Conversas Que Transformam v1.1 - Rodrigo Santiago

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Rodrigo Santiago Conversas Que Transformam Um bate-papo sobre os Segredos Que Podem abrir as Portas para sua melhor Vida

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Rodrigo Santiago

Conversas Que Transformam

Um bate-papo sobre os SegredosQue Podem abrir as Portas

para sua melhor Vida

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(fotografia de capa: andres rueda)Licenciada pelas leis da creative commons.

Este trabalho pode ser redistribuído à vontade. recomende.apenas certifique-se de que ele está indo parar em mãos interessadas.

escrito por rodrigo santiago figueiredo de oliveira.edição de 25 de Janeiro de 2012Todos os direitos reservados.

Versão 1.1

www.espalheoamor.com.brwww.sejainabalavel.com.br

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Agradecimentos

Dedico esta obra a cada um dos participantes da minha primeira turma de treinamento em Auto-Otimização, pela paciência que vocês tiveram comigo.

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Atenção!

Esta é uma obra viva. Uma conversa, do leitor com o autor. Significa dizer que, no futuro, poderá haver atualizações em seu conteúdo.

Resolvi lançá-la tão rápido quanto possível, pois é mais relevante que as pessoas tenham essa informação o quanto antes do que eu esperar para ele ficar “perfeito”.

Portanto, é possível que existam algumas inconsistências no texto.

Você tem o meu convite pessoal para reportar estas inconsistências ou criticar esta obra. Se as suas observações forem acatadas, seu nome será incluído na lista de colaboradores das versões futuras. Qualquer observação que você tenha a fazer, dirija para:

[email protected]

Neste endereço, eu lerei pessoalmente e-mail por e-mail, à medida da minha disponibilidade.

As versões futuras deste ebook serão redistribuídas gratuitamente para as pessoas que adquiriram este material.

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ALERTA!!

Existem pessoas que estão dispostas a acreditarem automaticamente em tudo o que está escrito em um livro. Se você é uma destas pessoas, então eu recomendo que suspenda esta atitude a partir de agora... Pelo menos durante sua leitura de Conversas Que Transformam.

Este livro está repleto de reflexões interessantes que darão o que pensar sobre sua própria vida. Mas elas não se destinam, em momento algum, a ditar o que é a verdade sobre todas as coisas.

“Realidade” é um assunto complexo demais para ser abordado em apenas 90 páginas. Este é um problema que tem tomado praticamente todo tempo da civilização humana, e ainda não se chegou a uma conclusão (e não sei se vamos chegar). Portanto, não é crime nenhum você não concordar com várias coisas que aqui estão escritas.

Muito pelo contrário: é saudável duvidar.

Ao invés de tentar ditar o que é a verdade final, faço aqui um breve resumo bastante coloquial das lições mais úteis que aprendi até hoje, sobre como ajudar pessoas a atingirem maior satisfação e excelência em suas vidas.

Este texto é puramente pessoal. Tudo isto está embasado na minha história com meus clientes. Ou seja: aqui está refletida a experiência real de uma pessoa que tem, com sucesso, ajudado incontáveis pessoas a superarem desafios e conquistarem uma dose muito maior de controle sobre suas próprias vidas.

Repetindo: este não se destina a ser um “ponto final sobre a existência humana”. Acredito isto nunca será possível, em época alguma.

Porém, também não se pode descartar a hipótese de que várias reflexões aqui podem lhe ajudar como nada antes lhe ajudou. Esteja aberto ao que é novo, e você será recompensado de acordo. Há grandes lições ocultas nas frases mais simples.

Outras pessoas já leram este livro acreditando que ele fosse ensinar TUDO o que se precisa saber para viver. Isto, infelizmente, não será feito. Portanto, não se decepcione. Apenas leia, e tome para si as questões que podem, sim, lhe dar poder sobre os fatores que influenciam seus resultados pessoais.

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Esta página foi propositalmente deixada em brancopara que você reflita sobre as palavras

da página anterior...

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Se durante a leitura deste documento você precisar de quaisquer esclarecimentos ou ajuda pessoalmente, basta enviar um email para [email protected]

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Conversas que transformam

um bate-papo sobre os segredosque podem abrir as portas para sua melhor vida

por rodrigo santiago - life coach

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Olá, querido leitor!

Se você está conectado a uma das nossas páginas mega-híper-movimentadas no Facebook que falam sobre amor, desenvolvimento humano e sonhos, ou se assina os artigos do site Espalhe o Amor (http://www.espalheoamor.com.br), então este livro será muito útil pra você realizar uma reflexão profunda de sua própria história.

Pense na vida que você tem vivido... Com suas ansiedades, incertezas, suas decepções e mágoas... Mas também suas alegrias e sonhos. Sonhos cumpridos e sonhos a serem cumpridos.

Há alguns anos atrás, eu resolvi registrar uma página para difundir as novidades mais recentes sobre motivação, amor e relacionamentos, além de publicar idéias de personalidades geniais da história humana. O meu sonho, pessoalmente, era que pessoas como você tivessem maior acesso a discussões e reflexões abertas sobre suas próprias vidas, e que conhecessem outras pessoas que quisessem falar sobre as mesmas coisas.

Eu estava muito cansado de viver em uma sociedade orientada ao medo, à corrupção, à falta de oportunidades e à violência. E, naquele tempo, junto com minha noiva, nós começamos este trabalho.

Para meu espanto, nós encontramos várias outras pessoas muito especiais que entraram no mesmo “barco”, que a partir de então cresceu muito além do que eu imaginava, e floresceu espontaneamente. Hoje, somos mais de um milhão e meio de pessoas conectadas através destes canais, com dezenas de moderadores, e que inspiraram inúmeras outras pessoas a iniciarem suas próprias conversas em outras páginas.

Se nós não fizermos nossa parte, é bem provável que nada aconteça. Foi com esse intuito que comecei esse trabalho, e muito mais do que eu esperava aconteceu.

Meu nome é Rodrigo Santiago, e eu sou um Life Coach.

“... Rodrigo Santiago? Quem é você? E o que faz um Life Coach”?

Foi para responder essa pergunta que eu resolvi preparar esse bate-papo.

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Encare como nossa primeira conversa juntos. Nela, eu revelo várias coisas a respeito do mundo do desenvolvimento humano, além de algumas técnicas que eu, pessoalmente, uso pra ajudar pessoas a superarem bloqueios e desafios em diferentes áreas de suas vidas. Então, vale a pena ler com cuidado cada linha, para aproveitar o que você quiser pra sua própria vida.

Sabe aqueles dias em que você por acaso acaba tendo uma conversa super importante e inesperada com algum amigo novo em um café bem acolhedor? Tem alguns lugares aqui do Rio de Janeiro que eu adoro pra esse tipo de reunião.

Pois então... Sente-se e aproveite! Tome o que preferir para si mesmo. Delicie-se com cada palavra. Saboreie as idéias apresentadas aqui e conheça um pouco mais sobre a vida de uma pessoa cuja atividade profissional é edificar a vida de outras pessoas. Além disso, descarte o que não lhe servir. O intuito é ter uma conversa amigável e íntima, e não ser um ditador do que deve ser obedecido.

Quando digo “íntima”, quero que tenha a certeza de que estou sendo bastante honesto. Neste livro, além de tópicos de interesse de pessoas que querem realmente transformar suas vidas, eu faço uma confissão muito pessoal sobre mim mesmo. Inúmeras coisas que vivi, pontos de vista e maneiras de ver o mundo estão aqui, expostas. Não escondi nada. Faça o julgamento que quiser das minhas palavras. Mas lembre-se, antes, que eu sou um ser humano, como qualquer outro. Sujeito a erros e acertos. Isto que está escrito é o que de melhor tenho para lhe dar e que cabe neste projeto.

“Rodrigo, eu entendi sua idéia, e já havia ouvido falar do Espalhe o Amor. Mas, afinal, como é isso de ser um life coach? Do que se trata?”

A resposta curta pra essa pergunta é que o propósito da minha vida é desenvolver pessoas. Essa é a vida de um Life Coach.

“Hum, entendi mais ou menos... O que é exatamente ‘desenvolver pessoas’?”

Essencialmente, desenvolver pessoas significa ajudar um cliente a sair da realidade em que ele vive para criar e viver uma nova realidade, que ele mesmo julgue melhor, mais produtiva, mais saudável, mais liberta, com mais poder, mais influência, maior potencial de auto-realização, satisfação, significância e harmonia com as pessoas de seu convívio.

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“Rodrigo, me desculpa, mas isso não parece um pouco sensacionalista demais?”

De maneira alguma... Tudo que acabei de falar é a matéria de estudo da Psicologia Positiva, entre outras escolas do Desenvolvimento Humano. Antes que você confunda as coisas: isso não tem a ver com simplesmente “pensar positivo”.

Até essa “nova Psicologia” entrar em cena, tudo o que tínhamos era o tratamento de patologias. Então, frequentar psicólogos era uma tarefa pra quem queria “se livrar de traumas”.

Na terapia, você é tratado como um “paciente”. No Coaching, no Treinamento, na Consultoria ou no Mentoring (modelos de acompanhamento que se aproveitam muito desses novos modelos), você é tratado como um “cliente”. Metas específicas são estabelecidas por você mesmo para que você possa alcançá-las, passo-a-passo. Não estamos lidando com traumas, tampouco com patologias. Estamos lidando com geração de resultados específicos.

Aqui, você vai perceber que o trabalho com metas na vida pessoal não é tão simples quanto parece, e isto explica a quantidade de problemas que as pessoas enfrentam para melhorarem suas vidas.

As correntes terapêuticas mais recentes também já mudaram a direção. Da patologia ao auto-conhecimento. Tudo isso tem sido muito bom para a sociedade. A mudança do foco em “doenças” e “deficiências” para o foco em “oportunidades de aprendizado” e “desenvolvimento” foi uma grande virada conceitual das ciências humanas, porque levou a mais possibilidades de lidar com cada pessoa. Não precisamos tanto de remédios. Precisamos pensar melhor, com maior discernimento e clareza.

Além disso, o mero fato da maioria das pessoas acreditarem até hoje que a Psicologia trata somente de pessoas “doentes” significa que muitas delas passam a vida inteira sem se beneficiar dos resultados proporcionados por um profissional da área.

Segundo as novas descobertas da Psicologia e Neuro-Ciência, as pessoas não estão “doentes”. Elas apenas não sabem tanto quanto deveriam sobre elas mesmas, e por isso não se desenvolvem. A maior parte dos limites de uma pessoa não está “lá fora”, mas sim “aqui dentro”. Em suas mentes.

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“Ah, entendi... Então, você é psicólogo?”

Na verdade, não. Vou falar mais à frente sobre minha formação completa, e isso vai ficar mais claro. Gostaria de ressaltar antes a importância de tudo isso. Esclarecer algumas ferramentas que eu uso em meu trabalho, e como as pessoas podem utilizá-las em seu dia a dia.

Por enquanto, fica essa mensagem central: eu sou um coach. Trabalho ajudando pessoas a desenvolverem novos talentos e habilidades que elas mesmas ainda não sabem que podem ter.

O coaching, se realizado com as técnicas adequadas e por um profissional bem capacitado, pode gerar em curto prazo mudanças terapêuticas que os clientes levam para todo o restante da vida.

Porém esses resultados terapêuticos não são a intenção final. Ou seja: o que importa de verdade é ajudar o cliente a realizar o que ele precisa realizar e nunca conseguiu. Transformar sonhos em realidade cotidiana.

“Ok... Posso imaginar por que isto seria importante...”

Na minha opinião sincera, esse novo movimento é uma das coisas mais importantes de nosso tempo, porque este planeta tem vivido muitos conflitos sérios, vários deles de ordem comportamental. Estamos à beira do caos, e precisamos urgentemente de SOLUÇÕES. E elas começam na nossa mente. Na sua e na minha.

Cada pessoa pode cuidar de melhorar muito sua própria vida, e é por isso que eu estou aqui: para ajudar àqueles que se interessam em fazer por eles mesmos o que pessoas no mundo inteiro têm feito através dessas novas tendências da Psicologia, chegando a lugares que não achavam que fossem possíveis.

Todo crescimento pessoal contribui para liberar mais um pouco o amor que temos pra dar, dando-nos maior possibilidade de mudar não só a nossa realidade como também a realidade de outras pessoas à nossa volta.

Eu acredito profundamente que cada passo pra frente em nossas vidas é um passo mais próximo na liberação do amor incondicional.

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“Estou pegando mais ou menos a idéia... O que exatamente você fez por si mesmo e pelos seus clientes que você gostaria que outras pessoas fizessem por elas próprias?”

O que eu fiz por mim mesmo? Metaforicamente falando, eu me tornei capaz de enxergar ouro onde a maioria das pessoas só vê confusão, desesperança e pobreza, em algumas áreas específicas, porém abrangentes, da vida.

Existe uma série de princípios e estratégias que qualquer pessoa pode aprender com certa facilidade, e que já compartilhei com centenas de clientes. Estas habilidades estão por aí, e você vai saber aqui como encontrá-las. Não precisa ser através de mim. Este aqui é apenas um veículo de popularização da atividade.

Praticar estes princípios requer uma decisão séria, e uma certa dose de trabalho, que vale a pena. Pode não ser tão trivial assim, porque a vida é surpreendente e desafiadora, e o medo está sempre à espreita para nos “cegar”...

Mesmo assim, o produto dessas técnicas é tão bom que, para o mundo no qual vivemos hoje, certamente existem excelentes resultados a serem alcançados com certa facilidade.

A consciência desses fundamentos causa naturalmente um maior exercício da sua criatividade, em níveis que você realmente não sabia que eram possíveis.

Muita gente acredita que criatividade seja um “dom”, impossível de ser aprendido, e que “se nasce com ele, ou morre-se sem ele”... Mas, além de não ser uma coisa “mágica”, ela pode ser aprendida, sim.

Como “criar uma vida nova” pra si mesmo, se você não se permitir ser criativo? A própria raiz da palavra diz isso. “Criar” + “Ativo” = Criativo.

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“Interessante... É bem verdade que nossa mente nos impõe muitos truques, eu sou um pouco adepto dessa filosofia... Você pode falar de alguns que sejam mais comuns na sua experiência?”

Claro que posso. Com todo prazer!

Por exemplo... 90% das pessoas passam a vida inteira à espera de um alguém especial, que finalmente resolva o problema delas. Governos, empresas, futurólogos, romances, chefes... Até mesmo coaches. Essa mentalidade da média das pessoas, de que “um dia tudo vai melhorar por causa de alguém que vai chegar” só induz a passividade. Esse dia nunca chega. Nem mesmo um coach pode “resolver o problema de alguém”. Ao invés disso, ele apenas facilita mudanças, através de ferramentas de comunicação.

Esse “alguém especial que vai chegar” é uma fantasia plantada na mentalidade da massa. Uma historinha repetida durante milênios. O que a maioria das pessoas não percebe é que o único alguém que elas precisam realmente encontrar são elas próprias.

“Ou seja: se você sonha em encontrar alguém que lhe salve, esse alguém é você mesmo?”

Exatamente... As pessoas estão em uma busca desesperada por si mesmas, por um poder completamente adormecido que elas não sabem reconhecer... Por isso, procuram do lado de fora. Isso tudo acontece porque ninguém lhes deu o direito de verem a si próprias como pessoas capazes, que não precisam ter medo. Pelo contrário, elas foram ensinadas a nutritem um medo irracional, e a acreditarem nesse medo.

“Nossa... Isso soa como algo bastante primitivo e ao mesmo tempo um pouco ‘mágico’...”

Bom, ao meu ver, isso tudo não é só primitivo... É também mítico e tribal. O efeito de compreender em profundidade esses “poderes” básicos é o de realmente ter a possibilidade de “arquitetar” uma vida mais feliz, mais livre e satisfatória. E por “poderes” eu não digo nada que seja místico. Mas apenas as coisas com as quais você já chegou aqui sabendo que tem.

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“Faz sentido... E quer poderes são esses?”

As coisas mais básicas com as quais todo ser humano nasce: comunicação, atitudes, pensamentos, seu corpo, suas emoções e seus relacionamentos. Muita gente não sabe como ajustar-se à sua realidade, para levá-la a lugares melhores. A única coisa que precisamos é o que já temos, além de informações de qualidade superior às disponibilizadas pelo nosso meio cultural.

Por exemplo... A sociedade está sofrendo muito cronicamente de falta de auto-estima. As pessoas não percebem o valor que elas têm, e isso desperta nelas o medo e a insegurança. Mas cada uma delas têm potencialmente todo o valor do mundo. Elas só precisam aprender que valor é esse, como acessá-lo e utilizá-lo a seu favor.

Hoje, o que impera é o medo dos “bichos-papões” do planeta. Medo da pobreza. Medo de morrer. Medo do passado. Medo do desemprego. Medo de doenças. Medo do futuro. Medo da criminalidade. Medo da guerra. Medo de traição. Medo da falta de dinheiro. Medo das dívidas. Medo das coisas “não darem certo”. Medo de não encontrar o amor. Medo da desmotivação. Medo até de ter medo!

“É verdade... Eu acho que até me identifico bastante com alguns desses medos que você mencionou...”

Então... Como as pessoas não conhecem nada realmente útil que as livre desse medo de uma vez por todas, elas o repassam à frente. É uma “fofoca” em larga escala e contra-produtiva, passada de ouvido em ouvido, e repetida de novo e de novo. Uma sociedade inteira banhada na cultura do medo e da separação entre pessoas.

Quando o cidadão médio não sofre de medo, sofre pela raiva. O que ele não percebe é que medo e raiva são sentimentos muito próximos. Qualquer animal amedrontado e sem saída torna-se realmente furioso e luta por sua vida atacando aquele que representa uma ameaça. Assim também é uma pessoa. Quando não pode fugir do que teme, ataca e agride, com palavras, escárnio, ironias e até fisicamente.

Medo e raiva vêm ambos de uma avaliação precipitada das situações. Isso é fruto de superficialidade. Se você quer se livrar dos seus medos, você precisa ser profundo. E profundidade só pode vir com a reflexão. Com a aceitação dos pensamentos, e não com proibições. Não é qualquer tipo de reflexão que proporciona isso, mas sim um tipo pragmático, especial, que parte de certas bases concretas e científicas.

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“Ah, claro! Refletir é TUDO pra conhecer a si mesmo!”

Pois é... Mas tem um problema escondido aí. E dos graves.

Se você parar pra observar, a maior parte das pessoas acreditam seriamente que sabem refletir. Mas para ter resultados valiosos em suas reflexões, você precisa saber de maneira técnica o que é o processo de reflexão. Do contrário, você não vai conseguir se liberar da cultura que impregnou a realidade na qual você está inserido (aquela que sua mente percebe).

Sem saber refletir propriamente, você vai passar o resto da sua vida na mesma, e aquilo que você chama reflexão não será nada além de perda de tempo e ruminação das mesmas histórias de sempre... Dos mesmos “monstrinhos”, como dizia uma cliente minha.

Quantas pessoas não passam suas vidas inteiras à espera de conseguirem mudar, sem de fato realizarem essa mudança?

“Entendi... Mas então, de onde poderia vir essa reflexão?”

A mãe natureza, por exemplo, é na minha opinião o maior professor que existe. Existem pessoas que resistem a essa idéia. Depois de algumas horas de conversa, elas mesmas percebem que estavam sendo imaturas. A formação dos conceitos pessoais na mente de cada um é a “diferença que faz a diferença”, como diria Gregory Bateson, talvez o antropólogo mais influente do século XX.

Observe como a harmonia e a troca de energias acontece em um ecossistema, e você poderá entender muitas coisas sobre a nossa sociedade também, e sobre como as pessoas deveriam se comportar para serem mais produtivas e felizes. Se uma pessoa não reconhece o que tem a oferecer, ou não oferece o que sabe que tem para oferecer, será impossível para ela mesma colher o que outras pessoas oferecem de si próprias.

Uma árvore não se reproduz sem oferecer antes o alimento aos pássaros. Plantas não afloram sem dar o prêmio do seu néctar às abelhas. Cada um tem um papel especial dentro do sistema. Isso é uma metáfora importante de ser compreendida, pois esclarece o que aconteceu com as pessoas que não “recebem” o que querem, seja amor, saúde ou até mesmo dinheiro. As pessoas estão agindo mais como predadoras do que como árvores. Agem mais sob o auspício da competição do que sob a austeridade da colaboração.

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As massas discutem capitalismo, comunismo, liberalismo, dinheiro, política, religião... Tudo isso é um bocado irrelevante. O que há por baixo de tudo isso? A cultura dos recursos. Qualquer estrutura social está fundada sobre a troca e a gerência de recursos. Alguns escassos, outros abundantes.

Não importa muito o presidente que você vai escolher. Se ele tem os mesmos pensamentos de sempre, a nossa sociedade vai continuar banhada na cultura da ilusão. Capitalismo ou comunismo? Não importa de verdade. Importa é você saber gerenciar a si mesmo e aos recursos naturais que você tem.

Esses recursos naturais são seus poderes. Dominá-los e utilizá-los com sabedoria e consciência lhe permite criar uma vida muito mais satisfatória.

“Hmmm... Tenho que meditar melhor a respeito disso...”

Eu tenho a mesma sensação de urgência... Penso nisso praticamente 24 horas por dia. As pessoas às vezes se “enervam” com esse tipo de conversa, dizendo que estou vivendo “no mundo da Lua”. Mas o fato é este: enquanto o mundo for dualista, não haverá unidade. É simplesmente impossível. As pessoas doutrinadas pelo “isso OU aquilo” não sabem que é possível ter o mundo do “isso E aquilo”. É uma questão lógica básica, indisponível para quem não tem as informações certas. Esse é o tipo de pensamento que facilita aprendizado em crianças... Mas muitos adultos continuam carregando essas estruturas, achando que são reais, e sofrem bastante com essa ilusão.

Além dessas chaves essenciais, existe tipo especial de reflexão tem sido desenvolvido pela psicologia moderna. É com esse tipo que eu trabalho.

Esse é o tipo de riqueza que previne o tão temido fracasso.

As pessoas têm medo de fracassar... Só que o “fracasso” não existe de verdade: ele é um inimigo inventado. O único momento em que alguém realmente fracassa é quando desiste de seguir um caminho, justamente porque não percebe mais recursos para seguir em frente.

As pessoas vivem acreditando que percepção é igual a realidade. Mas isso não é verdade. Percepção é só percepção. Realidade é outra coisa. Se alguém está infeliz porque não percebe mais maneiras de seguir em frente com sua vida ou seu relacionametno, então o problema não está na realidade, mas no que ela mesma percebe sobre a realidade (que é apenas uma parte do todo). Problemas antigos não podem ser resolvidos com pensamentos antigos. Apenas com soluções novas.

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Como ninguém gosta de se sentir culpado e ao mesmo tempo confunde percepção e realidade, então alguma coisa externa precisa levar a culpa. É necessário um símbolo que seja tido como o motivo para o fracasso.

Esse símbolo não pode ser a própria pessoa que desistiu, é claro. Porque senão ela não conseguirá se sentir bem consigo mesma. Identificar-se como um fracasso traz toda sorte de sentimentos e idéias negativas... Culpa, rancor, depressão, raiva... Até mesmo vícios, como a gula, podem ser despertados por isso.

