Conversa afiada

19
CONVERSA AFIADA www.franqueando.wordpress.com

description

A serie CONVERSA AFIADA traz cinco ótimas entrevistas com profissionais que fazem diferenças no setor de franquias. Com temas como finanças; operações; sustentabilidade; mercado imobiliaário e desenvolvimento de pessoas.

Transcript of Conversa afiada

Page 1: Conversa afiada

CONVERSA AFIADA

www.franqueando.wordpress.com

Page 2: Conversa afiada

CONEXÕES DE CONHECIMENTO Caro Leitor, Escrevo esta apresentação com a contagem regressiva para o final do ano e parando para pensar quando comecei a fazer a primeira entrevista para o blog, eu idealizava trocar no mínimo algumas experiências de quem entende para quem quer entender cada vez mais sobre o mundo do franchising. Acompanhando a evolução do setor e o crescimento dos números muito acima do crescimento do PIB nos últimos anos , não tem como não brilhar os olhos, e ler atentamente a cada entrevista com o pensamento de posso fazer mais.

Agradeço a todos os entrevistados que investiu o seu tempo em compartilhar seus conhecimentos para que você agora possa enriquecer ainda mais o seu conhecimento com todas as entrevistas em um único material.

Aproveite a leitura e que venha 2013!

Rafael Rocha

Idealizador do blog: franqueando.wordpress.com

Page 3: Conversa afiada

A SUSTENTABILIDADE COMO MODELO DE GESTÃO A responsabilidade social no franchising é algo que deve estar no planejamento estratégico das franqueadora? Sim! A responsabilidade social das empresas deve ser totalmente inserida no modelo de gestão. Há alguns anos era comum as empresas desenvolverem ações sociais ou ambientais de forma esporádica, muitas delas por iniciativa de seus proprietários ou acionistas, baseadas em seus anseios os valores pessoais. Com o advento do filme “ Uma verdade Inconveniente”, produzido em 2006 pelo então ex-presidente dos EUA que trouxe à tona a problemática do aquecimento global, temos visto o tema evoluir de forma mais expressiva mas empresas através do entendimento que uma gestão sustentável envolve toda a cadeia de relacionamento das empresas. Além dos clientes e a comunidade, as empresas devem adotar práticas junto a seus colaboradores, meio ambiente, governo, fornecedores, acionistas entre outros. O nascimento da AFRAS – Associação Franquia Sustentável, braço de responsabilidade social da ABF, ocorrido em 2005 foi um marco para o segmento. Desde então temos visto a evolução das franqueadoras brasileiras nesse quesito. Para se ter uma noção mais exata, em 2008 em parceria com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social criamos os Indicadores Ethos-ABF-AFRAS que contribuem para a realização de um auto diagnóstico para as empresas e ainda oferecem pistas para tomadas de decisões que equilibrem os aspectos econômicos, sociais e ambientais no negócios.

O franchising brasileiro vem se fortalecendo nos últimos anos com um crescimento na casa dos dois dígitos e essa realidade deve ser percebida também em novas áreas de atuações que vem desenvolvidas no setor, como por exemplo a AFRAS (Associação Franquias Solidárias) que trabalha em conjunto com a ABF (Associação Brasileira de Franquias) com o desafio de vencer a cada dia os desafios de atuar com responsabilidade social no franchising.

Para falar sobre o tema, conversamos com Claudio Tieghi, diretor presidente da AFRAS e também colunista da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios que fala na entrevista abaixo um pouco sobre as dificuldades das marcas e também sobre a atenção que cada empresa deve manter no desenvolvimento dos projetos sustentáveis:

Page 4: Conversa afiada

Empresas que nunca tiveram trabalhos envolvidos no franchising, como podem começar a desenvolver um projeto?

