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CONTRIBUIÇÃO DE ICT AO PROCESSO DE INOVAÇÃO

EM MPEs DE BASE TECNOLÓGICA

UMA EXPERIÊNCIA REAL

Eduardo Grizendi e Guilherme Marcondes

Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações

Santa Rita do Sapucaí, MG.

Resumo – A dificuldade em inovar de uma MPE (Micro e Pequenas Empresa) de base tecnológica

está relacionada, em grande parte, à dificuldade da empresa em perpetuar, ainda que de maneira

não formal, sistemática e metodológica, o processo de inovação que motivou o seu nascimento. O

Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações, em parceria com o Sebrae-MG, está finalizando

um projeto de apoio à inovação em 36 MPEs de base tecnológica, do APL (Arranjo Produtivo

Local) de Eletrônica e Telecomunicações, de Santa Rita do Sapucaí, MG. O projeto está sendo

desenvolvido observando-se os conceitos e apoiando-se fortemente nas diretrizes do Manual de

Oslo, versão traduzida pela Finep. A ótica é o Modelo Interativo de processo de inovação. A P&D

não é vista como única base da inovação e a abordagem seqüencial é considerada somente como

um dos seus caminhos da inovação.

Palavras Chave - Inovação, Empresa de Base Tecnológica, Processo de Inovação, Modelo

Interativo de Inovação, MPE, APL.

Abstract – The difficulty in innovating of a SME (Small and Medium Enterprise) technology based

is related, in a large extent, the difficulty of the company in perpetuating, still that in not formal ,

systematic and methodological way, the innovation process that motivated its birth. The Inatel -

Instituto Nacional de Telecomunicações (Santa Rita do Sapucaí, MG, Brazil) in partnership with

Sebrae-MG (Minas Gerais, Brazil) is finishing a project of support to the innovation in 36 SMEs

technology based, from the Electronics and Telecommunications cluster of Santa Rita do Sapucaí.

The project is being developed observing the concepts and supporting themselves strongly in the

drivers of the Manual of Oslo. The approach is the Interactive Model of innovation process. The

R&D is not seen as unique base of the innovation and the sequential approaching is only

considered as one of its ways of the innovation.

Index Terms - Innovation, Technology Based Firm, Innovation Process, Interactive Model, SME,

Technological Cluster.

1. Introdução

A dificuldade em inovar de uma MPE de base tecnológica está relacionada, em grande parte, à

dificuldade da empresa em perpetuar, ainda que de maneira não formal, sistemática e metodológica,

o processo de inovação que motivou o seu nascimento.

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O Inatel, em parceria com o Sebrae-MG, está finalizando um projeto de apoio à inovação em MPEs

(Micro e Pequenas Empresas) de base tecnológica, do APL (Arranjo Produtivo Local) de

Eletrônica e Telecomunicações de Santa Rita do Sapucaí, MG. A região também é conhecida como

Vale da Eletrônica. Trinta e seis empresas aderiram ao projeto, atraídas pela motivação de

aumentarem seus graus de inovatividade e experimentando um processo estruturado de busca da

inovação. O projeto tem duração de 12 (doze) meses, iniciou-se em Abril de 2005 e deverá

terminar em Março de 2006.

Este artigo relata esta experiência de contribuição de uma ICT para o processo de inovação nas

empresas. Inicialmente são apresentados o objetivo, a abordagem assumida e as etapas de

desenvolvimento do projeto . Posteriormente, são apresentados diagnósticos para a inovação, alguns

deles comparados com dados da PINTEC 2003 [1] e finalmente, são apresentadas as conclusões.

2. O Objetivo do Projeto O objetivo do projeto é apoiar MPEs pertencentes ao APL de Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí a

desenvolverem inovações tecnológicas que possam:

• Se transformar em novos produtos, serviços ou processos de produção

• Contribuir para a melhoria de seus produtos, serviços ou processos existentes

A definição assumida para inovações é a de Inovações Tecnológicas em Produtos e Processos

(TPP), compreendendo “as implantações de produtos e processos tecnologicamente novos e

substanciais melhorias tecnológicas em produtos e processos”, do Manual de Oslo, versão traduzida

pela Finep [2].

3. A Abordagem e as Etapas do Projeto

As ações do projeto apoiaram-se fortemente nas diretrizes do Manual de Oslo, versão traduzida

pela Finep. Isto trouxe como benefício para o projeto conceitos, definições e metodologias para

coleta e interpretação de dados extremamente úteis para um maior entendimento do processo de

inovação.

