Copa do Mundo

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Informe Fecomércio-PE |NOV/DEZ 2012 | 1 34 Com uma nova gestão municipal em 2013, o Recife espera também um novo comércio para a cidade 16 Conheça o luxuoso mercado de fitness do Recife Impresso Especial 9912266613/2010-DR/PE Fecomércio-PE ... CORREIOS ... A revista do comércio de Pernambuco | Ano I – nº 06 | Nov-Dez/2012 Como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo vão afetar o comércio de Pernambuco? Imagem: Odebrecht

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Como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo vão afetar o comércio de Pernambuco?

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Informe Fecomércio-PE |NOV/DEZ 2012 | 1

34 Com uma nova gestão municipal em 2013, o Recife espera também um novo comércio para a cidade

16 Conheça o luxuoso mercado de fitness do Recife

ImpressoEspecial

9912266613/2010-DR/PEFecomércio-PE

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A revista do comércio de Pernambuco | Ano I – nº 06 | Nov-Dez/2012

Como a Copa das Confederações e a

Copa do Mundo vão afetar o comércio de Pernambuco?

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Sede Provisória: Rua do Sossego, 264, Boa Vista, Recife, Pernambuco, CEP 50050-080Tel.: (81) 3231.5393 - Fax: (81) 3222.9498 www.fecomercio-pe.com.br e-mail: [email protected]

Presidente Josias Silva de Albuquerque

1º Vice-Presidente Frederico Penna Leal; 2º Vice-Presidente Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; 3º Vice-Presidente Alex de Oliveira da Costa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Atacadista Rudi Marcos Mag-gioni; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Varejista Joaquim de Castro Filho; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Agentes Autônomos Severino Nascimento Cunha; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio Arma-zenador José Carlos Raposo Barbosa; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Turismo e Hospitalidade Júlio Crucho Cunha; Vice-Presidente p/ Assuntos do Comércio de Serviços de Saúde José Cláudio Soares; 1º Dir.-Secretário João de Barros e Silva; 2º Dir.-Secretário José Carlos da Silva; 3º Dir.-Secretário José Stélio Soares; 1º Dir.-Tesoureiro José Lourenço Custódio da Silva; 2º Dir.-Tesoureiro Roberto Wagner Cavalcanti de Siqueira; 3ª Dir.-Tesoureira Ana Maria Caldas de Barros e Silva; Dir. p/ Assuntos Tributários Diógenes Domingos de Andrade Filho; Dir. p/ Assuntos Sindicais José Manoel de Almeida Santos; Dir. p/ Assuntos de Relações do Trabalho José Carlos de Santana; Dir. p/ Assuntos de Desenvolvimento Comercial Eduardo Melo Catão; Dir. p/ Assuntos de Crédito Michel Jean Pinheiro Wanderley; Dir. p/ Assuntos de Consumo Silvio Antonio de Vasconcelos Souza; Dir. p/ Assuntos de Turismo José Francisco da Silva; Dir. p/ Assuntos do Setor Público Milton Tavares de Melo Júnior; Dir. p/ Assuntos do Comércio Exterior Celso Jordão Cavalcanti. Conselho Fis-cal - Efetivos: João Lima Cavalcanti Filho, João Jerônimo da Silva Filho, Edilson Ferreira de Lima

Sindicatos Filiados:Sind. do Comércio de Vendedores Ambulantes do Recife, Olinda e Jaboatão - Tel.: 3224.5180 Pres. José Francisco da Silva; Sind. do Comércio Varejista de Catende, Palmares e Água Preta - Tel.: 3661.0775 Pres. Sérgio Leocádio da Silva; Sind. do Comércio de Vendedores Ambulantes de Caruaru - Tel.: 3721.5985 Pres. José Carlos da Silva; Sind. dos Lojistas no Comércio do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. Frederico Penna Leal; Sind. do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Recife - Tel.: 3221.8538 Pres. José Lourenço Custódio da Silva; Sind. do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Pernambuco - Tel.: 3231.5164 Pres. Ozeas Gomes da Silva; Sind. do Comércio Varejista dos Feirantes do Estado de Pernambuco - Tel.: 3446.3662 Pres. João Jerônimo da Silva Filho; Sind. do Comércio Varejista de Materiais Elétricos e Aparelhos Eletrodomésticos do Recife - Tel.: 3222.2416 Pres. José Stélio Soares; Sind. do Comércio Varejista de Garanhuns - Tel.: 3761.0148 Pres. João de Barros e Silva; Sind. do Comércio de Hortifrutigranjeiros, Flores e Plantas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3252.1313 Pres. Alex de Oliveira da Costa; Sind. do Comércio de Jaboatão dos Guararapes - Tel.: 3476.2666 Pres. Bernardo Peixoto dos Santos O. Sobrinho; Sind. do Comércio Varejista de Maquinismos, Ferragens e Tintas do Estado de Pernambuco - Tel.: 3221.7091 Pres. Celso Jordão Cavalcanti; Sind. do Comércio Varejista de Petrolina - Tel.: 3861.2333 Pres. Joaquim de Castro Filho; Sind. dos Lojistas do Comércio de Caruaru - Tel.: 3722.4070 Pres. Michel Jean Pinheiro Wanderley; Sind. do Comércio de Autopeças do Estado de Pernambuco - Tel.: 3471.0507 Pres. José Carlos de Santana; Sind. dos Representantes Comerciais e Empresas de Representações Comerciais de Pernambuco - Tel.: 3226.1839 Pres. Severino Nascimento Cunha; Sind. das Empresas de Comércio e Serviços do Eixo Norte - Tel.: 3371.8119 Pres. Milton Tavares de Melo Júnior

Conselho Editorial: Lucila Nastassia, Nilton Lemos, José Fernandes de Menezes, Luiz Kehrle, José Oswaldo Ramos

Coordenação-Geral/Edição: Lucila NastassiaReportagens: Kamila Nunes, Mariana Nepomuceno, Nilton Lemos, Patrícia Xavier, Tony Duda (Multi Comunicação); Tatiana Notaro e Thais QueirozCapa: André MarinhoDesign/Diagramação: André MarinhoFotos: Agência Rodrigo Moreira Revisão: Laércio Lutibergue Impressão: Gráfica Flamar Tiragem: 7.000 exemplares

INFORME FECOMÉRCIO-PEA Revista do Comércio do Estado de Pernambuco

Josias AlbuquerquePresidente do Sistema

Fecomércio/Senac/Sesc-PE

De olho na Copa

Na reportagem de capa da última edição deste ano da revista Informe Fecomércio-PE, abordamos a importância da realização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo em Pernambuco, principalmente para o comércio do Estado. A nossa maior preocupação é com a qualificação da mão de obra para receber os visitantes. Destacamos os investimentos que estão sendo feitos em São Lourenço da Mata, a criação da Cidade da Copa e da Arena Pernambuco.

Outra obra que é destaque na matéria é a nova estação de metrô e o terminal integrado Cosme e Damião, na Várzea. O secretário de Estado Ricardo Leitão é o entrevistado da reportagem e fala sobre o impacto de um evento como a Copa do Mundo para o comércio de Pernambuco e para o entorno da Arena Pernambuco e das demais obras.

Também são destaques desta edição o luxo do mercado de fitness no Recife, a importância das pesquisas de sondagem de opinião para os empresários do comércio, a chegada de novos hotéis ao Estado e o projeto de reurbanização do Bairro do Recife, com a criação do Centro de Artesanato de Pernambuco. Não poderíamos deixar de falar, especialmente nesta última edição do ano da revista, do novo Recife.

Na entrevista de Geraldo Júlio, ele fala como a nova gestão vai intensificar as vocações econômicas do Recife, como o comércio e os serviços, além dos projetos que vai desenvolver para o comércio de rua e para os ambulantes. Um novo Recife e uma nova gestão! O Banco de Alimentos do Sesc Pernambuco também faz parte desta edição da revista, com um balanço positivo de solidariedade. O Banco de Alimentos faz parte de um grande projeto social do Sesc no Estado para ajudar os menos favorecidos. Um dos trabalhos mais prazerosos da instituição.

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

6 Notas

8 Pernambuco entra na era do uso inteligente de energia

10 Comércio entra no ritmo do Carnaval

12 Carros de mais e ruas de menos

14 Economia em pauta

16 Mercado de fitness no Recife é puro luxo

20 Jurídico em pauta

22 Um porto para o turismo, a cultura e o comércio

25 Senac Pernambuco forma em massoterapia turma de cegos

33 Balanço positivo na solidariedade

34 Em 2013, um novo Recife para o comércio

40 Sesc Pernambuco participa da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

42 Tecnologia e turismo frente a frente

44 Hotéis na rota do crescimento de Pernambuco

46 Sondagens estimam cenários para o comércio

48 Tributário em pauta

26 CAPA

Na reportagem de capa, os desafios que o Estado terá que enfrentar com a vinda da Copa das Confederações e da Copa do Mundo para Pernambuco são o grande destaque. Im

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NOTAS

Com um investimento de R$ 1,6 milhões, o projeto “Porto Leve” tem como proposta a melhora do deslocamento entre os bairros de Santo Amaro e do Recife. A iniciativa é do Porto Digital, projeto de desenvolvimento econômico que foi integrado ao Sistema Integrado de Apoio à Mobilidade do Bairro do Recife Antigo. O uso das bicicletas será o mesmo aplicado nos projetos RioBike (Rio de Janeiro) e Bike Sampa (São Paulo).

O serviço é disponibilizado em um aplicativo para o celular e o ciclista deve estar cadastrado para poder utilizar as bicicletas. O cliente que não possuir um smartphone poderá ligar para um número gratuito. O custo para quem desejar utilizar o serviço é de R$ 10 por mês e as inscrições poderão ser feitas por um portal da web. O horário de funcionamento vai das 8h às 22h. Cada bicicleta estará disponível ao usuário por 30 minutos, com um intervalo de utilização do mesmo ciclista de 15 minutos. Aqueles que ultrapassarem o tempo deverão pagar uma multa de R$ 5.

Feriados geram perda na economia nacional

Alguns setores, como os de entretenimento e turismo, até comemoram os feriados, mas os dias de folga custarão à economia brasileira em 2013 uma cifra correspondente ao Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná e superior ao de toda a Região Norte. Segundo cálculo da Fundação Getulio Vargas (FGV), o peso dos feriados nacionais em dias úteis será de 3,1% no PIB de 2013 - o equivalente a R$ 166 bilhões. Em 2012, o custo dos feriados foi ainda maior. De acordo com a projeção, feita com base nas previsões do PIB brasileiro do Banco Mundial, os dias livres consumiram R$ 173 bilhões - 4% do PIB.

Qualificação profissional é a meta

Foi lançada uma parceria entre o Governo do Estado e o Sistema “S” que vai gerar aproximadamente 14 mil vagas em cursos de qualificação profissional nas mais diversas áreas. O objetivo é atingir a população de mais de 100 municípios pernambucanos. Até março de 2013, o projeto Novos Talentos, que oferece as oportunidades, receberá novidades, passando a agregar novas

vagas através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec),

do Governo Federal. O programa está na fase de verificar as demandas de

cada microrregião em Pernambuco para atender à carência de cursos profissionalizantes nos

municípios. No lançamento, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ressaltou que a parceria representa um investimento de R$ 24 milhões, sendo R$ 2 milhões aplicados a cada mês até o fim deste ano.

Projeto de aluguel de bicicletas é implantado no Recife

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Segundo BC, crescimento econômico em 2013 vai diminuir

Segundo levantamento dos analistas de mercado financeiro do Banco Central (BC) a estimativa para o crescimento da economia – Produto Interno Bruto (PIB) – em 2013 passou de 3,30% para 3,26%. Para 2012, a projeção foi mantida em 0,98%.

A estimativa para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi mantida em 34%. A expectativa para a cotação do dólar ao final do ano caiu de R$ 2,09 para R$ 2,08. A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) foi ajustada de US$ 15,22 bilhões para US$ 15 bilhões, em 2013. Para o

déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de

mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), a estimativa passou de

US$ 63 bilhões para US$ 62,1 bilhões. A expectativa

para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do

país) foi mantida em US$ 60 bilhões.

BNDES aprova financiamento para a FIAT

Um total de R$ 2,4 bilhões foi o valor aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de nova fábrica de automóveis da Fiat, em Goiana, na Zona da Mata, com capacidade para 250 mil unidades por ano. A planta irá contar ainda com uma fábrica de motores, um campo de provas e testes, um parque de fornecedores para o desenvolvimento de novos veículos e investimentos sociais na comunidade local. Estima-se que serão gerados 4,5 mil empregos diretos e 12 mil indiretos no novo polo automotivo. O governo de Pernambuco vem buscando parcerias com o Sistema S para promover a qualificação do trabalhador local e com o apoio das universidades (UPE e o Politécnico de Turim, na Itália) vai promover cursos de qualificação para atendimento às necessidades de mão de obra especializada para o polo automotivo.

A fábrica ocupará área de 3,3 milhões de metros quadrados. Já a fábrica de motores ocupará área de 50 mil metros quadrados e terá capacidade para a fabricação de 150 mil motores/ano e geração de 550 empregos diretos. Os motores serão desenvolvidos visando reduzir o consumo de combustíveis e melhorar a performance dos veículos. A fábrica será composta de linhas de montagem e uma área de testes. A expectativa é que a Fiat comece a operar no primeiro semestre de 2015.

Estado cresce acima da média nacional

Em 2010, o PIB de Pernambuco aumentou, a preços de mercado, 7,7% em volume, acima da média nacional (7,5%) e da Região Nordeste (7,2%). O PIB per capita de Pernambuco em 2010 foi de R$ 10.821,55, também acima da média regional, de R$ 9.561,41, mas ainda abaixo da média nacional, de R$ 19.766,33. Ao todo, o Nordeste ampliou sua participação na economia brasileira em 0,5 ponto percentual entre 2002 e 2010, o mesmo que o Centro-Oeste (0,5 p.p.) e ligeiramente abaixo do Norte (0,6 p.p.). Já o Sudeste e o Sul tiveram sua participação relativa reduzida em 1,3 p.p. e 0,4 p.p., respectivamente. São Paulo (-1,5 p.p.) e Rio de Janeiro (-0,8 p.p.) foram os Estados que mais recuaram.

