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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pedagogia Josiane Cristina Cardoso Leticia Andrade de Souza Lima CONTRIBUIÇÃO DOS CONTOS DE FADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL LINS SP 2016

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pedagogia

Josiane Cristina Cardoso

Leticia Andrade de Souza Lima

CONTRIBUIÇÃO DOS CONTOS DE FADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

LINS – SP

2016

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JOSIANE CRISTINA CARDOSO

LETICIA ANDRADE DE SOUZA LIMA

CONTRIBUIÇÃO DOS CONTOS DE FADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação do Prof. Dr Luiz Carlos de Oliveira e orientação técnica da Profª Ma. Fatima Eliana Frigatto Bozzo

LINS – SP 2016

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Josiane Cristina Cardoso

Leticia Andrade de Souza Lima

CONTRIBUIÇÃO DOS CONTOS DE FADAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro

Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de graduação

do curso de Pedagogia.

Aprovado em ________/________/________

Banca Examinadora:

Prof (a) Orientador (a): Luiz Carlos de Oliveira

Titulação: Dr. Em educação escolar pela UNESP/Araraquara

Assinatura: _________________________________

1º Prof(a): Denise Rocha Pereira

Titulação: Mestra em Educação –linha de pesquisa – Psicologia da Educação :

Processos Educativos e Desenvolvimento Humano – pela UNESP-Marília.

Assinatura: _________________________________

2º Prof(a): Paulo Sergio Fernandes

Titulação: Mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada- UNESP-Assis.

Assinatura: _________________________________

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DEDICATÓRIA Dedico aos meus pais Tereza Cristina Lopes Cardoso e Odário Cardoso, por

todo apoio e esforço para a realização de um sonho concretizado, a meu Noivo Plinio

Marcos da Silva Ferreira pela paciência e dedicação as ajudas necessárias por mim

prestadas, a minha amiga e parceira Leticia Andrade de Souza Lima, por toda a amizade

e parceria construída nesta caminhada.

Josiane Cristina Cardoso

Dedico a minha mãe Alzira Andrade pela confiança e total apoio a essa

caminhada vitoriosa, em minhas decisões e por tudo que superamos na vida juntas,ao

meu pai Nestor de Souza Lima Filho por ter nesses quatro anos de luta me ajudado a

caminhar sempre ao meu lado, minha irmã Bruna Andrade de Souza Lima por sempre

estar ao meu lado me ajudando nas horas mais difíceis. Dedico também a minha amiga

Josiane Cristina Cardoso que teve comigo, pelo incondicional apoio durante todo esse

temo e esforço que tivemos juntas, fomos companheiras em todas as horas.Dedico

também a todos os professores envolvido . Enfim muitíssimo obrigada a todos.

Letícia Andrade de Souza Lima

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AGRADECIMENTOS

Nenhuma batalha é vencida sozinha. No decorrer desta luta algumas pessoas

estiveram ao meu lado e percorreram este caminho apoiando e me estimulando para que

eu buscasse a minha vitória e a conquista do meu sonho.

Agradeço em primeiro lugar a Deus, que me deu força, saúde e proteção nas

viagens diárias para que eu chegasse onde estou.

Um agradecimento mais que especial aos meus pais, que sempre foram exemplo

de pessoas na minha vida, integras e corretas me ensinaram sempre a andar com a

honestidade e a verdade, sempre estiveram todo o tempo do meu lado, obrigada pai e

mãe sem vocês esta conquista não seria possível.

Agradeço ao meu noivo Plínio Marco da Silva Ferreira, por toda a paciência,

apoio e ajudas necessários para percorrer este caminho.

Agradeço a minha amiga parceira Leticia Andrade de Souza lima por toda

parceria e amizade que teve comigo, me ajudando me apoiando e sempre cuidando de

mim, obrigada Le quero sua amizade para sempre, tenho certeza que um dia

trabalharemos juntas como trabalhamos no Pibid, não teria ficado todo aquele tempo se

não tivesse você do meu lado

Não posso deixar de agradecer o colégio Centro Educacional John F. Kennedy

Júnior localizado na cidade de Cafelândia pela oportunidade do meu primeiro trabalho

na área infantil, por sempre que precisei atendeu minhas necessidades serie grata

eternamente por esta oportunidade, junto com minhas parceiras de trabalho e amigas:

Ana Carla Camargo Marques, Fernanda Vieira Camargo, Maria Angélica Vieira ,

Patrícia Brochato e Vanessa Badanai Marques, que sempre me apoiaram e me

incentivaram e nunca negaram qualquer tipo de ajuda que precisei, obrigada meninas,

estamos junto sempre !

Agradeço todos os meus professores que sempre foram incansáveis na arte de ensinar.

Como dizia Antonie Saint Exupéry em sua obra prima “O pequeno Príncipe”

“ Foi o tempo que perdeste a tua rosa, que fez a tua rosa tão importante”

Josiane Cristina Cardoso

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar por ter me dado saúde e força a

essa vitoria de fazer uma faculdade, agradeço por ter iluminando esses quatro

anos a estrada que venho todos os dias, a família que tenho que sei que sem

eles nada disso seria possível e por toda força que eles me deram durante

esses anos.

Agradeço minha família, mãe pai e Irma por ter me ajudado

financeiramente e não mediu esforços para me ajudar, ao carinho e afeto que

tiveram esse tempo, sempre tiveram ao meu lado me amando e sempre

suprindo as minhas necessidades. Serei grata a tudo que fizeram por mim.

Não posso deixar de agradecer a todos os professores que tiveram

durante essa fase da minha vida, por todas as orientações e direções e dos

momentos de alegrias, descontrações, aprendizagem e dificuldade em sala

E agradeço muito minha amiga Josiane por todo esse tempo juntas por

ter aturado as minhas brincadeiras que não tiveram graças, por ter me ajudado

em horas difíceis, pelos dois anos de PIBID que fizemos juntas onde

aprendemos muito, agradeço muito por ter essa pessoa com o nome Josiane

em anjo em forma de humano que Deus colocou na minha vida que vai ficar

para sempre que amo muito.

E não posso esquecer-me de todos os amigos que fiz nessa jornada e

muitas aventuras.

Letícia Andrade de Souza Lima

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RESUMO

O estudo tem como tema a utilização dos contos de fadas no contexto escolar, especificamente nas series iniciais do ensino fundamental, na importância da fantasia para o universo infantil e também destacando a possibilidade de incentivo à leitura através dessa modalidade literária. Seus objetivos são destacar o conhecimento sobre literatura infantil através da pesquisa bibliográfica, aprimorar o conhecimento sobre literatura infantil, conhecer de forma mais complexa a origem, a historia e o conteúdo dos contos de fada e suas influência na vida da criança, nos aspectos psicológico, afetivo e cognitivo e buscar meios de incentivar a leitura e a formação de leitores competentes desenvolvendo nos alunos o senso crítico. O método de trabalho adotado é a pesquisa bibliográfica que consiste na seleção, leitura e analise de ideias de autores que já estudaram o assunto, visando a construção de um ponto de vista próprio através de reflexão. A leitura dos contos de fadas na escola pode despertar na criança o gosto pela literatura, ao trazer fantasia e encantamento para a sala de aula, quando trabalhada de forma significativa. Além disso, essa leitura pode também oportunizar o desenvolvimento da imaginação, dos sentimentos, da emoção e da expressão. A obtenção de resultados positivos a partir dessa proposta está vinculada, num primeiro momento, à escolha do conto adequado. Nesse sentido, é necessário que o professor considere que a estória mais importante para uma criança específica numa idade específica depende de seu estágio psicológico de desenvolvimento e dos problemas que mais a pressionam no momento. Por isso, pode-se concluir que ao trazer para a sala de aula o conto de fadas, recomenda-se utilizar como critério de seleção a preferência da criança, pois com certeza, ela escolherá, entre os muitos contos existentes, aquele que pode conter a resposta para os seus conflitos interiores.

Palavras- chave: Educação infantil; Contos de fadas ; leitura .

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ABSTRACT

The study has as its theme the use of fairy tales in the school context, specifically in the initial series of elementary school, in the importance of fantasy for the children universe and also highlighting the possibility of encouraging reading through this literary modality. Its objectives are to highlight knowledge about children's literature through bibliographic research, to improve knowledge about children's literature, to know in a more complex way the origin, history and content of fairy tales and their influence on the child's life, psychological, Affective and cognitive and find ways to encourage the reading and the formation of competent readers by developing in the students the critical sense. The method of work adopted is the bibliographical research that consists in the selection, reading and analysis of ideas of authors who have studied the subject, aiming at the construction of a point of view of their own through reflection. The reading of fairy tales in school can awaken in the child the taste for literature, bringing fantasy and enchantment to the classroom, when worked in a meaningful way. In addition, this reading can also allow the development of imagination, feelings, emotion and expression. The achievement of positive results from this proposal is bound, at first, to the choice of the appropriate story. In this sense, it is necessary for the teacher to consider that the most important story for a specific child at a specific age depends on his or her psychological developmental stage and the problems that are most pressing in the moment. When bringing the fairy tale to the classroom, it is recommended to use as a selection criterion the child's preference, since, of course, she will choose among the many existing stories that may contain the answer to her inner conflicts.