O modelo estimulado de processo de inovação é o do Modelo Interativo [3]. Nele, o centro da

inovação é a empresa. A inovação é uma atividade principalmente da empresa. A visão é que da

empresa derivam as iniciativas que vão possibilitar a inovação, partindo-se de necessidades do

mercado, apoiando-se no conhecimento científico já existente ou buscando um novo conhecimento

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científico ou tecnológico. A P&D não é vista como única base para a inovação e a abordagem do

modelo linear, essencialmente seqüencial, é considerada somente como um dos seus caminhos.

A abordagem utilizada pelo projeto para se atingir o objetivo proposto foi de:

• Estimular a empresa a refletir sobre o seu grau de inovatividade;

• Ajudar a empresa a olhar adiante, para saber aonde ir;

• Capacitar a empresa para que ela consiga chegar aonde ela quer ir;

• Motivar a empresa a realizar a inovação;

A Figura 1 a seguir ilustra esta abordagem.

Figura 1 – Abordagem do Projeto ADI

A partir desta abordagem, foram definidas diversas etapas para o projeto, conforme apresentado na

figura 2 a seguir.

Entender Olhar adiante Capacitar-se Fazer

• A minha empresa é inovadora?

• Ela tem capacidade de inovar?

• Como está a minha empresa em relação às outras?

• Qual o caminho rumo à inovação minha empresa deve seguir?

• Para onde vou?

• Quais as capacitações (ferramentas) devo ter de forma a seguir o caminho rumo à inovação?

• Mãos à obra

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Figura 2 – Etapas do Projeto ADI

A Etapa 1 - Diligência para Inovação, consistiu na realização de visitas às empresas participantes do

projeto com o objetivo de mapear as competências tecnológicas e as demandas para

desenvolvimento do processo de inovação dentro da empresa..

Entre as ações desta etapa, destacam-se:

• Identificação de um “padrão” de empresa, baseado nas variáveis que sustentam os

indicadores e as melhores práticas em inovação tecnológica;

• Elaboração de um questionário para coleta de dados que subsidiaram a análise das

empresas em comparação com os parâmetros do “padrão”;

• Visitação e aplicação do questionário nas empresas participantes do projeto;

• Consolidação dos dados, por empresa e total, e divulgação do relatório com a análise

setorial do Projeto ADI.

Os relatórios da primeira etapa foram individualizados e trouxeram percepções da equipe de

especialistas do projeto sobre oportunidades de fortalecimento do processo de inovação dentro das

empresas.

A coleta de dados seguiu as diretrizes do Manual de Oslo, definindo-se 5 (cinco) fatores de

avaliação da capacidade inovadora das empresas:

• Alocação da Equipe

• Perfil da Equipe de P&D

Diligência para Inovação

Diligência para Inovação

Prospecção T ecnológica

Prospecção T ecnológica

Capacitação para Inovação

Capacitação para Inovação

Plano de Inovação

T ecnológica

Plano de Inovação

T ecnológica

Comercialização de EBT

Comercialização de EBT

Comercialização de EBT

Plano de Inova-ção Tecnológica

Capacitação para Inovação

Prospecção Tecnológica

Diligência para Inovação

Etapas do programa MarFevJanDezNovOutSetAgoJulJunMai

20062005

Comercialização de EBT

Plano de Inova-ção Tecnológica

Capacitação para Inovação

Prospecção Tecnológica

Diligência para Inovação

Etapas do programa MarFevJanDezNovOutSetAgoJulJunMai

20062005

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• Recursos investidos em P&D

• Fontes para identificação de oportunidades inovadoras

• Fatores que prejudicam as atividades de inovação

Na Etapa 2 – Prospecção Tecnológica, fez-se estudos de cenários e de tendências de diversos

segmentos, entre eles os segmentos de produtos eletro-eletrônicos e de tecnologia da informação.

Essa etapa foi importante para fomentar os tomadores de decisão das empresas, de informações em

relação aos direcionamentos que as tecnologias estão tomando no médio e longo prazo. Esse

reconhecimento de cenários futuros facilitou a escolha de ações estratégicas de desenvolvimento de

inovações tecnológicas.

