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Anais do III Encontro de Pesquisas Históricas - PPGH/PUCRS.
Porto Alegre, 2016. p.523-535. <www.ephispucrs.com.br>.
CONTRIBUIÇÕES PARA O ESTUDO DO PROTESTANTISMO
DE MISSÃO
CONTRIBUTIONS TO THE STUDY OF MISSION PROTESTANTISM
Paulo Henrique Silva Vianna1
Graduado em História pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Estudante do Programa de Pós-graduação em História da UFSM (PPGH-UFSM), Mestrado
RESUMO
A seguinte pesquisa tem como ponto inicial o interesse pela Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e sua presença
na cidade de Santa Maria-RS. Fundada por missionários estadunidenses que chegaram ao Brasil em 1889 a
denominação passou a desenvolver suas atividades em Santa Maria no ano de 1900. O andamento da pesquisa
tem levado a compreender que o campo religioso brasileiro passou por uma significativa reconfiguração no
século XIX, processo que contou com a intervenção de diversos missionários norte-americanos que chegaram ao
país com o objetivo de promover a conversão de nacionais ao protestantismo. A presença desses missionários e
seus trabalhos resultaram na inserção de diversas igrejas em território nacional, denominações que correspondem
ao “protestantismo de missão”. Utilizando de diversas estratégias e transitando em meios aos diversos campos
que constituíam a sociedade brasileira no século XIX, os agentes protestantes viabilizaram seus trabalhos e sua
presença em território nacional. Em decorrência da investigação percebeu-se que o estudo das igrejas
protestantes/ evangélicas e sua presença no Rio Grande do Sul necessita ser ampliado. Compreendendo que as
religiões se caracterizam como estruturas capazes de construir a experiência dos sujeitos e conduzir suas ações
em meio a sociedade, pretende-se apresentar algumas contribuições que auxiliem nas reflexões envolvendo a
presença dos protestantes na sociedade brasileira.
Palavras-chave: Igreja Episcopal. Protestantismo de missão. Missionários estadunidenses.
ABSTRACT
The following research has as its starting point the interest in the Episcopal Anglican Church of Brazil and its
presence in the city of Santa Maria, RS. Founded by American missionaries who arrived in Brazil in 1889, the
denomination started to develop its activities in Santa Maria in 1900. The progress of the research has led to
understand that the Brazilian religious field went through a significant reconfiguration in the nineteenth century,
a process that included the intervention of many north American missionaries who arrived in the country aiming
to promote the conversion of national people to Protestantism. The presence of these missionaries and their work
resulted in the inclusion of several churches in the country, denominations of the "Mission of Protestantism".
Using many strategies and going through the several fields that formed the Brazilian society in the nineteenth
century, the Protestant agents made possible their work and their presence in the country. As a result of the
investigation it was realized that the study of Protestant/Evangelical Churches and their presence in the state of
Rio Grande do Sul needs to be expanded. Understanding that religions are characterized as structures capable of
build the experience of individuals and conduct their actions in the middle of the society, it is intended to present
some contributions that help to understand the reflections involving the presence of Protestants in the Brazilian
society.
Keywords: Episcopal Church. Mission Protestantism. American missionaries.
1 Orientadora Profª. Drª. Beatriz Teixeira Weber. Professora Titular do Departamento de História e do PPGH-
UFSM.
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Introdução
No ano de 1899 chegaram a cidade de Santa Maria, região central do Rio Grande do
Sul, dois missionários estadunidenses vinculados à Igreja Protestante Episcopal dos Estados
Unidos da América. Sua chegada a esta cidade se constituiu como ponto inicial para a
elaboração da pesquisa que vem sendo desenvolvida. Inicialmente buscava-se identificar
algumas das estratégias utilizadas pelos missionários para que pudessem efetivar sua inserção
no campo religioso santa-mariense. Contudo, percebeu-se que os agentes estiveram inseridos
em uma série de temas que precisavam ser abordados para que a assumisse caráter mais
consistente. Neste sentido, realizou-se um trabalho de revisão bibliográfica, por meio do qual
foram abordadas questões relacionadas ao campo religioso do século XIX com ênfase na
presença de agentes acatólicos e protestantes. A proposta resultou no Trabalho de Conclusão
de Graduação apresentado pelo autor ao junto ao curso de História da Universidade Federal
de Santa Maria, ao final do primeiro semestre do corrente ano (2016).
Em termos gerais, o seguinte trabalho aborda a presença de agentes que pertenceram
ao protestantismo de missão e aspectos de sua atuação em meio ao campo religioso brasileiro.
