COOPERCITRUS – SIMPÓSIO DE ALTA TECNOLOGIA / 2018

Prof. Dr. Gil Miguel de Sousa Câmara

ESALQ / USP – Produção Vegetal

ECOFISIOLOGIA DA

SOJA EM AMBIENTE

DE PALHADA DE

CANA-DE-AÇÚCAR

Bebedouro - SP

Junho / 2018

LINHAS DE TRABALHO NA CULTURA DA SOJA

C

O

M

P

L

E

X

I

D

A

D

E

Ambientes de Produção de Soja (ECOSOJA)

Manejo nutricional de soja em sistemas de produção

Manejo fisiológico para alta produtividade

Fenologia e nutrição vegetal

Tecnologia de inoculação e FBN

Arranjos espaciais e produtividade

Avaliação de cultivares através de ensaios de VCU

INTRODUÇÃO

A PLANTA DE SOJA

ECOFISIOLOGIA DA SOJA

UM POUQUINHO DE FBN

CONSIDERAÇÕES FINAIS

ROTEIRO

INTRODUÇÃO

A SOJA EM NÚMEROS

• 35.000.000 ha = soja

• VBP = R$ 155.000.000.000,00 ano-1 ou U$ 44,3 bilhões

• Divisas 2017 = U$ 31,7 bilhões / grão (81%) + farelo (15,6%) + óleo (3,4%)

• China importação 2017 = 80% do complexo brasileiro de soja

• Biodiesel “B10” = 6.650.000 ha ano-1

• 10.000.000 ha = cana / 1.200.000 ha = área de reforma

• Custo Total (R$ ha-1) = R$ 3.300,00 a R$ 3.630,00

116.995.900 t 35.009.700 ha 3.333 kg ha-1Brasil

3.402.800 t 960.700 ha 3.542 kg ha-1SP

55,6 sc ha-1

59,0 sc ha-1

1.000.000 ha / 15 dias = 67.000 ha dia-1

10.000.000 ha / 15 dias = 667.000 ha dia-1

25.000.000 ha / 15 dias = 1.667.000 ha dia-1

Anos 1990 - 2000

Anos 2001 - 2010

Anos 2010 - ????

20.000.000 ha / 60 dias = 330.000 ha dia-1 (5%)

25.000.000 ha / 60 dias = 417.000 ha dia-1 (40%)

35.000.000 ha / 60 dias = 583.000 ha dia-1 (75%)

Anos 1990 - 2000

Anos 2001 - 2010

Anos 2010 - ????

SEMEADURA ANTECIPADA – (%)

Evolução da área de soja em

semeadura antecipada

Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul

1980

1990

1995

1995

2000

2005

2010

2014

SOJA, ARROZ POUSIO (PC)

SOJA POUSIO, MILHETO, MILHO (PC/PD)

POUSIO (PC) ALGODÃO

SOJA POUSIO, MILHETO, MILHO (PD)

SOJA POUSIO, MILHETO, MILHO (PD)

POUSIO, SOJA (PC/PD) ALGODÃO

POUSIO, CROTALÁRIA, MILHETO, MILHO,

SOJA (PC/PD)

POUSIO, ALGODÃO, MILHO, MILHETO, BRAQUIÁRIA,

GIRASSOL, CAUPI (PD)

SOJA CANA-DE-AÇÚCAR

Evolução histórica dos sistemas

de produção no Cerrado

Fonte: Francisco (2012) atualizado por Câmara (2018)

J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J

cana de ano e meio

15/10 a 10/03

Culturas Anuais

(100 a 120 dias)

ÉPOCA DE SEMEADURA

DA SOJA

PLANTIO CONVENCIONAL DE SOJA EM ROTAÇÃO

COM CANA-DE-AÇÚCAR

MEIOSI

SOJA X CANA-DE-AÇÚCAR

Bernardes (2011)

TEORES DE MACRONUTRIENTES EXTRAÍDOS (kg ha-1) PELA PALHADA DE CINCO

VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR DO GRUPO DE MATURAÇÃO TARDIA 1

Variedades Palhada (t ha-1) N P2O5 K2O CaO MgO SO4

IACSP 93-6006 13,88 B 25,26 A 11,52 A 52,32 A 2,92 C 6,52 B 5,83 A

IAC 91-3186 16,00 A 22,56 B 8,80 C 54,08 A 5,60 B 6,40 B 5,76 A

SP 83-2847 17,88 A 22,35 B 8,40 C 59,18 A 3,75 C 10,01 A 5,54 A

RB 867515 13,44 C 23,39 B 10,08 B 41,53 B 6,32 A 6,32 B 4,97 A

RB 72454 10,00 D 16,60 C 7,00 D 25,40 C 0,60 D 5,20 C 4,70 B

Teste F 18,99 ** 7,56 ** 14,45 ** 12,90 * 3,29 ** 12,82 ** 4,92 *

C.V. (%) 13,91 32,60 17,35 27,38 27,60 23,21 19,55

1 Cana-planta instalada em LATOSSOLO VERMELHO AMARELO Eutrófico típico.

Fonte: TASSO JÚNIOR et al. (2008).