Como falamos de um modelo de gestão para a sustentabilidade, considero fundamental o uso dos indicadores citados na questão anterior. Eles estão disponíveis no site da AFRAS e do Instituto Ethos. Possuem uma linguagem própria para o franchising e trazem questões pertinentes a todos os ramos de atuação, produtos ou serviços. Foram desenvolvidos em parceria com mais de 13 franqueadoras, fornecedores, parceiros, representantes da sociedade civil e consultores especializados. O uso dos indicadores é 100% gratuito e aberto para todas as empresas associadas à ABF.

Franqueadoras que pensam em sustentabilidade e/ou responsabilidade social simplesmente como marketing e publicidade estão desperdiçando tempo e recursos sem construir nada?

Acredito que projetos bem feitos sempre trazem resultados. De toda forma, fico muito preocupado quando vejo empresários e executivos reduzindo essa esse tema tão importante à práticas assistencialistas muitas vezes desconectadas do negócio e, portanto, distantes da missão e valores das empresas. Não há nada de errado em divulgar as ações que as empresas realizam, porém, elas devem estar conectadas ao negócio e inseridas no modelo de gestão. Resumindo: devem apresentar resultados efetivos para as partes interessadas. Quando isso acontece, a comunicação fica mais fácil e transparente. Temos que agregar valor às marcas e as práticas sustentáveis contribuem muito. Claro que não estou dizendo que precisamos ser perfeitos em tudo, mas temos que ser éticos e transparentes – quesitos básicos do conceito de responsabilidade social empresarial.

Page 5: Conversa afiada

Para marcas que já tem áreas especificas pensando na responsabilidade social, o que elas devem pensar para os próximos 10 anos?

Não haverá futuro para os negócios insustentáveis. Por outro lado, não há empresas 100% sustentáveis. O estilo de vida contemporâneo e a produção de produtos e serviços deixam pegadas ecológicas que exigem processos compensatórios. O desenvolvimento de uma gestão baseada em valores mais perenes será cada vez mais a chave do sucesso. As empresas precisam refletir constantemente sobre qual o real motivo de existirem. Se a resposta for somente: gerar lucro… atenção! A sustentabilidade é dinâmica, exige renovação e inovação. Com uma boa dose de tecnologia, formação e valorização do capital humano teremos empresas preparadas para o futuro. Tive a oportunidade de conceituar uma novo momento no franchising brasileiro, o qual denominei, Franchising de Sexta Geração que, entre diversos aspectos, destaca a necessidade de revisarmos a missão, visão e valores das empresas à luz de uma nova realidade social, econômica e ambiental. Nunca tivemos 7 bilhões de pessoas no mundo, além disso esbarramos constantemente em limites naturais. Precisamos contar com empreendimentos que reduzam seus impactos ambientais e incluam cada vez mais aqueles que estão à margem da sociedade. O desafio é grande, mas o resultado é e sempre será compensador.

Page 6: Conversa afiada

FINANÇAS PARA FRANQUEADOS

Victor, a área de FINANÇAS é uma das mais importantes na hora de investir em um negócio sendo ou não uma franquia. Por isso, o que os investidores devem se atentar na análise do PLANO DE NEGÓCIO? Oi Rafael, primeiramente, agradeço o convite e o parabenizo pelo trabalho que desenvolve no Blog. Gosto muito e sou um leitor frequente! Bom, o empreendedor, antes mesmo de decidir investir em qualquer negócio, necessariamente precisa elaborar o seu próprio plano de negócios. Uma franquia, que é uma operação formatada, não dispensa esse planejamento, ao contrário. Além da questão financeira, que envolve estimar custos, preço, margem, lucro, rentabilidade, prazo de retorno e etc, existe a questão estratégica, a pesquisa de mercado, do publico em potencial, da concorrência, dados de desempenho do segmento e assim por diante. Um grande – e importante – fator é ter afinado ao que se propõe a fazer. Tente imaginar uma pessoa que não goste de animais gerindo um pet shop, ou ainda, alguém ligado ao mundo da moda investindo no ramo automotivo. Ambos os exemplos podem ter cases de sucesso, talvez pela habilidade de gestão desse empreendedor, mas certamente a chance de êxito quando há afinidade é muito maior.

