re-conhecer a inspiração nas histórias e per-sonagens da literatura popular, tanto nacaracterização dos personagens como noenredo. João Grilo e Chicó, parentes deMalasarte, sobrevivem à pobreza, à custade astúcia e malandragem.