Partindo do interesse pela presença da igreja Episcopal, buscou-se evidenciar algumas das
ações empreendidas pelos agentes para que pudessem viabilizar seus trabalhos religiosos em
meio ao território nacional. Para melhor delimitar o objeto de estudo serão apresentadas
categorias que possibilitam a identificação de especificidades entre os diferentes matizes de
protestantismo encontrados no Brasil, assim como auxiliam em sua compreensão. Após, serão
apresentadas algumas características que envolveram o campo religioso do século XIX e que
estiveram relacionadas com a presença de agentes protestantes. Serão também referenciadas
ações desenvolvidas por missionários a fim de demonstrar o desenvolvimento de seus
trabalhos e suas escolhas em meio a sua atividade.
Diversidade no protestantismo e o caso da Igreja Episcopal Brasileira
(Igreja Episcopal Anglicana do Brasil)
Para o estudo do protestantismo torna-se interessante compreender que esta
perspectiva religiosa é também marcada pela diversidade. Cinco categorias podem ser
utilizadas para caracterizar as igrejas que se originaram a partir da Reforma Religiosa do
século XVI, ainda que surgidas por meio de desdobramentos. As categorias são as seguintes:
protestantismo de imigração, protestantismo de missão, pentecostalismo, neopentecostalismo
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e transconfessionalidade protestante (DREHER, 2002).
A categoria chamada protestantismo de imigração corresponde a presença de igrejas
organizadas por acatólicos e protestantes existentes no Brasil desde o século XIX. Ao se
referir a esta categoria faz-se referência a presença dos imigrantes ingleses anglicanos,
chegados ao Brasil a partir da abertura dos portos em 1808, às comunidades religiosas
formadas por meio da chegada massiva de imigrantes protestantes, entre os quais, os luteranos
de 1824, e também a outros grupos de imigrantes que organizaram suas comunidades
religiosas. O protestantismo de missão, por sua vez, foi estabelecido permanentemente em
1855 com a chegada de um missionário escocês autônomo chamado Robert Reid Kalley e sua
esposa. Anos antes, 1836, metodistas haviam tentado instituir uma obra missionária, mas
acabaram por retornar aos Estados Unidos. A categoria, portanto, corresponde a presença de
algumas denominações protestantes que chegaram ao Brasil com o objetivo de promover a
adesão de nacionais ao protestantismo. O movimento resultou na presença das igrejas
congregacional, presbiteriana, metodista, batista e igreja episcopal2 em território brasileiro.
Em sua maioria, as missões foram enviadas por igrejas estadunidenses (MENDONÇA;
VELASQUES FILHO, 1990; DREHER, 2002).
A respeito das categorias protestantismo de imigração e protestantismo de missão
cabem algumas considerações. Ao tratar das igrejas organizadas por imigrantes
estadunidenses no estado de São Paulo, Émile Léonard escreveu que não tiveram insistência
em atrair para elas os brasileiros, o que seria uma característica comum aos membros de todas
as colônias estrangeiras. Após, o autor complementou que essas igrejas locais não
demonstraram muita preocupação com a evangelização do país, mas que a pedido de alguns
de seus membros missionários foram enviados ao Brasil (LÉONARD, 2002, p. 86). Dreher,
ao referir-se ao protestantismo de imigração considerou que o conceito não é dos mais
adequados, quando colocado em oposição ao protestantismo de missão. O autor entende que
comunidades de imigrantes teriam recebido missionários oriundos de Casas de Missão que
possuíam influências “tão presentes quanto” entre os missionários do protestantismo de
missão (DREHER, 2002, p. 120). De acordo com essas referências, pode-se perceber que
ambos os conceitos não devem ser tomados como categorias estanques. Os fenômenos
2Existem algumas divergências quanto a alguns grupos. É possível que alguns autores considerem que entre as
denominações formadas a partir do protestantismo de missão estejam incluídos os adventistas (DREHER, 2002,
p. 120). Antonio Gouvêa Mendonça e Prócoro Velasques Filho afirmam que em boa parte da literatura
encontrada sobre as religiões no Brasil, os grupos adventista, mórmons, testemunhas de Jeová e ciência cristã são
identificados como protestantes. Entretanto, Mendonça e Velasques Filho entendem que apesar desses grupos
terem se originado a partir do protestantismo, ou em meio a uma cultura protestante, se encontrariam distantes do
protestantismo. Sendo assim, defendem que não deveriam ser incluídos em estudos que abordem o cristianismo
reformado (MENDONÇA; VELASQUES FILHO, p. 22, 1990).