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Em 2000, na virada do milênio, Portugal decidiu diminuir sua dependência externa em relação aos combustíveis

fósseis vindos de outros países. O governo lançou a “Estratégia Nacional de Energia”, focando em fontes de energia hidrelétrica, eólica e solar. A iniciativa colocou Portugal como líder no setor, servindo de exemplo para outros países, inclusive o Brasil. A experiência portuguesa é apontada como parâmetro de boas práticas no fomento de fontes de energia limpa pela Rede de Cidades Sustentáveis, movimento brasileiro que incentiva projetos para tornar melhor a qualidade de vida das cidades .

Pernambuco, Estado que tem obtido um crescimento econômico acima da média no País, já começa a se preparar para aliar progresso a desenvolvimento sustentável. Por isso, muitos empreendimentos locais se preocupam em planejar alternativas energéticas que possam não só diminuir custos, mas também contribuir para o incremento do uso de energias alternativas.

Um desses empreendimentos é a Arena Pernambuco, que usará energia produzida em uma usina construída em seu entorno. A usina, alimentada pela energia do Sol, possui capacidade de 1 megawatt pico (MWp) de potência instalada, o equivalente ao consumo médio de seis mil brasileiros.

A tecnologia utiliza painéis solares fotovoltaicos, que convertem a energia solar em energia elétrica. A instalação da usina solar faz parte de um projeto estratégico de pesquisa e desenvolvimento lançado em agosto de 2011 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O projeto será realizado pelas concessionárias do Grupo Neoenergia (Celpe, Coelba e Cosern) e Odebrecht Energia, com investimento total de R$ 24,5 milhões.

Um dos destaques da sede do Operador Nacional do Sistema é sua eficiência energética. A Construtora Conic, que vestiu a camisa da sustentabilidade em todos os seus projetos, desde o canteiro de obras, foi responsável pela execução da sede do Operador Nacional do Sistema, no Recife.

De acordo com Lucian Fragoso, CEO da construtora, para seguir esse conceito, o empreendimento deve ser concebido, projetado e executado visando o menor consumo de energia elétrica nos equipamentos e sistemas utilizados. “Com isso, o prédio se torna sustentável ambiental e economicamente. Um dos sistemas que mais impactam na eficiência energética é o de ar condicionado; portanto um bom projeto e especificação dos equipamentos

responderão por grande sucesso na redução do consumo e energia”, explica.

A necessidade de pensar em

fontes alternativas à energia de hidrelétricas e de combustíveis fósseis, aliada ao uso racional e eficiente da energia faz parte do debate sobre o futuro das cidades – que cada vez mais recebem um

Pernambuco entra na era do uso inteligente de energiaDa Redação

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fluxo maior de pessoas e precisam administrar de forma inteligente os bens naturais.

“Quando falamos em desenvolvimento sustentável estamos dizendo que ele só pode ser assim classificado se satisfizer as necessidades do momento atual, sem comprometer futuras gerações no atendimento também de suas necessidades. O uso sustentável de energia, há décadas, integra a pauta dos governos no mundo, pois é sustentáculo do crescimento socioeconômico. E quer seja no conceito de cidades inteligentes, ou não, jamais poderá ficar de fora das discussões sobre o futuro”, explica Mônica Mercês, especialista

em Construção Civil da Queiroz Galvão.

Cidade da Copa é planejada para sustentabilidade

O entorno da Arena Pernambuco impulsionará o surgimento de uma nova centralidade na Zona Oeste da Região Metropolitana do Recife. O principal projeto em andamento é a Cidade da Copa, contemplando espaços para moradia, trabalho, estudo e lazer. O projeto engloba uma área planejada de 240 hectares, aproximadamente 300 campos oficiais de futebol. A Cidade da Copa terá monitoramento da

segurança, gerenciamento de energia e implantação de sistemas integrados, para facilitar a rotina das pessoas que vão morar e se deslocar por lá.

O projeto prevê parques públicos, shoppings, cinemas, bares, restaurantes, hotel, unidades residenciais e um câmpus universitário.A previsão é que a Cidade da Copa receba a circulação de uma média de 100 mil pessoas, número que deve oscilar de acordo com os eventos promovidos. A área foi planejada para ser percorrida a pé ou de bicicleta, de sua região central aos diversos setores, em cerca de cinco minutos.

Informe Fecomércio-PE (IF)- Qual o diferencial do projeto pernambucano para a Copa?

Marcos Lessa (ML)- O grande diferencial de Pernambuco é que, desde o início, o Governo foi bastante estratégico na elaboração do projeto. O edital não previa apenas a construção de uma nova arena para a Copa do Mundo, mas vinculava a obra ao desenvolvimento de uma nova e planejada centralidade urbana.Quando vencemos a licitação, recebemos a missão de desenvolver também um bairro planejado ao redor do estádio. A intenção era que, em razão do grande adensamento populacional da Região Metropolitana do Recife, o investimento destinado à Copa do Mundo criasse um verdadeiro legado. Além de gerar um novo vetor de crescimento para a Zona Oeste, o projeto gerado a partir da decisão de sediar a Copa do Mundo

possibilitou o investimento de mais de R$ 1,5 bilhão em obras de mobilidade, que irão beneficiar toda a cidade e a Região Metropolitana.

IF- Qual a importância de projetos urbanísticos desse porte para as cidades onde estão sendo implantados?

ML- Em sua essência esses projetos buscam fugir do adensamento urbano e oferecer uma alternativa com mais qualidade de vida. Para mim, isso se traduz em não perder tempo no trânsito, em poder almoçar em casa, encontrar meus filhos e minha família. É viver em um ambiente harmônico. Ao descentralizar e planejar o desenvolvimento fora dos grandes centros urbanos, esses projetos favorecem esse estilo de vida e trazem uma reflexão em relação ao atual modelo urbanístico, antecipando tendências.

Diretor-presidente da Arena Pernambuco

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Entra ano e sai ano e é sempre assim: enquanto uns caem no frevo nos quatro dias de Carnaval, outros se dedicam

ao trabalho durante a folia. Isso porque são várias as pessoas que aproveitam o período da festa mais popular do País para garantir uma renda extra logo no início de 2013. O Carnaval é também uma das principais épocas do ano em que bares, hotéis, restaurantes e lanchonetes costumam faturar alto. Para isso, montam esquemas diferenciados de funcionamento, reforçam a equipe de funcionários e, em alguns casos, lançam campanhas publicitárias alusivas à folia de Momo.

Planejamento é o grande segredo para alcançar um desempenho

positivo em casos de negócios sazonais como o Carnaval. Essa é a opinião do analista de Orientação Empresarial do Sebrae em Pernambuco, Valdir Cavalcanti. “O primeiro passo é identificar uma possibilidade de negócio que se diferencie do que se repete todo ano. É preciso ser criativo e inovador. Não digo que é necessário reinventar a roda, mas sim oferecer um serviço comum de forma diferente. Depois, o ideal é elaborar um planejamento com antecedência ao período da festa. A função disso é prever os gastos e a receita que poderá ser gerada”, explica Cavalcanti.

Também é preciso planejar questões como o local onde será montado o negócio ou

comercializados os serviços. Os principais setores que geram lucros durante a folia estão ligados ao comércio de bebidas, alimentos e à prestação de serviços de transporte de passageiros e de lazer e entretenimento.

“Para que uma oportunidade se torne rentável, faz-se necessário uma organização. Por exemplo, é interessante buscar fornecedores com antecedência para buscar parcerias, negociar compras parceladas e também ter em mente uma previsão de venda. A grande característica do Carnaval é que se trata de uma festa que concentra um montante de venda em poucos dias”, completa o analista de Orientação Empresarial do Sebrae em Pernambuco, Valdir Cavalcanti.

Comércio entra

no ritmo do Carnaval

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Máscaras e fantasiasDivertidas e coloridas, as fantasias são exemplo de produtos que exigem um cálculo preciso do investimento que será feito para ele não resultar em prejuízo. A razão é simples: caso haja sobras no estoque, só haverá chance de aproveitá-las no ano seguinte. Para quem pretende comercializar máscaras, esse alerta também funciona, assim como a dica de estar atualizado em relação ao que está acontecendo no País e no mundo para oferecer personagens com que as pessoas se identifiquem no momento. Para buscar inspiração, os noticiários são uma boa fonte.

Por exemplo, um rosto que marcou bastante o imaginário das pessoas em 2012 foi o do atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, assim como os principais envolvidos no caso do mensalão, entre eles o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Certamente, será fácil encontrar máscaras inspiradas nessa trama em várias esquinas do Recife e de Olinda. A partir de sua experiência, Valdir afirma que o Sebrae costuma receber uma procura grande de

pessoas interessadas em orientações para lucrar durante o Carnaval. Pelo telefone 0800.570.0800, é possível agendar uma consulta com um dos profissionais da instituição.

No ritmo da foliaInvestindo em um horário diferenciado de funcionamento na unidade localizada no Bairro do Recife, a cafeteria Deltaexpresso é um exemplo de estabelecimento que se organiza para receber os foliões que circulam pelos polos de folia instalados na região. Para atender a quem deseja matar a sede ou a fome com uma das bebidas quentes e geladas ou com os salgados e as sobremesas do cardápio, a casa funciona das 16h às 3h durante o Carnaval.

De acordo com a diretora de marketing da rede Deltaexpresso, Karla Paes, o reforço no número de funcionários chega a quase dobrar a equipe durante o Carnaval. Além disso, os clientes que frequentam uma das unidades da loja no Recife podem completar as compras com um brinde carnavalesco: um copo de 350 ml estampado com uma ilustração que remete à festa.

“Com essa ação, queremos estimular as pessoas a não sujar

as ruas com latas nem copos descartáveis e a brincar o Carnaval com apenas esse copo, que tem um tamanho grande”, explica Karla. Ainda segundo a ela, a loja situada na Avenida Marquês de Olinda fatura durante a folia de Momo 35% a mais que nos meses normais. “Para 2013, estamos esperando alcançar um aumento na casa dos 50%”, adianta.

Impacto econômicoCom a atual crise econômica instalada na Europa, que tem atingido até países como os Estados Unidos, e a inconstante situação da economia brasileira, comerciantes e empresários podem estar se perguntando se haverá reflexos negativos no Carnaval.

De acordo com o coordenador do curso de economia da Faculdade Boa Viagem, Antônio Pessoa, a previsão é que uma maior quantidade de turistas brasileiros opte por conferir as festas carnavalescas que acontecem dentro do País em vez de partir para o exterior. “Com o preço do dólar subindo e a desvalorização do real lá fora, as pessoas que pretendiam viajar para países como a Argentina, por exemplo, tendem a aproveitar os destinos domésticos”, afirma.

O economista também observa que a proximidade da época das férias, em janeiro, com o Carnaval, que este ano será no início de fevereiro, deverá aumentar a demanda em setores como o de entretenimento e lazer. Já em relação ao preço dos principais serviços utilizados pela população durante esses períodos, Pessoa acredita que não deverá haver variações que cheguem a impactar o bolso das pessoas.

“Para 2013, estamos esperando alcançar um aumento na casa dos 50%”Karla Paes

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As cidades do interior do Estado estão cada vez mais urbanizadas; e, junto com os benefícios, vêm os

ônus do progresso. Digamos que, diante da atual seca climática – a pior das últimas décadas -, está muito mais perto de o Sertão (aliás, o Agreste) virar um mar de carros. A frota de Caruaru, maior cidade da região, já chega a 123.440 veículos emplacados, segundo dados atualizados do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran). E a estrutura da cidade não comporta tudo isso. De acordo com dados do Observatório das Metrópoles, o número de veículos nas grandes aglomerações urbanas do País cresceu, em média, 77% na última década. O problema é que a infraestrutura não melhora na mesma velocidade.

Em Garanhuns, município do Agreste do Estado, são 40.187 veículos, numa cidade com ruas insuficientes e um centro já sobrecarregado. Comerciante e presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Garanhuns, João de Barros e Silva (conhecido como João de Bolinha) sabe que, apesar de pequeno, seu município tem “problemas de cidade grande”. De acordo com ele, os problemas de mobilidade têm afetado a

qualidade de vida local e, inclusive, o desempenho dos negócios. “A gente está sem conseguir andar, o dia todo. Garanhuns tem apenas uma via principal”, descreve.

Bolinha explica que o setor de comércio de Garanhuns está confiante que o prefeito recém-eleito, Isaías Régis, possa emplacar ações para amenizar os embaraços na modalidade. Como Garanhuns é o centro econômico daquela região do Estado, tem que lidar com tráfego dos municípios vizinhos e talvez restringir a entrada desses veículos seja uma medida eficaz para desafogar as ruas, na opinião do presidente. “Caruaru já fez uma ação semelhante”, argumenta. “Não há local para estacionar e alguns comerciantes ainda marcam a vaga para eles próprios nas ruas, retirando ainda mais espaço dos clientes”, sentencia. O centro de Garanhuns ainda tem que

lidar com quatro praças de táxis, conta o comerciante. “E o último prefeito, no período eleitoral, ainda aumentou o número”, argumenta.

O comerciante narra ainda que as linhas de ônibus – que deveriam servir para melhorar a mobilidade da cidade, reduzindo o número de automóveis – passaram a circular no centro de Garanhuns e pioraram tudo. “Para completar, não há horários específicos para descarga de mercadorias no centro, como já acontece em Caruaru. Em alguns casos, fica um amontoado de produtos nas calçadas e os pedestres têm que andar na rua”, denuncia. Mas o resultado da atual desordem não é somente na qualidade de vida da cidade e acaba batendo diretamente no resultado do comércio. “Somos penalizados e vemos as vendas caírem por não haver estacionamento suficiente”, diz.

Carros de mais e ruas de menosExcesso de veículos e estruturas urbanas insuficientes geram problemas de mobilidade nas cidades do interior do Estado

Por Tatiana Notaro

“Somos penalizados e vemos as vendas

caírem por não haver estacionamento

suficiente”

João de Bolinha

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Embora Caruaru já tenha algumas medidas para organizar o trânsito e dar alguma mobilidade aos seus mais de 120 mil veículos, o comércio sente os impactos, especialmente o tradicional, que precisa dividir o espaço urbano com os carros. “A situação melhorou com a criação do Departamento Municipal de Trânsito, mas existe ainda muita dificuldade de mobilidade, principalmente em épocas de maior movimento, como dias de Feira da Sulanca e datas festivas”, comenta o presidente do Sindloja, Michel Jean. Quando indagado sobre os problemas resultantes do excesso de carros que interferem no comércio, Jean é enfático: “A falta de estacionamento e a ineficiência do transporte público na locomoção das pessoas aos centros de compras acabam afetando as vendas pela dificuldade de chegar até as lojas”.