As principais ações relativas a essa etapa foram:

• Definição de áreas temáticas, com base no levantamento de publicações dos setores e

análise da matriz de tecnologias relacionadas ao setor;

• Realização de estudos exploratórios setoriais definidos na etapa anterior;

• Divulgação dos resultados dos estudos temáticos através de “Encontros da Inovação”

individuais com cada empresa;

• Edição dos conteúdos em meios gráfico e digital e entrega a cada empresa um relatório

individual;

Ao final desta etapa, as empresa obtiveram, individualmente, informações sobre o mercado no qual

cada uma está inserida, as tecnologias promissoras e as tendências de novos produtos, úteis para

identificarem oportunidades de inovações futuras.

A Etapa 3 – Capacitação para Inovação, consistiu na realização de atividades de capacitação

(cursos, seminários, workshops, etc.) identificadas como necessárias durante a Etapa 1 - Diligência

para a Inovação, e cujos conteúdos abordaram, entre outros, a dinâmica e o dilema da inovação,

propriedade intelectual, análise de viabilidade econômica e pesquisa de mercado.

As atividades de capacitação envolveram aproximadamente 192 horas de atividades. Os principais

cursos e seminários ministrados foram:

• Em relação às Competências em Inovação

o Gestão para Inovação;

o Plano de Inovação Tecnológica;

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o Aquisição e Proteção do Conhecimento Tecnológico;

o Identificação de Alternativas de Financiamento / Fomento;

• Em relação às Competências Gerenciais

o Análise de Viabilidade Econômica;

o Análise de Riscos;

o Pesquisa de Mercado;

o Gestão de Desenvolvimento de Produtos;

o Gerência de Projetos;

o Comercialização de Novas Tecnologias;

o Lançamento de Novos Produtos;

o Qualidade total na pequena empresa;

• Em relação às Competências Específicas

o Engenharia de Software;

o Java Básico;

o Linguagem C;

o Projeto orientado à Certificação;

o Metrologia na Indústria;

Além destas, duas importantes capacitações foram programadas. Uma, sobre os Instrumentos de

Fomento à Inovação, já foi realizada. Com ela, foi possível levar às empresas, o conhecimento das

fontes de recursos para o financiamento de atividades de inovação, entre eles, os fundos setoriais, os

editais públicos de recursos de fomento (Finep, Fapemig, CNPq, etc.) e os fundos de investimentos

privados. Outra, que fará o fechamento do projeto em Março de 2006, é representada pelo Curso

Básico de Patentes, ministrado pelo INPI – Instituto Nacional de Propriedade Intelectual e abordará,

entre vários tópicos, uma sensibilização pela importância da proteção da propriedade intelectual,

informação tecnológica contida na documentação de patentes e Classificação Internacional de

Patentes, além de uma demonstração prática de busca de documentos de patente via Internet e um

treinamento para uso de bases internacionais em CD-Rom e on-line

A Etapa 4 – Plano de Inovação Tecnológica, consistiu na orientação para elaboração individual de

um plano de inovação tecnológica em cada empresa. A dedicação individual de cada empresa foi

fundamental para o sucesso do plano.

Entre as atividades realizadas nesta etapa, pode-se destacar:

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• Definição, com cada uma das empresas, da equipe que iria atuar no processo de

elaboração do plano;

• Identificação das oportunidades de inovação nos horizontes de curto, médio e longo

prazo para essas tecnologias, tendo como base os resultados da Etapa 1 e da Etapa 2;

• Elaboração de um plano de desenvolvimento tecnológico para cada uma das empresas.

Esse plano pôde ser para uma inovação de produto ou processo cujas atividades já

estavam em andamento ou que ainda;

• Seleção, junto com a equipe de tecnologia de cada empresa, de um objeto alvo para

execução orientada de um projeto de desenvolvimento de produto, serviço ou processo;

• Elaboração de um “módulo” de orientação para a implantação do Plano de

Desenvolvimento Tecnológico;

• Orientação (“mentoring”) das empresas em:

o Processo de desenvolvimento;

o Desenvolvimento de projetos orientado à certificação;

o Metrologia e ensaios de produtos;

o Gestão de projetos;

• Orientação para a execução do projeto piloto de desenvolvimento de um produto,

serviço ou processo.

O Plano de Inovação Tecnológica foi a etapa que englobou os conhecimentos adquiridos nas demais

etapas. Após conhecer a empresa e seus indicadores de inovação (Etapa 1), identificar as tendências

tecnológicas (Etapa 2) e se capacitar para o desenvolvimento de inovações (Etapa 3), a Etapa 4

consistiu na aplicação desses conhecimentos, de forma estruturada, através de um plano. Cada

empresa pôde, portanto, se organizar para implantar suas inovações tecnológicas.