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protestantismo de missão e protestantismo de imigração mantiveram relações em meio ao
campo religioso nacional. Este é um estudo inicial e se reconhece que um maior número de
leituras deverá ser incorporado para que a discussão adquira maior consistência, contudo se
achou pertinente apresentar essa problemática.
A Igreja Episcopal, cujo interesse resultou neste trabalho, também possui uma série de
particularidades que devem ser levadas em consideração. Segundo o sistema de classificação
ainda adotado, os episcopais estão incluídos no protestantismo de missão. Porém, deve-se ter
em mente que essa denominação originou-se a partir da presença da Igreja Anglicana nos
Estados Unidos e esta possui algumas problemáticas quanto a sua configuração3. Atualmente,
a Igreja Episcopal organizada no Brasil chama-se Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e está
integrada a uma rede composta por igrejas de diversos países que preservam a herança da
Reforma Inglesa, chamada Comunhão Anglicana4 (MENDONÇA, 2005; CALVANI, 2005).
A presença dos ingleses anglicanos no Brasil data do início do XIX e a Igreja
Episcopal resultou do trabalho de missionários estadunidenses. É preciso dizer também que
japoneses que imigraram para o país pertenciam à Igreja Anglicana do Japão, chamada Santa
Igreja Católica do Japão. Essas correntes se aproximaram a partir da década de 1950 e as
paróquias inglesas e japonesas foram incorporadas à Igreja Episcopal. A Igreja Episcopal
Anglicana do Brasil, atualmente, é, portanto, uma instituição que engloba o protestantismo de
missão, o protestantismo de imigração e faz parte da Comunhão Anglicana. Atualmente, a
Igreja Episcopal é também conhecida como Igreja Anglicana. Entretanto, para o recorte deste
trabalho optou-se por abordar apenas a face que corresponde ao protestantismo de missão
(CALVANI, 2005).
Os temas que abarcam o pentecostalismo, neopentecostalismo e
transconfessionalidade protestante possuem seus desdobramentos já no século XX e neste
3Igreja Anglicana (Church of England) recusa o título de protestante. A atual configuração da instituição resulta
da Reforma Religiosa, mas reuniu internamente aspectos do protestantismo e da tradição católica. Em seu
interior, a denominação possui alas que se aproximam mais de uma ou de outra perspectiva religiosa, contudo, a
Igreja da Inglaterra mantém sua unidade. Buscando o equilíbrio entre as tradições pré-reforma e o protestantismo
a instituição tornou-se uma espécie de “via média” (CALVANI, 2005, p. 38). Mendonça apresenta a Reforma em
três ramos: anglicano, luterano e calvinista. Com a ressalva feita para a Igreja da Inglaterra, as igrejas
protestantes seriam aquelas que se originaram na Reforma e possuem desdobramentos em outras denominações
que mantiveram os princípios gerais do movimento. Seriam, portanto, as igrejas luteranas, presbiterianas,
metodistas, congregacionais e batistas. Estas últimas, as batistas, também resistem ao conceito “protestante”
considerando suas raízes históricas, mas para Mendonça, elas são integrantes do protestantismo (MENDONÇA,
2005). Sendo assim, ao se tratar das Igrejas luterana, congregacional, presbiteriana, metodista e episcopal se
manteve o uso do conceito “protestante”, por seu uso instrumental, apesar da problemática (MENDONÇA;
VELASQUES FILHO, 1990). 4As igrejas que fazem parte dessa proposta se relacionam através de processos de consulta e companheirismo,
são chamadas “províncias”, reconhecem a primazia de honra do arcebispo de Cantuária (mais antiga diocese da
Inglaterra) entre outros aspectos (MENDONÇA, 2005; CALVANI, 2005).
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trabalho buscou-se privilegiar a conjuntura do século XIX. Porém, é pertinente saber que o
pentecostalismo passou a se fazer presente em território nacional a partir de 1910. Iniciando
por São Paulo e Belém, hoje é representado por diversas denominações entre elas a Igreja
Evangélica Assembleia de Deus e a Congregação Cristã do Brasil. As igrejas que fazem parte
do neopentecostalismo surgiram a partir da década de 1970. Entre as denominações
neopentecostais se pode fazer referência a Igreja Universal do Reino de Deus. A
transconfessionalidade protestante, por sua vez, apresenta duas perspectivas. Pode ser
pecebida como uma espécie de reação das “igrejas de missão”, ao buscarem o distanciamento
de uma perspectiva colonialista, por um lado. Por outro, é identificada em setores do
protestantismo de imigração e do protestantismo de missão que influenciados pela Teologia
da Libertação (DREHER, 2002).
