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Gramado – RS De 29 de setembro a 2 de outubro de 2014 COOPRG: desenvolvimento de produtos sustentáveis utilizando o couro de peixe Marlon Vitor Sousa Santos Motta Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” [email protected] Cláudio Roberto y Goya Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” [email protected] Ana Beatriz Frozoni Ribeiro Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” [email protected] Gabriela Moraes Montoro Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” [email protected] Resumo O Labsol, Laboratório de Design Solidário, é um projeto de extensão vinculado ao Departamento de Design da UNESP de Bauru, que desenvolve suas atividades pautando-se em três conceitos básicos: sustentabilidade, economia solidária e eco design. Atuando sempre em parceria com cooperativas, incubadoras e grupos artesanais, o projeto tem a possibilidade de trabalhar conjuntamente com a comunidade, trocando experiências e conhecimento, buscando sempre uma maior valorização da produção artesanal e da figura do artesão, buscando por métodos que visem o mínimo de agressão ambiental possível, reutilização de materiais e ressignificação de resíduos. Atualmente, o Laboratório está trabalhando em parceria com a Cooperativa “Pérolas do Guarujá” (Coopeg) da cidade de Guarujá – SP, com objetivo de criar novas formas de aproveitamento do couro de peixe, o que rendeu novos produtos para a cooperativa. Além disso, o Labsol também trabalhou no redesign da identidade visual do grupo, visando agregar ainda mais valor a marca.

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Gramado – RS

De 29 de setembro a 2 de outubro de 2014

COOPRG: desenvolvimento de produtos sustentáveis utilizando o couro de peixe

Marlon Vitor Sousa Santos Motta

Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”

[email protected]

Cláudio Roberto y Goya

Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”

[email protected]

Ana Beatriz Frozoni Ribeiro

Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”

[email protected]

Gabriela Moraes Montoro

Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”

[email protected]

Resumo

O Labsol, Laboratório de Design Solidário, é um projeto de extensão vinculado

ao Departamento de Design da UNESP de Bauru, que desenvolve suas atividades

pautando-se em três conceitos básicos: sustentabilidade, economia solidária e eco

design. Atuando sempre em parceria com cooperativas, incubadoras e grupos

artesanais, o projeto tem a possibilidade de trabalhar conjuntamente com a

comunidade, trocando experiências e conhecimento, buscando sempre uma maior

valorização da produção artesanal e da figura do artesão, buscando por métodos que

visem o mínimo de agressão ambiental possível, reutilização de materiais e

ressignificação de resíduos. Atualmente, o Laboratório está trabalhando em parceria

com a Cooperativa “Pérolas do Guarujá” (Coopeg) da cidade de Guarujá – SP, com

objetivo de criar novas formas de aproveitamento do couro de peixe, o que rendeu

novos produtos para a cooperativa. Além disso, o Labsol também trabalhou no

redesign da identidade visual do grupo, visando agregar ainda mais valor a marca.

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Palavras-chave: Ecodesign, sustentabilidade, economia solidária, couro

de peixe.

Abstract: The Labsol, Laboratory of Solidary Design, is an extension

project linked to the Department of Design at UNESP Bauru, which develops its

activities, always focusing on three main concepts: sustainability, solidarity

economy and eco design. Always acting in partnership with cooperatives,

incubators and craft groups, the project has the possibility of working together

with the community, sharing experiences and knowledge. Also, Labsol seeks a

greater appreciation of craft production and the figure of the craftsman. Besides,

the project is always looking for methods aimed at the minimum possible

environmental damage, material reuse and reinterpretation of waste. Recently,

the laboratory worked in partnership with the Cooperative "Pearls of Guarujá"

(Coopeg) in Guarujá - SP, in order to create new forms of application for fish

leather, which yielded new products to the cooperative. Furthermore, Labsol also

worked in Coopeg's visual identity, redesigning it in order to add even more value

to the group.

Keywords: Eco Design, sustainability, solidarity economy, fish leather.

2. Objetivos

Ao longo da pesquisa, pretendeu-se levantar conhecimento bibliográfico em

relação a design e artesanato brasileiro, que dê suporte à parte prática. Além disso,

buscou-se pesquisar sobre o mercado do artesanato na região litorânea do estado de

São Paulo, entendo suas características gerais e possíveis meios de fazer com que os

produtos comercializados pela Coopeg ganhem ainda mais destaque.