Por isso, a maioria das pessoas projeta motivos externos para explicar suas desistências e a esse processo finalmente chamam fracasso.

Isso é só cultura. Costume.

Por outro lado, se uma pessoa coloca a si própria como o motivo para o fracasso, então a depressão é praticamente inevitável para essa pessoa.

“Isso é um pouco verdade... Mas então, como se livrar desse problema? Parece que se correr o bicho pega, e se ficar, o bicho come!”

Essa situação parece que não tem saída. Mas tem.

Como já falamos, quando você chama a interrupção de um caminho que não deu certo de “fracasso”, então precisa existir um “culpado” para o fracasso. E você, naturalmente, não quer ser o culpado. Ninguém quer ser. Culpa é um atributo hostil demais. Todos nós queremos nos livrar dela. É como a brincadeira da batata quente... Quem quer carregar a culpa das coisas que acontecem? Você quer?

“Eu? Claro que não! Me sinto culpado por algumas coisas, mas definitivamente, gostaria de não me sentir assim.”

Pois é. Acontece que os erros cometidos por qualquer pessoa revelam, na verdade, as informações que elas precisam para que corrijam o seu caminho. O tempo que passou não foi um tempo perdido, mas sim um investimento. É como um processo de navegação ou vôo... Erros são pistas que nos ajudam a corrigir a rota. E não sinais definitivos de que o caminho não deu certo. Existe uma tremenda diferença nisso.

Existe uma parcela da população que demonstra certas características de performance superior no que faz emocionalmente, financeiramente, em termos de saúde... Pessoas consideradas geniais em termos de realização.

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Aquele 1% de pessoas realmente auto-realizadas nunca verão a si mesmas como culpadas por seus erros. Mas elas também não culpam as condições externas. Ao invés disso, elas se vêem como pessoas plenamente capazes de responder aos erros que cometem de maneira mais adequada do que antes.

Você não tem culpa de nada que não deu certo. Basta se aprimorar constantemente, e aperfeiçoar suas estratégias para conseguir o que quer em sua vida. Mas isso é de conhecimento comum. Todo mundo sabe disso. Não obstante, poucas pessoas realmente mudam com facilidade.

A estrutura de auto-reflexão correta pode facilitar muito a identificação do que precisa ser aprimorado, assim como flexibilizar o comportamento, a fim de permitir o desenvolvimento de novas estratégias. É uma verdadeira arte.

“Mas... Se tanta gente sabe sobre a necessidade de aprimoramento pessoal - e isso é óbvio pra mim, hoje - então por que a prática desse aprimoramento ainda é tão difícil, tão complicada?”

Esse engima não é tão complicado assim. Acontece que muitas das “chaves” para o aprimoramento são praticadas por diferentes pessoas de forma escassa, ou no mínimo insuficiente...

Todos nós utilizamos estratégias “inatas” de soluções de problemas cotidianos que aprendemos durante nossa vida de maneira desorganizada e inconsciente. Até você esbarrar com um especialista no assunto, você não sabe que cada uma destas estratégias têm um nome, tampouco sabe que existe literatura documentando os processos que você usa na intimidade da sua mente.

Muitas vezes você obtém benefícios enormes em simplesmente conhecer as suas próprias soluções de forma consciente. Assim, você se torna capaz de aperfeiçoá-las e utilizá-la com maior intenção, maestria e eficácia.

Muitos clientes me dizem: “Rodrigo, de alguma forma eu já pensava assim, e sabia que isso me beneficiava. Mas agora, tendo aprendido de maneira mais objetiva e consciente, isso me faz saber que, de fato, eu preciso fazer isso muito mais vezes, com maior intenção e de forma melhorada”. Esse tipo de comentário não é exclusividade minha, já que outros coaches recebem também este mesmo retorno de seus clientes (desde que tenham a qualificação suficiente, assunto sobre o qual falaremos mais à frente).

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Aprender tecnicamente o que você faz para solucionar problemas cotidianos com a sua intuição pode ser comparado a um artista que sabe desenhar de forma intuitiva... E que então vai a uma escola de artes para expandir suas habilidades técnicas como artista. Só que você pode trocar a palavra “desenhar” por “viver”. Através destas técnicas, você expande suas habilidades em viver sua vida, da melhor maneira possível.

Mas o problema é bem maior do que esse... Aperfeiçoar-se no que você já têm feito com sucesso, mas de forma inconsciente, é apenas uma das possibilidades. Sem conversar com um especialista, você também não terá a menor idéia de que existe um mundo enorme de outros processos desconhecidos e também documentados, tampouco que podem ser aprendidos e utilizados por você.

Isto tudo destina-se a tornar-lhe uma pessoa mais consciente de si própria. Das suas forças e das suas fraquezas. E a partir daí, oferecer-lhe a oportunidade de escolher qual aspecto você quer desenvolver. Se prefere focar sua atenção no desenvolvimento de uma força ou talento já existente, ou se prefere desenvolver uma área na qual ainda demonstra uma certa fraqueza.

Na maioria dos casos comuns da sociedade, diferentes pessoas utilizam peças diferentes do “quebra-cabeças” total do Desenvolvimento Humano, sem nunca, no entanto, ter um domínio considerado suficientemente amplo. É bastante raro um leigo ter conquistado estes recursos em sua vida, daí criou-se a crença de que “a vida é difícil”.

Uma amplitude mínima na habilidade de se viver bem está geralmente presente, se alguém tem satisfação em muitas áreas diferentes. Aprenda com estas pessoas, porque nem tudo é questão de sorte ou fé. Inúmeros bons resultados provém do conhecimento que estas pessoas guardam.

Além disso, o espaço para reflexão proporcionado por um coach durante uma conversa é bastante diferente das conversas cotidianas que temos com nossos amigos e familiares. Por isso, é comum também a incidência de pessoas que não apenas se qualificam em técnicas novas, mas que contratam coaches para, simplesmente, “manter as metas de suas vidas nos eixos”.

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Podemos nos reinventar, praticamente todo mundo sabe disso. Porém, os leigos em Desenvolvimento Humano, em geral, têm poucas das peças que compõem toda a paisagem. Eles nunca tiveram uma maneira de refletir de forma completa, holística. Nunca tiveram o panorama que um coach experiente têm sobre o assunto. Por isso, às vezes, pode parecer realmente complicado encontrar soluções para os próprios problemas cotidianos.

“Hummm! Essa é uma conclusão muito interessante... Acho que já posso fazer uso dela em alguns lugares!”

Pois é... Assim é o processo de evolução cultural. Vivemos de mitos, e um dia os mitos são derrubados, para que mitos mais “atraentes” assumam o lugar dos antigos. A idéia de “fracasso” é um dos mitos antigos. A idéia da tentativa-e-erro, por mais óbvia que possa parecer, é uma das mais modernas, e por incrível que pareça, não é tão bem utilizada quanto deveria pelas pessoas em seu cotidiano.

Isso é fácil de perceber: basta procurar as pessoas que dizem que às vezes gostariam de desistir de “tudo”. Suicídios e depressão acontecem a todo momento, e esse “de tudo” que muita gente diz de forma aparentemente inocente é, sim, sintomática. Seriamente sintomática.

Um dia o homem olhou pro Sol e achou que aquela bola brilhante, amarela e quente fosse um deus. Olhou pra Lua e acho que fosse outro deus. Essa referência está inclusive em nossas metáforas, na poesia e nos textos religiosos milenares, que por sinal são carregados de sabedoria, mas também de descrições imprecisas sobre fatos presenciados e pouco compreendidos. Quantas coisas ainda percebemos de forma imatura e inútil em nossos dias?

Hoje, muitas pessoas olham pro futuro e vêem um mal contra o qual nada podem fazer sozinhas. Há quem diga que a humanidade nunca vai sair dessa, e que é a natureza do homem ser vil em algum grau... Mas basta que essas pessoas estejam abertas a aprender alguns destes pensamentos e metáforas específicas. Assim, elas poderão decifrar por si mesmas melhores maneiras de lidarem com a própria realidade que vivem. E que percebam mais e melhor o que é a realidade.

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“Isso é empolgante!”

E se é! A massa está completamente alienada. Ou seja: sua identidade foi roubada de si própria pela cultura projetada por uns poucos ditos ‘poderosos’, e isso a torna imobilizada. As pessoas hoje acreditam em velhas verdades, que de tão velhas se tornaram mentiras impostas. Elas não servem mais pra nada a não ser proibir novos comportamentos.

As pessoas dizem a si mesmas “não posso mudar meu comportamento porque isto é o que sou”. Como você espera que elas percebam que têm escolha e poder se foram doutrinadas culturalmente para identificarem a si mesmas como pessoas incapazes de mudar?

Acontece que até mesmo muitos dos poderosos não conseguem se livrar da cultura onde estão inseridos, e por isso continuam propagando os mesmos padrões de realidade, de novo e de novo.

São novelas que promovem traição. Músicas que promovem sensualidade nos ouvidos de crianças inocentes. O futebol, que mantém o povo distraído enquanto a corrupção continua. Acontece que quem é corrupto também sofre. Só que os corruptos não sabem disso. Eles vivem um verdadeiro inferno mental, com o medo da perda e o vício do roubo.

“Profundo... Na sua opinião, o que pode ajudar a massa a se livrar dessa cadeia de poder?”

Hoje, o verdadeiro poder vem da atitude baseada na informação precisa, e não do dinheiro. Dinheiro é só um recurso. Existem tantas coisas valiosas quantos são os pontos de vista somados de cada pessoa na face do planeta. Literalmente.

Tem gente que dá valor demais ao dinheiro, e valor de menos às outras coisas. Esse é o mundo moderno ocidental, e por isso há tantas fraudes bancárias e falências de escala planetária. Dinheiro não é a única forma de valor ou poder. Nunca foi, nem será, a não ser que as pessoas acreditem nisso. Mas também não pode ser desprezado como uma forma útil de valor e poder.

Por outro lado, várias pessoas mantém a convicção de que o dinheiro não tem valor algum. Isso é bem comum entre as que se dizem mais espiritualizadas.

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“É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que o rico entrar no reino de Deus... O que você acha dessa frase da Bíblia?”

Essa frase costuma gerar tremendas distorções. Para começar, sua tradução não é tão precisa. Depois, precisamos contextualizá-la. Tudo o que direi a seguir trata-se somente de minha própria opinião, quando analiso isso sob minhas bases, hoje. Não se destina, portanto, a fornecer a “verdadeira” versão sobre as intenções de Cristo. Afinal, eu não estava lá, na cabeça dele (e ninguém estava). No entanto, gosto de pensar que este ponto de vista seja útil.

Penso da seguinte maneira: mesmo que essa frase tivesse sido dita de forma literal, penso que Cristo estava demonstrando o valor da riqueza ética quando comparada à riqueza material.

Pra mim, Ele se referia à importância da distribuição de riqueza material e da paz de espírito... E não necessariamente defendendo que “todos deveriam permanecer pobres para ir pro céu”.

Se fazer com que todos os seres humanos permanecessem “pobres” fosse a função das palavras de Cristo, e se elas fossem obedecidas ao pé da letra, então Ele teria produzido um mundo onde teríamos muita miséria humana. Pessoas sem nenhum tipo de posse ou dignidade, andando de um lado para o outro, proclamando a Terra Prometida e morrendo de inanição.

Se isso acontecesse, seríamos uma espécie “vagante”, andando por aí, só com as roupas do corpo. Não sei como a civilização funcionaria desta forma. Precisamos ter cuidado com a interpretação que fazemos dos textos.

Em qualquer sociedade precisa haver a troca de recursos. Não me refiro a dinheiro. Refiro-me a qualquer tipo de energia que favoreça o bem estar. A mensagem de Cristo trazia bem estar. Havia muita riqueza em suas palavras. Favoreceu a fé e as emoções de pessoas desesperadas. Disponibilizou abundantemente um certo recurso que quase ninguém possuía até então: a esperança.

Cristo sabia o quanto sua mensagem era importante. Ele sabia que ela trazia uma riqueza infinita, quando comparada ao que existia naquela época. Está tudo embutido no formato de sua comunicação e nas suas demonstrações de valor, através dos milagres descritos pelos discípulos. Mas não quero me ater aqui à questão da veracidade dos milagres. Apenas quero falar sobre sua comunicação.

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Onde estivesse, Cristo tinha o que comer, sem se preocupar com dinheiro. Desfrutava dos favores de todas as pessoas que aprendiam através de suas palavras. Isso então não é ser rico? Cristo pode, sim, ter sido considerado um “mega-terapeuta”, por mais herético que isso possa parecer. E deixou uma obra invejável.

Robert Dilts é um dos inúmeros autores que recentemente estudaram os padrões de comunicação de Cristo. Existem várias pessoas que tentaram fazer isso. Obviamente, a maioria dessas pessoas são padres, pastores e pessoas envolvidas em movimentos religiosos.

No entanto, Dilts foi um dos mais bem sucedidos, por ter o diferencial de fazer seu trabalho através de técnicas de Desenvolvimento Humano, que têm cunho científico. Vale a pena estudá-lo. Ele também realizou a análise de várias outras mentes brilhantes da humanidade, tornando vários processos mentais de gênios como Einstein, Freud e Walt Disney disponíveis e explícitos para pessoas comuns, como eu e você. Assim, nós podemos adaptar esses processos à nossa própria maneira de atuar.

Voltando ao assunto das palavras de Cristo, penso o seguinte: livrar-se do apego aos bens materiais não significa não poder ser materialmente rico. São coisas distintas. Apego é uma coisa. Posse é outra. Você pode ser materialmente rico, e isso não faz de você alguém eticamente pobre.

A filantropia, por exemplo, é a expressão de compartilhar sua riqueza material com pessoas que não têm tais recursos. Os maiores filantropos do mundo, portanto, não são líderes religiosos, mas sim os ultra-ricos. Basta fazer uma pesquisa na web.

Como sempre, existem filantropos com interesses em dedução de impostos apenas, assim como existem espiritualistas interessados em enriquecimento ilícito. Falta de ética existe em todos os lugares. Mas também existem aquelas pessoas que têm o interesse legítimo e genuíno de desenvolver partes subdesenvolvidas do mundo.

Afinal, este planeta é o nosso quintal.

Posse sem apego é perfeitamente possível, saudável e pode, sim, permitir que sejamos espiritualizados. As idéias de Cristo alavancaram a ética de uma maneira nunca feita antes, e revolucionou o planeta. Mas não proibiam a posse, necessariamente. Pretendo argumentar a favor disso daqui a pouco.

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“Olha... Só quero ver, hein?!”

Se você tem ética no seu trato com o próximo, então você tem riqueza. A chance de que algo lhe falte, incluindo o seu sustento material, é muito menor. A ética é exercida através do conhecimento consciente sobre interações sociais. A maior parte das pessoas ignoram completamente a importância de um “obrigado” ou de um olhar atencioso. Que diremos de trabalhar honestamente?

Sendo um tipo de habilidade comportamental, a ética é uma riqueza abundante por natureza: quanto mais se dá, mais se tem. É um ciclo positivamente vicioso.

A ética cristã foi a maior riqueza gerada naquele tempo, e era dada aos pobres, porque os materialmente ricos não estavam dispostos a ouvir um homem como Cristo, que nada tinha, aparentemente. Seu impacto foi tão grande que dois mil anos depois ainda há pessoas estudando em profundidade o que Ele pregou.

“Bacana essa linha de pensamento... Mas não concordo com tudo.”

É apenas uma das possíveis, claro... Pessoas diferentes discordam sobre ela a todo momento... É fato que uma parte das intenções originais dos autores se perdeu. Do contrário, não teríamos tantas guerras “santas”, se é que se pode dizer que existe alguma guerra legitimamente “santa”. Não conhecemos o contexto histórico com precisão, traduzimos tudo de acordo com a realidade que vivemos hoje, que é a de competição extrema.

Além disso, neste trecho da Bíblia, Cristo diz logo em seguida que “quem o seguir receberá cem vezes tanto quanto abandonarem”. Como poderia Cristo negar riqueza material e continuar prometendo algo equivalente a ela? Esse argumento demonstra que Ele entendia que há equivalência entre recursos materiais e espirituais, principalmente porque o efeito de qualquer comunicação depende de como cada pessoa que recebe a mensagem entende o mundo. Cristo entendia muito bem sobre poupança e persuasão, se me permite dizer. Ele sabia convencer pessoas.

Ele falou de “cem vezes mais”. Paradoxal. Usou como referência uma palavrinha com a qual aqueles que são materialmente ricos podem se relacionar, e também os pobres, que não entendiam que havia outro tipo de riqueza disponível. “Riqueza”. Usou uma palavra indefinida. Um símbolo, que para cada um significa uma coisa diferente.

Hoje em dia, Cristo diria: “invistam em mim. Meus retornos são de 10.000%”.25

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“Deus que me perdoe! Mas é até um pouco engraçado pensar nesses termos...”

Se você tem boas intenções, não há porque achar que existe falta de respeito nesse exemplo. Estou apenas traduzindo a linguagem da época para algo que muita gente usa hoje.

Para o materialista, a riqueza é tangível e externa. Para o espiritualista, a riqueza é intangível e abstrata.

Materialistas e espiritualistas precisam usar tanto da riqueza tangível quanto da intangível. Interior e exterior.

Segundo as próprias palavras de Cristo, reportadas supostamente por Mateus, há pré-condições para haver riqueza material e espiritualidade na mesma pessoa. Tudo começaria pela riqueza ética, aquela das “leis de Deus”. Mas esses parâmetros não foram discutidos naquela conversa, segundo o que está escrito.

Outra coisa: apesar de falar sobre a dificuldade de um rico entrar no reino de Deus, Cristo nada fala sobre a facilidade dos pobres entrarem. Ele apenas diz que precisa ser seguido.

“Intrigante...”

Ele inclusive generaliza, em versículos posteriores, a impossibilidade da auto-salvação, dizendo: “aos homens é isso impossível [salvarem-se], mas a Deus, tudo é possível”. Nessa frase, ele não faz qualquer distinção de classe social. Deus é representado pelas leis éticas pregadas por Cristo. Siga-as, sendo rico ou pobre, e você será mais rico ainda.

“Cem vez mais, pra ser exato. Certo?”

Certo. Muitas pessoas acreditam, por ler aquela frase, que pobres entram com facilidade no que Ele chama de “reino de Deus”. Não é necessariamente verdade. É uma indução falha. As pessoas se distraem com a história da comparação com o camelo e a tal da agulha, e perdem completamente o ponto. O discurso de Cristo é denso demais. Ele foi verdadeiramente genial em sua comunicação.

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Enfim, esse texto sobre as palavras de Cristo dá margem para muitas e muitas versões de interpretação. A discussão total sobre isso seria enorme. Falta precisão nas palavras escritas. Aquilo é uma metáfora. Não podemos saber até que ponto isso se deve à memória de Mateus, ou às intenções do próprio Nazareno, ou aos problemas da tradução.

Essas interpretações de textos espiritualistas provocam todo o tipo de problemas, desentendimentos e confusões mentais, que por sua vez provocam todos os tipos de distorções de comportamentos: pessoas que se mantêm pobres porque acreditam que a riqueza financeira seja “suja”, e que o dinheiro não tem valor algum. Ou pessoas ricas que se matam quando perdem seu dinheiro por algum desastre.

“Nossa... Que coisa mais complexa...”

É sim. Bastante. O meu ponto aqui foi apenas o de abrir novas perguntas sobre verdades antigas, e não o de fechar novas conclusões, ou dizer se o que está escrito está certo ou errado. Não quero parecer religioso. Nossa conversa aqui se destina apenas a visitar brevemente a estrutura daquilo que chamamos realidade, e realizar observações simples, que abrem os olhos para novos mundos, perfeitamente possíveis e contra-intuitivos.

O assunto riqueza é extenso e central na nossa sociedade. Vou falar brevemente sobre algumas consequências interessantes de maus usos do termo.

“Adoraria ouvir você falar um pouco mais sobre isso. Esse jeito de pensar traz questões novas, e mesmo que eu não concorde com tudo, tenho aqui mais algumas coisas interessante pra meditar.”

Ok... Aqui vamos nós... Suponha um homem materialmente rico e famoso, mas que seja corrupto, e cuja corrupção foi descoberta publicamente. Um cara desses não desliga sua cabeça das suas tramóias. Preocupa-se 24 horas por dia com a perda de seus bens. Não pode sair nas ruas por medo de ser linchado. Esse cara não é um homem feliz. Ele não tem tempo de experimentar felicidade. Está assombrado o tempo todo.

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“Assombrado? Comparação interessante...”

É, assombrado... Mas não é “só” uma comparação. Imagina o funcionamento da mente desse camarada: ele vive sendo atacado pela sua própria suspeita de que a qualquer momento alguém mais pode descobrir seus esquemas.

Ele vê imagens, ouve vozes... Imagina-se nas situações... E por causa disso, desenvolve o comportamento de “cuidado extremo” para que seus desvios sejam feitos com o máximo de segurança e cobertura. O que ocorre, de fato, é que ele vive em pânico.

Seu nível de estresse é mais alto, porque ele escolheu viver no mundo onde muitas coisas precisam ficar escondidas. Ele precisa agir nas sombras.

O “pulo do gato” é que o motivo pra ele desviar o dinheiro público é justamente comprar mansões, ter uma vida abastada... E isso tudo é um elefante branco, que ele finge que não vê. Um belo dia, a Polícia Federal chega. Basta ele desagradar a pessoa errada. A sua corrupção é auto-evidente, mas ele encontra uma maneira de acreditar que não é.... E fica, psicologicamente, cego.

“Exato... O comportamento dele é auto-destrutivo...”

Isso aí... Eu diria “insustentável”. Por mais que ele tome precauções, as imagens estarão sempre lá, porque as pistas de que ele é corrupto são gigantescas e gritantes. Ele vai VER, SENTIR e OUVIR as situações que teme o tempo todo. Como se fossem verdadeiros espíritos. É claro que não são espíritos de verdade. Mas são hipóteses. Chances de acontecer. Probabilidades. Matematicamente, essas chances existem ao longo do tempo. São reais. Muito reais.

O comportamento anti-ético e vicioso da corrupção não pode ser combatido enquanto ele não entender a função real do dinheiro e da ética.

“Nossa, que viagem...”

Sim... E é exatamente por causa dessa viagem que ele não consegue ficar em paz. Sempre haverá uma hipótese de descobrirem. E a mente dele vai sussurrar-lhe o tempo todo essa hipótese.

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“Caramba... Eu não gostaria de estar na pele dele... Tem algum outro exemplo?”

Sim... Assim também é o cidadão anônimo de classe média que passa o tempo todo reclamando do corrupto, vivendo sua vida em função de um trabalho que não gosta, com um chefe mal humorado ou subordinados preguiçosos, investindo-se em dívidas.

Ele finge trabalhar, dando a entender para os colegas do escritório que está produzindo, mas os resultados fracos de suas atividades não mentem, por isso ele teme ser demitido, e qualquer pergunta de seu superior soa como uma verdadeira investigação contra ele próprio.