Continuando com a projeto de entrevistas com profissionais do franchising, o blog Franqueando aproveitou o momento de euforia do setor de franquias para falar sobre um assunto que costuma tirar o sono de muitos franqueados: Finanças. Finanças é algo que muitos franqueados se preocupam na hora de investir e construir o plano de negócio, mas com o tempo é quase que esquecido na operação de um negócio.

Para falarmos sobre esse assunto conversamos com Victor

Continuando com a projeto de entrevistas com profissionais do franchising, o blog Franqueando aproveitou o momento de euforia do setor de franquias para falar sobre um assunto que costuma tirar o sono de muitos franqueados: Finanças.

Page 7: Conversa afiada

Pois bem, com o plano de negócios de uma franqueadora em mãos, é fundamental atentar para a coerência das informações, principalmente no que tange ao valor investido x prazo de retorno, assim como, para as projeções de evolução dessa loja, para o capital de giro exigido para manter a operação durante os primeiros meses, quais os pagamentos periódicos para a franqueadora e, naturalmente, qual a capacidade que essa empresa terá de gerar lucro. Ainda assim, para a obtenção de mais lastro para a escolha de uma franquia, solicite a indicação de alguns franqueados de unidades em operação que tenham alcançado o desempenho traçado no plano de negócios. Avaliar quais foram os méritos e dificuldades de outros franqueados será um interessante norteador para o investidor.

É muito comum qualquer administrador enxergar a área de finanças resumidamente como contas a pagar/receber, sendo que muito do próprio planejamento estratégico está ligado a saúde financeira da unidade, quais outros pontos a se atentar?

Rafael, infelizmente, é muito comum. Temos hoje um enorme “analfabetismo financeiro” nas pessoas físicas, que são os empreendedores de micro e pequenas empresas; se é difícil organizar e planejar a vida de uma pessoa, da mesma maneira é em uma empresa.

No cotidiano os administradores acabam apenas registrando pagamento e recebimento, quando o fazem. É um desafio para as franqueadoras conscientizar e capacitar seus franqueados em áreas em que ele não tenha habilidades, entre elas, a área financeira. Essa capacitação pode ser através de treinamentos, convenções, whokshops e do suporte da consultoria de campo, que deve levar know how e competência profissional para auxiliar e orientar esses franqueados.

Desta forma, o franqueado compreende que ter segurança financeira – capital de giro – para “bancar” o negócio enquanto ele estiver engatinhando, contribui para um crescimento sustentável. Ter capacidade de pagamento oferece a ele mais poder de negociação e subsídios para tomadas de decisões mais fundamentadas, principalmente diante de situações adversas.

Todo empresário, independente do tamanho, precisa ter um fluxo de caixa, com previsões confiáveis para no mínimo dois meses, bem como, com os registros das movimentações diárias/realizadas. Essencial medir e acompanhar um conjunto mínimo de indicadores de desempenho (faturamento, volume de itens vendidos, ticket médio, lucratividade, gastos/faturamento, taxa de conversão, por exemplo) e ter um DRE, que mostrará o resultado operacional em um determinado período. Resumindo, empresários que utilizam essas ferramentas e sabem administrar suas finanças terão negócios mais lucrativos.

Page 8: Conversa afiada

Quais as principais erros que podem levar o caos financeiro de uma unidade franqueada?

O mandamento sagrado em finanças é: Não gastar mais do que gera de receitas. Além disso, é importante que em hipótese alguma o franqueado misture as contas pessoais com as contas da empresa. Isso é muito comum e distorce totalmente a análise do desempenho da franquia. Para evitar isso o franqueado deve estabelecer um pró-labore e essa retirada deve ser adequada à realidade financeira da empresa, inclusive, eis outro erro muito comum, que é o franqueado ter uma retirada muito além do que a empresa pode pagar, onerando o caixa da unidade.