Jean acredita que uma parceria público-privada (PPP) seria o caminho para uma solução dos problemas de mobilidade em Caruaru. “Poderiam discutir e arrumar soluções em conjunto como, por exemplo, a criação de estacionamentos”, opina. A situação se torna urgente, precisa de uma resposta ou a receita do comércio

continuará a ser afetada. “Prevemos uma maior diminuição nas vendas e afastamento dos compradores para outros locais de compras, como Toritama, Santa cruz do Capibaribe e o Recife”.

As soluções para os problemas de mobilidade de cidades pequenas são as mesmas sugeridas para as grandes metrópoles. E o alerta dos especialistas em trânsito – de que o caos acabará inviabilizando a vida e a economia nas cidades – pode acabar como regra para todas, grandes ou pequenas. Assim como em grandes conglomerados, os menores só terão ruas mais livres se investirem em um transporte público eficiente que seja atrativo a ponto de os motoristas deixarem seus carros em casa.

“Problemas com trânsito estão ocorrendo em cidades que têm população acima de 80 mil habitantes, independentemente de ser uma área metropolitana ou não”, analisa o professor da Universidade Federal de Pernambuco e engenheiro de trânsito César Cavalcanti. O cenário, na teoria, é o que se vê na prática: um número maior de veículos tenta usar uma estrutura viária que não passa por adequação. “A taxa de carros sobe a

um valor muito elevado com uma estrutura viária muito inferior”, descreve o professor.

Cavalcanti adverte que a tendência não é de melhora, e diz que é necessário modificar a forma como as pessoas se movimentam na cidade. “Isso causa reações negativas porque não há forma mais cômoda de transporte que o carro, então essa modificação é muito difícil. Se estaria pedindo à população que abrisse mão de um sistema confortável para um pouco eficiente”, analisa.

O professor diz também que, atualmente, as questões de trânsito fazem parte dos “ônus” de morar em centros urbanos e que a questão da mobilidade é proporcional ao tamanho da cidade. “A melhoria da mobilidade exige sacrifício. Considero que a dificuldade maior é a mentalidade das pessoas. O morador de São Paulo decerto está mais ciente da necessidade de mudança do que o do interior do Nordeste”.

Garanhuns pode começar seguindo algumas medidas implantadas em Caruaru, como a descentralização do comércio. “É até mais simples, já que a cidade ainda não se consolidou e tem espaço para expansão. A descentralização contribui para desatar esse nó no congestionamento”, argumenta. Por outro lado, segundo Cavalcanti, não cabe às cidades menores medidas mais enérgicas como rodízio de veículos (selecionados pelo número das placas) ou a proibição de carros de passeio pelo centro. E, por fim, o professor faz uma análise pouco otimista: “Ainda vamos chegar a um ponto muito pior do que estamos hoje”.

“A situação melhorou com a criação do Departamento

Municipal de Trânsito, mas existe ainda muita

dificuldade de mobilidade”

Michel Jean

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Desde as primeiras civilizações, a vida econômi-ca avança segundo uma tendência secular, mas apresentando, dentro dessa tendência, uma su-cessão de avanços e retardos (altos e baixos). São

os ciclos econômicos definidos como “flutuações recor-rentes e aproximadamente simultâneas em várias séries temporais”.

No âmbito do planejamento, seja na perspectiva micro ou macroeconômica, um dos grandes desafios dos analistas econômicos é justamente da previsão. A função dos que fazem previsões consiste em gerar informações sobre o futuro e em indicar se as relações atuais serão aplicáveis no futuro de curto, médio ou longo prazo.

Mediante a previsão, os tomadores de decisões econômicas pretendem obter conhecimento sobre as condições futuras de determinadas variáveis, antecipar as consequências das políticas macroeconômicas, que estão sendo adotadas e avaliar a possibilidade de visu-alizar outras alternativas. Dessa forma, a previsão não é um fim em si mesma e sua utilidade consiste na tomada de decisões. A necessidade de poder realizar previsões levou a que fossem desenvolvidas por especialistas em estatística, matemáticos e economistas novas técnicas de previsão, apoiadas em métodos estatísticos matemá-ticos1.

1 Juan Hortalá Arau. Teoria Macroeconômica, Ed. Vicens Vives, Barcelona 2010

Após a grande depressão de 1929, o aperfeiçoa-mento dos instrumentos de previsão da atividade eco-nômica tomou grande impulso, principalmente no que se refere aos ciclos curtos conjunturais como também no aprofundamento de teorias sobre os ciclos econô-micos de maior duração (Kondratieff, Kuznetz, Juglar, Schumpeter, kitchin e J. Hobson)2.

Sob a perspectiva de curto prazo, uma das mais importantes contribuições no pós-guerra foram as téc-nicas de sondagem conjuntural desenvolvidas na Ale-manha (Instituto IFO), Estados Unidos (Instituto de Gerentes de Compras, NAPM), Inglaterra (Confede-ração das Indústrias, CBI) e na França (INSEE). As pesquisas de sondagem se constituem na atualidade em valiosos instrumentos para a tomada de decisões da iniciativa privada e dos governos.

São inquéritos de natureza qualitativa que ao longo do tempo têm se mostrado capazes de fornecer indicações sobre o desempenho dos agentes econômi-cos. São muitas as informações que podem ser extraí-das de uma pesquisa de sondagem, seja em relação ao panorama macroeconômico quanto a recortes regionais ou locais. Isso torna possível antecipar mudanças de tendências e permite que as empresas se avaliem e to-mem decisões de forma mais segura.

2 C. Juglar (6 a 8 anos), J. Kitchin (40 meses), N. Kondratieff (50-60 anos) e S. Kuznets (15–20 anos).

Consultor econômico do Cepesq / Fecomé[email protected] EM PAUTA |JOSÉ FERNANDES DE MENEZES

Sondagens de opiniãoUma necessidade de previsão econômica

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No Brasil, coube à Fundação Getúlio Vargas (FGV) a realização da primeira pesquisa de sondagem conjuntural de tendência junto à indús-tria de transformação, em 1966, com periodicidade trimestral. Na década de 70, assessorados pela FGV, diversas instituições estaduais e regionais de planejamento no Brasil, como o antigo Condepe, iniciaram as pesquisas de sondagem conjuntural junto à indústria de transformação.

Ao final de 2004, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turis-mo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), através do Instituto Feco-mércio-PE, com o seu Centro de Pesquisa (Cepesq), depois de se consolidar como centro de pesquisa do varejo e dos serviços, inicia um novo ciclo de geração de informações comerciais, em colaboração com o Sebrae-PE, ten-do sido implementada a Sondagem de Opinião dos Empresários da RMR.

Tratava-se de um estudo de natureza qualitativa relativo às festivida-des de final de ano e expectativas para o ano seguinte. Ainda em 2005, foi introduzida a pesquisa em outra data comemorativa (Dia dos Pais) e um novo projeto de sondagem de opinião que, a partir de então, passaria a in-cluir os consumidores. Nos anos subsequentes, obedecendo a uma política de interiorização das ações, a federação passou a realizar pesquisas nas cida-des de Caruaru, Garanhuns, Petrolina, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Vitória de Santo Antão.

Além das datas comemorativas, foram sendo aperfeiçoadas e incor-poradas aos indicadores quantitativos pesquisas sobre temas especiais de grande importância para o varejo (mobilidade urbana, hospitalidade e lazer, a questão do material inadequado de Santa Cruz do Capibaribe, endivida-mento do consumidor, juros, compra de bens duráveis, uso do 13º e merca-do de trabalho).

Rua Dr. Manoel Borba, 68, Centro,

Garanhuns, Pernambuco,

CEP: 55.295-020

Tel./Fax: (81) 3761.0148

E-mail: [email protected]

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Surpreender o público. É isso que desejam as academias que compõem o mercado atual de fitness

do Recife. Atualmente, não são oferecidas apenas salas de ginástica e aparelhos de musculação, organizados aleatoriamente. Há uma disposição correta dos equipamentos, controlando o calor, o som e o próprio exercício. A partir dessa proposta, surge o Clube 17, um clube de exercícios e atividades de lazer recém-inaugurado na cidade.

Não só de ginástica se faz o Clube 17, que oferece também pista de cooper, campo de futebol society, parque de arvorismo e até restaurante. Segundo Roberto Sales, um dos fundadores do

clube, a ideia surgiu pelo fato de que hoje está muito difundido o cuidado com a saúde, mas as pessoas sempre têm uma desculpa para abandonar ou mesmo nem ter esse hábito saudável. “Chegamos para eliminar qualquer desculpa. A diversidade de atividades quer agradar toda a família”, comenta.

O grande diferencial do espaço é o parque de arvorismo, onde a criançada e os adultos também podem optar entre as mais diversas atividades: escalada, tirolesa, circuito de arvorismo e descida de rapel. Além do espaço verde, o clube conta com a academia, que está dividida em três pisos: no primeiro, fica localizada a musculação e aparelhos para trabalho funcional; no segundo,

estão os aparelhos ergométricos, como esteiras e bicicletas, além da parte de ginástica e lutas; e por último, no terceiro piso, fica a parte “zen” da academia, com aulas de Pilates e Yoga. Todos os pisos contam com banheiros e no último, há uma sauna e sala de relaxamento.

Para o consultor de mercado de fitness, Daniel Albuquerque, o mercado no Brasil está em expansão e já ocupa o segundo lugar no ranking mundial de academias. O mercado no Recife aposta na inovação dos serviços prestados para atingir um público tido como potencial, mas que ainda não frequenta academias. “Entre os grandes diferenciais estão a flexibilidade de horário,

Mercado de fitness no Recifeé puro luxo

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professores sempre à disposição nos horários de preferência do cliente e o acompanhamento e monitoramento da evolução do aluno de acordo com suas prioridades. O mercado também oferece aulas diferenciadas”, explica.

Com a chegada do verão, o especialista alerta que as academias começam a receber ainda mais alunos dispostos a intensificar os exercícios. “É registrado aumento de público de 15% a 20% nos espaços destinados a atividades físicas. As academias buscam, então, inovações para suprir a demanda e reter estes novos clientes”, comenta. Logo se vê que todo o investimento das academias não será em vão.

Nesse sentido, o segmento de luxo vem crescendo a cada ano no cenário brasileiro. O mercado brasileiro de academias, no total, faturou em 2010 mais de US$ 1 milhão, de acordo com dados divulgados pela IHRSA, The

International Health, Racquet & Sportsclub Association, principal fonte internacional de informação do setor.

Com a crescente ascensão das classes sociais, surge um novo nicho de mercado focado em qualidade de vida. “Hoje, grande parte dos consumidores do mercado de luxo percebeu que a atividade física não está apenas ligada à estética, mas também à qualidade de vida,

e por isso investe com prazer em academia”, conta.

A obsessão por detalhes, forte característica do negócio de luxo, vem servindo de inspiração para as academias de menor porte, que vêm se adaptando a essa nova realidade de mercado. “Hoje, podemos encontrar academias de bairro totalmente climatizadas, e oferecendo produtos exclusivos aos seus clientes”, observa.

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Informe Fecomércio-PE (IF)- Como está posicionada a Cia Athletica no mercado?

Richard Bilton (RB)- A rede oferece unidades completas, de alto padrão, devidamente preparadas para atender do bebê ao bisavô. A estratégia do grupo é crescer de forma consistente, abrindo uma unidade por ano, todas com metragens a partir de 3 mil metros quadrados de área construída. Essa decisão tem por objetivo se manter fiel ao perfil de excelência que a rede sempre praticou, com profissionais altamente capacitados e em quantidade suficiente para que todos os alunos tenham atendimento dentro do padrão considerado essencial. E o grupo tem crescido dentro dessa filosofia, tanto que vem expandindo permanentemente o número de unidades espalhadas pelo Brasil.

ENTREVISTA| RICHARD BILTON

Conforto e comodidade: Cia Athletica traz formato de sucesso para o Recife

Com 27 anos de mercado, a rede de academias Cia Athletica, referência no Brasil, acaba de inaugurar no Recife sua primeira unidade no Nordeste. Para o presidente do grupo, Richard Bilton, por ser a primeira academia do Recife dentro de um shopping center, a Cia Athletica trará conforto, comodidade e segurança aos recifenses. Confira nessa entrevista as expectativas de Bilton em relação ao mercado local.

IF- Como você vê o mercado de academias de ginástica hoje no Brasil? E no Recife? Como se diferenciar?

RB- O Brasil é hoje o segundo mercado mundial em número de academias, só perdendo para os EUA. Mesmo assim, o país ainda está muito distante do que se vê lá fora, pois aqui apenas 3,5% da população paga academia, índice que nos EUA é de em média 16% e na Europa 8%. Só recentemente o Brasil desenvolveu uma apuração metódica e bem fundamentada do número real de academias existentes no país, chegando a um número muito superior ao conhecido até então, já que os levantamentos anteriores eram feitos de forma absolutamente empírica.

A realidade no Recife não é muito diferente da apresentada no Brasil.

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Assim como nas outras grandes cidades brasileiras, o número de academias tem crescido na capital pernambucana. Porém, acredito que há uma carência na região de academias no estilo da Cia Athletica. Seremos a primeira academia do Recife dentro de shopping center, o que levará muito mais conforto, comodidade e segurança aos alunos.

IF- O que vocês pretenderam trazer para o Recife junto com a academia? Qual a novidade que a empresa traz para o mercado recifense e o que os clientes daqui podem esperar?

RB- A Cia Athletica é a única rede de academias com ISO 9001:2008 e a única a obter a certificação da MFA - Medical Fitness Association, concedida apenas às academias que atendem a padrões e itens obrigatórios relacionados à integração médica e a continuidade dos cuidados a alunos com disfunções ou patologias ligadas ao estilo de vida sedentário.

Outra exclusividade da rede é o plano de preparação física criada pelo ex-jogador de futebol Raí. O Raí Training, metodologia desenvolvida pelo atleta em parceria com Carlinhos Neves, preparador físico da seleção brasileira, e a equipe técnica da Cia. Athletica,

que tem como base o futebol para criar uma nova modalidade de exercícios. O investimento no novo produto, o maior feito em metodologia de preparação física criada no Brasil, foi de mais de R$ 3 milhões.