KEY WORDS: Child Education; Fairy tale; Reading.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Através dos tempos...........................................................................13

Figura 2- A psicanálise dos contos...................................................................23

Figura 3- As histórias.........................................................................................31

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................10

CAPÍTULO I – OS CONTOS DE FADAS ATRAVÉS DOSTEMPOS.............13

1 CONTOS E FADAS......................................................................................14

1.1 De onde vieram os contos de fadas...........................................................15

1.2 Por que os contos de fadas são atemporais .............................................20

CAPÍTULO II – A PSICANALISE DOS CONTOS DE FADAS........................23

1 OS CONTOS ................................................................................................24

CAPÍTULO III – LEITURA, ESCOLA E CONTOS DE FADAS: A EDUCAÇÃO

PELA SENSIBILIDADE ...................................................................................31

1 A ESCOLA E OS CONTOS ..........................................................................32

CONCLUSÃO...................................................................................................41

REFERÊNCIAS.................................................................................................43

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INTRODUÇÃO

O presente estudo se justifica como uma oportunidade de destacar a

utilização dos contos de fadas como elementos de incentivo á leitura no sentido

de encontrar novos caminhos, e poder oferecer novas propostas aos

professores que trabalham junto as crianças nas series iniciais da Educação

Infantil.

A leitura e a escrita são, nos dias de hoje, exigências fundamentais do

mercado de trabalho, o leitor se comunica com o autor do texto, enquanto que

ao escrever o autor se comunica com o leitor, ambos casos, a língua faz a

comunicação acontecer.

De acordo com os Parâmetro Curricular Nacional: língua portuguesa

(BRASIL,2001) o domínio da língua oral e escrita é fundamental para a

participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica,

tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou

constrói visões de mundo e produz conhecimentos.

A escola tem a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o

acesso aos saberes linguísticos necessários ao exercício da cidadania, que é

direito de todos, principalmente aqueles que não tiveram muitas oportunidades

de contato com os textos que circulam socialmente fora do universo escolar.

Diante da importância em se formar leitores, a escola precisa

desenvolver meios de aproximar mais as crianças e o livro, principalmente no

atual contexto, onde a televisão e o computador não requerem da criança o uso

da imaginação, já que apresentam a ela uma grande variedade de imagens

prontas.

O livro ao contrario, pode proporcionar o desenvolvimento cognitivo e da

criatividade na medida em que exigem da criança a capacidade de abstração a

criança passa ter a capacidade de imaginar, ou seja, criar uma imagem na sua

mente do que esta sendo falado pelo professor.

A vida é frequentemente desconcertante para acriança, ela precisa ter

ainda mais ter a possibilidade de se entender nesse mundo complexo com o

qual deve aprender a lidar.

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Segundo Bettehein (2002,p.13), nada é tão enriquecedor e satisfatório

para a criança do que o conto de fada:

Na verdade, em um nível manifesto , os contos de fadas ensinam pouco sobre as condições especificas da vida na moderna sociedade de massa esses contos foram inventados muito antes que ela existisse. Mas através deles pode-se aprender as soluções corretas para seus predicamentos em qualquer sociedade, do que com qualquer outro tipo de estória dentro de uma compreensão infantil. Como a criança em cada momento de sua vida está exposto à sociedade em que vive, certamente aprenderá a enfrentar as condições que lhe são próprias, desde que seus recursos interiores o permitam.

Nesse aspecto, a criança deve receber ajuda para que possa dar algum

sentido coerente aos seus sentimentos, necessita de ideias sobre a forma de

organizar seu mundo interior.

Utilizando os contos de fada no contexto escolar, torna-se possível ao

professor saber um pouco mais sobre eles, ou seja , sua origem , suas

características principais e sua influência no mundo infantil , já que muitos

afirmam que os contos podem ajudar a criança a lidar com seus conflitos.

Segundo Garcez (2004, p.19):

Os contos de fada são historias originadas na tradição popular e, mais tarde, escritas em diferentes versões que vêm atravessando gerações e gerações sem se modificar sua estrutura básica: o eterno conflito entre o bem e o mal . Isso acontece porque esses contos partem das emoções naturais dos seres humanos, que são transformados em personagens imaginários de um mundo de fantasia

A autora destaca que existe o momento certo no desenvolvimento

infantil para apresentar cada um desses contos, de acordo com sua maior ou

menor complexidade, visto que sua estrutura básica não deve ser modificada.

De acordo com Garcez (2004, p.19):

Não podemos transformar o lobo mau em lobo bom, ou a bruxa numa princesa, pois dessa forma estaríamos anulando a sua função na historia: entras em contato com os medos e dificuldades para, então, conseguir vencê-los

O resgate da magia da leitura dos contos de fadas não será a solução

dos problemas mundiais, no entanto, como eles atuam também no

inconsciente, podem ajudar muito a criança a eliminar, entender os conflitos

pelo qual está passando no momento que entra em contato com a leitura ou a

escuta deles.

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No entanto é possível afirmar que pode ser muito importante selecionar

e incluir essas historia no imaginário e na realidade das crianças, cuidando

para abranger ao máximo a riqueza de resultados que podem proporcionar.

Assim, partindo-se do enfoque da origem, da história e do teor dos

contos de fadas e de sua influência na vida da criança, especificamente no

aspecto psicológico, pretende-se enfatizar a viabilidade de seu uso pela escola.

Os objetivos foram destacar o conhecimento sobre literatura infantil

através da pesquisa bibliográfica, aprimorar o conhecimento sobre literatura

infantil, conhecer de forma mais complexa a origem, a historia e o conteúdo

dos contos de fada e suas influência na vida da criança, nos aspectos

psicológico, afetivo e cognitivo, buscar meios de incentivar a leitura e a

formação de leitores competentes desenvolvendo nos alunos o senso crítico.

Para atingir os objetivos propostos será utilizada a pesquisa

bibliográfica, que consiste na investigação do problema mediante um

referencial teórico selecionado a partir da leitura de obras que tratam do

assunto.

O estudo encontra-se dividido em três capítulos principais, a partir dos

quais foi possível elaborar algumas conclusões.

O capítulo I "contos de fadas" contém um breve histórico dos contos de

fadas, onde se comenta sua origem e suas características estruturais.

O capítulo II "A psicanálise dos contos de fadas" apresenta a relação

entre os contos de fadas e o universo infantil, muitas vezes repleto de conflitos,

medos e ansiedades, inevitáveis nessa fase do desenvolvimento da criança.

O capítulo III "Leitura, Escola e Contos de Fadas" expõe os aspectos

positivos que a leitura dos contos de fadas no contexto escolar pode trazer

para a criança.

CAPÍTULO I

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CONTOS DE FADAS Figura 1- através dos tempos

fonte: www.aliexpress.com

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1 OS CONTOS DE FADAS ATRÁVES DOS TEMPOS

Para que se possa entender a importância dos contos de fadas no

universo infantil, é indispensável, em primeiro lugar considerar como uma

modalidade literária, o que implica na abordagem de sua definição e ainda no

conhecimento de sua origem e evolução histórica já que a origem dos contos

não foi feita especialmente para as crianças, vindo posteriormente a tornar-se

parte integrante das obras da literatura infantil mundial e nos tempos atuais é

adaptada para ser uma forma de libertação que permite a criança que vivencie

seus problemas de modo simbólico, dessa forma amplia na felicidade dessa

experiência.

No livro os sete contos de fadas a autora Kupstas(1993) afirma com

suas palavras que os contos de fadas eram na verdade historias narrativas

conhecidas como mitos contadas pelos diversos povos onde se tratava de um

conflito entre a natureza e o homem.

O nascimento da Literatura infantil tem o objetivo de conduzir os valores

do novo padrão de família direcionado no reconhecimento da vida domestica

formada no casamento e na educação de herdeiros.

Segundo Coelho a literatura infantil é:

Abertura pra informação de uma nova mentalidade, alem de ser um instrumento de emoções, diversão ou prazer, desempenhada pelas historias, mitos, lendas, poemas, contos, teatro, etc., criadas pela imaginação poética ao nível da mente infantil, que objetiva a educação integral da criança, propiciando-lhe a educação humanística e ajudando-a na formação de seu próprio estilo(COELHO, 1991, p.5).

A literatura infantil é instrumento de imaginação que retrata o ser

humano, o mundo, a vida, por meio da palavra, reproduzindo os sonhos e os

acontecimentos, entre o real e o imaginário. O conto de fada é um

acontecimento impar, decorreu pela transmissão oral dos camponeses

medievais e agora se modificou em historias em quadrinhos, filme e desenhos.

Segundo Corso e Corso (2006, p.16), "os contos de fadas que

continuam encantando crianças das gerações dos computadores, consiste em

seu poder de simbolizar e resolver os conflitos psíquicos inconscientes que

ainda dizem respeito às crianças de hoje".

Carvalho (1987) diz que a estória deve ser considerada como uma

atividade doméstica, ou seja, os livros de contos infantis devem ser lidos e

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apresentados para as crianças, não somente no ambiente escolar, mas

também em seu ambiente familiar.

Sendo assim quando mais cedo à criança se interagir com os contos,

mais ela é capaz de criar um habito da leitura, já que são nos livros de estórias

que se apresenta o primeiro contato da criança com a leitura, para que isso

aconteça, é necessário que a escola não exatamente seja a dar o primeiro

passo, mas sim a continuação do que a família pode realizar deste a primeira

infância.