Dividas que acarretam juros, inadimplência alta, descontos frequentes nas vendas, gastos descontrolados, saber distinguir o que se “quer” do que se “pode”, falta de gerenciamento de estoques, de capital de giro e de planejamento são erros determinantes que podem levar ao caos.

Um dica para evitar isso?

Rafael, eu costumo brincar que a “Gestão Estratégica DEIXO A VIDA ME LEVAR” só deu certo uma vez: Com o Zeca Pagodinho, que gravou a música e fez muito sucesso (e dinheiro) com ela. Brincadeiras a parte, é possível resumir a dica em três passos:

Conhecimento – Como falamos anteriormente, nem todo empresário possuí conhecimento para lidar com dinheiro. Sugiro, portanto, buscar capacitação em cursos e escolas de negócios, contratar profissionais que possuam esse conhecimento, assim como, contar com auxilio dos consultores de campo e/ou de consultorias do mercado.

Planejamento – Planejar as finanças permite construir uma estrada que será seguida nos próximos meses. Inicia-se na previsão das vendas em período, dos custos variáveis que elas resultam, das despesas administrativas, financeiras de marketing e outras, das provisões necessárias para reformas, treinamentos, expansão, 13º salário e, claro, do ponto de equilíbrio ou lucro desejado. Trata-se do planejamento orçamentário, que resultará em um fluxo de caixa e em um DRE previsto e com isso, o empresário terá condições de “ver o futuro”.

Disciplina – Ter conhecimento, desenvolver o planejamento e não ter disciplina para colocar em prática, não será suficiente. Isto demandará envolvimento e dedicação por parte do Gestor para fazer acontecer o que foi planejado, utilizando adequadamente as ferramentas citadas nas questões anteriores.

Page 9: Conversa afiada

AS OPORTUNIDADES DO SETOR IMOBILIÁRIO A série de entrevistas CONVERSA AFIADA tem sido um projeto

muito interessante para o blog e temos recebidos diversos contatos solicitando cada vez mais temas específicos que envolvam o universo do franchising. A conversa de hoje tem o setor imobiliário como foco e aconteceu com Guilherme Carnicelli, que é formado em publicidade e propaganda pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) com especialização em Marqueting e vendas pela ESPM/SP e Gestão Estratégica na Universidade de São Paulo (USP). Trabalhou como consultor para diversas empresas nacionais e internacionais do setor de franchising e hoje é responsável pela expansão no Brasil da franquia imobiliária Coldwell Banker. Guilherme, alguns anos o Brasil encontra-se com um mercado imobiliário aquecido, fruto de uma economia que vem crescendo e a visibilidade do país como um grande player mundial já é realidade. E isso se reflete como oportunidades para franquias do setor imobiliário. Com eventos como Copa do Mundo e as Olimpíadas, é normal que tenhamos um crescimento na demanda por negócios e também no valor dos imóveis. O jornal Valor Econômico apresentou que somente a região de Itaquera em São Paulo tem hoje mais de 52 favelas e o valor do imóvel cresceu 40% nos últimos tempos. Quais os desafios e os cuidados para quem busca investir em regiões com esse cenário?

Page 10: Conversa afiada

Você acredita que grandes construtoras podem enxergar o setor de franchising como um caminho a ser explorado para expansão dos seus negócios assim como empresas do porte de Ambev e Havaianas fizeram nos últimos anos?

Eu acredito que o setor de franchising pode ser um importante aliado para as grandes construtoras no futuro. O segmento de franquia imobiliária é algo recente no Brasil, as grandes marcas internacionais aportaram por aqui há pouco tempo e ainda são pouco representativas no setor. Por outro lado é uma tendência de mercado, em países como os EUA, 25% das imobiliárias pertencem a uma rede de franquia e mais da metade dos corretores trabalham para alguma unidade franqueada, ou seja, as redes de franquia concentram a mão de obra e se tornam relevantes no mercado. O produto de uma construtora é o imóvel e quem faz a venda desse produto é a imobiliária, por isso acredito que o crescimento das redes de franquia imobiliária possam ajudar as construtoras a oferecer seus produtos através de uma mão de obra mais qualificada, treinada e dentro de um padrão onde exista controle de operação.

