Cooperativa Mista dos Produtores do Sudeste Goiano ... · Introdução Os Sete Princípios do...
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Março/2005
Cooperativa Mista dos Produtores do Sudeste Goiano - Comigo um perfil de ação empreendedora
Lisete Furlan Canabarro, MSc Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro [email protected] Márcio Roberto Palhares Nami, MSc Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro [email protected] Milton Bernardes Ferreira, Msc Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Ana Alice Vilas Boas, PhD Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro [email protected] Resumo Palavras-chave: cooperativismo, gestão alternativa. 1. Introdução
Os Sete Princípios do Cooperativismo
Em 1995, comemorou-se um século de existência da Aliança Cooperativa Internacional - ACI.
Durante o Congresso foram atualizados e aperfeiçoados os conceitos e os sete
princípios básicos do Cooperativismo; para que sejam a base das estratégias de
desenvolvimento do sistema de cooperativas existente nos diversos países, ficando
assim dispostos:
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I. Adesão Livre e Voluntária – Cooperativas são organizações voluntárias abertas
a todas pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a aceitar responsabilidades de
sócio, sem discriminação social, política ou religiosa e de gênero. Participa quem
quiser e pelo tempo que desejar. As pessoas podem ingressar ou retirarem-se de
acordo com o estatuto e/ou regimento de cada cooperativa.
II. Controle Democrático pelos Sócios – As Cooperativas são organizações
democraticamente controladas por seus sócios os quais participam ativamente no
estabelecimento de suas políticas e tomadas de decisões. Homens e mulheres
eleitos como representantes são responsáveis para com os sócios. Nas cooperativas
singulares os sócios têm igualdade de votação (um sócio, um voto); as cooperativas
de outros graus também são organizadas de maneira democrática.
III. Participação Econômica dos Sócios – Os sócios contribuem de forma eqüitativa
e controlam democraticamente o capital de suas cooperativas. Usualmente, os
sócios recebem juros limitados (se houver algum) sobre o capital, como uma
condição da sociedade. Os sócios destinam as sobras aos seguintes propósitos;
desenvolvimento das cooperativas, possibilitando a formação de reservas, parte
dessas podendo ser indivisíveis, retorno aos sócios na proporção de suas transações
com a cooperativa e apoio a outras atividades que forem aprovadas pelos sócios.
Supremacia do trabalho sobre o capital; que tem caráter instrumental e os juros
limitados. O capital apenas fornece os meios para a concretização do projeto.
IV. Autonomia e Independência – As Cooperativas são organizações autônomas
para ajuda mútua, controlada por seus membros. Entrando em acordo operacional
com outras entidades, inclusive governamentais, ou recebendo capital de origem
externa, elas devem fazê-lo em termos que preserve o seu controle democrático
pelos sócios e mantenham a sua autonomia. Autogestão: participação direta dos
associados em todas as etapas do processo de administração e tomada de decisões.
Cada um deve assumir responsabilidade solidária com o grupo, desde a escolha do
local, elaboração participativa dos projetos, administração dos recursos, etc.
V. Educação, Treinamento e Formação – As Cooperativas proporcionam educação
e treinamento para os sócios, dirigentes eleitos, administradores e funcionários, de
modo a contribuir efetivamente para o seu desenvolvimento. Eles deverão informar
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o público em geral, particularmente os jovens e os líderes formadores de opinião,
sobre a natureza e os benefícios da cooperação.
VI. Cooperação entre as Cooperativas – As Cooperativas atendem seus sócios mais
efetivamente e fortalecem o movimento cooperativo, trabalhando juntas através de
estruturas locais, regionais e internacionais. Intercooperação: ativa cooperação no
plano local, nacional e internacional, visando à integração entre cooperativas do
mesmo ou de outro segmento.
VII. Preocupação com a Comunidade – As Cooperativas trabalham pelo
desenvolvimento sustentável de suas comunidades, através de políticas aprovadas
por seus membros. Desenvolvimento sustentável: e transformação social: as
Cooperativas devem crescer dentro de uma visão ecologicamente sustentável, ou
seja, sem ferir o meio ambiente e promover as transformações sociais, atendendo-
se ao bem estar dos cooperativados e da comunidade em geral.
VIII.
Diferenças entre Sociedade Cooperativa e Sociedade Mercantil
As principais diferenças entre a sociedade cooperativa e a sociedade mercantil
encontram-se destacadas no Quadro 1. Entre elas temos o objetivo, o tipo de controle e
a forma de retorno ou dividendo proporcional.
Quadro 1. Diferenças entre Sociedade Cooperativa e Sociedade Mercantil.
SOCIEDADE COOPERATIVA SOCIEDADE MERCANTIL
É uma sociedade de pessoas; É uma sociedade de capital; Seu objetivo é prestação de serviços; Objetivo principal é o lucro; Tem número ilimitado de cooperados; Número limitado de acionistas; Dispõe do controle democrático: um homem – um voto;
Cada ação – um voto;
Em suas assembléias, o quorum é baseado no número de cooperados;
Nas assembléias, o quorum é baseado no capital;
Não é permitida a transferência de quotas – partes a terceiros, estranhos à sociedade;
Permitida a transferência de ações a terceiros;
Retorno proporcional ao valor das operações.
Dividendo proporcional ao valor das ações.
Fonte: Dados de pesquisa.
Observamos que entre as peculiaridades que diferenciam de forma substancial
as sociedades cooperativas, como mecanismo de distribuição eqüitativa de recursos e
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insumos, está a base de distribuição de sobras e eventuais perdas entre todos os
envolvidos no processo. Para os associados, desta forma, existe um comprometimento
e envolvimento praticamente compulsório nos métodos e processos que envolvem a
gestão, bem como um acompanhamento efetuado por um número significativo de
pessoas no decorrer do processo.
Administrar cooperativa é algo mais delicado do que administrar empresas
apenas mercantis, a fim de que sua identidade não se desfigure, como organização de
pessoas que é.
Certamente não parece fácil desmontar semelhante movimento, porque ele está
baseado em idéias, as quais na sua essência faz das cooperativas um cofre perfeito para
a estocagem do capital social, hoje considerada por muitos como o grande responsável
pelo desenvolvimento eqüitativo das nações.