1.1 De onde vieram os contos de fadas

Procurando descobrir as origens da existência histórica para poder

entendemos o papel do fantástico a sua função nos dias atuais e o que

representava na época, percebe-se que o mítico em assuntos comuns da

época medieval, uma extensa literatura infantil aparece pra fascinar as crianças

de todo o universo.

A sua origem se perde no tempo, e nada ainda é comprovado sobre seu

surgimento. Na literatura a conhecimento que as histórias divulgadas oralmente

por geração a geração que mesmo com o tempo moderno que vivemos e com

toda a nossa tecnologia existente, mantêm seu espaço de destaque narrativo

ligado à infância, já não se tem a cautela de apenas ter à função de distração

ou uma boa historia para as crianças dormirem, mas o seu poder que

demonstra na magia e na fantasia que despertam na criança.

Não se pode deixar de relatar que contos, em sua essência, não eram

destinados ao universo das crianças, como acontece nos dias de hoje, suas

histórias eram diferentes, recheadas de cenas de adultério, canibalismo,

incesto, mortes hediondas e outros componentes do imaginário dos adultos.

Muito ainda se produz sobre essa modalidade de literatura, em uma

tentativa de encontrar as questões sobre suas concepções.

A maioria dos contos de fadas teve origem em períodos em que a

religião era parte importante da vida, por isso, lidam diretamente ou por

inferência, com temas religiosos.

Algumas histórias dos irmãos Grimm iniciam-se com alusões religiosas,

como por exemplo, no conto O velho que voltou a ser jovem, começa “No

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tempo em que Nosso Senhor ainda andava pela terra, Ele e São Pedro

pararam uma noite na casa de um ferreiro”. (BETTELHEIM, 2002, p.23)

Há registros bastante antigos sobre os contos e seu uso nas mais

diversas culturas.

Os contos de fadas, especialmente, têm encantado várias gerações em

diferentes países e, antes mesmo de serem registrados pela escrita na forma

como é conhecido hoje, era responsável pela formação coletiva da

espiritualidade e da cultura de inúmeros povos (MELLI; GIGLIO, 1999;

OLIVEIRA, 1993).

Souza (2005) faz uma referencia aos contos, descrevendo-os como

histórias que narravam o futuro dos homens, seus problemas, seus afetos,

suas inter-relações e suas crenças no sobrenatural. Eram escritos por

narradores profissionais, que ganhava essa função dos antepassados, ou

como uma simples tradição transmitida de pessoa para pessoa. Normalmente,

as narrações aconteciam em campos de lavouras, grupos sociais, nas salas de

fiar, casas de chá, nas aldeias ou nos demais lugares em que os adultos se

reuniam (RADINO, 2001, 2003).

Com o decorrer do tempo, torna-se o centro do estudo científico de

diversas ciências do entendimento e do desenvolvimento infantil, como a

Pedagogia, a Psicologia e, em especial, a psicanálise.

De acordo com Carvalho (1987, p.54),"o conto é a mais antiga forma de

narração, em seu sentido mítico, natural, de narrativa tradicional, de contar e

ouvir".

"Na Europa, nas antigas civilizações, os contos de fadas desenvolvia

uma forma de entretenimento, tanto para as crianças como para os adultos, e

eram contados principalmente entre as comunidades agrícolas, na época do

inverno" (CARVALHO, 1987, p.57).

Na opinião de Carvalho (1987, p.59), "o conto de fadas pertence ao

gênero maravilhoso, e se caracteriza por sua natureza sobrenatural e pelo

desafio á razão e as leis gerais, já que o mundo das estórias encantadas é

povoado de seres sobrenaturais, de elementos mágicos e de encantamentos".

A autora comenta também a origem das fadas, além de descrevê-las:

De origem pagã, as Fadas devem ter sido inspiração mitológica das Vestais, Musas e Ninfas. São belas e boas, numa associação

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platônica . Segundo alguns estudiosos elas vêm da raça ariana, dos povos indo- germânicos. Outros afirmam que as fadas nasceram na Pérsia, cujo povo, pelo seu refinamento e requinte, foi chamado o francês do Oriente. Na verdade, as fadas persas são datadas de qualidades imaginativas e delicadezas de sílfides, são pequenos seres alados que não se encontram em outros lugares. Contudo, elas identificam o seu clima na França, onde encontraram a plenitude de sua atuação poética, social e humana (CARVALHO, 1987,p.60).

A autora destaca ainda, nos contos de fadas, a importância da presença

da bruxa, simbolizando a maldade humana, em contraposição as formas do

bem, numa proposição maniqueísta, e conclui que:

Essas duas personagens-símbolos (Fadas e Bruxa) são as representações simbólicas do Bem e do Mal. Veículos da bondade e da maldade, do certo e do errado , da felicidade e da desgraça, elas vão tecendo a trama dos destinos, comentando e questionando valores, dramatizando a própria vida, para concluir a mensagem, pela qual elas também são responsáveis ( CARVALHO, 1987,p.60-1).

Zilberman (1983, p. 39-40) observa que "os contos de fadas e a

literatura infantil são frequentemente confundidos, por serem direcionados a um

público comum: a criança".

Zilberman (1983) revela que os contos de fadas pertenceram

originalmente ao folclore, passando de geração em geração através da

oralidade. Nesse passado distante, eram contados pelos adultos e

direcionados ao publico em geral, exclusivamente as pessoas pertencentes as

classes mais pobres, tais como empregados, pequenos arrendatários,

marinheiros, diaristas, lavradores, artífices, pastores, pescadores e também

mendigos.

Perante disso, pode-se afirmar que os contos de fadas antecedem a

ideias de infância como um período separado do mundo adulto, que é um

acontecimento da idade moderna e, portanto surgiram antes da literatura

infantil, sendo posteriormente adaptados a ela.

Zilberman (1983, p.40-1) explica que "somente com a ascensão da

burguesia é que os contos de fadas passaram a ser utilizado com o objetivo

pedagógico de incutir nas crianças os valores sociais burgueses, fato ocorrido

durante o século XVIII".

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Na opinião da autora, "existem duas propriedades fundamentais que

definem os contos de fadas: a presença do maravilhoso e a peculiaridade de

apresentar um universo em miniatura" (ZILBERMAN, 1983, p.44).

Diante da intrínseca relação entre a literatura infantil e os contos de

fadas, a autora conclui que ambos os gêneros evoluíram juntos, motivo pelo

qual a historia da literatura infantil se confunde com a trajetória das

transformações vividas pelos contos de fadas.

Discorrendo sobre a definição e origem dos contos de fadas, Coelho

(2002, p.173) comenta que:

O conto de fadas é de natureza espiritual / ética / existencial.Originou-se entre os celtas, com heróis e heroínas, cujas aventuras estavam ligadas ao sobrenatural, ao mistério do além-vida e visavam a realização interior do ser humano. Dai a presença da fada, cujo nome vem do termo latino fatum, que significa destino.

A autora ainda analisa que a fada é um personagem único, pois apesar

dos séculos e das modificações dos costumes, continua conservando a sua

capacidade de atração sobre adultos e crianças. Em sua opinião esse ser

imaginário atribuído de poderes sobrenaturais encarna a possível realização

dos sonhos ou ideias pertencentes condição humana.

Coelho (2002) acredita que as fadas surgiram no estágio em que o

pensamento mágico dominava a humanidade e considera que:

Segundo a tradição as fadas são seres imaginários dotados de virtudes positivas sobrenaturais, que interferem na vida dos homes para auxiliá-los em situações-limite ( quando nenhuma solução natural poderia valer). A partir do momento em que passam a ter comportamento negativo, transformam-se em bruxas . A beleza, a bondade e a delicadeza no trato são suas características comuns (COELHO, 2002, p.174).

Para Carvalho (1987), os contos de fadas são as ultimas divisão da

mitologia universal da sobrevivência de mitos e dos velhos cultos e rituais da

pratica de todos os povos, o que os coloca num posicionamento singular de

folclore universal: seus princípios folclóricos estão ligados a fenômenos e

elementos da natureza, especificando-se apenas as formas de expressão.

Observando que os contos de fadas só passaram a fazer parte do

imaginário infantil a partir do momento em que foram recolhidos do folclore,

juntado e transformados em literatura para as crianças, coincide com a historia

19

do reconhecimento da infância, é fundamental mencionar alguns autores que

escreveram para o público infantil em diferentes partes do mundo e também

em diversos momentos históricos.

Nesse sentido, Abramovich (1989) comenta a importância do trabalho de

Perrault (1628-1703) na França, dos irmãos Jacob (1785-1863) e Wilhelm

Grimm (1786-1859) na Alemanha e de Hans Christian Andersen (1805-1875)

na Dinamarca cujas obras são lidas até hoje por crianças de todo o mundo.