Importante destacar também que seremos a única academia completa de Recife, com atividades aquáticas e terrestres, um super atendimento a toda a família num único local, com

infraestruturas incríveis e completas da academia e do RioMar Shopping. Inclusive há a comodidade do estacionamento gratuito para os alunos enquanto treinam, ou seja, contam com toda a comodidade possível. Com o trânsito hoje existente nas grandes cidades poder resolver tudo num único local é outra grande vantagem, o aluno pode no mesmo local em que treina ir ao cinema, fazer compras, almoçar ou jantar com a família ou amigos.

IF- A Cia Athletica é considerada uma academia de luxo, segmento que tem crescido muito nos últimos anos. Até que ponto você acredita que esse fato possa atrair o público? Afinal, hoje, o investimento em academias é o investimento na qualidade de vida, não apenas na estética, concorda?

RB- O fato de ser considerada uma academia de luxo até pode atrair mais o público, mas consideramos a busca pela saúde e bem-estar o principal motivo. Concordo com você. As pessoas devem buscar qualidade de vida e, claro, se sentirem bem quando se olham no espelho. Isso não significa que ela tenha de seguir um estereótipo de beleza, pois nem sempre é saudável. Fo

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JURÍDICO EM PAUTA| JOSÉ ALMEIDA DE QUEIROZConsultor da presidência do Sistema Fecomé[email protected]

Atualmente, há uma demanda maciça de pedidos levados ao Judiciário relacionados ao que se denomina “tempo em fila de banco”. As petições iniciais nesses tipos de ações, quase

sempre protocoladas nos Juizados Especiais Cíveis, vêm demonstrando fatos de usuários reclamando acerca do tempo que aguardaram por atendimento em estabelecimento bancário.

Normalmente, os autores requerem indenização por danos morais por terem esperado mais do que o tempo máximo definido em legislações municipais ou estaduais que regulamentam a questão, as quais, em re-gra, trazem a cominação de multa/indenização no caso de descumprimento do preceito. Ocorre que, apesar das boas intenções dos diplomas legais em regular a referida questão, é de bom alvitre uma maior e mais detida aná-lise dessas leis no que tange à (im) possibilidade fática de regulamentação do tempo de espera em filas, bem como a possível contrariedade a normas dispostas na Constituição Federal de 1988, o que se passa a fazer.

Na concepção do advogado Vitor Gonçalves Ma-chado, nem tudo que existe no mundo fático pode ser regulado pelo mundo jurídico. Em se tratando das “fi-las para espera de atendimento em agências bancárias”, percebe-se que a questão encontra igualmente limites de ordem fática. A razão de se sustentar a impossibilida-

de de fixação de tempo máximo para espera em filas (ou em outros sistemas de espera) é, de acordo com José Afonso da Silva, vislumbrada principalmente pela com-binação de dois elementos, a saber:

• a capacidade máxima de atendimento, defi-nida por questões físicas e estruturais, seja na fila de uma agência bancária, seja na espera após a distribuição de senhas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou, ainda, seja na espera para ser atendido via telefone em serviços de atendimento ao consumidor; e b) o fato de que consumidores são aquilo que se costuma chamar – no âmbito da ma-temática – de objeto dinâmico, podendo di-zer, por sua vez, que clientela é um sistema aberto. Seguindo esse entendimento, logo se percebe ser praticamente impossível prever o que cada cliente pretende fazer na agência bancária e quanto tempo ele levará para resol-ver suas demandas e realizar com êxito suas operações financeiras.

• Através da Lei nº. 17.825, de 21 de abril de 2012, o prefeito da cidade do Recife san-cionou a aludida lei, disciplinando o tempo

Filas para atendimento

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máximo de espera em estabelecimentos co-merciais que operam no comércio varejista de gêneros alimentícios e similares, conforme disposição que passamos a elencar: Art. 1° - Os supermercados, hipermercados e estabele-cimentos congêneres situados no município do Recife ficam obrigados a prestar em seus caixas atendimento dentro do tempo máximo de espera estabelecido nesta Lei. Art. 2° - Fica estabelecido em até 20 minutos o tempo má-ximo de espera dos consumidores nas filas de atendimento em todos os caixas dos estabele-cimentos mencionados no Art. 1º desta Lei. Parágrafo único - Para efeito do controle de tempo de espera até o atendimento dos cai-xas, os estabelecimentos fornecerão bilhetes ou senhas onde constarão, impressos o horá-rio de início da espera e o atendimento nos caixas. Art. 3° - Aos infratores desta lei serão aplicadas as seguintes penalidades: I - Adver-

tência na primeira ocorrência; II - multa de 5 (cinco) a 15 (quinze) salários mínimos atuali-zados na primeira reincidência; III - multa de 20 a 30 salários mínimos na segunda reinci-dência; IV - multa de 40 salários mínimos na terceira reincidência; V - suspensão do alvará de funcionamento, por um ano, após a quarta reincidência. § 1° - Considera-se reincidência para fins da presente lei a constatação de nova infração no prazo de até três meses, contados da lavratura do último auto de infração. § 2° - Para a aplicação das sanções de multa pre-vista nesta lei, considerar-se-á a gravidade da lesão, a capacidade econômica do infrator, as-sim como os antecedentes deste. Art. 4° - Os supermercados, hipermercados e estabeleci-mentos congêneres deverão no prazo de 120 dias, contados da publicação desta lei, tomar as medidas necessárias a seu fiel cumpri-mento. A partir de 20 de janeiro de 2013, as empresas que operam nos ramos comerciais constantes da citada lei serão obrigadas a ado-tar os procedimentos e exigências contidas no diploma legal, sob pena de sofrerem sanções pelo seu descumprimento.

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O comércio do Bairro do Recife dá os primeiros passos para entrar em uma nova fase. A

cidade segue o caminho das reintegrações bem-sucedidas da zona portuária da Estação das Docas, em Belém, no Pará, e no Puerto Madero, em Buenos Aires. Na capital de Pernambuco, o projeto de reurbanização ganha o nome de Porto Novo.

O Bairro do Recife e o Cais de Santa Rita são os principais alvos do projeto que fará com

Um porto para o turismo, a cultura e o comércio

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que prédios que estavam sem uso passem a movimentar a economia da região, oferecendo também opções de cultura e lazer. Os recifenses e os turistas já podem conferir uma parte do projeto, o Centro de Artesanato de Pernambuco, inaugurado em setembro de 2012, no Marco Zero da cidade (existe outro centro no Agreste do Estado, em Bezerros). A obra que contempla parte dos armazéns do entorno foi iniciada em outubro, com a demolição do antigo prédio da Conab.

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O Porto do Recife, uma empresa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo de Pernambuco, lidera o projeto Porto Novo. A obra e a operacionalização dos armazéns 9, 12,13,14,15,16 e 17 serão executadas pela iniciativa privada. O arrendamento foi concedido por licitação, vencida pela Sociedade de Propósito Específico (SPE) Porto Novo Recife, controlada pelo Grupo Excelsior e em negociação com mais três novos sócios. O arrendamento da área de 32.341 metros quadrados é válido por 25 anos, prorrogáveis por mais 25. O Porto do Recife terá uma receita mensal de R$ 85,3 mil do arrendamento e 2,71% de participação no faturamento dos negócios.

De acordo com a diretora-presidente do Porto do Recife, Marta Kümmer, o principal conceito do Porto Novo é tornar as áreas não operacionais do local em áreas rentáveis, ao mesmo tempo que devolve à cidade um espaço de beleza cenográfica e participa de forma mais proativa da reurbanização do Bairro do Recife. “O Porto do Recife tem uma relação muito próxima com a cidade. A cidade nasceu a partir do seu porto e o porto serviu de instrumento para o desenvolvimento do Estado e de toda a região”. Segundo Marta, as grandes dimensões dos navios diminuíram a operacionalidade do Porto do Recife.

Porém, além de novos empreendimentos, os comerciantes da região pedem planejamento para agregar à área projetos residenciais. “Um lugar que é somente um polo turístico não funciona aqui nem em nenhum outro lugar do mundo. Puerto Madero, na Argentina, por exemplo, dispõe de pessoas morando lá. A movimentação só vai deixar de ser perene quando houver pessoas habitando o bairro”, aponta Pedro Berinson, um dos sócios do restaurante Bistrô e Boteco. O espaço fica ao lado do Centro de Artesanato de Pernambuco, aberto ao público no mesmo período. Mesmo assim, a expectativa é que a inauguração do Porto Novo permita uma retomada do desenvolvimento econômico da localidade.

Quem passeia pelo Bairro do Recife aos domingos inclui no roteiro o Centro de Artesanato de Pernambuco, instalado no Armazém 11, ao lado do Marco Zero. O espaço recebeu R$ 6,5 milhões de investimento e possui uma área construída de 2.511 m². O centro oferece para comercialização e exposição 16 mil peças de 500 artesãos de Pernambuco, auditório climatizado com 120 lugares e área de exposições, além de um Centro de Atendimento ao Turista.

A loja ocupa 1.000 m² e é dividida em sete setores: mestres, suvenires, artesanato contemporâneo, cestaria, têxtil, trabalhos manuais e brinquedos populares. Logo na entrada, o visitante é recepcionado por peças de importantes mestres artesãos pernambucanos, como Manoel Eudócio, Nuca, Ana das Carrancas, Lula Vassoureiro, Marliete, Roberto Vital, Fida, Thiago Amorim, Nado, Miro, José Veríssimo, Luiz Benício, J. Borges, Nicola, entre tantos outros.

Consultores de venda bilíngues foram treinados para melhor atender os turistas. Os atendentes dominam quatro línguas: inglês, espanhol, francês e italiano. Principais contatos com

os visitantes e possíveis clientes, eles receberam uma farda caprichada, criada pelo estilista pernambucano Melk Zda, em parceria com o grupo Mulheres de Argila, formado por artesãs do Alto do Moura, Caruaru.

O Centro conta com uma galeria de arte para exposições temporárias, coordenada pela Secretaria de Cultura do Estado. Uma mostra permanente com peças premiadas da Galeria de Reciclados e Salão de Arte Popular da Fenearte, desde 2007, também pode ser conferida no local.

O diretor de Promoção da Economia Criativa da AD Diper, Roberto Lessa, conta que, além da comercialização, o centro estimula a economia pernambucana e valoriza o trabalho dos artesãos e artistas populares locais. “O Centro de Artesanato fortalece a cadeia produtiva do artesanato no Estado e permite contato direto entre artesãos e público sem atravessadores. Desde a abertura até agora, já comercializamos mais de 10 mil peças das 16 mil. Além disso, o local preserva a cultura da tradição artesanal e é um importante equipamento de turismo para o Recife e para Pernambuco.”

Centro de Artesanato incentiva comércio de arte popular

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Informe Fecomércio-PE (IF)- Quais os benefícios do projeto Porto Novo para o comércio do Bairro do Recife?

Marta Kümmer (MK)- Ao falarmos em comércio, é importante lembrar que o Recife nasceu a partir do seu porto e o porto é uma grande infraestrutura voltada ao comércio nacional e internacional. Ao Norte da Praça do Marco Zero, o Porto Novo dá mostras de como vai incrementar e estimular o comércio do Bairro do Recife, desde a abertura do Centro de Artesanato de Pernambuco. O Centro de Artesanato já é um atrativo para os recifenses e visitantes, que vão ao bairro tendo como principal estímulo a visita ao centro de artesanato. O número de interessados será maior com a entrega para a população do Cais do Sertão Luiz Gonzaga e liberação de todos os seus atrativos – entre eles o entorno urbano, totalmente adequado ao passeio ao ar livre.

IF- Que novas atividades vão ser desenvolvidas na localidade após a conclusão das obras?

MK- Ao Sul da Praça do Marco, quando concluídos os investimentos, teremos mais e diferentes atividades responsáveis pela atração de pessoas: escritórios, restaurantes, bares, grandes equipamentos de entretenimento e uma variedade de pontos comerciais, além de hotel, uma marina internacional e um centro de convenções. Esses novos prédios e estabelecimentos vão fazer parte do Bairro do Recife que, por si só, já respondem por uma grande variedade de atividades, como os prédios do Poder Judiciário, a própria prefeitura, o Porto Digital, nosso conjunto arquitetônico histórico, que possuem dinâmica própria e devem ter seus negócios revigorados pelo perfil dos novos investimentos que estão sendo feitos pelo Porto do Recife.

Diretora-presidente do Porto do Recife

ENTREVISTA |MARTA KÜMMER

IF- Além dos empreendimentos previstos nos armazéns, que outra novidade traz melhorias para o turismo e também para as vendas no Bairro do Recife?

MK- O Terminal de Passageiros de Pernambuco com a Sala Pernambuco deverá mudar a forma como os passageiros dos cruzeiros interagem com a cidade – a partir do Bairro do Recife. Atualmente, eles embarcam em ônibus com uma programação de visitações já agendada ou ficam no navio. Com a infraestrutura do Terminal de Passageiros, os visitantes e mesmo aqueles cidadãos de outras cidades que embarcam no Recife terão diferentes atrações a poucos passos do terminal. Vale lembrar que, cada navio, representa um trânsito de mil pessoas pelo menos. Navios maiores podem colocar em trânsito por um dia na cidade até mesmo três mil pessoas. Todos os turistas com o único objetivo de ver a cidade, visitar nossas atrações, conhecer nossa gastronomia, comprar lembranças das experiências.

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Driblando a dificuldade de inserção no mercado de trabalho e o preconceito, 21 pessoas com

deficiência visual formaram-se massoterapeutas pelo Senac Pernambuco, em dezembro. Em parceria com o Instituto dos Cegos Antônio Pessoa Queiroz (Iapq), esse é o primeiro curso de capacitação na área voltada para a pessoa com deficiência visual.

A ação faz parte do Programa Senac Acessibilidade (PSA), que é voltado para capacitação e reingresso de pessoas portadoras de deficiência. O curso, coordenado e gerenciado pela Unidade de Imagem Pessoal (UIP), teve duração de cinco meses com carga horária de 360 horas, sendo quatro horas-aula semanais, com unidades temáticas sobre assuntos referentes a ética, anatomia e fisiologia humana e técnicas de massagens ocidentais e orientais.

As aulas teóricas utilizaram materiais didáticos em braille, letra ampliada e um software de leitura em áudio. Já as práticas utilizaram a estimulação tátil e auditiva. Além disso, os alunos participaram de palestras e ações externas de atendimento em eventos, como o projeto Colmeia, que aconteceu no pátio da Basílica do Carmo, no Recife, em novembro.

