Contraceptivos

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Prof. LEONARDO DE SOUZA SILVA Farmacêutico-Bioquímico Farmacêutico-Bioquímico Mestrando em Imunologia e Parasitologia básicas e aplicadas Mestrando em Imunologia e Parasitologia básicas e aplicadas Especialista em Farmacologia Clínica Especialista em Farmacologia Clínica

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Prof. LEONARDO DE SOUZA SILVAFarmacêutico-BioquímicoFarmacêutico-BioquímicoMestrando em Imunologia e Parasitologia básicas e Mestrando em Imunologia e Parasitologia básicas e aplicadasaplicadasEspecialista em Farmacologia ClínicaEspecialista em Farmacologia Clínica

- Evolução dos anticoncepcionais;

- Ciclo menstrual;

- Tipos de anticoncepcionais;

- Distúrbios indesejados decorrentes do uso de anticoncepcionais;

- Interações medicamentosas;

- Riscos relacionados ao uso de anticoncepcionais

ANTICONCEPCIONAIS / CONTRACEPTIVOS

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

Hipócrates (460-377 a.C) Semente da cenoura

selvagem

Aristóteles (421 A.C) Mentha pulegium

(hortelã / puejo)

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

Egito antigo

Tampões vaginais feitos de: Excrementos de crocodilo, linho e folhas comprimidas lubrificados com mel

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

Séc. I a.C. Anticoncepção

masculina

extratos de madressilva Lonicera periclymenum

36 dias de esterilidade

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

Método da tabelinha (100 d.C.) Sorano: italiano considerado pai da

ginecologia

“evitar relação sexual logo antes e após a menstruação”

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS Europa séc. XVI

cintos de castidade

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

séc. XVII Relação sêmen-

gravidez Coito interrompido

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

séc. XVII Primeiros preservativos

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

séc. XVII 1844, Charles Goodyear: patente da

vulcanização da borracha

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

1873 - Congresso dos Estados Unidos tornou ilegal a venda de quaisquer artigos contraceptivos

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

séc. XVII 1880: diafragma (alemão Friedrich Adolf

Wilde)

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

Método da tabelinha 1930 Evitar as relações sexuais durante o

período fértil (ovulação)

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

1930 / 1962 Dispositivo intra-uterino (DIU)

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

1930 Laqueadura

tubária

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

1962 (Estados Unidos) 1º anticoncepcional oral

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

1970 (Estados Unidos) Anticoncepcional de emergência Dosagem alta de hormônios = inibição

da ovulação

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

A partir de 2001 Adesivo transdérmico

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

A partir de 2001 Anel vaginal

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

A partir de 2001 Endoceptivo

EVOLUÇÃO DOS ANTICONCEPCIONAIS

A partir de 2001 Implante subcutâneo

CICLO MENSTRUAL

Puberdade = início da função cíclica ovariana;

Duração em torno de 30 a 40 anos;

Manifestação: episódios de sangramento;

Hormônios envolvidos: FSH e LH

CICLO MENSTRUAL

Início do ciclo = número variável de folículos (aumentam de tamanho FSH)

Folículo dominante LH células do folículo = estrogênios Estrogênios FSH (regressão dos

fol.menores) Pico de secreção de estrogênio Secreção de progesterona Breve surto de liberação de LH e FSH

CICLO MENSTRUAL

A cavidade do folículo é preenchida com sangue

↑ Células luteinizadas = substituição do sangue

Corpo lúteo Produção de estrogênios e

progesterona durante o restante do ciclo**Gravidez = produção por tempo maior

BIOSSÍNTESE DE ESTROGÊNIOS E PROGESTINAS

COLESTEROL

Estrogênio

Principais na mulher Estradiol, Estrona e Estriol

Estrogênio miméticos Flavonóides (soja)