É geralmente incapaz de se motivar, porque normalmente está estressado demais com as contas e com as metas que precisam ser batidas, além de não gostar tanto assim do que faz pra ganhar a vida, já que o fruto de seu trabalho muitas vezes não tem um grande significado.

Ele também não vê a possibilidade de crescimento profissional, nem a chance de uma recolocação no mercado de trabalho que seja, no mínimo, excelente. Seus sonhos de criança naufragam, um dia depois do outro, à medida que os anos passam, porque geralmente o mercado sucateia as pessoas, à medida que elas envelhecem e os jovens e bem dispostos assumem os seus postos por um salário bem mais baixo.

Ele não consegue se atualizar, nem se capacitar, porque acredita que o seu tempo “já passou”. No entanto, ele não sabe que está, com isso, matando seu próprio cérebro, literalmente, já que essa sub-utilização e a falta de aprendizado de coisas novas é o que faz seus neurônios, de fato, morrerem. Sua memória fica cada vez mais problemática, o que faz com que ele reavalie tudo o que tem vivido e pense, com cada vez mais certeza: “o meu tempo já era”.

Esse tipo de cidadão gasta preciosas horas com os capítulos de novelas idênticas umas às outras. Paga para assistir mil filmes que contam a mesma história. Assiste a programas de Domingo na última grande tevê que comprou em parcelas eternas. Vira escravo de mil formas de impostos e obrigações financeiras que recaem sobre seu carro, que ele comprou mais para “parecer” aos outros que tem condições financeiras do que para, propriamente, se locomover. Ele permanece cansado, muito cansado disso tudo... Mas não sabe como resolver.

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Ele espera o resultado do seu time de futebol pra saber se vai ficar de bom ou de mau humor. Joga todas as melhores fichas de sua vida nas mãos de pessoas que não fazem absolutamente nada por eles, e ainda querem bater no peito para dizer aos seus filhos com toda certeza: “a vida é difícil”.

Ele vive discussões enciumadas com o próprio amor da sua vida (em quem deveria supostamente confiar), trai e é traído, não sabe conduzir uma conversa que faça o relacionamento se desenvolver, e acredita que felicidade é afundar mágoas com a cerveja de todo final de semana, além de fazer uma caminhada no shopping... Só pra perder mais ainda do seu dinheiro em coisas que ele nunca precisou comprar. E, com isso, precisa continuar trabalhando anos a fio...

“Espera aí... Você está querendo dizer que ninguém pode se divertir?”

Não, não é isso... O que quero dizer é que não se resolve problemas pessoais com entretenimento, mas sim com atitude. Entretenimento, além de manter-nos alertas e criativos, é usado de maneira subversiva por pessoas que fogem delas mesmas, para “tapar buracos” psicológicos.

Esquecemos problemas durante as atividades que nos divertem. E isso, apesar de terapêutico em alguns casos, pode ser muito perigoso em outros.

“Hmmm, ok... Quando o entretenimento representaria um perigo para alguém?”

É um perigo quando esse alguém dá as costas ao seu próprio desenvolvimento, às suas metas e aos seus sonhos, tornando-se disfuncional, desmotivado ou ineficaz para alguma coisa que é realmente importante em sua vida.

Se alguém se torna agressivo ou depressivo ao ficar longe daquilo que representa diversão, ou se a pessoa passa horas demais dentro daquela experiência, sem dar atenção a outras coisas igualmente importantes... Aí, sim... O entretenimento pode ter se tornado um vício. Bebida, sexo, comida, drogas, trabalho, compras, TV... Coleções de bolsas e sapatos, carros, tecnologia, religiões...

Existe vício de tudo nesse mundo. Somos tremendamente criativos até ao criar nossas disfunções, e isso é um fato irônico a respeito do ser humano.

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“Ah, agora entendi... E faz sentido.”

Sim, faz sentido... Além disso, ao acusar seus filhos de serem “preguiçosos”, este cidadão não faz a menor idéia de que é esse o momento onde ele está realmente educando suas crianças, ao desenvolver nelas uma identidade negativa a respeito delas mesmas.

Com isso, seus filhos serão, sim, preguiçosos... Não porque nasceram assim, porque preguiça não é uma característica genética... Mas porque foi assim que seus pais lhe ensinaram, a duras sugestões onde os adultos não sabiam o poder que estavam exercendo em sua comunicação.

“Entendi... Enfim, esse cidadão de classe média também não teria tempo de experimentar a plenitude.”

Isso aí... O pobre também não tem tempo de ser feliz quando acredita que a sua única saída seja a criminalidade, e que o Governo tem que lhe dar tudo de graça, porque ele acredita que sempre será pobre, não importa o que acontecer.

Ele também não sai dessa quando vive de dar tudo o que ganha com o suor do seu trabalho a religiões que erguem verdadeiros impérios da fé sobre o desespero dos menos abastados. Deus não pode estar nessas intenções que destroem lares.

“Você falou tanto em Deus nos últimos minutos... Você acredita em Deus? Qual é a sua religião?”

Essa é uma pergunta bastante frequente de várias pessoas. A minha resposta pessoal é simples e profunda, pelo menos pra mim. Mas pra você ela pode soar só simples mesmo, e até infantil (risos).

Acredito em Deus, mas posso dizer que, se tenho uma religião, ela é a prática da Ciência. O próprio nome diz: “ciência”, que é a atividade de “tornar-se ciente”. É com isso que eu trabalho, e eu amo muito o que faço.

O pensamento científico aplicado ao mundo “prático” não é comum. Nem mesmo dentro da própria comunidade científica. Em relacionamentos, trabalho, saúde... Existem homens de ciência colocando várias dessas coisas a perder em suas próprias vidas.

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Fora essa paixão profunda que detenho pela surpreendente capacidade da mente humana de criar ou destruir a qualidade de nossas vidas, não sigo nenhum ritual ou doutrina específica. Acredito igualmente que as idéias práticas de Cristo, Buda, Ghandi, São Sebastião, Tomás de Aquino ou de qualquer humanista que tenha vivido aqui sejam tremendamente úteis e valiosas. Basta serem realmente colocadas em prática.

Algumas pessoas já insistiram em me dizer enfaticamente que “eu nunca tive uma experiência real com Deus”. Bom... Essa é a melhor maneira de se enviar alguém com problemas de auto-estima direto para os anti-depressivos. Experimente em casa pra você ver (risos).

Felizmente, eu não tenho problemas com isso. Vou revelar algo extremamente pessoal aqui: no passado, frequentei templos protestantes e até fui “batizado pelo espírito santo”, como se costuma dizer. Estas experiências foram emocionalmente fortes, mas não me bastaram. Eu esperava mais de Deus do que aquilo. Entendo que isso seja mais do que suficiente para algumas pessoas. Deus, no entanto, me atendeu de outra forma: através de uma maior compreensão do comportamento humano, e uma capacidade de questionamento para a qual eu não podia dar as costas.

Essas pessoas dirigem palavras a mim sem sequer saber do meu passado. Minha fé nunca me impediu de conduzir um bom trabalho com pessoas de crenças espirituais radicalmente diferentes das minhas. A atividade que desempenho hoje tem um cunho científico, e é para tornar esta cultura mais popular que eu escrevi este documento.

Muitas dessas pessoas que acreditam que eu não tenha “experiências legítimas com Deus” continuam lendo cada um dos meus artigos e se beneficiando deles. Os fatos contradizem as palavras, e as ações dessas pessoas me bastam mais do que o que elas dizem ao meu respeito. Se elas continuam lendo o que publico, então minha missão e experiência com Deus está satisfeita.

Em uma outra vertente, muitos intelectuais são ateus, e se orgulham de não acreditarem na existência de Deus, mas eles nunca pensam que isso também é uma fé, porque eles não podem provar seu ponto.

A Igreja que mais “cresce” hoje é o Ateísmo. Tão pouco saudável quanto qualquer outra fé que, levada às últimas consequências, gera segregação humana.

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Como você vai provar que algo não existe só porque você não consegue encontrá-lo? É como negar que o fundo do oceano não existe só porque você não consegue chegar nele e vê-lo. Isso, pra mim, parece pirraça.

Existem duríssimas críticas à fé em Deus? Claro que sim. Basta ler “Deus, Um Delírio”, de Richard Dawkins, conhecidamente o ateu mais influente do planeta.

“Deus, um delírio? Ué... Você é ateu ou não, afinal?”

Acredito em Deus, em uma inteligência muito superior a nós mesmos, infinita. Nesse livro, apesar de invalidar certas práticas religiosas, Dawkins não consegue provar que Deus não existe. Mas ele deixa isso em segundo plano e não fala sobre o assunto. Infelizmente, quem termina de lê-lo tem muitas vezes a sensação de que “Dawkins está certo”.

Acontece que provar que algumas coisas estão incorretas no pensamento religioso não prova que Deus não exista. A prática da espiritualidade é uma coisa, a existência de Deus é outra. A religião se renova todos os anos em qualquer âmbito. Sejam cristãos, budistas, espíritas... Qualquer reunião de pessoas em nome de Deus tem líderes que inovam em suas práticas a cada geração, onde novas perguntas são abertas e respondidas. Críticas são recebidas, analisadas e novas lições são aprendidas.

O verdadeiro valor que percebo nesta obra de Dawkins é que nela se demonstra que certos rituais e justificativas muito comuns são completamente desnecessários em nossa sociedade. Ele abriu ali um precedente enorme para uma compreensão do que não é Deus, mas sim eventos estatísticos, comunicação e psicologia. Isso nos dá espaço para observar e meditar sobre experiências novas, e ocupar nosso tempo com o que pode, legitimamente ser considerado uma espiritualidade renovada, de nosso tempo.

Se esta inteligência superior estiver escondida dos seus olhos e das suas possibilidades de compreensão, como você fica com a sua certeza? Pra mim, isso é Deus: o inalcançável. Porém, eternamente amoroso e um tutor incansável.

Na verdade, essa é a essência da minha explicação, mas eu nunca a acho suficiente. Nem o silêncio e nem as palavras conseguem explicar Deus. Bom, mas essas são as minhas idéias somente. Não consigo prová-las.

Acaba que eu fico na mesma dos ateus ou daqueles que acreditam n’Ele: tenho minha fé, e não consigo prová-la, porque também não consigo saber onde está Deus.

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Mas o que importa é o que espero das minhas idéias sobre Deus. O que espero que Deus me dê é confiança e uma conexão positiva com qualquer pessoa, não interessa que fé ela tenha... Porque confiança é fundamental para se prosseguir com qualquer projeto que eu tenha em mente. A partir das minhas idéias sobre Deus, eu consigo alcançar uma confiança plena e uma conexão inexplicável com praticamente qualquer pessoa com quem eu converse, e isso sim é relevante.

“Interessante... Agora, sobre esses problemas sociais, essa alienação... Como você interpreta isso?”

Pra mim, isso tudo é muito curioso, porque eu mesmo nunca vou me “encontrar”, de fato. Assim como a massa está alienada, também estou eu. Minha consciência é um grupamento de neurônios em constante reaprendizado. A cada vez que reflito de maneira adequada, chego a novas conclusões e meus pensamentos mudam. Consequentemente, meu comportamento muda também.

Eu hoje sou alguém alienado do meu melhor eu, que virá amanhã. Do meu “eu” mais adequado, mais adaptado. Eu vivo uma vida plenamente satisfeita. Ainda tenho desafios, como qualquer pessoa. Afinal, sou alguém normal. Mas aprendi a lidar bem com eles.

Eu sei que vou encontrar melhores “eus”, no futuro, porque já decidi me colocar no caminho que me leva de encontro a eles. Ao mesmo tempo, sei que meu “melhor eu” é esse que tenho agora, já que é o único que tenho... Essas duas coisas existem paradoxalmente na minha cabeça.

Já o cidadão médio acredita que se ele tentar realizar alguma coisa realmente grande e extraordinária, o “eu” que o aguarda é o pior possível. É o desastre, a perda, a decepção, a frustração. E isso o faz manter-se no lugar de sempre. Na zona de conforto.

Além disso, há também a pessoa que acredita profundamente que o melhor “eu” está no passado. A má notícia pra essas pessoas é que não existem máquinas do tempo. A boa notícia é que “passado” é só um constructo mental. Aprender melhores abstrações sobre tempo resolve muito bem esse problema.

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“Essa diferença é fundamental...”

É sim... Sei lá quantas coisas vou descobrir a respeito de mim mesmo, no futuro. Só sei que hoje eu lido muito melhor com a vida, e sei que outras pessoas podem fazer isso por elas mesmas. Hoje, passo tudo isso à frente, para os meus clientes.

De fato, existem pessoas que já estão à procura dessas melhores formas de superar a realidade, os conflitos e os bloqueios que elas próprias vivem. Tudo está em nossa mente. Eu não domino tudo o que existe dentro da área de desenvolvimento humano, mas conheço bem várias coisas que a maioria das pessoas não têm idéia de que existem, nem do quanto podem ser beneficiadas.Conheço, hoje, várias pessoas que decidiram estudar a si próprias, e espero tanto conhecer quanto formar mais delas. Esta entrevista é mais um canal para tanto.

Aliás, vamos olhar pra idéia de que o “Brasil é o país do futuro”, por exemplo... Não sei quem inventou essa frase, mas eu a percebo como pouco funcional. O Brasil precisa ser o país do AGORA. E pra isso, cada pessoa precisa ser alguém ligado ao AGORA, e não às esperanças vagas do futuro. Qualquer país precisa ser o país do AGORA.

Ironicamente, se você tomar melhores atitudes AGORA, o seu futuro vai realmente melhorar, e suas esperanças estarão melhor fundadas. A partir daí, o Brasil pode se tornar realmente o país do futuro. De futuros cada vez melhores. Qualquer país poderia.

É engraçado esse paradoxo que a linguagem proporciona. E as palavras são o centro de tudo o que projeta nossa percepção da realidade... Portanto, também as nossas opções de atuação.

Se você vive ciclos progressivos, é porque você tem as palavras certas em mente. Se você vive ciclos regressivos, é porque as palavras que permeiam seus pensamentos precisam ser melhoradas.

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“Mágico...”

Sim... Mágico e praticamente automático.

A maior parte do povo desconhece totalmente o poder que tem de verdade. Isso vem de séculos, milênios de doutrinação de tantas entidades cujo único interesse é manter as coisas como estão.

Mas eu tenho uma convicção muito forte de que esse século será o de acordar. O movimento Espalhe o Amor é um pequeno pontinho de luz, que apenas reflete a luz de outras pessoas também dedicadas. Um movimento que pretende acender novos pontinhos de luz na mente de outras pessoas.

Eu não sou o único a dizer isso. Estou apenas carregando uma mensagem que é comum nos círculos de especialistas dos quais sempre participei. Sou dedicado às minhas próprias descobertas, e aprendo muito com outros pesquisadores, amigos e clientes, também. Filósofos e psicólogos influentes trouxeram pensamentos que podem iluminar a mente de qualquer pessoa. Porém, a maioria continua apenas se distraindo.

É isso que vivo e respiro. O que amo fazer é passar tudo à frente de uma maneira simples, estruturada, definida, que economize o tempo das pessoas que querem aprender rápido, na prática, como superarem seu passado, como vencer mágoas, medos e frustrações.

“Isso tudo parece abrangente demais... É assim mesmo?”

Bom... Linguagem é um fenômeno que permeia toda a nossa experiência humana. Se você sabe melhores formas de estruturar seus pensamentos, então você se sai cada vez melhor em potencialmente todas as áreas na qual mantém qualquer tipo de atividade.

Eu não sou um especialista em todos os assuntos. Sou um especialista e amante de lógica e linguagem. Mais ainda, sou um fã de como estes assuntos podem ser aplicados em nosso dia a dia.

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Sobre os assuntos cotidianos, tenho uma área de preferência, que é me ater à questão dos relacionamentos interpessoais, sejam amorosos, familiares ou de trabalho. Porque esse é um problema recorrente, onde existe muita coisa mesmo pra ser feita e melhorada. As pessoas andam muito impulsivas, preocupadas e ressentidas umas com as outras. Isso não é necessário.

“Entendi... Existe algum ideal por trás dessa sua preferência?”

Sim, tem. Um dos meus maiores sonhos é ver menos casais se separando. Tive pais que sempre brigaram muito. Hoje, estão separados e com respectivos novos relacionamentos, mas eu vivi até mesmo cenas de violência doméstica na minha infância e adolescência. E não foram poucas.

Eu sei como é importante que isso não aconteça mais. E hoje tenho certeza do quanto as crianças não têm mais a necessidade de vivenciarem esse tipo de atrito, por mais leve que possa parecer pros pais... Porque não é leve pros filhos, em grau nenhum, e pode acabar com as chances deles próprios terem bons relacionamentos no futuro.Boa parte das pessoas que têm relacionamentos ruins, hoje, vêm de famílias onde os relacionamentos também não eram bons. E isso é uma cultura familiar herdada.

Eu passei uma boa parte da minha vida ignorando qualquer valor que a comunicação tivesse. Vivia um trauma sem saber. Como meus pais não se davam bem mesmo que tentassem conversar, eu achava que toda comunicação fosse inútil.

O estresse também é fruto da falta de comunicação apropriada. Meu pai teve dois AVCs por não saber lidar com pressão psicológica. Resultado: está hoje em uma cama. Minha mãe teve cenários de pressão alta por descontrole emocional. Ultimamente, temos feito conversas que têm dado a ela muitos recursos. Ela vive hoje mais confiante, com uma auto-estima maior e mais satisfeita com a vida.

Ela já parou com alguns medicamentos, resolveu algumas questões de auto-estima seríssimas e praticamente se livrou de vários estados auto-destrutivos, como algumas idéias que provocavam ciúmes, confusão mental e culpa.

No início de nossas conversas, ela dizia que eu estava ficando louco. Hoje, ela me procura com frequência. É gratificante demais pra um filho saber que ele pode enriquecer a vida de sua mãe a esse ponto.

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“Deve ter sido emocionante, mesmo! Mas como você se livrou desse trauma?”

Me lembro até hoje como foi... No dia em que estava dentro de um apartamentinho “quitinete” que eu alugava na Praia de Botafogo, na Zona Sul do Rio...

Era um cubículo, com uma cama de casal, os meus computadores, meus instrumentos musicais, um guarda roupa, uma geladeira, uma estante de ferro bem “tosca” com as prateleiras tortas de tão entupidas de livros... E fora isso, a única coisa que tinha a mais era uma vista lateral pro Pão de Açúcar, da única janela que tinha o apartamento no sexto andar. Isso era bonito de se ver.

Ah, e não tinha TV. Desde 2000, eu mais ou menos aboli o uso da televisão da minha vida.

“Nossa... Mas dava pra andar dentro dele?”

Na verdade, não muito (risos)... Ele era meio “atolado” de coisas.

Apesar de ganhar muito bem na época, com minha antiga profissão, eu nunca fui muito “espaçoso”. Mas sempre investi muito sério na minha educação. Acho que por influência do meu pai, que sempre declarou que seus filhos gostavam de estudar.

Ele criou essa identidade em mim, sem saber. Acabou que eu poupava na “matéria”, porque queria “consumir idéias”. Então, preferia um apartamento pequeno mesmo. Contanto que eu pudesse colocar meus livros lá dentro.

Eu nunca havia parado pra pensar nisso... Mas esses dias, minha irmã do meio me pegou de surpresa, dizendo que eu sou a pessoa que ela conhece que mais estudou de maneira relativamente séria áreas completamente diferentes...

Quando parei pra pensar, vi que de certo modo, é verdade... Já me meti em Filosofia, Economia, Psicologia, Ciências da Computação, Música, Poesia, Comunicação, Marketing, Liderança, Yoga, Negócios... Tive aulas com grandes autoridades em praticamente todas essas áreas...

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“Caramba... Muitas coisas bem diferentes mesmo...”

Pois é... Eu acho que, na verdade, sempre procurei as coisas que fossem comuns a todas essas áreas...

“E você conseguiu encontrar, enfim?”

Encontrei algumas das coisas úteis, com certeza, que me ajudaram bastante em meus projetos pessoais. Mas o Universo é infinito, portanto é impossível pra mim encontrar todas elas (risos).

Olha, eu não falo essas coisas pra me gabar ou qualquer coisa desse tipo, até porque eu não ligo e a bem da verdade, não preciso... Só falei porque acabei de chegar à conclusão de que sou mesmo um pouco viciado, dependente de informação. Um caso de “nerdice crônica” (risos).

Acima de tudo, eu advogo que ninguém pode ter liberdade sem ter informações de melhor qualidade. As pessoas me perguntam se eu soube do que foi noticiado no jornal. Boa parte das coisas publicadas em jornais são o mesmo de sempre. Não é possível mudar sua vida se você tem consumido as mesmas informações. Se saber de assassinatos e celebridades não me ajudou no passado, por que eu consumiria estas coisas no futuro?

Mas então... Acabei saindo um pouco do assunto... Esse dia sobre o qual quero falar veio depois de alguns anos estudando esses modelos de comunicação e linguagem. Eu me “enfurnava” em livros. Várias madrugadas acordado, estudando.

Eu também já havia me tornado um comunicador relativamente bom. Já tinha melhorado muitos resultados de meus próprios relacionamentos. O movimento Espalhe o Amor já estava com dezenas de milhares de participantes, o que é praticamente nada, considerando que ele tomou uma multidão de mais de um milhão de conexões, além de ter inspirado várias outras pessoas a fazerem o mesmo.

A essa altura, eu já havia prevenido a mim mesmo de acabar com meu noivado. Já havia passado por uma crise existencial “barra pesada”... Mas ainda não sabia de verdade o insight que estava por vir.

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Eu estava refletindo sobre comunicação, quando tive uma epifania. De que as pessoas, no fundo, querem se entender... Mas que elas não conseguem, por mais que elas tentem. Essa realização pode ser trivial para muitas pessoas... Mas não era pra mim, na época.

Como elas não têm a habilidade necessária para se comunicar ou se avaliarem com eficiência, são impedidas de desenvolver a conexão que elas têm umas com as outras.

Essas pessoas, ignorantes sob sua inabilidade de se comunicar, dão nomes impróprios pra essa falta de habilidade. Impaciência, ciúme, decepção... Uma série de “mitos” sobre comportamento são criados... “É assim que eu sou, e não vou mudar, porque não se pode mudar a personalidade de ninguém. Se me comportar diferente, então não serei eu mesmo”.

Por estudar modelos sofisticados de comunicação, eu de repente visualizei a mim mesmo como um harmonizador de pessoas. A imagem brotou, espontaneamente, na minha mente. Foi uma imagem arrebatadora pra mim. É como se eu visse luzes fortes piscando. Na verdade, foi essa a modalidade como a informação se reorganizou: através de imagens visuais, todas imaginárias, é claro. Algumas idéias sobre mim mesmo foram mudadas naquele dia. A partir de então, eu tive a certeza de que tinha que fazer algo a mais pelos outros. Larguei minha vida antiga, e resolvi me dedicar integralmente a este trabalho.

Até hoje tenho em alguns momentos dificuldades de saber “o que faço, de fato”, já que atuei em algumas coisas bem diferentes nessa carreira de desenvolver pessoas. Daí, o que gosto de pensar é que sou um harmonizador. Minha maior ferramenta é a comunicação. O dom de articular palavras. Um dom desenvolvido a duras penas.