Para a Irmã Graça, diretora do Instituto, os alunos já terem realizado atendimento antes mesmo de concluir o curso mostra o quanto ele foi bom e proveitoso. “Os alunos se empolgaram. Foi um sucesso! Nenhum aluno abandonou o curso”, conta. Ela ressalta ainda o empenho dos professores. Esse reconhecimento pelo serviço do Senac veio em forma de homenagem ao presidente do Sistema Fecomércio. A sala de massoterapia do instituto leva o nome do professor Josias Albuquerque.

O instrutor do curso, Danilo Borba, explica que o maior desafio encontrado foi o de adaptar as metodologias pedagógicas às necessidades dos alunos. E a receita para o sucesso foi a criatividade.

Priscilla Auxiliadora tem baixa visão e foi uma das alunas. “O curso mostrou que eu sou capaz. Não somos inválidos para o mercado de trabalho. Estamos aí”, comemora. Já José Alberdam, que tem glaucoma há 19 anos, acredita que o curso ofereceu capacitação de uma forma especial. “A didática foi bem elaborada e os professores, mesmo sem nunca terem trabalhado com pessoas com deficiência, conseguiram agradar”, explica.

Alguns alunos desse curso serão contratados em 2013 pela Santa Casa de Misericórdia para oferecer o serviço de massoterapia no instituto. No ano que vem, mais duas turmas serão organizadas pelo Senac. Serão mais 40 alunos com essa formação.

Senac Pernambuco forma em massoterapia turma de cegos

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Mais um gol para o comércio pernambucanoPor Nilton Lemos

Depois de muito trabalho e esforço, Pernambuco conseguiu cravar seu nome entre os estados que irão receber jogos da Copa do Mundo de 2014 e também jogos da

Copa das Confederações em 2013. Todos sabem da importância e impacto que eventos desse porte tem para um estado ou país, mas qual será a influencia dos jogos para o comércio pernambucano? Será que todos os setores irão ganhar? “Os efeitos de longo prazo do evento em si recairão no setor de serviços, principalmente aos ligados ao turismo. Nos próximos dois anos a exposição do Estado e da Cidade do Recife crescerá tanto no Brasil quanto no Exterior”, explica o coordenador do curso de economia da FBV, Antônio Pessoa.

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Muito se especula sobre os efeitos desses eventos na nossa economia, mas a opinião dos economistas é sobre a dificuldade de mensurar esse impacto após os jogos de 2014. “Sem dúvida o evento ajudará a inserir o Recife na rota de uma série de empresas que enviarão profissionais para cá, num momento em que nosso parque industrial está se ampliando e gerando novas oportunidades, conjuntamente ao próprio setor de serviços”, completa Pessoa, ressaltando a importância da preocupação do Governo e empresários em aproveitarem bem essa “onda”. A dica do economista é a realização de rodadas de negócios, focando nas potencialidades do Estado e que tenham esses eventos como eixo principal.

Segundo o governo do Estado a expectativa em um primeiro momento é a existência de um processo de adensamento populacional no oeste da Região Metropolitana do Recife, em decorrência da construção da Arena Pernambuco e da Cidade da

Copa. Efeito similar ao que acontece na região Norte de Pernambuco (com a chegada da Fiat) e na região Sul (Complexo Industrial e Portuário de Suape).

“Ainda não existe uma estimativa exata do valor que a Copa do Mundo vai gerar para o comércio nem para o entorno das obras no Estado. O que se sabe é o valor total do investimento no projeto Pernambuco na Copa: até 2014, os investimentos públicos somarão R$ 2,1 bilhões, um valor sem precedentes na história do Estado. Desse total, R$ 532 milhões são para a Arena Pernambuco”, afirma Ricardo Leitão, secretário extraordinário da Copa de 2014 em Pernambuco. O valor voltado para a infraestrutura da Copa das Confederações de 2013 é de R$ 710,3 milhões, enquanto que, para a infraestrutura da Copa do Mundo de 2014, serão R$ 883,3 milhões.

Outra preocupação é com a qualificação da mão de obra para receber os visitantes que chegam antes

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e durante os eventos. Segundo informações da Secretaria de Trabalho e Qualificação, atualmente o Estado está realizando um levantamento para identificar as necessidades de cursos para atender esta demanda. A expectativa é que um dos setores que mais necessitem cuidados seja o de serviços e comércio, com cursos preparatórios com foco no empreendedor autônomo ou individual. Já no que diz respeito ao turismo, o maior destaque será para hotelaria, atendimento e alimentação.

CIDADE DA COPA – Além da nossa já tão falada Arena Pernambuco, a região de São Lourenço da Mata irá ganhar um grande complexo formado por milhares de casas e apartamentos, centenas de escritórios, shopping, restaurantes e bares, cinema, hotéis, centro de convenções, além de uma arena indoor e ginásio para 15 mil pessoas. Toda essa estrutura está sendo

erguida dentro de um projeto de desenvolvimento para a região em uma área de 240 hectares. Quem está a frente do negócio é o Consórcio Arena Pernambuco Negócios, na verdade composto por duas empresas do grupo Odebrecht, que buscou AEG World Wide, empresa americana com know how na área de música, esportes e entretenimento, um parceiro com expertise nessa área de atuação.

O primeiro grande ponto da obra foi em agosto do ano passado com a apresentação do plano de ocupação da Cidade da Copa (masterplan). Depois foi estabelecido um cronograma de trabalho dividido nas áreas de lazer, educação, trabalho e moradia. Segundo dados da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) a primeira fase receberá R$ 1,332 bilhão em investimentos. Desse total, R$ 532 milhões serão investidos diretamente na Arena Pernambuco. Já

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A Cidade da Copa em NúmerosTamanho - 240 hectares (semelhante a 300 campos oficiais de futebol)

Circulação de pessoas - A previsão é de uma média de 100 mil pessoas dependendo dos eventos que irão acontecer no local

Investimentos - R$ 1,332 bilhão na primeira fase (R$ 532 milhões para a Arena Pernambuco e R$ 800 milhões nas primeiras obras - área de comércio, lazer e alimentação, um hotel e um campus universitário)

A Arena Pernambuco em númerosPrevisão de entrega – Fevereiro de 2013Orçamento – R$ 532 milhõesCapacidade – 46 mil pessoas

os outros R$ 800 milhões serão investimentos da Odebrecht num primeiro conjunto de obras dentro de 72 mil m2 para uma área de comércio, lazer e alimentação, um hotel de 300 quartos e um campus educacional. Das quatro fases, a última tem previsão de ser iniciada em 2025.

A previsão é que uma média de 100 mil pessoas circulem pela cidade, variando de acordo com os eventos promovidos. Com eficientes sistemas de segurança, mobilidade e infraestrutura, toda a área foi planejada para ser percorrida a pé ou de bicicleta, de sua região central aos diversos setores, em cerca de cinco minutos.

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Com a criação da Cidade da Copa e da Arena Pernambuco, uma série de obras tiveram que ser planejadas e executadas visando a melhoria da mobilidade na região. Entre as novidades estão a Radial da Copa, que é uma via de 6,3 km, ligando a BR 408 à Avenida Belmiro Correia, em Camaragibe. O corredor viário terá três faixas de rolamento em cada sentido, além de uma faixa exclusiva para ônibus e ciclovia. A obra está orçada em R$ 131 milhões e com estimativa de ser entregue em fevereiro de 2013.

Outra obra que faz parte das melhorias é a nova estação de metrô e terminal integrado Cosme e Damião, na Várzea, e que vai ficar a apenas 1,5 km da Arena. Estes empreendimentos estão orçados em R$ 25,4 milhões e com previsão de entrega também para fevereiro. Por fim, está sendo feita a duplicação da BR 408 e a criação de um viaduto sobre a rodovia. Ao todo são 41 km duplicados, entre a BR 232, no Recife, e a cidade de Carpina, na Mata Norte. O investimento da duplicação é de R$ 115 milhões e o viaduto custará R$ 24,5 milhões.

Novo projeto viário chega também

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Informe Fecomércio-PE (IF)- Qual o impacto de um evento como a Copa do Mundo para o comércio no Estado e principalmente para o entorno da Arena Pernambuco e das demais obras? Vocês teriam um valor referente a esse impacto?

Ricardo Leitão (RL)- Com a construção da Arena Pernambuco e da Cidade da Copa, haverá um processo de adensamento populacional no oeste da Região Metropolitana do Recife, em decorrência dessas grandes construções. Esse efeito já acontece na parte norte da região, devido à implantação da fábrica da Fiat, assim como também ocorre na parte sul metropolitana, devido ao Complexo Industrial e Portuário de Suape. Ainda não existe uma estimativa exata do valor que a Copa do Mundo vai gerar para o comércio nem para o entorno das obras no Estado. O que se sabe é o valor total do investimento no projeto Pernambuco na Copa: até 2014, os investimentos públicos somarão R$ 2,1 bilhões, um valor sem precedentes na história do Estado. Desse total, R$ 532 milhões são para a Arena Pernambuco. O valor voltado para a infraestrutura da Copa das Confederações de 2013 é de R$ 710,3 milhões, enquanto que para a infraestrutura da Copa do Mundo de 2014 serão R$ 883,3 milhões.

IF- E no quesito arrecadação no Estado, também existe um grande ganho?

RL- O Governo do Estado ainda está iniciando estudos para saber esse dado específico. Por enquanto, essa informação ainda não está disponível.

IF- Quais são os setores que mais podem se beneficiar das obras pré-evento e quais os setores mais beneficiados com o pós-evento?

RL- Na parte pré-evento, o destaque será no setor da construção civil, devido à grande demanda de obras que vem surgindo na cidade para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Durante as competições, o setor de serviços (transporte, comércio, alimentação e alojamento) provavelmente terá um maior engajamento, porém o de turismo é o que mais se destacará. Com relação ao pós-evento, o legado social da Copa do Mundo em Pernambuco

ENTREVISTA | RICARDO LEITÃOSecretário Extraordinário da Copa de 2014 em Pernambuco

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abrange o fortalecimento da imagem institucional do Estado; a aceleração da modernização urbana; a promoção e qualificação de produtos e serviços; a profissionalização de projetos esportivos; o desenvolvimento da área de turismo, além da atração de novos empreendimentos. Ou seja, sediar o Mundial contribuirá decisivamente para o avanço do desenvolvimento econômico e social do Estado, assegurando aos pernambucanos benefícios que ultrapassam largamente o período dos jogos. A arena, juntamente com a Cidade da Copa – projeto imobiliário onde o estádio se localiza – vai ainda consolidar um vetor de crescimento no oeste da Região Metropolitana do Recife, contribuindo para a desconcentração populacional em torno da capital pernambucana.

IF - Na área de serviço, quais as áreas que irão ganhar mais?

RL - O turismo será um dos setores que mais receberá benefícios durante e depois da Copa do Mundo. Unido a ele, está o setor de serviços, que está ligado diretamente ao consumo e é o setor que mais pesa no PIB do Estado de Pernambuco. Somente esse setor contribuiu 73,2% do Valor Adicional Bruto (VAB) do PIB do Estado.

IF - Como está a capacitação de mão de obra para fazer um bom papel durante o evento?

RL - Segundo informações da Secretaria de Trabalho e Qualificação, atualmente o Estado está em processo de levantamento e estudos para identificar quais os cursos

que devem atender às demandas da Copa do Mundo. Sabe-se que o setor que terá um maior atendimento com cursos preparatórios será o de serviços e comércio, inclusive com foco no empreendedor autônomo ou individual. Dentro da área de serviços, o maior destaque será para hotelaria, atendimento e alimentação.

IF - Quais as estratégias de infraestrutura e mobilidade que estão sendo pensadas para a Copa e que depois serão benefícios para os pernambucanos?

RL - O novo sistema viário inclui implantação e duplicação de rodovias, junto à extensão do serviço de metrô, tendo por objetivo principal conectar o sistema existente ao oeste da Região Metropolitana do Recife, onde se localiza a Arena Pernambuco. No entorno imediato da arena, estão sendo realizadas seis obras: a duplicação da BR-408, viadutos da BR-408, Terminal Integrado do TIP, a Estação Cosme e Damião do metrô, o Terminal Integrado Cosme e Damião, o Terminal Integrado do TIP e o Ramal Cidade da Copa. As duas primeiras serão entregues neste ano, e as demais estão com prazo máximo para fevereiro de 2013. Até a Copa das Confederações, o Governo do Estado irá entregar mais cinco obras: os viadutos na PE-15, o Terminal Marítimo de Passageiros e a passarela do Aeroporto Internacional do Recife. Já para a Copa do Mundo, estão em desenvolvimento outras obras igualmente importantes, como o Corredor Norte-Sul, o Corredor Leste-Oeste, o Centro de Comando e Controle Integrado e a Via Mangue.

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Combater o desperdício de alimentos e minimizar os efeitos da fome e desnutrição. Esse é o

principal pilar do Banco de Alimentos, iniciativa pilotada pelo Sesc Pernambuco desde 2002 e que completa dez anos de atividade. A logística do programa é simples. Empresas ou mesmo pessoas físicas fazem a doação de produtos dos mais variados gêneros, como frutas e verduras, por exemplo, que seguem para uma central de estocagem e distribuição e são enviados para inúmeras instituições cadastradas pelo programa.

O Banco de Alimentos funciona na Ceasa e abrange a Região Metropolitana do Recife (RMR) e os municípios de Caruaru, Garanhuns, Arcoverde e Petrolina. No balanço de 2012, José Fernando Pontes Soares Filho, gerente do programa, espera fechar o ano com 1 milhão e 900 mil kg de alimentos distribuídos para as 258 entidades assistidas e mais 28 comunidades. “Nossa atuação foi gradativa ao longo

desses últimos dez anos. Este ano é que tivemos uma redução no número de doações decorrente da seca”, avalia.

O programa, reconhecido nacionalmente, só é possível graças à parceria e à colaboração de empresas, sobretudo dos comerciantes de hortifrúti que trabalham na Ceasa. “O grande valor do Banco de Alimentos está na permanência das parcerias. Atualmente temos 200 empresas doadoras”, diz o gestor, que para manter o vínculo com os doadores realiza visitas técnicas, oferecendo palestras e ações de saúde.