Transformações no campo religioso no século XIX e a presença de missionários
protestantes
Fazendo parte de uma significativa reconfiguração do campo religioso no século XIX,
quando diversos agentes acatólicos buscaram sua inserção e uma área de atuação no espaço
social brasileiro, chegaram a Porto Alegre em 21 de abril de 1890, capital da Província do Rio
Grande do Sul, dois missionários estadunidenses vinculados à Igreja Protestante Episcopal
dos Estados Unidos da América. Recém-formados pelo Seminário Teológico de Virgínia e
movidos pelo espírito evangelístico, característico das igrejas protestantes norte-americanas
na segunda metade do século XIX, James Watson Morris e Lucien Lee Kinsolving haviam
partido de Newport News no dia primeiro de setembro de 1889. Ao chegarem ao Brasil,
desembarcaram no Rio de Janeiro, passaram por Santos, Cruzeiro (cidade paulista no Vale do
Paraíba) e São Paulo, para, então, chegarem ao Rio Grande do Sul (CALVANI, 2005;
KICKHÖFEL, 1995).
No Rio Grande do Sul Morris e Kinsolving, em conjunto com outros missionários e
agentes nacionais, organizaram a Igreja Protestante Episcopal dos Estados Unidos do Brasil5,
mais tarde chamada de Igreja Episcopal Brasileira. Tendo desenvolvido trabalhos em diversas
5A Igreja recebeu diversas nomenclaturas ao longo de sua história e, ao que se pode entender, as mudanças no
nome acompanharam os rumos tomados pela instituição. A declaração de princípios de 1893 chama o distrito
missionário de Igreja Protestante Episcopal no Estado do Rio Grande do Sul. Mais tarde, em 1895, foram
aprovados a primeira constituição e os primeiros cânones da Igreja Protestante Episcopal no Sul dos Estados
Unidos do Brasil. Em 1897, foi aprovada a remoção da palavra “sul”, ficando, portanto, Igreja Protestante
Episcopal dos Estados Unidos do Brasil. Em 1900, o concílio aprovou a troca do nome para Igreja Episcopal
Brasileira. Hoje a denominação se chama Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (KICKHÖFEL, 1995;
KICKHÖFEL, 2000).
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localidades como Porto Alegre, Viamão, Pelotas, Rio Grande, Santa Rita do Rio dos Sinos,
Jaguarão, São José do Norte, em 1899 dirigiram-se para o interior estabelecendo formalmente,
em 1900, na cidade de Santa Maria, seu primeiro trabalho na região central. Em 1908 a
denominação chegou ao Rio de Janeiro, no ano de 1920 a São Paulo e Santa Catarina
(KICKHÖFEL, 1995; MENDONÇA; VELASQUES FILHO, 1990).
No momento de sua chegada ao Brasil os congregacionais, presbiterianos, batistas e
metodistas já desenvolviam trabalhos de missão. Acompanhar algumas das trajetórias desses
missionários possibilita identificar alguns dos limites, e possibilidades, existentes para os
protestantes que estiveram presentes no Brasil do século XIX. Contudo, a presença dos
protestantes e acatólicos em território nacional esteve sujeita a uma série de variáveis cuja
configuração possibilitou sua inserção.
Entre os séculos XVI e XVII houveram duas tentativas fracassadas de estabelecimento
do protestantismo no Brasil. A primeira correspondeu aos protestantes franceses que se
estabeleceram no Rio de janeiro entre 1555 e 1560 e a segunda aos protestantes holandeses
que chegaram ao Nordeste entre 1630 e 1654. Após a expulsão dos holandeses, a presença dos
protestantes só foi permitida a partir das transformações que ocorreram com a chegada da
família real, acontecimento que resultou na abertura dos portos e na assinatura do Tratado de
Comércio e Navegação. Foi, portanto, no século XIX que os acatólicos e protestantes
estabeleceram-se de fato. Em um primeiro momento como consequência dos acordos
firmados com a Inglaterra e, posteriormente, através do incentivo à imigração europeia,
particularmente alemã. Outro elemento protestante existente no Brasil do século XIX
correspondeu a presença de agentes da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira e da
Sociedade Bíblica Americana. Em decorrência da distribuição de Bíblias e, por vezes, da
evangelização, sua atividade focos de protestantismo teriam sido formados em algumas
regiões (LÉONARD, 2002; MENDONÇA; VELASQUES FILHO, 1990).