A Etapa 5 – Comercialização de Tecnologias, última etapa do projeto, desenvolveu junto com cada

empresa um roteiro para lançamento da inovação, quando produto ou serviço.

A Figura 3 sintetiza a abordagem e as etapas do projeto.

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Figura 3 – Etapas do Projeto ADI

4. Algumas reflexões sobre Dados Coletados no Projeto

Algumas reflexões sobre os dados coletados na Etapa 1 – Diagnóstica para Inovação e consolidados

na Etapa 4 – Plana de Inovação Tecnológica, trazem informações interessantes.

A primeira é que as incubadoras de Santa Rita do Sapucaí têm importante papel na motivação para

as empresas inovarem. A cidade possui 2 (duas) incubadoras, uma operada pelo próprio Inatel e

outra pela prefeitura. Cerca de 28% das empresas do projeto são incubadas e outras 25% delas

passaram por uma destas incubadoras. A Figura 4 mostra o importante papel das incubadoras como

motivadoras pela inovação.

Figura 4 – Papel das Incubadoras de Santa Rita do Sapucaí como motivadoras pela Inovação

Diligência para Inovação

Diligência para Inovação

Prospecção T ecnológicaProspecção T ecnológica

Capacitação para InovaçãoCapacitação

para Inovação

Plano de Inovação

T ecnológica

Plano de Inovação

T ecnológica

Comercialização de E B T

Comercialização de E BT

EntenderEntender Olhar adianteOlhar adiante Capacitar-seCapacitar-se FazerFazerEntenderEntender Olhar adianteOlhar adiante Capacitar-seCapacitar-se FazerFazer

Relatório da

Diligência para Inovação

Relatório da

Diligência para Inovação

Relatório de Prospecção

Tecnológica Encontros de

Inovação

Relatório de Prospecção

Tecnológica Encontros de

Inovação

Material dos Cursos e

Seminários Ministrados

Material dos

Cursos e Seminários

Ministrados

Plano de Inovação

Tecnológica

Plano de Inovação Tecnológica

Plano de

Lançamento e Comercialização

Plano de

Lançamento e Comercialização

� Realização de

pesquisa primária com as

empresas participantes

� Entrevistas com

os empresários

� Realização de

pesquisa

primária com as empresas

participantes

� Entrevistas com

os empresários

� Classificação das atividades

das empresas do projeto

� Levantamento das tendências

do setor

� Encontros de Inovação

� Classificação das atividades

das empresas do projeto

� Levantamento

das tendências do setor

� Encontros de Inovação

� Realização de

cursos e

seminários com base no

diagnóstico de capacitações

requeridas realizado na

etapa 01

� Capacitação em Atração de

Recursos de Fomento

� Realização de cursos e

seminários com base no

diagnóstico de

capacitações requeridas

realizado na etapa 01

� Capacitação em Atração de

Recursos de Fomento

� Reuniões com as

empresas para

definição do projeto inovador

a ser implementado

� Elaboração do Plano de

Inovação

Tecnológica

� Acompanha-

mento da implementação

� Reuniões com as empresas para

definição do projeto inovador

a ser implementado

� Elaboração do

Plano de Inovação

Tecnológica

� Acompanha-

mento da

implementação

� Elaboração do

plano de lançamento e

comercialização

do produto inovador

desenvolvido (ou em

desenvolvimento) pelo projeto

� Elaboração do plano de

lançamento e comercialização

do produto inovador

desenvolvido (ou

em desenvolvimento)

pelo projeto

Abordagem

Etapas

Modo de Operação

“Deliverables”

Empresas Pesquisadas(Incubadas e Não-Incubadas)

Caracterização das empresas não incubadas

Caracterização das empresas não incubadas

28%

72%

Não Incubadas

Incubadas

TipoTipoTipo

TOTAL36 empresas 9

17

26

Graduadas Outras Total

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Em relação ao ramo de atividade das empresas do projeto, constatou-se que 72% das empresas do

projeto têm como atividade principal a fabricação de eletroeletrônicos. Isto evidencia a vocação de

Santa Rita do Sapucaí por hospedar empresas de eletrônica, daí ela ser conhecia como Vale da

Eletrônica. A Figura 5 mostra os principais ramos de atividades das empresas pesquisadas.

Figura 5 – Setores de Atividades das Empresas do Projeto ADI

Em relação à alocação de recursos em P&D, a consolidação dos dados mostrou que as empresas do

projeto alocam mais recursos em P&D do que as empresas tomadas como referência (“padrão”).