Seguindo os três princípios do Labsol e complementando-os com a pesquisa

bibliográfica, os objetivos específicos desta pesquisa focaram-se na concepção de

novas formas de se utilizar o couro de peixe, trazendo novos olhares e aplicações para

o material, com o intuído de agregar ainda mais valor aos objetos e identidade ao

grupo.

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Esses novos produtos, precisam ser de fácil produção e não podem se destoar

dos que já são produzidos atualmente, no entanto, trazer inovação à produção

artesanal se faz necessária, visando maior aceitação do público, focando sempre numa

produção sustentável, com o mínimo de resíduos e poluição durante o processo de

fabricação.

3. Fundamentação Teórica

3.1 Design + Artesanato

Segundo a definição adotada pela UNESCO em 1997 o artesanato consiste em

“produtos artesanais confeccionados por artesãos, seja totalmente a mão, com uso de

ferramentas ou até mesmo por meios mecânicos, desde que a contribuição direta

manual permaneça como o componente mais substancial do produto acabado. Essas

peças são produzidas sem restrição em termos de quantidade e com uso de matérias-

primas de recursos sustentáveis. A natureza em especial dos produtos artesanais

deriva de suas características distintas, que podem ser utilitárias, estéticas, artísticas,

criativas de caráter cultural, simbólicos e significativos do ponto de vista social”.

O artesanato brasileiro caracteriza-se muitas vezes pela tradição cultivada de

geração em geração, e no ato de imprimir em objetos realidades culturais. Assim

sendo, muitas vezes o artesão tem um papel importantíssimo na manutenção e na

transmissão de conhecimento cultural.

Dentre as inúmeras definições do termo Design, encontramos a de que “Design

é a visualização criativa e sistemática dos processos de interação e das mensagens de

diferentes atores sociais; é a visualização criativa e sistemática das diferentes funções

de objetos de uso e sua adequação às necessidades dos usuários ou aos efeitos sobre

os receptores” (Design – Uma Introdução. O design no contexto social, cultural e

econômico, página 197, da Editora Blücher).

Partindo dessas duas definições podemos criar um paralelo entre design e

artesanato. Ambos se dão na esfera da criação de objetos, que por sua vez podem

variar de acordo com uma função pré-estabelecia, no entanto enquanto um se utiliza

de métodos predominantemente manufaturados e de uma produção limitada por

fatores próprios, o outro se viabiliza por meio da tecnologia e da indústria, tendo

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produções que se abstêm de identidades locais priorizando discursos que atinjam a

maior quantidade de pessoas.

Pode-se ainda dizer que quando a atividade do artesão se une à de um designer

ambos são beneficiados, preenchendo lacunas um dos outros. Em Desing + Artesanato,

a autora Adélia Borges [2011, pg. 137] descreve essa interação da seguinte forma:

“A aproximação entre designers e artesãos é, sem dúvida, um fenômeno de

extrema importância pelo impacto social e econômico que gera e por seu significado

cultural. Ela esta mudando a feição do objeto artesanal brasileiro e ampliando em

muito o seu alcance. Nessa troca, ambos os lados têm a ganhar. O designer passa, no

mínimo, a ter acesso à sabedoria empírica, popular, à qual não teria entrada por outras

vias, além de obter um mercado de trabalho considerável. O artesão, por sua vez, tem

ao menos a possibilidade de interlocução sobre a sua prática e de um intervalo no

tempo para refletir sobre ela.”

3.2 Sustentabilidade

Em “O Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis. Os requisitos ambientais

dos produtos sustentáveis”, Elzo Mazzini e Carlo Velozzi referem-se à sustentabilidade

como “condições sistêmicas segundo as quais, em nível regional e planetário, as

atividades humanas não devem interferir nos ciclos naturais em que se baseia tudo o

que a resiliência do planeta permite e, ao mesmo tempo, não devem empobrecer seu

capital natural, que será transmitido às gerações futuras”.

Deste modo, entende-se que a atividade sustentável ocorre quando alguém ou

um grupo de pessoas consegue desenvolver-se e usufruir de recursos naturais sem

inferir danos irreparáveis ao ambiente.