Equipe multidisciplinar – Além de intermediar a doação de alimentos, fazendo a ponte entre quem precisa e quem pode contribuir, o Banco de Alimentos conta com uma equipe

multidisciplinar, formada por assistentes sociais, nutricionistas, que trabalha junto às instituições beneficiadas. “Levamos orientações sobre manipulação e (re)aproveitamento total dos alimentos, avaliação nutricional, atividades educativas para crianças, adultos e idosos”, explica Ely Chaves, nutricionista do programa.

Ao longo de 2012, foram realizados 92 encontros, entre seminários, palestras e oficinas, com lideranças das instituições receptoras. “São aulas teóricas e práticas. Reunimos cozinheiros e merendeiras na cozinha de treinamento da Central de Distribuição para passar noções de higiene pessoal e ambiental, além de indicações de como preparar um alimento seguro dentro dos padrões de qualidade”, detalha a nutricionista.

Balanço positivo na solidariedadeDa Redação

Seja você também um parceiro dessa causa!

Banco de Alimentos Sesc PernambucoEscritório Central: Rua Raphael de Oliveira Alves, 438, Curado - Recife/PEFones: (81) 3421-6090 / 3252-1329 / 3249-4641 / 3222-6107E-mail: [email protected]: José Fernando Pontes Soares Filho

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Junto com 2013, começa a Era Geraldo Júlio, prefeito filiado ao PSB, que assume a gestão do Recife com o

compromisso de trazer o molde semelhante àquele que ele chefiou enquanto foi secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, no governo de Eduardo Campos. São expectativas e resultados que o fizeram, em três meses de campanha e com muito apoio político, passar de desconhecido “candidato do governador” a prefeito eleito. “Vamos buscar fazer do Recife um centro decisório que se transforme no principal polo econômico do Nordeste”, garante o novo prefeito.

Um dos motes mais importantes do plano de governo de Geraldo Júlio é direcionar o Recife para a sua maior vocação econômica: o comércio. Traçado pelo então presidente da Agência de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), Antônio Alexandre, o plano visa reestabelecer o papel da cidade dentro da atual condição econômica de Pernambuco. Ouvindo representantes de diversos setores, Alexandre moldou as diretrizes para que o Recife siga no melhor caminho que o crescimento econômico do Estado puder levar, vislumbrando os próximos 25 anos, ou seja, aproveitando benefícios, dosando ônus.

Em 2013, um novo Recife para o comércio Por Tatiana Notaro

Com o prefeito Geraldo Júlio assumindo a gestão municipal, grandes representantes do varejo local aguardam mudanças para o setor

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Os planos da gestão de Geraldo, como descreve Alexandre, incluem intensificar outros setores, além do comércio, como o de logística (com estratégias como o Porto de Suape, a ferrovia Transnordestina e o Porto do Recife), biotecnologia e fármacos (com ligação aos empreendimentos em implantação em Goiana, com o Polo Farmacoquímico, e em Jaboatão, com a Novartis) e a cadeia de petróleo, naval e off shore. São algumas das que reforçam o setor de serviços e a economia como um todo.

Com esse início de mandato, grandes representantes do comércio local estão otimistas, apostam que a gestão de Geraldo Júlio pode, de fato, fortalecer o setor no Recife e mudar trâmites que facilitarão os negócios e o dia a dia da cidade. Representante da rede varejista de calçados Esposende, o diretor de Relacionamento, Silvio Vasconcelos, acredita que o principal estímulo da

nova prefeitura ao comércio é a revitalização do centro do Recife. “Vamos tomar como exemplo as grandes metrópoles mundiais onde o cartão de visita é o centro da cidade, e a periferia segue o mesmo modelo”, compara.

A melhoria da estrutura urbana do Recife refletirá diretamente nas contas do comércio. Dessa forma, diz Vasconcelos, o setor ficará “atraente, forte, organizado, com ruas iluminadas, calçadas que garantam mais acessibilidade e um eficiente serviço de limpeza para atender a toda a população”. O diretor do Home Service Ferreira Costa, Guilherme Ferreira Costa, considera que o comércio pode ser estimulado com melhorias na estrutura de atendimento às empresas e a priorização da infraestrutura, com recuperação de calçadas, segurança, mobilidade, fluidez do trânsito, ordenamento do espaço urbano e coleta de lixo. “Muito importante ainda é minimizar os transtornos causados

pela estação chuvosa como os alagamentos que tanto prejudicam a atividade comercial, antecipando a limpeza dos canais, coleta de lixo, monitoramento das árvores que provocam acidentes, além de um intenso trabalho de conscientização para que toda a sociedade se sinta envolvida e comprometida com a limpeza e conservação da cidade”, considera.

A vocação do Recife para a atividade comercial facilita a geração de outros negócios, na opinião de Guilherme Ferreira Costa. Também por essa razão é um setor que merece atenção e incentivos “Faz com que sejamos referência em várias áreas no Nordeste, atraindo um grande fluxo de pessoas de outros Estados em busca dos nossos serviços”, comenta.

Silvio Vasconcelos lembra que o Recife tem uma grande diversidade de lojas, além dos grandes shoppings, “todos lotados”. “Ir às compras parece ser o passatempo preferido de quem vive em nossa região”, completa. “Então não existe dúvida alguma que a nossa vocação é o comércio e isso tem facilitado e contribuído para o desenvolvimento da nossa cidade”.

“Vamos buscar fazer do Recife um centro decisório que se transforme no principal polo econômico do Nordeste”Geraldo Júlio

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No entanto, o diretor da Esposende entende que faltam canais de comunicação entre o Poder Executivo e os lojistas. “Poderia ser uma secretaria ou outro órgão da prefeitura, mas que tivesse em sua gestão alguém que conheça o dia a dia do comércio”, sugere.

O diretor toca no ponto crucial de entraves para quem vive do varejo: a burocracia. “É um dos grandes obstáculos para se ter um negócio no Recife”, diz Vasconcelos, que defende o uso de um sistema eletrônico como “a melhor forma de simplificar e desonerar o processo de registro”, além de reduzir o tempo necessário para a formalização do empreendimento. De acordo, Ferreira Costa comenta que a burocracia é sempre um grande entrave para geração e manutenção dos negócios. “Entendo que uma grande solução seria o setor público abrir mais canais de escrita e diálogo com o setor de negócios”, detalha. Dessa forma, o empresário acredita

que muitos processos seriam simplificados.

Vasconcelos diz ainda que a ideia é interligar os bancos de dados da Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe), da Receita Federal, administrações regionais e órgãos de fiscalização, como Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. “Com isso o empresário se sentirá mais motivado, fortalecido e teremos a diminuição da informalidade”, defende.

InvestimentosO diretor da Esposende Silvio Vasconcelos diz que, como todas as atividades econômicas no País, a área de comércio e de serviços vem passando por intenso processo de modernização, “buscando gerar empregos e ofertar mercadorias de qualidade a preços competitivos”. “Para isso precisamos de apoio a projetos de investimentos para ampliação, implantação, modernização e revitalização das unidades de atendimento.

Como também de apoio ao Complexo Turístico Regional, abrangendo empreendimentos de infraestrutura e serviço turístico.”

O turismo é uma vertente do setor de serviços também citada pelo empresário Guilherme Ferreira Costa. “O turismo de lazer, por exemplo, pode crescer muito ainda. Como já acontece em outras capitais do Nordeste, precisamos vender mais as belezas naturais, a cultura, a diversidade da nossa cidade no Brasil e no exterior. Temos muito a investir nessa área.”

TradiçãoO empresário Germano Haiut tem cinco lojas de confecções e 40 anos de comércio no Recife. Foi um dos primeiros a migrar da rua para os shoppings e tem uma visão otimista, mas realista, dos desafios para a nova prefeitura. “A cidade cresceu demais, o crédito também, mas a estrutura ficou para trás”, analisa.

Na opinião de Haiut, um dos objetivos do novo prefeito é fazer com que o comércio “seja visto”. “Outro dia, fui à Rua Sete de Setembro, e é impossível andar lá. A cidade está deteriorada. Rua, comércio e ambulantes, ninguém sabe o que é o quê. As ruas ficaram subitamente intransitáveis”, ilustra. Haiut diz que ainda é cedo para tratar de uma forma de desburocratizar o setor varejista. “Tudo o que foi dito em campanha é ótimo. Acredito na juventude e na capacidade do prefeito, mas o dia a dia é muito mais complicado”, argumenta. “Um comerciante tem que resolver tudo na hora;

“Nossa vocação é o comércio e isso tem

facilitado e contribuído para o desenvolvimento

da nossa cidade”Silvio Vasconcelos

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o prefeito tem que lidar com amarras da gestão pública, precisa licitar”.

InformaisO comércio informal também busca inserção nas diretrizes da nova prefeitura. O presidente do Sindicato dos Comerciantes Informais de Pernambuco, Elias de França, disse que pretende entregar ao prefeito Geraldo Júlio projetos de reestruturação da atividade para a capital. Entre os itens da pauta, a construção de shoppings populares, criação de um espaço para alocar vendedores de alimentos e reorganização de feiras livres. França comenta que as prioridades para a atividade foram definidas em reunião com mais de 300 comerciantes informais e que o assunto será

novamente posto em debate no mês de janeiro.

França diz que os recursos para tocar os projetos seriam aportes do governo, e ficarão a cargo do sindicato a organização e a orientação aos profissionais alocados. Segundo informações da entidade, o Recife tem, ao todo, 12 mil comerciantes informais - sendo 8,5 mil cadastrados na Diretoria de Controle Urbano (Dircon) e cinco mil filiados à entidade.

Entre as sugestões que devem ser entregues a Geraldo, a construção de três shopping populares vem como prioridade. Segundo França, um deles seria na Avenida Dantas Barreto, “aproveitando uma parte do atual camelódromo” ou no

abandonado Trianon, Edifício na Avenida Guararapes. “Já fizemos pesquisa e os donos têm interesse na venda”, assegurou. O segundo shopping seria no bairro da Boa Vista - ou próximo à Rua Sete de Setembro ou na Rua do Hospício, e em ambas já haveria espaços negociáveis, segundo o presidente, para comportar em torno de 200 comerciantes informais. O Bairro do Recife seria o espaço para o terceiro shopping.

Para organizar o comércio ambulante de alimentos, a ideia é criar uma praça de alimentação. “Seria um local também na Rua Sete de Setembro com espaço para até 40 carroças de espetinhos e cachorros quentes, com padronização e iluminação adequadas”, comenta França.

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“Organização também para 33 comerciantes do Hospital Barão de Lucena, assim como foi feito no Hospital da Restauração”.

Para gerenciar essa questão, Geraldo Júlio delegou o secretário João Braga para a pasta de Mobilidade e Controle Urbano. “Todo mundo lembra como era o comércio na frente do Hospital da Restauração. As barracas nas calçadas impediam a circulação dos pedestres e produziam muito lixo. Foi então que o Governo do Estado fez uma grande intervenção para resolver aquele problema: uma bela praça de alimentação foi construída, que possibilitou às pessoas trabalharem em um ambiente organizado e higienizado”, compara.

O comércio informal nas feiras livres também entrou na pauta. No bairro de Afogados, o presidente do sindicato diz que a categoria projeta um edifício-garagem e um shopping para desafogar a área da feira. Já há um projeto prévio para essa ideia, segundo França. “Seria espaço suficiente para cerca de 200 comerciantes cadastrados na prefeitura”, acrescentou. O mesmo modelo poderá ser levado para a feira de Casa Amarela.

Informe Fecomércio-PE (IF)– Como a nova gestão vai intensificar as vocações econômicas do Recife, como o comércio e os serviços? Como o senhor avalia a forma como o Recife lida e se beneficia do comércio?

Geraldo Julio (GJ)- Nossa cidade precisa se reposicionar dentro desse novo cenário que está desenhado em Pernambuco. Vamos buscar fazer do Recife um centro decisório que se transforme no principal polo econômico do Nordeste. Pernambuco identificou uma oportunidade de crescer apostando na industrialização e montou uma estratégia para isso. Agora, é a vez de o Recife fazer o mesmo e investir nos setores de comércio e serviços. Temos que estimular as indústrias que chegam ao nosso Estado a colocar seus escritórios, centros de pesquisa e de desenvolvimento no Recife. Para isso, vamos ouvir todas as entidades e sindicatos que representam os segmentos econômicos e construir, a partir dessa ausculta, soluções conjuntas. O Recife precisa de uma Prefeitura empreendedora, que saia de trás do balcão para tomar uma atitude proativa, de fomento aos negócios e nós decidimos que vamos fazer isso.

ENTREVISTA | GERALDO JÚLIOPrefeito do Recife

IF- Há projetos para o comércio de rua e ambulante?

GJ- Para cuidar dessas e outras questões que tocam diretamente o ordenamento da cidade, trouxemos João Braga para a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano. Braga é um grande conhecedor do Recife e tenho certeza de que ele vai nos ajudar a organizar as ruas, as calçadas e também o comércio informal na nossa cidade. Vamos fazer isso com muito diálogo e respeitando essas pessoas. Colocar tudo no seu devido lugar não é um serviço fácil de ser feito, mas também não é impossível. Todo mundo lembra como era o comércio na frente do Hospital da Restauração. As barracas nas calçadas impediam a circulação dos pedestres e produziam muito lixo. Foi então que o Governo do Estado fez uma grande intervenção para resolver aquele problema: uma bela praça de alimentação foi construída e possibilitou às pessoas trabalharem em um ambiente organizado e higienizado.

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IF- Acredita que o setor de serviços possa ser reforçado e capacitado para ter maior potencial de geração de emprego e renda? De que forma pretende fazer isso?

GJ- Acredito. Em nosso governo vamos padronizar o procedimento de abertura de empresas e licenciamentos, pois precisamos trazer para a nossa economia mais empreendedores. Também vamos recuperar áreas históricas, a exemplo do Recife Antigo, o que vai permitir que novos empreendimentos se instalem nesses locais. Para incentivar esse movimento, vamos reduzir impostos como ISS e IPTU, além de aplicar o IPTU progressivo. Vamos estimular a instalação de pequenos hotéis e pousadas e incentivar a moradia no centro, com benefícios no IPTU. Por outro lado, quem decidir investir em empreendimentos culturais e de lazer terá descontos no ISS. Incentivaremos também os edifícios de uso misto como moradia e serviços. Os incentivos fiscais destinados ao centro também vão contemplar o Recife Antigo, com foco nos polos de tecnologia e economia criativa, consolidando a expansão do Porto Digital. Outro benefício é melhorar o sinal de internet em todo o Recife Antigo e no centro da cidade.