Nós na Coldwell Banker, por exemplo, acreditamos muito na capilaridade que uma rede de franquia possui como forma de represar possíveis interessados para um determinado tipo de imóvel e essa sinergia é fundamental para o sucesso de um empreendimento.

Page 11: Conversa afiada

Quais dicas você daria para quem vai investir no setor imobiliário e também uma para quem busca um novo imóvel / ponto comercial? Essa pergunta é interessante, quando falamos em investir no mercado imobiliário posso dizer que existem duas maneiras hoje, você pode ser um simples espectador ou se tornar um ator e vou te explicar por que. A primeira delas, e mais usual, é comprar um imóvel e aproveitar hoje o bom momento que o mercado vive apostando na valorização desse patrimônio, minha principal e única dica pra isso é que você procure um profissional especializado, um bom corretor de imóveis, porque só ele, com o conhecimento profissional, pode indicar as boas oportunidades, um investimento feito na base do achismo pode ser a ruína do seu capital, nesse caso você investe como um espectador. A segunda delas, e muito lucrativa também, é que com a chegada das redes de franquia imobiliárias é possível investir no mercado imobiliário fazendo parte dele, ou seja, um ator. O que isso quer dizer? Através de uma franquia, alguém com um capital na maioria das vezes menor do que o valor do imóvel pode se tornar um franqueado e participar do boom que estamos vivendo trabalhando e fazendo parte desse mercado. A expectativa de crescimento desse mercado é muito grande, isso dito por grandes especialistas e economistas de nome em nosso País, então poder entrar nesse negócio contando com um suporte de uma empresa de franquia é uma grande oportunidade. Sobre os pontos comerciais, esse hoje é um gargalo no crescimento do varejo e do franchising brasileiro, por conta da valorização dos imóveis os preços se tornaram inviáveis e muitas vezes impedem a instalação de determinado tipo de produtos ou serviços. Para isso, é preciso uma busca com inteligência imobiliária, nem sempre os locais mais óbvios são as melhores opções para a viabilidade comercial de um novo negócio. Dentro da Coldwell Banker nós possuímos uma divisão de negócios, chamada Coldwell Banker Commercial, que trabalha através de dados estatísticos e pesquisa a busca de pontos comerciais em diversas regiões do País, nossa ideia com essa divisão de negócios é poder, a partir do próximo ano, oferecer esse serviço inclusive para outras redes de franquia dos mais diferentes setores.

Page 12: Conversa afiada

OPERAÇÃO - A DISCIPLINA PARA ATINGIR RESULTADOS

Para falar conosco hoje sobre operação, o blog FRANQUEANDO foi buscar algumas respostas com Arlan Roque, gestor em franquias, escritor de alguns principais canais especializados e que escreve quinzenalmente para esse blog:

Os melhores investimentos estão em shoppings ou em lojas de rua? E o que você destacaria como principal ponto forte e ponto fraco de cada operação?

Esta questão inclusive, foi tema de uma pergunta de uma pessoa em um workshop sobre franquias que estive recentemente. A resposta é clássica: depende. Temos em centros comerciais de rua atualmente, uma atividade econômica fortemente desenvolvida, seja em capitais e cidades pólo ou mesmo em cidades menores. Nos últimos anos, os shopping tem investido em cidades de médio porte e até cidades com população orbitando em aproximadamente 100 mil habitantes, então não considero adequado classificar que o investimento seja melhor em shopping ou rua, pois dependerá do segmento, das características do ponto comercial almejado, e considero principalmente, do perfil de quem irá operar o negócio. Os shoppings oferecem mídia institucional, segurança aos clientes e lojistas e o potencial dos finais de semana, no entanto, em novos empreendimentos o lojista precisa de fôlego financeiro até o amadurecimento do shopping. Os custos de ocupação muitas vezes são maiores. Em lojas de rua, o lojista tem maior independência, pois deixa de estar sujeito as normas dos shoppings e pode ter maior visibilidade de sua marca, no entanto, não conta com as vantagens oferecidas pelo shopping, mencionadas anteriormente. Reitero que é fundamental o operador identificar-se com a operação de rua ou shopping pela carga horária e regulamentação.