O design nunca esteve tão intrinsicamente ligado às questões ambientais com

nos dias de hoje. Seja por motivos puramente econômicos ou por uma real

preocupação com o meio ambiente, o designer contemporâneo se vê, em cada

projeto, entre as necessidades de cunho projetuais e aquelas ligadas à sua

responsabilidade ecológica.

Já “as práticas dos artesãos são, historicamente, ligadas ao aproveitamento dos

materiais locais e à reciclagem, muito antes que essas noções estivessem difundidas na

sociedade como um todo. Pela proximidade entre a coleta de matéria-prima - seja ela

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natural, seja resultante de resíduos - e seu beneficiamento, há um baixo dispêndio de

energético no transporte dos insumos e da mercadoria.” (BORGES, Adélia Design +

Artesanato. O Caminha Brasileiro. Pág. 217).

3.3 Economia Solidária

Pode-se dizer que o conceito contemporâneo de economia solidária teve

origem durante a Primeira Revolução Industrial, como uma alternativa do artesão que

se viu expulso dos seus postos de trabalho sendo substituído pela máquina, dando

origem ao cooperativismo solidário desde então.

É uma economia de mercado com base associativista e cooperativista, voltada

para a produção, consumo e comercialização de bens e serviços, buscando a

valorização do ser humano e não do capital, dentro de um processo de

democratização econômica (Singer, 2002). Ou seja, caracteriza-se por um sistema de

produção, consumo e distribuição de riqueza autônoma e sustentável, paralela e

independente do sistema convencional monetário.

É muito comum que essa filosofia esteja implementada em cooperativas,

comunidades e empreendimentos onde o artesanato está presente, pois este, por si só

já subverte o sistema de produção tradicional e rege suas próprias normas trabalhistas.

4. Metodologia

Consiste em atividades empíricas de caráter prático baseando-se no estudo de

caso, de forma que a partir da revisão bibliografia e utilizando conceitos que regem o

Labsol - ecodesign, economia solidária e sustentabilidade – será iniciada a concepção

de reformulação e criação de novos produtos, bem como o equacionamento de

informações colhidas na fase de pesquisa ligada a região do Guarujá.

Buscando um maior aproveitamento do potencial do couro, o Labsol buscará

somar os conhecimentos da área de design com as técnicas já utilizadas pelo grupo de

artesão, que se caracteriza fortemente pela sustentabilidade, uma vez que o couro de

peixe é curtido sem a utilização de água e de produtos tóxicos ao meio ambiente.

Além disso, utilizando-se da metodologia em design será proposto um redesign

da identidade visual do grupo em questão. Acreditamos que alguns ajustes gráficos

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simples podem maximizar ainda mais o carisma e a força da cooperativa enquanto

marca, assim, valorizando ainda mais os produtos desenvolvidos pelo grupo.

5. Coopeg

A Coopeg (Cooperativa “Pérolas de Guarujá”) consiste numa parceria entre a

comunidade pesqueira do município com da prefeitura, que, cedendo espaço para

viabilizar a produção e a comercialização de produtos garantiu estabilidade aos

cooperados, que atualmente são aproximadamente vinte e duas pessoas.

Seguindo os conceitos de sustentabilidade e visando gerar renda às mulheres

que ficam a margem da indústria e comércio pesqueiro da cidade, a cooperativa

desenvolve uma série de atividades que envolvem couro de peixe, retalhos de tecido e

fibras naturais, materiais esses que são equacionados e valorizados por meio de

trabalhos que envolvem corte e costura, bordado, crochê, patchwork, arte country

(pintura em madeira) e informática.

Todo o trabalho desenvolvido com o beneficamente de pele de peixe, conta

com o apoio do biólogo Diogo Borges Rodrigues de Sá, que criou e detém a patente de

um método inovador e totalmente ecológico para o curtimento do couro, pois, além

de já se utilizar de materiais orgânicos que provavelmente seriam descartados no mar,

ainda conta com uma quantidade muito menor de água do que nos métodos

convencionais (estima-se que nesses métodos seja usado pelo menos uma tonelada de

pele congelada para 32 mil litros de água, gerando cerca de 750 quilos de couro) na total

ausência de produtos químicos tóxicos ao meio ambiente. Desde que esse método foi

ensinado aos cooperados à produção de produtos feitos com o couro de peixe se dão

dessa forma.