É esta a condição que dá chance às cooperativas de responder à concentração
empresarial e da riqueza, porque permite que indivíduos isoladamente instáveis se
transformem em uma força quando, através da coesão social e da confiança, participem
de sua própria empresa fazendo negócios, obtendo resultados e serviços satisfatórios.
Confiança, lealdade, coesão, conhecimento e participação são os pilares do
capital social.
4.2 Ação Empreendedora da COMIGO
“Uma indústria de soja para onde não havia soja”
“Desenvolvimento genético de suínos para onde não havia suínos”
“Cooperação e empreendedorismo para onde não havia desenvolvimento”
Sigismundo Bialoskorski
Segundo dados de 2003 do jornal Valor Econômico, o agronegócio é
responsável por 60% do Produto Interno Bruto (PIB) goiano e com a produção de mais
de 11 milhões de toneladas de grãos, reponde por 77,55% das exportações.
Os números da balança comercial conferem relevância e destacam a
importância do setor primário no contexto socioeconômico do Estado. Os produtores
aproveitam o bom momento do agronegócio e investem na modernização da estrutura
produtiva, que visa incrementar a produtividade e conferir mais competitividade ao
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produto goiano.
O crescimento do agronegócio em Goiás tem seu impacto mais expressivo nas
cidades do Sudoeste goiano, que é a principal região produtora agropecuária de Goiás.
Nota-se, no Gráfico 9, evolução do faturamento das cooperativas agropecuárias do
Sudoeste goiano.
Quadro 9 - Faturamento das cooperativas do sudoeste goiano
0
100000000
200000000
300000000
400000000
500000000
600000000
700000000
800000000
1999
2000
2001
2002
2003
Agrovale
Comigo
Comiva
Fonte: A ascensão crescente da COMIGO e sua disparidade em relação às
demais
Rio Verde, por exemplo, vive a pujança da soja e do algodão. A cidade tem o
PIB estimado em R$790 milhões e cresceu 7% contra um índice de 1,6% do PIB
brasileiro, no ano passado. Um bom termômetro é a arrecadação de impostos. Em Rio
Verde, o volume de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) foi de R$21,4 milhões no ano passado. A previsão de arrecadação
deste ano é de R$80 milhões. (Jornal Valor Econômico, 2003).
Localizada a 220 km de Goiânia, a cidade ganhou em qualidade de vida e
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tornou-se exemplo nacional e foi apontada como o melhor modelo de cluster do
agronegócio no Brasil, pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.
Rio Verde abriga cerca de 300 empresas industriais, onde uma parte expressiva
delas foi atraída pela presença da COMIGO – Cooperativa Mista dos Produtores
Rurais do Sudoeste Goiano.
A COMIGO, com sede em Rio Verde, atua em uma área extensa do Sudoeste
do Estado de Goiás, que compreende vários municípios em uma área de 2,74 milhões
de ha. Nos municípios de Acreúna, Indiara, Jandaia, Jataí, Montividiu, Paraúna, Santa
Helena, Serranópolis, a Cooperativa está presente com suas estruturas.
Em 1974, um grupo de produtores rurais discutia a possibilidade de abrandar
dificuldades, como a aquisição de sacaria para o arroz e problemas de secagem e
comercialização, por meio de uma organização cooperativa. Esta foi formada por
produtores que estavam dispostos a criar mecanismos mais favoráveis para
comercialização, mesmo que estes significassem uma transferência de poder da esfera
particular para a nova organização.
Assim, 67 produtores decidem por estruturar a organização e 50 destes, formam
o quadro de sócios fundadores.
O início das atividades se deu em 1976 com a instalação de uma loja de
insumos e um departamento de assistência técnica, além da compra de um terreno para
a futura instalação da indústria.
O primeiro presidente da COMIGO, o pioneiro Paulo Roberto Cunha teve a
visão estratégica de crescimento da cultura de soja no Sudoeste goiano - numa época
em que esta cultura ainda estava por se consolidar no Brasil – instalando na cidade
uma unidade agroindustrial de esmagamento, com o intuito de evitar a venda da soja
em grão e promover a agregação de valor ao produto. A COMIGO investiu na infra-
estrutura armazenadora e na difusão tecnológica para as culturas de grãos no cerrado,
principalmente, a soja.
A iniciativa deste pioneiro, deu início ao processo de crescimento da network
de produtores, passando de 67 produtores associados em 1976, para 721 em 1981 e
4221 em 2004.
No momento da implantação da Cooperativa, em 1975, Rio Verde, Montividiu
e Jataí, tinham uma produtividade de apenas 1,49 t/ha numa área de 750 ha plantados.
Em 1980, esta área evoluiu para 42.180 ha – época da primeira exportação e início da
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planificação da unidade agroindustrial.
Em 1982, as obras industriais foram iniciadas e em 1983, a Cooperativa
inaugura a fábrica de óleo de soja e três armazéns graneleiros, contando com uma
organização de 1000 produtores.
Em 1984, a Cooperativa inaugura a COMIGO Florestal para a produção de
madeira utilizada na indústria, visando a sustentação da sua competitividade, além de
contribuir com o meio ambiente. A área total da COMIGO Florestal é de 3.200
hectares, dos quais 2.500 plantadas com eucalipto, tomando o complexo industrial e
armazéns ali localizados, auto-suficientes em material energético. Desta forma, a
cooperativa contribui para a preservação da mata nativa. Conta também com áreas
reflorestadas em Jataí, Santa Helena, Acreúna e Indiara.
Também em 1984, a Cooperativa inaugura a sede própria e inicia a construção
da refinadora de óleo e da unidade de envasamento de óleo de soja; amplia as
atividades com a fabricação do sabão, aproveitando a borra do refino de óleo, e firma
um convênio com a Empresa Goiana de Pesquisas Agropecuárias para incentivar a
pesquisa. Neste período, cresce também o incremento da assistência técnica.
Entre os anos 1985 iniciam-se as atividades dos laboratórios de análise de soja
e patologia animal; em 1987, incorpora a Canja e em 1988, a Credi-Rural COMIGO é
estruturada, sendo mais um elemento de fundamental importância aos associados,
formando uma base financeira, que possibilitou o fluxo de capital no sistema;
incentivando o desenvolvimento, ampliando a produção, o processamento, assistência
técnica, gerando tecnologia própria e impulso financeiro.
Esse desenvolvimento regional atrai empresas do sistema agroindustrial de soja
e alavanca a economia local entre os anos 80 e 90.