A Planta de Soja

CICLO: Anual

PORTE: 0,30 m a 1,80 m (herbáceo à sublenhoso)

FOLHAS: Unifólios e Trifólios

HASTE PRINCIPAL: Ramificada ou Não

NÓS: Inflorescências (rácemos) e Infrutescências

TIPOS DE CRESCIMENTO: Determinado / Indeterminado

40 a 90 Vagens / Planta - 80 a 200 Sementes / Planta

ÓLEO: 17 % a 22 %

PROTEÍNA: 38 % a 45 %

CARBOIDRATOS: 30 % a 35 %

PRODUTIVIDADE: 1.500 a 6.000 kg/ha (25 a 100 sacas)

A Planta de Soja

SISTEMA RADICULAR PIVOTANTE

PROFUNDIDADE: 0,15 m a 1,80 m

RAIZ PRINCIPAL E RAMIFICAÇÕES

INÍCIO: PROTRUSÃO DA RAÍZ PRIMÁRIA

MÁXIMO CRESCIMENTO: R2/R3 (TCD) a R4/R5.1 (TCI)

ATIVIDADE FISIOLÓGICA: R7

60 a 70% nos 1os 0,10 a 0,15 m de solo

NODULAÇÃO: Início = V1 a V2

NÓDULOS: Visíveis V2 a V3

NODULAÇÃO MÁXIMA: R2 a R5.3

A Planta de Soja

70 – 200 dias

105 – 135 dias

A Planta de Soja

ECOFISIOLOGIA DA SOJA

SOJA x TEMPERATURA DO SOLO

10ºC ...................... Mínima para germinação - emergência

30ºC ...................... Ótima para germinação-emergência

30ºC ...................... Ótima para alongamento do hipocótilo

27ºC ...................... Ótima para nodulação das raízes

27ºC ...................... Ótima para fixação simbiótica do N2

Temperatura

VE

Emergência Epígea

Emergência

SUBPERÍODOS

Semeadura - Emergência

EVAPOTRANSPIRAÇÃO DIÁRIA (mm)

2,2

Umidade

VE

VC

Excesso !!!

Deficiência !!!

CRÍTICO

Umidade

> V5 – V6

Pontos de

Produção

Vn CO2H2O

Crescimento - V

Fonte: Müller (1981) In: Miyasaka & Medina (1981)

Taxa

de

cre

scim

en

to (

g /

m2

solo

/ d

ia)

I. A. F.

Crescimento - IAF

TEMPERATURA DO AR

27ºC .................... Ótima para atividade fotossintética

30ºC .................... Ótima para desenvolvimento vegetativo

30ºC .................... Ótima para assimilação de N, K e Zn

Temperatura

SUBPERÍODOS

Semeadura - Emergência

EVAPOTRANSPIRAÇÃO DIÁRIA (mm)

2,2

VE – R1 5,1

Umidade

Taxa de crescimento

Atividade fotossintética

Fixação biológica do N2

Metabolismo da planta

Menor altura de planta

Menor número de nós

Entrenós mais curtos

Menor turgescência foliar (seca)

FASE VEGETATIVA – DEFICIÊNCIA ou EXCESSO HÍDRICO

Fonte: Câmara (2000); Barros e Sediyama (2009)

Vn

VE

Umidade

SUBPERÍODOS

Semeadura - Emergência

EVAPOTRANSPIRAÇÃO DIÁRIA (mm)

2,2

VE – R1 5,1

R1 – R3 7,4

Umidade

SUBPERÍODOS

Semeadura - Emergência

EVAPOTRANSPIRAÇÃO DIÁRIA (mm)

2,2

VE – R1 5,1

R1 – R3 7,4

R3 – R7 6,6

Umidade

TEMPERATURA DO AR

13ºC .................... Mínima para indução floral

25ºC .................... Ótima para florescimento

25ºC .................... Ótima para frutificação

25ºC .................... Ótima para granação

20ºC .................... Ótima para maturação final

20 - 22ºC ............. Ótima para produção de sementes

Temperatura

FASE REPRODUTIVA – DEFICIÊNCIA HÍDRICA (veranico)

R1 R4

R5.1

A B O R T A M E N T O ! ! !

PERDA DE PRODUTIVIDADE ! ! !