O mercado de franquias veem amadurecendo nos últimos anos e prova disso é o crescimento das redes franqueadoras e os números apresentados em cada setor. Mas tão importante quanto à expansão dos negócios é a solidez que cada marca trará para os seus franqueados. Solidez nesse caso é sinônimo de uma boa operação e para falar sobre operação, temos que prestar a atenção na junção da dedicação do franqueado e do franqueador para um trabalho saudável na operação.

Page 13: Conversa afiada

É importante o candidato fazer perguntas chaves antes de investir, como por exemplo: sobre o plano de negócio, se há sazonalidade no mercado a investir, investimento inicial e treinamentos. Mas e depois da inauguração? Quais os principais pontos que todo investidor deve ficar atento antes de assinar o contrato?

Creio que o público que analisa franquias tem amadurecido no sentido de pesquisar o negócio que irá tornar-se parceiro, mas é verdade que precisa também tentar entender como será pós assinatura do contrato e neste aspecto, considero relevante compreender o suporte que a franqueadora oferecer através de sua consultoria de campo e qual o foco de trabalho desta consultoria; a existência de programa de excelência na rede; como funciona o abastecimento da rede; quais suas responsabilidades em uma eventual rescisão contratual ou repasse do negócio; planos de marketing da franqueadora; existência de conselho de franqueados e principalmente conversar com no mínimo seis franqueados e pelo menos um ex franqueado que estejam em momentos diferentes do negócio ou seja, alguns que estejam no negócio há menos de dois anos, outros com tempo entre dois e quatro anos e por último que está no negócio por mais de quatro anos. Nesta conversa, também é importante o candidato ter filtro no que ouvir em relação a acontecimentos pontuais e também em relação a receio de concorrência com a própria rede.

O franqueado deve ser encantado pelo tamanho da verba de marketing da rede ou pelo plano de trabalho proposto para no investimento?

Um volume de recursos mal gerido, torna-se sem efeito, assim, o ideal é que haja um plano bem estruturado e também, constância de investimentos, que creio devam ser tanto do franqueado como do franqueador.

Page 14: Conversa afiada

Em porcentagem, qual seria a classificação das responsabilidades divididas entre a marca franqueadora e o investidor / franqueado?

Esta pergunta é bastante capciosa, pois a tendência é o franqueador creditar maior percentual ao franqueado e vice-versa, mas prefiro atribuir nesta relação pelo menos 60% ao franqueado na busca de transmitir o conceito que o negócio na ponta, junto ao consumidor final do produto ou serviço está na mão dele. O franqueador tem a responsabilidade de pensar estratégias a longo prazo, produzir um produto ou serviço competitivo e capacitar a rede, mas não consegue fazer o sorriso acontecer para o consumidor final.

Page 15: Conversa afiada

O SENHOR DOS ANÉIS Nas oportunidades que já tive de conversarmos, ele declarou que depois de 2 anos de preparação em 2007 ele largou a vida corporativa com todos os benefícios e o status de executivo para se dedicar no desenvolvimento de pessoas.

Hoje ele desenvolve e executa workshops, palestras e programas de capacitação de pessoas com o objetivo de alinhar indivíduos através de suas motivações internas e fortalecer o seu contato com as marcas.