A partir da segunda metade do novecentos chegaram ao Brasil os primeiros
missionários que se dedicaram a divulgação do protestantismo de forma mais sistemática. A
este segundo impulso chama-se “protestantismo missionário” ou “protestantismo de missão” e
através dele foram instaladas, em território brasileiro, a Igreja Congregacional (1858),
Presbiteriana (1862), Batista (1881), Metodista (1886) e a Igreja Episcopal6 (1890)
(LÉONARD, 2002; MENDONÇA; VELASQUES FILHO, 1990). A Igreja Congregacional
6A Igreja Batista e a Episcopal não se identificam como protestantes, porém, são inseridas pelos pesquisadores
entre as Igrejas que compõem o protestantismo de missão. O termo “protestante”, neste sentido, assume caráter
consensual de sentido genérico e técnico (MENDONÇA; VELASQUES FILHO, 1990).
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procede do trabalho missionário desenvolvido pelo médico escocês Robert Reid Kalley em
conjunto com sua esposa. As demais resultaram do trabalho de protestantes estadunidenses.
Essas denominações possuíam um sistema teológico mais ou menos uniforme, que suprimia
algumas particularidades denominacionais, e estiveram apoiadas no princípio da conversão.
Possuíam como objetivo a salvação individual, pautadas na ética do trabalho e na disciplina
moral (MENDONÇA, 2005).
Os anglicanos e os luteranos participaram do processo que correspondeu às tímidas
mudanças em direção à liberdade de culto que iniciaram com a chegada a família real ao
Brasil, que resultou na abertura dos portos aos estrangeiros, 1808, e no Tratado de Comércio e
Navegação, 1810. Essa mudança gerou a expectativa de uma maior presença e circulação de
estrangeiros na colônia, o que possibilitou a criação de uma legislação que tratasse dos não
católicos e seus respectivos cultos. Entretanto, a liberdade religiosa deste período, não lhes
autorizava a expor suas convicções religiosas em público ou a nacionais, a construírem
templos com a aparência externa de um templo religioso, a participarem das decisões políticas
e seus casamentos não eram reconhecidos como legítimos (MAFRA, 2001). Apesar das
restrições que proibiam a oferta de seus bens de salvação por parte dos protestantes e
acatólicos, até o final do século XIX todas as denominações protestantes, tradicionais ou
históricas, haviam se estabelecido no Brasil (MENDONÇA, 2005, p. 52).
Tendo sua inserção efetivada por meio da atuação de Robert Reid Kalley e Sarah
Poulton Kalley, o “protestantismo de missão” desenvolveu-se no decorrer do século XIX.
Apesar dos elementos culturais que poderiam ter criado estruturas de aceitação para a
mensagem bíblica anunciada pelos missionários, e os casos de conversão espontânea
possíveis, por meio da leitura individual da Bíblia, pode-se perceber que a inserção dessas
denominações esteve sujeita às diversas estratégias utilizadas pelos agentes no decorrer de
seus trabalhos. Sendo assim, um olhar sobre a trajetória dos agentes permite identificar as
ações desenvolvidas para que pudessem atingir seus objetivos (LÉONARD, 2002;
MENDONÇA, 2005; KICKHÖFEL, 1995).
O missionário e médico escocês Robert Kalley chegou ao Rio de Janeiro em 10 de
maio de 1855, a convite do pastor presbiteriano, Rev. James Cooley Fletcher. Este era o
representante das Sociedades Bíblicas Britânica e Americana na capital do Império, diretor da
União Cristã Americana de Jovens, agente da Sociedade dos Amigos do Marujo, secretário da
delegação dos Estados Unidos e passou a compor a membresia do Instituto Histórico
Brasileiro. O posto de secretário da delegação dos Estados Unidos abria as portas do Palácio
Imperial para o reverendo, colocando-o em contato com dom Pedro II. Robert Kalley, por sua
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vez, não se tratava de um agente menos expressivo. O médico escocês havia imigrado para a
Ilha da Madeira por motivos relacionados à saúde de sua esposa e lá, em 1838, organizou uma
obra de evangelização em conjunto com a oferta de assistência médica alcançando milhares
de adeptos. Tendo sido convidado por Fletcher, Kalley veio ao Brasil para auxiliar na
distribuição das Bíblias e deu início a um trabalho de difusão da fé protestante sob a
perspectiva do congregacionalismo7. Trabalho que contou com a atividade de portugueses que
o haviam acompanhado até o Brasil (LÉONARD, 2002; MENDONÇA; VELASQUES
FILHO, 1990).