Elas também alocam seus recursos humanos em P&D, em média, na mesma proporção das

empresas ganhadoras do prêmio Finep de Inovação Tecnológica. As Figuras 6 e 7 apresentam a

alocação da equipe por área de atuação e em detalhes a alocação da equipe de P&D, incluindo

comparativo com as empresas da PINTEC 2003.

Figura 6 – Alocação de Equipe nas Empresas do Projeto ADI

Empresas Pesquisadas(por atividade)

Outros

8%Fabricação de

Eletroeletrônicos -

Partes e peças

19%

Tecnologia da

Informação

25%

Fabricação de

Eletroeletrônicos -

Produto Final

47%

TOTAL36 empresas

Alocação da Equipe(por área de atuação)

27%16%

42%

41%

31%42%

Empresas

Pesquisadas

Empresas de

Referência

Administrativo / Comercial

Produção

P&D

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Figura 7 – Alocação de Equipe em P&D nas Empresas do Projeto ADI

O perfil das empresas – micro e pequenas – contribui para essa constatação sobre a alocação da

equipe em P&D. Grande parte delas é de pequeno porte. Entretanto, as 27 empresas que

responderam o questionário empregam 304 funcionários, ou seja, uma média de 11 funcionários por

empresa.

A origem dos recursos aplicados em P&D é sem dúvida o capital próprio das empresas. Isto quer

dizer que há muito espaço para as empresas buscarem outras fontes de recursos, incluindo recursos

de agências de fomento e bancos de desenvolvimento, justificando a capacitação de instrumentos de

fomento ministrada na Etapa 3. A Figura 8 mostra a proporção entre capital próprio e capital de

terceiros do total de recursos investidos em P&D.

Figura 8 – Origem dos Recursos Investidos em P&D nas Empresas do Projeto ADI

Alocação da Equipe em P&D(tempo de alocação – média entre as empresas)

1%

4%

16%

16%

27%

27%

PINTEC (Brasil)

PINTEC (Setor)

Referências do APL

Referências Nacionais

Empresas Ganhadoras do Prêmio Finep

Empresas Pesquisadas

PINTEC (Brasil)

PINTEC (Setor)

Referências do APL

Referências Nacionais

Empresas Ganhadoras do Prêmio Finep

Empresas Pesquisadas

Equipe Alocada em P&D(por nível de qualificação)

16%6% 9% 8%

48%

26%

44%

65%

45%

45%

48%38%

PINTEC

BrasilSetorReferências

do APLEmpresas

Pesquisadas

PINTEC

BrasilSetorReferências

do APLEmpresas

Pesquisadas

Nivel Técnico

Pós-graduados

Nível Superior

Nivel Técnico

Pós-graduados

Nível Superior

Origem dos Recursos Investidos em P&D

Capital

Próprio

96%

Capital de

3os

4% TOTAL27 empresas**

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Finalmente, em relação às fontes de identificação de oportunidades inovadoras, a consolidação dos

dados mostrou importantes fontes não exploradas profundamente pelas empresas, comparadas com

a PINTEC 2003 do setor, entre elas Concorrentes, o próprio Departamento de P&D, as Outras

Áreas da Empresa (por exemplo, marketing) e Fornecedores, este último importantíssimo por se

tratar do setor de eletrônica. A Figura 9 destaca estas fontes.

Figura 9 – Fontes de Identificação de Oportunidades Inovadoras das Empresas do Projeto ADI

Em relação aos fatores que limitam as atividades inovadoras das empresas do projeto,

comparativamente com a PINTEC 2003 do setor, constatou-se que os fatores Falta de pessoal

qualificado e Falta de Informações sobre o Mercado diferem significativamente da média das

empresas da PINTEC 2003 do setor. A Figura 10 mostra estes fatores comparativamente com a

PINTEC 2003 do setor.