“Humm... Acabei de ter algumas idéias novas aqui com essas últimas frases... Mas essa sua experiência não pareceu um pouco mística?”

Bom, a sensação foi transcedental. A descrição também parece... Mas foi só uma sensação interior. Na verdade, eram meus neurônios levando um baita “choque”. Um paradigma se quebrando, e outro se colocando no lugar dele, e de longe era muito superior.

É o tipo de descoberta que só quando você passa por ela é que entende. Não adianta muito apenas falar.

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Eu tinha chegado a uma grande conclusão sobre a minha vida e minha missão. Eu chorei horrores, como uma criança recém-nascida. uma quantidade enorme de coisas passaram a fazer sentido pra mim.

Nesse dia, eu tinha realmente entendido o quanto uma boa comunicação pode salvar vidas e criar um mundo realmente melhor. Eu tinha superado o trauma que vivi na infância, e todo o turbilhão da descoberta veio de uma vez só. Eu consegui ver que é possível ter um planeta bom, em paz. Sem fome. Sem pobreza (qualquer que fosse).

Depois desse grande insight, eu fiquei tão sensível como nunca havia ficado na vida, por mais umas duas ou três horas... Era como se eu finalmente tivesse aprendido a enxergar de verdade.

E aconteceu uma coisa engraçada... Durante esse tempo, várias novas situações vinham na minha mente. À medida que elas apareciam, eu percebia como todo o mundo está realmente interconectado pelas palavras que as pessoas trocam, e pelos significados que as pessoas produzem, transmitem e absorvem sem terem consciência do que estão fazendo. Cada nova cena me provocava uma torrente de emoções muito fortes, até quase me fazer chorar novamente.

“Entendi... Uau, muito emocionante e diferente essa experiência... Mas o que tem de tão engraçado nisso?!”

O que tem de engraçado é que depois de passar a fase inicial do “chororô” eu tive que ir almoçar, porque o tempo não pára... E eu tive uma crise de ternura olhando até pro meu prato de comida no restaurante (risos)... Os olhos cheios d’água...

Não era nada de mais... Arroz, feijão... Acho que frango e salada, sei lá... O de sempre mesmo... Eu fiquei com os olhos totalmente marejados de emoção. Putz! Vai me dizer que não é engraçado você se emocionar olhando pra um prato de arroz e feijão?! Uma parte de mim estava emocionada... A outra dava gargalhadas de toda aquela situação!! Uma comédia (risos).

“Aaaah!!! Uau!!! Que coisa estranha, hein?!?!”

É, estranhíssima!

Bom, mas o que eu fiz por mim mesmo depois daquele dia em que descobri o verdadeiro valor da comunicação foi conquistar o máximo de controle sobre a minha própria vida e o máximo de influência sobre meus relacionamentos.

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Obviamente, eu não tenho o controle de tudo, porque a realidade é complexa. Mas tenho muito mais equilíbrio e concentração para me dirigir para onde quero, quando quero e com quem eu quiser. O restante eu deixo nas mãos de Deus, que até aqui tem me ajudado bastante.

Hoje, eu quero urgentemente que mais pessoas tenham essa capacidade: de saber em maior profundidade o que elas querem realmente, além de como influenciar positivamente outras pessoas e de terem coragem pra seguir em frente, não interessam os desafios.

O poder criativo reside em nós. Basta sabermos usá-lo. Temos tudo. Basta completarmos com as idéias certas.Muitos clientes me olham várias vezes em nossas conversas sobre suas dificuldades e me dizem: “Caramba, nunca tinha pensado nisso!” - Esse é um momento onde eu sei que houve mudança.

Além disso, não há limites pro que uma pessoa pode criar pra si própria quando ela se livra de preconceitos, medos, decepções e mágoas. Portanto, é importante que cada pessoa procure sua luz. A sua forma de manifestar o seu melhor.

Hoje eu posso dizer que tenho relacionamentos 100% prazerosos. Posso contar nos dedos a quantidade de horas que fico preocupado por ano por causa de alguém com quem me relaciono. É raro eu me irritar. E conheço outras pessoas exatamente assim.

Há quem diga que elas não sejam “realistas”. Bom... Não é o que elas próprias diriam.

Hoje eu vejo desespero nos olhos de muita gente (até mesmo de pessoas próximas, às vezes), e eu não entendo mais como isso pôde ter acontecido comigo, um dia. Nem como ainda pode acontecer com outras pessoas. Eu tenho certeza de que essa não é uma boa maneira de se ser “realista”.

Às vezes tenho dificuldades em ajudar pessoas muito próximas, como alguns parentes. Isso acontece porque existe um conflito inerente à minha profissão: eu não posso ser familiar e coach ao mesmo tempo. Além disso, não há tempo disponível para tudo. De qualquer maneira, ainda assim eu consigo ter muito maior influência do que antes.

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“Ah, sim... Agora ficou bem mais tranquilo de entender, apesar de me parecer um pouco complicado de se chegar aí... É, de certo modo, admirável... E como exatamente um coach trabalha? O que ele faz pra ajudar seus clientes a evoluirem?”

Essa é uma pergunta que merece uma resposta completa, porque isso envolve muitas coisas diferentes e uma série de técnicas e fases que eu posso compartilhar aqui com você. Faça bom uso delas.

O que faço profissionalmente é o treinamento e o acompanhamento individual de pessoas. Existe um método de acompanhamento que leva os meus clientes a conhecerem muito mais sobre si mesmos.

No primeiro momento, eu preciso saber três coisas sobre o meu cliente em potencial:

1- Se ele tem espaço pra evoluir, 2 - Se está aberto para a evolução, 3 - Se ele me dá permissão para realmente ajudá-lo em sua jornada.

“Ah, OK... Você se importa em falar um pouco sobre esses passos? Como você faria o primeiro deles, por exemplo?”

Não tenho problemas em compartilhar algumas partes importantes do meu processo. Acho importante as pessoas conhecerem esse trabalho, até porque a profissão é relativamente nova, e poucas pessoas conhecem esse tipo de serviço, hoje. Isto pode inclusive ajudar outros coaches a conseguirem clientes. Não me importo. Prefiro que a nossa classe seja reconhecida.

Além disso, estes são modelos provados de trabalho. Sistemáticos. Existem vários Coaches que não sabem muito bem o que estão fazendo (vou falar sobre isso mais à frente). Portanto, serve de certa forma pra você entender se a sessão está indo bem.

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Se você fosse um possível cliente interessado em saber mais sobre como se desenvolver como pessoa, eu lhe faria várias perguntas, dentro de uma conversa. Aqui estão algumas das mais frequentes:

1 - Você costuma ficar aflito ou ansioso sempre que as coisas começam a dar errado na sua vida?

2 - Você tem dificuldade de se empenhar em projetos que façam você mudar completamente a realidade que vive porque tem medo das coisas não darem certo?

3 - Você se sente de alguma forma “preso” ao passado, impossibilitado de levar sua vida à frente?

4 - Você costuma viver muitas decepções com pessoas?

5 - Você tem o desejo de conquistar sua independência financeira, mas nunca teve a capacidade de executar o seu plano, mesmo sabendo exatamente o que você precisa fazer?

6 - Você tem dificuldade em encontrar motivação e satisfação em seu trabalho?

7 - Você enfrenta problemas ao lidar com pessoas-chave da sua vida, como familiares, parentes, chefes, pais, filhos, namorados, maridos ou esposas?

8 - Você tem problemas em sustentar seus relacionamentos amorosos com harmonia, sem ter que usar máscaras ou mentir para a pessoa que você ama?

9 - Você tem dívidas que nunca cessam, e tem dificuldade em elaborar um plano pra não só quitar essas dívidas, como também criar um maior conforto financeiro e colocar o dinheiro para trabalhar pra você e sua família?

10 - Existem características prejudiciais de comportamento ou temperamento que fazem parte da sua pessoa, com as quais você gostaria de saber lidar?

11 - Você tem algum vício ou mania com o qual luta há muitos anos e que gostaria de superar (fumo, obesidade, álcool, jogo, traição etc)?

12 - Você costuma se preocupar com a sua saúde, mas na verdade não consegue cuidar dela da maneira que você realmente precisa?

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13 - Você hoje manifesta algum comportamento que provoque sentimentos de culpa, auto-piedade, raiva de si próprio e quer mudar, mas se sente impossibilitado?

14 - Você tem algum grande desafio como uma prova, uma capacitação, uma faculdade, um torneio ou uma promoção de emprego para a qual precisa desenvolver uma confiança plena e um plano de estudos mais efetivo e sente que poderia diminuir sua insegurança?

16 - Você tem vontade de diminuir ou até de se livrar completamente da necessidade de uso de calmantes?

17 - Você está inserido em um ambiente com pessoas muito difíceis de lidar, e quer tornar isso um trabalho mais fácil?

18 - Você vive sob pressão e estresse, e quer aprender a reduzi-los?

19 - Você costuma começar projetos que nunca consegue terminar?

Se um cliente em potencial me responder “sim” a uma ou mais dessas perguntas, significa que ele tem espaço para desenvolver a si mesmo.

É fato que todas as pessoas no mundo têm espaço para se desenvolver. O problema é que uma boa parte delas não reconhece esse espaço.

“Entendi, Rodrigo... Interessantes as perguntas... Mas se todos têm espaço para se desenvolver, que motivos alguém teria pra não reconhecer esse espaço?”

Essa é a parte mais curiosa... Tem vários motivos possíveis.

Pode ser medo. Pode ser por preconceito. Pode ser por teimosia. Pode ser ignorância, falta de informação. Pode ser por falta de humildade. Pode ser até por vaidade e orgulho. Ou por falta de auto-estima. Sei lá... Muita coisa.

Vou dar alguns exemplos.

Quem chega ao ponto de se acreditar “muito bom” ou “perfeito” geralmente encontra aí um ponto de estagnação e desmotivação, que não permite a busca desse espaço para melhorias ou até mesmo a própria manutenção da sua excelência pessoal.

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Já ouviu essa história?

“Chegar ao topo é fácil... Difícil é manter-se no topo...”

Daí vêm as histórias de grandes esportistas que caem violentamente em seu rendimento, depois de atingirem a fama mundial.

“É... As estrelas do futebol quem o digam.”

Sim, é verdade. E tem outros casos...

Quem não acredita no próprio potencial, por exemplo, escolhe nem sequer tentar superar essa idéia de que “não tem potencial”.

Essas pessoas não sabem, primeiramente, o que é potencial humano, tampouco pra que serve, nem como se desenvolve. Como então elas conseguem ter tanta certeza de que elas não têm potencial?

Isso faz com que essas pessoas não se permitam sequer tentar o auto-desenvolvimento.

Uma pessoa dessas pode até saber que sua vida precisa de melhorias, mas se coloca numa posição de “impossibilidade absoluta”. Tudo isso baseado em conceitos falhos.

Pura ignorância.

“É verdade... Tem outro exemplo?”

Sim... Tem gente que ainda acredita mesmo que Deus seja um velho de barbas brancas e olhos azuis que mora no céu, sentado nas nuvens. Essas pessoas acreditam que Ele nos dá tudo de bandeja, magicamente, através de um show de fogos-de-artifício e de uma luz que vem “do teto”.

Elas costumam não reconhecer as oportunidades de auto-aprimoramento com as quais Deus nos presenteia, e vão passar a maior parte das suas vidas pedindo por mais um “milagre da multiplicação dos peixes”, ao invés de desenvolverem sua habilidade em pescar quantos peixes quiserem e precisarem, tal que elas mesmas operem esse milagre todos os dias.

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Essa “escolha pelo caminho errado” se chama auto-sabotagem. Percebeu como escolhas ruins podem acontecer com facilidade mesmo em pessoas com boas intenções?

“Acho que sim... Se você parte das idéias erradas, você não sai do lugar, e sua realidade não muda nunca. Seria isso?”

Exatamente... Enfim, as pessoas inventam todo o tipo de historinhas e mitos que as impedem de reconhecer que elas têm espaço para melhoria, como qualquer outra pessoa na face da Terra.

Ou ainda impedem-se de acreditar que outras pessoas podem ajudá-las. Isso é uma coisa muito comum, um problema gigantesco... As pessoas se acreditam capazes de ajudar qualquer outra pessoa, mas não acreditam que alguém possa ajudá-las. Que nome você daria a isso? Egoísmo? Auto-centrismo? Ilusão?

Imagina... Se eu tivesse negado a ajuda de tanta gente que apareceu no meu caminho, eu mesmo não teria chegado até aqui. É fato que eu encontrei ajuda em lugares onde não esperava encontrar. Mas também busquei superar meus limites ativamente.Eu tive, por exemplo, que superar a idéia de que Psicologia era pra pessoas “doentes”, e que ninguém poderia me ajudar, já que eu me via como alguém com uma mente perfeitamente saudável. É fato que eu tinha uma mente saudável. Mas não completamente desenvolvida.

Hoje, não acredito que eu seja, exatamente, o “super-homem”, como eu me achava em outras épocas. Porém, sei que tenho mais recursos para ajudar pessoas, e também a mim mesmo.

Eu não queria me ver como alguém incapaz. Mas era, em várias áreas... E não sabia... As pesquisas mais modernas da Psicologia podem, hoje, explicar o que faz as pessoas se comportarem do jeito que elas se comportam com muito mais precisão do que qualquer discurso sobre seres humanos no passado. E isso tem um impacto de proporções enormes em qualquer um que aprenda esses princípios.

Cabe lembrar aqui que este tipo de questionamento e “fases” podem ser feitos pelas pessoas, nelas próprias. Você, que está participando desta conversa, pode fazer uso dessa estrutura em particular.

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“Hummm... Entendi... E o que mais um coach faz após descobrir que o cliente em potencial tem esse espaço?”

Se um possível cliente consegue reconhecer a oportunidade de auto-desenvolvimento, só me resta saber se ele é uma pessoa aberta a mudanças.

A partir daí eu preciso realizar uma sessão estratégica diretamente com ele (que pode ser pessoalmente, via email ou telefone), para saber:

1 - Se ele está disposto a aprender muito mais sobre si mesmo2 - Se ele quer lidar melhor com os seus desafios 3 - Se ele quer mesmo superar esses desafios, principalmente.

Essa sessão, que não tem qualquer custo, costuma ser bastante reveladora para o aspirante a cliente, pois através dela, ele descobre coisas impressionantes sobre sua própria vida. E eu posso descobrir se consigo, de fato, ter recursos para ajudá-lo.

Não é raro alguns entrevistados saírem dessa sessão com coisas novas para fazerem, por descobrirem algumas soluções imediatas para problemas e questões que eles têm enfrentado durante a vida inteira.

Essa sessão é útil assim porque eu estou mais de olho na estrutura do que no conteúdo do que as pessoas dizem. As sessões trazem esclarecimentos, energia e potencial para mudanças no exato momento em que são utilizadas. Provocam também descobertas futuras, de forma natural e orgânica, a partir das descobertas feitas na sessão estratégica.

Uma vez que o cliente observe seu próprio sistema da maneira adequada, o sistema se transforma automaticamente.

Nesse ponto eu posso diagnosticar também se o cliente está clinicamente saudável para receber o acompanhamento. Em alguns casos, ele pode não estar tão bem. Pessoas que chegam até mim com um quadro de depressão, por exemplo, podem ter a necessidade do acompanhamento paralelo de um psiquiatra ou psicólogo.

Eu já acompanhei um cliente que teve o diagnóstico de síndrome do pânico e depressão ao mesmo tempo. Ele teve o acompanhamento de dois profissionais: eu, como coach e uma psicóloga.

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A psicóloga já tinha visto casos parecidos e sabia mais ou menos o tempo que seus pacientes demoravam para superar um quadro desses. Ela havia projetado 18 meses de tratamento.

No início, eu utilizei ferramentas especificamente para ajudá-lo a superar o problema, de forma terapêutica, junto com a outra profissional.

Ele levou apenas 4 meses pra sair daquela situação terrível. Uma recuperação, no mínimo, impressionante.

“Nossa... De 18 meses pra 4? Isso economizou um ano inteiro de tratamento!”.

Sim, é verdade... As pessoas vivem até uns oitenta anos, hoje. Um ano inteiro é muito tempo pras pessoas perderem em suas vidas. Tem muita gente que perde 5, 10, 30 anos em depressão... Outras que morrem por causa dela.

Após essa fase, a parte realmente divertida do nosso trabalho começou. Ele recebeu alta da psicóloga. A partir daí, trabalhamos juntos e ele superou problemas de produtividade, vários problemas de finanças, carreira e relacionamentos.

Hoje, está trabalhando na realização dos seus sonhos, transformando sua vida com o apoio total de sua família, cujo relacionamento está transformado, e praticamente todo mês aparece com alguma notícia realmente importante pra conversarmos.

Esse cara é um exemplo clássico de como o coaching pode ajudar uma pessoa a vencer bloqueios completamente inconscientes. Agora, ele próprio me conta como tem usado os mesmos padrões para afetar outras pessoas.

Enfim, depois da conversa diagnóstica inicial, se tudo estiver ok com o cliente, nós acertamos um contrato, e uma forma de trabalho, que é onde eu obtenho sua permissão para acompanhá-lo durante esse processo de auto-desenvolvimento.

A partir daí, começam as “cirurgias” sobre a mente do cliente.

“Parece empolgante! Esse modo de falar é curioso. Como são?”

Não só parecem, como SÃO empolgantes... O acompanhamento tem a aparência superficial de uma conversa. Podem ser ao vivo, ou por email. Dependendo de como foi feito o contrato com o cliente, o acompanhamento se dá em uma modalidade ou outra. Já experimentei ambas, e deram muito certo.

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Como documentado no livro “O Cérebro Que Se Transforma”, sobre Neuro-Ciência, o termo “cirurgias” que usei de maneira metafórica pode não tão somente ser uma linguagem figurada... Durante a conversa com um bom coach, o paciente tem acesso à reestruturação cerebral física, já que pode reformular idéias profundas a respeito dele mesmo.

A maneira alternativa de fazer o mesmo seria abrindo o crânio do cliente, com um bom neuro-cirurgião ao lado. Essa comparação PARECE um exagero, mas não é... Existem tratamentos para “desordens psicológicas” que são feitos por essa via.

Obviamente, as conversas com um coach não são agressivas. Muito pelo contrário, são estimulantes, prazerosas e divertidas, o que dispensa o serviço dos anestesistas (risos).

Além disso, como estamos trabalhando com a estrutura de aprendizado do cliente, estamos reformulando suas redes neurais. Isto é: lidando diretamente com o núcleo dos neurônios envolvidos naquele aprendizado. Nós estamos manipulando genes dentro destes neurônios. E isso é literal. Não é um exagero. Através de simbologia e linguagem, é possível, sim, interagir com sua estrutura biológica.A questão central da reprogramação mental é: pra que agir em nível biológico, através de remédios, se você pode agir com mais facilidade e menos custos em nível de pensamentos?

Pessoas inocentes ao processo tentam decifrar de fato o que está acontecendo, mas não conseguem, de jeito nenhum. Existem muitas técnicas utilizadas durante a conversa. Várias coisas complexas são feitas aqui, e somente com um treinamento decente pode-se alcançar resultados suficientes.

Às vezes algumas pessoas tentam replicar o que estou fazendo, ou interferir no processo corrente, e todo o tipo de erro acontece. Existem elementos imperceptíveis na comunicação para quem não conhece o que está sendo feito. É necessária a compreensão correta para você saber como se processa a linguagem nessas conversas.

Normalmente, as primeiras ferramentas que eu uso são aquelas que ajudam o meu cliente a tornar mais claros e precisos os seus pensamentos e conceitos. Muitas pessoas acreditam que objetividade é uma coisa simples... Mas na verdade, não é.

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Foi paradoxal pra mim descobrir que alcançar a simplicidade não é um processo necessariamente simples, e que existe uma verdadeira ciência por trás disso.

A maior parte das pessoas vive em um mundo de pensamentos muito confusos. Elas não sabem muito bem onde estão, nem onde querem chegar. Vivem suas vidas de modo automático e monótono, tão cheias de conflitos e limites que não conseguem sequer pensar sobre as influências que governam seu comportamento, tampouco quando essas influências funcionam como fatores bloqueantes de seu próprio crescimento e evolução.

“Bacana... Como atingir essa maior clareza?”

A clareza está na estrutura dos pensamentos. Suas reações de causa-e-efeito, e de como essas estruturas se ligam ao mundo real, perceptível. Muitas vezes, as pessoas não têm sequer parâmetros claros para definir o que é ter felicidade. Chegam com um conceito abstrato, impossível de ser mapeado para situações e comportamentos. Elas não conseguem sequer avaliar, ou medir se são felizes, ou concluem que estão insatisfeitas por carregarem conceitos improdutivos em suas mentes. Como alguém pode experimentar felicidade se não sabe com certeza o que a faz feliz? Isso é um problema comum, por mais que possa não parecer.

Depois que eu ajudo uma pessoa a esclarecer pra si mesma aspectos antes inconscientes sobre sua própria vida em determinados contextos que interessam a ela, o próximo passo geralmente é ajudá-la a tomar melhores decisões.

Novamente, aqui existem muitos problemas a serem enfrentados. A quantidade de pessoas que sofrem do chamado “paradoxo da escolha”, por exemplo, é muito grande.

“Paradoxo da escolha? O que é isso?”

É o seguinte: algumas pessoas simplesmente não sabem tomar decisões. Quanto maior o número de possibilidades, maior a dificuldade em escolher qual caminho tomar. Esse fenômeno comportamental faz essas pessoas estagnarem suas vidas.

Paradoxalmente, é como se elas tivessem “decidido que não sabem decidir”.

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Meu trabalho, além de ajudar meu cliente a elucidar quais alternativas ele tem, é levá-lo a medir os custos e benefícios de cada alternativa. Aqui entra, por exemplo, a técnica do custo de oportunidade. Esse é um modelo simples, mas um pouco complicado de implementar, que a maior parte das pessoas desconhece totalmente.

A maioria que estuda esse assunto esquece completamente de colocá-lo em prática, simplesmente porque não sabe da sua real importância.

Eu nunca ouvi nenhum coach ou qualquer treinamento de Coaching falar sobre custo de oportunidade com tanta clareza quanto o assunto merece ser tratado. No entanto, ela é central na tomada de decisões.

Eu adaptei esta ferramenta direto da área de análise de negócios, de treinamentos de altíssimo nível, e é o tipo de técnica que pode ser usada praticamente 24 horas por dia para gerar motivação e força de vontade espontaneamente para tarefas grandes, complicadas e pesadas de se fazer.

“Muito interessante... Você pode falar um pouco mais a respeito de custo de oportunidade?”

Com certeza. De maneira bem básica, custo de oportunidade é você entender o que você precisa pagar por não escolher seguir um determinado caminho que você já sabe que deve seguir.

Todo mundo tem sonhos, mas poucas pessoas agregam energia e esforços para realizá-los, e isso acontece porque você não sabe que está pagando um preço altíssimo por não fazer o que você sabe que deveria estar fazendo.