Em 1996, garante a produção e a comercialização de adubos – importante
elemento de competitividade para a produção de soja local – com a aquisição de um
misturador de adubos, solicitado pelos cooperados, que sofriam com os altos preços
das empresas que comercializavam fertilizantes. A comercialização própria de adubos
fez evoluir de 20 mil toneladas no primeiro ano para 205 mil toneladas em 2003, ou
seja, em 7 anos.
Em meados dos anos 90, a COMIGO ainda mantém o seu foco no SAG-soja,
mas acredita em formas diferenciadas de promover o desenvolvimento de seus
associados, inovando as suas atividades de forma estratégica ao associar-se à
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companhia holandesa Dalland, com o objetivo de instalar um pólo de desenvolvimento
genético de suínos na região – criando reprodutores de alta qualidade genética.
Em 1996, a COMIGO mobilizou os produtores rurais para reuniões com a
Perdigão, de forma a incentivar e atrair a instalação da empresa em 2000; como
conseqüência, em 2001 a Perdigão investe mais de R$ 40 milhões no projeto Buritis
em Rio Verde-Goiás.
A Dalland-COMIGO fornece parte das fêmeas e dos machos para o projeto
Buritis da Perdigão, e como conseqüência, os produtores associados à COMIGO
participam de contratos de fornecimentos com a Perdigão. Ou seja, influenciada pela
COMIGO, a Perdigão se instala em Rio Verde, atraindo novos empreendimentos,
gerando empregos e servindo de base para a criação de novos pólos.
Entre 2000 e 2003, as taxas de crescimento na produção da COMIGO
cresceram notadamente: os grãos (soja, milho e sorgo) subiram 30,9%; o óleo refinado
em 38,8%; as rações em 83,8%, já os fertilizantes em 78%. O perfil dos produtores
associados é 25,07% até 50ha; 18,63% de 50 a 100 há e 56,29% com mais de 100 ha.
Em 2001, a COMIGO iniciou vários cursos de Capacitação Rural e dá
seguimento ao Projeto Maisleite: são quase 500 cooperados e familiares envolvidos na
melhoria profissional da atividade agropecuária.
Em 2002, a COMIGO inaugura seu Centro Tecnológico COMIGO, que
promove geração e difusão de tecnologia para o SAG-soja no Sudoeste de Goiás,
promovendo um “Agrishow” regional, através de parcerias com empresas, instituições
de ensino superior e governos municipal e estadual.
A última feira tecnológica AGRISHOW-COMIGO foi realizada no Centro
Tecnológico COMIGO em Rio Verde, de 30 de março a 03 de abril deste ano,
superando todas as expectativas – mais de 38 mil pessoas visitaram a feira, sendo 30%
acima do previsto.
Os visitantes vieram de todas as regiões do Estado, além de produtores,
técnicos e estudantes de Tocantins, São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Minas
Gerais, movimentando assim o setor hoteleiro do município. Durante os cinco dias de
realização, a AGRISHOW COMIGO atingiu um volume de negócios realizados,
envolvendo máquina, implementos, equipamentos, insumos agropecuários, da ordem
de R$400 milhões.
Além da oportunidade de ter contato e negociar com os maiores fabricantes do
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Brasil: de máquinas, implementos, agroquímicos, sementes e outros insumos
agropecuários, os produtores goianos tiveram a oportunidade de presenciar
demonstrações dos benefícios de utilização de diversas tecnologias de campo através
dos experimentos e dinâmica de máquinas.
Outro destaque na Feira foi a geração de tecnologias agropecuárias, com
enfoque em experimentos de combate a ferrugem da soja, espaçamento de plantio,
adubação entre outros, realizados pelo CTC, para posterior transferência aos
produtores, facilitando o trabalho em suas propriedades.
O AGRISHOW COMIGO -2004, agrupou 150 estandes e 400 marcas
diferentes-sendo que 80% são nacionais; 7 instituições de ensino superior; 300
demonstrações de funcionamentos de máquinas no campo, em situações diferenciadas;
70 experimentos montados; 4.500 pessoas trabalhando no evento; 7 palestras; 25 mini-
palestras; 3 mil leitos ocupados em hotéis, pousadas e residências da cidade; média de
2.500 refeições diárias e 3 mil empregos temporários gerados.
No ranking das principais empresas brasileiras do agronegócio, a COMIGO foi
classificada a 5ª empresa agrícola do país, em desempenho conforme dados de 2002,
segundo o Jornal Valor Econômico. Também foi colocada como a 2ª empresa em
desempenho (dados 2002) do Centro-0este, segundo a Revista Exame na matéria
“Maiores e Melhores Empresas do Brasil”. Por outro lado, a Revista Exame a colocou
na posição 387ª contra o 413ª que ocupava no ano passado.
Preocupada com o meio ambiente, a COMIGO, por seu trabalho de
reflorestamento entre outros importantes aspectos, foi agraciada com o prêmio Gestão
Ambiental, concedido pela Agência Ambiental de Goiás, em 2001 e 2003.
No ano de 2000, já se esperava que o Brasil fosse destaque dentro do
agronegócio mundial. E foi por acreditar neste contexto favorável, particularmente na
força e no dinamismo de seus cooperados, que a COMIGO apostou firme. Em 2003,
começou a construção de sua nova indústria de processamento de soja, inaugurada em
abril de 2004. Um investimento de R$ 50 milhões. Com capacidade para 2.500
toneladas/dia, o novo empreendimento permite que a mesma possa esmagar até 3.500
toneladas/dia, contando com a indústria já existente.
A Cooperativa buscou atender também os diversos cooperados de várias
regiões, construindo ou comprando armazéns ou postos de recepção de grãos, cada vez
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mais perto das lavouras, facilitando o transporte e reduzindo, os custos para o
associado. A cooperativa adquiriu em 2003, o transbordo do Rio Preto, em Rio Verde,
aumentando a sua capacidade de recepção de soja naquela região. Em 2003, a
COMIGO recebeu 13 milhões de sacas de grãos, sendo 9 milhões de soja, 3 milhões de
milho e 1 milhão de sorgo. Um recorde.