Perrault, um erudito e acadêmico francês, é autor de vários livros para adultos, tornando-se célebre e imortal por seu único volume de contos para crianças. São historias recolhidas junto ao povo, respeitando o que tivessem de cruel, de Wilhelm, foram estudiosos, pesquisadores, que em 1800 viajaram por toda a Alemanha conversando com o povo, levantando suas lendas e sua linguagem e recolhendo um farto material oral que transcreviam á noite... Não pretendiam escrever para crianças, tanto que seu primeiro livro não se destinava a elas... Só em 1815 Wilhelm mostrou alguma preocupação de estilo, usando seu material fantástico de forma sensível e conservando a ingenuidade popular, a fantasia e o poético ao escreve-lo. Andersen é filho do povo, e seus contos brotam de sua própria infância. [...] É o poeta da infância (ABRAMOVICH, 1989, p.122-3)

Corso e Corso (2006) garante que as narrativas folclóricas, ditos contos

de fadas, foram voltadas as crianças quando a infância passou a ter valor

social, ou seja, mais ou menos a quatro séculos, mesmo assim não eram todas

as crianças que teriam acesso a este novo mundo da fantasia, os contos eram

apresentados primeiramente a crianças que pertenciam a classe da burguesia.

Na opinião de Bettelheim (2002) os contos de fadas têm costumes

folclóricos, assim sendo os mais clássicos mais verdadeiros e importantes que

serão para as crianças. Os contos de fadas nasceram e cresceram entre as

pessoas mais humildes e em seguida se transformaram em objeto de uso da

corte, requintando na linguagem da corte.

Diante de tudo o que foi exposto pode-se afirmar que os contos de fadas

têm acompanhado o homem já há bastante tempo. Num primeiro momento,

projetando seus desejos e sonhos, fizeram parte do folclore, em foram

transmitidos através da oralidade. Nesse contexto, podem ser vistos como uma

forma das pessoas expressarem sua esperança por um mundo melhor, já que

surgiram entre as classes mais pobres.

Num momento posterior, os contos de fadas tornaram-se parte

integrante do acervo da literatura infantil, ao ser recolhidos da oralidade,

20

compilados e direcionados ás crianças. As fadas, por suas características

mágicas e positivas têm exercido um papel importante no imaginário infantil

desde então.

1.2 Por que os contos de fadas são atemporais?

Os contos de fada fazem parte do universo infantil desde o momento em

que a infância passou a ser entendida como um período separado da vida

adulta, ou seja, desde quando as crianças começaram a ser tratado como

crianças a diferenciando de um “mini adulto”, com necessária atenção

diferenciada a elas, fato que ate então não era considerado, seus gostos, sua

forma de pensar, sua visão ao mundo.

A maioria dos contos de fadas traz uma riqueza significativa de sentidos

ocultos e essenciais para a vida. Da maneira que toda obra de arte, os contos

de fadas são uma modificação em relação ao mesmo tema, ou seja, o homem

procurando a definição da vida.

Eles agem para solucionar questões internas, tornando-se decisivos na

construção da criança.

Para Vieira (apud RADINO, 2003), as crianças tinham comportamento

de um adulto em miniatura.

Não são relatados em suas obras os acontecimentos verdadeiros, mas

tinha a finalidade de introduzir a criança em outro mundo, fora da sua vida,

para que ao começar sua leitura a criança pudesse pressenti se dentro da

historia. A missão da existência e do imaginário permitia que a criança ficasse

livre e aprendesse brincando. Além das suas próprias obras, Lobato também

teve um grande valor ao efetuar as traduções e adaptações de obras.

Construir um texto que valorize a fantasia e deixe de lado o caráter realista constituiu um dos eixos centrais da ruptura de Lobato. “[...] O texto deveria não auxiliar a criança na inserção da realidade da realidade adulta, transmitindo-lhes preceitos morais, permitindo que ela se evadisse da vida cotidiana transformando-se para um universo interno ao texto”. (GOUVEIA apud RADINO,2003,p.101)

A partir desse momento, essa modalidade literária tem sido amada pela

maioria das crianças, independente de sua condição socioeconômica e cultural,

em diferentes contextos históricos.

21

Devido á sua riqueza de conteúdo e estrutura singular, os contos de fadas

se tornaram atemporais, ou seja, permanecem através do tempo. Por isso, ao

se propor a sua utilização no contexto escolar é importante compreender seus

aspectos fundamentais, de modo a maximizar as oportunidades de

aprendizado e de incentivo a leitura.

Nesse sentido, Carvalho (1987, p.79) observa que: “Os contos de

Perrault, como os de Grimm e de Andersen, são conhecidos das crianças antes

das letras do alfabeto: eles se antecipam á alfabetização porque fazem parte

da vida afetiva da criança”.

Na opinião de Carvalho (1987, p.79) a perpetuação dos contos de fadas

junto ao publico infantil pode ser entendida a partir de seu conteúdo:

Os contos de fadas, além de suas implicações psicanalíticas, apresentam, como toda Literatura Infantil, conteúdo tridimensional, isto é, recreativo, como, interessa á criança; representativo, refletindo sua época e suas características folclóricas; e crítico, satirizando, veladamente , a sociedade ou o indivíduo. Possuindo um conteúdo rico, esses contos, a proporção que se distanciam de suas motivações e do contexto social em que foram escritos , ganham mais intensidade em seu mundo mágico, maravilhoso.

Abramovich (1989. p.120) também comenta as possíveis causas da

atemporalidade dos contos de fadas:

Quem lê Cinderela não imagina que há registros de que essa historia já era contada na China, durante o século IX d. C. E, assim como tantas outras, tem se perpetuado há milênios, atravessando todas as geografias, mostrando toda a força e a perenidade do folclore dos povos. Por quê? Porque os contos de fadas estão envolvidos no maravilhoso, um universo que detona a fantasia,a partindo sempre duma situação real, concreta, lidando com emoções que qualquer criança já viveu... Porque se passam num lugar que é apenas esboçado, fora dos limites do tempo e do espaço, mas onde qualquer um pode caminhar... Porque as personagens são simples e colocadas em inúmeras situações diferentes, onde têm que buscar e encontrar uma resposta de importância fundamental, chamando a criança a percorrer e achar junto uma resposta sua para o conflito... Porque todo esse processo é vivido através da fantasia, do imaginário, com intervenção de entidades fantásticas ( bruxas, fadas, duendes, animais falantes, plantas sábias...).

A autora ainda descreve que os contos de fadas mantêm uma condição

fixa, partindo de um problema unido na realidade, como por exemplo, o estado

de penúria, a carência afetiva, o conflito entre mãe e filho, entre outros, que

desequilibra a harmonia inicial. O desenvolvimento é uma busca de soluções,

no plano da fantasia, com a incorporação de elementos mágicos, como fadas,

22

bruxas, anões, duendes, gigantes, entre outros. A restauração da ordem

acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta ao real.

Dessa maneira, utilizando-se dessa estrutura, os autores, "por um lado

demonstram que aceitam o potencial imaginativo infantil e ao mesmo tempo

transmite à criança a ideia de que ela não pode viver totalmente no mundo da

fantasia, sendo necessário assumir o real no momento certo" (ABRAMOVICH,

1989, p.120).

Diante disso, Abramovich (1989, p.120) conclui que, "por lidar com

conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição

humana, é que os contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje".

A autora deixa claro que cada elemento dos contos de fadas tem um

papel significativo, importantíssimo e se for retirado suprimido ou atenuado, vai

impedir que a criança compreendesse integralmente o conto. Por isso deve-se

ter muito cuidado com as adaptações, canalizações, suavizações ou

alterações, que muitas vezes prejudicam a integridade da historia original.

Diante de tudo o que foi exposto e considerando o fascínio que os

contos de fadas exercem sobre o universo infantil, pode-se afirmar que eles

podem despertar o interesse da criança pela leitura principalmente durante a

educação infantil, que é um período no qual se formam leitores em potencial.

Nesse sentido, não se pode deixar de considerar também as implicações

psicanalíticas que envolvem essa modalidade literária.

23

CAPÍTULO II

A PSICANALISE DOS CONTOS DE FADAS

Figura 2 - A psicanálise dos contos

fonte: www.google.com.br/search?q=a+psicanálise+dos+contos

24

1 OS CONTOS

A psicanálise tem como ideia o motivo o entendimento de que nossas

atitudes e sentimentos comandados pelos nossos desejos inconscientes,

sendo uma observação a realizar por meio da associação livre.

De acordo com Lorenço (2009), no século XX, a Psicanálise passou a

ganhar e aproveitar na sua metodologia os contos de fadas como registro do

inconsciente coletivo.

Bonaventura (2008), declamar um conto ou contar para uma criança não

é um passatempo, ou uma saída da verdadeira realidade, com o propósito de

permanecer com princesas e príncipes, fadas que modificam a dura realidade

do homem, de sua procura, de seus perturbações e obstáculos.

No universo escolar, há muitos anos, a contação de historia acontece e

contribui para que os professores compreendam o quanto as historias auxilia

em sua função de educador.