O cidadão médio não tem a menor idéia do custo real de se viver aquela vidinha monótona e sem graça, na frente da tevê, com as mesmas chateações de sempre, as negatividades de sempre, as mesmas decepções e mágoas de sempre, no ambiente de sempre, com os medos de sempre, com a conta bancária de sempre, as dívidas de sempre, o peso extra de sempre e os desafetos de sempre, pelo resto da vida.

Se elas não têm consciência do preço real que é continuar vivendo uma vida medíocre, como você pode esperar que essas pessoas decidam tocar em frente seus projetos e seus sonhos, que vão livrá-las da escravidão da mídia, para viver uma vida dinâmica, emocionante, atraindo para si as melhores companhias, vivendo relacionamentos edificantes com saúde e abundância emocional, espiritual e financeira?

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Se elas dizem para si mesmas que já sabem muito bem o que é o amor, então elas começam a descobrir que não têm mais nada para aprender na vida. Dizer que você sabe o que é o amor e que não tem mais surpresas sobre ele é mergulhar no tédio. É esconder de si o amor real, que empolga, que contagia, que emociona... Que ensina e preenche o nosso vazio, a cada segundo. É privar-se de descobrir formas superiores de amar.

Como você acha que pessoas entediadas poderão criar motivação para crescer, descobrindo mais ainda do amor imenso que alguém pode ter pra dar, sua verdadeira força, seus melhores recursos, suas maiores contribuições e o maior impacto possível que elas têm para provocar na sociedade?

O tédio limita a sua capacidade de ir lá e fazer as coisas darem certo.

Se os entediados acham que vão viver pra sempre aquele aparente conforto, que não é nada mais, nada menos do que o alívio e a estagnação provocados pelo medo de mudanças, como você espera que eles entendam que um dia a velhice vai chegar e elas estarão desamparadas se não construírem uma vida melhor em todos os sentidos pra si o quanto antes, e urgentemente?

Quantas pessoas esquecem completamente de seu corpo, e só vão lembrar dele quando ele reclamar? Quantas dores não poderiam ter sido evitadas? Quanta solidão não pode ser solucionada se as pessoas ao menos estiverem mais abertas? Quantas separações precisarão acontecer na vida de uma pessoa pra ela perceber que a solução está nela, e não em outras pessoas? Quanto sonhos terão de ser deixados de lado?

Nós vivemos em ciclos, e todo ciclo tem um fim... Se alguém compreende exatamente o preço que paga por continuar alimentando a roda da mediocridade, e percebe que um dia não vai ter energia nem sequer pra continuar sustentando essa roda “trabalho-casa-TV-discussões”, então esse alguém começa a gerar energia em si mesmo para interferir positivamente nesse sistema, e começa a agir para realmente sair da rotina e passar a viver uma vida que seja, no mínimo, progressivamente extraordinária.

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“Nossa... Isso deve ser fascinante! Já me sinto um pouco diferente...”

É sim... Depois de tomada uma nova decisão, usualmente o cliente precisa planejar com cuidado a sua jornada. Aqui, toda cautela é pouca: transformar a própria realidade também não é algo trivial... A prova disso é que a maioria das pessoas que dizem saber tudo sobre metas continuam vivendo a mesma vida de sempre, desenhando planos que elas mesmas nunca conseguem cumprir.

Falar sobre atingir metas virou “fichinha” no mundo corporativo. As empresas têm o poder incrível de fazer quase qualquer conceito poderoso se tornar falho e parecer medíocre.

Isso porque, em geral, não existe o comprometimento real das pessoas envolvidas. Elas se tornam especialistas em falar sobre o planejamento de metas, mas não sabem sequer desenhar metas que sejam saudáveis e sustentáveis, muito menos executá-las com motivação.

Antes de me especializar nessa área, eu tinha verdadeiros calafrios quando eu ouvia falar sobre metas. Hoje eu entendo o motivo: a maior parte das empresas impõe a seus funcionários metas verdadeiramente desafiadoras, o que é saudável. Mas elas esquecem de entregar-lhes a parte fundamental do cumprimento de seus planos:

Os recursos necessários para realizar cada parte do que foi planejado.

Ao invés disso, simplesmente ameaçam despedir quem não cumpre as metas impostas. Isso não é recurso... É bloqueio. Na cabeça dos líderes, não vêm a idéia de que eles estão potencialmente se desfazendo de criatividade e de inovação, nem que estão inibindo o potencial dos seus próprios empregados.

Existem várias coisas a serem ditas sobre metas, mas vou introduzir algumas coisas importantes... Eu poderia falar um dia inteiro sobre metas com alguém.

Um dos segredos pra se reunir energia e motivação para cumprir uma meta é você descobrir a importância real dela. Uma meta irrelevante pode ser jogada fora, que ela não vai fazer diferença. E jogá-la fora ainda vai poupar seu tempo.

Fique somente com o que interessa. O resto, jogue fora. Mesmo que seja aparentemente bom. Dizer não pras coisas boas é uma arte. É a arte de saber dizer sim pras coisas excelentes.

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“Verdadeiramente inspirador... E sobre os recursos pra realizar o que foi planejado?”

Esse é o próximo passo do trabalho com meus clientes. Após ajustar as metas e seu planejamento, eu caminho junto com ele no descobrimento de novos recursos que ele traz consigo, e que sejam valiosos o suficiente para superar desafios práticos diários.

Aqui, mais problemas acontecem. Por exemplo: a maior parte das pessoas desconhece completamente o valor de habilidades que pra elas são completamente naturais. Outras pessoas desconhecem o verdadeiro potencial que elas têm para motivar a si mesmas. Outras simplesmente não sabem o quanto elas podem aprender na vida.

Existem coisas tão valiosas quanto ouro na vida de cada pessoa. Se ela não souber perceber o que tem valor em sua vida, nada feito. Nada de realização. Nada de mudança.

A mente de todas as pessoas é uma mina de uma riqueza imensurável. Quando estou trabalhando com um cliente, eu sou o seu minerador.

Meu trabalho é executar as perguntas, cavar nele próprio todas as respostas que ele quer dar a si mesmo. Eu pego suas respostas como se fossem pedras preciosas, e devolvo-lhes.

“É dessa preciosidade toda que vem seu pagamento? (risos)”

Sim, é desse processo todo. É bonito perceber que o cliente se descobriu capaz de gerar uma realidade diferente para si próprio.

Quando eles percebem que finalmente encontraram algo parecido com uma sabedoria milenar dentro de si mesmos (literalmente, às vezes as pessoas vêm com pérolas que me surpreendem seriamente!), e que agora têm mais recursos para executar seus planos à risca e conquistar mais de seus sonhos, eu percebo que é a hora em que eles começam a entender em maior profundidade que mudanças realmente grandes e impactantes são realmente possíveis.

Quando um cliente resolve executar uma mudança radical em sua vida, é o momento em que ele começa a descobrir propósitos maiores do que ele próprio. É o momento onde níveis mais profundos de contato com o amor e sua existência começam a ser desenvolvidos.

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É o momento em que a ficha da maturidade emocional finalmente cai. Da aceitação da realidade como ela é, com suas oportunidades e restrições... E da possibilidade de mudança, sem tanto peso, sem tantas dificuldades.

No entanto, enquanto ele começa a se dirigir para seus grandes sonhos, começa a perceber que uma parte da sua mente ainda quer obrigá-lo a falhar. É a hora de confrontar verdades profundas e conceitos realmente vastos sobre a vida, o tempo e o papel do ser humano.

É esse o momento onde ele descobre que a famosa frase de Sócrates faz mais sentido do que nunca:

“Só sei que nada sei.”

“Ah, essa frase é clássica!”

Pois é. E eu perdi a conta do número de pessoas que diziam defender essa frase, mas que ao mesmo tempo tinham um medo enorme de parecerem estúpidas na frente de outras pessoas por não saberem respostas para questões difíceis. Paradoxo.

É no momento que essa ficha realmente cai que ele começa praticar com mais afinco e consciência o “não-julgamento”, termo que também se tornou fácil de ser ouvido, dito por pessoas que julgam os outros o tempo todo (e eu sei que isso é um julgamento que eu faço, nesse momento em que falo essa frase).

“Ainda bem que você tem consciência disso! (risos)”

É mesmo... Mas não me comprometo com esse julgamento. Apenas observo, sem me afetar. Aqui o cliente também começa a praticar com mais naturalidade o silêncio, o ouvir e o agir.

Se você hoje faz muito esforço psicológico para ficar em silêncio, para gerar seus resultados desejados e para se harmonizar com outras pessoas, então você ainda tem um caminho de boas coisas para aprender pela frente. Muitas emoções!

Ter esse caminho pela frente é maravilhoso, porque descobrir é a coisa de maior valor humano que existe!

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Depois que você começa a se tornar mais natural em silenciar, harmonizar e gerar resultados, é esse o momento de se tornar de fato um “campeão social”, de conquistar sua maestria pessoal.

É nessa hora que o jogo realmente começa. A hora em que você finalmente entende que pode atuar na mudança do mundo como um todo, para melhor. Até chegar nesse ponto, as pessoas acreditam que liderança é um papo vazio, sem significado. Mas não é. Qualquer pessoa pode desenvolver sua capacidade de liderar e influenciar outros.

Você também entende nesse ponto que o seu maior inimigo sempre foi você mesmo. Todo esse desencontro que eu descrevi anteriormente. Tecnicamente, todos esses conflitos internos são chamados incongruências... Quando você se divide, e uma parte sua quer uma coisa, enquanto outra quer outra coisa.

Acima de tudo, eu não ensino tantas coisas realmente novas. Apenas atuo como uma ferramenta humana para que você mesmo seja o artesão da sua vida. Eu facilito a vida do meu cliente a reduzir suas próprias incongruências... Seus conflitos internos e externos.

“Nossa, parece bem emocionante pra mim! E ganha-se bem fazendo isso?”

Eu ganho dinheiro o suficiente para manter uma vida confortável. Como em qualquer profissão no mundo, os rendimentos de um coach vão depender principalmente da sua experiência, e do quanto ele entrega de resultados aos seus clientes.

Inclusive, tenho muitas coisas importantes pra dizer a respeito da área profissional, propriamente. Você está disposto a ouvir?

“Claro... O que é que você quer falar?”

Primeiramente, não são todos os coaches que estão preparados para exercerem a profissão do coaching. Por isso, vários deles não entregam os resultados que importam ao cliente.

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“Existem vários estágios de maturidade na carreira de um Coach, então?”

Claro, como qualquer profissão... E as lições sobre a minha área podem ser transferidas para qualquer carreira, inclusive a sua própria. Existem muitos oportunistas em qualquer mercado. Por aqui, há pessoas desqualificadas e desempregadas que procuram uma nova chance. Intitulam-se coaches depois de fazerem treinamentos de oito dias, já que não existem faculdades a respeito do assunto.

A maioria das pessoas que pensam assim não passam dos primeiros meses de tentativa, não importa em que mercado estão, até concluírem que não gostam tanto assim da atividade, ou mostram a si mesmas que não conseguem ter a “paciência” para desenvolverem a competência apropriada ou a própria carreira. Ou então, simplesmente, decidem que o coaching “não é pra elas”.

Nessa área, especificamente, também andam muitos “gurus” que fazem uma propaganda exagerada da possibilidade de ganhos. Eles vendem serviços caríssimos sob a promessa de “enriquecimento fácil através do coaching”. Dizem que seus métodos são “únicos” e que ninguém mais os tem no mundo inteiro. Obviamente, a maior parte dessas afirmações é mentirosa. À parte de uma ou outra peculiaridade, todos os treinamentos tratam essencialmente das mesmas questões: linguagem, emoções, crenças, identidades, sentidos, empatia... Eu sei, porque já estive em diferentes treinamentos.

Alguns professores são excelentes e mais experientes, outros nem tanto. Algumas maneiras de se ensinar são mais eficazes do que outras. Algumas empresas entregam uma experiência excelente. Outras, nem tanto. Algumas empresas prometem o que não podem e criam websites visualmente espetaculares para seduzir olhares. Outras, permanecem íntegras, sendo até mesmo mais eficazes. Isso é o que faz a diferença: dedicação ao próximo. Curiosamente, muitas empresas aprenderam que vendem mais dizendo que são “únicas”, ou “internacionais”. Francamente: isto é patético, e não deveria ser usado como critério de seleção do consumidor consciente.

“Seja um coach e tenha todo o sucesso profissional que você merece! Somos únicos!”

Já viu essa propaganda por aí? Eu já, inúmeras vezes, em diferentes websites.

Só que ser um coach não é fácil. Estas promessas são enganadoras e deveriam ser proibidas.

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Os casos de sucesso salarial da indústria do coaching são raros, não são a regra. A massa das pessoas formadas em coaching entraram iludidas e, tristemente, desistiram.

Dizer que pessoas com qualquer background podem se tornar coaches, e que com apenas 60 horas de treinamento elas ganham excelência em coaching além de um super-salário é uma mentira deslavada.

As habilidades de um coach estão escassas no mercado? Sim, certamente. Isto quer dizer que um coach recém formado tem acesso a ganhos impossivelmente desproporcionais à sua experiência prévia? Não. E nunca será assim. O nome disso é oportunismo.

O investimento em um treinamento em coaching pode, sim, fazer você se tornar mais eficaz na carreira que já tem, ou fazer você encontrar novas possibilidades. Nesse ponto, agrega muito valor. Mas não é como receber uma bênção da fada-madrinha das profissões.

Não existe, no Brasil, nenhuma grande demanda pelo coaching. Quase ninguém conhece a profissão, e daqueles que conhecem, poucos a contratam.

O que existe neste mercado é o seguinte: muita oferta de treinamento para profissionais e uma promessa de muitos dos próprios treinadores para seus alunos de que esta profissão tem um público consumidor desproporcionalmente grande, e que por isso os alunos ganharão muito dinheiro.

O que existe na cabeça do público geral, no entanto, é o desconhecimento completo da profissão e a necessidade de ser educado sobriamente sobre do que se trata, seus propósitos, como escolher um bom profissional e como encontrar a formação ideal, caso ele queira se tornar um bom profissional.

Falo essas coisas não por “achismo”, mas por ter acesso a um público desproporcionalmente enorme. Certamente bem maior do que o público somado de todas as empresas mais bem sucedidas que fornecem treinamento para novos coaches.

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Você ouve falar de coaching por aí, em qualquer círculo social? Eu não ouço, por isso resolvi educar as pessoas sobre essa cultura. O coaching ainda é um nicho profissional muito pequeno. Não faz parte da cultura geral...

“Realmente... Não se fala sobre coaching como se fala sobre terapia, por exemplo, que todo mundo sabe o que é...”

Isso aí. A terapia, como você mencionou, é plenamente disseminada, apesar de ter a fama injusta de ser “tratamento para pessoas malucas”. Essa má reputação da terapia também precisa acabar, porque impede várias pessoas saudáveis de terem acesso ao desenvolvimento do seu próprio bem estar. Não sou terapeuta, mas entendo o mínimo possível e já ouvi poucas e boas de pessoas que ainda não fazem a menor idéia de como funciona a terapia. E que seriam muito beneficiadas por elas, se soubessem.

Hoje, as pessoas estão céticas sobre a cultura do sucesso, e com razão. Existem muitos oportunistas dentro deste mercado. Mas não são todos, pode acreditar.

“Entendo... E o que você pensa disso? Como você fica no meio desse turbilhão?”

Antes de saber o que é o coaching, eu já tinha decidido que precisava começar a trabalhar com o desenvolvimento de pessoas, porque depois de chegar onde eu queria ter chegado em minha própria vida profissional, eu estava começando a ajudar pessoas próximas a conquistarem sonhos e superarem dificuldades.

Foi esse desejo e as realizações anteriores ao coaching que me fizeram descobrir que existia essa área. Quando a conheci, a primeira coisa que fiz foi estudar muito a respeito de comunicação. Antes de “me oferecer” como coach, eu pratiquei muito.

Foram anos, pra ser mais exato, com um círculo fechado de amigos e familiares. Daí, eu tive melhoras enormes e não planejadas em várias as áreas da minha vida. Somente quando começaram a aparecer mais resultados em outras pessoas é que eu, de fato, resolvi me anunciar um coach. Isso aconteceu anos depois de me formar no primeiro treinamento que fiz na área.

Por isso, penso o seguinte: não se pode aprender a ser um especialista em aumentar a eficácia de outras pessoas em seus próprios assuntos individuais num cursinho de oito dias. Ao invés disso, é possível apenas começar a aprender. A mensagem que estas empresas enviam de que “você vai sair lucrando sério enquanto ajuda os outros” logo no dia seguinte ao fim do treinamento é uma piada de muito mau gosto e uma mensagem deceptiva de marketing.

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A idéia do coaching executivo também é bastante sedutora... Uma boa parte dos alunos acreditam inicialmente que vão sair de lá dos treinamentos e, imediatamente, trabalhar com presidentes das grandes empresas. Só que isso também é uma mentira. Executivos não contratam, simplesmente, “qualquer um”. Óbvio que não. Não espere isso de um bom CEO. O profissional precisa entregar evidências, no mínimo, surpreendentes para que o executivo receba um coach com confiança.

O que se pode verificar é que a maior parte dos profissionais desse mercado passam o restante de suas vidas sem sequer saber como encontrar um cliente, e sem nem mesmo fazer uso do que aprenderam em si próprios.

Os treinamentos têm o seu valor, como introduções. São imersivos, transformacionais, profundamente baseados em atitude e as informações são super especializadas. Porém, a despeito dessas características, somente a aplicação irrestrita do que se aprende é o que vai fazer a diferença real entre uma pessoa que teve sucesso com o coaching e outra que desistiu no meio do caminho.

Torne-se um coach apenas se você aceita ter que superar muitos problemas para encontrar clientes.

Se você fizer alguma preparação sobre estes assuntos, não se deixe iludir somente pelo treinamento imersivo. Oito dias acabam não fazendo tanta diferença, e podem, sim, serem completamente esquecidos se você não praticar o que aprendeu.

“Ok... E como você fez, nesse caso?”

Como já disse, para ganhar uma compreensão muito maior além das apostilas e dos treinamentos de uma semana, eu tenho feito minhas pesquisas, incessantemente, sozinho, ao longo de vários anos. Até agora, são três, apenas na área de coaching.

Isso é facilitado pelo mero fato de eu ser um apaixonado pelo assunto. Tenho hoje uma biblioteca pessoal especializada de mais de 50 livros somente a respeito de disciplinas relacionadas à minha profissão. Isto é uma bibliografia do tamanho de uma graduação inteira em uma faculdade (até maior, em alguns casos).

Além disso, eu tenho mentores e referências em quem confio. Isso me dá uma vantagem bastante sensível.

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Estou sempre em campo, praticando o coaching, fazendo uso desses conhecimentos, tanto em sessões pessoais com meus clientes atuais quanto nos artigos que escrevo para muitos milhares de leitores ativos. Hoje, já tenho muitos dos métodos integrados e bem desenvolvidos. Mas ainda falta bastante pra alcançar a maestria que desejo.

“Hmm... E como você faz quando alguém não acredita em você?”

Bom... Eu sou alguém que está dentro do mercado. Se uma pessoa não quiser acreditar nas minhas advertências ou nas referências que eu forneço sobre as principais questões, então terá que acreditar nas promessas mal-embasadas de profissionais anti-éticos. Levando as minhas críticas em consideração essa pessoa pode, ao menos, ter mais parâmetros para encontrar um caminho confiável para ela mesma, mesmo que ela nunca se torne minha cliente.

Portanto, digo-lhe com toda certeza que o que publico serve para que essa pessoa faça melhores escolhas em sua vida. Este livro apresenta a minha perspectiva sobre a área, que é ampla e honesta.

Segundo o meu conhecimento, eu fui um dos primeiros coaches independentes no Brasil que criou o hábito de publicar conteúdo útil periodicamente e completamente gratuito para pessoas refletirem sobre problemas cotidianos com base nas técnicas que conheço. Além disso, não tenho conhecimento de nenhum coach que chegou a ter a distribuição e o alcance que tenho de público, hoje.

As pessoas me agradecem com muita frequência, empolgadas com minhas iniciativas. Continuarei fazendo isto por tempo indeterminado, no intuito de tornar a área mais disseminada e as pessoas mais despertas. Tudo o que posso dar de mim, eu dou, sem exigir nada de volta. Não tenho como forçar as pessoas a acreditarem, e mesmo com toda intenção positiva, já fui alvo de críticas muito severas.

As pessoas confiam naquilo que elas querem. Existem muitos adultos que têm a idade psicológica de crianças de dez anos de idade. Se alguém prefere continuar acreditando em contos-de-fada, quem sou eu pra ficar no caminho dessa pessoa? Prefiro prestar meus serviços a pessoas conscientes de suas responsabilidades, e que sabem que o mundo não é um “faz de conta”.

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A responsabilidade sobre a opinião de uma pessoa e sobre o que ela pesquisa e escolhe é inteiramente dela. Já a responsabilidade de cuidar do público que consome o conteúdo que promovo é inteiramente minha. Eu acredito nas minhas próprias palavras, tenho um grupo realmente grande de pessoas que suporta este projeto, e compartilho tudo como um amigo e, neste caso, alguém que já experimentou algumas das falcatruas neste mercado.

Se alguém não quiser acreditar, que não acredite. Isto não vai impedir o coaching de continuar funcional e em pleno desenvolvimento, nem as pesquisas de continuarem acontecendo, nem as pessoas interessadas de continuarem tirando proveito de tudo isso.

Trabalhei 10 anos arquitetando soluções computacionais para problemas de pessoas reais em grandes empresas e instituições. Sou um especialista em Teoria da Informação e Análise de Sistemas, e estes são assuntos importantes no coaching. Ainda assim, muitos profissionais da área não sabem absolutamente nada a respeito disso, e boa parte das ferramentas que eles utilizam são apenas a ponta do iceberg.

Sistemas é um assunto sobre o qual eu tenho vasta experiência comprovada. E esta diferença se torna muito evidente, especialmente quando eu converso com as pessoas que não estão bem preparadas neste mercado.

“Agora ficou mais claro... Você não acha essa sua crítica um pouco dura demais?”

Bom, eu digo estas coisas não para desqualificar outras pessoas, mas somente para mostrar que a excelência deve vir da prática, do dia a dia, da disciplina e da responsabilidade. E não das promessas e da inexperiência. Não posso ficar passando a mão na cabeça de pessoas que não sabem o que estão fazendo, mesmo quando dizem por aí que sabem. Muito menos quando algumas delas estão mentindo e sabem que estão mentindo.

É fato que, por ser uma inovação, existem farsas muito sedutoras no mundo do coaching, hoje. Evite-as.

As empresas que prometem mundos e fundos treinam novos coaches como uma “fábrica”, a fim de fazerem suas fortunas. Esta intenção não é legítima.

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Além disso, existem empresas que praticamente proíbem e invalidam tudo o que não é disseminado por elas mesmas. Doutrinam pessoas a acreditarem que “a empresa tem o caminho certo”, mas ao mesmo tempo deixam seus formandos com tremendos “buracos” de aprendizado...

Já estive em conversas com vários profissionais formados nessas instituições, e posso dizer que eles se tornam “repetidores do discurso do professor”, sem nunca refletirem sobre as origens do que aprendem. Não sabem por que fazem o que foram ensinados a fazer, ou que pesquisas suportam seus métodos. Apenas acreditam, feito fanáticos, cegos, e isso acontece em detrimento da qualidade de suas próprias atuações como profissionais no mercado.