IF- No setor de comércio, que segmentos são fortes e terão atenção da gestão municipal?

GJ- O comércio, como já externei, é a vocação e também o berço da economia do Recife. E uma maneira de dinamizar esse segmento é tendo um olhar estratégico para o centro. Trata-se do ponto de encontro de muitos recifenses; uma área que, infelizmente, está muito degradada na nossa cidade. Nossa meta é trazer vida nova para aquela área, melhorando, por exemplo, a limpeza e a mobilidade. Precisamos fazer com que as pessoas voltem a morar no centro da cidade. Queremos que o bairro volte a ser o espaço de todos, com mais equipamentos e atrações culturais; um lugar mais atraente para quem mora e para quem trabalha no local. A Prefeitura fará a sua parte no nosso governo com o reforço na iluminação, com a instalação de câmeras, além da recuperação de calçadas e melhoria do transporte público.

Fiz parte de um governo que tirou do papel importantes empreendimentos para o centro do Recife. Participamos, na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, da construção do Centro de Artesanato e do Museu Luiz Gonzaga.

O primeiro é um belo equipamento que tem mudado a cara do bairro e servido de ponto de encontro para os recifenses. Também teremos um novo centro de convenções com cinema, hotel e o terminal marítimo de passageiros.

IF- Em que pontos a instalação de shoppings é positiva para o Recife e quais precauções são tomadas para que esses empreendimentos não acabem se tornando problemas?

GJ- A instalação desses novos empreendimentos trará um novo impulso para a economia local, gerando mais oportunidades de emprego para os recifenses. Agora, esse crescimento precisa ser feito de forma ordenada e sustentável, respeitando a legislação vigente. A transformação do Recife nesse polo de comércio de serviços do Nordeste passa pelo incentivo a players modernos como os centros de compras. Isso só reforça uma vocação do Recife, que, aliás, é consenso entre os moradores da cidade.

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O trabalho realizado pelo Sesc Pernambuco foi reconhecido em nível nacional. Onze professores

do Sesc Garanhuns, no Agreste do Estado, foram selecionados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação para participarem da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). A equipe apresentou oito projetos educacionais desenvolvidos com as turmas do ensino infantil, fundamental e da educação de jovens e adultos (EJA).

Lançado em 2004, a edição 2012 da semana contou com a presença de representantes de 707 cidades em todo o Brasil. Esta é a primeira vez que as atividades estaduais foram realizadas em Garanhuns, entre os dias 15 e 21 de outubro de 2012. Os trabalhos apresentados pelo Sesc abordaram principalmente os temas de sustentabilidade e cultura.

Para Adélia Braga, supervisora pedagógica do Sesc Garanhuns, momentos como esse dão

Sesc Pernambuco participa da Semana Nacional de Ciência e TecnologiaPor Thais Queiroz

Professores do ensino infantil, fundamental e da EJA do Sesc Garanhuns apresentaram trabalhos da área educacional

PROJETOS de cunho sustentável, como a horta escolar do Sesc, foram apresentados durante a Semana Nacional

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visibilidade à qualidade do ensino oferecida pela instituição. “Temos que estar sempre presentes no cenário educacional para termos ainda mais visibilidade. Queremos que os comerciários conheçam nosso trabalho e tenham um ensino de qualidade para suas famílias”, complementa. O bom resultado reflete na disputa pelas vagas escolares de Garanhuns. “Tivemos que abrir duas turmas extras para 2013, oferecendo mais 77 vagas”, calcula Adélia.

A professora Maria Elisete de Oliveira apresentou os bichinhos confeccionados pelos alunos do fundamental I. Os brinquedos fizeram parte da ação “Mania de Bicho”. A turma apresentou ainda os resultados do Projeto Habilidades Eletricidade, que alertou sobre o preço que a população e o meio ambiente pagam com o desperdício de energia. As iniciativas foram realizadas dentro do Projeto Habilidades de Estudo (PHE) do Sesc, no qual os alunos desenvolvem o prazer da aprendizagem em atividades realizadas nos horários inversos aos de estudo.

De caráter mais lúdico, o projeto “Protetores do meio ambiente em ação: brincando com sucata na hora do recreio”, desenvolvido pela pedagoga Patrícia Araújo Nunes,

teve como objetivo despertar a consciência ambiental das crianças através da coleta seletiva. Além disso, a criançada construiu jogos pedagógicos com os recicláveis, transformando a hora do recreio num momento mais prazeroso e divertido.

Outro destaque do Sesc na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foi o projeto multidisciplinar “Multiculturalismo”, voltado para a educação de jovens e adultos (EJA). Entre as atividades extraclasse realizadas pelos alunos, estão visitas à comunidade quilombola Castanhinho, na zona rural de Garanhuns, e ao museu Luiz Gonzaga, em Caruaru.

Sobre a semana – A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia começou em 2004, com 1.800 atividades, e neste ano de 2012

teve cerca de 27 mil atividades, em 707 cidades brasileiras e 910 instituições ligadas à ciência e tecnologia. A finalidade principal da SNCT é mobilizar a população, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de ciência e tecnologia, valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação.

“A semana é um poderoso meio de aproximar a sociedade do conhecimento. As instituições que participam como expositores destacam também a importância do evento para contatos profissionais e divulgação da instituição e dos projetos de trabalho”, avalia Maria Aparecida Neves, coordenadora da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação.

ALUNOS da EJA visitam o Museu Luiz Gonza-ga, em Caruaru, uma das atividades extraclas-

se do projeto Multidisciplinar

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Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Doze cidades-sede recebendo milhares de turistas e muitos deles

pela primeira vez no País do Futebol. O campeonato mundial traz oportunidades e desafios para vários setores. É uma chance de apresentar ao mundo a capacidade de organização, força econômica, modernização e todos os atrativos do país da seleção verde e amarela. Nesse cenário, o sistema Sebrae decidiu atuar de forma integrada e uniforme para identificar, comunicar e orientar as micros e pequenas empresas e empreendedores sobre as oportunidades e desdobramentos dos eventos mobilizadores, como a Copa do Mundo e a Olimpíada. Daí surgiu o Programa Sebrae 2014, com o qual foi feito um mapeamento, pela Fundação Getúlio Vargas, das oportunidades de negócios para micros, pequenas empresas e empreendedores individuais, proporcionando benefícios antes, durante e após o evento.

“A palavra-chave é aumentar a competitividade das empresas. E diante do levantamento realizado identificamos uma grande oportunidade em face da Copa Fifa 2014, que foi o de aproximar as micros e pequenas empresas de turismo e TIC do Estado para o conhecimento e tratamento das demandas geradas pelo turismo e das ofertas do setor de TIC. Como o segmento de turismo é fortemente

impactado por um evento como esse, a interlocução entre esses dois setores possibilita o mapeamento e tratamento das demandas de turismo e das ofertas de tecnologia da informação para as demandas mapeadas”, explica Roberta de Melo Correia, coordenadora do Sebrae 2014 em Pernambuco.

Para fazer esse encontro com o objetivo de levar a inovação para o turismo, o Sebrae-PE convidou o consultor em planejamento, gestão e tecnologia da informação, Marcos Suassuna, que desenvolveu uma metodologia para trabalhar demandantes e ofertantes, gerando negócios. “A Copa vai muito além de partidas de futebol. Significa ficar no radar no mundo. As pessoas que conhecerem Pernambuco e gostarem vão voltar. Temos que saber cativar com qualidade turística e o setor de TI é um importante parceiro que pode oferecer soluções para incrementar o turismo”, ressalta Suassuna.

ETAPAS - O estudo, batizado de Mega BM, é composto por quatro etapas. “A primeira aconteceu em maio deste ano com a fase de planejamento, entendendo que o setor de turismo demanda ações para a cadeia de hospedagem, restaurantes e bares, agências de viagens, receptivos, transporte e eventos. Em seguida, promovemos reuniões com o grupo gestor e chamamos especialistas levantando informações qualificadas para que as empresas de turismo pudessem enriquecer”, detalha o consultor.

Entre as mais de 86 demandas levantadas em entrevista com especialistas do setor de turismo, representantes do segmento e empresários, foram identificadas 30 ofertas que podem ser trabalhadas pelo segmento de TIC. O agrupamento das necessidades ficou da seguinte forma: central de compras, aproximação TI/turismo, portal de turismo de PE, sistema de reservas, plataforma de educação

Tecnologia e turismo frente a frentePor Patrícia Xavier

“A palavra-chave é aumentar a competitividade das empresas”Roberta Melo

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a distância, solução para meios de pagamento, cardápio multilíngue digital, sistemas de segurança, serviços de integração de sites com redes sociais, relacionamento com o cliente (CRM), pesquisa de satisfação e programa de fidelização.

E como trabalhar essas oportunidades, aumentando a competitividade dos APLs envolvidos? Chegou a hora, então, de trazer o setor de tecnologia local para ouvir das empresas quais soluções poderiam ser oferecidas. A partir daí, foram oferecidos meetings

intersensoriais entre os segmentos de turismo e de TIC, representados pelo Porto Digital, Softex/Recife e Assespro. “Esse é o grande diferencial do MEGA BM. Promover o business matchmaker entre os APLs”, define Suassuna, criador da metodologia, estimando que as atividades em andamento serão concluídas em dezembro, quando os participantes poderão escolher as ofertas oferecidas para suas demandas.

Agora, a interlocução dos dois setores caminha para o fechamento dos trabalhos e a previsão é que,

ainda em dezembro, aconteça mais um meeting “Trata-se de uma ação inovadora, em que não estamos apenas ofertando um serviço pronto, mas levando em consideração as demandas existentes e as possibilidades de atendimentos com base na realidade e necessidade do segmento de turismo. Também estamos realizando a construção conjunta de soluções específicas que atendam às necessidades identificadas para um grande evento e principalmente para o momento econômico do Estado”, conclui Roberta de Melo.

O setor de TIC em Pernambuco foi representado pelo Porto Digital, juntamente com o Softex/Recife e Assespro, que juntos levaram 11 empresas associadas para dialogar com o setor de Turismo do Estado. Marcos Gomes, diretor de TI do Softex/Recife, aplaude a iniciativa do Sebrae 2014 e diz que os meetings serviram não só para estreitar o canal de comunicação entre os dois setores, mas também evitar que as empresas daqui recorram a soluções vindas de fora de PE e até do País. “Existe um desconhecimento dos APLs em relação às soluções de tecnologia da informação e comunicação desenvolvidas localmente”, observa.

VICTOR ANDRADE, coordenador de Incubação do porto Digital, também participou de perto do processo de aproximação dos segmentos de TIC e turismo e reforça a relevância do intercâmbio. “Encontros como esses são muito importantes, pois permitem quebras de barreiras que eventualmente existam entre os diferentes setores, além de possibilitar o surgimento de negócios entre as empresas. As tecnologias da informação e comunicação são cada vez mais importantes para ampliar a competitividade das empresas e ações de aproximação como essas permitem aumentar a competitividade do setor de turismo, ao mesmo tempo que fortalece as empresas de TIC, que passam a ofertar produtos e serviços cada vez mais alinhados com as necessidades do mercado”, avalia.

Andrade explica, ainda, que a ação de aproximação dos setores de TIC e Turismo está inserida em um dos eixos estratégicos de atuação do Núcleo de Gestão do Porto Digital (NGPD), o de integração do Porto Digital com os demais setores econômicos do Estado com lacunas em TIC. “O Porto Desembarca e a Incubadora CAIS do Porto também são exemplos de outras ações já desenvolvidas pelo NGPD para promover a aproximação de empresas de TIC e de outros setores produtivos”, elenca.

Para se ter uma ideia do que está sendo desenvolvido, só a Incubadora CAIS do Porto conta com 17

empreendimentos incubados, sendo quatro deles focados na solução de problemas dos segmentos que compõem o setor de turismo e o impacto da realização de grandes eventos nessas áreas. Um bom exemplo, na prática, fica por conta da Mobiclub, responsável pelo

desenvolvimento de um sistema de fidelização 2.0 para bares e restaurantes. Presente em dez

estabelecimentos no Recife, o sistema de fidelidade eletrônica proporciona

melhorias no relacionamento entre o estabelecimento e o cliente, por meio da gestão de programas de fidelidade, publicação de cardápio virtual e diversas promoções exclusivas.

Polo de TIC desenvolve soluções

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Na rota do atual crescimento econômico de Pernambuco, o setor hoteleiro pegou carona nesse percurso e criou um roteiro para ampliar os negócios. Os planos envolvem investimento pesado na construção de novos

empreendimentos e ampliação do número de leitos no Estado. Só para se ter ideia, até 2014, a previsão da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), em Pernambuco, é que o número de leitos no Estado passe dos cerca de 64 mil para 86 mil leitos, com aporte financeiro estimado em R$ 289 milhões. Ao todo, serão 22 mil novos leitos criados para atender não só o turista de lazer, mas também o de negócios que está vindo para cá em busca de novos mercados e participar de encontros corporativos. De acordo com o presidente da ABIH-PE, Eduardo Cavalcanti, é justamente esse cenário que está atraindo com mais força muitos dos visitantes ao Estado. Tanto que, nos últimos três anos, a taxa média de ocupação anual na rede hoteleira do Recife chega a picos de 90%. Principalmente durante a semana, quando acontecem congressos, seminários, convenções e eventos corporativos, que ajudam a fechar reservas na rede hoteleira. “E nos finais de semana, muitos desses turistas executivos que trazem suas famílias não ficam apenas no litoral. Também querem conhecer o interior do Estado”, afirmou Eduardo, que também é empresário do setor. Para atender a essa demanda, praticamente todos os hotéis estão reformando seus ambientes e abrindo novas unidades. A maioria está concentrada principalmente na Região Metropolitana do Recife (RMR). Só na capital pernambucana, existem hoje cerca de 9 mil leitos. Em 2014, serão cerca de 16 mil novos leitos. Entre eles estão três novos hotéis da Rio Ave. Um deles será de cinco estrelas, um com quatro e outro de três. Os três empreendimentos ficarão instalados na Zona Sul. Mas não é só na RMR onde ocorre essa expansão e reforma para abrigar executivos, equipes de trabalho e familiares. No interior do Estado, a chegada de novas indústrias e empresas de outros segmentos já tem estimulado a construção e abertura

Hotéis na rota do crescimento de PernambucoPor Tony Duda

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de novas unidades, especialmente em Goiana, Petrolina, Caruaru e Gravatá.