Umidade x Temperatura

SUBPERÍODOS

Semeadura - VE

ETO DIÁRIA (mm)

2,2

VE – R1 5,1

R1 – R3 7,4

R3 – R7 6,6

R7 – R8 3,7

MÉDIA DO CICLO 5,8Fonte: Berlato e Bergamaschi (1978)

Umidade

CO2 + H2O CH2O O2+

ALONGAMENTO DA HASTE PRINCIPAL

ALONGAMENTO DAS RAMIFICAÇÕES

EXPANSÃO FOLIAR

PEGAMENTO DE FLORES E DE VAGENS

NODULAÇÃO E FIXAÇÃO DE NITROGÊNIO

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA

Umidade

Nodulação das raízes

MS dos nódulos

Fixação biológica do N2

MS da parte aérea

Produtividade

ENCHARCAMENTO E

PRODUTIVIDADE DA

SOJA

R4

Umidade

CONDIÇÃO

DO SOLO

MASSA SECA (g)

PA RAÍZES

NODULAÇÃO (10 PLANTAS)

NÚMERO MS (g)

PROD.

(kg/ha)

Normal 141,3 36,5 226 1,450 3.947

Encharcado 86,4 17,5 36 0,390 2.827

Fonte: Câmara (2002), dados originais observados em campo.

Perdas (%) 38,9 52,1 84,1 73,1 28,4

FASE REPRODUTIVA – EXCESSO HÍDRICO (encharcamento)

- 18,7 sc ha-1

Umidade

FBN

FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO

Soja: sistema radicular nodulado.

Fonte: Müller (1981).

Fixação mecânica ao solo

Absorção de Água

Absorção de Nutrientes

NODULAÇÃO

FIXAÇÃO BIOLÓGICA DO NITROGÊNIO

FBN – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

250 a 400 kg N ha-1

55 a 95% do N

requerido pela soja

E a ≠ para 100% ?

Solo = Matéria Orgânica

Chuvas = Descargas elétricas (“raios”)

(25 a 40 kg N ha-1 ano-1)

FBN – EFICIÊNCIA

Fonte: Fehr & Caviness (1977) / Ritchie et al. (1994)

VE

VC40% proteína

6,5% N

FBN – SEMENTE

Câmara (2018)

T N-ureia (kg ha-1) EF P.A. (kg ha-1)

T1 Controle - 6.326

T2 100 V5 5.988

T3 200 V5 6.167

T4 100 R1 5.888

T5 200 R1 6.103

T6 100 R5.3 6.283

T7 200 R5.3 6.475

T8 5 R1 6.260

T9 10 R1 6.004

T10 5 R5.3 6.179

T11 10 R5.3 6.211

(sc ha-1)

105,4

99,8

102,7

98,1

101,7

104,7

107,9

104,3

100,1

102,9

103,5

P.A. (kg ha-1)

3.816

3.598

3.835

3.500

3.633

3.632

3.799

3.593

3.542

3.731

3.551

(sc ha-1)

63,6

59,9

63,9

58,3

60,6

60,5

63,3

59,9

59,0

62,2

59,2

Guarapuava - PR Castro - PRFonte: CESB (2014).

FBN x N Mineral

Ganhos físico (kg e sc ha-1) e monetário (R$ ha-1) advindos da inoculação da cultura da soja, via

semente e via sulco de semeadura (dose maior), nas áreas 1 e 2.

Rizóbios (kg ha-1) (sc ha-1) (sc ha-1) (R$ ha-1)

A V-Sulco 5 3.924 65,4 8,6 541,80

(sc ha-1) (R$ ha-1)

13,4 844,20

(sc ha-1) (R$ ha-1)

- -

B V-Semte 3.409 56,8 - -

C S/ Inoc 3.119 52,0 - -

- -

- -

4,8 302,40

- -

Produtividade Agr. A – B 1 A – C 1 B – C 1

A V-Sulco 5 2.874 47,9 8,1 510,30 21,1 1.329,30 - -

B V-Semte 2.387 39,8 - -

C S/ Inoc 1.609 26,8 - -

- -

- -

13,0 819,00

- -

1 Abr/2015 = R$ 63,00 saca-1 (60 kg). Fonte: Correia (2015).

1

2

CONSIDERAÇÕES FINAIS

70 – 200 dias

90 – 135 dias

CONSIDERAÇÕES FINAIS

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conhecer em detalhes os “ambientes de produção” da propriedade.

Atentar para as interações entre os fatores de manejo e as respostas ecofisiológicas da

planta (cultivar);

Atentar para as interações entre os fatores de produção do ambiente e a planta (cultivar);

21 e 22 de Agosto

Obrigado

gil.camara@usp.br