O produto de um profissional desses é uma sessão frustrante com um cliente que nem sabe o que foi fazer lá, e que às vezes acaba se sentindo culpado e confuso, e que acaba dizendo que a área inteira não presta. Duvide deste tipo de instituição ou profissional. Eles servem para apanhar pessoas crédulas e ingênuas - aquelas que esperam pelos outros quando, na verdade, querem encontrar elas mesmas.

Muitos coaches saem de suas formações sem conseguirem aplicar as técnicas sequer em si próprios, tampouco em outras pessoas. Na verdade, é como a sina de outras áreas. Quantos psicólogos você não conhece que precisam eles mesmos de tratamento? Quantos educadores físicos não estão muito acima do peso? Como pode um médico cardiologista se entupir de colesterol e fumar? Vemos isso o tempo todo: pessoas oferecendo aos outros o que elas mesmas não querem consumir.

Muitas vezes essas próprias pessoas mal-treinadas se tornam treinadoras de novos coaches. Isso alimenta um ciclo bastante anti-ético, e não sou o único a falar disso... Essa é a mesma opinião de várias pessoas influentes e realmente eficazes nesse mercado.

Apesar de ter excelentes resultados com meus clientes, não tenho ainda a preparação necessária para formar outros coaches (e este também não é o meu alvo). Por isto, prefiro recomendar treinamentos de minha confiança e continuar dando atenção pessoal aos clientes que querem melhorar seus próprios resultados do que formar novos profissionais da área.

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No entanto, mesmo sob estes problemas, a cultura do Coaching, que originalmente é legítima, é espalhada... E novos casos de sucesso de profissionais sustentáveis aparecem. Assim, cada vez mais pessoas passam a conhecer a atividade, e até mesmo coaches mal treinados podem trazer resultados positivos e mudanças de paradigmas pros seus clientes. Com menos frequência, mas trazem.

“Ok... Então é necessário ter cuidado mesmo.”

Claro. Exija credenciais... Mas, principalmente, exija provas de que o profissional pode realmente ajudar você. Quando alguém que se diz coach lhe disser que tem um diploma que é “internacional”, pergunte o que mais ele traz de experiência, porque este diploma, sozinho, só diz que esta pessoa treinou por 8 dias. Não diz absolutamente nada sobre a qualidade real do atendimento. E se não diz nada sobre a qualidade do serviço, então não faz diferença nenhuma.

Eu tenho diplomas desse tipo. Mas não gosto de mencioná-los ou me fiar neles, simplesmente porque sei que outras pessoas desqualificadas e inexperientes também os têm. Mantenho-os, portanto, engavetados.

Já participei de vários treinamentos no passado e continuo me qualificando até hoje. Essa biblioteca pessoal foi um investimento bem alto. Em todas as minhas turmas, eu vejo pessoas incapazes de sequer demonstrarem que entenderam o que aprenderam.

Elas querem ter a compreensão de “tudo” com apostilas de 80 páginas. Isso é ilusório.

Repetindo: já vi pessoas com tremendas credenciais e múltiplos diplomas que não são bons profissionais... Estes papéis não garantem que alguém irá conseguir exercer aquilo que supostamente aprendeu, o que indica que esta pessoa dá mais valor aos títulos do que à proficiência... Ou seja, deixam de lado a capacidade de exercer a profissão para dar atenção a uma coleção de papéis.

Ainda participo de treinamentos, a fim de conhecer as inovações. Mas prefiro estar em contato direto com os autores mais eminentes do mercado. Com o tempo, e a abordagem certa, me foi possível estreitar esse tipo de relacionamento. Falarei um pouco deles mais à frente.

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“Entendi... Que tipo de coisas os profissionais despreparados fazem?”

Várias. Já vi coaches que não conseguem dialogar com seus clientes sem se sentirem ofendidos. Já vi coaches julgarem clientes e deixá-los completamente desconfortáveis, confusos, desmotivados e frustrados. Já vi coaches com medo. Já vi coaches com problemas enormes de auto-estima. Já vi coaches mais confusos do que seus próprios clientes.

Já vi até um cliente dando conforto a um Coach que estava depressivo!

Um coach não pode viver de medos, nem de problemas de auto-estima, nem de estados depressivos. Você não pode fazer por outros o que é incapaz de fazer por si mesmo.

Como um coach poderia ajudar um cliente a superar medos se ele mesmo não consegue lidar com o seu próprio medo? Como ele pode transmitir segurança se ele próprio é inseguro? Como conseguirá interferir em relacionamentos positivamente se seus próprios relacionamentos não estão na melhor forma?

Como um coach pode ser capaz de ajudar um cliente a reestruturar seus modelos mentais se ele acaba confundindo sua opinião com o processo formal que ele deve seguir?

Nossos discursos estão cheios de mágica. Essa é a mágica presente em nossos pensamentos, que são as estruturas de linguagem e significados que nós aprendemos.

Uma das piores coisas que um coach pode falar numa sessão é a frase “eu penso como você, e também não sei como sair dessa agora.”

Que me perdoem outros coaches, mas esse tipo comportamento demonstra completo despreparo.

“Uau! Então essa parece ser uma área bem complicada de se encontrar um bom profissional...”

Pode ser complicado sim... Mas não TÃO complicado. Como já disse: eu não digo isso pra “vender o meu peixe” e desqualificar os outros profissionais.

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Olha... É óbvio que estas declarações são conflitantes, já que é do meu interesse servir às pessoas. Afinal, esta é a minha profissão, hoje. Mas eu não digo isso para fins inadequados. Digo estas coisas porque são fatos.

Se um coach tem problemas sérios e falta de confiança em sua prática, minha dica é a seguinte: para combater incapacidade, qualifique-se. Isso pode parecer óbvio, mas analisando o estado do mercado atual, é fácil perceber que isso não é tão óbvio assim.

Digo tudo isso apenas para reiterar que você tenha o cuidado com a seleção do seu coach ou instituição de treinamento. Se você permanece se sentindo confuso, frustrado ou com um incômodo emocional com o profissional depois de uma sessão com um coach, então muito provavelmente você está lidando com alguém ainda despreparado. É simples assim.

É claro que eu tenho alguns colegas de profissão que são muito bons. A área não está completamente “manchada”. É claro que também tenho as minhas preferências de trabalho. Por isso, nem sempre eu aceito um cliente. Do contrário, o meu trabalho e a minha própria reputação como profissional estarão em risco.

“Entendi... E que tipo de pessoas você não aceita como cliente?”

Não gosto de criar rótulos, porque sei o quanto é natural para uma pessoa mudar. Mas acredito que, antes de qualquer coisa, preciso entender que o meu cliente está receptivo às minhas perguntas. Nunca às minhas verdades, mas sim às minhas perguntas, porque são baseadas em suas próprias palavras, e seguem um modelo técnico.

Preciso perceber que ele está totalmente comprometido em experimentar o processo. Ou que pelo menos está comprometido a aprender a se comprometer.

Existem pessoas com dificuldade em se dedicarem às suas metas. Isto também é um problema abordável através do coaching.

“Entendo... E o que mais você tem a dizer sobre a sua maneira de trabalhar?”

Boa pergunta... Também estou sempre aberto a conversar com outros coaches, treinadores, consultores, terapeutas... Gosto de estabelecer cooperação e parceria. Mas eles precisam me mostrar que têm uma prática realmente eficaz. Que geram resultados.

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Sinceramente, a minha experiência em conversas que tenho hoje com profissionais influentes é a de eles também sabem que a maioria dos coaches ainda não têm muita idéia do que está fazendo. Em qualquer área profissional, a maior parte das pessoas não é tão eficaz, justamente por falta de dedicação... Socialmente, essa é uma tendência que provavelmente vai continuar por algum tempo.

Como em qualquer profissão, sucesso é questão de dedicação. É pré-requisito. Mas em coaching, a busca pela excelência é um mandamento, hoje infelizmente desobedecido por muitos profissionais. Afinal, nosso trabalho é despertar em nossos clientes a força e a motivação que eles desconheciam em si próprios.

Existem coaches que alcançaram a maestria nos processos de acompanhamento, e outros que ainda não, e que nem têm motivação para alcançar. Mas aqui está uma medida: todo bom coach tem, ele próprio, um coach para acompanhá-lo. Afinal, não adianta você tentar vender um serviço cujo consumo você não aprova.

“Puxa... Preciso ser cuidadoso na escolha do meu Coach, se eu for contratar um!”

Exatamente... Mas não é só por isso.

Tem uma outra coisa que acontece nessa área, que é a falta de ferramentas sistemáticas nas mãos da maioria dos coaches. A maior parte dos treinamentos de coaching não oferece um modelo tão previsível de acompanhamento do cliente.

O coach típico raramente sabe o que fazer, quando fazer e porque fazer o que faz em cada passo da conversa com o seu cliente.

Isso acarreta toda sorte de práticas estranhas.

“Por exemplo... ?”

Um dos papéis do Coach é evocar estados emocionais positivos no seu cliente. A isso chamamos “indução de estado”.

Essa é uma das muitas técnicas de hipnose, que são belíssimas.

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“Hipnose?!?! Eu achava que isso não fosse parte do trabalho de um coach! Isso não é perigoso?”

Não se preocupe (risos)...

Hipnose é um assunto controverso e mal compreendido. Mas é a parte mais básica do processo conversacional. De TODAS as conversas do mundo, na verdade. Das que você tem com os seus familiares e amigos, até as que você tem com um coach.

A hipnose à qual você está se referindo é conhecida pelos que entendem do assunto como “hipnose de palco”. São artistas.

A diferença está no como utilizar as estruturas hipnóticas. A maior parte das pessoas não fazem a menor idéia de que estão lançando comandos hipnóticos umas sobre as outras. Fazem de sua comunicação uma verdadeira zona.

Por favor, me perdoe o termo...

São verdadeiras experts em causar em si mesmas estados negativos e depressão. Encerram relacionamentos que não precisavam ser encerrados. Enfim... Bagunça total. Não tem outro nome que melhor descreva essa confusão.

Um bom coach é especializado em evocar e “enxergar” as estruturas hipnóticas negativas nos seus clientes em alguns breves minutos de conversa, e basicamente interferir nelas, intencionalmente e de forma ética, através de perguntas bem formuladas.

Depois que o profissional “interagiu” com essas estruturas que provocam suas programações mentais, vários resultados positivos emergem nos dias, semanas, meses e até anos seguintes àquela única conversa. Você pode descobrir coisas novas a respeito de si mesmo em até uma única sessão. Depois disso, várias novas lições são aprendidas fora dela, que vão influenciar seu comportamento e, portanto, a realidade que você cria para si mesmo.O efeito potencial da mudança rápida, drástica e duradoura proporcionada por um bom coach é o grande motivo pelo qual algumas pessoas se referem ao fenômeno da comunicação como “mágica” dentro do mundo da mente. Mas não é mágica. É só lógica e fisiologia.

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“Entendi... Bem, nós acabamos fugindo um pouco do assunto... O que você queria falar sobre induções de estado?”

Ah, sim... O que quero dizer sobre isso é o seguinte: muitos coaches, a fim de cobrirem deficiências sérias em seus métodos de trabalho, utilizam induções de estados com mais frequência do que deveriam.

As induções fazem você se sentir bem. Liberam melhores emoções. Mas devem ser usadas em determinadas situações, somente. Do contrário, não são eficazes no longo prazo. Só que, na falta de recursos, alguns Coaches apelam para essa técnica com mais frequência do que deveriam.

Chega a ser piegas. Isso é desnecessário para uma boa prática.

O pior é que muitos deles não sabem que estão exagerando nas induções, justamente porque estão repassando à frente modelos ineficazes de acompanhamento. Depois, eles próprios não conseguem entender por que não têm bons resultados com seus clientes. Daí, deriva a decepção, a culpa, a sensação de derrota...

“Aquela velha história...”

Isso aí. A velha história. A prática desses caras se torna uma “festa motivacional”, especialmente se for feita em grupo. Nesses casos, todo mundo fica eufórico, cantando... Na hora em que essas induções acontecem, tudo parece estar bem. Tudo é otimismo, tudo vai dar certo.

Acontece que quando o “show acaba” e toda aquela emoção cessa, os mesmos problemas e padrões de pensamento continuam lá na cabeça do cliente. Nada mudou de verdade. Foi só um choque emocional, mas as idéias continuaram intactas. A sessão não provoca o efeito que deveria no longo prazo.

Um outro problema grande nas práticas de coaching é a falta de precisão de alguns coaches, que misturam modelos já reconhecidos da neurociência com misticismo.

Em virtude disso, existem pessoas que acreditam que as coisas relacionadas ao desenvolvimento humano provém de exoterismo.

Essa é a mesma diferença entre astronomia e astrologia. Astronomia é uma ciência. astrologia é misticismo. As duas coisas não devem ser confundidas.

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O coaching que tem embasamento acadêmico não deve ser confundido com coisas tipo o livro “O Segredo”. Apesar de se parecerem, “O Segredo” e seus derivados são o que chamamos de “pseudo-ciência”, ou “falsa-ciência”.

Significa dizer que não existe embasamento confiável no que é ensinado lá. Algumas pessoas proclamam que as “técnicas” desse tipo de livro de auto-ajuda operam milagres. Infelizmente, esses são só alguns casos dentro de um mar de gente decepcionada ou iludida com a leitura. O Segredo, em seu estado atual, provoca em um certo grau a infantilização do pensamento dos seus leitores.

No entanto, em alguns casos, metáforas como “O Segredo” são reconfortantes e terapêuticas - o que é útil, mas não explica todo o panorama técnico do Desenvolvimento Humano. Aquele livro tem méritos, como ensinar o que é o conceito de abundância, e de fazer as pessoas terem mais consciência sobre sua capacidade dar respostas às dificuldades. Porém, ele tenta dizer que todos os problemas vêm do pensamento. E isso não é verdade.

Utiliza-se a inteligência para sobrepujar obstáculos em inúmeras áreas. Mas os obstáculos não são necessariamente gerados pela sua inteligência. A gravidade não é criada pelo pensamento... E mesmo assim, fomos capazes de inventar o avião.

Se “O Segredo” for realmente “o segredo” pra tudo, então você pode jogar milênios de filosofia, psicologia, teologia, ciências humanas, exatas e administração no lixo. E deixar que as pessoas em seguida fiquem inebriadas com imagens mentais perfeitas daquilo que querem.

O que elas aprendem é a criar cenários mentais perfeitos. Só isso. Isso é uma habilidade importante? Sim, porque ajuda algumas pessoas que têm certas inabilidades cognitivas a utilizarem melhor sua imaginação.

Você pode não acreditar, mas isso é mais comum do que se admite. Geralmente, as pessoas não sabem o quanto sua própria capacidade de imaginar precisa ser desenvolvida para que sua motivação cresça e que sua capacidade de aprendizado também evolua. Esse é um trabalho extremamente importante, desenvolvido em detalhes por Richard Bandler. O nome do modelo é Submodalidades.

Mesmo assim, essa habilidade não diz tudo o que há pra se dizer sobre desenvolvimento humano, mudanças, tomada de decisão, aprendizado, relacionamentos e conquista de metas.

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Criar cenários perfeitos em sua mente não diz pra você por que estes cenários podem ser realizados. Isto gera muitas vezes o tipo de otimismo que faz uma pessoa se tornar fanática ou depressiva, quando percebe que “aquele cenário” nunca se realiza.

Pense nas consequências irresponsáveis dos profissionais que promovem essas soluções místicas e exotéricas pela goela abaixo das massas, prometendo serem “a única solução necessária”... Isto é anti-ético.

No passado, farmacêuticos andavam com carroças, de cidade em cidade, a vender “elixires” que curavam, praticamente, tudo, diziam eles. Com o avanço da farmácia e da fitoterapia, essas atividades foram marginalizadas, e depois proibidas, por causarem danos à saúde das pessoas. As tradições culturais continuam sendo pesquisadas, e hoje temos a homeopatia, que é alvo de críticas, mas também de estudos acadêmicos. Porém, descobriu-se que boa parte do que antes era considerado “milagroso”, não fazia, absolutamente, nada. Era placebo.

Obviamente, você pode encontrar empresas e laboratórios farmacêuticos que promovem a venda de remédios de maneira anti-ética. Existem inúmeros casos documentados de tráfico de influência e crimes do colarinho branco na indústria farmacêutica. Mas isso não é regra. Nem todas as empresas farmacêuticas estão envolvidas em esquemas de lavagem de dinheiro. Na verdade, são apenas algumas, que fizeram grandes estragos.

No futuro, imagino que as próprias pessoas saberão eliminar de sua cultura aquilo que não se provar eficaz. Isto dependerá somente de nossa evolução cultural.

“Espera aí... Você está dizendo que o que é místico e espiritual ‘não existe’?”

De maneira nenhuma. O que é místico e transcedental tem plenas condições de existir, é óbvio. Tudo tem o seu lugar. Nunca será possível descrever o universo como um todo, e eu tenho minhas próprias crenças. No entanto, mantenho-as de fora dos meus atendimentos.

Os principais modelos de Coaching têm uma base científica. São discutidos e pesquisados em grandes universidades. Existem pessoas com um rigor acadêmico tremendo que, dia após dia, se dedicam com suor e lágrimas (além de uma boa dose de fé) no desenvolvimento de métodos científicos de acompanhamento e desenvolvimento de performance pessoal.

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Esta profissão não trata de saber se o seu “destino espiritual” é verdade ou não. Não temos a preocupação em fazer a leitura dos astros ou de cartas de tarô para descobrir o seu futuro. Não temos escrituras sagradas e intocáveis. Temos, em lugar disso, diálogo e pesquisa científica. O coaching também não inclui uso de cristais. Isto é misticismo, e o que é místico tem o seu lugar, que é dentro dos templos e locais religiosos.

Se existe uma profecia a se cumprir, ou decidir qual profeta está certo, isto também não é papel do Coach. Este é o papel da religião - de pastores, pais de santos, mestres budistas... O que você preferir.

Os modelos e sistemas mais eficazes do coaching apenas nos dão conjuntos de ferramentas analíticas para que você faça uma crítica construtiva de sua própria vida. O pensamento crítico é a ferramenta básica da ciência. Não adianta as pessoas acreditarem que a ciência não é capaz de nada. Eu e você não estaríamos conversando através de computadores se não fossem os modelos científicos que ajudaram a construir esse mundo digital. Isto precisa ser levado em conta, mas muitas pessoas infelizmente descontam isso de seus pensamentos, por mais evidentes que sejam esses fatos.

“Beleza... Você está me dizendo que admite a existência do que é espiritual ou místico... Mas como o cliente pode usar isso durante o acompanhamento? O que ele pode fazer se tiver alguma fé específica? Isso não pode ser trazido à conversa com o Coach?”

Excelente pergunta! Um cliente pode SIM trazer para o seu acompanhamento com um coach uma boa dose de comentários com base em sua fé em Deus e em quaisquer crenças religiosas que quiser. Se o coach for bom profissional, isto não será problema algum para a sessão, já que os modelos comportam o acompanhamento de pessoas com quaisquer tipo de fé e crenças.

O perigo é quando o contrário acontece: um coach respeitável e científico não deveria receitar rituais ou princípios exotéricos para os seus clientes. Isto pode ofendê-los, além de nunca, de fato, trazer um resultado adequado para a sessão.

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“Ah, entendi... Então, o cliente tem toda a liberdade para falar de si mesmo e suas idéias e crenças. Mas ao coach, recomenda-se que seja imparcial. É isso?”

Exatamente. A idéia central é essa: o coach precisa ser capaz de suportar as idéias do cliente através de uma comunicação clara, objetiva, sem fazer julgamentos. Existem modelos científicos de comunicação para que isto seja feito.

Agora, gostaria de falar ainda umas coisas sobre os livros de auto-ajuda no mercado.

A presença de uma enorme variedade de livros de baixa qualidade é o motivo pelo qual as pessoas mais esclarecidas dizem que o mercado de auto-ajuda não ajuda ninguém. Por experiência própria, digo que maior parte deles é mesmo extremamente ineficaz. Tenho dúzias desses livros, que tive que “peneirar” a duras horas de noites acordado.

No entanto, existem exceções. Algumas obras são realmente úteis e resistem à passagem do tempo, como o livro Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de Dale Carnegie, ou Pense e Enriqueça, de Napoleon Hill...

Mesmo assim, estes livros mais populares, apesar de úteis, carecem da precisão necessária dos livros mais técnicos e científicos, como a obra Ciência e Sanidade, de Korzibski - um tomo com oitocentas páginas, sem tradução para o Português - ou o Manual do Usuário Para O Cérebro, de L. Michael Hall e Bob Bodenhamer, que tem mais de quatrocentas páginas em formato A4 (do tamanho de uma folha de ofício), também sem tradução para o Português.

O coaching é um processo holístico. Só que “holístico” significa “sistêmico”, e não “místico”. Alguns profissionais não fazem essa distinção, e trazem toda sorte de parafernálias exotéricas para sua prática.

Enfim... Essas são as coisas que eu realmente reprovo na área, hoje. Mas como a área ainda é nova, então ela vai continuar assim por um bom tempo.

Além de tudo isso, posso dizer com confiança que boa parte dos coaches que estão em atividade não querem, de fato, estar na área. São pessoas que precisam profundamente de um coach, e não têm condições de praticarem o que se propõem a fazer. São pessoas em busca de uma oportunidade de trabalho, mas que não amam de verdade o que fazem.

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Isso é triste... Eu já conversei com vários bons coaches, ao longo dos treinamentos que fiz. Mantenho contato com muitos deles. Os melhores que reconheci nessa comunidade profissional compartilham desses mesmos sentimentos, hoje. Minha esperança é que isso mude, no futuro. E estou inclusive fazendo a minha parte.

“Interessante... Como você faz isso?”

Basicamente, acompanho coaches que realmente querem fazer a diferença, mas que não conseguiram se estabelecer com os treinamentos típicos.

Alcancei com meus clientes resultados impressionantes, e ajudo também outros coaches a aperfeiçoarem suas técnicas a ponto de eles também ajudarem seus clientes com maior frequência.

“Entendido! Então você diz que não tem interesse pela sedução do dinheiro fácil, não mistura misticismo nas sessões, não faz tudo parecer uma festa motivacional e não aprova um coach ter medo, insegurança e atropelar seus clientes verbalmente... Mas pra me convencer, você vai precisar provar tudo isso. Explica agora por que exatamente você entrou nessa área, e que talentos você traz para sustentar sua prática e ser diferente disso tudo?”

Minha motivação é bem diferente de tudo o que costuma acontecer em uma boa parcela do mercado. Bom, pra começar, eu não preciso ser um Coach.

Nunca precisei. Não do ponto de vista financeiro. Tenho um currículo excelente. Eu tenho hoje condições de voltar na próxima semana a fazer exatamente o que fazia antes de me tornar um Life Coach. E ganharia muito bem por isso, desde o primeiro mês, em um dos melhores ambientes de trabalho que já vi, inclusive com horários bastante flexíveis.