Neste mesmo período, outros setores também receberam investimentos. O de
fertilizantes, por exemplo, recebeu R$ 360 mil em ampliações e melhorias. Foram
instalados: mais um sistema de big bag, duas linhas de ensaque, uma nova balança
eletrônica, além da ampliação do depósito de matérias-primas. Isso possibilitou um
aumento de 30% na produção e permitiu o fornecimento de mais de 200 toneladas de
adubo aos seus cooperados, ultrapassando a meta que era de 180 mil toneladas.
Com esta visão empreendedora, a COMIGO forma uma importante rede onde
uma parte é responsável pelo desenvolvimento genético para a produção de matrizes, a
segunda parte incentiva à integração e a terceira possibilita a colocação de rações. A
economia regional é incrementada e assim o produtor rural tem acesso a alternativas de
renda.
A COMIGO tem uma ação específica de articulação de uma rede onde cada um
dos agentes tem interesses em comum, resguardados os seus interesses empresariais.
Essa rede chamada ‘network’ – pode ser entendida como uma rede de relações, onde
uma parte é dependente de recursos ou decisões controlados por uma outra parte, em
que podem ocorrer ganhos com as atividades e procedimentos em conjunto.
A COMIGO forma duas networks importantes: a organização dos produtores
rurais – pool que introduz um elemento importante, onde cada um é dependente das
atividades e da produção de outros - e a coordenação e articulação do processo com a
atividade de suínos - onde o projeto Buritis da Perdigão é influenciado pelas atividades
da Dalland-COMIGO, garantindo uma fonte extra, alternativa de renda e um futuro
mercado em expansão para a sua fábrica de ração.
A cooperativa é uma network que tem credibilidade do produtor rural por ser
um pool de interesse do próprio produtor, que em tese, tende a dar preferência à
assistência técnica da cooperativa, à balança de pesagem e aos fertilizantes COMIGO,
cujo slogan é “a confiança faz a diferença”.
Outra característica importante como indutora desta rede é a função de
coordenação da difusão, transferência e desenvolvimento de tecnologia para todo o
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SAG-soja do Sudoeste goiano. O AGRISHOW-COMIGO e a presença do Centro
Tecnológico COMIGO são elementos que garantem produtividade, competitividade e
qualidade para a soja comercializada na cooperativa e fora da cooperativa com as
empresas transacionais.
A COMIGO, através de sua ação empreendedora, incentivou também o nicho
de mercado regional, porém, acredita que quanto maior o número de concorrentes,
maior a competitividade de mercado, o que é melhor para o cooperado e para a
cooperativa, pois se torna cada vez mais competitiva, haja vista, que o preço regional é
sinalizado por ela.
Um importante fator que faz a agricultura regional ser tão forte é a união de
classes produtoras. A COMIGO foi a precursora de tudo. Ela nasceu da união e do
pioneirismo de um grupo de produtores rurais, que se dispôs a mudar o perfil da
agropecuária local, instituindo novos conceitos de produção, de comercialização e de
industrialização.
Com o uso de insumos modernos, tecnologias inovadoras, participação ativa do
cooperado e uma administração séria, a COMIGO cresceu e desenvolveu a região.
Hoje ela é citada no Brasil como um exemplo de cooperativa de sucesso. Desde sua
criação (1975), respeita os ideais que norteiam os empreendimentos sérios, que
permitem ser economicamente viável, socialmente justos e ambientalmente corretos.
A ação empreendedora da COMIGO reflete as suas vantagens competitivas
relacionadas com contato direto com o produtor e a maior capacidade de coordenação
da cadeia de suprimentos, aspecto interessante para empresas mais focadas em estágios
de processamento e distribuição de produtos para consumidores finais. Em outras
palavras, as decisões financeiras e organizacionais dependeram da estratégia
competitiva adotada pela COMIGO.
As estratégias internas influenciaram, diretamente, a eficiência do
empreendimento cooperativado, a qual garante as estratégias de mercado e a eficácia
social da organização cooperativa. A ação estratégica e competitiva da COMIGO
influencia diretamente no desenvolvimento da região, que desde a sua instalação vive
um momento importante, talvez o mais destacado de sua história.
Com este cenário competente, Rio Verde abarca grandes pólos, incorpora um
agronegócio exemplar, num ritmo contínuo de desenvolvimento sócio-econômico,
tendo seu momento de destaque em rede nacional, numa reportagem que mostrou o
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potencial da cidade, inclusive contrariando o índice nacional de desemprego.
A COMIGO é a grande precursora desse cenário, servindo de alavanca para
impulsionar o mercado regional, atraindo novos empreendimentos na região, sendo,
portanto, a principal responsável pelo crescimento e desenvolvimento do Sudoeste-
goiano.
História e Missão da Comigo
Os produtores rurais de Rio Verde tinham um costume, em 1974: reuniam-se no Posto
Horizonte, às margens da BR-060, no km 421, local onde acostumavam abastecer seus
veículos. Ao lado do restaurante do posto havia um banco. Sentados ali, os produtores
tomavam uma cerveja, conversavam e debatiam os problemas. Foi ali que a COMIGO
- Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano Ltda começou a ser
rascunhada. Eles queriam remover alguns obstáculos que poderiam ser resumidos em:
aquisição de sacaria, de óleo lubrificante e secagem de arroz. Na época, o arroz de
sequeiro era o principal produto cultivado, seguido do milho. O arroz ajudava na
formação de novas pastagens para o gado, daí a sua importância na época. Existiam
pouquíssimos secadores e o arroz era secado nas ruas ao sabor do sol, enquanto que o
milho era colhido praticamente seco por volta de julho/agosto. A comercialização do
arroz era outro gargalo, já que sua negociação acontecia com os cerealistas locais e
também com comerciantes vindos de Uberlândia. O preço quase sempre ditado pelo
comprador.
Para tentar vencer estas barreiras e criar um mecanismo de defesa dos produtores, que
fosse capaz de fornecer insumos a preços mais condizentes e de melhor qualidade,
prestar serviços de comercialização, armazenagem e assistência técnica, a idéia de
constituir uma cooperativa foi se encorpando. Liderado por Paulo Roberto Cunha, Jonh
Lee, Hadovaldo e Chavaglia, o movimento começou com um difícil trabalho de
convencimento e agrupamento de produtores. Inicialmente, 67 produtores se
dispuseram a fundar a cooperativa, com a quota-parte de Cr$ 30 mil, valor equivalente
a aproximadamente 4 mil dólares. Porém, dos 67, somente 31 integralizaram, de fato, o
capital social no ano de fundação (1975). Mais tarde (em 1977), outros 19 produtores
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apostaram na idéia e integralizaram também suas quotas, completando os 50 sócios
fundadores da COMIGO.