O missionário escocês optou por uma atuação moderada, como se buscasse sua
segurança e a de seus adeptos8. O agente buscou proximidade com lideranças importantes e
fixou moradia na cidade de Petrópolis, local onde alugou a casa de verão que pertencia ao
embaixador dos Estados Unidos. Neste local recebia visitas do Imperador dom Pedro II,
reunia crianças inglesas e alemãs, e adultos portugueses. Entre suas estratégias, Kalley
utilizou da imprensa e manteve no Rio de Janeiro agentes que vendiam Bíblias e organizavam
pequenas reuniões religiosas em locais particulares. Em 1858, ou seja, três anos após seu
desembarque no Brasil Imperial, realizou o batismo do primeiro brasileiro “que pertenceu,
nos tempos modernos, a uma igreja protestante, Pedro Nolasco de Andrade”. Essa data marca
a fundação Igreja Evangélica no Rio de Janeiro, mais tarde chamada de Igreja Evangélica
Fluminense (LÉONARD, 2002, p. 58; MENDONÇA; VELASQUES FILHO, 1990).
Os presbiterianos surgiram no Brasil a partir da chegada do missionário Ashbel Green
Simonton, em 18599. Desenvolvendo-se principalmente na Província de São Paulo, a igreja
fundada no Rio de Janeiro, em 1862, caracterizou-se como a denominação que mais cresceu
no Brasil ao longo do XIX. Dotada de um aspecto visionário a presença do Reverendo Ashbel
Logo trouxe inquietação para Robert Kalley. Enquanto o médico escocês aconselhava ao
7O congregacionalismo corresponde ao ramo calvinista das Igrejas livres da Inglaterra e se distingue das Igrejas
presbiterianas por praticar a democracia de forma direta e afirmar a autonomia das igrejas locais. O
congregacionalismo é um ramo das igrejas reformadas, herdeiras da Reforma na Suíça, e suas igrejas estão
filiadas à Aliança Mundial de Igrejas Reformadas (MENDONÇA; VELASQUES FILHO, 1990). 8O trabalho desenvolvido por Kalley passou por perseguições religiosas na Ilha da Madeira. Após as
experiências desagradáveis em Funchal o agente pareceu manter cuidado para não expor seus novos convertidos.
O missionário escreveu: “Lembra-te, escrevia ele a um de seus colaboradores, das Suas palavras (do Senhor):
Sede sábios como uma serpente e simples como pombas. Tenha cuidado dos padres e das irmãs de caridade”. A
postura cautelosa de Robert Kalley foi considerada excessiva por outros missionários (LÉONARD, 2002, p. 56 –
57). 9A presença dos presbiterianos resulta de duas missões vindas dos Estados Unidos. A junta de Nova York enviou
Ashbel G. Simonton, e o Comitê de Neshville, a partir de 1870, foi responsável pelo envio de muitos
missionários. Os presbiterianos sofreram baixas em razão das mortes decorrentes da febre amarela, que vitimou
missionários e missionárias, mesmo assim atuaram nas frentes da evangelização conversionista e na educação. A
primeira resultou em inúmeras comunidades espalhadas pela zona rural das Províncias de São Paulo e de Minas
e a segunda na fundação em 1870 da Escola Americana, em São Paulo, hoje Universidade Mackenzie, e diversos
outros colégios em distintas províncias (MENDONÇA; VELASQUES FILHO, 1990).
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presbiteriano que trabalhasse com discrição, Simonton acreditava que suas intenções
deveriam ser expostas a todos. Entretanto, o estadunidense esteve limitado por seu capital
cultural, uma vez que não possuía familiaridade com a língua falada no Brasil, o que lhe
impediu de trabalhar em meio aos nacionais por determinado período de tempo (LÉONARD,
2002; MENDONÇA; VELASQUES FILHO, 1990).