A psicanálise sente-se a vontade no terreno das narrativas, afinal, trocando em miúdos, uma vida é uma historia e o que contamos dela é sempre algum tipo de ficção. A historia de uma pessoa pode ser rica em aventuras, reflexões, frustrações ou mesmo pode ser insignificante, mas sempre será uma trama da qual parcialmente escrevemos o roteiro. Frequentar as historias imaginadas por outros, seja escutando, lendo, assistindo a filmes ou a televisão ou ainda indo ao teatro, ajuda a pensar a nossa existência sob pontos de vistas diferentes. Habitar essas vidas de fantasia é uma forma de refletir sobre destinos possíveis e coteja-los com o nosso. As vezes , uma historia ilustra temores de que padecemos, outras, encarna ideias ou desejos que nutrimos, em certas ocasiões ilumina cantos obscuros do nosso ser. O certo é que escolhemos aqueles enredos que nos falam de perto, mas não necessariamente de forma direta, pode ser uma identificação tangencial, enviesada. (CORSO, 2006 p.21)

A riqueza de conteúdos dos contos de fadas faz com que se pense na

possibilidade de sua utilização no contexto escolar. Isso porque a escolha de

estórias para as crianças implica na observação de alguns critérios

fundamentais, critérios estéticos para a escolha de obras redimensionando a

capacidade de observação e analise de linguagem poética dos contos.

Adotando esses critérios, o professor, além de proporcionar aos alunos

um momento de diversão estará ao mesmo tempo dando oportunidade para

que a criança possa se desenvolver emocionalmente.

25

A criança poderá se comunicar exteriorizar sua vida e impulsionar seus

pensamentos transformar o mundo real em função de seus desejos e fantasias.

Posteriormente utiliza essas fantasias como referencias para ampliar a sua

realidade a sua própria atividade ao seu e as suas leis morais.

A criança esta vivendo um período repleto de possibilidade no qual

através do imaginário é permitida a ela interação constante com o mundo real e

o mundo da fantasia.

Nesse sentido, Bettelheim (2002,p.13) observa que:

Para que uma estória realmente prenda a atenção da criança deve entretela e despertar sua curiosidade. Mas para enriquecer sua vida deve estimular a imaginação, assim ajuda a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções estar harmonizada com suas ansiedades e aspirações, reconhecer plenamente suas dificuldades e ao mesmo tempo sugerir soluções para os problemas que a perturbam. Resumindo deve de uma só vez relacionar-se com todos os aspectos de sua personalidade e isso sem nunca menosprezar a criança, buscando dar inteiro credito a seus predicamentos e simultaneamente promovendo a confiança nela mesma e no seu futuro.

Na opinião de Bettelher (2002, p.13), nada é tão enriquecedor e

satisfatório para a criança do que o conto de fadas:

Na verdade um nível manifesto, os contos de fadas ensinam pouco sobre as condições especificas da vida na moderna sociedade de massa, esses contos foram inventados muito antes que ela existisse. Mas através deles pode-se aprender mais sobre os problemas interiores dos seus predicamentos em qualquer sociedade, do que com qualquer outro tipo de estória dentro de uma compreensão infantil. Com a criança em cada momento da sua vida está exposta á sociedade em que vive certamente aprendera a enfrentar as condições que lhe são próprias, desde que seus recursos interiores o permitam.

Para o autor, exatamente porque a vida é frequentemente

desconcertante para a criança, ela assim precisa ainda mais ter a possibilidade

de se entender nesse mundo complexo como qual deve aprender a lidar. Para

ser bem sucedida nesse aspecto, a criança deve receber ajuda para que possa

dar algum sentido coerente aos seus sentimentos, necessita de ideias sobre a

forma de organizar seu mundo interior. Necessita também de uma educação

moral, que de modo sutil e implícito, conduza as vantagens do comportamento

moral, não através de conceitos éticos abstratos, mas daquilo que lhe parecem

tangivelmente correto e, portanto significativo. Em sua opinião, a criança pode

encontrar esse tipo de significado nos contos de fadas (BETTELHEIM, 2002,

p.13).

26

Educação moral entendida como arte de formar caráter a que incute

hábitos, a que forma o conjunto de ações de hábitos adquiridos não pode

deixar de ser lembrado e mesmo quando da forma que deve ser tratar cada

criança que é educada. E absolutamente necessário lembrar que a criança

desde a mais terá idade assimila pelo exemplo pelo tratamento recebido.

Assim é que a educação moral para todo individuo em formação é o

elemento que o levará a escolher a própria estrada. É a base que faz com que

as influencias negativas sejam neutralizadas e o conduza a diligencia baseadas

em recursos morais firmes e possa se defender com firmeza destas influencias

e conduzir seu livre arbítrio de forma equilibrada e sadia.

Bettelheim (2002) também explica que, através dos tempos os contos de

fadas, sendo recontados, foram se tornando cada vez mais refinados e

passaram a transmitir ao mesmo tempo significados manifestos e encobertos,

falando simultaneamente a todos os níveis da personalidade humana. Por isso,

os contos de fadas transmitem importantes mensagens à mente consciente, a

pré- consciente, e a inconsciente, em qualquer nível que esteja funcionando no

momento.

Através da analise dos contos de fadas e de sua influência no

desenvolvimento infantil o autor observa que esses contos, em um sentido bem

mais profundo do que outros tipos de leitura começam onde a criança

realmente se encontra no seu psicológico e emocional. Falam de suas

pressões internas graves de um modo que ela inconscientemente compreende

e oferecem exemplos tanto de soluções temporárias quanto permanentes para

suas dificuldades. A partir dessa constatação, ele comenta que:

Esta é exatamente a mensagem que os contos de fada transmitem a criança de forma múltipla: que uma luta contra dificuldades graves na vida é inevitável, é parte intrínseca da existência humana mas que se a pessoa não se intimida, e se defronta de modo firme com as opressões inesperadas e muitas vezes injustas, ela dominara todos os obstáculos e ao fim emergira vitoriosa( BETTELHEIM, 2002, p.14).

O autor observa ainda que as estórias modernas escritas para crianças

pequenas evita esses problemas existentes, embora eles sejam questões

cruciais para qualquer pessoa. O conto de fadas, ao contrario, confronta a

criança honestamente com os dilemas humanos fundamentais, como por

27

exemplo, a morte, o envelhecimento, os limites da existência e o desejo pela

vida eterna.

Outra característica diferencial dos contos de fada, segundo o autor, é

que neles, o mal é tão onipresente quanto a virtude. Em praticamente todo o

conto de fada entre o bem e o mal recebem o corpo na forma de algumas

figuras e de suas ações, já que bem e mal são onipresentes na vida e as

propensões para ambos estão presentes em todas as pessoas. É essa

dualidade que expõe o problema moral e requisita a luta para resolver.

Nesse sentido, Bettelheim (2002, p15) entende que:

O mal não é inseto de atrações simbolizado pela poderoso gigante ou dragão, o poder da bruxa, a astuta rainha na Branca de Neve e com frequência se encontra temporariamente vitorioso. Em vários contos de fadas um usurpador consegue por algum tempo tomar o lugar que corretamente percebe ao herói assim como as irmãs malvadas fazem em Borralheira. Não é o fato de o malfeitor ser punido no final da estória que torna nossa imersão nos contos de fadas uma experiência em educação moral, embora isto também se dê. Nos contos de fadas, como na vida, a punição ou o temor dela é apenas um fator limitado de intimidação do crime. A convicção de que o crime não compensa é um meio de intimidação muito mais efetivo, e esta é um meio de intimidação muito mais efetivo, e esta é a razão pela qual nas estórias de fadas a pessoa má sempre perde. Não é o fato de a virtude vencer no final que promove a moralidade, mas de o herói ser mais atraente para a criança, que se identifica com ele em todas as suas lutas. Devido a esta identificação a criança imagina que sofre com o herói suas provas e tribulações, e triunfa com ele quando a virtude sai vitoriosa. A criança faz tais identificações por conta própria e as lutas interiores e exteriores do herói imprimem moralidade sobre ela.

O autor explica que, para dominar os problemas psicológicos do

crescimento a criança necessita entender o que está se passando dentro de

seu eu inconsciente. Ela pode atingir essa compreensão, e com isso a

habilidade de lidar com as coisas, não através da compreensão racional da

natureza e conteúdo de seu inconsciente, mas familiarizando com ele através

de devaneios prolongados. Com isso, a criança pode adequar o conteúdo

inconsciente as fantasias conscientes, o que a capacita a lidar com esse

conteúdo. É assim que os contos de fadas tem um valor inigualável, pois

oferecem novas dimensões a imaginação da criança, que ela não poderia

descobri sozinha. Além disso, a forma e a estrutura dos contos de fadas

sugerem imagens a criança com as quais ela pode estruturar seus devaneios e

com eles dar melhor direção a sua vida (BETTELHEIM, 2002).

28

Sobre a tipologia dos personagens dos contos de fada, de padrão

maniqueísta, o autor comenta que:

As figuras nos contos de fadas não são ambivalentes não são boas e más ao mesmo tempo, como somos todos na realidade. Mas dado que a polarização domina a mente da criança, também domina os contos de fadas. Uma pessoa é ou boa ou má, sem meio termo. Um irmão é tolo, o outro esperto. Uma irmã é virtuosa e trabalhadora, as outras são vis e preguiçosas. Uma é linda, as outras são feias. Um dos pais é todo bondade, o outro é malvado.(...) Então a criança tem uma base para compreender que há grandes diferenças entre as pessoas e que, por conseguinte, uma pessoa tem que fazer opções sobre quem quer ser. Esta decisão básica sobre a qual todo o desenvolvimento ulterior da personalidade se construirá, é facilitada pelas polarizações do conto de fadas ( BETTELHEIM,2002, p.17).