Fontes de Identificação de Oportunidades Inovadoras(% de empresas que apontaram como de alta ou média importância)

6%

67%

37%

70%

5%

52%

68%

23%

14%

Empresas PesquisadasEmpresas PesquisadasEmpresas Pesquisadas

28%

36%

64%

67%

17%

67%

40%

61%

17%

Divulgação de patentes

Universidades e Institutos

Empresas de Consultoria

Fornecedores

Outras áreas da empresa

Depto. P&D

Concorrentes

Conferências, feiras, reuniões

Clientes

Divulgação de patentes

Universidades e Institutos

Empresas de Consultoria

Fornecedores

Outras áreas da empresa

Depto. P&D

Concorrentes

Conferências, feiras, reuniões

Clientes

Fonte Externa

Fonte Interna

Informações disponíveis

Instituições de ensinoe pesquisa

Fonte Externa

Fonte Interna

Informações disponíveis

Instituições de ensinoe pesquisa

PINTEC (Setor)PINTEC (Setor)PINTEC (Setor)

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Figura 10 – Principais Fatores limitantes das Atividades Inovadoras das Empresas do Projeto ADI

5. Conclusões

O projeto está sendo concluído, mas já se pode precipitar a sua contribuição como agente motivador

e apoiador da inovação pelas empresas. O projeto serve como um exemplo de prestação de serviços

tecnológicos das ICTs ao Sistema Local de Inovação, integrado às perspectivas de desenvolvimento

local econômico e social.

Vislumbra-se, também, um potencial do projeto na contribuição aos modelos de gestão estratégica

da inovação em MPEs, representando um público-alvo significativo e ainda pouco servido de

metodologias e ferramentas de apoio à inovação tecnológica da natureza do Projeto ADI.

Reuniu-se a metodologia e as ferramentas de apoio, bem como as informações gerais do projeto, em

uma “home-page” de apoio às empresas. A Figura 11 ilustra esta “home-page”, que serve às

empresas como informativo das ações do projeto e como repositório dos documentos e relatórios do

projeto [4]. A página tem uma área aberta aos visitantes em geral e uma área fechada, somente

acessível às empresas do Projeto ADI.

Fatores que Limitam as Atividades Inovadoras(% de empresas que apontaram como de alta ou média importância)

Empresas PesquisadasEmpresas PesquisadasEmpresas Pesquisadas

36%

53%

58%

6%

14%

14%

17%

31%

44%

17%

PINTEC (Setor)PINTEC (Setor)PINTEC (Setor)

Dificuldade para se adequar a padrões

Escassez de possibilidades de cooperação

Rigidez organizacional

Escassez de serviços técnicos

Fraca respostas dos consumidores

Falta de informações sobre o mercado

Riscos econômicos excessivos

Falta de pessoal qualificado

Elevados custos de inovação

Escassez de fonte de financiamento

Dificuldade para se adequar a padrões

Escassez de possibilidades de cooperação

Rigidez organizacional

Escassez de serviços técnicos

Fraca respostas dos consumidores

Falta de informações sobre o mercado

Riscos econômicos excessivos

Falta de pessoal qualificado

Elevados custos de inovação

Escassez de fonte de financiamento

21%

44%

37%

8%

3%

8%

3%

6%

4%

5%

Fatores Econômicos

Fatores das Empresas

Outras Razões

Fatores Econômicos

Fatores das Empresas

Outras Razões

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Figura 11 – “Home-page” do Projeto ADI

6. Referências

[1] IBGE, “PINTEC 2003 – Pesquisa Industrial Inovação Tecnológica”, IBGE, Rio de Janeiro, 2005;

[2] OCDE, “Manual de Oslo - Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados

sobre Inovação Tecnológica, tradução FINEP, Rio de Janeiro, 2004

[3] Kline, S; Rosenberg, N., “An Overview of Innovation”, Landau, R; Rosenberg, N. (orgs.),

The Positive Sum Strategy, Washington, DC: National Academy of Press, 1986.

[4] Inatel, “Projeto ADI”, www.inatel.br/ADI

Eduardo Grizendi é engenheiro eletrônico formado pelo ITA, São José dos Campos, SP.

Possui Mestrado em Telecomunicações pelo Inatel e MBA pela FGV. É professor da

cadeira de Negócios em Telecomunicações do Inatel – Instituto Nacional de

Telecomunicações, em Santa Rita do Sapucaí. MG e Diretor de Apoio a Incubadoras e

Parques Tecnológicos da Agência de Inovação Inova da Unicamp, em Campinas, SP. Pode

ser contatado através dos e-mails [email protected] e [email protected].

Guilherme Marcondes é formado em Engenharia de Telecomunicações pelo Inatel -

Instituto Nacional de Telecomunicações, Santa Rita do Sapucaí, MG. Possui mestrado pela

mesma instituição. É professor da cadeira de Projetos de Sistemas de Informação e Gerente

da ICC – Inatel Competence Center, um centro de desenvolvimento de projetos, da mesma

instituição. Pode ser contatado através do e-mail [email protected] .