As atividades da Cooperativa se iniciaram em fevereiro de 1976, ao abrir uma loja de
revenda de bens de consumo, à Rua Itagiba Gonzaga Jaime, 1.483. Tudo funcionava
ali: loja, escritório, encontros etc. Naquele mesmo ano, foi criado o departamento de
assistência técnica (DAT), e adquirido um terreno de 114 hectares, às margens da BR-
060 (saída para Jataí), onde mais tarde seria implantado o Complexo Industrial da
Cooperativa. O passo decisivo para a viabilização da COMIGO foi o trabalho de
conscientização dos cooperados para a elevação da quota-parte do capital social para
Cr$ 100 mil, em 1977. Como conseqüência dessa chamada de capital e do aumento do
número de associados (agora com 177), foi possível a contratação de recursos para a
construção da primeira unidade armazenadora da COMIGO, em Rio Verde, concluída
em 1978. Aquela semente estava sendo irrigada e adubada, e a emergência da planta
começava a acontecer. Isso foi se espalhando pela região, que já demonstrava interesse
em aderir à idéia.
Assim, em 1978, a COMIGO abriu seu primeiro entreposto, com a instalação de uma
loja de bens de consumo, em Santa Helena de Goiás, e a aquisição de uma área de
47.972 m2, contendo dois armazéns para depósito de cereais, escritório, casa de
zelador, casa de força e rede de alta tensão. Com a obtenção de crédito junto ao Banco
do Brasil, nesse mesmo ano, a COMIGO iniciou a construção de um armazém
graneleiro em Santa Helena, concluído em 1980, e de um armazém sementeiro em Rio
Verde. Também foi criado o setor de peças e acessórios, em Rio Verde. Ainda em
1979, as lideranças rurais de Jataí e de Acreúna, demonstraram interesse dos
produtores rurais destes municípios, em contar com entrepostos da Cooperativa. Fato
consolidado em 1980, quando foram abertas lojas de consumo, peças e acessórios
nestas localidades.
Já com uma infra-estrutura armazenadora de grãos em Rio Verde, e devido ao aumento
da área plantada na região, a COMIGO, de forma pioneira em Goiás, realiza sua
primeira exportação de grãos, em 1980, para a Suíça. Para evitar a saída dos grãos "in
natura" para outros estados onde seriam industrializados, ainda no ano de 1980, a
COMIGO começa a rabiscar um projeto ousado para implantação de uma agroindústria
de esmagamento de soja. Os recursos foram finalmente obtidos junto ao Banco
Nacional de Crédito Cooperativo S.A. - BNCC, no ano de 1981.
14
1982
Em 1982, foi dado o primeiro pontapé na construção da indústria de processamento de
soja, e de três armazéns graneleiros, estes para servirem de suporte ao Complexo, em
Rio Verde, cujas obras foram concluídas em 1983.
1983
No seu sétimo ano, em 1983, a COMIGO coloca em funcionamento a agroindústria de
soja (esmagamento e refino); implanta o sistema de processamento de dados, com
equipamentos próprios; e dá início também à construção da sede própria, à Avenida
Presidente Vargas, 1.878.
1984
A partir de 1984, a COMIGO incrementa seu parque armazenador, com a construção
de mais duas unidades, uma em Jataí (com capacidade para 70.000t), e outra em
Acreúna (também para 70.000t). Neste mesmo ano, em outubro, inaugura sua sede
própria, com área construída de 7.056m2. Não contente somente com o esmagamento
da soja, resolve ir mais longe. Constrói então a refinaria de óleo para 90 t/dia, e para
completar o processo, instala o setor de enlatamento de óleo de soja refinado.
Considerando a necessidade de lenha para abastecer o Complexo Industrial, ainda em
1984, a COMIGO adquire uma área de 372 hectares, em Rio Verde, destinada a
reflorestamento com eucalipto. Aos poucos, a Cooperativa foi incorporando outras
áreas próximas à primeira, tudo destinado ao reflorestamento. Hoje, são 2.300ha
plantados com eucalipto, tornando todo o consumo de lenha de Rio Verde oriundo da
Florestal. A área total soma 3.170ha (870ha são de reservas).
Neste ano, amplia sua rede de lojas de fornecimento, abrindo um entreposto em
Serranópolis. Também em 1984, a Cooperativa implanta dois laboratórios: de análises
de solo e de patologia animal, para atender as necessidades dos cooperados. E, com o
intuito de incentivar a pesquisa agropecuária na região, firma convênio com a
EMGOPA - Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária, neste ano ainda.
15
1985
Em abril desse ano, a COMIGO constitui a Transportadora COMIGO Ltda., que foi
imediatamente viabilizada em virtude de elevada incidência de transporte dos produtos
agrícolas e industrializados.
Na área industrial, como forma de aproveitar a borra do refino de óleo de soja, a
COMIGO inicia, ainda no ano de 1985, a produção do sabão Lav-COMIGO (que mais
tarde ficaria apenas Sabão COMIGO), amplia a capacidade da refinaria de óleo de 90
para 120 t/dia e instala uma nova recravadeira no enlatamento de 400 latas de 900 ml
por minuto.
1986
Nesse ano, a COMIGO inicia a construção de mais três unidades armazenadoras: em
Jataí (70.000t), Rio Verde (70.000t) e Montividiu (70.000t), então distrito de Rio
Verde, em área adquirida no mesmo ano.
1987
Atendendo ao chamamento dos produtores de Indiara e de Edéia, que em número de
100, reivindicaram lojas da COMIGO nesses municípios, a COMIGO inaugura em
prédio alugado, um novo entreposto em Indiara, no ano de 1987. Também inicia a
construção das lojas de Jataí e de Santa Helena, e do depósito central, em Rio Verde,
concluídas no ano seguinte. Através de um processo de incorporação da co-irmã
CAMJA, a COMIGO, em 1987, abre um entreposto, com loja de revenda de bens, em
Jandaia.
1988
Em fevereiro de 1988, a COMIGO incorpora a CAMPAL, co-irmã de Paraúna. Era
mais uma loja de revenda de bens de consumo, acompanhada de um posto de gasolina
e unidade armazenadora de grãos (capacidade 50.000 t).