Além disso, Bettelheim (2002) ressalta que as escolhas das crianças são

baseadas muito mais na simpatia do que na contraposição entre certo e errado.

Por isso quando mais simples e direto é um bom personagem tanto mais fácil

será para a criança identificar com ele e rejeitar o outro mau. Portanto, a

criança se identifica com o bom herói não por causa de sua bondade, mas

porque a condição do herói lhe traz um profundo apelo positivo.

O autor observa ainda que os contos de fadas podem também ser de

grande valia para a superação dos momentos de solidão e ansiedade tão

comuns na infância, na medida em que oferecem soluções sob formas que a

criança pode apreender no seu nível de compreensão, para os dilemas

existenciais. O conto de fadas é orientado para o futuro e guia a criança, em

termos que ela pode entender tanto na sua mente inconsciente quanto

consciente, a abandonar seus desejos de independência infantil e conseguir

uma existência mais satisfatoriamente independente (BETTELHEIM, 2002,).

Em sua analise, Bettelheim(2002) ainda considera que atualmente as

crianças não crescem mais dentro da segurança de uma família numerosa, ou

de uma comunidade bem integrada. Por isso mais ainda do que na época em

que os contos de fadas foram inventados, é importante prover a criança

moderna com imagens de heróis que partiram para o mundo sozinho e que

apesar de inicialmente ignorado as coisas ultimas encontram lugares seguros

seguindo seus caminhos com uma profunda confiança interior.

Diante disso, o autor conclui que:

Hoje, ainda mais do que no passado, a criança necessita o reasseguramento oferecido pela imagem do homem isolado que contudo é capaz de conseguir relações significativas e

29

compensadoras com o mundo ao seu redor (BETTELHEIM, 2002, p.20).

Em sua opinião os contos de fadas são impares não só como forma de

literatura, mas como obras de artes integramente compreensíveis para a

criança. Assim como acontece com toda grande arte o significado mais

profundo do conto de fada será diferente para cada pessoa e diferente para a

mesma pessoa em vários momentos de sua vida. Por isso a criança extrairá

significados diferentes do mesmo conto de fadas, dependendo de seus

interesses do momento. Tendo oportunidade voltara ao mesmo conto quando

estiver pronta a ampliar os velhos significados ou substituir por novos.

Explicado o papel significativo dos contos de fadas para as crianças

ajudando a lidar com os problemas psicológicos do crescimento e da

integração de suas personalidades, surge a necessidade de se escolher o

conto adequado. Diante disso o professor deve considerar que a estória mais

importante para uma criança especifica numa idade especifica depende

inteiramente de seu estagio psicológico de desenvolvimento e dos problemas

que mais a pressionam no momento (BETTELHEIM, 2002, P.23).

Nesse sentido, o autor explica que:

Como não podemos saber em que idade um conto especifico será mais importante para uma criança especifica, não podemos decidir qual dos vários contos ela deveria escutar num dado período ou por quê. Isto só a criança pode determinar e revelar pela força com que reage emocionalmente aquilo que um conto evoca na sua mente consciente e inconsciente. (...) Se a criança não liga a estória isto significa que os motivos ou temas ai apresentados falharam em despertar uma resposta significativa neste momento da sua vida. Então é melhor contar-lhe um outro conto de fadas (...) Logo ela indicará que uma certa estória tornou-se importante para ela por sua resposta imediata ou pedido para que lhe contem a estória outra vez. Se tudo correr bem, o entusiasmo da criança pela estória será contagioso (...) Finalmente chegara o tempo em que a criança obteve tudo o que pôde da estória preferida, ou que os problemas que faziam com que respondesse a ela foram substituídos por outros que encontram melhor expressão em outro conto. Ela pode então temporariamente perder o interesse nessa estória e sentir mais prazer numa outra, ao contar estórias de fadas é sempre melhor seguir a orientação da criança ( BETTELHEIM, 2002, p.26).

Bettelheim (2002) ainda destaca que não se deve tentar explicar para

uma criança por que um conto de fadas é tão cativante para ela, pois isso pode

destruir o encantamento da estória. Em sua opinião, as interpretações adultas,

por mais corretas que sejam, roubam da criança a oportunidade de sentir que

30

ela, por sua própria conta, através de repetidas audições e de refletir sobre a

estória, enfrentou com êxito uma situação difícil.

Quanto ao contador de historias, Abramovich (1989, p.121) adverte que:

Se o adulto não tiver condições emocionais para contar a historia inteira, com todos os seus elementos, suas facetas de crueldade, de angústias ( que fazem parte da vida, senão fariam parte do repertorio popular...), então é melhor dar outro livro pra criança ler... ou esperar o momento em que ela queira ou necessite dele e que o adulto esteja preparado para contá-lo... de qualquer modo, ou se respeita a integridade, a inteireza, a totalidade de narrativa, ou se muda de historia...

Nesse sentido, Bettelheim (2002) também enfatiza que o verdadeiro

significado e impacto de um conto de fadas podem ser apreciados seu

encantamento pode ser experimentado, apenas com a estória na sua forma

original, pois adaptações pobres de livros baratos destroem os sentidos.

Assim, o professor deve tomar muito cuidado com as adaptações e

outras formas que podem suprimir ou distorcer o conteúdo desses contos.

Mediante a abordagem da importância e da complexidade dos contos de

fadas no universo infantil, pode afirmar que todo professor atuante nas series

iniciais do Ensino Fundamental deve procurar despertar em seus alunos o

desejo de lê-los.

31

CAPÍTULO III

LEITURA, ESCOLA E CONTOS DE FADA: A EDUCAÇÃO PELA SENSIBILIDADE.

Figura 3 - as histórias

Fonte: www.tumblr.com

32

1 A ESCOLA E OS CONTOS

Não existe uma formula mágica para que se transforme um educador em

um especialista em contar historias não e uma tarefa fácil é preciso de

incentivo e estimulo interno por parte do educador, assim como também não é

uma tarefa fácil despertar aos alunos o total interesse de se ler livros.

Uma teoria essencial deve ser acompanhada, ou seja, o educador tem

que ser primeiro de tudo um bom leitor, que traga em si o gosto pela leitura.

Um educador que não lê em nenhum momento trabalhará bem com a

leitura. É preciso ler e ler muito, apreciar e praticar com os alunos, ler para eles

de forma prazerosa para que atraiam seus olhares, ler junto com os alunos e

poder ouvir a leitura, ainda que de inicio seja tímida.

O educador obrigatoriamente necessita ter habilidade teórica e

metodológica e conhecer que a escola é o ambiente responsável pelo

desenvolvimento da leitura.

As historias lidas por si próprias não são as que permanecem na infância

da criança, mas sim aquelas que foram contadas, mais precisamente que

foram contadas de forma encantadora. Armazena se na memória os

personagens e as historias a fala de quem contou seus sentimentos, suas

ações e suas expressões.

Diante da preferência das crianças pelos contos de fadas, e do papel

que essa modalidade literária exerce no desenvolvimento infantil, não se

limitando à recreação, mas também com profundas implicações psicanalíticas,

percebe-se a possibilidade e a necessidade de sua utilização em todo o

contexto escolar, especificamente nas primeiras séries do Ensino Fundamental,

durante o processo de alfabetização e também como incentivo à leitura, tão

importante para o desenvolvimento global da criança.

Na opinião de Cagliari (1994, p. 148), a escola precisa ter a leitura como

prioridade dentre seus múltiplos objetivos. Nesse sentido, o autor argumenta

que:

É muito mais importante saber ler do que saber escrever. O melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura. Se um aluno não se sai muito bem nas outras atividades, mas for um bom leitor, penso que a escola cumpriu em grande parte sua tarefa.

33

Sob esse enfoque, tudo que é fundamental se instrui na escola está

exatamente unido à leitura e necessita dela para se mantiver e se progredir

(CAGLIARI, 1994).

As escolas deveriam preservar as obras de historias que os alunos

ouvem em casa e nos lugares que convivem, uma vez que essa historia

representa uma rica mina de conhecimentos sobre as diferentes formas

culturais de enfrentar os sentimentos e com assuntos éticos, auxiliando no

desenvolvimento da subjetividade e da sensibilidade dos alunos.

Ter acesso a boa literatura é dispor de uma informação cultural que alimenta a imaginação e desperta o prazer pela leitura . A intenção de fazer com que as crianças, desde cedo , apreciem o momento de sentar para ouvir historias exige que o professor, como leitor, preocupa-se em lê-la com interesse, criando um ambiente agradável e convidativo a escuta atenta , mobilizando a expectativa das crianças, permitindo que elas olhem o texto e as ilustrações enquanto a historia é lida. (BRASIL, 1998,p.144)

Ainda sobre a relação entre escola e leitura, Cagliari (1994, p. 150)

enfatiza que:

Ao contrário da escrita, que é uma atividade de exteriorizar o pensamento, a leitura é uma atividade de assimilação de conhecimento, de interiorização, de reflexão. Por isso, a escola que não lê muito para os seus alunos e não lhes dá a chance de ler muito está fadada ao insucesso, e não sabe aproveitar o melhor que tem para oferecer aos seus alunos.