Ashbel Simonton iniciou seus trabalhos entre os anglo-saxões da capital como capelão
em navios, realizando casamentos ou pregando nas cidades sempre na língua inglesa. Em
1860, passou a ser auxiliado por sua irmã e pelo Rev. Blackford, seu cunhado. No período
entre dezembro de 1860 a março de 1861, o agente viajou por colônias de anglo-saxões e de
alemães10 e distribuiu Bíblias. A oferta de trabalhos religiosos entre os nacionais iniciou
oficialmente em 19 de maio de 1861, ao realizar no Rio de Janeiro seu primeiro culto em
português. Organizados em pequenas reuniões, semelhantes às promovidas por Kalley, os
cultos também contavam com a presença de colaboradores e fiéis do missionário escocês. Em
12 de janeiro de 1862, mais de dois anos após sua chegada ao Brasil, Simonton realizou o
batismo de seus primeiros convertidos, “um comerciante vindo de Nova York e um foguista
da marinha portuguesa” (LÉONARD, 2002, p. 62).
Ao perceberem que o trabalho no Rio de Janeiro parecia limitado, e uma concorrência
para igreja organizada por Robert Kalley, os missionários presbiterianos buscaram transferir
seus trabalhos para São Paulo e arredores. Para esse fim, teriam estado motivados pela
presença de alemães protestantes instalados na região. A sede da missão permaneceu no Rio
de Janeiro sob a supervisão de Simonton, mas Blackford instalou-se em São Paulo, local em
que foi recebido por W. D. Pitt, um americano que era um dos colaboradores de Kalley.
Composto inicialmente por estrangeiros, o trabalho missionário dos presbiterianos obteve uma
importante expansão entre os nacionais por meio da atuação de um ex-padre convertido ao
protestantismo (LÉONARD, 2002).
Nascido em São Paulo, em 1822, José Manoel da Costa Santos tornou-se padre em
1845, sob o nome de José Manoel da Conceição. Desde cedo, o agente estabeleceu relações
com protestantes estrangeiros e essa proximidade teria lhe rendido o gosto pela leitura bíblica
e por obras como a “História Sagrada do Antigo e Novo Testamento”, publicado no Rio de
Janeiro por uma editora protestante. Essa influência aos poucos lhe conferiu o apelido de
“padre protestante” e também a desconfiança das autoridades diocesanas, que buscavam
10Nas viagens que realizou pela província de São Paulo, entre dezembro de 1860 e março de 1861, os
missionários já se mostrava mais ativo que os predecessores. Nesse período visitou colônias dos anglo-saxões e
de alemães. A pedido desses últimos, promoveu a vinda de um missionário presbiteriano de origem alemã,
Francis J. C. Schneider. Durante esse período, Ashbel também distribuía Bíblias (LÉONARD, 2002).
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transferi-lo com frequência a fim de minimizar sua influência sobre os fieis. Conceição foi
encontrado pelo Rev. Blackford que ficou atraído pela fama do “padre protestante”. Batizado
na Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, em 1864, Conceição passou a contribuir para o
desenvolvimento do trabalho missionário e retornou a todos os locais onde havia trabalhado
como sacerdote. Suas viagens não se constituíam através de um plano organizado em
conjunto com os missionários estadunidenses. O trabalho desenvolvido pelo pastor Conceição
foi o responsável por formar uma base para o protestantismo naquela Província. As ações do
ex-padre resultaram na conversão de famílias inteiras e na abertura de fronteiras para a
expansão de suas igrejas (LÉONARD, 2002).
A chegada de missionários permaneceu ao longo do século XIX. Em 1836, os
metodistas não haviam conseguido efetivar seu trabalho missionário, mas a partir de 1886,
através de Junius E. Newman, John J. Ransom, J. W. Koger e James L. Kennedy, sua presença
no campo religioso foi estabelecida. Assim como os presbiterianos que fundaram em 1870 a
Escola Americana em São Paulo, transformada na Universidade Mackenzie, e diversos
colégios espalhados pelas províncias. Os metodistas, batistas e episcopais também fundaram
escolas. Os batistas, por sua vez, instalaram-se no Brasil com a chegada dos missionários
William Bagby e Zacarias Taylor, em 1881. Assim como os metodistas, os batistas instalaram-
se de início nos centros urbanos, situação que lhes proporcionou um crescimento lento no qual
esteve envolvido, entre os outros motivos possivelmente, a presença da Igreja Católica
Romana nas cidades. Apesar do crescimento lento entre os primeiros anos de seu trabalho
após a instituição da República, em 1889, os batistas obtiveram uma expansão significativa e,
ao longo do século XX, atingiram maior crescimento diante das demais igrejas de missão
(MENDONÇA; VELASQUES FILHO, 1990; KICKHÖFEL, 1995).