Obviamente, sendo o coaching minha profissão atual, eu espero ganhar bem com ela, ajudando também o máximo de pessoas. Isso não é nenhum crime. Todo empreendedor de sucesso quer ajudar seus clientes, não interessa em que mercado.

Só que não estou aqui por necessidade financeira, e sim por escolha e vocação. Hoje, estou satisfeito com os resultados financeiros, mas especialmente com o quanto tenho ajudado pessoas a criarem uma vida melhor para si mesmas.

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Hoje, posso dizer que o único motivo pelo qual eu sou um Coach é porque realmente quero ver pessoas mudando suas vidas para melhor. Quero ver um mundo mais produtivo, diferente, com mais amor.

“Isso parece fazer sentido... Como é, pra você, exercer a profissão?”

Bom, eu amo o que faço, como já disse. Me divirto muito com ela. Mas não é, necessariamente, fácil. A questão mais profunda que tenho enfrentado é que eu não tenho como convencer pessoas de que suas vidas podem ser transformadas ao avesso. Enquanto elas mantém a si mesmas limitadas, eu nada posso fazer por elas.

Existem muitas pessoas que foram doutrinadas a serem incapazes de acreditar nelas mesmas, e que têm vivido experiências realmente desesperadoras em virtude disso. Tenho lutado para fazer a cultura do auto-aprimoramento se tornar comum, mas o meu poder termina onde começa o universo do outro. Quero que as pessoas acreditem que elas têm essa capacidade. Quero que elas não desistam. Mas não consigo sozinho. Preciso de uma atitude delas próprias.

Além disso, dominar o máximo de ferramentas necessárias da melhor forma e tê-las “na mão”, sempre que possível, é algo desafiador. O ser humano é complexo. Mas eu chego lá. Sou um entusiasta, o que me facilita o aprendizado. Se já tenho bons resultados com a prática que tenho hoje, aprimorando minhas habilidades eu posso ter melhores resultados ainda.

Minha própria vida nem sempre foi fácil. Eu tive depressão na adolescência por falta de trabalho e por não levar jeito com a vida amorosa. Depois que superei essas duas fases, nunca mais sequer pensei nisso novamente. Vejo as pessoas com medo de perderem seus empregos e eu mesmo penso com felicidade: “há mais de 10 anos que eu não sei o que é a crise do desemprego”.

Em termos de trabalho, eu sou um empreendedor desde 2004. É o caminho que eu tracei, mas cada um faz a vida que quer, não é mesmo? Existem pessoas que querem seguir a carreira pública. Outras que querem fazer carreiras dentro de empresas. Outras que querem desenvolver ONGs, e até já interagi com pessoas envolvidas em política e religião. São diferentes opções, e todas elas são dignas de colher os frutos que plantam.

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Temos trabalho o suficiente para todos. O que falta de verdade é gente capacitada pra ele. Para detectar oportunidades. Para reduzir seus riscos. Para se tornar mais habilidosa. As demandas mudaram, e vão continuar a mudar. Se tudo que você sabe fazer é reclamar, então você não tem tempo pra buscar sua nova posição. Por ter essa consciência, resolvi me tornar um “capacitador” de pessoas. Um multiplicador.

Lidar realmente bem com pessoas é tarefa para poucos. Se você pensa como a maioria, você vai ficar sempre na mesma que a maioria está.

Há alguns anos atrás, eu quase joguei meu relacionamento fora, por não saber que eu sofria de baixa auto-estima e do que pode ser chamado de “transtorno obsessivo-compulsivo”. Eu infernizava a vida das pessoas mais especiais à minha volta com a minha simples presença.

E eu nem sabia disso, porque meus amigos não me davam este tipo de feedback. Tampouco os meus familiares.

Eu era intolerante. Descontrolado. Nunca cheguei a ser muito ciumento, mas era bastante impaciente e controlador nos meus relacionamentos afetivos. Tinha dificuldades em lidar com intimidade e divergência de opiniões.

Além disso, em algum momento eu perdi meu propósito, e achei difícil me reencontrar. Não conseguia seguir com meus projetos pessoais. Minha atenção a partir de então se tornou extremamente dispersa, e eu passei a enfrentar uma série de problemas de produtividade.

Hoje, tudo isso mudou. Cada um dos problemas que mencionei estão resolvidos, e praticamente todos os dias penso em como encontrar soluções superiores.

Sua mente tem muitos recursos. Aprenda a utilizá-los.

Minha motivação é essa: quero fazer por outras pessoas o que fui capaz de fazer por mim. Esse ebook, por exemplo, foi completamente planejado, estruturado, escrito e lançado em pouco mais de três semanas. Sua primeira revisão levou outras três semanas.

Pergunte aos autores quanto tempo eles levam para escrever livros, e você vai descobrir as dificuldades que a maioria das pessoas têm para produzir, mesmo quando amam o que fazem.

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O coaching pode lhe dar isso: você pode se tornar capaz de realizar verdadeiros milagres de produtividade. São os estados de genialidade, como chamamos os momentos em que você se torna alguém a “mil por hora”, capaz de produzir muito em pouco tempo.

“Uau! Entendi! E como são desenvolvidas as habilidades que compõem o coaching? Digo, que conhecimentos você deve desenvolver para começar a realizar o Coaching?”

Excelente pergunta. Existem várias áreas do conhecimento que contribuem para o Coaching. Essencialmente, ele vem das disciplinas que hoje são conhecidas como “tecnologias humanas”.

A área central de onde partiu o Coaching é o próprio estudo da estrutura do conhecimento humano.

Leia novamente. O estudo sobre o conhecimento. Conhecer coisas é um fenômeno humano, que nos permite desenvolver nossas escolhas e comportamentos. Saber como o conhecimento e o aprendizado em si acontecem é fundamental para entender de onde vêm os comportamentos que nós manifestamos.

Desenvolver novos comportamentos requer que nós aprendamos coisas novas.

Existem muitas disciplinas associadas ao estudo do conhecimento humano, que na verdade é um ramo da Filosofia, chamado epistemologia. Como sabemos que “sabemos” coisas? A epistemologia responde.

“Nossa... Que interessante... Conhecer aquilo que provoca o conhecimento... Fascinante! Você pode me dar alguns exemplos sobre epistemologia?”

Claro que sim! Um dos objetos de estudo da epistemologia é o que chamamos verdade. Existem quatro posições comportamentais sobre a verdade:

• O dogmatismo, onde nós tratamos uma determinada afirmação como verdade absoluta;

• O ceticismo, cuja afirmação é oposta ao dogmatismo (nada é absoluto); • O perspectivismo, que é a crença de que a verdade absoluta existe, mas que nós não

podemos percebê-la na totalidade, pois cada um de nós a enxergamos de um ponto de vista,

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• E o relativismo, que prega que a verdade absoluta não existe, e que cada indivíduo é o dono de sua própria verdade.

Se você parar para pensar, cada uma das diferentes coisas que você sabe pode ser categorizada em uma dessas quatro classificações. Se qualquer comportamento que você desenvolveu provoca resultados insatisfatórios, uma das saídas é desconstruir o conhecimento e reconstrui-lo de acordo com uma categoria diferente da anterior.

“Entendi mais ou menos... Você pode me dar um exemplo?”

Com prazer. Existem pessoas que acreditam que relacionamentos amorosos bons e verdadeiros são aqueles em que os dois participantes concordam com tudo. São pessoas que acham que a divergência de opiniões deve ser mínima. Que bem há nisso para um relacionamento dar certo no longo prazo?

Pessoas são muito diferentes, nos mais variados aspectos. Partindo desse fato verificável na maioria dos relacionamentos, se uma pessoa quiser sair para se divertir e a outra não, danou-se. Está estabelecido o terreno da briga. Pensar dogmaticamente que a verdade sobre relacionamentos é a de que “casais devem sempre concordar” não é saudável.

Você pode até não saber, mas ainda há muitas pessoas que acreditam firmemente nisso, e criam sofrimento para elas mesmas. Isso é uma bela idéia básica do motivo pelo qual ainda temos tantos problemas de relacionamentos no mundo.

Outros problemas mais complexos existem, lógico. Cada pessoa tem uma cabeça diferente da outra. Só citei esse mais simples para exemplificar.

“Saquei! E como se desconstrói essa verdade?”

Existem várias formas. Uma delas é questionar a utilidade de se acreditar nisso. Quão bem faz pra uma pessoa acreditar que um relacionamento bom é aquele onde ambos concordam sempre? Qual é o resultado de se acreditar nisso? Como já vimos, isso gera muitos problemas.

Quando você “sai” da posição dogmática, você passa a aceitar outras afirmações concorrentes. Você pode, por exemplo, passar a acreditar que discordâncias são possíveis em alguns contextos. Com isso, você dá espaço para diferenças. Dá espaço para que opiniões sejam divergentes e perspectivas diversas sejam discutidas no âmbito do relacionamento, sem gerar atritos.

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Você pode também passar a acreditar que relacionar-se é dar suporte às decisões do outro. Com isso, você aceita as verdades mais loucas da outra parte, e passa a ser mais relativista em seus diálogos.

Com essas duas soluções, por exemplo, você pode até pensar que seria bom se os casais sempre concordassem com tudo, mas que isso não é totalmente necessário. É só uma das possíveis perspectivas.Como já disse: este foi só um exemplo simples, mas ainda assim, real.

“Hum! O exemplo foi bem ilustrativo! O que mais você tem pra falar sobre as habilidades desenvolvidas no coaching?”

Outras áreas muito importantes para o coaching e centrais na questão do conhecimento e eficácia pessoal são o estudo da Lógica Formal, do Método Científico e da Teoria Geral de Sistemas.

Toda a estrutura do seu conhecimento sobre a vida e sobre o poder de suas escolhas podem ser verificadas à sombra desses três modelos.

Além disso, a Neuro-Ciência e outras das correntes mais recentes da Psicologia fornecem modelos úteis sobre a mente e o corpo humano para completar esse conjunto de habilidades no Coaching.

Algumas das disciplinas que eu gostaria de ressaltar aqui são a Semântica Geral, a Programação Neuro-Linguística e a Neuro-Semântica.

A Semântica Geral é o estudo de como a mente humana gera nossa percepção da realidade. É a relação chamada mapa-território. Basicamente, olhamos o mundo e abstraímos conhecimento dele. Em seguida, observamos o conhecimento abstraído para nos guiarmos no mundo. O mundo em si é o território. E o nosso conhecimento sobre o mundo é o mapa. Olhamos o mapa para navegar no território. É aquela relação entre percepção e realidade. Sua percepção não é a realidade. É apenas o que você percebe dela. A realidade é mais ampla, e tem muito mais opções do que as suas percepções.

Pessoas tomam decisões equivocadas achando que situações novas são idênticas às antigas. Isso é um problema típico de erro nos mapas mentais. É disso que a semântica geral trata.

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Elas se confundem, acreditando que seus mapas são os seus territórios. Observam situações novas à luz de suas lentes antigas. Isso causa empobrecimento de perspectivas, dificuldades de aprendizado, falta de recursos para lidar com mudanças não planejadas... Toda sorte de problemas de teor prático, diário.

A Programação Neuro-Linguística é uma disciplina posterior, que retrata mais a fundo a integração dos seus recursos fisiológicos e linguísticos na construção da realidade que você experimenta. Mais especificamente, a Programação Neuro-Linguística se preocupa em “transferir” a excelência de uma pessoa para outra. Se alguém desempenha uma tarefa com maestria, através da PNL é possível multiplicar essa maestria.

Durante nossa experiência do mundo, nós descartamos detalhes importantes em nossa percepção, somente porque não temos recursos para, de fato, captar todos esses detalhes. Por exemplo, nós não conseguimos ver de forma natural o nível molecular da matéria, mesmo sabendo que ele existe. Precisamos de um microscópio se quisermos, de fato, fazer isso.

Nossa mente não consegue processar todos os detalhes de tudo que nos cerca. Tampouco relacionar o que a gente vive a tudo o que já vivemos no passado. Essa limitação fisiológica cria muitos “pontos cegos” sob os quais vivemos durante nossas vidas inteiras sem tomarmos conhecimento.

Várias dessas restrições acabam com as nossas emoções, outras nos proíbem de nos tornarmos mais eficazes e criarmos motivação ou satisfação pessoal. Enfim, solucionar muitos desses problemas e promover o melhor uso de nossos sentidos é o objeto de estudo da Programação Neuro-Linguística.

Esses filtros da percepção, se mudados, podem alterar radicalmente o resultado que você passa a ter das suas escolhas e das coisas que você vive.

Já a Neuro-Semântica é um campo complementar à Programação Neuro-Lingüística. Através dela você pode mergulhar na estrutura das suas idéias e dos sistemas que compõem o seu pensamento.

A Neuro-Semântica lhe permite o melhor uso de quatro “poderes essenciais” de todo ser humano, que mencionei lá no início. Apesar de simples, eles não são tão triviais quanto aparentam. Os poderes são: sua comunicação, suas emoções, seu comportamento e seus pensamentos.

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Por ter sido desenvolvida com base na Semântica Geral e na Programação Neuro-Lingüística (entre vários outros modelos importantes e influentes da Psicologia contemporânea), a Neuro-Semântica é a disciplina que, em minha experiência, melhor trata da estrutura dos significados em nossa mente.

Esqueça tudo o que você já ouviu falar sobre pensar positivo, ou sobre a lei da atração. Essas disciplinas, têm um cunho acadêmico e muito criterioso. Elas permitem examinar com muito mais acurácia as relações entre causa-e-efeito dos nossos pensamentos, e a partir disso permitir o desenvolvimento novas idéias e novos comportamentos, para que pessoas possam não só aspirar aos seus sonhos, mas sim concretizá-los com maior facilidade.

“Uau! E você tem conhecimentos sobre tudo isso?!”

Bom, eu tenho muito conhecimento sobre a área. É claro que não sou perfeito, como já disse. Ainda há muito o que aprender (e sempre haverá). Quanto mais aprendo, mais vejo que tenho o que aprender. Mas posso dizer que meus clientes têm tido resultados realmente poderosos do meu acompanhamento.

O motivo principal desses resultados e meu maior diferencial como coach foi a profissão que eu tive durante 10 anos, como já falei. Trabalhei com Análise e Arquitetura de Sistemas de Informação de 2000 a 2010. Meu trabalho era basicamente transportar problemas do mundo real para soluções suportadas por programas de computador.

Durante todos esses anos eu tive meus pensamentos lógicos sendo corrigidos pelo próprio computador, por uma média de seis a oito horas por dia, mais ou menos. A cada vez que eu projetava um programa, precisava colocá-lo à prova, na máquina.

Posso dizer que levei verdadeiras lições de vida dessa época. A maior delas foi aprender a pensar com muito mais rigor do que a média das pessoas. Não porque eu fosse melhor ou pior do que ninguém. É só que o meu trabalho me forçava a isso.

O regime sob o qual eu vivia era bastante direto: se eu não conseguisse escrever um programa ou projetar uma boa solução, estaria no olho da rua. Mas eu adorava projetar os programas, então isso foi uma motivação para eu me tornar alguém respeitado na área.

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Hoje eu entendo que fui pago durante anos para ser ensinado a pensar de maneira mais produtiva e coerente. Os processadores foram meus maiores professores. Além disso, trabalhei por bastante tempo em um dos maiores laboratórios de pesquisa de tecnologia de sistemas de informação do país, na PUC-Rio, onde fiz o curso de Informática. Lidava diariamente com algumas das mentes mais proeminentes quando o assunto era sistemas.

A Semântica Geral foi desenvolvida por um engenheiro, em torno de 1930, chamado Alfred Korzibsky. A Programação Neuro-Linguística foi desenvolvida por um estudante de computação, em torno de 1970, chamado Richard Bandler.

Enquanto isso, a Neuro-Semântica foi desenvolvida por um dos maiores psicólogos comportamentalistas do mundo (L. Michael Hall), em 1995, sob a influência de um grande teórico de sistemas, que já mencionei antes (Bateson).

Além disso, o Dr Hall também se inspirou em Abraham Maslow, considerado um ícone de suma importância no Movimento do Potencial Humano, que começou a olhar as pessoas não como “pacientes clínicos”, mas sim como clientes que queriam aprender a viver melhor e desenvolver sua própria psicologia interna. Todos esses caras “beberam da água” do conhecimento sobre sistemas de informação.

Diferente do que as pessoas por aí pensam, ser um analista e arquiteto de sistemas não é “deixar de ser humano”. Conheço muitas pessoas calorosas e gentis na área. Um dos melhores líderes que já conheci ao vivo e que mais me influenciaram é um cientista da computação.

Mas para trabalhar com pessoas, eu tive que definitivamente entender como o “computador da mente funciona”, e me certificar como um profissional. Esse sempre foi um objeto paralelo de estudos pra mim. Mas hoje é o principal. Sempre fui muito tenaz nas minhas pesquisas. Viro madrugadas muito frequentemente para estudar esses assuntos.

“Nossa... Interessante... Então essa área tem tudo a ver mesmo contigo.”

Ah, eu sinto o mesmo! A tomada desse novo caminho foi natural. Somado a isso, eu também tenho uma formação muito sólida em arte. Mais especificamente em música. Sou compositor, instrumentista e poeta. Minha noiva é cantora. Seu primeiro disco leva minha assinatura na produção, além de três músicas de minha autoria, junto de músicas de Caetano, Gil, Camelo, Ivan Lins etc.

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Este trabalho, em cuja direção eu participo muito ativamente, já recebeu opiniões positivas de várias autoridades do mundo da mídia e da arte. Produtores, diretores de TV, de rádios, jornalistas, empresários...

Todo tipo de gente que trabalha com celebridades e várias celebridades em si. Cantores, compositores, estrelas da Música Popular Brasileira. Escolha qualquer categoria de profissionais da mídia. Nós já estivemos com vários deles, e vários deles conhecem nosso trabalho, hoje. Ela ainda não é nacionalmente famosa, mas está conquistando espaço, dia após dia. E respeito, principalmente. Isso é o importante.

Nosso projeto artístico tem ganho maior proeminência nos últimos anos, mas não falo muito dele no Espalhe o Amor, pois prefiro ficar “por trás das cortinas”. Justamente quando comecei a estudar, de fato, o que se escondia por trás dos nossos pensamentos, a qualidade crescente das nossas ações começaram a alavancar os resultados que conseguimos.

Minha experiência relativamente grande com sistemas e arte são pra mim um grande diferencial. Hoje, reconheço que, como Coach, estou em uma posição muito privilegiada. Sou grato a Deus por isso. Esses são dois motivos adicionais de ter conseguido tantos resultados positivos com meus próprios clientes.

“Estonteante! E quais são seus planos, hoje?”

Para os próximos 5 a 10 anos, pretendo continuar a exercer o coaching. Quero ter o prazer de ajudar muitas e muitas pessoas a resolverem seus próprios problemas pessoais, principalmente os de relacionamentos e emocionais, como já disse.

Hoje, meu principal mentor nessa jornada é o Dr Hall, o próprio desenvolvedor da Neuro-Semântica. Suas pesquisas a respeito de como simples estruturas de significados na nossa mente impactam todas as possibilidades da nossa realidade são simplesmente fantásticas. Estive pessoalmente com ele em três ocasiões, e frequentemente me comunico com este grande professor.

Mesmo assim, ainda tenho minhas cartas na manga. Quando lhe revelei os resultados que eu tive com o Espalhe o Amor, aqui no Brasil, ele ficou severamente surpreso. Isso me deixou feliz... Só espero que não me atrapalhe (risos).

Temos muito trabalho a fazer. E você é mais do que bem vindo para assumir a sua posição.

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Eu criei uma lei pra mim mesmo que é a seguinte: se eu não puder trazer mais perspectivas e valor à sua vida com cada palavra minha, então eu não preciso sequer ter o meu pão de cada dia. E tenho vivido sob esta lei, desde então. É desafiador, mas realmente vivificante.

Pra mim, toda essa tecnologia da mente humana precisa ser disseminada com urgência máxima. Precisamos de um mundo de melhor qualidade. Encontro em frente um grande desafio que assumi. Sou feliz com ele. Eu morreria por isso.

Para os anos após o meu estabelecimento como Coach, pretendo mergulhar um pouco mais fundo no mundo da música. Mas ainda não é bem a hora de pensar nisso. Primeiro, quero difundir ao máximo toda essa cultura. Tanto de forma gratuita (no Movimento Espalhe o Amor, por exemplo), quanto através de serviços, na minha prática profissional.

“Existe alguma faculdade pra isso?”

Como já falei anteriormente, ainda não. Esse é um assunto que tem surgido fora do âmbito das faculdades.

Existem acadêmicos sérios e muito proeminentes fazendo uso destas técnicas, criando extensões destes modelos e levando-os para aplicações novas, todos os dias. Mas, que eu saiba, ainda não se constituiu nenhum curso superior, em parte alguma do mundo, sobre esse assunto.

O sonho de praticamente todos os especialistas desta área é que tudo isso um dia seja ensinado nas escolas primárias do mundo todo.

“Nossa, seria maravilhoso! E que tipo de educação existe disponível hoje?”

Os treinamentos típicos para se qualificar nessa área e fazer uso desses modelos são os cursos Practitioner, o Master e o Trainer em PNL (Programação Neuro-Linguística). A Neuro-Semântica também tem treinamentos próprios, como o Acessando Seu Gênio Pessoal, que é clássico.

Além disso, a Semântica Geral também tem uma fundação e suas formações. Enfim, cada área e cada disciplina tem sua literatura, seus professores e suas formações técnicas.

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A Neuro-Semântica ainda está em fase embrionária aqui no Brasil, mas já existem muitos bons treinamentos em PNL. Apenas certifique-se de contratar bons treinadores, como a Arline Davis, por exemplo, que usualmente dá treinamentos no Rio, mas também atua em São Paulo. Ou então o pessoal do INAp, no Rio, que periodicamente traz treinamentos da Neuro-Semântica ao Brasil.

Essas são as formações consideradas “de base”, caso você queira se tornar um coach. No Brasil, também existe a Febracis, que é uma empresa influente e idônea que atua em alguns estados. Outras empresas “famosas” existem. Mas fama não é igual a idoneidade. Basta lembrar dos políticos corruptos pra entender o que digo.

Obviamente, não avaliei todas as empresas no país. E nem pretendo avaliar (risos).

Por outro lado, existem muitos materiais que aplicam as técnicas básicas dessas áreas em domínios inovadores. Essa é a minha área de atuação, propriamente. Trabalho ensinando aos meus clientes ferramentas específicas de três domínios: controle emocional, reeducação de hábitos destrutivos e desenvolvimento de relacionamentos.

Enfim, eu não tenho qualquer acordo comercial com quaisquer autores ou profissionais que citei nessa conversa, além de mim mesmo (risos)... Estou apenas recomendando recursos que você pode considerar úteis, e que foram pessoas que, na minha experiência, se mostraram éticas e proficientes para ajudar-lhe em casos onde eu não atuo.

“Beleza! Você pode citar alguns casos de clientes?”

Posso sim... Um deles é o de uma pessoa que eu acompanho desde que comecei a praticar o Coaching. Ele saiu de um trabalho onde era completamente desvalorizado para uma posição de respeito e autoridade. Ele tinha alguns sonhos bem “desligados” uns dos outros: um deles era ser adestrador de cães, o outro era ser autor de literatura e outro era se tornar um instrutor de luta. É doido mesmo (risos).