6. Redesign e nova identidade

A atual identidade visual da Coopeg consiste num projeto desenvolvido e

aplicado pelos próprios artesãos, juntamente com o biólogo Diogo Borges que os

auxilia. Essa identidade, obviamente já está solidificada como representação do grupo

tanto para os participantes bem como para consumidores que já conhecem o trabalho

da cooperativa. No entanto, ainda assim, durante a visita do Labsol em 2012, foi

pedido que o Labsol trabalhasse numa nova identidade para o grupo.

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Partindo desse ponto, utilizamos da própria identidade atual para criar uma

nova, que seguisse a mesma semiótica, respeitando a autoria dos artesãos. As linhas

do logotipo foram ajustadas e alinhadas para passar uma ideia de mais estabilidade à

marca, além disso, alinhando-as, as letras empregadas acabaram por demonstrar uma

unidade que não aparecia na antiga, devido à inconstância dos traços empregados e a

variação de espessuras.

Desta forma, na proposta de identidade visual do Labsol, a imagem da Coopeg

associada à marca se manteve intacta, no entanto, a gestalt empregada na sua nova

versão busca demonstrar muito mais estabilidade e segurança a quem a vê pela

primeira vez.

Imagem 01: Antigo logotipo Imagem 02: Nova proposta de logotipo

Imagem 03: antiga página da cooperativa

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Imagem 04: nova proposta de página para a cooperativa

7. Novo método de produção

Baseando-se em conceitos de metodologia em design e produção, optamos por

não aplicarmos o couro ainda úmido nos objetos, como ocorre na Coopeg, mas sim por

secarmos todas as peles antes da aplicação e só depois da total desidratação partimos

para a fase de aplicação.

Acreditamos que essa mudança simples pode ajudar os cooperados em

diversos aspectos, o primeiro e mais óbvio deles consiste na variabilidade de seus

produtos, que tende a aumentar significativamente. Outro aspecto interessante é que,

por eles não se utilizarem apenas do couro úmido durante a sua produção, seria

possível o armazenamento do couro seco em estoques, antes de passarem pela

aplicação.

Para a produção dessas peças de couro, utilizamos vazador de couro

convencional de dois diâmetros, um de 24 mm e outro de 19 mm. A furação ocorre de

maneira simples e pode ser realizada por praticamente qualquer pessoa apenas com o

auxílio de um martelo. Além disso, todo o resíduo entre as furações também são

facilmente aproveitados.

Imagem 06: secagem do couro ao sol Imagem 07: Furação do Couro

7.1 Bijuterias

Uma vez que optamos por uma produção diferenciada e que antes de tudo

ajudasse a aumentar a gama de opções dos produtos da cooperativa, quando

decidimos crias algumas peças de bijuterias, tentamos criar uma estética que se

diferenciasse o máximo possível das peças já produzidas.

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Todas as peças foram confeccionadas utilizando-se do couro de peixe como

principal atrativo, sendo complementadas por peças decorativas de fácil acesso e baixo

custo (como argolas, fechos de metal, e missangas de pérola). Além disso, na produção

de todos os objetos foi priorizada a fácil produção e simplicidade, dando uma ênfase

especialmente na valorização do couro.

Desta forma, as peças confeccionadas aparentam possuir um cuidado bem

elaborado, bem como uma maior complexidade conceitual, o que é diretamente

refletido no valor agregado do produto.

Imagem 08: brincos com sobras de couro Imagem 09: pulseira

7.2 Porta trecos e cuícas decorativas

Tivemos conhecimento de que juntamente com o beneficiamento do couro de

peixe, na Coopeg também existe um projeto voltado para a reciclagem de papel. Neste

núcleo, uma série de produtos feitos de papier machê (que consiste numa massa de

papel picado e cola) como vasos, porta-retratos e porta-trecos são desenvolvidos e

possuem uma alta aceitação de clientes como escolas e lojas de decoração.

Observando essa produção como uma ótima forma de aumentar a gama de

produtos da cooperativa, o Labsol buscou desenvolver produtos que pudessem

associar o couro com objetos feitos de papel, utilizando ainda outras técnicas como o

empapelamento.