Tendo observado elementos que compuseram a trajetória de alguns agentes
protestantes e algumas das ações desenvolvidas para que possibilitassem a realização de seu
trabalho religioso, percebe-se que a inserção do protestantismo no Brasil ocorreu por diversas
vias. Utilizando da distribuição de Bíblias, pregando em casas de particulares, buscando o
apoio de agentes influentes, organizando cultos ou criando escolas, os protestantes
viabilizaram sua presença no campo religioso brasileiro. Partindo da hipótese de que agentes
podem ser considerados representativos11 de fenômenos conjunturais comuns a outros
11 Karsburg (2015) entende que a análise de biografias e de trajetórias possuem diferenças. A biografia costuma
abordar a análise do sujeito por toda a sua vida, mas que seja privilegiado um ou outro recorte temporal. A
análise de trajetória, por outro lado, não possui implícita essa condição. O pesquisar chama a atenção para a
importância de se mostrar como outros sujeitos poderiam atuar de modo semelhante ao indivíduo analisado (ao
tratar da biografia). Dessa maneira, pode-se identificar as similaridades existentes entre os agentes, revelar suas
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agentes, pode-se perceber que os missionários da Igreja Episcopal possuíam características
comuns aos agentes de outras denominações. Entre essas, estaria a característica “evangelical”
de sua perspectiva teológica. O evangelicalismo enfatizava a experiência religiosa emocional
como sinônimo da conversão e essa perspectiva estava diretamente vinculada aos movimentos
de reavivamento que ocorreram na Inglaterra e nos Estados Unidos ao longo daquele século.
Essa tendência teria sido predominante entre as denominações que compõem o protestantismo
de missão que chegaram ao Brasil (MENDONÇA; VELASQUES FILHO, 1990).
Considerações finais
Partindo do interesse pela Igreja Episcopal Anglicana e sua presença no Brasil,
chegou-se a uma bibliografia que apresenta diversos agentes históricos que desenvolveram
suas atividades em meio ao campo religioso do século XIX. Através das obras pode-se
identificar que a inserção do protestantismo de missão no Brasil se deu de diversas maneiras.
Até 1808, a entrada de protestantes não era permitida nos domínios portugueses na América.
Depois de poucas décadas, missionários percorriam o espaço social e promoviam conversões
de famílias inteiras ao protestantismo.
Esses agentes não possuíam direitos legais para atuarem em meio ao campo religioso,
uma vez que a liberdade encontrada não lhes garantia o direito a divulgação de suas
perspectivas religiosas. Entretanto, mesmo havendo encontrado limites legais para sua
atuação, os missionários criaram diversas comunidades antes que a República houvesse sido
proclamada em 1889. Ainda que o campo jurídico impusesse limitações ao campo religioso,
este seguia lógicas próprias e, por consequência, criava novas demandas em meio a sociedade.
A inserção do protestantismo de missão em meio ao campo religioso não seguiu uma
única proposta de ação. Aspectos envolvendo estratégias individuais e coletivas, relações
interpessoais, trocas e disputas em meio aos campos religioso, político e econômico estiveram
relacionados. A trajetória dos agentes e suas escolhas permite acompanhar os limites e
possibilidades encontrados em meio a esse processo. Neste sentido a análise das estratégias
utilizadas pelos sujeitos e suas trajetórias mostrou-se uma alternativa interessante para o
estudo do protestantismo de missão.
A pesquisa encontra-se em andamento, mas percebe-se que a produção historiográfica
singularidades e estabelecer relações. Outro aspecto, corresponde a noção de representatividade dos sujeitos. Os
agentes podem ser considerados representativos de um grupo, proposta que pode revelar aspectos dinâmicos e
específicos dos indivíduos em meio a transformações mais amplas.
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sobre as igrejas de missão é ainda pouco expressiva no Rio Grande do Sul. Dada a presença
significativa das igrejas protestantes no Brasil, entende-se que as discussões devem
ultrapassar as leituras relacionadas à Reforma Protestante e à presença calvinista na colônia
portuguesa. Uma vez que os diversos protestantismos, enquanto estruturas religiosas, estão
atuantes em meio ao campo religioso brasileiro ajudando a construir a experiência dos sujeitos
e a conduzir suas ações em meio a sociedade (OLIVEIRA, 2011). Nesse sentido, acreditou-se
que ao se levantar a problemática, apresentar algumas discussões envolvendo possibilidades
metodológicas e também categorias de análise, se está apresentando uma contribuição aos
interessados no estudo do protestantismo de missão.
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