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Buscando o fortalecimento do ideal cooperativista na região, a COMIGO, a exemplo
das cooperativas de produção rural do Sul do País, apóia, incentiva e fornece toda a
estrutura para a criação da Cooperativa de Crédito Rural do Sudoeste Goiano Ltda. -
CREDI-RURAL COMIGO, que inicia suas atividades em março de 1988.
Começa, no início de 1988, um movimento dos produtores rurais de Montividiu,
reivindicando a abertura de uma loja de revenda de bens de consumo. Paralelamente,
inicia a construção de mais uma unidade armazenadora, desta feita no município de
Indiara, com capacidade para 30.000 t.
1991
No início do ano desse ano, a COMIGO inaugura mais um entreposto, em
Maurilândia, com a abertura de uma loja de revenda de bens de consumo.
Para melhor atender as necessidades dos associados de Indiara, a COMIGO constrói e
inaugura uma loja nova, em maio.
A COMIGO adquire, em fins de 1991, um terreno com área de 12.000 m2, para sediar
a futura loja, em Acreúna, e também faz estudos para ampliação das lojas de Paraúna e
Jataí.
Concretiza-se nesse ano, antiga aspiração da diretoria: a construção de uma unidade de
descaroçamento de algodão, com capacidade para 5 mil arrobas/dia; e de uma fábrica
de rações, com capacidade de 10 t/h, em Rio Verde. Os recursos vieram do Bradesco e
do Banco do Brasil. Tais unidades começam a operar em abril de 1992.
1993
O ano de 1993 foi o da pecuária leiteira. Após seis anos de reivindicação dos
produtores junto à COMIGO, e desta junto às instituições financeiras, finalmente foi
inaugurada a indústria de laticínios, no Parque Industrial de Rio Verde, com
capacidade para processar 100 mil litros diários de leite, e produzir leite pasteurizado,
requeijão cremoso, manteiga, creme de leite pasteurizado, iogurte, doce de leite, e
vários tipos de queijo. A indústria contou, na sua inauguração em 14 de julho, com a
presença do governador de Goiás, Iris Rezende.
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1994
As comunidades de Acreúna e de Jandaia pediram e a COMIGO atendeu. No dia 7 de
abril de 1994, foi inaugurada a nova loja de Jandaia com espaço de 900 m2. Dois dias
depois, foi a vez de Acreúna receber uma moderna loja bem espaçosa (2.700 m2).
Neste ano, acontece a duplicação da capacidade produtiva de sal mineral em Jataí, com
produção contínua (2.160 sacos/dia). Ainda em 94, são construídos dois silos
graneleiros: um em Jataí (para 12 mil t) e outro em Montividu (para 25 mil t). O
investimento visou atender o crescimento da safrinha de milho e sorgo, emergente na
época.
Com a finalidade de viabilizar a agricultura goiana e desenvolver a suinocultura da
região, assinou um contrato com a empresa Nieuw Dalland, da Holanda, para a
instalação de um núcleo genético de suínos em Rio Verde. A joint venture firmada
passou a se chamar Dalland COMIGO, cujo núcleo mantém sempre 300 animais
bisavós em constante produção.
1996
Os cooperados pediram, a COMIGO atendeu e adquiriu um misturador de fertilizantes
com o objetivo de conter a escalada dos preços e viabilizar a produção agrícola. A
capacidade inicial era para produzir 45 t/h, e entrou em operação em agosto/96.
Com o objetivo de prestar um serviço mais ágil ao cooperado e voltar a produzir 100
mil sacos de sementes por ano, a Cooperativa instala uma nova UBS – Unidade de
Beneficiamento de Sementes, com silos com ventilação controlada, separador em
espiral.
Um novo sistema de informática, o SAP R/3, um dos mais usados no mundo, é
anunciado pela COMIGO para integrar a Cooperativa em tempo real, auxiliando
tomadas de decisão imediatas.
Para atender a crescente demanda dos cooperados por fertilizantes, a Cooperativa
adquire mais um misturador de adubo, e aumenta a capacidade de recepção e de
estocagem de matérias-primas. Estes investimentos ampliam a capacidade produtiva de
30 t/h para 90 t/h. Neste mesmo ano, a produção atingiu 70 mil t.
Em frente à COMIGO, uma moderna instalação era inaugurada. A co-irmã, Credi-
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Rural COMIGO, construía ali sua ampla e bonita sede própria.
Neste mesmo ano, era anunciada a desativação do supermercado em Montividiu, a
exemplo do que já acontecera em Maurilândia. Motivo: baixo retorno.
1998
Nesse ano, a Assembléia Geral Extraordinária faz várias mudanças no Estatuto Social
da Cooperativa, com destaque para a devolução de 50% do capital ao cooperado que
completar 65 anos de idade e 20 de COMIGO, a partir do ano 2000. Um prêmio à
participação do cooperado ao longo da trajetória da COMIGO.
1999
O ano 1999 começa com a AGE, onde os cooperados aprovam por unanimidade a
contratação de recursos do Recoop, pela COMIGO, para novos investimentos. Neste
ano, a COMIGO instala novo secador em Montividiu (de 100 t/h).
2000
Para aumentar o poder de recepção de grãos, a Cooperativa adquire, em 2000, um
armazém em Jataí, o Estrela Dalva, de 30 mil sacos.
A COMIGO passa a receber o leite somente a granel em outubro. É a primeira
cooperativa do estado a contar com 100% de leite granelizado, adequando-se à nova
legislação e incentivando seu cooperado a melhorar a qualidade do produto, para
também melhorar sua renda.
Definitivamente, a COMIGO passa a contar com recursos do Recoop para prosseguir
com os investimentos. O contrato com o Banco do Brasil foi assinado no valor de R$
12,2 milhões. Com isso, foi possível aumentar a capacidade de esmagamento de soja
de 700 t/dia para 1.000 t/dia.
Entra em operação a nova fábrica de ração da COMIGO ampliando a capacidade
anterior de 10 t/h para 40 t/h. A nova fábrica tem uma área construída de 2.000 m2 e
custou R$ 2,7 milhões.
Todos os funcionários se reúnem na AAC, durante três dias, e ficam conhecendo o
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Programa de Qualidade Total que a COMIGO está implantando.