Compostos utilizados na fabricação de plástico Bifenóis, alquifenóis

Estrogênio

Estrogênios sintéticos

Etinil estradiol

Estrogênios sintéticos

Dietilestilbestrol

Farmacocinética dos estrogênios

Liga-se fortemente a α-globulina Estradiol (no fígado) ESTRONA E

ESTRIOL Leite materno: excretados em

pequenas quantidades

Efeito fisiológico dos estrogênios

Amadurecimento da mulher Desenvolvimento da vagina, útero e tuba

uterina Desenvolvimento do estroma e ductos

mamários Fechamento das epífises dos ossos Crescimento de pelos axilares e pubianos Alteram a distribuição da gordura corporal

(contorno típico do corpo feminino

Efeito fisiológico dos estrogênios

Efeito endometrial Crescimento do músculo uterino Desenvolvimento do revestimento

endometrial

Efeito fisiológico dos estrogênios

Efeitos metabólicos e cardiovasculares Manutenção da função e estrutura dos

vasos sanguíneos Diminuição da reabsorção óssea ↑ Lipoproteínas de alta densidade (HDL) ↓ Lipoproteínas de baixa densidade (LDL) ↑ coagulação sanguínea

Efeito fisiológico dos estrogênios

Outros efeitos Facilitam a perda de líquido

intravascular para o espaço extravascular = EDEMA

↓Volume plasmático = retenção de sódio e água pelo rim

Progesterona / Progestinas Precursor dos estrogênios

Sintetizada no ovário (corpo lúteo) e nas supra-renais a partir do colesterol circulante

Gravidez: placenta sintetiza e libera grandes quantidades

Progestinas sintéticas

Progestinas sintéticas

Farmacocinética da progesterona

Rápida absorção por qualquer via Meia-vida no plasma ≈ 5 min Armazenamento temporário na

gordura corporal Quase totalmente metabolizada pelo

fígado (ineficácia na via oral)

Efeito fisiológico da progesterona

Efeitos metabólicos Estimula a lipoproteína lipase = favorece

deposição de gordura

↑ Níveis basais de insulina e resposta da insulina à glicose

↑Secreção de aldosterona = ↓ reabsorção de Na+

Efeito fisiológico das progestinas sintéticas

Antagonizam a retenção de sódio

Não sustentam a gravidez (em laboratório)

TIPOS DE ANTICONCEPCIONAIS

Contraindicações ao uso de anticoncepcionais combinados

Orais monofásicos 21 cpr

USO – Contraceptivos orais monofásicos 21 comprimidos 1ª cartela

Iniciar no 1º dia do ciclo 1 cpr/dia durante 21 dias Pausa: 7 dias

Demais cartelas Reiniciar no 8º dia da pausa 1 cpr/dia durante 21 dias Pausa: 7 dias

Orais monofásicos 24 e 28 cpr

USO – Contraceptivos orais monofásicos 24 comprimidos 1ª cartela

Iniciar no 1º dia do ciclo 1 cpr/dia durante 24 dias Pausa: 4 dias

Demais cartelas Reiniciar no 5º dia da pausa 1 cpr/dia durante 24 dias Pausa: 4 dias

USO – Contraceptivos orais monofásicos 28 comprimidos 1ª cartela

Iniciar no 1º dia do ciclo 1 cpr/dia durante 28 dias

Não há pausa Inicia-se nova cartela sempre no 1º

dia do ciclo

Orais bifásicos

USO – Contraceptivos orais bifásicos 22 comprimidos (GRACIAL)

1 cpr/dia durante 22 dias Pausa de 6 dias Reiniciar no 7º dia de pausa

28 comprimidos (MERCILON conti) Não há pausa

Orais trifásicos

USO – Contraceptivos orais trifásicos Tomar 1 cpr/dia durante 21 dias Fazer pausa de 7 dias e iniciar nova

cartela no 8º dia da pausa

*comprimidos de cores diferentes

Orientações gerais

Esquecimento 1 cpr menos de 12 h: tomar assim que

lembrar (não há perda da eficácia)