O autor analisa inclusive que se podem ter várias ações perante a

leitura, pois ela é uma atividade extremamente individual:

Diante das mesmas histórias, certas crianças ficam revoltadas, outras apavoradas, outras, ainda, acham graça e algumas até não entendem o fantástico. Cada uma lê a seu modo. E isso não é mau, mas é o que deve acontecer, e a escola deve respeitar a leitura de cada um. (...) Caberá sempre ao leitor interferir na leitura que fará de acordo com seu mundo interior (CAGLIARI, 1994, p. 151).

De acordo com Martins (1984), aprender a ler significa também aprender

a ler o mundo e dar definição a ele. Sob esse enfoque, a papel do educador é a

de produzir situações para o educando atingir a sua própria aprendizagem, de

acordo com seus próprios objetivos, dificuldades e fantasias, segundo as

dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta.

Assim, produzir situações de leitura não representa apenas alfabetizar

ou permitir acesso aos livros. Trata-se de dialogar com o leitor sobre a sua

leitura, isto é, em relação à definição que ele dá a algo escrito.

34

Para Martins (1984), a ação de ler está associada aos sentidos,

às emoções e à razão, estabelecendo assim três níveis básicos de leitura, os

quais são prováveis de se visualizar como níveis sensorial, emocional e

racional. Cada um desses três níveis refere-se a um modo de semelhança do

objeto lido, e por isso estão inter-relacionados, mesmo sendo um ou outro

favorecido.

A leitura sensorial inicia se muito cedo e segue o leitor por toda a

vida, relaciona-se com as primeiras opções e causa as primeiras revelações.

Essa leitura vai dando a conhecer ao leitor o que ele gosta ou

não, mesmo involuntariamente, sem a obrigação de racionalizações e

justificativas, apenas porque impressiona a vista, o ouvido, o tato, o olfato, ou o

paladar, um livro consegue fazer uma pessoa ouvi- ló ao manusear suas

páginas.

Martins (1984,p.42 ) descreve:

Na criança, essa leitura por meio dos sentidos assumi um prazer singular, que está associado à sua liberdade e curiosidade. Inicia se uma leitura de um livro sempre pela capa, pela forma que examinamos, esta mentindo aquele que fala que não é uma maravilhosa sensação a de manusear as paginas de um livro especialmente se o livro for novo, de sentir o aroma de novo. E assim serve para qualquer outras formas de leitura, a maneira como lemos o contexto provem muito do nosso sensorial.

Para uma pessoa madura e principalmente para uma criança

iletrada essa é a leitura que considera na sua vida para poder se comunicar.

Quem já teve o momento de passar e de notar a sua

transformação sabe o quanto ela pode conquistar. Para criança a leitura por

meio dos sentidos representa uma satisfação especial relativa com sua

liberdade (superior a de um adulto) e o interesse mais abertamente e

transparente.

O livro , um objeto sem movimentos próprios, trazendo diferentes sinais, talvez com imagens coloridas, envolve pela aparência e a capacidade de manuseio, pela facilidade de abri-lo traduzi-lo seus enigmas e de descobri-los, por meio da associação rítmica, sonora e visual dos sinais ,uma historia de fantasia, imprevistos, de animação e de compreensão. Dessa forma o livro é um jogo que desenvolve na criança a descoberta da evolução da linguagem, aprimorando sua competência de dialogar com o mundo. Manifesta as primeiras opções: o livro com ilustrações coloridas que chama mais a atenção e diverte mais, se não tem imagens chama menos atenção. O fato de manusear, abrir e fechar, causa uma emoção de capacidades de explorar, seja para comandar, seja para apreciar comunicando a fim de voltar novamente a ele.(MARTINS, 1984, p.47)

35

Na leitura emocional surge a empatia, descrevendo um processo de

participação afetiva numa existência alheia. Provoca essencialmente

disponibilidade, ou seja, prevenir para aceitar o que vem do mundo exterior.

Segundo Martins (1984, p. 52), a criança segue a ter maior

disponibilidade para a leitura emocional, pela situação, em princípio, tudo lhe

ser novo e estranho. Por isso ela é mais verdadeira e receptiva quanto a

demonstrar emoções.

Durante o entretenimento, essa leitura representa a predisposição do leitor de dedicar-se ao universo exibido no texto, desligando-se das situações concretas e imediatas. A leitura sensorial que apresenta ser evidente em sua próprio universo, a leitura emocional tem seu assunto de inferioridade por se referir de uma leitura por se tratar de uma leitura no assunto das emoções utilizando assim com os sentimentos, o que causaria uma falta de clareza, seria pessoal. Sem dizer que essa leitura é mais geral de quem diz apreciar da leitura, mas é pouco reconhecida e não é exposta. (MARTINS, 1984, p.53)

A Leitura , seja ela feita de princípios de mundo, de representar, a

imagem tem o controle de libertar emoções, sabendo conduzir um conjunto de

sentimentos como, por modelo, ao realizar uma leitura consegue-se sentir

prazer como podemos sentir enorme infelicidade e quando compreender o que

está sendo monitorados por nossas emoções neste momento procura reprimir

naquele instante, porque desse modo liberta a expressão para se transformar

o quanto vulneráveis.

Notamos a capacidade que a leitura e de que como ela desenvolve

nossa mente. O fato de ela conduzir dentro de si mesma uma sobrecarga de

emoções, não provocaria sermos ironizados, como muitas vezes as pessoas

são quando leem poucos textos ou vêm a muitas cenas de filme ou novelas e

no exato momento há um estouro de emoção como felicidade ao ler ou ver

uma situação que seja engraçada, afeto, infelicidade ou de choro.

São registrados na memória, situações e visões deparadas quando no

ato de realizar uma leitura de um romance ou filme, e percebe que se tornou

uma ligação com uma fase em nossas vidas. É inacreditável como isso é

modificador, para recuperar as situações únicas da vida, acontecem muitas

recordações alegres, tristes e indelicadas.

Segundo a autora Martins (1984, p.55):

36

A leitura emocional nos emerge a empatia, por nós nos sentimos também envolvidos no outro, isto é na pele de outra pessoa, objeto, personagem. Conceituando pois, de um processo de participação efetiva numa realidade alheia, que não é sua, virtual, criada no campo da mente isso implica uma disponibilidade para aquilo que vem do mundo exterior. Na leitura emocional consiste também a provocação de um texto sobre nós, o que ele faz. Às vezes achamos certos assuntos chatos e medíocres, sem interesse, mas com o passar do texto corrido ou descrito, algo nos prende aquele tema, e poderá acontecer o inverso também.

A autora explica também os interesses dos leitores pela leitura:

Essas aparentes predileções ou rejeições são explicadas pelo universo social e individual de cada um. Há também os aspectos projetivos. O leitor sente-se atraído pelo objeto lido por se assemelhar a imagem que o leitor faz de si, ou o contrario , quando sente-se atraído pelo oposto.. Mesmo quando começa a ter uma leitura consciente, em alguns momentos, há recaídas. Isto se explica por causa da criança que ainda está dentro de nós, ela se emerge e possibilita a identificação do universo social e do inconsciente individual .(MARTINS, 1984, p.58)

Assim como se refere a uma leitura de distração, já que caracteriza uma

leitura de escape. Na qual o leitor deixa desligar-se do ambiente existentes e

outras situações.

Na leitura racional prevalece o caráter reflexivo e dinâmico. Isso quer

dizer que o método de leitura racional é constantemente atualizado e

referenciado.

A leitura é coisa séria,dizem os intelectuais. Para muitos , relacionar a leitura as nossas experiências sensoriais e emocionais é reduzir a leitura, revela ignorância. Essa é a postura dominante e intelectualizada mantida por uma elite. Obviamente, faz-se necessário distinguir essa ideia de intelectuais que avaliamos. Entre outras coisas, esse tipo de intelectualismo limita a leitura a noção do texto escrito, pressupondo educação formal e certo grau de cultura e erudição do leitor. (MARTINS, 1984, p.63)

Analisando a leitura como um método de percepção abrangente, no qual

o leitor relaciona com toda sua pratica a fim de compreender as mais inúmeras

formas de expressão.

A leitura como um texto nos liga em princípios, culturas, pratica e pontos

de vistas diferenciadas. Inclui também a procura do significado de um texto e

se realiza no instante em que o leitor possa relacionar com ele. No entanto

esse objetivo é especificado para cada leitor e talvez dos seus entendimentos

sobre o assunto e de seus interesses e objetivos na clareza das ideias.

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Então, a leitura racional é intelectual quando elaborada por nosso intelecto – estamos falando de um processo eminentemente reflexivo, dialético. Isso implica dizer que os demais níveis de leitura são válidos. Entretanto, a leitura racional acrescenta o fato de estabelecer uma ponte entre o leitor e o conhecimento. (MARTINS, 1984, p.64)

Em síntese, a leitura racional inclui à sensorial e a emocional a situação

de determinar um caminho entre o leitor e a compreensão, a reflexão, a

reestruturação do mundo objetivo, permitindo-lhe, no ato de ler, dar definição

ao texto e perguntar tanto a própria individualidade como o universo dos

conhecimentos sociais (MARTINS).

De acordo com a autora, os níveis de leitura são ligados, senão

simultâneos, mesmo sendo um ou outro favorecido. São as histórias, os

conhecimentos e as situações de vida de cada leitor na ação de ler, bem como

as questões e respostas apontadas pelo objeto lido, no decorrer do processo,

que podem esclarecer certo nível de leitura (MARTINS).