Diretores e funcionários da COMIGO participam do maior evento cooperativista da
história: o Rio Cooperativo 2000, que reuniu 70 países e mais de 3 mil pessoas, no Rio
de Janeiro, em dezembro. Lá foram aprovadas novas diretrizes para o cooperativismo
nacional, bem como a nova identidade do cooperativismo mundial.
Neste ano ainda, a COMIGO adquire uma área juntamente com a COODETEC, de 169
ha, batizada de Centro Tecnológico, para desenvolvimento de novas variedades de
soja, milho, trigo, algodão, além de difusão de novas tecnologias.
2001
Em fevereiro, a COMIGO aluga o armazém Pargel, em Santa Helena, de 500 mil
sacos, por um período de cinco anos.
Em março, a Cooperativa inaugura mais um graneleiro em Montividiu, de 1,4 milhão
de sacos.
No mês de junho, um workshop apresenta os resultados do Programa Renda Real, do
qual a COMIGO foi a principal empresa participante, pois doou todos os insumos para
os ensaios tecnológicos.
Ainda neste mês, o Canal Rural veicula matéria para todo o Brasil sobre a COMIGO,
enfocando-a como exemplo e modelo de cooperativa do país.
Em outubro, o governo de Goiás homenageia a COMIGO com o Prêmio Gestão
Ambiental/2001, por ser referência na produção de alimentos preservando o meio
ambiente.
A COMIGO representa, em setembro, a Organização das Cooperativas de Goiás nos
Primeiros Jogos Intercooperativos, que reuniu três estados do Centro-Oeste.
O setor de supermercado das lojas de Acreúna e de Santa Helena é desativado, em
outubro, atendendo o Recoop. Lojas são reestruturadas para o agronegócio.
Em Goiânia realiza-se o I Congresso Goiano de Cooperativismo, cujo presidente é o
presidente da COMIGO, Antonio Chavaglia.
Em dezembro, acontece a inauguração do posto de recepção de grãos Ponte de Pedra,
para transbordo de soja.
Nesse ano, a COMIGO iniciou vários cursos de Capacitação Rural e dá seguimento ao
Projeto Maisleite: são quase 500 cooperados e familiares envolvidos na melhoria
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profissional da atividade agropecuária.
2002
Em fevereiro, a Cooperativa inaugura seu Centro Tecnológico COMIGO, num grande
evento que foi prestigiado por mais de 5 mil pessoas visitando suas instalações durante
três dias.
Já em março, ocorre a primeira eleição com disputa entre duas chapas, para a diretoria
da Cooperativa: os cooperados reelegeram a atual diretoria – Chavaglia, Aguilar e
Álvaro.
No mês de abril, a COMIGO recebe escritura de terreno em Jataí para construção de
mais um graneleiro: 700 mil sacos.
Em julho acontece a apresentação das novas instalações da loja agropecuária de
Montividiu.
Também em julho, o presidente da COMIGO, Antonio Chavaglia, entra para o grupo
permanente do Fórum de Líderes Empresariais Gazeta Mercantil, depois que foi
escolhido pela quarta vez como líder empresarial. A solenidade aconteceu em Belo
Horizonte.
Em agosto é a vez de Rio Verde mostrar aos cooperados, as novas instalações de sua
loja na presença de mais de 500 pessoas. Também em agosto, acontece a apresentação
da nova loja agropecuária de Jataí, com a participação de 300 cooperados.
Ainda esse mês, o CTC apresenta os resultados de seus experimentos de primeiro ano
(1º Workshop), na AAC, com a participação de mais de 500 produtores.
Jornal Gazeta Mercantil publica a revista Balanço Anual 2002 divulgando o ranking
das principais empresas brasileiras. Dentro do segmento cooperativo, a COMIGO foi
enquadrada ocupando a 10ª posição em todo o Brasil, e entre as maiores empresas do
Centro-Oeste, ficou como a 15ª colocada. Entretanto, entre as cooperativas singulares
do país, a COMIGO ocupa a 7ª posição.
Em setembro, o Ginásio de Esportes Gansão, na AAC, é inaugurado.
A COMIGO sagra-se campeã dos 3º Jogos Intercooperativos de Goiás, que aconteceu
na Associação Atlética COMIGO.
Ainda em setembro, a Cooperativa realiza o 1º Seminário Cooperativismo e o
Desenvolvimento da Pecuária Leiteira, na AAC. Participação de mais de 300
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produtores.
Em outubro, a AAC sedia os 2º Jogos Intercooperativos do Centro-Oeste.
Já em novembro, a COMIGO recebe representantes da FAO e OCB, em razão de seu
trabalho junto a entidades carentes. Trabalho esse que serviu de base para que a OCB
assinasse convênio com a FAO.
Em novembro também, a COMIGO recebe o troféu Pop List, por ser a primeira no
coração e na memória dos goianos. Ela se destacou como a mais lembrada quando a
pergunta é sobre cooperativa.
2003
Em janeiro, a Cooperativa disponibilizou nove ônibus pra cerca de 350 cooperados,
que prestigiaram a posse do novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Roberto Rodrigues.
Com a presença de cerca de 200 pessoas, a COMIGO inaugura seu armazém de
Serranópolis, com capacidade de 280 mil sacos, em janeiro. Também nesse mês, ela
inaugura o armazém da região do Paraíso, entre Jataí e Montividiu, com capacidade de
700 mil sacos. Cerca de 450 pessoas prestigiaram a solenidade. Outro destaque do mês
foi a inauguração da unidade de transbordo de soja da região do Monte Alegre, no
município de Rio Verde, que permite a entrada de 200 t/h.
Em fevereiro, os cooperado passam a contar com o cartão de copras COMIGO, que
lhes permite adquirir produtos nas seções de peças e veterinária.
Entre 12 e 14 de março, realiza-se o 2º Encontro Tecnológico COMIGO, no Centro
Tecnológico COMIGO, em Rio Verde. O público visitante ultrapassou 16.500 pessoas
e os negócios de R$ 61 milhões comercializados, confirmaram a expectativa positiva
em torno do evento.
A COMIGO e a Credi-Rural contribuíram com mil caixas de óleo de soja, cada uma
para o Programa Fome Zero.