Alguns anos depois de começarmos nosso trabalho, ele tem três obras literárias prontas, é instrutor de luta autorizado, mas resolveu fazer do adestramento o negócio da sua vida, que recentemente lançou, de fato. Além disso, ele suavizou muitos problemas de relacionamento através de melhores estratégias de comunicação.

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Tenho até agora a sorte de ter ajudado centenas de clientes e mais de cem mil leitores. Um deles é uma mulher que superou alguns bloqueios psicológico e finalmente descobriu a profissão de seus sonhos, na área da moda. Uma outra que superou mágoas sérias familiares. Uma que aprimorou planos de estudo para concursos, a ponto de estudar com o dobro da velocidade. Seus esforços já renderam a aprovação em provas importantes.

Os mais variados casos são possíveis... Esposas querendo superar o ciúme dos maridos. Já ajudei várias pessoas a desistirem do suicídio através dos textos gratuitos no blog. Pessoas querendo se tornar mais influentes e motivadas em seus ambiente de trabalho. Pessoas que quiseram aprender sobre persuasão. Mulheres querendo se apaixonar novamente pelos seus companheiros.

Já acompanhei também artistas querendo melhores resultados de suas carreiras. Uma mulher que queria superar sua impulsividade... Trabalhei também com uma das maiores empresas de arte do país, para que aumentasse seu impacto através de redes sociais.

Enfim, não vou citar nomes, porque quero manter a privacidade dos meus clientes.

Aqui estão destacados alguns depoimentos de clientes que se permitiram identificar. Assim, você pode ter uma idéia de como esses métodos afetam a vida de outras pessoas. Isso não prova que todo o mérito seja meu. Na verdade, meu único mérito foi aplicar técnicas relacionadas às disciplinas que eu já mencionei antes, e que qualquer pessoa pode aprender, com a dedicação adequada.

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"Uma hora de conversa com Rodrigo pode ser comparada ao presente inusitado de se encontrar uma boa lanterna durante uma travessia sombria por uma ponte estreita de madeira puída no meio da selva. Por um momento você entende que essa travessia não precisa ser tão sombria e que você não precisa atravessá-la sem saber aonde ir. E então você respira. E se entrega ao alívio que é poder enfim vislumbrar a estrada.Porque dá pra descobrir o caminho antes. Porque saber é o caminho do conseguir. E porque ele sabe como fazer para que você consiga chegar até lá. Seja lá onde for.A conversa de Rodrigo é um foco de luz bem direcionado à nossa bússola interna. Ela nos faz parar para entender aonde queremos chegar e nos mostra como fazer para aceitar, realizar e partilhar essa conquista mundo à fora, sonhos a dentro.Isso foi o que ele me ensinou: iluminar minha vida de dentro pra fora.

Alice - Professora de Arte, Poetisa e Escritora

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Olá! Quero deixar registrado aqui a minha transformação depois que passei pelo processo de acompanhamento com o Rodrigo.Sou uma brasileira como tantas outras, que frequentou a faculdade, tem profissão, família, poucos mas excelentes amigos e que sempre viveu grandes dilemas do "ser".Graças a ajuda dele, consegui enxergar algumas coisas que antes não podia ver e que hoje me ajudam na luta de ser um ser humano mais feliz.Se você tiver a oportunidade de ter essa experiência de vida, passe por ela, porque antes de mais nada, ser coach no caso dele é querer fazer um mundo melhor e ajudar as pessoas a encontrarem seu caminho. E isso, acredite, faz muita diferença.Abraços!

Gabriela, administradora de empresas, 36 anos e uma pessoa mais feliz!

Uma hora de conversa pode mudar o rumo de nossas vidas, de nossos sentimentos e emoções. Eu me sentia como em um casulo, exatamente assim, só olhava para mim e não conseguia ver o exterior, o que a vida me oferece de bom para viver. Com uma hora de conversa, o Rodrigo me ajudou a encontrar, por mim mesma, respostas para os meus "grandes conflitos", em relacionamentos afetivos e familiares. Eu pensava que eram "grandes", mas “grandes” era como eu os via. Com ajuda profissional pude perceber o quanto os problemas eram pequenos e como eu posso ordenar minhas emoções, o quanto eu posso me amar e ser feliz independente do que aconteça ao meu redor. EQUILÍBRIO, esta é a chave de uma vida perfeita, de vivermos sem agredir nossa alma. Sigo agora por este caminho. Sei que não alcancei a perfeição, mas sei que tudo está mais perto agora, sei que fortalezas mentais podem ser quebradas e que posso ser livre e que Deus tem isso pra mim: LIBERDADE EMOCIONAL, e esta é a maior liberdade que podemos ter, em nossas mentes. Mente sadia, este é meu alvo.

Valéria - Podóloga

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Eu era tendenciosa, vivia atropelando cada momento do meu dia, da minha rotina, esquecendo da importância do momento atual. Trazendo assim, um padrão medíocre para execução das minhas atividades.Na verdade, a ansiedade que permeava minhas tarefas, era um um engano que atrapalhava toda a minha qualidade.As conversas com o Rodrigo trouxeram mudanças importantes. Essas mudanças significam segurança, qualidade, excelência e, sobretudo, paz. Percebi a importância de cada atividade em seu tempo.Incomparavelmente em paz e com o espírito excelente! Eis que descobri que posso ser tudo aquilo que nasci para ser!! E sem preocupação! (O que é melhor)O sucesso se constrói!! Sou mais feliz agora =D Uhuuuuu!!!!!!!!!

Daiane - Advogada

Eu não estava me sentindo bem, não estava feliz, só vivia nervoso e frustrado profissionalmente. Bastou começar minhas conversas com o Rodrigo para que juntos pudéssemos não só buscar um resultado que fosse satisfatório, mas sim, reconhecer qualidades que antes não enxergava em mim e descobrir comoseguir um novo rumo, mais honesto comigo mesmo.

Após cada conversa que ele conduz, sinto um pouco mais a liberdade de viveruma nova vida e de reconhecer que tudo é realmente possível. Através dos nossos encontros eu descubro em mim mesmo as chaves para que as portas,sejam quais forem, comecem a se abrir bem na minha frente. Porque, afinal,não existe chave melhor do que nós mesmos.

Muito obrigado por tudo, Rodrigo.

Paulo Ivo S. Doreste:

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Quando Rodrigo Santiago me propôs me orientar como life coach através de emails, eu confesso que não sabia como seria, nem como eu teria que falar sobre mim mesma. Nunca fiz terapia ou psicanálise, então me abrir e falar de mim era algo inusitado.Ai ele me disse: “pode deixar que eu faço as perguntas e você responde”.Lembro bem que a primeira delas foi sobre o que mais me incomodava. Eu respondi que era minha impulsividade, ao falar ou escrever sem pensar. Este tipo de comportamento já tinha feito com que eu magoasse pessoas que me são muito caras. Na sequência vieram outras perguntas que foram aparecendo de maneira natural, e eu também com muita espontaneidade as respondia. À medida que isto foi acontecendo, eu tive que refletir sobre mim mesma. Fui entendo o processo, e fui sentindo que, por exemplo, minha impulsividade já não era a mesma da primeira rodada de perguntas.A cada situação, mesmo nas mais banais, eu era capaz de pensar e agir de forma diferente do que vinha fazendo até então. Várias outras questões foram abordadas: relacionamentos, ciúmes, felicidade, esperança de novos relacionamentos, saúde... Todos os questionamentos me punham diante da minha própria vida. A cada passo, mais consciência eu tomava do meu próprio ser como pessoa, e mais a minha auto-estima ia se elevando. Me percebi mais tolerante com os outros, passei também a me colocar mais no lugar do outro, e isto foi me dando uma leveza que eu talvez não soubesse que possuía.Num email falando sobre novos relacionamentos (porque eu disse a ele que tinha este desejo), respondi a ele: "Eu sou uma pessoa legal, e se ninguém aparecer, azar de quem não me achar". Lembro que Rodrigo achou esta frase linda!Hoje me sinto muito mais despreocupada, tranquila e acredito que a ajuda do Rodrigo como life coach foi fundamental. Preferi me manter no anonimato, mas tudo o que falei acima é a mais pura verdade.

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Sempre me sentia muito confuso e sofria de um ciclo de conflitos que de tempos em tempos vinham me assombrar. Não tinha nenhum controle emocional e era escravo dos ensinamentos errados, que me faziam travar uma batalha dentro de mim. Era ansioso, estressado e vivia preocupado com tudo ao meu redor.

Minhas conversas com o Rodrigo foram como dar um ‘Ctrl + Alt + Del’. No meio do processo eu vi nitidamente o caos dentro da minha cabeça e o porquê dele me levar a quebrar emocionalmente. Assim, tive o poder de controlar minha emoções. Isso me fez sentir Pleno, Livre, Resoluto, Reto, Firme, Consciente e em Paz…

Significou saber viver sem medo!

Comecei a me sentir livre para fazer escolhas sem me perder em dúvidas e também assumi o controle das minhas emoções. Tornei-me uma pessoa mais clara e melhor comigo mesmo e com quem está em minha volta.

Sinto-me de pé, de cabeça erguida, e posso ser ponto de apoio para outras pessoas. Minha vida se refez em organização de pensamentos e existência, não perco mais tempo com coisas banais e hoje sei exatamente qualificar essas coisas. Sinto-me leve e livre…”

Sérgio de Carvalho

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“Nossa... Quanta coisa diferente uma da outra!”

Foi estranho pra mim também ver tantas aplicações diferentes para as mesmas técnicas. Mas o que está por trás dessas aplicações são sempre os mesmos poderes pessoais: emoções, palavras, pensamentos, comportamentos, relacionamentos, tempo e principalmente, as possibilidades em reformular nossas compreensões individuais do mundo através de reflexões sobre tudo que vivemos.

A massa das pessoas não fazem idéia da riqueza que elas têm nas mãos. Não conseguem enxergar novos caminhos para que façam melhor ainda aquilo que elas têm vivido. Ficam presas sempre às mesmas escolhas...

O que trabalho nelas é basicamente a estrutura de seus paradigmas. Eu uso técnicas que me permitem levar as pessoas até seus pontos de inflexão, para que elas mesmas questionem se eles trazem qualidade ou não para suas vidas. Isso permite que você possa prestar atenção a coisas novas a respeito de si mesmo, e principalmente, desconstruir e reconstruir-se à medida do que quer e precisa.

“E você recomenda que mais pessoas se tornem coaches?”

Depende. Só se realmente quiserem trabalhar com todas essas coisas que eu mencionei até aqui. Do contrário, elas podem afetar positivamente a vida de outras pessoas com o que preferirem. Qualquer profissão é digna dos frutos.

A confusão maior que muitas pessoas fazem a respeito dessas disciplinas é que elas mesmas às vezes se empolgam com sua eficácia e resolvem fazer cursos para se tornarem coaches. A não ser que você pretenda utilizar estas técnicas somente em você mesmo, ou que você tenha realmente o desejo de exercer esta profissão, não faça isto.

Ser cliente de Coaching é muito diferente de ser um Coach. Quem conduz o processo não pode passar “por dentro dele”. Já quem é cliente do processo, não pode conduzi-lo. Dedicar-se ao coaching em outras pessoas é um grande desafio. É a diferença entre o motorista de um táxi e o seu passageiro.

É claro que você pode aplicar as disciplinas em si mesmo. Não é tão trivial, mas é perfeitamente possível ter resultados. Minha experiência, em geral, é que as conversas que tenho quando contrato um coach são muito mais produtivas do que as que eu realizo comigo mesmo. Por este motivo, sempre que entro em uma nova fase, procuro um coach, para complementar meus próprios exercícios.

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Para exemplificar o efeito, quando trabalho com alguém, é como se essa pessoa fosse o passageiro, e eu o motorista de um “táxi”. Eu ouço atentamente cada palavra e cada padrão de pensamento, e pergunto o tempo todo para qual direção o meu passageiro quer ir. Ele me responde, então eu “viro o volante”, com novas perguntas bem formuladas sobre ele mesmo, na direção desejada.

Como já disse anteriormente, mesmo os coaches precisam ter os seus próprios coaches. O processo de coaching em si mesmo é possível, porém existem benefícios em se ter as perguntas vindas de uma mente diferente da sua, com uma percepção a mais. É como ter “dois cérebros”, sendo que um deles serve apenas para ouvir, criar e dirigir perguntas (risos).

Portanto, se você quer melhorar a qualidade de sua vida, a procura de um coach é uma solução muito boa, especialmente para que você aprenda coisas novas sobre a própria natureza da sua cognição - sua mente, suas emoções, seu comportamento, relacionamentos... Isso traz muitos novos recursos para qualquer leigo.

Outras soluções envolvem a terapia, ou até mesmo buscar aprender uma atividade que você nunca fez antes. A mente se renova em ambientes novos e com questionamentos novos. Mas se você quiser se tornar alguém que trabalha com a melhoria da qualidade de vida de outra pessoa, seja em casa ou profissionalmente minha melhor recomendação hoje é: aprenda modelos de coaching e seja, ao mesmo tempo, crítico.

Um dado muito importante e útil é o seguinte: existem pessoas em cargos gerenciais realizando treinamentos em coaching para melhorar suas técnicas de liderança. Isso também é recomendado. Muitas vezes as próprias empresas patrocinam esses treinamentos. Porém, essa ainda não é uma cultura muito conhecida. Portanto, se você for realizar o treinamento para melhorar suas habilidades interpessoais, então talvez tenha que realizar o investimento por si mesmo.

Mesmo assim, apesar de ultra-eficaz no tratamento interpessoal, o termo “coach” hoje não significa muita coisa em processos seletivos, a não ser que a empresa entenda o que é. Portanto, muito cuidado com esses detalhes na hora de escolher, de fato, quais são os resultados que você quer do seu investimento.

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“Foi totalmente importante você ter dito isso, agora. Tem outra coisa pra ressaltar dessa natureza?”

Tenho sim. Outra confusão muito comum de clientes é que alguns deles procuram coaches para responderem suas perguntas, como se nós fôssemos gurus místicos que sabem de tudo.

Eu não sou nenhum guru, muito menos sei de tudo que existe.

É muita coisa pra saber (risos).

Na verdade, se for colocar no papel, eu só conheço mesmo alguns dos principais modelos de comunicação e comportamento, além de lógica analítica. Sei também escrever textos e compor músicas no violão. E SÓ!

Meus clientes sabem muito mais sobre suas próprias especialidades do que eu. Administração, Direito, Artes, Zoologia, Medicina, Jornalismo, Contabilidade... É tanta coisa...

Eles me procuram porque eu sei uma coisa que eles não sabem: eu consigo fazê-los refletir sobre seus próprios conflitos, suas emoções e suas vidas como (quase) ninguém mais consegue. Esse foi o talento que eu me empenhei ao máximo para nutrir - e sim, ele é escasso, hoje, no mercado. Os números, os comentários e o sucesso do Movimento Espalhe o Amor são uma prova do sucesso que tenho tido com essas ferramentas simples.

Se eu trabalhar junto com você, o meu dever é executar as perguntas que podem fazer você encontrar novas respostas para si mesmo, e ajudar a esclarecer seus próprios conceitos e opções. E não dar-lhe respostas “de bandeja”.

Basta você se dedicar o mínimo possível, que eu aposto que consigo facilitar suas percepções, pra que você tenha mais informações para chegar ao ponto do resultado que você deseja em sua vida.

Frequentemente, atendo pessoas que começam com um objetivo em mente, e mais tarde descobrem que, na verdade, queriam algo que não tinha nada a ver com aquele objetivo inicial. Isso acontece. Pela minha experiência, percebo que existem muitas pessoas que vivem em conflitos que elas mesmas não conseguem esclarecer para si.

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Dar a resposta final é aconselhar. O coach não pode aconselhar. Qualquer coach que faça isso não está sendo um coach. Ouça o que eu digo: aconselhamento não faz parte do coaching. Nosso processo formal consiste em executar perguntas bem formuladas, para ajudar o cliente a refletir sobre suas próprias verdades, sejam elas quais forem. Meu papel não é julgar. É despertar a criatividade das pessoas.

Existem alguns momentos em que o Coach pode confrontar as certezas do cliente, ou sugerir experimentos ou estratégias diferenciadas. Mas nenhuma dessas coisas podem ser levadas como verdades absolutas. São apenas maneiras de ajudar o cliente ser criativo. Não se destinam a “ensinar o que deve ser feito em definitivo”. Mas esse momento precisa ser feito com a total confiança do cliente. Do contrário, isso pode arruinar a relação que existe entre ambos (o cliente e o coach).

“Tá anotado! E o que mais?”

(Risos...) Uma coisa que também vale a pena reiterar aqui é que a Programação Neuro-Linguística e seus correlatos não têm nada a ver com os livros de auto-ajuda que são encontrados por aí.

Muitos livros de auto-ajuda são realmente bons. Alguns deles são até inspirados em técnicas da PNL, e o leitor absorve as lições de modo “inconsciente”. “O Poder do Agora”, por exemplo, é um excelente livro, que eu recomendo. Um outro que eu li, que tem um cunho mais filosófico, é “Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas”. Eu ganhei esse último de um amigo que é coach, e gostei bastante da leitura. É um clássico da década de oitenta, muita gente já o conhece.

Porém, a maior parte dos livros no mercado de auto-ajuda são realmente ineficazes, por serem cheios de indefinições e as mesmas recomendações de sempre. Esses dois que acabei de recomendar, por exemplo, têm problemas de consistência conceitual. Mas, mesmo assim, essa leitura é enriquecedora.

Se você procura um livro mais filosófico e rigoroso, porém não tão técnico, eu recomendo “O Elogio ao Ócio”, de Bertrand Russel. Ele é um dos meus “heróis” na filosofia, e esse livro mudou minha vida em uma determinada época.

Semântica Geral, Neuro-Linguística, Neuro-Semântica e Teoria Geral de Sistemas ajudam pessoas a desenvolverem potenciais de maneira bem estruturada. Não são o “material de auto-ajuda ordinário” que é encontrado por aí. Não mesmo. Esses modelos podem ser considerados tecnologias por terem em sua base o melhor sobre o método científico.

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“Esses modelos são de alguma forma definitivos? Você está dizendo que nós estamos aprendendo tudo o que há sobre a mente e o comportamento?”

Claro que não! Estamos só no início! Esses não são modelos definitivos. Eles estão sendo aprimorados ao longo do tempo por várias pessoas, que são pesquisadores dedicados, apaixonados pelo tema.

A partir da aplicação desses modelos de base, por exemplo, eu iniciei o desenvolvimento do que chamo Auto-Otimização, que é um modelo sistêmico de minha própria autoria, inspirado nos anteriores. Ele já está sendo disseminado com uma taxa de sucesso bastante satisfatória.

No último treinamento sobre Neuro-Semântica no qual estive, apresentei algumas idéias da Auto-Otimização para alguns coaches. A reação deles aos conceitos que apresentei foram muito, mas muito melhores do que eu esperava.

Nesse momento, todo o modelo já está arquitetado. Estou em fase de produção dos materiais desse treinamento, de forma digital. Todos os clientes que estão participando dele dão um feedback muito positivo sobre como esse sistema está ajudando-os a desenvolverem comportamentos, estados e realidades mais positivos.

Tem sido uma alegria enorme. O nome que dei ao treinamento é “Seja Inabalável!”, porque este é o objetivo final, e eu sei o quão desafiador ele é. Quero que, não importa em que condições você esteja, que você sempre encontre uma opção nova de estratégia para solucionar um problema em sua vida, dentro de três áreas que comentei antes: controle emocional, interrupção de hábitos destrutivos e desenvolvimento de relacionamentos.

Obviamente, não podemos controlar tudo em nossas vidas, seria infantil dizer isto. Mas podemos ter mais clareza e maturidade para encontrar opções de atuação. Esse é o objetivo do treinamento.

Outros pesquisadores e desenvolvedores ao redor do mundo criam novas aplicações a todo momento. Dentro de espiritualidade, negócios, família, educação... As implicações dos modelos mais modernos da ciência comportamental são inúmeras.

Enfim... É isso. Isso tudo. Simples e complexo, ao mesmo tempo.

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“Nossa! Quanta coisa! Essa foi uma conversa e tanto!”

Sim, se foi! Eu agradeço a você por me dar um pouco de sua atenção para esclarecer um pouco mais sobre o trabalho que estou executando aqui. Espero que tenha sido proveitoso.

“Sim, foi bastante proveitoso! Aprendi muito nessa conversa... Obrigado!

Que nada... O prazer foi todo meu. Até a próxima. Enquanto isso, estarei periodicamente publicando mais materiais. Espero que lhe ajude em sua caminhada.

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Agora é a Sua Vez...Meus parabéns por chegar até aqui e procurar com comprometimento mudar sua vida. São poucas as pessoas que estão na sua posição, hoje. Eu sei como você se esforça para ter uma vida melhor. Entendo, porque também sou assim.

Como você percebeu, o objetivo desta obra foi disseminar de maneira abrangente as diferentes áreas de estudo, cultura e profissões que hoje formam o corpo de conhecimentos mais modernos sobre o desenvolvimento pessoal e comportamento humano. Através desta obra, você pode começar o seu caminho, escolhendo que livros ler, que treinamentos fazer, ou até mesmo se deve procurar um coach ou não.

Tentar solucionar todos os problemas do mundo em algumas páginas seria pretensioso demais. Na verdade, impossível. Realidade é um assunto complexo. Porém, minha esperança é a de que eu tenha trazido lições importantes que lhe ajudem. Várias dessas idéias mudaram a vida de várias pessoas.

Se esta obra gratuita significou uma transformação REAL de perspectivas em sua vida, então considere a continuidade do seu próprio desenvolvimento como ser humano através dos nossos serviços. Será uma honra pra mim, pessoalmente.

Isto, além de lhe beneficiar tremendamente em sua vida pessoal e no seu sucesso futuro, vai nos permitir a continuidade do desenvolvimento e formação de mais pessoas eficazes. Queremos transformar o mundo em um lugar melhor pra se viver. Esta é a minha missão: dar a você a consciência de que você tem mais opções em sua vida.

Se quiser saber mais sobre a Auto-Otimização, e como ela pode lhe ajudar a superar obstáculos hoje inconscientes pra você, basta acessar o site:

http://www.sejainabalavel.com.br

Através desta página, você poderá entrar em contato diretamente comigo. Espero poder ajudá-lo com o melhor que eu puder!

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Recomende!Transforme toda sua riqueza interior em atitude. Crie um mundo de maior felicidade. Se você encontrar pessoas, amigos ou parentes que podem se beneficiar do trabalho aqui desenvolvido, basta tomar parte ativa e recomendá-lo.

Ajude essas pessoas a se inscreverem pelo email, no site:

http://espalheoamor.com.br

Ou então, repasse este e-book para quem você sabe que irá aproveitar sua leitura.

Um grande abraço, e espero que este material tenha sido realmente proveitoso. Pode acreditar que eu dei o meu melhor para que ele chegasse até o seu conhecimento.

Rodrigo Santiago - Life Coachhttp://facebook.com/rodrigosantiagolifecoach

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