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Imagens 10 e 11: cuias de papel decoradas com couro de peixe

7.3 Ecobags

Pensando em produtos diferenciados que poderiam ser facilmente inseridos na

produção da cooperativa, umas das ideias surgidas durante as reuniões e

brainstormings com os integrantes do Labsol foi a produção de ecobags de algodão cru

decoradas com couro de peixe.

Um dos motivos dessa escolha foi o fato de que esse tipo de mercadoria é

altamente comercializável no contexto da cidade de Guarujá, e também pode ser

encontrado a baixo custo.

Utilizamo-nos de peças pequenas de bolsas feitas de algodão cru, adquiridas

em sites de compra na internet por menos de três reais por peça. Em seguida, foram

utilizados alguns dos materiais também empregados na produção de bijuterias

associados ao couro de peixe para decorar de maneira sucinta as bolsas, o que

resultou em peças agradáveis e diferenciadas.

Devido à dificuldade de impermeabilização do couro de peixe (que em contato

com água absorve muita umidade perdendo propriedades como resistência e firmeza)

a principal proposta das bolsas é a possibilidade de retirada do adorno para a lavagem

do algodão por meio da utilização de botões para fixação. Desta forma, durante a

higienização da peça, o usuário não precisa se preocupar com o contato do couro com

a água e produtos químicos. Além disso, essa fixação por meio de botões costurados

possibilidade uma maior interação entre o usuário e produto, umas vez que a mesma

bolsa pode ser decorada com diversos adornos. Isso, além de ser mais um atrativo

para possíveis compradores, ainda aumenta o valor agregado do produto.

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Imagens 12 e 13: ecobags decoradas

7.4 Luminárias

Uma das peças que os cooperados mais discutiram sobre durante a primeira

visita a Coopeg realizada pelo Labsol foi uma luminária feita de couro de salmão

associado a papeis tingidos com café. Foram apontados diversos pontos em que eles

queriam um melhoramento e depois disso os integrantes do Labsol se

comprometeram a desenvolver objetos lúmicos que atendessem as necessidades da

cooperativa.

Assim sendo, utilizamo-nos das mesmas peças cortadas de couro de peixe para

criar objetos que desempenhassem um papel interessante quando associados a luz.

Para isso, nos inspiramos em luminárias japonesas para criar esferas feitas de

empapelamento com papel de seda, que posteriormente foi coberto com um mosaico

de fragmentos com de couro de peixe, criando uma superfície uniforme.

Imagens 13 e 14: luminárias (coberturas para rechôs)

8. Resultados e Conclusão

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Apesar das atividades relacionadas à parceria do Labsol com a Coopeg ainda

não terem chegado ao fim, os resultados obtidos até agora demostraram-se muito

promissores, atingindo as expectativas depositadas.

Os membros do Labsol acreditam que suas inserções em design nos métodos

de produção e na identidade visual da cooperativa só têm a alavancar ainda mais o

sucesso que a mesma já vem adquirindo nos últimos anos.

Para o dia quinze de agosto deste ano, está agendada uma ultima visita à

cooperativa, em que serão apresentados aos artesãos tudo o que os alunos do projeto

desenvolveram. Além disso, ainda será possível a realização de workshops e oficinas

com o intuito de transmitir e praticas os novos métodos elaborados na universidade,

assegurando que nenhum detalhe seja esquecido ou que dúvidas não sejam

solucionadas.

Para o fim da pesquisa, o Labsol ainda pretende manter contato com os

cooperados, buscando informações sobre a aceitação das novas propostas no contexto

do comércio turístico da cidade de Guarujá.

9. Bibliografia

ARTESANATO, intervencoes e mercados – caminhos possíveis. Helena Sampaio

(coordenação), Eloi Znetti, Ronaldo Fraga e Adelia Borges. São Paulo: Artesol, 2077, 71

páginas.

ARTESANATO, produções e mercado. Uma via de mão dupla. Edição: Claudia

Cavalcante. São Paulo: Artesol, 2002.

BARDI, Lina Bo. Tempos de grossura: o design no impasse. Sao Paulo: Instituto

Lina Bo Bardi e P.M. Bardi, 1980.

BORGES, Adelia. Design+Artesanato. São Paulo: Terceiro Nome, 2011.

MANZINI, E.; VEZZOLI, C. O Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis. São

Paulo: USP. 2008.

SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. Sao Paulo: Fundacao Perseu

Abramo, 2002