Ainda em março, a Cooperativa inaugura mais três silos graneleiros em Paraúna. A
capacidade de armazenamento se amplia em 210 mil sacos (70 mil sacos cada), e a de
secagem em mais 100 t/h com a instalação de mais um secador.
Em maio, a COMIGO contrata adolescentes dentro de seu Projeto Menor Aprendiz.
Em junho, a COMIGO recebe o 2º Prêmio Gestão Ambiental, concedido pelo governo
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estadual, por causa de sua forte atuação no campo produtivo de alimentos,
especialmente quanto ao processamento de soja, combinada com a defesa do meio
ambiente.
Em julho, a COMIGO adquire mais uma unidade de transbordo para recebimento de
soja agora na região do Rio Preto, em Rio Verde.
No mesmo mês, aumenta a produção de fertilizantes. Sua capacidade de
processamento se amplia em torno de 30%, com mais duas linhas de big bag e duas de
ensaque.
Ainda nesse mês, o Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Verde (Cefet),
com o apoio da COMIGO, oferece o curso técnico em cooperativismo, buscando a
capacitação cooperativista dentro da comunidade.
A revista Exame lança a Edição Melhores e Maiores de 2003, em julho, com dados
baseados em 2002. A COMIGO obteve um desempenho significativo passando do
413º lugar para o 387º, ganhando 26 posições no ranking das 500 principais empresas
do país. No Centro-Oeste, ela conseguiu a 2ª posição em desempenho.
Em agosto, a COMIGO sedia novamente os jogos intercooperativos do estado,
promovido pelo SESCOOP/GO, e é a campeã geral.
Os cooperados participam do 2º Workshop CTC, em agosto, quando são mostrados os
resultados de mais um ano de experimentos agropecuários.
Em setembro, levantamento do jornal Valor Econômico, de São Paulo, destaca a
Cooperativa entre as cinco melhores empresas em desempenho do setor “Agricultura”
do país.
Nesse mesmo mês, acontece o 2º Seminário de Cooperativismo e Desenvolvimento da
Pecuária Leiteira, com a participação de 350 cooperados.
Já em outubro, a COMIGO assina contrato de parceria com sistema Agrishow. A partir
de 2004, o Encontro Tecnológico Comigo passa a se chamar AGRISHOW COMIGO.
Doravante, o evento regional ganha dimensão nacional, ressaltando a região para todo
o país.
Entre os dias 18 e 19 de outubro, acontece o 3º Jogos Intercooperativos do Centro-
Oeste, em Brasília. Goiás foi bicampeão geral.
Em dezembro, o presidente da COMIGO, Antonio Chavaglia, é eleito o líder
cooperativista mais votado do Brasil, pelos leitores do jornal Gazeta Mercantil.
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2004
Em fevereiro, acontece o lançamento do programa Juventude e Cooperação, que
pretende inserir o cooperativismo como temática de educação nas escolas da rede
oficial de ensino e nas cooperativas educacionais.
Em março acontece o lançamento oficial da AGRISHOW COMIGO, em Goiânia. E
entre os dias 30 de março e 3 de abril, cerca de 38 mil pessoas comparecem na feira
tecnológica. Os negócios atingiram um volume de R$ 400 milhões.
Em maio, é inaugurada a nova fábrica de processamento de soja da COMIGO, com
capacidade de esmagar 2.500 toneladas/dia. A cerimônia teve a honra de contar com as
presenças do presidente Lula, governador Marconi Perillo, ministros do estado, vários
prefeitos e deputados.
Em junho, a COMIGO lança o Programa de Assistência Técnica a Produtores de Leite
COMIGO, o COMLEITE.
Em julho, o jornal Valor Econômico elege a COMIGO, pelo seu desempenho, como a
empresa campeã do Brasil no setor Agricultura.
Em agosto, mais de 250 pessoas participam da apresentação dos resultados de mais um
ano de trabalho no Centro Tecnológico COMIGO.
Nesse mesmo mês, acontece o 5º Intercoop de Goiás, a COMIGO é a tricampeã.
No mês de setembro, acontece na Associação Atlética Comigo, o 1º Encontro de
Jovens Cooperativistas da COMIGO, com participação de cerca de 250 jovens.
Ainda neste mês, acontece o 3º Seminário de Cooperativismo e Desenvolvimento da
Pecuária Leiteira, com a participação de mais de 250 produtores de leite da COMIGO.
Ainda em setembro, a COMIGO realiza a Assembléia Geral Extraordinária para
discutir a alteração estatutária proposta pelo conselho de administração. Cerca de 300
pessoas compareceram.
A COMIGO promove, em outubro desse ano, o I Encontro de Mulheres
Cooperativistas da COMIGO.
Pelo terceiro ano, a COMIGO é homenageada como uma empresa que mantém viva a
sua preocupação com a natureza. Ela recebe o Prêmio Goiás de Gestão Ambiental
2004.
Ainda no mês de outubro, a Cooperativa é consagrada com o prêmio Pop List, do
jornal O Popular, tendo sido lembrada por 47,5% dos entrevistados da pesquisa.
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A COMIGO conclui um novo armazém de farelo de soja com capacidade de
armazenar 25 mil toneladas.
O setor de fertilizantes recebe um importante investimento: um novo armazém para
matérias-primas que possibilita a estocagem de mais 35 mil toneladas.
2005
Em janeiro de 2005, a COMIGO inaugura em Jataí o armazém Estrela Dalva, com
capacidade de guardar 60 mil toneladas de grãos.
Já em fevereiro, a Cooperativa inaugura o transbordo Cinqüentão, em Santa Helena,
que permitirá a entrada de 200 t/h de soja.
Missão da Comigo
Atuar em atividades do agronegócio, visando o desenvolvimento econômico, social e
tecnológico de seus cooperados participativos, sendo competitiva no mercado, tendo
como diretriz a excelência na qualidade de seus produtos e serviços.
3. Sugestões e recomendações
Para que o cooperativismo tenha a propulsão desejada em nosso meio faz-se
necessário desenvolver uma política adequada às cooperativas e ênfase
Fonte: dados de pesquisa
Conclusão REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FLEURY, M. T. L. Cooperativas agrícolas e o cooperativismo no Brasil. São Paulo: Global, 1983.
LAUSCHNER, Roque. Agribusiness Cooperativa e Produtor Rural. 2. ed. São Leopoldo: UNISINOS, 1995. 226 p.