É assim que ele desenvolveu e desenvolve trabalhos para empresas como O Boticário, Mcdonalds, Natura, Vale entre outras. O objetivo dessa entrevista é tentar descobrir se as redes de franquias podem contribuir com o desenvolvimento das pessoas através do seu alinhamento de marca muito mais do só com a construção de processos e manuais.

Foi com o título acima que a revista VOCÊ S/A chamou Nélio Bilate para falar sobre desenvolvimento de carreiras em 2009. Esse carioca trabalhou por mais de 20 anos em empresas como Chocolates Garoto, Coca-Cola e Nissan-Renault, essa última chegando ao posto de vice-presidente de marketing e vendas no Brasil.

Page 16: Conversa afiada

Dentro ou não do franchising as empresas tem dificuldades em desenvolver pessoas, reter talentos e passar aos seus colaboradores sua real essência. Em sua opinião, qual o principal erro dentro das empresas para isso e qual seria o melhor caminho?

O principal erro é não saber da sua essência. Tudo começa a partir da abertura para conhecimento, entendimento e propagação da essência, da missão, da visão e dos valores da empresa. Isso não deve ficar apenas num quadro pendurado na parede. Deve permear toda a organização através, principalmente do comportamento e das atitudes de seus líderes. O melhor caminho está no diálogo e no interesse pela descoberta e prática da essência.

Você acredita que os erros e acertos do mundo corporativo hoje são mais reflexos da inercia das empresas com o despreparo com os novos profissionais ou a um avanço, uma expectativa talvez maior dos novos profissionais com relação às empresas?

As duas coisas se encontraram. De um lado profissionais mais interessados e mais preparados. De outro lado, empresas se preparando e aprendendo com os próprios erros, tendo que mudar seu modelo de gestão, de negócio e de liderança.

Nélio, uma característica do franchising são os padrões por meio da comunicação da marca, da arquitetura, pelo atendimento entre outros aspectos. Mas como as empresas franqueadoras devem buscam traduzir sua essência organizacional para sua rede de franquias? Só colocar no manual isso basta?

Claro que não. Os manuais e os padrões ajudam muito, mas não são suficientes. Para uma aderência maior é preciso contar com o treinamento constante da equipe e com a presença da equipe de campo do franqueador lado a lado com a equipe do front. Deve-se contar também a comunicação eficaz e simples através de vídeos e da internet.

As empresas são feitas por gente e como as franquias hoje no Brasil podem começar a pensar em desenvolver as pessoas nos mais diferentes níveis, pensando em toda a sua extensão geográfica (abrangência e

dimensão do território brasileiro)?

Isso é possível através do treinamento à distância e também da presença de gente capacitada no campo. Nada substitui o corpo a corpo, tendo como foco principal a motivação e o engajamento através das características e essência da marca/empresa, bem como através das boas práticas do mercado.

Page 17: Conversa afiada

CONHEÇA MAIS

Para conhecer mais sobre Victor Marques acesse o seu blog: http://vmfinancas.blogspot.com

Para conhecer melhor os trabalhos e a atuação da AFRAS (Associação Franquias Solidárias) www.afras.com.br e para ler as colunas sobre responsabilidade social de Claudio Tieghi acesse o site da revista Grandes Empresas Grandes Negócios revistapegn.globo.com.

Para conhecer melhor Guilherme Carnicelli acesse http://gdcarnicelli.wordpress.com/

Para conhecer melhor Arlan Roque acesse seus artigos em http://guiadofranchising.flegoo.com/autor/arlan-roque/ Acesse o site

http://www.nbheart.com.br e conheça melhor os seus trabalhos.

Page 18: Conversa afiada

ATUALIZE-SE

• http://www.suafranquia.com/

• http://guiadofranchising.flegoo.com/

• http://www.portaldofranchising.com.br

• http://empreendedor.com.br/

• http://exame.abril.com.br/topicos/franquias

Abaixo alguns dos principais sites e portais com noticias e informações no Brasil:

Page 19: Conversa afiada

www.franqueando.wordpress.com