Segundo Cagliari (1994, p. 155), uma leitura pode ser ouvida, vista ou

falada. O autor explica que o primeiro influencia das crianças com a leitura se

dá por meio da leitura auditiva:

A leitura oral é feita não somente por quem lê, mas pode ser dirigida a outras pessoas, que também lêem o texto ouvindo-o. Os primeiros contatos das crianças com a leitura ocorrem desse modo. Os adultos lêem histórias para elas. Ouvir histórias é uma forma de ler.

É necessário considerar também que, assim como há muitas leituras e

diversos leitores, há também uma nova leitura a cada comparação do leitor

com um mesmo texto. Nesse sentido, Abramovich (1989, p. 148) comenta que:

E por que se precisa tanto, sempre, estar indicando um novo livro? Por que não propor, também, que se releia algo que algum dia tenha sido importante?... Reler pode ser tão bom, tão forte, tão esclarecedor... Não é apenas na novidade que está o novo, mas na forma de nos aproximarmos de algo já conhecido e perceber mudanças...

Na verdade, á dimensão que as praticas sensoriais, emocionais e

racionais se ampliam, também a leitura nesses níveis melhora em processo de

constante interação.

Cagliari (1994, p. 169) observa que escrever e ler são duas praticas da

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alfabetização dirigidas conjuntamente pela escola. No entanto, em sua opinião,

a leitura é um pré-requisito para a escrita, vindo em primeiro lugar:

O objetivo da escrita é a leitura, mas quem vai escrever só é capaz de fazê-lo se souber ler o que escreve. Portanto, a leitura é uma habilidade que precede a própria escrita. Por que então, não começar a ensinar a escrever e a ler, dando mais ênfase à leitura?

O autor observa ainda a importância de se proporcionar uma boa leitura

no contexto escolar, principalmente para a criança que se encontra no período

de alfabetização:

Além de ter um valor técnico para a alfabetização, a leitura é ainda uma fonte de prazer, de satisfação pessoal, de conquista, de realização, que serve de grande estímulo e motivação para que a criança goste da escola e de estudar. Mas, se frustramos as crianças não lhes dando essa chance ou, pior ainda, se substituímos essa leitura gostosa por textos mal escritos, enfadonhos, estranhos, o que vamos esperar delas depois? Que graça tem a escola? Para que serve ler e escrever? Para reproduzir essas idiotices? Será essa a melhor maneira de se introduzir a criança na escrita e na leitura? (CAGLIARI, 1994, p. 169).

Portanto, conduzir a criança a ler, apenas, não é o suficiente para formar

a pratica da leitura, que mantém por toda a vida. Para isso é preciso

compreender os valores que a leitura causa torná-la curioso aos olhos da

criança, como uma fonte de surpresas e descobertas.

Diante disso, pode-se afirmar que só se consegue criar o hábito de ler

com boa leitura, e a grande responsabilidade do educador reside no fato de

saber escolher aquilo que ao mesmo tempo agrada, comove e instrui.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa, a

leitura na escola deve ter como objetivo a desenvolvimento de leitores

competentes e, assim, o conhecimento de escritores, pois a capacidade de

desenvolver textos eficazes tem sua origem no desempenho da leitura: “A

leitura, por um lado, nos fornece a matéria-prima para a escrita: o que escrever.

Por outro, contribui para a constituição de modelos: como escrever” (BRASIL,

2001, p. 53).

O referido documento ainda explica que:

Para tornar os alunos bons leitores – para desenvolver, muito mais do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura - , a escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e também ler para aprender) requer esforço. Precisará fazê-los achar que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que, conquistado

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plenamente, dará autonomia e independência. Precisará torná-los confiantes, condição para poderem se desafiar a aprender fazendo. Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica eficiente (BRASIL, 2001, p. 58).

Diante da importância do estímulo à prática da leitura na escola, cabe

observar ainda que essa tarefa é imprescindível quando se trata das crianças

que não tiveram em casa um contato anterior efetivo com o livro. Nesse caso, a

responsabilidade da escola é ainda maior.

Para se efetivar, a leitura precisa preencher uma lacuna em nossa vida, vir ao encontro de uma necessidade (vontade de conhecer mais). A isso se acrescentam os estímulos e os percalços do mundo exterior, suas exigências e recompensas. A leitura constitui um fator decisivo de estudo, pois proporciona a ampliação de conhecimento, a obtenção de informações básicas, a abertura de novos horizontes para a mente, a sistematização do pensamento, o enriquecimento de vocabulário e a melhoria dos conteúdos e obras literárias. O fascínio é tão grande, que há quem consiga ler um livro em lugares que não é muito recomendável para uma boa leitura.(MARTINS 1984, p.79)

Cada um necessita buscar sua pratica de ler e melhorar para a leitura se

transformar cada vez mais satisfatório. Nunca é o suficiente ler uma, duas ou

três vezes o mesmo texto. É necessário parar para explorar, examinar, debater,

interrogar, registrar, sublinhar, memorizar, refazer mentalmente e quando

possível em resumo escrito, é necessário captar com discrição, observar,

relacionar, compreender e retiver com dedicação, amadurecer através do

desenvolvimento interno e não por acumulação ou quantidade confusa de

informação superficial e assistemática.

A leitura dos contos de fadas na escola pode despertar na criança o

gosto pela literatura, ao trazer fantasia e encantamento para a sala de aula,

quando trabalhada de forma significativa. Além disso, ela pode oportunizar o

desenvolvimento da imaginação, dos sentimentos, da emoção e da expressão.

Nesse sentido, Abramovich (1989, p. 138) comenta que:

Pois é só estarmos atentos ao nosso processo pessoal, às nossas relações com os outros e com o mundo, à nossa memória e aos nossos projetos, para compreender que a fantasia é uma das formas de ler, de perceber, de detalhar, de raciocinar, de sentir... o quanto a realidade é um impulsionador (e dos bons!) para desencadear nossas fantasias...

É de fato que a leitura sempre estará presente na vida do ser humano, e

que seu primeiro contado vem através do encantamento das historias sejam

elas narradas ou apresentadas com os livros, por tudo isso, os contos de fadas.

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Devido a suas características já abordadas no presente estudo, podem

ser um excelente caminho de aproximação entre a criança e o livro, na medida

em que são tão significativos para as crianças que se encontram na educação

infantil, ajudando-as a lidar com os problemas psicológicos do crescimento e da

integração de suas personalidades.

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CONCLUSÃO

Falar sobre literatura já torna algo fascinante, pois logo veem a mente a

magia e o encantamento que os contos de fadas despertam crianças e ainda

nos adulto, pois trazem à lembrança do universo infantil, algumas histórias são

tão encantadoras que fazem com que são repetidas suas leituras inúmeras

vezes, muitas vezes contadas pela mesma pessoa, mas cada vez ouvida a

torna mais interessante.

Com todas as pesquisas bibliográficas realizadas, ao terminar esse

estudo pode-se perceber a grande importância dos contos de fadas no

universo infantil, e sua essencial relação com o processo de desenvolvimento

da criança, nos aspectos psicológico, cognitivo e afetivo.

Diante disso, a utilização dessa modalidade literária no contexto escolar

configura-se como uma proposta viável e necessária, principalmente na

educação infantil, quando a criança tem os primeiros contatos formais com a

leitura e a escrita.

No entanto, a obtenção de resultados positivos a partir dessa proposta

está vinculada, num primeiro momento, à escolha do conto adequado. Nesse

sentido, é necessário que o professor considere que a estória mais importante

para uma criança específica numa idade específica depende de seu estágio

psicológico de desenvolvimento e dos problemas que mais a pressionam no

momento.

Por isso, ao trazer para a sala de aula o conto de fadas, recomenda-se

utilizar como critério de seleção a preferência da criança, e de sua faixa etária,

pois com certeza, ela escolherá, entre os muitos contos existentes, aquele que

pode conter a resposta para os seus conflitos interiores. Ao mesmo tempo e de

extrema importância que acrescente as crianças novos contos para que elas

tenham acesso a novos conhecimentos enriquecendo ainda mais seu gosto

pela leitura.

Além disso, o professor precisa ter o cuidado de trabalhar sempre com

os contos em sua forma original, devido à existência de adaptações, versões e

outras modalidades do gênero que podem distorcer o seu sentido e conteúdo,

e com isso prejudicar o seu significado para a mente infantil.

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Partindo desses princípios, o professor estará também proporcionando

às crianças momentos de alegria, emoção e fantasia, estimulando-as a

prosseguirem no mundo da leitura, que é uma atividade essencial ao seu

desenvolvimento como pessoa, já que nos tempos atuas o prazer pelos livros

esta se perdendo devido ao contexto onde as imagens fornecidas pela

televisão, pelo computador e pelo videogame são hoje tão valorizadas e de

fáceis acessos, pois se torna uma forma mais rápida de ver o que esta sendo

contado, sem necessidade de fazer com que haja o desenvolvimento da

imaginação, contudo podemos afirmar que a leitura, para o ser humano, é

insubstituível, e que seu gosto deve ser despertado quando sua curiosidade

esteja na melhor fase, ou seja, na criança.

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REFERÊNCIAS

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