1 cpr mais de 12 h (↓ proteção contraceptiva)

+ de 1 cpr = ↓ ↓ .. proteção contraceptiva +12 hs

a) < 4dias b) supressão do eixo hipofisário = 7 dias de

ingestão contínua

Orientações gerais

Reiniciar o uso mesmo na vigência de fluxo menstrual

Não reiniciar o uso se não houver fluxo menstrual

Aumento da PA, edema de MMII, surgimento de enxaqueca = médico

INJETÁVEIS COMBINADOS

Injetáveis combinados - Administração

Injeção IM profunda a cada 30 dias Tolerância de até 3 dias para aplicação

1ª injeção deverá ser aplicada no 1º dia do ciclo (máx. 8º dia)

Injetáveis combinados - Administração

Esquecimento Menos de 14 semanas = pode ser feita

nova aplicação

Mais de 14 semanas * aplicação somente se não houve relação

sexual nos últimos 10 dias e β-HCG negativo (USO DE PRESERVATIVOS DURANTE 2 SEMANAS)

PROGESTOGÊNIOS INJETÁVEIS

Progestogênios injetáveis - Administração Injeção IM profunda a cada 3 meses

Tolerância de até 3 dias para aplicação

1ª injeção deverá ser aplicada nos primeiros 5 dias da menstruação (efeito alcançado após 24 horas)

PROGESTOGÊNIOS ORAIS

Progestogênios orais - uso tomar 1 cpr por dia (sem

interrupção)

1ª cartela: inicia-se no primeiro dia da menstruação

Estado puerperal logo após o parto ou 14 dias antes do retorno da atividade sexual

Progestogênios orais - uso Esquecimento

3 horas de atraso: método adicional por 48h

1 ou 2 comprimidos: tomar assim que lembrar e outro no horário habitual + método adicional

** a eficácia contraceptiva pode ser perdida em 27 h após a última dose

Anticoncepcional de emergência “pílula do dia seguinte” Levonorgestrel 0,75mg e 1,5mg

Uso (até 72 horas da relação sexual)

2 doses de 0,75mg: intervalo de 12 horas

1,5 mg: dose única

Anticoncepcional de emergência “pílula do dia seguinte”

Implante subcutâneo

Endoceptivo

Liberação de 20 microgramas de levonorgestrel por dia

Redução do sangramento em até 90%

Efeitos indesejáveisEfeitos indesejáveis

Spotting ou manchas: são frequentes nos 2 -3 primeiros meses;

Amenorréia: 20% em 1 ano e 50% em 5 anos;

Efeitos hormonais: sensibilidade mamária, acne (14%);

Outros efeitos: dor abdominal, dor nas costas, cefaléia, depressão, náuseas, edema.

REAÇÕES ADVERSAS

Efeitos leves

Náusea Mastalgia Edema Cefaléia transitória

Efeitos moderados

Sangramento inesperado (spot)

Ganho de peso Aumento da

pigmentação cutânea

Acne hirsutismo

REAÇÕES ADVERSAS

Efeitos graves

Doença tromboembólica venosa

* Relação ao conteúdo estrogênico

REAÇÕES ADVERSAS

Efeitos graves

Infarto do miocárdio

REAÇÕES ADVERSAS

Efeitos graves

Doença vascular cerebral

REAÇÕES ADVERSAS

Efeitos graves

Distúrbios gastrintestinais Icterícia

Doença da vesícula biliar

REAÇÕES ADVERSAS

Efeitos graves

Depressão

Câncer

-Benzodiazepínicos- Barbitúricos- Derivados da tetraciclina - Derivados da rifamicina- Produtos tireoidianos- Carbamazepina- Oxcarbazepina- Fenitoína

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

- Penicilinas- Topiramato- Derivados retinóicos- Acitretina- Hypericum perforatum (erva de são joão)-Griseofulvina- Derivados cumarínicos

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