InvestimentoSó em novas unidades, a projeção da ABIH-PE é que seja investido pela rede hoteleira, no Estado, o montante de R$ 280 milhões. Já em reforma de apartamentos existentes, processo chamado retrofit hoteleiro, calcula-se que seja aplicado algo em torno de R$ 9,6 milhões. E todo esse investimento acaba repercutindo em diversos outros segmentos. “Ao sentar na cama do hotel, o hóspede movimenta diretamente 52 atividades econômicas”, garante o coordenador da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio-PE, José Otávio de Meira Lins. Segundo ele, a lista é grande e envolve, entre outros, a área têxtil, de alimentação, tecnologia, itens de limpeza, iluminação, marcenaria e vidraçaria.

Estratégia é atrairMesmo com os inúmeros desafios, o turismo em Pernambuco está aquecido. Os dados da Secretaria de Turismo de Pernambuco confirmam essa movimentação: ano passado, o Estado recebeu 4,5 milhões de turistas. Esse volume representa um crescimento de 7% na comparação com 2010, quando 4,2 milhões de pessoas visitaram os principais destinos turísticos pernambucanos. Para estimular ainda mais o fluxo de turistas, governo, empresas, associações e entidades do setor têm dado as mãos e procurado trabalhar em conjunto para unir forças e captar mais visitantes ao Estado. Uma das

iniciativas colocadas em prática pela Secretaria de Turismo de Pernambuco, por meio da Empetur, foi realizar o workshop Pernambuco é Só Chegar em sete cidades brasileiras com o objetivo de apresentar toda a potencialidade turística do Estado. Trata-se de uma série de atividades como palestras, rodadas de negócios e apresentações culturais. A iniciativa aconteceu este ano em Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Maringá (PR), Uberlândia (MG) e Goiânia (GO) e contou com o apoio do Recife Convention & Visitors Bureau (RCVB) e da Prefeitura da Cidade do Recife.

Copa é atrativoQue a Copa do Mundo vai atrair muitos turistas ao Estado não há dúvidas! O fato é que o evento em si não é o principal motivo para provocar os setores públicos e privados a fazerem investimentos maciços e aumentarem os esforços. A opinião é do presidente da ABIH-PE, Eduardo Cavalcanti. No mesmo raciocínio está o coordenador da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio-PE, José Otávio de Meira Lins. “Essa expansão é por causa do momento atual

de Pernambuco. A Copa é um elemento a mais para estimular o setor”, completa José Otávio. Mais que atrair, o diferencial para garantir novos checkins é oferecer instalações e, principalmente, serviços e atendimento de qualidade. “Um bom atendimento marca e faz as pessoas voltarem outras vezes”, acrescentou Eduardo. Ele avalia que nos últimos anos o serviço de atendimento pelo pessoal dos hotéis tem melhorado significativamente. Cursos e treinamentos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), por exemplo, têm facilitado a entrada de muitos profissionais no mercado de trabalho e ajudado os já contratados a se aperfeiçoarem na ocupação. Nesse caminho, o Ministério do Turismo criou o Bem Receber Copa, em parceria com entidades do setor, como a ABIH e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Trata-se de um programa de qualificação profissional para atingir padrões internacionais de qualidade nos serviços turísticos, focando em pessoas, empresas e destinos. E Pernambuco está entre os Estados com maior número de inscritos no País.

“Ao sentar na cama do hotel, o hóspede movimenta diretamente 52 atividades econômicas”

José Otávio de Meira Lins

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As sondagens de cunho econômico – largamente utilizadas como guia para os negócios – começaram

historicamente nos anos de 1950, na Alemanha, Inglaterra e França, segundo conta o economista e consultor do Centro de Pesquisa (Cepesq) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), José Fernandes. No Brasil, ele diz, a prática de realizar pesquisas dessa natureza começou exatamente em 1966, com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), através do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), uma das entidades mais importantes no ramo das pesquisas.

Em Pernambuco, as sondagens começaram ainda na década de 1970, na Agência Estadual de Pesquisa e Planejamento de

Pernambuco (hoje, Condepe/Fidem), com participação do próprio José Fernandes. Nos anos 2000, a Fecomércio-PE deu início às sondagens em datas comemorativas que estimulam as vendas do comércio, “com objetivo de enriquecer a análise quantitativa e construir indicadores antecedentes”, segundo o economista. “Também por outras questões importantes, como na época em que houve grandes chuvas, em 2010, e o impacto disso no varejo local”, relembra. “Fizemos sobre mobilidade, sobre impostos, enfim, sobre momentos relevantes da economia”, acrescenta.

As sondagens da Fecomércio-PE são feitas a partir de entrevistas com comerciantes e consumidores sobre as dificuldades do varejo e outros pontos como expectativas de vendas e de compras. Em

média, dez perguntas-chave, segundo Fernandes. “São um valioso instrumento de planejamento e de tomada de decisões. Subsídio aos empresários a custo zero”, analisa. “A economia usa muito termos da física: elasticidade, liquidez. Você capta informações, analisa e divulga”, descreve, explicando que, além da sondagem, órgãos ligados à economia brasileira, como o Banco Central, estão fazendo índices de confiança de setores como indústria, comércio e serviços.

Professora da Faculdade Nova Roma, Roberta Guerra explica que as pesquisas de sondagem ou de opinião – populares em formatos como as enquetes – são “representadas por uma coleta estatística de uma amostra representativa de opinião pública”. Roberta comenta que

Sondagens estimam cenários para o comércioCom auxílio de dados coletados, pesquisadores conseguem traçar panoramas e orientar tomadas de decisões nos negócios

Por Tatiana Notaro

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o uso das pesquisas é justificado pela importância do acesso às informações, que, nos negócios, “passam a ser consideradas ativos da empresa, na medida em que se tornam mais dinâmicas, mais precisas e mais competitivas, suportadas por sistemas de informações capazes de embasar a tomada de decisão”.

Roberta comenta que essas amostras são tomadas como requisito para tomada de decisões bem-sucedidas, já que reduz incertezas e constrói “um canal de comunicação entre as empresas e o ambiente em que estão inseridas, facilitando a projeção de cenários futuros e a tradução do presente”.

Administrador dos motéis Eros, Rhodes, Nexos e Via Norte, Carlos Pixoto fala da importância de outro tipo de

pesquisa: a de opinião. “É uma forma muito importante ter esse relacionamento com o cliente. A partir dessa pesquisa, determinamos o que deve ser mudado.” Pixoto diz que as diretrizes do negócio também são traçadas por informações gerais do mercado. “Lemos muito na imprensa que a rede hoteleira está se preparando para a Copa do Mundo de 2014. Por isso, estamos reformando 30 apartamentos a cada seis meses para atender a essa demanda”, declara. Além disso, segundo Pixoto, algumas alterações foram feitas a partir de sugestões de clientes. “Muitos pediam um serviço de lavanderia e internet sem fio, por exemplo. E nós atendemos.” O resultado, de acordo com o administrador, é que muitos clientes têm esses motéis como primeira opção de hospedagem.

Pesquisas internas também são de extrema importância para os negócios, segundo o consultor de gestão e coaching Jairo Martiniano. Ele entende que sondagens de cargos e salários e a chamada pesquisa de clima organizacional influenciam diretamente no resultado final. “A de salários, por exemplo, norteia a empresa para questões de rendimento e cargos, se eles estão ou não de acordo com o mercado”, argumenta. Martiniano diz também que as pesquisas de clima organizacional indicam os custos com turnover que podem ser evitados. “Uma boa empresa não se preocupa só com o preço do produto que oferece na gôndola, mas com seus clientes internos. Ser uma empresa boa de trabalhar é um marketing importante.”

As sondagens da Fecomércio-PE são feitas a partir de entrevistas com comerciantes e consumidores sobre as dificuldades do varejo e outros pontos como expectativas de vendas e de compras

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TRIBUTÁRIO EM PAUTA | ALESSANDRO RODRIGUES Assessor tributário da Fecomé[email protected]

O Poder Público tem como principal fonte de re-ceita os tributos arrecadados pelos contribuin-tes. A inadimplência tributária, seja pela sone-gação ou dificuldades financeiras, prejudica e

impede o desenvolvimento, acarretando como consequ-ência a majoração da carga tributária e prejuízos sociais aos administrados.

As notificações de débitos, au-tos de infração, inscrições na Dívida Ativa são meios administrativos que o Fisco utiliza para tentar recuperar o crédito tributário na esfera muni-cipal, estadual e federal. Entretanto, tais instrumentos não conferem com-petência para constringir o patrimô-nio do contribuinte inadimplente. Ademais, por força do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacio-nal, enquanto não forem julgados os processos administrativos, o crédito tributário deve ter a sua exigibilidade suspensa, devendo ser expedida a certidão positiva com efeito de negativa quando solicitada pelo contribuinte.

A Lei 6.830/80, mais conhecida como Lei de Exe-cução Fiscal, foi introduzida no ordenamento jurídico para facilitar a execução judicial das cobranças dos dé-

bitos inscritos na Dívida Ativa e consagrar privilégios e prerrogativas para a Fazenda Pública no âmbito judicial.

Ocorre que tais procedimentos de cobrança do crédito público não atingem o seu objetivo na sua ple-nitude, porque apenas um diminuto percentual dos

créditos executados judicialmente é recuperado. Tal ineficiência se deve muitas vezes pela falta de estrutura administrativa para suportar ou dar conta da grande demanda dos crédi-tos a serem executados, como tam-bém pela superlotação das poucas Varas de Execuções Fiscais.

Por esse motivo, os Governos vêm estimulando a criação de progra-mas de parcelamentos de débitos a longo prazo, com benefícios de redu-ção de multas e juros, pois esta moda-lidade já comprovou ser mais eficiente que a execução fiscal na recuperação de créditos tributários pendentes.

Diante desta realidade, alguns entes públicos, seja na esfera federal, estadual ou municipal, vêm ado-tando de forma arbitrária medidas administrativas con-sideradas sanções políticas pela doutrina, como meio alternativo do procedimento normatizado, para impor

Da irregularidade da cobrança tributária por via transversa

“A Lei 6.830/80, mais conhecida como Lei de Execução Fiscal, foi introduzida no

ordenamento jurídico para facilitar a execução judicial das cobranças dos débitos inscritos na

Dívida Ativa’

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ao contribuinte restrições e proibições de direitos ao contribuinte e, pela via oblíqua, obrigá-lo ao pagamen-to do débito tributário sem o devido processo legal.

A título de exemplo temos as exigências arbitrá-rias de apresentação de certidões negativas tributárias como requisito necessário para obtenção de licenças ou autorizações, seja de construção, instalação, funciona-mento, etc. As referidas licenças ou autorizações são concedidas através de alvará, que, na lição de Hely Lo-pes Meireles, é o consentimento formal da administra-ção à pretensão do administrado, quando manifestada em forma legal.1

No momento em que a autoridade pública tolhe o direito do administrado, seja na concessão de alva-rás, apreensão de mercadorias, descredenciamento do cadastro de contribuinte, etc., está forçando indire-tamente o contribuinte a pagar o suposto débito e a glosar diretos constitucionais do devido processo legal tributário, da ampla defesa e do contraditório, ou seja, o direito de questionar a legalidade do suposto débito administrativa ou judicialmente, como condicionan-te de exercer plenamente os seus direitos assegurados pela Constituição Federal.

Tais sanções políticas são reprimidas veemen-temente pelos Tribunais Superiores por desrespeitar princípios da administração pública e por reputar in-constitucional e ilegalmente a supressão ou a inviabili-zação de direitos de caráter fundamental do adminis-trado mediante a imposição de exigência de quitação de tributos pela via transversa:

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RE-CURSO ESPECIAL. ICMS. MANDADO DE SE-GURANÇA. APREENSÃO DE MERCADORIAS. EXISTÊNCIA DE DÉBITOS COM A FAZENDA PÚBLICA. PRINCÍPIO DO LIVRE EXERCÍCIO DE ATIVIDADE ECONÔMICA. ARTIGO 170, PARÁ-GRAFO ÚNICO, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SÚMULA N.º 547 DO STF.

1. O Poder Público atua com desvio de poder ao apreender equipamentos industriais a serem utilizados na produção da recorren-te, sob a argumentação de inadimplemento do diferencial de alíquota do ICMS. (artigo 170, parágrafo único, da Carta Magna).

1 Direito Administrativo Brasileiro. S.P.: Malheiros Ed. 1992, 17ª ed., p. 122.

2. A sanção, que por via oblíqua objetive o pa-gamento de tributo, gerando a restrição ao direito de livre comércio, é coibida pelos Tri-bunais Superiores através de inúmeros ver-betes sumulares, a saber: a) "é inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo" (Súmula n.º 70/STF); b) "é inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para paga-mento de tributos" (Súmula n.º 323/STF); c) "não é lícito a autoridade proibir que o contri-buinte em débito adquira estampilhas, despa-che mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais" (Súmula n.º 547/STF); e d) "É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual o infrator não foi notificado" (Súmula n.º 127/STJ).

3. Destarte, é defeso à administração impedir ou cercear a atividade profissional do contribuin-te, para compeli-lo ao pagamento de débito, uma vez que este procedimento redundaria no bloqueio de atividades lícitas, mercê de representar hipótese da autotutela, medida excepcional ante o monopólio da jurisdição nas mãos do Estado-Juiz. 4. Recurso especial provido.2

Ademais, como foi dito acima, a Lei das Execu-ções Fiscais estabeleceu prerrogativas e ferramentas processuais adequadas e por demais eficientes para as Fazendas Públicas obterem os seus créditos tributários, sendo desnecessária a coação direta e o desrespeito a princípios constitucionais.

O administrado que se sentir lesado deve buscar administrativamente remover o obstáculo posto irre-gularmente, através do regular processo administrativo e, não logrando êxito, deve procurar o Poder Judiciário para ter o seu direito reconhecido.

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ANÚNCIO FLAMAR VERDE-AMARELO 21,6X28.pdf 1 1/17/13 6:52 PM

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A marca do Senac está presente em todo o Brasil

e faz parte da vida de milhares de brasileiros que

buscam, na formação profissional, uma oportunidade

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transformam e ajudam o país a se transformar para

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